Proposta de Base de Dados para o Patrimônio Imaterial da Região do Mato Grande (RN) 1

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1 Proposta de Base de Dados para o Patrimônio Imaterial da Região do Mato Grande (RN) 1 Olivia Morais de Medeiros Neta 2, Edmilson Barbalho Campos Neto 3, Ailton Rodrigues de Araújo 4, Melquisedec Elias de Lima Pereira 5 1 Esta pesquisa faz parte do projeto Inventariando sentidos: patrimônio imaterial na região do Mato Grande (RN) financiado pelo CNPq, PIBIC-EM. 2 Professora do IFRN, Câmpus João Câmara (Orientadora). olivia.neta@ifrn.edu.br 3 Professor do IFRN, Câmpus João Câmara (Orientador). edmilson.campos@ifrn.edu.br 4 Aluno do Curso Técnico Integrado em Informática do IFRN, Câmpus João Câmara. ailton.ifrn@gmail.com 5 Aluno do Curso Técnico Integrado em Informática do IFRN, Câmpus João Câmara. melquisedec.lima@hotmail.com Resumo: Este trabalho se insere na interface das ciências humanas e tecnológicas, uma vez que associa os temas patrimônio imaterial e banco de dados, o que concorre para o objetivo de apresentar a proposta de um banco de dados para o registro dos bens do patrimônio imaterial da região de Mato Grande no Rio Grande do Norte. Assim, este trabalho está vinculado ao projeto de pesquisa Inventariando sentidos: patrimônio imaterial na região do Mato Grande (RN) e ao projeto de banco de dados PIRMG (Patrimônio Imaterial da Região do Mato Grande) desenvolvido na disciplina Ambiente de Programação e Banco de Dados. Palavras chave: Banco de dados, Mato Grande, Patrimônio imaterial, Rio Grande do Norte. 1. INTRODUÇÃO Nesse texto, especificamente, apresentar a proposta de um banco de dados para o registro dos bens do patrimônio imaterial da região de Mato Grande no Rio Grande do Norte. Essa região é composta pelos municípios das microrregiões da Baixa Verde e do Litoral Nordeste do Estado do Rio Grande do Norte. Este trabalho se insere na interface das ciências humanas e tecnológicas, uma vez que associa os temas patrimônio imaterial e banco de dados. O patrimônio imaterial ou intangível compreende as manifestações culturais, os valores, a tradição, os saberes e os costumes. Sendo o inventário, uma das formas de proteger o patrimônio imaterial e seus os eixos temáticos, a saber: os saberes e ofícios tradicionais, as formas de expressão, as festas e celebrações e os lugares de sociabilidade. Assim, a elaboração de um banco de dados para o armazenamento de dados referentes aos saberes e ofícios tradicionais, as formas de expressão, as festas e celebrações e aos lugares de sociabilidade da Região do Mato Grande se constitui enquanto uma ferramenta indispensável ao inventário das referencias do patrimônio cultural da Região do Mato Grande. Foi com essa necessidade que este trabalho (de)marcou a interface das ciências humanas e tecnológicas, uma vez que suas ações estão vinculadas ao projeto de pesquisa Inventariando sentidos: patrimônio imaterial na região do Mato Grande (RN) financiado pelo CNPQ, PIBIC-EM e ao projeto de banco de dados PIRMG (Patrimônio Imaterial da Região do Mato Grande) desenvolvido na disciplina Ambientes de Programação e Banco de Dados sob a orientação do professor Edmilson Barbalhos Campos Neto. 2. MATERIAL E MÉTODOS O mapeamento dos bens culturais da Região do Mato Grande integra as atividades de pesquisa do inventário do patrimônio imaterial da Região do Mato Grande. Os inventários de identificação do patrimônio cultural são instrumentos técnicos tradicionalmente utilizados pelas agências de preservação e tem como principal objetivo produzir conhecimento sobre determinado bem cultural. O Inventário Nacional das Referências Culturais (INRC) é um instrumento de identificação fechado, composto por extensos questionários, que objetiva identificar, documentar e registrar sistematicamente

2 os bens culturais expressivos da diversidade cultural brasileira. Assim, o INRC é um instrumento de política cultural voltado para o conhecimento e identificação de novos bens culturais. A partir das deliberações metodológicas do INRC produzimos fichas de cadastro temáticas, com campos que incluem a: 1) Caracterização da manifestação patrimonial; 2) Informações históricas; 3) Descrição no presente; 4) Bens relacionados; 5) Intervenções; 6) Referências pesquisadas; 7) Mídias pesquisadas e produzidas acerca dos bens. Segundo Castro e Fonseca (2008) a metodologia do inventário possibilita: 1) auxílio, quando for o caso, à instrução dos processos de registro; 2) promoção do patrimônio cultural imaterial junto à sociedade; 3) orientação para ações de apoio e fomento a bens culturais em situação de risco ou de atendimento a demandas advindas do processo de inventário; 4) tratamento e acesso público às informações produzidas sobre esse universo. Para tanto elencamos as seguintes etapas do inventário: a) levantamento preliminar; b) identificação e c) documentação. A partir das fichas de cadastro temáticas e com o objetivo de armazenar registros do patrimônio imaterial da região do Mato Grande e sistematizar esses dados, para ampliar sua difusão na sociedade, permitindo o acesso a informações coletadas e armazenadas dos municípios que compõem essa região é que passamos a desenvolver um banco de dados. Os bancos de dados podem ser definidos como um conjunto de dados ou informações relacionados entre si e organizados de forma a facilitar a sua utilização por parte do utilizador. Se configurando, assim, em um conjunto de informações partilhado e utilizado para diferentes objetivos e por diferentes utilizadores. Pois, um banco de dados viabiliza a diminuição do espaço ocupado pela informação; facilita a atualização da informação; aumentar a velocidade de pesquisa e pode evitar a redundância de informação. (LEOCÁDIO, s.d). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os bens culturais selecionados ao inventário do patrimônio imaterial da região do Mato Grande foram decorrentes do levantamento preliminar composto por atividades de reunião e sistematização das informações disponíveis sobre o universo a inventariar. (Ver tabela 01). Tabela 1 Mapeamento dos bens culturais da Região do Mato Grande (RN) Cidade Bens culturais Saberes e ofícios tradicionais Formas de expressão Festas e celebrações Lugares de sociabilidade Bento Praça da Matriz Fernandes Senhora Aparecida Jandaíra Produção de mel Festa de São José Praça da Matriz João Câmara Arte do couro Banda de música Maxaranguape Senhora Mãe dos Homens Senhora da Conceição Praça Nova Comunidade do Amarelão Estação ferroviária Igrejinha Ma-noa parque Praia de Maracajau Parrachos de Maracajau Parazinho Senhora de Nazaré Pedra Grande Festa de São Praia do Marco Francisco Pureza Igreja de Nossa

3 Poço Branco Rio do Fogo São Miguel do Gostoso Taipu Touros Lenda da Lagoa do Fogo Boi de Reis Lenda do Papagaio Banda de Música Senhora da Pureza Pura folia Carnaval Festa da emancipação política do município Festa do Sagrado Coração de Jesus Senhora dos Navegantes Fogofolia Festa de São Miguel Arcanjo Senhora do Livramento Festa da emancipação política do município Festa de Reis Festa de Bom Jesus dos Navegantes Festa junina Senhora da Pureza Olheiro Barragem Alecrim Futebol Clube Praça Coração de Jesus Colônia de Pescadores Praça da Matriz Praça da Matriz Cajarana Clube Batistão Clube Praça da Matriz Fonte: Projeto Inventariando sentidos: patrimônio imaterial na região do Mato Grande (RN) O desenvolvimento do PIRMG trará benefícios de centralização de dados, benefícios resultantes de uma melhor gestão de dados e a melhoria de desempenho de dados. Por isso, o sistema permitirá que o usuário venha a realizar uma consulta que visa à busca de mais informações sobre patrimônios materiais e imateriais de determinado(s) município(s) da Região do Mato Grande, dinamizando esta pesquisa. O acesso será facilitado e terá como visualização de entrada (início) um campo onde estaria a listagem dos municípios cadastrados ali. Logo após a seleção do município de interesse, o usuário seria direcionado a um novo campo a ser preenchido, onde agora será feita a escolha do tipo de bem, que também estará listado em duas categorias (material e imaterial), após mais essa seleção o usuário teria o acesso a todos os arquivos coletados, ali cadastrados, de determinada região. Com esse processo o usuário estaria com todos os dados, que foram coletados nesses municípios, ao seu dispor. Para ter acesso aos dados será necessário estar devidamente cadastrado com autorização da coordenadora do projeto Inventariando Sentidos: Patrimônio Imaterial na Região do Mato Grande (RN), uma vez cadastrado é possível acessar a informações. A disposição dos dados do PIRMG obedecerá a requisitos funcionais e não funcionais expostos nos quadros 1 e 2.

4 Quadro 1 Requisitos funcionais do PIRMG Cod. Nome Descrição Categoria F01 F02 F03 Autenticação no Sistema Busca de Informações Cadastro de Municípios O sistema garante que somente pessoas autorizadas acessem seu conteúdo. Somente os usuários que foram previamente cadastrados pela coordenadora do projeto serão autorizados a entrar no sistema. O sistema levará o usuário a um campo onde estarão listados os municípios disponíveis, e ele selecionará o município de seu interesse. Cadastro de Municípios O sistema permitirá que o usuário realize o cadastro dos municípios da Região. F04 Categoria de Fichas O sistema permitirá acréscimos e alterações nas fichas que fazem o controle de dados do projeto. F05 F06 F07 Visualização de Imagens Acesso a Informações de Contato Seleção de Municípios O sistema disponibilizará um meio para a visualização de imagens. O sistema terá registrado fichas com os contatos dos relatores de cada localidade, com endereço, telefone, ocupação, entre outros. O sistema disponibilizará o nome de todos os municípios contidos na região do Mato Grande para que o usuário selecione o de seu interesse. F08 Seleção de Bens O sistema classificará os bens em material e imaterial, e o usuário escolherá o que estiver buscando. F09 Referências O sistema possibilitará o acesso do usuário a referencias coletadas nesses municípios. Fonte: PIRMG Quadro 2 Requisitos não funcionais do PIRMG Cod. Nome Descrição Categoria NF01 Organizar fichas O sistema terá a função de organizar as fichas Obrigatório por tipo, ordem alfabética, etc. NF02 Preenchimento O sistema terá como mecanismo de seleção Desejável Automático dos campos a serem preenchidos, uma lista onde estará inclusas todas as localidades dessa região. NF03 Segurança O acesso ao sistema acontece mediante Obrigatório autenticação do usuário, caso ele não esteja devidamente autenticado, não será possível a entrada. NF04 Aparência A aparência do será agradável e o acesso de Desejável fácil manuseamento. Fonte: PIRMG

5 Ao operador chegar à página do município no qual busca esses bens, ele se deparará com uma breve descrição da cultura como geral e também com descrições importantes sobre os patrimônios materiais. Os arquivos poderão ser em encontrados, por meio de relatos, citações e depoimentos dentre outras formas. Ainda será disponibilizado ao usuário o acesso a fotografias dessas localidades, dos prédios históricos, formas de expressão, celebrações, danças e costumes culturais. O acesso às fichas de contato das pessoas entrevistadas nessas cidades também estarão disponíveis para consulta. Dessa forma, o PIRMG possibilitará o gerenciamento de dados referentes aos bens do patrimônio cultural da região do Mato Grande (RN) e o acesso a produção de documentação audiovisual ou outra adequada à compreensão dos bens identificados, realizadas por especialistas, segundo as normas de cada gênero e linguagem; inclui, ainda, a fundamentação do trabalho de inserção dos dados, obtidos nas etapas anteriores do inventário. Nessa perspectiva, assinalamos que o PIRMG tem como público alvo moradores das cidades que compõem a região do Mato Grande (RN), em sentido estrito, e demais interessados na história e cultura potiguar, em sentido amplo. Para isto, intencionamos disponibilizar o banco de dados à pesquisa pública via Portal da Cultura Popular sito à 4. CONCLUSÕES O desenvolvimento do PIRMG está em consonância com a busca constante de conhecer e proteger o patrimônio cultural, pois essa ação significa dirigir o olhar para representações que configuram uma identidade da região para seus habitantes, e que remetem à paisagem, às edificações e aos objetos, aos fazeres e saberes, às crenças e hábitos. Assim, o PIRMG possibilitará acesso a pesquisas e principalmente o armazenamento desses registros, elementos que fazem parte da cultura e história de cada município, até mesmo resgatando algumas antigas tradições, e assim não se deixar perder informações ao longo do tempo, o que possibilitará o conhecimento dos saberes e ofícios tradicionais, das formas de expressão, das festas e celebrações e dos lugares de sociabilidade de maior relevância aos municípios que compõem essa região. AGRADECIMENTOS Agradecemos a Pró-Reitora de Pesquisa e Inovação do Instituto Federal do Rio Grande do Norte e ao CNPQ pelo financiamento da pesquisa. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição Federal (1988). Seção II, Artigo 216, caput, incisos, parágrafos. BRASIL. Decreto Presidencial 3551/2000 de 4 de agosto de Institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem patrimônio cultural brasileiro, cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em 15 out CASTRO, Maria Laura Viveiros de; FONSECA, Maria Cecília Londres. Patrimônio imaterial no Brasil. Brasília: UNESCO, Educarte, INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Inventário Nacional de Referências Culturais, Manual de Aplicação. Brasília: DID, 2000a.. Patrimônio Imaterial Decreto 3551/2000. Disponível em: b. Acesso em: 13 out

6 . Patrimônio Imaterial: estratégias e formas de proteção. Atividades da Comissão e do Centro de Trabalho criados pela Portaria IPHAN 37/98, LEOCÁDIO, Paulo. Teoria de base de dados. S.d. Disponível em: < _Banco_de_Dados.pdf.> Acesso em: 07 ago