2010 FIDAE DA SOLIDARIEDADE

Transcrição

1 2010 FIDAE DA SOLIDARIEDADE Roberto Portella Bertazzo, Bacharel em História pela UFJF e Membro da Sociedade Latino Americana de Historiadores Aeronáuticos (LAAHS) Membro de Centro de Pesquisas Estratégicas Paulino Soares de Sousa da UFJF. robertobertazzo@hotmail.com Apesar do devastador terremoto e maremoto que ocorreu no Chile no dia 27 de fevereiro, o povo chileno não se abateu e numa mostra de valor e coragem segue em frente na reconstrução do país. Só o fato de a XVI FIDAE ter sido mantida, e funcionar perfeitamente, entre os dias 23 e 28 de março, menos de um mês depois do terremoto, já pode ser considerado um tremendo sucesso. Segundo o comandante da Força Aérea Chilena - Fach -, General do Ar Ricardo Ortega,... vimos que era um bom evento para o público, para levantar o ânimo, para demonstrar que o Chile está de pé. Nesse espírito de solidariedade, diversos expositores trouxeram ajuda para os atingidos, como foi o caso da Airbus, que trouxe diversos materiais a bordo do seu A-330F, muito embora anteriormente já houvesse enviado ajuda a bordo de aeronaves novas que estavam sendo entregues a seus clientes TAM e LAN, no dia 10 de março. Também a Boeing, aproveitou a vinda do seu Boeing Business Jet (BBJ) conversível, para trazer suprimentos para as vítimas do terremoto.

2 A Força Aérea Americana - USAF - também enviou para a FIDAE um C-17 carregado com ajuda. Nenhuma das aeronaves da Fach, que atua na ajuda aos necessitados, atingidos pelo terremoto foi exibida na feira, para que os trabalhos humanitários não fossem interrompidos. Mais de oitenta por cento dos expositores foram estrangeiros, sendo que a maioria das empresas eram provenientes de Estados Unidos, Israel, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Rússia, Brasil e República Checa, entre outras. Airbus, Bell, Boeing, Embraer, Lockheed-Martin, Eurocopter, EADS, IAI, Pratt and Whitney e Thales, além de outras aproveitaram a FIDAE para apresentar suas novidades. A grande atração da feira foi sem dúvida o Lockheed F-22 Raptor, o mais moderno e poderoso avião de combate da atualidade. Foi a primeira vez que o Raptor visitou um país da América do Sul. Suas formas impressionam, bem como suas manobras e acelerações atraíram a atenção de todos os presentes à feira. Demonstração do Lockheed F-22 Raptor (Fotos: autor) Outra novidade foi a apresentação da versão cargueira do Airbus A-330, que chamou a atenção pelo seu tamanho e que traz uma modificação na parte do compartimento do trem de pouso dianteiro.

3 Airbus A F (Fotos: autor) Foi importante a presença militar dos Estados Unidos, que levou para a feira dois F- 22 Raptor, um C-17, um C-130H, um C-130J. Cargueiro C-17 (Fotos: autor) O autor na cabine de comando do C-17. Notar o manche no formato de um joystick e o HUD logo acima que ajuda em aterrisagens difíceis. Uma outra característica interessante é que o reverso dos motores podem ser acionados em pleno vôo, e na foto ao lado as dimensões do cargueiro. (Fotos: autor) A Fach exibiu em vôo os seus Lockheed-Martin F-16C Block 50 e os F-16MLU adquiridos da Holanda, junto com os Northrop F-5E Tiger III e Casa C-101 Aviojet. A esquadrilha de acrobacias Los Halcones, fez apresentações impecáveis. Vários aviões da Aviação do Exército do Chile também estiveram expostos.

4 Lockheed-Martin F-16C Block 50 e F-16MLU (Fotos: autor) Northrop F-5E Tiger III e Casa C-101 Aviojet (Fotos: autor) Da Austrália, veio um Gippsland GA-8 Airvan, avião que se assemelha a um irmão menor, com motor a pistão, do Cessna Caravan. Este avião voou pela primeira vez em 1995 e está destinado a cobrir a faixa de mercado entre o Cessna 206 e o Grand Caravan. Gippsland GA-8 Airvan e Cessna Caravan (Fotos: autor) Da Nova Zelândia, veio um Pacific Aerospace P-750 Xstol, motorizado com um uma turbina P&WC PT6A, tem capacidade de decolagem e aterrisagem extremamente curtos e pode transportar 1814 kg de carga.

5 Pacific Aerospace P-750 Xstol (Fotos: autor) Representando a Argentina, cuja ex-fábrica Militar de Aviones que voltou em dezembro de 2009 ao controle do governo, com a nova denominação de Fábrica Argentina de Aviones Brig. San Martin S/A, veio um Pampa, com instrumentos atualizados e que poderia vir a ser uma aeronave muito útil para a FAB, como substituto dos Xavante. Pampa (Foto: autor) A presença brasileira foi a maior de todas as Fidaes, tanto pelo número de aeronaves como pela quantidade de empresas presentes. A FAB esteve representada por uma quantidade de aeronaves sem precedentes, sendo a maior delegação estrangeira da feira. Estiveram presentes dois Embraer Super Tucano, dois Embraer AMX, dois Casa C-295 Amazonas, um Embraer 135 VC-99B, um Embraer E-99 AEW e um Embraer R-99 e oito Embraer T-27 Tucano da Esquadrilha da Fumaça, que com suas exibições talentosas, trouxe mais uma vez as cores brasileiras aos céus andinos de Santiago. A Embraer exibiu um Phenom 100 e um dos novos Super Tucano recentemente entregues e incorporados à Força Aérea do Chile e que foi exposto pela primeira vez.

6 Super Tucano da Força Aérea Chilena e Força Aérea Brasileira e um Embraer E-99 (Fotos: autor) Casa C-295 Amazonas e os oito T-27 da Esquadrilha da Fumaça (Fotos: autor) A Aeroeletrônica apresentou em seu stand as opções de modernização das cabines do Embraer Tucano, Embraer Bandeirante e AMX. A Britanite, localizada no Paraná, apresentou uma gama de armas inteligentes, como as bombas SMKB-82 e SMKB-83 que possuem sistema de guia inercial e opção de propulsão, que possibilita um alcance de 50 km. Essas bombas têm baixo custo e não exigem o transporte de pods de guia pela aeronave atacante. Outra novidade apresentada pela Britanite foi o sistema de foguetes terra-terra Vector, que também possui guia inercial e a ogiva se separa do foguete no momento final do ataque. A Agrale, que já expotou seus veículos marruá para a Argentina e o Equador, apresentou um Marruá versão camionete na feira. Vários aviões executivos participaram da exposição estática, como o Boeing BBJ conversível, o Grumman Gulfstream e Cessna Citation. Pela organização e profissionalismo, a Fidae e o povo chileno sem dúvida servem de exemplo de superação para toda América Latina.