Bachelard e a Epistemologia Histórica: uma vivência sobre a formação do espírito científico

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1 Bachelard e a Epistemologia Histórica: uma vivência sobre a formação do espírito científico Autoria: Lilian Alfaia Monteiro, Daniella Munhoz, Frederico Bertholini Resumo: O objetivo deste artigo é apresentar a epistemologia de Gaston Bachelard por meio de suas principais ideias e descrever a proposta de nosso encontro pedagógico com doutorandos do curso de Administração, em 2011, no intuito de proporcionar uma verdadeira vivência dos principais postulados da epistemologia. O encontro suscitou grande participação e a produção dos participantes foi vivenciada de maneira criativa e reflexiva, provocando questionamentos sobre o processo de construção do conhecimento científico a partir de outro ponto de vista que não o da racionalidade positivista, fazendo, assim, com que o pesquisador possa aventar outras possibilidades. 1

2 1. INTRODUÇÃO Como e contra o quê se forma o espírito científico? A esta inquietação procurou responder Gaston Bachelard durante toda a sua vida. E, nesta trajetória, de físico acabou por tornar-se poeta, de poeta, tornou-se filósofo, o filósofo da desilusão. Da desilusão com o posto, com o definido pela sensação superficial, com o imóvel e imutável, com o imposto. Uma desilusão mobilizadora, impulsionadora do questionamento e da reflexão, da mudança. Tomou o mundo como sua provocação e, em sua Epistemologia Histórica, produziu tanto uma resposta a esta provocação quanto ao seu inquietamento inicial. O objetivo deste artigo é apresentar a epistemologia de Bachelard por meio de suas principais ideias e descrever a proposta de nosso encontro pedagógico com doutorandos do curso de Administração, em 2011, concebido com pretensões de ser criativo e original, no intuito de cativar a atenção da turma e proporcionar uma verdadeira vivência dos principais postulados da epistemologia. Para tratar de uma epistemologia tão rica como a histórica, entendemos que a proposta do encontro deveria refletir uma postura crítica e estimular a sensibilidade, a beleza e a emoção no processo de aprendizagem, aspectos característicos da obra de Bachelard. Este artigo se inicia com uma exposição sobre a obra do autor. Na seção seguinte, são abordadas algumas das suas principais ideias no campo da epistemologia e é traçado um diálogo entre estas ideias e a Administração. Na quarta seção, apresentamos uma proposta para o encontro em si, com planejamento, agenda, recursos utilizados, questões orientadoras para debate e a relação da epistemologia histórica com outras epistemologias. Finalmente, na última seção, expomos reflexões sobre a experiência em sala, com relatos dos participantes e nossa vivência como mediadores deste encontro. 2. A OBRA DE BACHELARD Gaston Bachelard nasceu em 1884, na França, filho de uma modesta família, e morreu em Foi epistemólogo, filósofo da ciência, crítico, cientista e poeta. Bachelard viveu a transformação de seu tempo, tendo nascido numa França campesina e morrido numa Paris industrializada. Vivenciou intensamente, assim, a ruptura entre o século XIX e o século XX (LOPES, 1996). Seu primeiro livro foi Ensaio Sobre o Conhecimento Aproximado (1928) e seu livro mais famoso foi O Novo Espírito Científico (1934). Outros livros importantes em sua carreira foram: A Psicanálise do Fogo (1938); A Formação do Espírito Científico (1938); A Filosofia do Não (1940); A Água e os Sonhos (1942); A Terra e os Devaneios da Vontade (1948); Atividade Racionalista da Física Contemporânea (1951); A Poética do Espaço (1957); A Poética do Devaneio (1960) e A Chama de uma Vela (1961). Em 1961 foi laureado com o Grande Prêmio Nacional de Letras. Bachelard é considerado um dos mais importantes filósofos contemporâneos e sua obra teve influência nas ideias de Foucault, Althusser e Lacan, entre outros. A obra de Gaston Bachelard pode ser dividida em diurna e noturna. Quando tratava de aspectos relativos à filosofia da descoberta científica, Bachelard estava dando vazão ao homem diurno da ciência. E, quando abordava aspectos da filosofia da criação artística, tratava-se do homem noturno da poesia. Apesar do reconhecimento destes dois importantes aspectos da obra de Bachelard, entende-se que esta separação presta-se apenas para fins classificatórios, pois não é possível separar o Bachelard diurno do noturno, o homem é, ao mesmo tempo, Razão e Imaginação (JAPIASSU, 1986, p. 68). Suas reflexões sobre a ciência estão repletas de poesia e subjetividade e, por sua vez, seu olhar sobre a arte e poesia conserva a curiosidade científica do pesquisador. 2

3 A seguir, apresentamos suas principais proposições acerca da construção do conhecimento científico, no contexto da historicidade da epistemologia, ou como se tornou mais conhecido, sua epistemologia histórica. 3. BACHELARD E A EPISTEMOLOGIA HISTÓRICA A Epistemologia histórica surgiu das ideias de Gaston Bachelard e seu discípulo Georges Canguilhem deu continuidade às mesmas. Para Bachelard, somente era possível fazer uma reflexão crítica sobre a produção de conceitos se nos debruçássemos sobre a história das ciências. Além disto, o autor acreditava num exame profundo das ciências pela filosofia. A filosofia, então, deveria fazer esta reflexão crítica e só assim poderia despertar do seu sono dogmático (LOPES, 1996). Nesse sentido, podemos entender as ideias de Bachelard como um contraponto à epistemologia positivista. O positivismo foi a epistemologia que serviu de base para o desenvolvimento da ciência moderna, que, tendo surgido da promessa iluminista de progresso e felicidade individual, carregou um pouco a arrogância desta promessa de não precisar justificar ou questionar seus métodos, na medida em que seria O Caminho para A Verdade. Na verdade, o positivismo considerava as ciências, tanto em sua forma quanto em seu conteúdo, como constituindo a própria verdade, o que levava à conclusão de que as ciências não poderiam ser julgadas (JAPIASSU, 1986). Assim sendo, não faria sentido para a epistemologia positivista uma filosofia crítica da ciência. Já do ponto de vista da epistemologia histórica de Bachelard, a ciência é um objeto construído socialmente, cujos critérios de cientificidade são coletivos e setoriais às diferentes ciências (LOPES, 1996, p.251). Desse modo, se as ciências nascem e evoluem em circunstâncias históricas bem determinadas, o importante seria descobrir a gênese, a estrutura e o funcionamento dos conhecimentos científicos. O projeto de Bachelard de dar às ciências a filosofia que elas merecem envolve, então, a construção de uma epistemologia como produto da ciência criticando-se a si mesma. A epistemologia deve interrogar-se sobre as relações entre ciência e sociedade, entre as ciências e as diversas instituições científicas e entre as diversas ciências. Para Bachelard, a epistemologia consistia, no fundo, na história da ciência como ela deveria ser feita (JAPIASSU, 1986, p. 65). E o principal objetivo desta epistemologia seria, então, a reformulação do saber científico e a reforma das noções filosóficas. A base do trabalho de Bachelard e de seu método de reflexão é a análise da produção do conhecimento sob uma perspectiva histórica. O autor identifica três diferentes períodos de construção do conhecimento: a) Pré-científico, que vai da Antiguidade Clássica até o século XVIII; b) Estado científico, que se estende do final do século XVIII ao início do XIX; c) Novo Espírito Científico, que engloba meados do século XIX até os dias de hoje (BACHELARD, 2005). As mudanças de enfoque, objetivos e métodos referentes a estes momentos são resultados de um movimento de estudo crítico do passado, isto é, da não repetição de caminhos errados. Assim, o autor propõe uma epistemologia histórica que reconhece seu funcionamento primordial no não continuísmo, no qual a história da ciência é a história da provisoriedade de seus conceitos e da primazia de seus erros, sendo por meio da retificação destes erros que o pensamento científico tem a possibilidade de evoluir. Então, para Bachelard, O espírito científico é essencialmente uma retificação do saber, uma ampliação dos quadros do conhecimento. Ele julga seu passado histórico condenando-o. Sua estrutura é a consciência de suas falhas históricas. Cientificamente, pensamos o verdadeiro como retificação histórica de um longo erro; pensamos a experiência como retificação da ilusão vulgar e primeira. (BACHELARD, 1977, p. 112) 3

4 Bachelard destaca, porém, que o simples fato de se estar cronologicamente no terceiro estágio, o do novo espírito científico, não garante ao pesquisador estar imbuído do mesmo. Na medida em que É imensa a distância entre o livro impresso e o livro lido, entre o livro lido e o livro compreendido, assimilado, sabido! Mesmo na mente lúcida, há zonas obscuras, cavernas onde ainda vivem sombras. Mesmo no novo homem, permanecem vestígios do homem velho. Em nós, o século XVIII prossegue sua vida latente; infelizmente, pode até voltar. (BACHELARD, 2005, p.10) Essa permanência do velho é uma prova da sonolência do saber dado que o homem se apega àquilo que foi conquistado com esforço (BACHELARD, 2005, p.11). Bachelard pretendeu demonstrar, assim, a necessidade da ciência contemporânea de renunciar à pretensão de um saber universal, pois se conhecer é sempre uma luta contra algo estabelecido; (...) todas as verdades são provisórias, e não há, portanto, universalidade (ANDRADE; SMOLKA, 2009, p.248). A partir da própria concepção do significado de epistemologia para Bachelard, podemse depreender algumas de suas mais importantes ideias como: a ruptura epistemológica, a vigilância, a noção de obstáculo epistemológico e a importância da retificação do erro para o avanço da ciência. 3.1 As noções de ruptura epistemológica e vigilância A noção de ruptura epistemológica é um importante conceito tratado por Bachelard e está diretamente ligada à noção de retificação dos erros, na medida em que o conhecimento ocorre sempre contra um conhecimento anterior, retificando o que se considerava sabido e sedimentado. Por isso, não existem verdades primeiras, apenas os primeiros erros: a verdade está em devir (...) o que sabemos é fruto da desilusão com aquilo que julgávamos saber; o que somos é fruto da desilusão com o que julgávamos ser (LOPES, 1996, p.254). Andrade e Smolka (2009) asseveram que o conceito de ruptura na obra bachelardiana representa a preocupação com o avanço do conhecimento científico por um caminho correto e, representa também, a não banalização do conhecimento produzido. Para garantir a não cristalização do conhecimento e manter crítico o espírito científico, torna-se necessária, assim, a noção de vigilância. Uma postura de vigilância epistemológica seria responsável, então, por garantir um eterno recomeçar demandado pelo verdadeiro espírito científico. 3.2 Os obstáculos epistemológicos O conceito de obstáculo epistemológico surge do reconhecimento da existência de forças de resistência ao processo de ruptura entre o conhecimento comum e o conhecimento científico. Os obstáculos epistemológicos são espécies de forças anti-rupturas, pontos de resistência do pensamento ao próprio pensamento, um instinto de conservação do pensamento. Assim, com o objetivo de manter a continuidade do conhecimento, a razão, acomodada ao que já conhece, resiste à retificação dos erros, possibilitando o surgimento dos obstáculos epistemológicos (LOPES, 1996). A opinião é um dos primeiros obstáculos a serem considerados e, se possível, eliminados. Diz Bachelard: A ciência, tanto em sua necessidade de acabamento como em seu princípio, opõe-se absolutamente à opinião. Se ocorre, sobre um ponto particular, legitimá-la, será por razões diversas daquelas que a fundamentam; na verdade, a opinião despoja-se sempre da razão. A opinião pensa mal; ela não pensa; ela apenas traduz necessidades sob a forma de conhecimento. Designando os objetos por sua utilidade, ela se interdita de conhecê-los. Nada se importa fundar sobre opiniões: importa destruí-las. Ela é o primeiro obstáculo a superar. (BACHELARD, 2005, p.18). 4

5 Dentre os principais obstáculos epistemológicos enumerados por Bachelard (1996), alguns chamam especialmente a atenção. Nesta seção serão apontados três tipos de obstáculos: a experiência primeira; a generalização prematura e; o obstáculo verbal. A experiência primeira é o obstáculo genuinamente empirista. Bachelard (1996, p. 29) define que o espírito científico deve formar-se contra a Natureza, contra o encantamento, o colorido e o corriqueiro [...] a natureza só pode ser verdadeiramente compreendida quando lhe fazemos resistência. O obstáculo aqui surge com o apagamento da ruptura, quando ela se torna unidade, continuidade, desenvolvimento. Por sua vez, a generalização prematura é o obstáculo genuinamente racionalista. Acontece no instante seguinte às primeiras observações, quando já não há mais nada a observar. Essa generalização apressada e fácil proporciona um perigoso prazer intelectual que leva o pensamento à imobilidade. O pensamento científico se engana quando segue duas tendências contrárias: a atração pelo particular e a atração pelo universal, que se caracterizam um, pelo conhecimento em compreensão e outro, pelo conhecimento em extensão. O obstáculo verbal remete a uma falsa explicação, obtida a partir de palavras ou conceitos, que acaba por gerar uma extensão abusiva das imagens usuais. Abusiva porque são metáforas sem lastro algum no real e insustentáveis do ponto de vista teórico. Assim, no lugar de inserir um conceito particular numa síntese racional, ocorre uma estranha inversão que pretende desenvolver o pensamento ao analisar um conceito, mas que apenas distancia do conceito em si para aproximar ao conceito da metáfora e da imagem corriqueira. Produz-se, desta forma, uma metáfora desligada do conceito original, incapaz de gerar conhecimento sobre este. O exemplo de Bachelard (1996) para o obstáculo verbal é a esponja, palavra-imagem utilizada de forma indiscriminada para descrever uma série de fenômenos ligados à física e, principalmente, ao estudo da eletricidade ao longo dos séculos XVII e XVIII. Justamente contra a metáfora simplificadora dos fenômenos e limitadora do conhecimento verdadeiro que se mobiliza o espírito científico. É especialmente este tipo de obstáculo, ladeado aos demais, que traz ao campo da administração contemporânea desafios maiores. A administração é repleta de metáforas e jogos de linguagem, frequentemente pouco embasados do ponto de vista teórico. Esta característica favorece a compreensão de seus conceitos de maneira generalizada na forma de orientações estritas aos membros de uma organização. Normalmente, são teorias fundamentadas única e exclusivamente na prática, ou seja, podemos dizer que são práticas institucionalizadas. Mas qual a relação entre o que se faz ao administrar e o que se faz ao pensar a administração? 3.3 Diálogo entre Bachelard e a ciência administrativa Gaston Bachelard é considerado o filósofo da desilusão e sua marca central é o permanente recomeçar. Para Bachelard, não existem verdades primeiras, apenas erros primeiros. O autor confere primazia ao erro e a sua retificação, ao invés da verdade na construção do conhecimento científico. Assim, é preciso errar em ciência, pois o conhecimento científico somente pode ser construído pela retificação destes erros. No entanto, desiludir-se, admitir o erro, retificá-lo, mais que difícil, pode ser não recomendável a quem produz conhecimento em administração nos dias de hoje. A palavra desilusão não guarda nexo com a aplicabilidade irrestritamente generalizável e imediata que se tem costumado demandar da produção no campo. Adventos como o crescimento do mercado educacional corporativo, a proliferação dos cursos de MBA (MINTZBERG, 2006) e de graduação em Administração, bem como a explosão do pop-management (CARVALHO, CARVALHO, BEZERRA, 2010) acabam por tornar cada vez mais difícil distinguir o que 5

6 seja produção científica em administração. Por isso, trazer ao diálogo Gaston Bachelard e o desenvolvimento da ciência administrativa é oportuno. A Administração surge, como campo do conhecimento, a partir das necessidades de organização da produção advindas do capitalismo industrial. Sua base está fundada em Fayol e Taylor, autores que, de forma bastante pragmática, tinham como objetivo concreto resolver a questão da produção de bens de consumo em massa. Ao longo do século XX, as questões relevantes para o campo foram se alterando e a Administração acompanhou este processo. Porém, desde a abordagem clássica, passando pela teoria da burocracia, teoria dos sistemas e teoria da contingência, todas as teorias vieram responder, de alguma forma, a problemas concretos e contextuais no campo. Bachelard, no entanto, defende que todo pragmatismo é um pensamento mutilado em função da indução utilitária e que, neste uso pragmático, apenas a utilidade possui capacidade explicativa (LOPES, 2003). Sua obra foi, assim, uma tentativa de despertar a filosofia de seu sono dogmático. O conhecimento jamais poderia professar a verdade, no máximo, se aproximar dela. E, nessa trajetória, o cientista perfaz um caminho repleto de erros. O processo de evolução, para Bachelard, parte da tese de que o progresso das ciências tem como condição a colocação dos problemas científicos sob a forma de obstáculos que incidem sobre o próprio ato de conhecer. Estas dificuldades impelem o espírito científico ao questionamento sobre as causas que levam à estagnação, à regressão e à inércia. Ao propor uma psicanálise do espírito científico, supõe que o antigo deve ser pensado em função do novo, afinal, [...] na obra da ciência só se pode amar o que se destrói, pode-se continuar o passado negando-o, pode-se venerar o mestre contradizendo-o" (BACHELARD, 1996, p.309). Pode-se afirmar, portanto, que a démarche do conhecimento científico é uma trilha feita de rupturas e descontinuidades. Assim sendo, observar a produção do conhecimento científico em administração com os olhos da epistemologia histórica de Bachelard demanda dos pesquisadores uma visão mais crítica sobre o conhecimento produzido. A epistemologia histórica coloca um desafio aos pesquisadores da área de administração: optar por uma postura crítica de vigilância epistemológica que possibilite a ciência da administração seguir o processo de ruptura e retificação dos erros, combatendo os obstáculos epistemológicos da área, especialmente aqueles representados pelo apego da academia aos conceitos aceitos como verdade e tão celebrados pelo pop-management. 4. O ENCONTRO PEDAGÓGICO Nossa ideia para estruturar o encontro pedagógico era abordar os temas da epistemologia em questão, no que tange ao conhecimento científico, a partir de um olhar mais poético e sensível, na expectativa de reunir o homem diurno e o homem noturno de Bachelard, ou seja, a racionalidade e a poesia, respectivamente. Por isso, optamos por planejar um encontro que pudesse explorar recursos que estimulassem a sensibilidade, a beleza e a emoção neste processo de aprendizagem. 4.1 Planejamento do encontro Uma vez que o tema proposto se referia à epistemologia histórica, o principal objetivo que delineamos para o encontro pedagógico foi apresentá-la, partindo de seus principais conceitos e autores. Para isso, realizamos sua contextualização histórica, ressaltando aspectos relevantes da abordagem e comparando-a com as demais epistemologias, bem como verificamos de que maneira vem se dando sua aplicação nos estudos organizacionais e na Administração, de forma geral. Assim, o plano do encontro foi desenvolvido conforme o exposto a seguir: 6

7 Quadro 1 Plano do encontro Conteúdos Estratégias (itens trabalhados durante a aula) (procedimentos de ensino) Recursos (materiais de apoio) Apresentação da proposta de trabalho, introdução ao tema e aos principais autores. Retomada da importância da história: sensibilização a partir dos grandes e pequenos personagens. Apresentação sobre a epistemologia histórica: antecedentes, contextualização e aspectos relevantes. Discussão sobre as principais ideias da epistemologia histórica: 1ª Atividade em grupo Pensando com Bachelard. Exposição acerca das diferentes visões na história: versões e estórias. Discussão sobre conceitos-chave da obra de Bachelard: 2ª Atividade em grupo Produzindo seu próprio documentário Comparação entre epistemologia histórica e outras epistemologias: semelhanças e diferenças Aplicação da epistemologia histórica em estudos organizacionais: exemplos de artigos e pesquisas Discussão sobre como o ponto de vista cria o objeto e sobre como os dados são construídos historicamente Exposição dialogada Vídeo Exposição dialogada Leitura e análise crítica a partir do material entregue aos grupos e da bibliografia sugerida para a aula; Debate e problematização Vídeo Elaboração de curtasmetragens de dois minutos sobre o conceito de obstáculo epistemológico, com apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelos grupos Exposição dialogada Exposição dialogada Vídeo; Debate e problematização Data show Trechos selecionados do filme Nós que aqui estamos por vós esperamos Data show Frases e trechos da obra do autor; Textos indicados para a aula Edição de dois curtasmetragens do filme September 11 Data show e câmeras digitais Data show Data show e artigos pesquisados Trechos escolhidos do filme Narradores de Javé 4.2 Proposta de uso do tempo A fim de melhor nos programarmos para realizar todas as atividades sugeridas, elaboramos uma proposta de uso do tempo, no qual relacionamos os pontos a serem trabalhados e o tempo de duração de cada um deles. Trata-se de uma orientação para dar sequência às atividades do encontro e não um protocolo fechado e rígido, posto que em uma apresentação interativa a duração da participação dos presentes não pode ser planejada previamente, podendo alterar em algum grau a ordem das atividades. A seguir, apresentamos a proposta ideal de uso do tempo que desenvolvemos inicialmente. Quadro 2 Proposta de uso do tempo Horário Atividade Tempo previsto 08h15 08h30 Abertura; apresentação do grupo e da proposta de trabalho 15min 08h30 08h50 Sensibilização: Trecho do filme Nós que aqui estamos por vós esperamos 20min 08h50 09h10 Exposição sobre a epistemologia histórica; 20min 7

8 09h10 09h30 1ª Atividade em grupo Pensando com Bachelard 20min 09h30 09h50 Debate sobre a 1ª atividade 20min 09h50 10h05 Vídeo September 11 e Instrução para 2ª atividade 15min 10h05 10h20 Intervalo 15min 10h20 10h40 2ª Atividade em grupo Produzindo seu próprio documentário 20min 10h40 11h00 Apresentação dos trabalhos 20min 11h00 11h15 Comparação entre epistemologia histórica e outras 15min epistemologias e seu uso em estudos organizacionais 11h15 11h35 Preparação para debate (Filme Narradores de Javé ) 20min 11h35 11h55 Debate 20min 11h55 12h00 Fechamento 5min Total 3h45 Esta proposta se mostrou adequada aos objetivos traçados inicialmente e foi bem recebida pelos participantes. Vale ressaltar que, no encontro aqui relatado, não foi possível a realização do debate final que estava programado para depois do filme Narradores de Javé. A produção e a apresentação dos documentários pelos grupos tomaram mais tempo que o previsto e o debate sobre a atividade Pensando com Bachelard se estendeu para além de 10h05, sem comprometimento do cumprimento dos objetivos. 4.3 Uso de recursos audiovisuais no encontro pedagógico Após termos visto o planejamento e a proposta de uso do tempo para o encontro pedagógico sobre Epistemologia Histórica, veremos nesta seção como ocorreu o uso de recursos audiovisuais na condução efetiva deste encontro. Procuramos fomentar todas as discussões, desde a ambientação até o fechamento, a partir do recurso de vídeo/cinema, uma escolha com intencionalidades bastante específicas. O tipo de reflexão suscitado pela linguagem cinematográfica garantiria a predisposição dos participantes à ambiência poética trazida pela obra de Bachelard e permitiria aprofundamentos que a mera racionalidade não é capaz de alcançar. Essa escolha, no entanto, impunha três questões fundamentais. Em primeiro lugar, a preocupação de que cada vídeo estivesse relacionado a algum dos objetivos gerais propostos quando do planejamento do encontro pedagógico. Em segundo lugar, que houvesse algum encadeamento entre os vídeos, uma vez que eles seriam o fio condutor de um objetivo mais amplo. Em terceiro lugar, que se equacionasse a questão do tempo de aula e dos conteúdos que se desejava expor aos participantes, pois, se o tempo era escasso, havia necessidade de tornar as intervenções eficientes. Estas três questões apontavam dois cuidados necessários, primeiro, na escolha dos filmes e, ainda mais, na escolha dos trechos e edição. O Quadro 3 especifica os materiais utilizados, os tratamentos realizados para uso em aula e os objetivos centrais aos quais estavam relacionados. Quadro 3 descrição dos recursos audiovisuais utilizados Material vídeo Tratamento Objetivo central 1 Nós que aqui estamos por vós esperamos. Brasil: Imovision, (72 min) Edição de aprox.. 14 minutos - Disponibilizado em: 2 Foucault: Gaston Bachelard. Un certain regard França: (1min58seg) Inglaterra/ França: DVD Vídeo disponível na internet - Disponibilizado em: Edição de aprox.. 13 minutos com os episódios "God, Construction Posicionar a turma no contexto histórico da produção de Bachelard e do surgimento da Epistemologia histórica Questionar o critério de relevância na ciência Retomar a discussão sobre relevância e introduzir o debate 8

9 (134 min) and Destruction" (Samira Makhmalbaf Irã) e "USA" (Sean Penn EUA) - Disponibilizado em: 4 Produção livre dos participantes sobre os temas Obstáculo e Ruptura 5 Narradores de Javé. Brasil: Riofilme, (100 min). Edição com total de 10 minutos para apresentação a todos os participantes Edição de aprox.. 15 minutos - Disponibilizado em: sobre obstáculo e ruptura Propiciar aprofundamento reflexivo sobre obstáculo e ruptura entre os participantes Discutir a imposição do poder da ciência sobre o homem comum Na próxima seção apresentaremos uma atividade em grupo realizada a partir de frases baseadas na obra de Gaston Bachelard com o intuito de provocar o debate de seus conceitos pela turma. 4.4 Questões orientadoras para o debate em sala Bachelard foi um homem de grandes frases (JAPIASSÚ, 1976). Quase sempre profundas e eventualmente impactantes, levam inevitavelmente ao questionamento, um estranhamento inicial sobre o estabelecido que precede o pensar não natural. Aproveitamos esta peculiaridade como estratégia para fomentar o debate e decidimos, em lugar dos tradicionais questionamentos, trazer à turma algumas frases relacionadas à obra de Bachelard como elementos desencadeadores da discussão sobre a literatura recomendada. Assim, procuramos relacionar os principais conceitos da Epistemologia histórica a uma frase relacionada à obra de Bachelard. Em sala, dividimos a turma em seis grupos, aleatoriamente, para que cada grupo pudesse discutir um dos seis conceitos centrais. O ideal é que o fizessem também com base nas sensibilizações propostas pelo grupo e na leitura prévia realizada. Por isso, em lugar de esclarecer diretamente o conceito em questão, apenas distribuímos as frases e pedimos que produzissem uma síntese das discussões em grupo e tentassem identificar a relação com os conceitos. Tínhamos, desta forma, uma frase que se ligava a um conceito e que possuía uma orientação sintética. Com apenas o primeiro sendo revelado aos participantes, ficava mais simples direcionar o debate para a busca do conceito e de uma orientação sintética, que é o que, de fato, precisava ficar como produto da discussão em sala, para os participantes. O Quadro 4 aponta o conceito fundante, a frase e a orientação sintética dos debates Quadro 4 Formação do espírito científico Conceito 1 Conceito 2 n ce it Frase Orientação O espírito científico deve formar-se contra a Natureza, contra o fato colorido e corriqueiro. (BACHELARD, 2005, p.29) A experiência primeira, em geral mediada pelo sentido, se cristaliza como um conhecimento naturalizado. O espírito científico deve procurar a abstração e a negação dos fatos que se apresentam dessa forma. Racionalismo aplicado ou filosofia de duplo polo Frase Orientação Erro A ciência não é o pleonasmo da experiência (BACHELARD, apud JAPIASSU, 1986, p. 79) O conhecimento científico vai justamente rever, negar e retificar a experiência por meio da abstração e não se originar nela para construir suas teorias. 9

10 Conceito 4 Conceito 5 Conceito 6 Frase Orientação Dialética do não Frase Orientação Retificação e Polêmica Frase Orientação Obstáculo Frase Orientação Um verdadeiro sobre um fundo de erros, eis a forma do pensamento científico (BACHELARD, 1986, p.48) O conhecimento científico se constrói pela retificação dos erros. O erro assume a função positiva de gênese do saber e a própria questão da verdade se modifica. Não há verdade primeira, apenas erros primeiros. A verdade não é uma qualidade que pertenceria a esta ou aquela opinião particular, mas o resultado da negação mútua das opiniões entre os produtores de ideias. (JAPIASSU, 1986, p. 70) Essa negatividade tem a função positiva de reorganizar e reconfigurar o saber, superando as contradições e as ilusões. É um resultado que só se constitui no devir. A experiência é precisamente a lembrança dos erros retificados. O ser puro é um ser desiludido. (JAPIASSU, 1986, p. 80) O conhecimento se retifica sobre o que julgávamos saber, sobre o que julgávamos ser e sempre haverá essa retificação, então sempre estaremos aguardando novas desilusões Nosso espírito tem a tendência irresistível de considerar como mais clara a ideia que costuma utilizar com frequência. (BERGSON apud BACHELARD, 2005, P.19) Uma ideia muito utilizada ganha uma força indevida, porque a pergunta se desgasta e a resposta concreta fica, formando um obstáculo. Com o tempo, as ideias que foram sadias podem entravar a pesquisa, justamente quando se valorizam indevidamente. 4.5 Relacionando epistemologia histórica com outras epistemologias Um dos aspectos mais intrigantes da obra de Canguilhem e Bachelard está nas possibilidades de diálogo que se abrem entre a Epistemologia Histórica e outras epistemologias. À exceção da Epistemologia Positivista, do Apriorismo, do Racionalismo e do Empirismo, a forma de compreender origem e essência da relação entre sujeito e objeto na produção do conhecimento científico acaba guardando várias interseções com outras epistemologias. O Quadro 5 aponta as compatibilidades entre a Epistemologia Histórica e as demais epistemologias. Quadro 5 Relação da Epistemologia Histórica com demais epistemologias Epistemologia Aproximações com a Epistemologia Histórica Positivismo - Racionalismo crítico de Popper Construtivismo Fenomenologia - Verdades são sempre provisórias: refutabilidade e retificação; - Espírito científico como busca interminável pelo conhecimento; - Problema como ponto de partida. - Filosofia do Não e o princípio da falseabilidade: poder negar aquilo que se constituiu como um conhecimento válido e científico - Nada é evidente. Nada é gratuito. Tudo é construído (BACHELARD, 2005, p.18); - Necessidade dos professores conhecerem as concepções prévias dos alunos, que já tem suas concepções e preconceitos que vão afetar / filtrar/ moldar seu entendimento; - Escola é feita para a sociedade, mas é a sociedade que deveria ser feita para a Escola; - A cabeça feita é uma cabeça fechada, que precisa ser refeita. - A consciência da presença das ideologias, a tentativa de depurar o conhecimento à luz de suas condições de formação (ideologia, estrutura etc) parece a necessidade fenomenológica de tentar chegar a 10

11 Teoria crítica Dialética Pós-modernismo essência do fenômeno. - Verdade como essência - Bachelard era um fenomenólogo (JAPIASSÚ, 1986) - Teoria é como as coisas são e prática é como as coisas deveriam ser: toda a prática deve ser transformadora, por excelência. - Tese, antítese e síntese: a síntese não deve ser cristalizada, mas transformada em uma nova tese, senão temos uma dialética positiva que encerra o caráter dinâmico da própria dialética. - Multiplicidade de discursos: grandes narrativas não respondem mais como teorias explicativas, pequenas narrativas ganham força; - Descontinuidade; - Não generalização: Bachelard afirma que toda verdade é regional, a filosofia de Bachelard considera a verdade como nosso produto (JAPIASSÚ, 1986, p.69) 4.6 Aplicação da Epistemologia histórica para estudos em Administração é possível? Em relação à aplicação da epistemologia histórica no campo da administração, como esta epistemologia está diretamente relacionada a uma filosofia da ciência, a uma reflexão crítica sobre a mesma, pode-se argumentar que a adoção da epistemologia histórica na pesquisa em administração está mais relacionada a uma postura do pesquisador diante da produção do conhecimento. Não dá para fazer uma correspondência entre a adoção da epistemologia histórica e a utilização de determinadas metodologias, nem tampouco confundir todo estudo que se propõe historiográfico como um desdobramento da epistemologia histórica. Na verdade, tudo depende de uma postura crítica diante da produção do conhecimento. Como desafio aos pesquisadores, a epistemologia histórica coloca a necessidade de desenvolver uma postura de vigilância epistemológica que possibilite à pesquisa em administração seguir o processo de ruptura proposto por Bachelard, combatendo os obstáculos epistemológicos da área, especialmente os obstáculos representados pelo apego da academia aos conceitos aceitos como verdade pela área. Uma postura crítica e não conformista do pesquisador é a mais preciosa contribuição de Bachelard. Nesse sentido, trouxemos como exemplo o artigo O que Lembrar e o que Esquecer? Memória e a formalização social do Passado nas Organizações (SARAIVA; COSTA, 2010). O que aproxima este artigo da epistemologia histórica não é o fato de falar da história das organizações, mas sim, questionar o papel da memória, do que é lembrado e do que é esquecido, o que é aceito como documento, além de mostrar como a questão da ideologia, dos valores está arraigada na pesquisa sobre organizações. Trata-se de uma reflexão sobre como os aspectos históricos são utilizados nos estudos organizacionais. Nesse sentido, é um trabalho compatível com a postura do pesquisador requerida pela epistemologia histórica. 5. REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA EM SALA Entendemos que, além de planejar o encontro, também é importante refletir sobre como esta experiência se deu, não apenas para aperfeiçoar nossa prática, mas também para ouvir os diversos registros sobre ela e a partir daí poder reconstituir nossa própria percepção. Aqui, estas reflexões se dividem entre o olhar dos alunos e o nosso próprio olhar sobre este processo. 11

12 5.1 A experiência vivenciada: A discussão sobre epistemologia histórica suscitou grande participação, que se traduziu em diversos questionamentos e comentários não só durante o debate, mas também ao longo de toda a apresentação. Além disto, a turma se engajou nas atividades propostas, tanto na discussão a partir de frases selecionadas quanto na elaboração de documentários. O estímulo à expressividade, suscitado pela utilização do material audiovisual como fio condutor do encontro, surtiu o efeito esperado, e a produção dos participantes foi vivenciada de maneira criativa e reflexiva, dois atributos bastante bem-vindos ao pensamento cujo intento é produzir conhecimento. O encadeamento dos momentos de reflexão propostos, justamente em torno deste fio condutor, favoreceu a compreensão da epistemologia. Além de estimular a participação, as atividades tinham como objetivo, de modo geral, provocar os alunos para uma concepção mais reflexiva e crítica do conhecimento científico, segundo as proposições da epistemologia histórica. Esta provocação se traduziu, principalmente, nas discussões dos alunos sobre a postura do pesquisador na construção do saber científico, que se centraram no cuidado e atenção que este deve ter para evitar que a experiência primeira, calcada no sentido, lhe ocasione toda uma construção científica equivocada. Aliás, a definição de erro na obra de Bachelard foi objeto de intensa discussão por parte dos presentes com grupos defendendo opiniões opostas, uns aproximando o autor do positivismo lógico e outros definindo seu afastamento e suas distinções do pensamento de Popper. Também foi discutido sobre o peso de teorias e autores consagrados, que contribuem para que o questionamento e a negação prezados pela epistemologia histórica não aconteçam. Mas a provocação não se deu somente no sentido de afirmar os preceitos desta epistemologia. Os alunos também questionaram a postura vigilante, que consideraram por vezes excessiva, da epistemologia histórica, por julgarem que sob suas condições e restrições, a construção do conhecimento científico seria rara e para poucos pesquisadores. Especialmente a discussão sobre o conceito de obstáculo epistemológico, trabalhado durante mais de um momento do encontro, permitiu a todos os participantes uma melhor compreensão do papel do pesquisador nesta vigilância. Alguns dos filmes utilizados no encontro sensibilizaram não só a turma como também a professora que conduzia a disciplina, tais como os trechos de Nós que aqui estamos por vós esperamos e September 11, além de um dos documentários produzidos pelos próprios alunos, suscitando comentários e expressões de surpresa, sensibilidade e emoção. Os vários feedbacks positivos, e os relatos dos participantes sobre as atividades e os filmes escolhidos, apontam acerto na decisão em estimular esses aspectos no encontro. Ao final do encontro, uma convidada que havia assistido a apresentação nos parabenizou recitando em agradecimento o poema Soberania de Manoel de Barros (2008), que, em seu entendimento, se relacionava com o que havia sido discutido naquele dia, finalizando assim a exposição de uma forma bem condizente com a proposta da epistemologia histórica. Uma interação não planejada, mas completamente coerente com a ambiência que procuramos proporcionar em sala, de sensibilidade e expressão. 5.2 O nosso olhar: O encontro se desenvolveu relativamente dentro do que havíamos programado. Naturalmente, alguns pequenos ajustes de tempo e de atividades tiveram de ser feitos para que pudéssemos cumprir os objetivos do encontro pedagógico. Isso significou, por exemplo, ter flexibilidade para estimular debates, quando a turma estava menos participativa, mas também permitir que as discussões se prolongassem mais do que o tempo previsto, mesmo cientes de nosso estreito cronograma, já que as problematizações eram relevantes e representavam um 12

13 importante papel no processo de aprendizagem. Nesse contexto, algumas atividades tiveram que ser suprimidas, como foi o caso do debate final, porém, consideramos que a ausência desta tarefa foi minimizada pelo engajamento da turma em diversas outras, não configurando, a nosso ver, um grande prejuízo em termos de aprendizagem, face aos ganhos obtidos no processo como um todo. Durante as reuniões de preparação nos deparamos com a complexidade e com a riqueza da obra de Bachelard, o que nos provocou, em diferentes níveis, um certo encantamento pelo tema escolhido para o trabalho. Desse modo, nossas expectativas estavam direcionadas no sentido de suscitar debates participativos e aprofundados sobre a epistemologia histórica, sensibilizando a turma para os elementos mais subjetivos desta perspectiva. Todavia, imaginávamos que esta sensibilização não seria algo fácil de se realizar, considerando o perfil objetivista que encontramos, em geral, nas turmas de administração. Dessa forma, ponderamos bastante sobre o desenvolvimento de tarefas menos diretivas e mais abstratas como a elaboração de um vídeo sobre o conceito de obstáculo epistemológico. Contudo, consideramos pertinente explorar essa experiência no intuito de instigar os alunos a outro tipo de reflexão, isto é, a construção de um conhecimento a partir de diferentes possibilidades e não uma concepção deste já fechada ou dada. E nesse sentido, podemos dizer que ficamos surpresos com a aderência que a atividade teve entre os alunos, revelando trabalhos e olhares sobre a epistemologia histórica e sobre o conhecimento científico que integravam outras ideias desta abordagem e também de outros saberes. Não tínhamos a pretensão de num único encontro esgotar a discussão de uma abordagem tão rica quanto a epistemologia histórica. Esperamos, porém, ter aproveitado esta oportunidade para provocar na turma reflexões e questionamentos sobre o processo de construção do conhecimento científico a partir de outro ponto de vista que não o da racionalidade positivista e, assim, fazer com que o pesquisador possa aventar outras possibilidades e com isso despertar novos mundos. Referências ANDRADE, J. J.; SMOLKA, A. L. B. A construção do conhecimento em diferentes perspectivas: contribuições de um diálogo entre Bachelard e Vigotski. Ciência & Educação, Colômbia, v.15, n.2, p , BACHELARD, Gaston. A Formação do Espírito Científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, Uma epistemologia histórica. In: Epistemologia. Rio de Janeiro: Zahar, Conhecimento comum e conhecimento científico. In: Tempo Brasileiro São Paulo, n. 28, p , jan-mar O novo espírito científico. Lisboa: Edições 70, BARROS, Manoel de. Memórias Inventadas: a terceira infância. Ed. Planeta: São Paulo, CARVALHO, José Luis Felicio; CARVALHO, Frederico Antonio A; BEZERRA, Carol. O monge, o executivo e o estudante ludibriado: uma análise empírica sobre leitura eficaz entre alunos de administração. Cad. EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3, Sept

14 HENDERSON, Bruce. Henderson on Corporate Strategy. Lanham: Abt Books, JAPIASSÚ, Hilton. Para ler Bachelard. Rio de Janeiro: Francisco Alves, (Série Para ler). JAPIASSU, H. Introdução ao pensamento epistemológico. Rio de Janeiro: Francisco Alves, LOPES, A.R. C. Bachelard: o filósofo da desilusão. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v.13, n.3, p , LOPES, Rosa Guedes. O espírito científico segundo Gaston Bachelard. Rio de Janeiro: Contraponto editora. 314p, 2003 MINTZBERG, H. MBA? Não, obrigado! Uma visão crítica sobre a gestão e o desenvolvimento de gerentes. Porto Alegre: Bookman, 2006 PENNA, A. G. Acerca dos Obstáculos epistemológicos: as contribuições de Bacon e Bachelard. In: Introdução à Epistemologia. Rio de Janeiro: Imago, SARAIVA, L. A. S.; COSTA, A. M. O que Lembrar e o que Esquecer? Memória e a Formalização Social do Passado nas Organizações. In: XXXIV Encontro Nacional da ANPAD, 2010, Rio de Janeiro. Anais do XXXIV Encontro Nacional da ANPAD, Vídeos utilizados: SEPTEMBER 11. Co-direção: Alejandro González Iñárritu, Amos Gitaï, Claude Lelouch, Danis Tanovic, Idrissa Ouedraogo, Ken Loach, Mira Nair, Samira Makhmalbaf, Sean Penn, Shohei Imamura e Youssef Chahine. Produção: Alain Brigand. Inglaterra/ França: DVD (134 min). FOUCAULT: GASTON BACHELARD. Un certain regard - 02/10/ min58s. disponível em: Acesso em: 28 de julho de NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS. Direção: Marcelo Masagão. Produção: Marcelo Masagão. Brasil: Imovision, DVD (72 min). NARRADORES DE JAVÉ. Direção: Eliane Caffé. Produção: Vânia Catani. Brasil: Riofilme, DVD (100 min). 14

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