Reclamação de 16/08/2013 e resposta de 21/08/2013:

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Reclamação de 16/08/2013 e resposta de 21/08/2013:"

Transcrição

1 Tribunal Judicial de Santa Maria da Feira CONCLUSÃO (Termo eletrónico elaborado por Estagiário Sara Soares) =CLS= Reclamação de 16/08/2013 e resposta de 21/08/2013: No despacho proferido no dia 14 de Agosto de 2013, o nosso Exmo. Colega considerou que o cidadão Fernando Luís Milheiro de Pinho Leão, primeiro candidato à Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Santa Maria da Feira, Travanca, Sanfins e Espargo, é inelegível, e nessa medida rejeitou a sua candidatura, determinando o consequente reajustamento da lista em causa. Considerou-se então que uma tal inelegibilidade decorria do preceituado pelo artigo 1º da Lei nº 46/2005, de 29/08, na medida em que o candidato em apreço exercera já o cargo de Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira por três mandatos consecutivos. Esse despacho foi objecto de reclamação pela lista afectada e foi cumprido o contraditório legalmente previsto. Cumpre-nos reapreciar a questão, ao abrigo do preceituado pelo artigo 29º/4 da Lei Orgânica nº 1/2001, de 14/08. O despacho sob reclamação é claro, fundamentado e corresponde a uma das soluções interpretativas em tese possíveis para o art. 1º/1 da Lei nº 46/2005, de 29/08.

2 Não é essa porém a solução que acolhemos e que temos como mais fiel à lei, apesar de todas as dúvidas que possam nesta matéria suscitar-se. Os factos a considerar são os seguintes: a) O cidadão Fernando Luís Milheiro de Pinho Leão exerce o cargo de Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira há três mandatos consecutivos, iniciados em 2001, 2005 e 2009; b) A freguesia de Santa Maria da Feira (por efeito da Lei nº 11-A/2013, de 28/01 e em particular do seu Anexo I) passou a integrar a União das Freguesias de Santa Maria da Feira, Travanca, Sanfins e Espargo; c) O cidadão Fernando Luís Milheiro de Pinho Leão apresenta-se como primeiro candidato à eleição para a Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Santa Maria da Feira, Travanca, Sanfins e Espargo. Sendo estes os factos, o problema que se acha em debate é o de saber, perante o preceituado pelo art. 1º/1 da Lei nº 46/2005, de 29/08, se, tendo exercido durante os últimos três mandatos o cargo de Presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira, pode agora o mesmo cidadão ocupar o primeiro lugar na lista de candidatura à Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Santa Maria da Feira, Travanca, Sanfins e Espargo, que o mesmo é dizer, se pode agora candidatar-se a Presidente da Junta dessa União de Freguesias (cfr. o art. 24º/1 da Lei nº 169/99, de 18/09). Afigura-se-nos que se impõe a prévia compreensão da nova realidade administrativa resultante da reorganização havida.

3 A agregação de freguesias concretizada pelo Anexo I da Lei 11-A/2013, de 28/01 consubstancia o cumprimento da reorganização administrativa determinada pela Lei nº 22/2012, de 30/05. E adentro este último regime, há que destacar que o legislador sublinha sem margem para equívocos que por efeito da dita agregação de freguesias surge uma nova freguesia, uma nova pessoa colectiva territorial, com uma única sede e que integra o património, os recursos humanos, os direitos e as obrigações das freguesias agregadas (artigo 9º/1 e 2 da citada Lei nº 22/2012). Sendo assim, então há que concluir que os mandatos que o cidadão em causa exerceu reportam-se necessariamente a uma freguesia diversa daquela a que ora se candidata: se foi antes Presidente da pessoa colectiva Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira, agora apresenta-se à eleição para Presidente da pessoa colectiva União das Freguesias de Santa Maria da Feira, Travanca, Sanfins e Espargo. Dir-se-á que existe uma coincidência parcial entre a jurisdição da anterior freguesia e a que resulta da reorganização isso é certo. Mas é certo também e reflexamente - que existe uma divergência parcial. Ora, se o legislador, quando operou a reorganização administrativa, afirmou de modo categórico que da agregação resultava uma freguesia/pessoa colectiva que devia ser tida como nova, entendemos que não pode o julgador, por via de uma certa aplicação da Lei nº 46/2005, de 29/08, actuar como se de uma mesma freguesia se tratasse. No silêncio da Lei nº 46/2005, de 29/08 e perante a afirmação expressa constante da Lei nº 22/2012, de 30/05, entendemos pois que devemos para todos os efeitos tratar a União das Freguesias de Santa Maria da Feira, Travanca, Sanfins e Espargo como uma freguesia diferente da freguesia anterior de Santa Maria da Feira. De resto, não é necessariamente uniforme a posição relativa, em termos territoriais, populacionais e de desenvolvimento, entre cada uma das freguesias e o novo conjunto resultante da sua agregação numa única.

4 E dentro dessa lógica, se é certo que pode suceder uma notória preponderância de uma das antigas freguesias em face das demais e desse modo colherem no essencial o seu pleno sentido as razões de cautela e as preocupações que estão na base da lei de limitação de mandatos quando está em causa a eventual eleição do anterior presidente da «junta predominante», também não é menos certo que essas razões não estarão presentes, ou estarão presentes em muito menor escala, se o candidato provier de uma «junta secundária» ou se existir um peso semelhante entre as freguesias agregadas em todo o caso, o que é facto é que não pode o julgador distinguir aquilo que o legislador não distinguiu. Aqui chegados e assente que estamos diante a candidatura a um novo órgão autárquico, o ponto em abstracto a tratar e do qual depende a resposta ao caso concreto é este: pode um cidadão candidatar-se à presidência de uma Junta de Freguesia depois de ter sido nos três mandatos anteriores Presidente de uma outra Junta de Freguesia? porquê. A lei permite-o, já acima o adiantámos é a nossa posição; vejamos Estabelece o nº 1 do artigo 1º da Lei nº 46/2005, de 29/08, que «o presidente de câmara municipal e o presidente de junta de freguesia só podem ser eleitos para três mandatos consecutivos, salvo se no momento da entrada em vigor da presente lei tiverem cumprido ou estiverem a cumprir, pelo menos, o 3º mandato consecutivo, circunstância em que poderão ser eleitos para mais um mandato consecutivo.» Há essencialmente duas orientações em debate: uma diz que a limitação se aplica mesmo quando o cidadão se candidata à eleição para um outro órgão autárquico; outra diz que a limitação se aplica apenas quanto ao mesmo órgão autárquico.

5 Os princípios a considerar em matéria de interpretação da lei estão consagrados no artigo 9º do Código Civil. Diz-se no número 1 dessa norma que «a interpretação não deve cingir-se à letra da lei, mas reconstituir a partir dos textos o pensamento legislativo, tendo sobretudo em conta a unidade do sistema jurídico, as circunstâncias em que a lei foi elaborada e as condições específicas do tempo em que é aplicada». Por outro lado, diz-nos a mesma norma, no seu número 2, que «não pode, porém, ser considerado pelo intérprete o pensamento legislativo que não tenha na letra da lei um mínimo de correspondência verbal, ainda que imperfeitamente expresso». Por fim, estatui ainda o preceito, agora no número 3, que «na fixação do sentido e alcance da lei, o intérprete presumirá que o legislador consagrou as soluções mais acertadas e soube exprimir o seu pensamento em termos adequados». Do conjunto de critérios que vimos de expor resulta que o primeiro elemento a considerar no processo de interpretação da lei é o de ordem literal a letra da lei. Trata-se de um factor interpretativo da maior importância, que se manifesta nos seguintes termos: (i) permite excluir os sentidos interpretativos que não tenham qualquer cabimento na letra da lei; (ii) se a letra da lei comportar apenas um sentido interpretativo, é esse que deve ser fixado, a menos que se conclua, com base noutras normas, que a redacção do preceito interpretando atraiçoou o pensamento do legislador; (iii) se a redacção comportar mais que um significado e na falta de outros elementos que induzam noutra direcção, deve ser dada prevalência ao sentido interpretativo que melhor e mais imediatamente corresponde ao significado natural das expressões empregues (Baptista Machado, Introdução ao Direito e ao Discurso Legitimador, Almedina, 1990, pg. 182).

6 Postas as coisas desta forma, e estando nós diante duas soluções possíveis, poderá dizer-se que a letra da lei exclui totalmente uma delas e/ou consagra com suficiente dose de firmeza a outra? A redacção em causa podia (e devia) ter uma clareza que não tem e por via dessa falta de clareza não podem os partidários de qualquer das soluções reivindicar em seu exclusivo benefício a letra da lei. De resto, fosse clara a letra da lei, ou tivesse sido o seu sentido a seu tempo esclarecido pelo próprio legislador em diploma interpretativo, não assistiríamos à discussão que tem vindo a travar-se, ao ponto, note-se, de não ter havido consenso sequer entre os elementos do órgão superior da administração em matéria eleitoral - a Comissão Nacional de Eleições - na sua reunião de 22 de Novembro de 2012 (Acta nº 62/XIV, in ou ao ponto de não haver consenso entre diversos especialistas em Direito Público que se têm pronunciado sobre a matéria (vide a título meramente exemplificativo o texto assinado por António Cândido Oliveira, na edição de 19/06/2013 do jornal Público, e em sentido diverso o assinado por Paulo Rangel na edição de 2/07/2013 do mesmo periódico). Escalpelizemos porém com um pouco mais de detalhe a letra da lei. Do lado de quem defende a ideia de que é inelegível um cidadão que se candidate à presidência de um órgão autárquico depois de ter exercido por três mandatos cargo idêntico noutra autarquia, já tem sido argumentado que a norma reportar-se-ia a uma inelegibilidade apenas para novo mandato no mesmo cargo se houvesse sido usada a expressão «da», entre as palavras «presidente» e «câmara» ou «junta»; e que portanto, tendo antes sido usada a expressão «de», tal significa que o legislador quis reportar-se ao cargo em si e não ao seu exercício numa concreta câmara ou junta de freguesia (Ac. da RL de 20/06/2013, relatado por Maria de Deus Correia, in A argumentação é subtil e tem pertinência, mas não cremos que esteja dotada de um peso decisivo. Por várias razões.

7 Em primeiro lugar, atenda-se ao título dado ao diploma, que aqui transcrevemos: «estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais»; e atenda-se ainda à epígrafe do artigo 1º: «limitação de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais» (sublinhados nossos). Fosse intencional a utilização no corpo do artigo da proposição «de» em lugar da proposição «da», então teria decerto o legislador cuidado de usar no título do diploma e na epígrafe do preceito a mesma proposição, de forma a que se lesse «presidentes de órgãos executivos», em vez de «presidentes dos órgãos executivos». Em segundo lugar, sendo a lei geral e abstracta, é de aceitar que o legislador, usando termos no singular, empregue a proposição «de», em lugar da proposição «da». Veja-se que relevaria de uma técnica legislativa que se nos afigura no mínimo deficiente, ao nível da linguagem empregue, se a norma tivesse o seguinte texto: «o presidente da câmara municipal e o presidente da junta de freguesia só podem»; seria caso para perguntar qual câmara? qual junta? Diríamos em suma que o uso da proposição «de» não tem o peso de dotar a letra da lei da forma necessária para excluir o sentido mais restritivo da inelegibilidade, nem tão pouco o de firmar com clareza o sentido mais amplo da inelegibilidade a letra da lei tem maleabilidade suficiente para abarcar quer esse sentido mais restritivo, quer o sentido mais abrangente da inelegibilidade, pelo que o elemento literal não é no caso decisivo. Mais. Ainda adentro o elemento literal da interpretação, ocorre dizer o seguinte: tivesse querido o legislador impedir um presidente em exercício há três mandatos de se candidatar a um outro órgão autárquico e não teria ao que cremos usado no título do diploma, como usou, a expressão «limites à renovação sucessiva de mandatos» - é que a expressão «renovação sucessiva de mandatos» sugere que estará

8 a pensar-se na situação paradigmática de uma mesma pessoa exercer sucessivamente o mesmo cargo no mesmo órgão autárquico. Na verdade, sendo o mandato para o exercício do cargo de presidente de um dado órgão autárquico inteiramente distinto do mandato para o exercício do mesmo cargo noutra autarquia, parece-nos que só pode falar-se com plena propriedade em renovação do mandato quando uma determinada pessoa se mantém no mesmo exacto lugar. Em suma, e repetindo o atrás já dito, o elemento literal não nos parece que seja decisivo: há pois que, a partir do texto da lei, reconstituir o pensamento legislativo. E qual foi o pensamento legislativo? A Lei nº 46/2005, de 29/08 teve a sua origem na Proposta de Lei nº 4/X, e na exposição de motivos desta última lê-se em dado passo o seguinte: «no que se refere especificamente aos municípios, é altura de evoluir para um novo sistema de Governo local que permita constituir executivos homogéneos com mandatos de renovação limitada» (sublinhado nosso). A referência a «executivos com mandatos de renovação limitada» sugere que o que esteve na base do diploma foi o querer impedir-se a sucessiva reeleição de um mesmo executivo num mesmo órgão autárquico, como aliás vem a confirmar-se noutra passagem da exposição de motivos, onde se lê que se pretende prevenir os «excessos induzidos pela perpetuação no poder». De resto, é sabido que durante o debate na generalidade da Proposta de Lei nº 4/X, que viria a dar origem ao diploma em apreço, houve um Sr. Deputado que disse expressamente que «a limitação de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos num determinado município em nada impede que estes venham a assumir tal responsabilidade no município vizinho», e não há registo de que outro qualquer

9 Deputado o tenha em alguma medida desmentido ou contrariado (Diário da Assembleia da República, 1ª série legislativa, nº 17, de 6/05/2005). Fosse outra a intenção do legislador e facilmente teria encontrado uma redacção que a explicitasse, como por exemplo dizendo algo como isto: «o presidente de câmara municipal e o presidente de junta de freguesia só podem ser eleitos para três mandatos consecutivos para o exercício dessas funções, seja na mesma autarquia, seja em autarquia diferente ( )». E nem se diga que na Proposta de Lei nº 4/X a norma correspondente usava a proposição «da», que a versão definitiva não veio a consagrar, e que isso teve uma intencionalidade é que não há registo de uma tal intencionalidade e não é de excluir que a modificação tenha ocorrido por mera opção linguística, sem real conteúdo semântico, como bem ilustra a formulação distinta dada ao título do diploma e à epígrafe do preceito, a que acima nos referimos, e que por si só afasta a presunção de que o legislador se exprimiu da forma mais adequada. É certo que a circunstância de ser infeliz a redacção da lei também funciona de modo a perturbar a sua interpretação com o sentido de que se pretendeu consagrar uma inelegibilidade mais restrita. Todavia, estando nós diante matéria que contende com direitos, liberdades e garantias, no caso, com os direitos de participação na vida pública e de acesso a cargos públicos, previstos pelos artigos 48º/1 e 50º/1 da Constituição da República Portuguesa, as dúvidas interpretativas devem ser resolvidas por forma a conter as restrições a tais direitos, o que se mostra consagrado no expressivo princípio in dubio pro libertate (Jorge Miranda, Manual de Direito Constitucional, tomo IV, 4ª edição, Coimbra Editora, pg. 379). Objectar-se-á que os direitos de participação na vida pública e de acesso aos cargos públicos estão intimamente relacionados com a liberdade de escolha dos

10 cidadãos, suposta no princípio democrático, e que a perpetuação das mesmas pessoas no poder político fragiliza essa liberdade de escolha. Sucede que essa perpetuação e os malefícios da mesma, ao nível do poder local, colhem o seu pleno e mais claro e pejorativo sentido quando estamos diante um mesmo órgão autárquico em que permaneçam por longo tempo as mesmas pessoas. Já quando se trata da candidatura de tais pessoas a um outro órgão autárquico ou, acrescente-se, a um outro cargo electivo, as teias de relacionamento susceptíveis de minar a liberdade de escolha dos cidadãos não se fazem sentir com a mesma intensidade; é pois razoável pensar que o legislador não tenha visto como imprescindível intervir aí com a figura tão severa das inelegibilidades. constitucional. Acresce ainda uma outra ordem de razões de raiz marcadamente O princípio da renovação no exercício de cargos políticos está plasmado no artigo 118º da Constituição. Na sua versão originária esse artigo apenas estabelecia que ninguém podia exercer a título vitalício qualquer cargo político de âmbito nacional, regional ou local. O nº 2 da norma, que autoriza o legislador a «determinar limites à renovação sucessiva de mandatos», surgiu apenas em 2004, altura em que passou então a ser possível, à luz da Constituição, legislar nesta matéria, como bem se percebe aliás pela posição que o Tribunal Constitucional adoptou quando chamado a pronunciar-se sobre um anterior diploma que pretendia já impor a limitação de mandatos nos executivos municipais (Ac. nº 364/91, D.R. I Série-A, de 23/08/1991). Ocorre pois concluir que o fundamento jurídico-constitucional de uma iniciativa legislativa de limitação do número de mandatos de presidentes de câmara ou de presidentes de juntas de freguesia está ínsito no artigo 118º/2 da Constituição. E se é assim, não pode então o legislador ordinário extravasar desse poder legiferante que a Constituição lhe atribuiu, sob pena de estar a restringir os acima

11 mencionados direitos fundamentais, e particularmente o de acesso a cargos electivos, sem «autorização constitucional», com isso afrontando o disposto no art. 18º/1, primeira parte, da nossa Lei Fundamental. Ora, aquilo que o artigo 118º/2 da Constituição consente é que seja posto um limite à «renovação sucessiva de mandatos»; a utilização dos dizeres «renovação sucessiva» sugere fortemente que a situação pensada é a de alguém que exerce um determinado e concreto cargo, designadamente a presidência de uma junta de freguesia, e que aí se mantém renovada e sucessivamente. O que o artigo 118º/2 da Constituição pretende é pois autorizar o legislador ordinário a terminar com essa perpetuação de uma pessoa no exercício de um mesmo cargo, leia-se, no exercício de um mesmo cargo no mesmo órgão político. Pode em sede de discussão ético-política de alcance mais amplo argumentar-se que podia eventualmente a Constituição ter ido mais longe na limitação que projectou, mas estamos em crer que não foi, e a verdade é que, concorde-se ou não, a solução que consagrou não é de todo desrazoável, pelas razões já atrás referidas de que os malefícios da não renovação da classe política colhem o seu mais claro e evidente sentido quando é de um mesmo exacto lugar de que se cuida. Isto que vimos de dizer serve para chegar a este ponto: admitindo-se que a norma de limitação de mandatos prevista pelo art. 1º/1 da Lei nº 46/2005, de 29/08 possa conter dois sentidos interpretativos possíveis, deve o aplicador conferir prevalência àquele que estiver em conformidade com a Constituição (sobre o princípio da interpretação das leis em conformidade com a Constituição, vide J.J. Gomes Canotilho, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7ª edição, Almedina, pgs e 1227). É o caso da interpretação que privilegiamos. Em suma, acabamos por concluir que o texto do artigo 1º/1 da Lei nº 46/2005, de 29/08 traduz em substância a reiteração da mesma iniciativa legislativa antes chumbada pelo Tribunal Constitucional, então na ausência do art. 118º/2 da

12 Constituição, nos termos atrás enunciados, iniciativa essa que se traduzia na seguinte redacção que se pretendia conferir ao art. 4º/2 do Decreto-Lei nº 701-B/76, de 29/09, por via do art. 2º do Decreto nº 356/V: «( ) São também inelegíveis para um executivo municipal, durante o quadriénio imediatamente subsequente ao terceiro mandato, os cidadãos que nesse executivo tenham exercido o cargo de presidente durante três mandatos consecutivos» (o sublinhado é nosso). Em síntese, pese embora o respeito que nos merece a fundamentação expressa no despacho sob reclamação, não acompanhamos uma tal fundamentação, e em conformidade com o que vimos de dizer julgaremos não verificada a inelegibilidade que nesse despacho fora sinalizada e admitiremos a lista apresentada. Assim firmamos o nosso entendimento de que um cidadão que tenha exercido o cargo de presidente de uma junta de freguesia por três mandatos consecutivos pode candidatar-se no primeiro lugar da lista para a Assembleia de Freguesia da União de Freguesias em que aquela veio a ser integrada (neste sentido vide ainda a deliberação tomada pela Comissão Nacional de Eleições no dia 9 de Janeiro de 2013, cfr. Acta nº 71/XIV, in Face ao exposto, decidimos julgar procedente a reclamação deduzida pelo Mandatário da Lista do Partido Social Democrata, e em consequência: a) consideramos que o cidadão Fernando Luís Milheiro de Pinho Leão é elegível em primeiro lugar para a Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Santa Maria da Feira, Travanca, Sanfins e Espargo; b) admitimos a lista que para esse órgão fora apresentada pelo Partido Notifique. Social Democrata.

13 Dê cumprimento ao disposto no art. 29º/5 e 6 (considerando-se, quanto a este último, o Sr. Director-Geral da Administração Interna) da Lei Orgânica nº 1/2001, de 14/08. Na eventualidade de não dar entrada qualquer recurso do despacho que julgou procedente a reclamação, dê cumprimento ao disposto no art. 35º/1 da Lei Orgânica nº 1/2001, de 14/08. 22/08/2013 O juiz de direito Jorge Rosas de Castro (em turno ao processo eleitoral de 19 a 22 de Agosto; processei e revi)

(Termo eletrónico elaborado por Escrivão Auxiliar José Coelho)

(Termo eletrónico elaborado por Escrivão Auxiliar José Coelho) Tribunal Judicial de Santa Maria da Feira 10065903 CONCLUSÃO - 13-08-2013 (Termo eletrónico elaborado por Escrivão Auxiliar José Coelho) =CLS= Requerimento de 8 de Agosto (subscrito pelo Sr. Mandatário

Leia mais

Da renúncia ao mandato, substituição e limite de mandatos. Data: 25/07/2018. Publicado no Diário da República n.º 100, Série II, de

Da renúncia ao mandato, substituição e limite de mandatos. Data: 25/07/2018. Publicado no Diário da República n.º 100, Série II, de ASSUNTO: Da renúncia ao mandato, substituição e limite de mandatos Parecer n.º: Inf_DSAJAL_TR_6674/2018 Data: 25/07/2018 Pela Junta de Freguesia foi solicitado que se esclareça a seguinte questão: Por

Leia mais

PROJECTO DE LEI N.º 136/XI/1.ª

PROJECTO DE LEI N.º 136/XI/1.ª PROJECTO DE LEI N.º 136/XI/1.ª ALTERA O REGIME DAS INELEGIBILIDADES NAS ELEIÇÕES PARA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, PARA A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, PARA O PARLAMENTO EUROPEU E PARA OS ÓRGÃOS DAS AUTARQUIAS

Leia mais

As normas jurídicas aplicáveis a cada caso são estas:

As normas jurídicas aplicáveis a cada caso são estas: Por Dr. Francisco H. Neves. Sumário: Uma perspectiva jurídica: A «indexação» ao Presidente da República, O imperativo «só»; O «sexénio» dos juízes; Os «barões e senadores»; É tempo constitucional; São

Leia mais

Limitação de mandatos autárquicos sempre houve

Limitação de mandatos autárquicos sempre houve 1 Limitação de mandatos autárquicos sempre houve 1. Só o primeiro mandato constitui expressão pura da cidadania Há quem se manifeste contra a limitação dos mandatos políticos com o fundamento de que tal

Leia mais

O n.º 5 do art.º 43.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro determina:

O n.º 5 do art.º 43.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro determina: Informação n.º ID 1522312 Proc. n.º 2014.01.20.4230 Data 2013-01-22 Assunto DIV/Impedimento - Incompatibilidade - Gabinete de Apoio à Presidêncial Pelo Senhor Presidente da Assembleia Municipal foi solicitado

Leia mais

Assembleia Municipal: tempos de intervenção dos Presidentes de Junta de Freguesia; interpretação de artigo do regimento do órgão.

Assembleia Municipal: tempos de intervenção dos Presidentes de Junta de Freguesia; interpretação de artigo do regimento do órgão. ASSUNTO: Assembleia Municipal: tempos de intervenção dos Presidentes de Junta de Freguesia; interpretação de artigo do regimento do órgão. Parecer n.º: INF_DSAJAL_TL_2382/2018 Data: 28-02-2018 Solicita

Leia mais

CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA. Parecer

CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA. Parecer CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA Parecer Pela Comissão de Assuntos Constitucionais e de Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República foi solicitado o parecer do Conselho Superior da Magistratura

Leia mais

Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Justiça da Federação Equestre Portuguesa

Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Justiça da Federação Equestre Portuguesa Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Justiça da Federação Equestre Portuguesa Lisboa, de Março de 2017 Ass.: Recurso sobre Candidaturas Eleitorais Alexandre da Costa Lobo Mascarenhas de Lemos, contribuinte

Leia mais

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA 7.ª revisão 2005 (excertos) Princípios fundamentais. ARTIGO 10.º (Sufrágio universal e partidos políticos)

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA 7.ª revisão 2005 (excertos) Princípios fundamentais. ARTIGO 10.º (Sufrágio universal e partidos políticos) CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA 7.ª revisão 2005 (excertos) Princípios fundamentais ARTIGO 10.º (Sufrágio universal e partidos políticos) 1. O povo exerce o poder político através do sufrágio universal,

Leia mais

Deliberação nº 1 /CC/2018. de 14 de Setembro. Relatório

Deliberação nº 1 /CC/2018. de 14 de Setembro. Relatório Deliberação nº 1 /CC/2018 de 14 de Setembro Processo nº 14/CC/2018 Deliberam os Juízes Conselheiros do Conselho Constitucional: I Relatório André Joaquim Magibire, na qualidade de mandatário do Partido

Leia mais

MUNICÍPIO DE CONDEIXA-A-NOVA

MUNICÍPIO DE CONDEIXA-A-NOVA ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ANUAL REFERENTE AO ANO DE 2016 I INTRODUÇÃO O Direito de Oposição começa por ter consagração na Constituição da República Portuguesa, mais concretamente,

Leia mais

RELATÓRIO DE OBSERVÂNCIA DO DIREITO DE OPOSIÇÃO

RELATÓRIO DE OBSERVÂNCIA DO DIREITO DE OPOSIÇÃO ANO 2018 RELATÓRIO DE OBSERVÂNCIA DO DIREITO DE OPOSIÇÃO Estatuto do Direito de Oposição Lei n.º 24/98 de 26 de maio I - INTRODUÇÃO O Direito de Oposição começa por ter consagração na Constituição da República

Leia mais

NOTAS EXPLICATIVAS e MODELOS EXEMPLIFICATIVOS. Com base no texto da nova lei eleitoral aprovada pela Lei Orgânica nº 1/2001, de 14 de Agosto.

NOTAS EXPLICATIVAS e MODELOS EXEMPLIFICATIVOS. Com base no texto da nova lei eleitoral aprovada pela Lei Orgânica nº 1/2001, de 14 de Agosto. PROCESSO DE CANDIDATURA DE GRUPOS DE CIDADÃOS INDEPENDENTES NOTAS EXPLICATIVAS e MODELOS EXEMPLIFICATIVOS Com base no texto da nova lei eleitoral aprovada pela Lei Orgânica nº 1/2001, de 14 de Agosto.

Leia mais

PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE: R-3385/00 (A6)

PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE: R-3385/00 (A6) PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE Meritíssimo Conselheiro Presidente do Tribunal Constitucional PEDIDO DE FISCALIZAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE: R-3385/00 (A6) DATA: Assunto: Igualdade - Remuneração

Leia mais

Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores Rua Senador André de Freitas Santa Cruz das Flores

Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores Rua Senador André de Freitas Santa Cruz das Flores Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores Rua Senador André de Freitas 9970-337 Santa Cruz das Flores Vossa Ref.ª Vossa Comunicação Nossa Ref.ª Proc. R-1910/10 (Aç) Assunto:

Leia mais

ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO. 1. Introdução RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO REFERENTE AO ANO DE 201 3

ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO. 1. Introdução RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO REFERENTE AO ANO DE 201 3 ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO REFERENTE AO ANO DE 201 3 1. Introdução Nos termos da alínea yy) do n.º 1 do artigo 33.º do Anexo I da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, compete

Leia mais

Recomendação n.º 1/B/2016

Recomendação n.º 1/B/2016 Sua Excelência O Presidente da Assembleia da República Palácio de São Bento 1249-068 LISBOA Sua referência Sua comunicação Nossa referência S-PdJ/2015/16557 Q/6433/2012 (UT6) Lisboa, 17 de fevereiro de

Leia mais

TÍTULO VIII Poder Local

TÍTULO VIII Poder Local CAPÍTULO I Princípios gerais TÍTULO VIII Poder Local Artigo 235º (Autarquias locais) Artigo 236º (Categorias de autarquias locais e divisão administrativa) Artigo 237º (Descentralização administrativa)

Leia mais

cn~ COMISSÃO NACIONAL DE ELEiÇÕES ATA N.o 60/XIV sessenta da Comissão Nacional de Eleições, na sala de reuniões sita na Av. D.

cn~ COMISSÃO NACIONAL DE ELEiÇÕES ATA N.o 60/XIV sessenta da Comissão Nacional de Eleições, na sala de reuniões sita na Av. D. ATA N.o 60/XIV Teve lugar no dia treze de novembro de dois mil e doze, a reunião número sessenta da Comissão Nacional de Eleições, na sala de reuniões sita na Av. D. Carlos I, n.o 128-7. andar, em Lisboa,

Leia mais

Pº C.P. 35/2009 SJC-CT-

Pº C.P. 35/2009 SJC-CT- Pº C.P. 35/2009 SJC-CT- Gratuitidade prevista no nº 3 do art. 33º do referido D.L. nº 116/2008 - Pedidos efectuados para lá dos prazos previstos para o cumprimento atempado da obrigação de registar Agravamento

Leia mais

Deliberação. ERC/2016/272 (Parecer-TV) Proposta de aditamento ao Contrato de Concessão de Serviço Público de Rádio e de Televisão

Deliberação. ERC/2016/272 (Parecer-TV) Proposta de aditamento ao Contrato de Concessão de Serviço Público de Rádio e de Televisão Deliberação ERC/2016/272 (Parecer-TV) Proposta de aditamento ao Contrato de Concessão de Serviço Público de Rádio e de Televisão Lisboa 21 de dezembro de 2016 Conselho Regulador da Entidade Reguladora

Leia mais

TÍTULO VIII PODER LOCAL

TÍTULO VIII PODER LOCAL TÍTULO VIII PODER LOCAL CAPÍTULO I Princípios gerais Artigo 235.º Autarquias locais 1. A organização democrática do Estado compreende a existência de autarquias locais. 2. As autarquias locais são pessoas

Leia mais

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica Despacho: Despacho: Manuela Gomes Directora do Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Despacho: Concordo inteiramente com a presente Informação e proponho o seu envio ao Sr. Director do DMGUF,

Leia mais

TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DE ANGOLA

TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DE ANGOLA TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DE ANGOLA RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO PARA A II ASSEMBLEIA DA CONFERÊNCIA DAS JURISDIÇÕES CONSTITUCIONAIS DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA CJCPLP Competência dos Tribunais Constitucionais

Leia mais

Deliberação. Atentando na referida cópia, o documento tem o seguinte título: Provimento

Deliberação. Atentando na referida cópia, o documento tem o seguinte título: Provimento Deliberação Remetido do Tribunal Judicial da Comarca de Gondomar, datado de 28/04/2010 e subscrito pela Exma. Senhora Juíza de Direito Presidente daquele Tribunal, foi recebido neste Conselho Distrital,

Leia mais

PROJECTO DE LEI N.º 224/X

PROJECTO DE LEI N.º 224/X PROJECTO DE LEI N.º 224/X LEI DA PARIDADE: ESTABELECE QUE AS LISTAS PARA A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, PARA O PARLAMENTO EUROPEU E PARA AS AUTARQUIAS LOCAIS SÃO COMPOSTAS DE MODO A ASSEGURAR A REPRESENTAÇÃO

Leia mais

SATAPOCAL - FICHA DE APOIO TÉCNICO N.º 1 /2013/RS

SATAPOCAL - FICHA DE APOIO TÉCNICO N.º 1 /2013/RS IDENTIFICAÇÃO DE CIRCUITOS E CRONOLOGIA DE PROCEDIMENTOS (Informação Interna do SATAPOCAL) 0.1. ENTIDADES INTERVENIENTES ENTIDADE (1) CCDR / RA / OUTRA (2) CCDR Norte (1) Indicar na primeira célula o tipo

Leia mais

ACÓRDÃO N.º 458/2013. Acordam, na 3.ª Secção, do Tribunal Constitucional

ACÓRDÃO N.º 458/2013. Acordam, na 3.ª Secção, do Tribunal Constitucional Página 1 de 5 [ TC > Jurisprudência > Acordãos > Acórdão 458/2013 ] ACÓRDÃO N.º 458/2013 Processo n.º 420/13 3.ª Secção Relator: Conselheira Catarina Sarmento e Castro Acordam, na 3.ª Secção, do Tribunal

Leia mais

RECOMENDAÇÃO Nº 4/B/2006 [art. 20.º, n.º 1, alínea b) da Lei n.º 9/91, de 9 de Abril] - Enunciado -

RECOMENDAÇÃO Nº 4/B/2006 [art. 20.º, n.º 1, alínea b) da Lei n.º 9/91, de 9 de Abril] - Enunciado - Número: 4/B/2006 Data: 22-05-2006 Entidade visada: Secretário de Estado Adjunto e do Orçamento Assunto: Composição das juntas médicas da ADSE e da Caixa Geral de Aposentações. Processo: R-1381/06 RECOMENDAÇÃO

Leia mais

PARECER JURÍDICO N.º 15 / CCDR LVT / Validade Válido JURISTA MARTA ALMEIDA TEIXEIRA GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

PARECER JURÍDICO N.º 15 / CCDR LVT / Validade Válido JURISTA MARTA ALMEIDA TEIXEIRA GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Validade Válido JURISTA MARTA ALMEIDA TEIXEIRA ASSUNTO GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS QUESTÃO A Câmara Municipal pretende saber se, nos termos do n.º 1 do art.º 5.º do DL 4/89, na atual redação, o abono para

Leia mais

Solução interpretativa: Não é obrigatória a existência de uma organização interna dos serviços das juntas de freguesia.

Solução interpretativa: Não é obrigatória a existência de uma organização interna dos serviços das juntas de freguesia. REUNIÃO DE COORDENAÇÃO JURÍDICA DE 8 DE JULHO DE 2010 SOLUÇÕES INTERPRETATIVAS UNIFORMES HOMOLOGADAS POR SUA EXCELEÊNCIA O SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL EM 28 DE DEZEMBRO DE 2010 1. É obrigatória

Leia mais

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica Despacho: Despacho: Concordo. À DMRH, para os devidos efeitos. Manuela Gomes Directora do Departamento Jurídico e de Contencioso 2010.03.15 Despacho: Concordo com a presente Informação e proponho o seu

Leia mais

Do direito à compensação dos encargos resultantes das dispensas dos eleitos locais e das faltas dadas ao abrigo do Estatuto do Dirigente Associativo

Do direito à compensação dos encargos resultantes das dispensas dos eleitos locais e das faltas dadas ao abrigo do Estatuto do Dirigente Associativo ASSUNTO: Do direito à compensação dos encargos resultantes das dispensas dos eleitos locais e das faltas dadas ao abrigo do Estatuto do Dirigente Associativo Parecer n.º: INF_DSAJAL_LIR_5833/2019 Data:

Leia mais

Parecer sobre o Decreto-Lei n.º 291/2009, de 12 de Outubro

Parecer sobre o Decreto-Lei n.º 291/2009, de 12 de Outubro ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DEFICIENTES Parecer sobre o Decreto-Lei n.º 291/2009, de 12 de Outubro Em 17 de Outubro de 2009, entrou em vigor o Decreto-Lei n.º 291/2009, que alterou os artigos 1.º, 2.º, 3.º

Leia mais

Pelo Exmº Senhor Presidente de Câmara Municipal foi solicitado parecer acerca do assunto em epígrafe. Em concreto, foi questionado o seguinte:

Pelo Exmº Senhor Presidente de Câmara Municipal foi solicitado parecer acerca do assunto em epígrafe. Em concreto, foi questionado o seguinte: Informação n.º ID 1521146 Proc. n.º 2014.01.10.4202 Data 2014.01.21 Assunto ELO/Vereador a meio tempo. Aposentado. Remuneração. Opção. LOE 2014. Pelo Exmº Senhor Presidente de Câmara Municipal foi solicitado

Leia mais

Deliberação Proc. n.º 27-AL/2013 (Ata n.º 98/XIV)

Deliberação Proc. n.º 27-AL/2013 (Ata n.º 98/XIV) Deliberação Proc. n.º 27-AL/2013 (Ata n.º 98/XIV) Pedido de informação de Grupo de Cidadãos Eleitores sobre a possibilidade concreta de adoção de determinadas denominações e siglas Lisboa 2 de julho de

Leia mais

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica Despacho: Despacho: Concordo. À Sr.ª Directora dos Recursos Humanos, Dr.ª Emília Galego Manuela Gomes Directora do Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso 2011.02.22 Despacho: Concordo. Proponho

Leia mais

2. DESIGNAÇÃO DOS MEMBROS DE MESA

2. DESIGNAÇÃO DOS MEMBROS DE MESA 2. DESIGNAÇÃO DOS MEMBROS DE MESA 2.1. Composição da mesa de voto À mesa das assembleias de voto compete promover e dirigir as operações eleitorais. (artigo 73.º, n.º 1, da LEOAL) Em cada assembleia de

Leia mais

INFORMAÇÃO N.º 170/JurisAPP/2018. Assunto: renovação de bolsas ao abrigo da Lei n.º 24/2018

INFORMAÇÃO N.º 170/JurisAPP/2018. Assunto: renovação de bolsas ao abrigo da Lei n.º 24/2018 INFORMAÇÃO N.º 170/JurisAPP/2018 Assunto: renovação de bolsas ao abrigo da Lei n.º 24/2018 Foi solicitado a este Centro de Competências Jurídicas que apreciasse a aplicabilidade da Lei n.º 24/2018, de

Leia mais

Deliberação (Ata n.º 156/XIV)

Deliberação (Ata n.º 156/XIV) Deliberação (Ata n.º 156/XIV) Participação do Bloco de Esquerda contra o Município de Sintra por falta de disponibilização de espaços para afixação de propaganda Lisboa 24 de junho Reunião n.º 156/XIV,

Leia mais

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES RELATÓRIO E PARECER, NO ÂMBITO DA AUDIÇÃO DOS ÓRGÃOS DE GOVERNO PRÓPRIO DAS REGIÕES AUTÓNOMAS, SOBRE O PROJECTO DE LEI N.º 148/IX (PS) - LEI DA RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL DO ESTADO (REVOGA

Leia mais

- Diz ser Presidente da Assembleia de Freguesia, da freguesia onde reside, e pergunta:

- Diz ser Presidente da Assembleia de Freguesia, da freguesia onde reside, e pergunta: 1 PARECER Nº 35/PP/2010-P CONCLUSÕES: A) O exercício da advocacia é inconciliável com qualquer cargo, função ou actividade que possam afectar a isenção, a independência e a dignidade da profissão; B) Não

Leia mais

Deliberação Proc. n.º 84/AL-2013 (Ata n.º 104/XIV)

Deliberação Proc. n.º 84/AL-2013 (Ata n.º 104/XIV) Deliberação Proc. n.º 84/AL-2013 (Ata n.º 104/XIV) Pedido de esclarecimentos, com carácter de urgência, da Câmara Municipal de Celorico da Beira relativo à Recomendação da Inspeção-Geral das Autarquias

Leia mais

Da realização da despesa pública. Do pagamento de abonos aos eleitos locais.

Da realização da despesa pública. Do pagamento de abonos aos eleitos locais. ASSUNTO: Da realização da despesa pública. Do pagamento de abonos aos eleitos locais. Parecer n.º: INF_DAAL_AMM_4725/2019 Data: 17.05.2019 1. Enquadramento Pelo Senhor Presidente da Junta de Freguesia

Leia mais

ESTATUTO DIREITO DE OPOSIÇÃO - RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ANUAL. Referente ao ano de 2014, nos termos da Lei n.º 24/98, de 26 de maio.

ESTATUTO DIREITO DE OPOSIÇÃO - RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ANUAL. Referente ao ano de 2014, nos termos da Lei n.º 24/98, de 26 de maio. ESTATUTO DIREITO DE OPOSIÇÃO - RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ANUAL Referente ao ano de 2014, nos termos da Lei n.º 24/98, de 26 de maio. I - Introdução O Direito de Oposição começa por ter consagração na Constituição

Leia mais

ACESSO AO DIREITO / ACESSO À JUSTIÇA AS DUAS FACES DE JANUS

ACESSO AO DIREITO / ACESSO À JUSTIÇA AS DUAS FACES DE JANUS ACESSO AO DIREITO / ACESSO À JUSTIÇA AS DUAS FACES DE JANUS I - Introdução Debater a Reforma da Justiça é, reflectir também sobre o seu governo e, necessariamente, sobre o Estado. Hoje, a luta pela justiça

Leia mais

O dever de guardar segredo profissional corresponde a um princípio basilar do exercício da advocacia.

O dever de guardar segredo profissional corresponde a um princípio basilar do exercício da advocacia. - Dispensa de Segredo Profissional nº 108/2008 1. Requerimento O Exmo. Sr. Dr. ( ), Advogado (CP nº ( )P), com escritório à ( ), no ( ), veio pedir dispensa do dever de guardar segredo profissional, com

Leia mais

Exmo. Senhor Presidente do Governo Regional da Região Autónoma da Madeira,

Exmo. Senhor Presidente do Governo Regional da Região Autónoma da Madeira, De: Gabinete - Secretaria Regional da Educacao Para: Iniciativa legislativa Assunto: Memorando - Projeto de Lei n.º 278/XIII/1.ª (PCP) Data: quinta-feira, 28 de Julho de 2016 12:26:37 Anexos: image001.png

Leia mais

Aula nº 02 (Direitos Políticos)

Aula nº 02 (Direitos Políticos) Página1 Curso/Disciplina: Direito Constitucional Objetivo Aula: Direitos Políticos Aula 02 Professor(a): Luís Alberto Monitor(a): Ana Cristina Miguel de Aquino Aula nº 02 (Direitos Políticos) INICIATIVA

Leia mais

Assembleia de Freguesia de Salvaterra de Magos

Assembleia de Freguesia de Salvaterra de Magos A Assembleia de Freguesia de Salvaterra de Magos, reunida em 21 de Setembro de 2012, deliberou por unanimidade relativamente à Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, nos termos e para os

Leia mais

A ratio da limitação dos mandatos autárquicos A raiz constitucional da Lei n.º 46/2005

A ratio da limitação dos mandatos autárquicos A raiz constitucional da Lei n.º 46/2005 Francisco H. Neves A ratio da limitação dos mandatos autárquicos A raiz constitucional da Lei n.º 46/2005 VERBO jurídico VERBO jurídico A ratio da limitação dos mandatos autárquicos a raiz constitucional

Leia mais

PARECER JURÍDICO N.º 62 / CCDR-LVT / Validade Válido JURISTA MARTA ALMEIDA TEIXEIRA

PARECER JURÍDICO N.º 62 / CCDR-LVT / Validade Válido JURISTA MARTA ALMEIDA TEIXEIRA Validade Válido JURISTA MARTA ALMEIDA TEIXEIRA ASSUNTO ELEITOS LOCAIS QUESTÃO A Câmara Municipal é um serviço processador de senhas de presença aos membros da Assembleia Municipal, sendo estas funções

Leia mais

Acta n.º ESCOLA PROFISSIONAL DE FELGUEIRAS Presente o parecer emitido

Acta n.º ESCOLA PROFISSIONAL DE FELGUEIRAS Presente o parecer emitido ESCOLA PROFISSIONAL DE FELGUEIRAS Presente o parecer emitido pelo Sr. Dr. Marques de Carvalho datado de 15 de Julho de 2003, na sequência da deliberação tomada por esta Câmara Municipal em sua reunião

Leia mais

COMPETêNCIA DOS ADVOGADOS ESTAGIÁRIOS PARA RECONhECIMENTOS DE ASSINATURAS, AUTENTICAÇÃO E TRADUÇÃO DE DOCUMENTOS E CONFERêNCIA DE CóPIAS

COMPETêNCIA DOS ADVOGADOS ESTAGIÁRIOS PARA RECONhECIMENTOS DE ASSINATURAS, AUTENTICAÇÃO E TRADUÇÃO DE DOCUMENTOS E CONFERêNCIA DE CóPIAS COMPETêNCIA DOS ADVOGADOS ESTAGIÁRIOS PARA RECONhECIMENTOS DE ASSINATURAS, AUTENTICAÇÃO E TRADUÇÃO DE DOCUMENTOS E CONFERêNCIA DE CóPIAS Processo n.º 27/PP/2014-G e 30/PP/2014-G Relator: Dr. A. Pires de

Leia mais

CURSO DE DIREITO DIREITO ELEITORAL. Prof. Gilberto Kenji Futada SISTEMAS ELEITORAIS. A CF/88 prevê inelegibilidades absolutas e relativas

CURSO DE DIREITO DIREITO ELEITORAL. Prof. Gilberto Kenji Futada SISTEMAS ELEITORAIS. A CF/88 prevê inelegibilidades absolutas e relativas CURSO DE DIREITO Prof. A CF/88 prevê inelegibilidades absolutas e relativas Inelegibilidades Absolutas a) Inalistabilidade A plena disposição dos direitos políticos ativos (votar) é condição para o exercício

Leia mais

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO ANO 2014

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO ANO 2014 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO ANO 2014 1- INTRODUÇÃO Atendendo ao princípio constitucional que reconhece às minorias o direto de oposição democrática, consagrado no n.º 2 do artigo

Leia mais

Exmº Senhor Presidente do Tribunal Constitucional Palácio Ratton Rua de O Século, Lisboa

Exmº Senhor Presidente do Tribunal Constitucional Palácio Ratton Rua de O Século, Lisboa Exmº Senhor Presidente do Tribunal Constitucional Palácio Ratton Rua de O Século, 111 1250 Lisboa Os Deputados à Assembleia da República abaixo-assinados, nos termos do art. 281º, nº 1, al. a), e nº 2,

Leia mais

Regime Jurídico de Incompatibilidades e Impedimentos dos Titulares de Cargos Políticos e Altos Cargos Públicos

Regime Jurídico de Incompatibilidades e Impedimentos dos Titulares de Cargos Políticos e Altos Cargos Públicos Regime Jurídico de Incompatibilidades e Impedimentos dos Titulares de Cargos Políticos e Altos Cargos Públicos Lei n.º 64/93, de 26 de Agosto, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 39-B/94, de 27

Leia mais

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO ANO 2013 (19 de outubro a 31 de dezembro)

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO ANO 2013 (19 de outubro a 31 de dezembro) RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO ANO 2013 (19 de outubro a 31 de dezembro) 1- INTRODUÇÃO Fomentando o preceito constitucional do reconhecimento às minorias do direto de oposição democrática,

Leia mais

N/Referência: P.º C.P. 41/2016 STJ-CC Data de homologação:

N/Referência: P.º C.P. 41/2016 STJ-CC Data de homologação: DIVULGAÇÃO DE PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO N.º 10/ CC /2017 N/Referência: P.º C.P. 41/2016 STJ-CC Data de homologação: 20-01-2017 Consulente: Setor Técnico-Jurídico dos Serviços de Registo (STJSR). Assunto:

Leia mais

2015 Câmara Municipal de Nordeste. Relatório do Direito de Oposição

2015 Câmara Municipal de Nordeste. Relatório do Direito de Oposição Relatório do Direito de Oposição ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO RELATÓRIO AVALIAÇÃO DE 2015 Aprovado pela Lei n.º 24/98, de 26 de maio, o Estatuto do Direito de Oposição assegura às minorias, o direito

Leia mais

Conselho de Jurisdição Nacional Do Partido pelos Animais e pela Natureza. Parecer nº 7 / 2014

Conselho de Jurisdição Nacional Do Partido pelos Animais e pela Natureza. Parecer nº 7 / 2014 Conselho de Jurisdição Nacional Do Partido pelos Animais e pela Natureza Parecer nº 7 / 2014 Em resposta às dúvidas recentemente colocadas pela mesa da Comissão Política Nacional (CPN), na sequência da

Leia mais

Cumpre, pois, informar:

Cumpre, pois, informar: ASSUNTO: Da possibilidade de redução do período experimental Parecer n.º: Data: Pelo Exº Senhor Presidente de Câmara Municipal foi solicitado parecer acerca da duração do período experimental nas carreiras

Leia mais

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica

Departamento Municipal Jurídico e de Contencioso Divisão Municipal de Estudos e Assessoria Jurídica Despacho: Despacho: Despacho: Concordo. Remeta-se a presente Informação ao Sr. Director do DMGUF, Arq.º Aníbal Caldas. Cristina Guimarães Chefe da Divisão de Estudos e Assessoria Jurídica 2010.04.05 N.º

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL PEÇA PROFISSIONAL O governo brasileiro, preocupado com os índices crescentes de ataques terroristas no mundo, vinculou-se à Convenção sobre os Direitos Humanos das Vítimas de Atividades

Leia mais

AS RECEITAS E DESPESAS DA CAMPANHA ELEITORAL

AS RECEITAS E DESPESAS DA CAMPANHA ELEITORAL AS RECEITAS E DESPESAS DA CAMPANHA ELEITORAL Manual de Candidatura Eleições Autárquicas 2001 REGRAS A RETER Os partidos, coligações e grupos de cidadãos eleitores devem : abrir conta bancária afecta à

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 299/XII/2.ª

PROJETO DE LEI N.º 299/XII/2.ª Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI N.º 299/XII/2.ª DEFINE O REGIME DE AUDIÇÃO E PARTICIPAÇÃO DAS AUTARQUIAS LOCAIS E POPULAÇÕES NO PROCESSO LEGISLATIVO DE CRIAÇÃO, EXTINÇÃO, FUSÃO E MODIFICAÇÃO DE AUTARQUIAS

Leia mais

A Delegação de ( ) esclarece que a anterior delegação era composta por cinco membros e a actual por três membros.

A Delegação de ( ) esclarece que a anterior delegação era composta por cinco membros e a actual por três membros. Parecer nº 55/PP/2010-P A Delegação de ( )veio solicitar ao Conselho Distrital do Porto um parecer sobre a legalidade da composição da Delegação de ( ) resultante da eleição realizada no passado dia 13

Leia mais

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Acórdãos STA Processo: 0545/10 Data do Acordão: 15-09-2010 Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo Tribunal: Relator: Descritores: Sumário: 2 SECÇÃO ANTÓNIO CALHAU IVA CADUCIDADE DO DIREITO À LIQUIDAÇÃO

Leia mais

O art.º 120º da LTFP, sob a epígrafe Limites da duração do trabalho suplementar determina o seguinte:

O art.º 120º da LTFP, sob a epígrafe Limites da duração do trabalho suplementar determina o seguinte: ASSUNTO: Do acréscimo remuneratório devido por prestação de trabalho suplementar em dia de descanso semanal e da possibilidade da sua fixação por instrumento de regulamentação coletiva Parecer n.º: INF_DSAJAL_LIR_4174/2018

Leia mais

Deliberação 266/2013 (DR-I)

Deliberação 266/2013 (DR-I) Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social Deliberação 266/2013 (DR-I) Recurso de Elvio Duarte Martins Sousa contra o Jornal da Madeira por denegação do direito de resposta e de

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Políticos - Parte 2 Prof. Alexandre Demidoff Plebiscito e referendo -> Procedimento e instrumento de convocação: Art. 3 o Nas questões de relevância nacional, de competência

Leia mais

ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO

ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO RELATÓRIO 2015 A Lei n.º 24/98 de 26 de maio criou o Estatuto do Direito de Oposição o qual pretende assegurar o funcionamento dos órgãos eleitos, garantindo às minorias

Leia mais

Caso prático 4. Direito Constitucional I. (resolvido) Charles é doutorado por Oxford, residindo em Portugal há 10 anos.

Caso prático 4. Direito Constitucional I. (resolvido) Charles é doutorado por Oxford, residindo em Portugal há 10 anos. Caso prático 4 Direito Constitucional I (resolvido) Charles é doutorado por Oxford, residindo em Portugal há 10 anos. a) Poderá Charles candidatar-se a Reitor da Universidade de Lisboa? b) Poderá Charles

Leia mais

Estatutos do PDR. Artigo 1º (Missão e objetivos)

Estatutos do PDR. Artigo 1º (Missão e objetivos) Estatutos do PDR Artigo 1º (Missão e objetivos) 1. O PDR tem por objetivos e rege-se pelos princípios constantes da sua declaração de princípios anexa aos presentes estatutos. 2. O PDR tem por missão intervir

Leia mais

Câmara Municipal de Mealhada

Câmara Municipal de Mealhada ESTATUTO DO DIREITO ESTATUTO DE OPOSIÇÃO DO DIREITO (Lei DE OPOSIÇÃO n.º 24/98, de 26 de maio) RELATÓRIO LEI n.º DE 24/98, AVALIAÇÃO de 26 de maio DE 2015 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO ESTATUTO/2015

Leia mais

ACóRDÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL N.º 262/2015

ACóRDÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL N.º 262/2015 J u r i s p r u d ê n c i a C r í t i c a ACóRDÃO DO TRIBUNAL CONSTITUCIONAL N.º 262/2015 Processo n.º 713/14 Plenário Relatora: Conselheira Catarina Sarmento e Castro Acordam em Plenário, no Tribunal

Leia mais

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO nº, DE (Do Sr. RODRIGO GARCIA E OUTROS)

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO nº, DE (Do Sr. RODRIGO GARCIA E OUTROS) PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO nº, DE 2018. (Do Sr. RODRIGO GARCIA E OUTROS) Acrescenta parágrafo único ao art. 80 da Constituição Federal para dispor que, dentro dos 06 (seis) meses anteriores ao pleito,

Leia mais

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RS DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (Executivo, Legislativo e Judiciário) PROFESSOR MATEUS SILVEIRA

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RS DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (Executivo, Legislativo e Judiciário) PROFESSOR MATEUS SILVEIRA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RS DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (Executivo, Legislativo e Judiciário) PROFESSOR MATEUS SILVEIRA Professor Mateus Silveira Fanpage Facebook: @professormateussilveira Instagram: @professormateussilveira

Leia mais

PROJECTO DE LEI N.º 368/VIII

PROJECTO DE LEI N.º 368/VIII PROJECTO DE LEI N.º 368/VIII ALTERA O DECRETO-LEI N.º 344-B/82, DE 1 DE SETEMBRO, QUE ESTABELECE OS PRINCÍPIOS GERAIS A QUE DEVEM OBEDECER OS CONTRATOS DE CONCESSÃO A FAVOR DA EDP QUANDO A EXPLORAÇÃO NÃO

Leia mais

na sequência da rectificação do Av. 1 à descrição 7271 da freguesia de para anotação. A devolução daquele emolumento é da mais elementar justiça.

na sequência da rectificação do Av. 1 à descrição 7271 da freguesia de para anotação. A devolução daquele emolumento é da mais elementar justiça. Proc.º R.P.234/2004 DSJ-CT- Inscrição de apreensão em processo de insolvência Emolumento. DELIBERAÇÃO Conta impugnada: Registo de apreensão em processo de falência, dos prédios descritos sob os nºs 06959/,06980/,

Leia mais

PROJECTO DE LEI N.º 266/IX ALTERA A LEI DE FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS E DAS CAMPANHAS ELEITORAIS. Exposição de motivos

PROJECTO DE LEI N.º 266/IX ALTERA A LEI DE FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS E DAS CAMPANHAS ELEITORAIS. Exposição de motivos PROJECTO DE LEI N.º 266/IX ALTERA A LEI DE FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS E DAS CAMPANHAS ELEITORAIS Exposição de motivos De acordo com a Recomendação 1516 (2001), do Conselho da Europa, sobre o

Leia mais

Processo de Designação dos Membros de Mesa. Disposições aplicáveis: artigos 44º, 47º, 48º, 49º e 164º da Lei n.º 14/79, de 16 de Maio (LEAR)

Processo de Designação dos Membros de Mesa. Disposições aplicáveis: artigos 44º, 47º, 48º, 49º e 164º da Lei n.º 14/79, de 16 de Maio (LEAR) Processo de Designação dos Membros de Mesa Disposições aplicáveis: artigos 44º, 47º, 48º, 49º e 164º da Lei n.º 14/79, de 16 de Maio (LEAR) As funções de membros de mesa inserem-se no dever de colaboração

Leia mais

I Da composição do conselho municipal de segurança e da possibilidade de delegação de poderes do presidente num vereador

I Da composição do conselho municipal de segurança e da possibilidade de delegação de poderes do presidente num vereador ASSUNTO: Da composição do conselho municipal de segurança Parecer n.º: INF_DSAJAL_LIR_8182/2018 Data: 19-09-2018 Pelo Exº Diretor de Departamento foi solicitado parecer acerca das competências do Conselho

Leia mais

CAMARA MUNICIPAL DE MAFRA ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE 2014

CAMARA MUNICIPAL DE MAFRA ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE 2014 CAMARA MUNICIPAL DE MAFRA ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE 2014 O Estatuto do Direito de Oposição tem enquadramento legal na Lei n. 24/98, de 26 de Maio, a qual determina, no seu

Leia mais

Reunião n.º 184/XIV, de Deliberação

Reunião n.º 184/XIV, de Deliberação Reunião n.º 184/XIV, de 03.02.2015 Assunto: Pedido de parecer do Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Transformadoras de Energia e Atividades do Ambiente do Nortes sobre o alcance do direito à dispensa

Leia mais

Da concessão de isenções e benefícios legais. Da alteração ao artigo 16.º do RFALEI introduzida pela LOE 2017.

Da concessão de isenções e benefícios legais. Da alteração ao artigo 16.º do RFALEI introduzida pela LOE 2017. Da concessão de isenções e benefícios legais. Da alteração ao artigo 16.º do RFALEI introduzida pela LOE 2017. Na sequência da alteração introduzida ao artigo 16.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro

Leia mais

PROPOSTA DE LEI N 1/98

PROPOSTA DE LEI N 1/98 ---- REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES PROPOSTA DE LEI N 1/98 REGIME JURÍDICO DE CRIAçÃO DE FREGUESIAS NA REGIÃO AUTÓNOMADOS AÇORES 1. Considerando que as normas sobre a criação de freguesias contidas na Lei

Leia mais

Altera o Código de Trabalho, repondo o direito ao tratamento mais favorável. Exposição de Motivos

Altera o Código de Trabalho, repondo o direito ao tratamento mais favorável. Exposição de Motivos Grupo Parlamentar Projecto de Lei n.º./xi Altera o Código de Trabalho, repondo o direito ao tratamento mais favorável Exposição de Motivos O princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador é um dos

Leia mais

Eleito em regime de não permanência Dispensa da atividade profissional

Eleito em regime de não permanência Dispensa da atividade profissional Parecer n.º DSAJAL 218/18 Data 23 de julho de 2018 Autor Maria José Castanheira Neves Temáticas abordadas Eleito em regime de não permanência Dispensa da atividade profissional Notas 1 8 Em referência

Leia mais

Proposta de Lei nº 309/XII/4.ª (Aprova os Estatutos da Ordem dos Advogados)

Proposta de Lei nº 309/XII/4.ª (Aprova os Estatutos da Ordem dos Advogados) Proposta de Lei nº 309/XII/4.ª (Aprova os Estatutos da Ordem dos Advogados) A Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República solicitou parecer sobre a

Leia mais

Remuneração de eleito local em regime de meio tempo.

Remuneração de eleito local em regime de meio tempo. Remuneração de eleito local em regime de meio tempo. Pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal, representado pelo seu Interlocutor junto desta Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, foi solicitado

Leia mais

S. R. PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Proposta de Lei de alteração da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro (CEJ)

S. R. PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Proposta de Lei de alteração da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro (CEJ) S. R. PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO Proposta de Lei de alteração da Lei nº 2/2008, de 14 de Janeiro (CEJ) COMENTÁRIO I Introdução O Senhor Presidente da Comissão

Leia mais

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO ANO 2015

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO ANO 2015 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO ANO 2015 1- INTRODUÇÃO O Estatuto do Direito de Oposição, aprovado pela lei n.º 24/98, de 26 de maio, pretende assegurar o funcionamento democrático

Leia mais

~...L'~\C- DELIBERAÇÃO. velho. ,.. a

~...L'~\C- DELIBERAÇÃO. velho. ,.. a ,.. a MUNicíPIO PoNTE El UMA. TERRA RICA DA HUMANIO"O( DELIBERAÇÃO 5.1 - ESTATUTO DO DIREITO DE OPOSIÇÃO RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DO PERÍODO ENTRE 28 DE OUTUBRO A 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E DO ANO DE 2010

Leia mais

Acórdão Conselho Disciplina nº 01/2011

Acórdão Conselho Disciplina nº 01/2011 Acórdão Conselho Disciplina nº 01/2011 Na sequência de decisão da Assembleia Geral da Associação de Xadrez de Lisboa (AXL), tomada em 20/05/2011, foi remetida a este Conselho de Disciplina (CD) uma participação

Leia mais