Escrito por Isabel Amaral Domingo, 12 Outubro :49 - Actualizado em Sábado, 29 Novembro :46
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- Carlos Eduardo Machado Bennert
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1 Após um AVC, a sensibilidade e o controlo dos movimentos do doente encontram-se muitas vezes diminuídos. Por isso, é muito importante ter cuidado com a posição em que se põem, pois podem não ser capazes de sentir que se estão a magoar e, portanto, de mudar instintivamente de posição. Um posicionamento adequado do doente, quer na cama, quer sentado, é muito importante porque: é mais confortável, evita as úlceras de pressão (escaras) e as deformidades articulares, previne a espasticidade, melhora a respiração e facilita a recuperação. As posições devem ser mudadas de 2h em 2h, quando está deitado e, se possível, ficar algum tempo do dia sentado. Neste espaço de tempo, o doente deve ainda ser estimulado a fazer ligeiras mudanças de posição de 30 em 30 minutos. Nas mudanças de posição é importante que o paciente seja levantado ou que role na cama. Não deve ser arrastado. Se o fizer podem aparecer bolhas nessas zonas do corpo e posteriormente escaras. Escaras Estar deitado ou sentado muito tempo na mesma posição favorece a formação de feridas no corpo (úlceras de pressão ou escaras). Elas surgem em áreas onde há mais pressão ou fricção do corpo contra a cama, especialmente nas zonas onde há saliências ósseas. Para além das mudanças de posição, as zonas de pressão devem ser protegidas com almofadas e a roupa da cama deve ficar bem esticada. 1 / 6
2 Os pontos ou zonas de pressão conforme a posição: Fig.1: Zonas de pressão nas diversas posições. Espasticidade Os músculos necessitam de ter um tónus (ou tensão) suficiente para permitir mover o corpo ou manter a sua posição contra a gravidade. Ao mesmo tempo deve ser possível relaxar os músculos para o seu normal descanso e proporcionar movimentos controlados, com flexibilidade e fluidez. Quando os músculos nestes pacientes ficam "presos" e os movimentos não são bem controlados, isso pode ser devido à espasticidade. Na espasticidade há um aumento do tónus ou da tensão de certos músculos. A contracção dos músculos não se faz de modo normal e foge ao controlo da pessoa atingida pelo AVC. Às vezes aparecem mesmo movimentos em "sacões" e mover as articulações é muito difícil. Realizar as actividades da vida diária, como vestir, comer, fazer a higiene e até o caminhar, pode revelar-se bastante difícil, pois a espasticidade pode atrapalhar muito os movimentos. Após a fase aguda do AVC, o doente pode desenvolver um padrão espástico que se caracteriza por: - Inclinação da cabeça para o lado afectado; - Ombro afectado em retracção, depressão e rotação interna; - Antebraço em flexão e pronação; - Dedos em flexão e adução; - Anca em retracção e rotação externa; - Joelho em extensão; - Pé em flexão plantar e inversão. 2 / 6
3 Fig. 2: Padrão espástico Ou seja, a cabeça inclinada para o lado afectado, o ombro descaído, o membro superior todo dobrado e junto ao corpo, e o membro inferior todo esticado e rodado para fora. POSICIONAMENTOS Este é um posicionamento correcto, ou seja, anti-espástico, se revela de extrema importância. - Cabeça alinhada com o corpo; - Protracção da omoplata; - Ombro em abdução e rotação externa; - Cotovelo e punho em extensão; - Antebraço em supinação; - Dedos em extensão e abdução; - Extensão do tronco do lado afectado; - Anca em flexão e rotação interna; - Joelho em flexão; - Pé em flexão dorsal e eversão. Fig. 3: Padrão anti-espástico 3 / 6
4 Ou seja, a cabeça e o tronco alinhados, o membro superior todo esticado e afastado do corpo, a mão aberta, os dedos afastados, e o membro inferior todo dobrado e rodado para dentro. POSICIONAMENTOS - Com a sua mão na omoplata, deve colocar o ombro afectado do doente mais para a frente (cuidado para não puxar pelo braço!). O braço deve ficar esticado, a palma da mão virada para cima e os dedos afastados. Se a mão tiver espasticidade, deve ser aberta de forma gradual e suavemente, para não aumentar a espasticidade. - Deve colocar a perna afectada ligeiramente dobrada. - A perna sã deve ficar dobrada e apoiada numa almofada, à frente da perna afectada. Deitado com o lado afectado para cima: - Colocar o braço afectado esticado com a mão aberta sobre almofadas, até ficar à altura do ombro. - Colocar a perna afectada ligeiramente dobrada e apoiada numa almofada. - Se necessário, colocar uma almofada nas costas para o doente não rolar para trás. Deitado de costas: 4 / 6
5 - Colocar uma almofada debaixo do ombro afectado, deixando o cotovelo esticado e a palma da mão virada para cima. - Colocar uma almofada debaixo da anca afectada. O joelho deve ficar ligeiramente dobrado. - A perna afectada deve ficar rodada para dentro. Sentado: 5 / 6
6 - Deve estar sentado direito e com as costas encostadas à cadeira. - O braço afectado deve estar apoiado numa mesa ou tabuleiro e em almofadas. O cotovelo deve ficar esticado e a mão aberta. - Se necessário, deve colocar uma almofada debaixo da nádega afectada para que o joelho não rode para fora. 6 / 6
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