CRESCIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO RESTRIÇÕES E ALTERNATIVAS
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- Eric Mota Bento
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1 CRESCIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO RESTRIÇÕES E ALTERNATIVAS Abril
2 O Brasil não cresce suficientemente há mais de 30 anos % a.a. 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0-2,0-4,0-6,0 Variações anuais do PIB Brasileiro ,5 Figueiredo 2,9 Sarney 1,2 Collor + Itamar Variação Real % Anual** 2,6 2,3 3,5 4,6 2,1 FHC I FHC II Lula I Lula II Dilma PIB PER CAPITA Governo Período Média % ,2 Figueiredo ,4 Sarney ,3 Collor Itamar ,4 FHC I ,0 FHC II ,5 Lula I ,2 Lula II ,5 Dilma , Brasil 1,4 Mundo* 1,9 Fonte: IBGE. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. *Desempenho médio até
3 Nós crescemos menos do que mundo, menos que a América Latina e muito menos que os emergentes Número índice Base: 1980 = DESEMPENHO ACUMULADO DO PIB Emerging market and developing economies World Brazil Figueiredo Sarney Collor + Itamar FHC I FHC II Lula I Lula II Dilma Fonte: FMI Fundo Monetário Internacional. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. 3
4 Participação percentual O Brasil é um país emergente? Na realidade ele perde participação no mundo nos últimos 20 anos ,5 5 4,5 BRASIL: Relação entre o PIB (PPP) do Brasil, do Mundo e das economias desenvolvidas ,7 OCDE World 5,3 4 3,5 Termos de troca crescente Fim do ciclo de commodities 3 3,1 2,5 2 2,8 Fonte: FMI Fundo Monetário Internacional. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. 4
5 Afinal, porque não crescemos nas últimas décadas? Existem explicações para todos os gostos: Faltam investimentos em infraestrutura Os investimentos em educação e inovação são baixos O nível de poupança é insuficiente O tripé foi abandonado e o Banco Central não é independente Exigências de conteúdo local e protecionismo aumentam custos Baixa concorrência externa e falta de acordos comerciais Subsídios do tesouro ao consumo e ao BNDES Aumento do salário acima da produtividade, que não cresce Custo Brasil São todos condicionantes importantes mas, nós crescemos bem, durante alguns períodos, apesar de coexistirmos com estes mesmos problemas e outros mais... 5
6 FATORES INTERNOS RESPONSÁVEIS PELO BAIXO CRESCIMENTO
7 Baixa taxa de investimento há mais de duas décadas Média últimos 14 anos ( ) Investimento - FBCF/PIB (%) Brasil (LCA) BR 18,4 AL 20,2 20,5 20,2 20,6 20,6 19,2 19,5 18,1 17,3 17,2 17,4 16,7 18,0 18,4 18,3 Mundo 23,1 RIC 32,5 Brasil 2014 = 19,7 5,00 7,00 9,00 11,00 13,00 15,00 17,00 19,00 21,00 23,00 25,00 Fonte: IBGE e World Bank. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. 7
8 O resultado é um baixo estoque de capital produtivo, o que reduz a produtividade 8
9 Fim do bônus demográfico vai nos obrigar a aumentar a produtividade, se quisermos crescer Taxa de crescimento anual do PIB (%): Contribuição do aumento de trabalhadores e da produtividade 9
10 A produtividade do trabalho decorre principalmente do investimento em recursos produtivos GRÁFICO 6 Produtividade global do trabalho e suas fontes, Fonte: R b t Inklaa an Ma l. n ng n 10
11 PORQUE O BRASIL INVESTE POUCO?
12 Será porque a poupança é baixa? Fonte: Contas Nacionais Trimestrais. Elaboração: CEMEC 12
13 Ou por causa do baixo retorno sobre o patrimônio das empresas não financeiras Fonte e Elaboração: Frederico Torres de Souza, Master of Sciences in Management pela Purdue University e Leandro Novais e Silva, Professor Adjunto de Direito Econômico na FDUFMG. 13
14 Retorno do capital investido é menor que o custo financeiro de dívida Empresas não financeiras de capital aberto 14
15 Os juros elevados encarecem a produção e fazem concorrência aos investimentos produtivos TAXA DE JUROS REAIS DE EMPRÉSTIMOS Fonte: FMI Fundo Monetário Internacional. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. 15
16 Estes juros levaram a uma hipertrofia do setor financeiro em detrimento dos demais setores Fonte: Bovespa. Elaboração: Frederico Torres de Souza, Master of Sciences in Management pela Purdue University e Leandro Novais e Silva, Professor Adjunto de Direito Econômico na FDUFMG. 16
17 CONSEQUÊNCIAS: BAIXA COMPETITIVIDADE
18 Produzir aqui custa 25 p.p. mais que produzir na Alemanha ou EUA Custo Brasil - entre Brasil e EUA/Alemanha* 25,2 1 Custos dos insumos (câmbio a R$ 2,82) 8,7 2 Impacto dos juros sob o capital de giro 6,5 3 Impostos não recuperáveis na cadeia produtiva 4,7* 4 Demais Itens 5,3 (R) Revisado; * Média do período pós desoneração do INSS patronal da folha de pagamento. Fonte: IBGE, BCB, ILOS,FED de St. Luis, Banco Mundial, BNDES, ABIMAQ, Macrodados. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. (*) Média do período pós desoneração do INSS patronal da folha de pagamento. *Para BKM em 2012 com câmbio atualizado à média do 2º semestre de
19 Exportação brasileira por fator agregado: estamos jogando fora a industrialização feita nas décadas de 60 e a Participação % 90,0 BÁSICOS SEMIMANUFATURADOS MANUFATURADOS 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 Fonte e elaboração: MDIC. 19
20 Valor adicionado da indústria/pib e taxa real de câmbio (%, número-índice) (2005 = 100) 20
21 jan-02 jul-02 jan-03 jul-03 jan-04 jul-04 jan-05 jul-05 jan-06 jul-06 jan-07 jul-07 jan-08 jul-08 jan-09 jul-09 jan-10 jul-10 jan-11 jul-11 jan-12 jul-12 jan-13 jul-13 jan-14 jul-14 Nº índice base: 2002 = 100 O incentivo ao consumo não beneficiou a indústria nacional COMÉRCIO PRODUÇÃO INDUSTRIAL 90 Fonte: IBGE. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. 21
22 O aumento do consumo foi suprido por importados que dobraram seu Market share 25 Coeficiente de penetração dos produtos importados Indústria de transformação 20,8 20,9 21, ,1 17, ,1 11,3 12,1 10,8 11,6 11,8 10,5 10,3 11,1 11,9 13,5 15,3 15, Fonte: Funcex. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. 22
23 CONTAS PÚBLICAS E AJUSTE FISCAL
24 Evolução da dívida pública (em percentual do PIB) 58,0 57,4 60,9 53,4 54,2 58,8 56,7 63,4 45,5 38,5 42,1 39,2 36,4 35,3 33,6 36, Fonte: Banco Central; Elaboração: DCEE/ABIMAQ 24
25 Diferença entre o risco-brasil e a taxa média de risco do conjunto de economias emergentes* Média mensal, em pontos base *África do Sul, Chile, Colômbia, Indonésia, México, Peru e Turquia Fonte: JP Morgan 25
26 Receitas, Despesas e Resultado do Governo Central (preços constantes) ,2% * ,9% -3,7% ,1% ,4% +6,9% Receita líquida total Despesa total Resultado primário (1) Nota: (1) Pelo conceito acima da linha. Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. 26
27 Distribuição das receitas do governo central em 2014 (R$ bilhões, % do total) IPI 14% Outros 15% 428 IR 71% % 112 9% Pis/Pa sep 15% Outras 9% % 0% Receita líquida total CSLL 19% Cofins 57% 35% Transferências Impostos Contribuições Demais Previdência Social Receitas do BC Receita total Fonte: Tesouro Nacional. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. 27
28 Distribuição das despesas do governo central em 2014 (R$ bilhões, % do total) Outros 0% idade 26% auxíluios -acidente 1% auxíluios -doença 6% % invalidez 12% Encargos e pessoal pensões por morte 25% tempo de contribui ção 30% % Transferênci a a Estados e Municípios 92 9% 107 8% Custeio com educação e Seguro desemprego, saúde (exinvestimento) benefícios assistenciais, abono salarial e Bolsa Família 78 5% Investimento 41 4% Sentenças judiciais e outras despesas obrigatórias % Despesas correntes com ministérios, Legislativo, Judiciário e BC saúde 30% Subsídio e subvenções Juros NFSP % Benefícios da seguridade social Fonte: Tesouro Nacional, Ministério do Planejamento, Credit Suisse. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. educaç ão 70% Total de Total de Despesa Receita líquida 28
29 Ajuste fiscal proposto para 2015 Anuncio - 2% do PIB (1,2% + 0,8%) CORTE DE DESPESAS 55,0 25,0 Contingenciamento 37,0 Previsão anual 20,0 Seguro-desemprego, abono salarial e pensão por morte Valores em R$ bilhões DESCRIÇÃO Anunciado Status Provável 18,0 Depende congresso 5,0 CORTE DE INVESTIMENTOS 20,0 20,0 PAC e outros 20,0 OK 20,0 AUMENTO DE IMPOSTOS E TARIFAS 44,00 37,45 CIDE, IOF, PIS/Cofins s/ imp e IPI 26,9 OK 26,9 Desoneração da folha 5,35 Depende congresso 0,0 IR 2,2 Depende congresso 1,0 Reintegra 1,8 OK 1,8 CDE / Tarifa de energia 7,75 OK 7,75 TOTAL 119,0-82,45 29
30 AGENDA DE CURTO PRAZO PARA RETOMAR O CRESCIMENTO
31 Principais desafios para retomar o crescimento a partir de Fazer forte ajuste fiscal via redução de custos / subsídios / incentivos 2. Ajustar o real para um câmbio em torno de US$/R$ 3,5 e mantê-lo competitivo* 3. Reduzir Selic para IPCA + 1 a 2% com equilíbrio nominal das contas públicas 4. Reduzir Spread dos juros de mercado ao nível médio dos países emergentes através da eliminação da cunha fiscal, da redução do compulsório e fim da sua remuneração e maior concorrência 5. Reverter expectativas 6. Eliminar indexações e levar a inflação para a meta em dois a três anos * O câmbio competitivo pressupõe uma desvalorização adicional maior que 10% do real em relação à cesta de moedas representativas de nossas exportações 31
32 Os juros elevados geram um forte aumento do déficit público em função do custo da dívida líquida 32
33 Além de reduzir a dívida pública é necessário abaixar a SELIC para reduzir déficit % do PIB 33
34 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 jan/15 fev/15 mar/15 07/04/2015. Ajustar taxa de câmbio real Variação % acumulada Base dezembro/ US$/R$ US$/Euro US$/Cesta (exceto EUA) Dólar -14,25-21,09-25,02 Fonte: Bacen. Elaboração: DCEE/ABIMAQ. Cesta: Zona do Euro, China, Argentina, Japão, Chile, Índia, Venezuela, Rússia e México 34
35 Evolução das cotações de moedas de alguns países exportadores de commodities Média mensal, variação interanual, em %. Fonte: CRB-Reuters 35
36 DESAFIOS
37 Desafios para o governo: taxa de aprovação % de respondentes Fonte: Datafolha. Elaboração: Credit Suisse 37
38 Desafios para o governo: deterioração da confiança e das expectativas (próximos 6 meses) Em pontos acima de 50 pontos indica otimismo 38
39 Desafios para o governo:
40 Considerações finais Caso tudo dê certo... Ajuste fiscal e monetário ocorre dentro do prometido e ajuda a reestabelecer a credibilidade Inflação vai ser alta em 2015 e 2016, mas o centro da meta deverá ser alcançado em 2017 Juros permanecerão altos e crédito mais difícil, porém a elevada liquidez internacional deve manter o fluxo de crédito Recessão de 2015 muda para modesto crescimento em 2016, mercado de trabalho piora, mas desemprego não ultrapassa os 6,5% Condições climáticas melhoram em 2015/2016 afastando riscos de desabastecimento de água e energia. 40
41 Considerações finais Neste caso: Fonte: BCB. Relatório Focus 02/04/
42 MARIO BERNARDINI
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