ÉTICA: FUNDAMENTOS SÓCIO - HISTÓRICOS
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- Iasmin Malheiro Imperial
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1 ÉTICA: FUNDAMENTOS SÓCIO - HISTÓRICOS Autora: Mônica E. da Silva Ramos CURSO: Serviço Social
2 ÉTICA: Fundamentos sócio - históricos O trabalho ora posto nasce das inquietudes e reflexões da autora desenvolvidas durante a disciplina de Serviço Social e Ética Profissional e discorre a respeito da importância de conhecer o projeto Ético político do Serviço Social enquanto projeto societário que busca uma nova ordem social. O presente estudo objetiva promover reflexão a respeito do Projeto Ético Político do profissional do Serviço Social para dar visibilidade à importância que o mesmo têm nas intervenções da categoria profissional. 2
3 ÉTICA: Fundamentos sócio - históricos Livros que fazem parte da Biblioteca Básica do Serviço Social 3
4 ÉTICA: Fundamentos sócio- histórico Autora de Ética e serviço social: fundamentos - sócio históricos (São Paulo, Cortez, 2001). 4
5 Vida e Obra de Maria Lucia S. Barroco Forma-se em Serviço Social pela PUC/SP (1982), atuando profissionalmente na coordenação de projetos de Reurbanização de Favelas, na CDHU(Companhia Desenvolvimento Habitacional e Urbano) e na PMSP (Polícia Militar de São Paulo) e no projeto de Teatro com Presas (os), na Penitenciária Feminina da Capital (SP) e na Papuda, no DF. É aluna do Curso regular de Graduação em Filosofia (USP) entre 1982 e 1985, quando ingressa na docência, na Graduação em Serviço da PUC/SP para ministrar as disciplinas de Ética e Fundamentos Filosóficos. Entre 1993 e 2000 participa ativamente dos Conselhos Federal e Regional de Serviço Social, sendo membro da Comissão de reformulação do atual Código de Ética do/a assistente social e conselheira de duas gestões do Conselho Federal. 5
6 Vida e Obra de Maria Lucia S. Barroco Em 1993 ingressa no Mestrado em Serviço Social, sendo indicada pela Banca de qualificação para passar para o doutorado, defendido em 1997, sob orientação do Prof. Dr. José Paulo Netto, com a Tese: Ontologia Social e Reflexão Ética. A partir de sua titulação passa a ministrar a disciplina de Ética no Programa de Estudos Pós Graduados em Serviço Social da PUCSP. Em 2000, cria e passa a coordenar o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Ética e Direitos Humanos (NEPEDH), na Pós Graduação. Em 2001, realiza o Curso de Especialização em Direitos Humanos, na Universidade Pablo de Olavide, em Sevilha, sendo orientada pelo Prof.Dr. Joaquin Herrera. Em 2007, realiza Pós-Doutorado no Departamento de Filosofia da Universidade de Lisboa, sob orientação do prof. Dr. José Barata Moura. Desde 2001 é pesquisadora do CNPq, desenvolvendo estudos sobre os direitos humanos, a ética, o conservadorismo e o irracionalismo; temas que se desdobram nas atividades do NEPEDH e na orientação de mestrandos e doutorandos. É autora de diversos livros e artigos sobre seus temas de pesquisa, também divulgados em palestras e conferencias. 6
7 Estrutura do livro Conteúdo organizado em três capítulos. Primeira unidade apresenta os fundamentos ontológicos do ser social;. Segunda unidade apresenta as objetivações ético-morais: a moral, o conhecimento ético, as exigências e motivações éticas singulares e humano genéricas, a práxis ética;. Terceira e ultima unidade, a relação entre ética, moral, a ideologia e a política. 7
8 ÉTICA: Fundamentos sócio histórico Todo conhecimento que pretende superar o que está dado supõe uma postura de questionamento. Essa postura é uma postura crítica baseada na indagação da realidade uma vez que o homem é capaz de perguntar e criar novas perguntas a partir de suas respostas. A crítica teórica busca fundamentos da realidade, tem uma perspectiva radical, seu objetivo é buscar a essência dos fenômenos indo além da aparência. 8
9 ÉTICA: Fundamentos sócio histórico Quando ficamos na aparência dos fenômenos, não saímos da esfera da vida cotidiana, reproduzindo as idéias do senso comum. Senso comum: é o espaço do cotidiano (vida cotidiana) em que as coisas acontecem sem que se reflita sobre elas, onde as coisas acontecem de maneira prática e objetiva, mas com ausência de reflexão. A filosofia fornece uma compreensão sobre o homem que se coloca como base para várias teorias e ciências. Quando esta concepção é histórica, as perguntas sobre a essência dos fenômenos serão buscadas no próprio homem entendido como autor e construtor da sua própria história. 9
10 Capítulo I As bases sócio-históricas de constituição da ética O ser social surge da interação com a natureza e essa interação se faz através do trabalho. O trabalho é o ponto de partida da humanização do homem. Nesse processo histórico que são tecidas as possibilidades do homem se comportar como um ser ético, enquanto o animal se relaciona com a natureza a partir do instinto. O ser social passa a construir mediações cada vez mais articuladas ampliando seu domínio sobre a natureza e sobre si mesmo. Deste modo sem deixar de se relacionar com a natureza, pois precisa dela para se manter vivo, vai moldando sua natureza social. 10
11 Capítulo I As bases sócio-históricas de constituição da ética A ética é entendida como um modo de ser socialmente determinado em sua gênese no processo de auto construção do ser social. A ética existe porque nós, humanos, somos agregados, e porque só conseguimos existir em sociedade. O Serviço Social por muito tempo foi entendido dentro da perspectiva de um trabalho filantrópico e de caridade. Os Códigos de Ética Profissional de 47,65,75 partilhavam da idéia que a moral ou a ética poderiam ser consideradas como a ciência dos princípios e das normas que deviam ser seguidas para fazer o bem e evitar o mal. 11
12 Capítulo I As bases sócio-históricas de constituição da ética É a partir deste pensamento que é possível conceber a ética de uma forma histórica. (p.20). Nós temos um forte propósito de pensarmos a ética como um conjunto de idéias, um ideal, valores abstratos. Mas a ética é muito mais que isso. A partir do pensamento de Marx é possível compreender que o valor é objetivo, ele é uma construção histórica objetiva. Os valores são construídos historicamente pelos homens na medida em que eles atendem a determinadas necessidades num dado momento. É desta maneira que os valores se tornam importantes. 12
13 Capítulo I As bases sócio-históricas de constituição da ética A ética vem da capacidade de se discernir bem/mal, a capacidade de agir, de optar conscientemente buscando realizar escolhas de determinados valores. (p.25) Valores fundamentais como: a liberdade,a democracia, a cidadania,justiça social e igualdade. Para se reproduzir o homem precisa satisfazer suas necessidades básicas e isso acontece através da concretização do trabalho. Sanadas suas necessidades básicas, surgem novas manifestações que vão enriquecendo seu outro lado, não só o físico como o espiritual e isso pode se dá através da arte,da cultura = seu enriquecimento como ser de totalidade. 13
14 Capítulo I I A reprodução social das objetivações ético-morais No início das sociedades primitivas nos temos a presença do valor da valentia, da solidariedade e da igualdade muito fortes. A nossa sociedade é fundada numa forma de relação da propriedade privada de tudo, não só dos bens de produção, surge daí o sentimento da individualidade, do egoísmo próprio de uma sociedade capitalista. Só o homem é um ser ético, essa capacidade de se comportar eticamente vem da criação de valores que são necessários para a organização na vida em comunidade. 14
15 Capítulo I I A reprodução social das objetivações ético-morais Primeiras formas de organização social dos valores= buscam integração social da coletividade, baseada em valores solidários. A todo momento o indivíduo se depara com exigências que põem em movimento, em maior ou menor grau, seus sentimentos, sua consciência, sua racionalidade, sua subjetividade; situações de afirmação ou de negação de valores ético-morais, por exemplo, de injustiça violência, discriminação, que exigem moralmente um posicionamento por parte dele. Ele pode ou não responder moralmente a tais exigências: pode ficar indignado e assumir um posicionamento de valor... O importante dizer que todo homem é um ser ético, quer fique calado, quer se manifeste. ( 2008, p-65). 15
16 Capítulo I I A reprodução social das objetivações ético-morais A ética é uma dessas manifestações que exige que o indivíduo não pense no seu eu e sim que pense no outro. É uma atividade que exige um posicionamento diante da realidade Essa tomada de posição se dá através das alternativas de escolhas. A escolha é um dos requisitos do ser ético, porque a escolha é um princípio da liberdade. Para Marx a ética, a liberdade tem que se manifestar. Elas partem de uma realização concreta. Precisam acontecer. 16
17 Capítulo I I A reprodução social das objetivações ético-morais A ética é a crítica da vida cotidiana, em seus aspectos morais, isto é,à discriminação, ao preconceito, ao moralismo, ao individualismo, ao egoísmo moral,entendidos como formas de expressão das relações sociais fundadas na exploração do trabalho e na apropriação da riqueza socialmente construída. Para Marx a ética, a liberdade tem que se manifestar. Elas partem de uma realização concreta, precisam acontecer. 17
18 Capítulo III História e sociedade: os sujeitos ético-políticos Ela é como um fio condutor do comportamento moral, e que possibilita a liberdade de agir desta ou daquela forma, mas a liberdade neste caso vem acompanhada de um dever que nada mais é que observar a realidade e submeter os conceitos morais ali presentes a uma crítica. A ética é dada pela liberdade, ela é capacidade de escolha consciente dirigida a uma finalidade,capacidade prática de criar condições para a realização objetivas das escolhas. Liberdade viabilizada através do trabalho. E para que ele se efetive como atividade livre é preciso que ele se realize como atividade criadora. 18
19 Capítulo III História e sociedade: os sujeitos ético-políticos Essa tomada de posição se dá através das alternativas de escolhas. A escolha é um dos requisitos do ser ético, porque a escolha é um princípio da liberdade. Para Marx a ética, a liberdade tem que se manifestar. Elas partem de uma realização concreta. Precisam acontecer. Por este motivo a ética é tida como uma PRÁXIS, ela não é um ideal. Práxis é a prática social, prática social que transforma uma idéia, um trabalho. As capacidades que são necessárias para o agir ético são a consciência, a sociabilidade, a liberdade, todas elas desenvolvidas a partir do trabalho.. 19
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21 ÉTICA: Fundamentos sócio - históricos O que é liberdade na sua concepção? Você concorda com a definição de que sua liberdade acaba onde começa a do outro? 21
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