O Brasil e os Transportes Rodoviários: Uma visão sobre Gestão de Riscos e Alta Performance na Cadeia de Suprimentos. ABRALOG / Accenture

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1 O Brasil e os Transportes Rodoviários: Uma visão sobre Gestão de Riscos e Alta Performance na Cadeia de Suprimentos ABRALOG / Accenture Setembro de 2012

2 Conteúdo Contexto...4 Simpósio...6 Perspectivas...10 Indústria...12 Operador Logístico...14 Seguradora...16 Corretora...17 Gerenciadoras de Riscos...18 Transportadora...20 Perspectiva Jurídica...22 Perspectiva de Outras Organizações (FIESP / USP)...23 Pesquisa...24 Visão Geral...26 Gráficos e Resultados...28 Principais conclusões e considerações finais...46 Participantes

3 Contexto Integração, avaliação de oportunidades, gestão de riscos, de continuidade de negócios e resiliência. Estes elementos são essenciais para empresas que desejam atingir alta perfomance com seus sistemas logísticos no Brasil. A estes fatores soma-se ainda a necessidade de conhecer profundamente o mercado local, que mantém características diferentes de outras regiões do mundo. Prosperar nesse ambiente requer, acima de tudo, planejamento e uma visão apurada de riscos. O transporte rodoviário brasileiro é um dos pontos que merece ser analisado neste contexto, dada a dependência das organizações nacionais diante desta modalidade. Atualmente, cerca de 65% do fluxo total de mercadorias e matériasprimas no Brasil são transportados por estradas. Em sua maioria deficientes, as rodovias nacionais mantêm um elevado índice de acidentes, que respondem por prejuízos aproximados de US$ 3 bilhões por ano. Já as perdas causadas por roubo de cargas correspondem anualmente a valores próximos de US$ 850 milhões. Embarcadores (empresas produtoras, retailers etc.) companhias de seguros, corretoras, operadoras de logística,transportadoras e empresas de gerenciamento de risco criaram mecanismos diferentes para atender este setor. As seguradoras brasileiras, por exemplo, passaram a redigir suas apólices após as recomendações das gerenciadoras de riscos. Especializadas em lidar com o risco de roubo de cargas no transporte rodoviário, estas empresas mantêm grandes centros de monitoramento e funcionários destacados no terreno para supervisionar se as operações estão em conformidade com o PGR (Plano de Gerenciamento de Riscos) e a apólice de seguros. Atenta às demandas do mercado, a Associação Brasileira de Logística (ABRALOG) decidiu promover um amplo debate sobre o tema de integração na cadeia de suprimentos, com ênfase nos riscos do transporte rodoviário de cargas. Para tanto, contou com a parceria da Accenture para o planejamento, coordenação e execução do evento em todas as suas fases. Acreditamos que este evento seja uma iniciativa única na busca de soluções sustentáveis para o setor. Tanto pela forma como o evento foi estruturado, quanto pelo grau de inclusão do evento, a ABRALOG abriu espaço para diversos segmentos da indústria, como seguradoras, corretoras, gerenciadoras de risco, operadoras de logística, transportadoras e demais componentes que fazem parte do processo de gestão de riscos em Cadeia de Suprimentos. 4 5

4 Simpósio 6 7

5 Simpósio Na tentativa de se obter um melhor entendimento do segmento de riscos no setor rodoviário brasileiro, a ABRALOG, juntamente com a Accenture, decidiu iniciar um processo de estudo deste mercado e de suas peculiaridades. A principal finalidade é proporcionar ao mercado brasileiro uma análise consistente e abrangente sobre o tema de Gestão de Riscos na Cadeia de Suprimentos. Isto ocorre principalmente em relação ao segmento de transporte rodoviário de cargas e warehouse, em que nível o tema é tratado nas organizações e a predisposição e tendências de investimento para os próximos anos. O processo consistiu das seguintes fases: Identificação dos diversos integrantes envolvidos no processo de Gestão de Riscos na Cadeia de Suprimentos (principalmente no transporte rodoviário de cargas e na gestão de riscos em warehouses) Identificação e convite das principais associações ou dos stakeholders de cada segmento Estruturação de um simpósio com a participação de representantes dos principais integrantes como palestrantes ou como componentes das mesas de debates Estruturação de uma pesquisa direcionada sobre o tema Convite criterioso de representantes dos principais integrantes e dos diversos segmentos da indústria para a participação em processos de entrevistas, brainstormings, focus groups, round tables e demais Condução de entrevistas, brainstormings, focus groups, round tables e debates com os executivos visando atingir uma visão clara sobre o cenário brasileiro em Gestão de Riscos na Cadeia de Suprimentos Aplicação, tabulação e análise crítica da pesquisa. Redação do relatório (de pesquisa e do simpósio) O processo para a análise e estruturação do tema seguiu o cronograma abaixo: Fase Objetivo Período / Data Planejamento Convite Validação Planejamento conduzido pela Accenture e ABRALOG para a definição da estratégia e criação de draft com as fases do estudo a ser desenvolvido Convite dos stakeholders a participarem do simpósio, round tables e da pesquisa Validação do framework definido junto a representantes dos diversos integrantes Janeiro a Fevereiro Março Março Simpósio Simpósio envolvendo os principais integrantes com palestras sobre o tema de Gestão de Riscos na Cadeia de Suprimentos com foco em integração e discussão formas de convergência dos esforços dos integrantes Março Os principais objetivos foram: Promover um amplo debate sobre o tema com a participação de representantes dos diversos integrantes e de diversos segmentos da indústria Avaliar as principais dificuldades para se adotar um approach mais integrativo para a questão Promover uma agenda contínua de discussão Auxiliar no processo de divulgação, educação e conscientização do mercado brasileiro. Para a pesquisa, foi conduzida uma análise crítica pela Accenture com o apoio de professores da Universidade de Manchester (Manchester Business School), da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Debates Focus Group Entrevistas Debates e brainstormings com grupo selecionado com representantes dos principais integrantes e representantes das diversas indústrias Debates sobre o tema de forma setorizado por tipos de indústria ou integrantes Entrevistas com executivos das empresas que contratam serviços de Gestão de Riscos na Cadeia de Suprimentos, executivos de seguradoras e de corretoras de seguros. Março Março a Abril Março a Abril Divulgação de Resultados Apresentação dos resultados da pesquisa às empresas participantes e para os integrantes envolvidos Junho a Setembro A ABRALOG e a Accenture acreditam que, dada a consistência, as diversas abordagens para a coleta de informações e o grau de seriedade e qualificação dos profissionais envolvidos na análise crítica das informações e na confecção deste relatório, este trabalho é uma ferramenta de reconhecido valor para este segmento de mercado. 8 9

6 Perspectivas Ao término do simpósio, foi realizado um amplo debate com representantes dos principais segmentos de empresas relacionadas ao tema de Gestão de Riscos na Cadeia de Suprimentos. Adicionalmente foram realizadas entrevistas com diversos executivos de empresas manufatureiras, operadores logísticos, transportadoras, seguradoras, corretoras e gerenciadoras de riscos. As principais ideias foram grupadas por segmentos lógicos e estão sintetizadas nos tópicos a seguir

7 Indústria Dentre as principais opiniões colhidas junto à indústria, podemos perceber um consenso no que se refere à ausência de uma visão de longo prazo em Gestão de Riscos na Cadeia de Suprimentos. A falta de uma política de fidelização, com objetivos claros e um relacionamento mais transparente entre clientes e fornecedores dificulta o entendimento entre os integrantes de seus papéis e a consecução dos objetivos de longo prazo em Gestão de Riscos na Cadeia de Suprimentos. Há ênfase excessiva nos resultados de curto prazo, o que impede a criação de uma relação do tipo win-win entre clientes e fornecedores. Para que se atinja o grau de excelência desejado, é necessário o desenvolvimento de algumas competências específicas por parte dos integrantes envolvidos na operação, o que demanda um longo período de tempo. Sem uma visão clara de longo prazo, sem objetivos e metas bem definidas, devidamente compartilhadas entre clientes e fornecedores torna-se mais difícil atingir um nível de maturidade necessário para o estabelecimento de um processo de gestão de riscos eficiente e consistente nas organizações. A alta performance está atrelada a criação de resultados de longo prazo. Esta adoção permite a criação de uma única cultura organizacional a ser compartilhada entre clientes e fornecedores, o alinhamento estratégico entre os objetivos de logística e de gestão de riscos operacionais de forma colaborativa e convergente, e o entendimento dos impactos das ações de gestão de riscos em cadeias globais ou para os key accounts da empresa. O principal motor de mudança neste processo serão as indústrias contratantes de serviços de Gestão de Riscos na Cadeia de Suprimentos. A conscientização da necessidade de se estabelecerem políticas e objetivos de longo prazo, auxiliará a obter uma solução consistente e sustentável para a questão. A ausência de Indicadores Chave de Risco (KRIs Key Risk Indicators) ou até mesmo a falta de abrangência ou consistência em sua definição tem sido outro ponto ignorado pelas empresas. Pode-se notar que, normalmente, os KRIs definidos não contemplam uma visão socioambiental, embora a maioria das empresas reconheça esta preocupação. Tal ausência dificulta o processo de integração e o aproveitamento de sinergias. A falta de Acordos de Nível de Serviço (SLA s Service Level Agreements), baseados em KRIs previamente definidos, obriga os fornecedores a atingirem determinado nível de excelência na prestação de serviços. Isto atrapalha o desenvolvimento deste mercado de forma profissional e eficiente. Por vezes, as empresas tentam estabelecer SLAs sem realizar uma adequada negociação com seus fornecedores, o que leva ao desgaste da relação com fornecedores e ao descrédito do processo, muitas vezes devido à impossibilidade de atingir as metas estabelecidas. As indústrias também têm percebido a ausência de uma cultura preventiva neste tema. A maior parte delas ainda trabalha sobre as consequências, ao invés de atuar junto às causas. Muito disto deve-se a ausência de ferramentas adequadas de mensuração de riscos. A grande parte das empresas admite que erroneamente viam o seguro como a solução para o desafio, ao invés de considerá-lo como uma ferramenta de gestão de risco, Com isso, não levavam em conta outras consequências para a empresa, como o progressivo agravamento de suas apólices. Percebe-se também que as empresas não mantêm uma percepção clara sobre os conceitos de gestão de riscos e gestão de crises. Consequentemente, elas deixam de agir preventivamente e pró-ativamente. Desta forma, aumentam os números de ações de contenção por causa desta postura. Cabe lembrar que o custo da ação de contenção é sempre maior que o da ação preventiva. O custo da urgência em solucionar uma crise faz com que sejam dizimadas economias à custa de constantes negligências no processo. Mesmo o custo da ação contingencial pode ser diminuído se houver uma preparação para a crise por meio de planejamento e treinamento adequados. Elas admitem também que tão importante quanto a definição das regras e modelos lógicos de gestão de riscos é a comunicação e a divulgação da cultura de gestão de riscos ao longo da cadeia de valor. Para promover uma mudança no foco no processo de gestão de riscos, é necessária a sensibilização dos gerenciadores no que se refere à forma como são vistos os riscos potenciais. Esta diferente abordagem implica em uma nova definição de perfil de gestão de riscos que, além de se preocupar com os resultados de curto prazo, estabelece um relacionamento duradouro com seus fornecedores, comprometida - com o desenvolvimento da cultura organizacional voltada para risco, Nota-se que mesmo após 15 anos da data de surgimento da primeira gerenciadora de riscos no Brasil e da adoção deste modelo de Gestão de Riscos na Cadeia de Suprimentos, não existe ainda uma definição clara dos papéis dos diversos integrantes (seguradoras, corretoras, gerenciadoras de riscos, transportadoras etc.) e de um alinhamento de objetivos entre as áreas de Cadeia de Suprimentos e de gestão de riscos das empresas. Esta falta de alinhamento fica notória por ocasião da confecção e aprovação do PGR, e define fatores limitantes para o planejamento logístico da empresa e serve como base para a confecção da apólice de seguro. Além das dificuldades conhecidas no processo da cadeia de suprimentos, como a equalização das agendas da área de logística, o lead time, a maximização do fluxo logístico e diminuição da concentração de valor das cargas, existem outros fatores que dificultam ainda mais o processo. Um apontamento recorrente é a existência de mais de uma apólice de seguro para a carga. Isto traz mais de uma gerenciadora de riscos e mais de um PGR. Ou seja: diferentes normas e gestores para a mesma operação. As empresas reclamam ainda da falta de um protocolo comum que facilite o entendimento entre as gerenciadoras de riscos. A necessidade de simplificar os PGRs tem sido vista como essencial para as empresas que possuem operações logísticas complexas e distribuídas no Brasil. Estas companhias consideram ainda que a implantação de um PGR é tão difícil quanto sua definição, pois afeta a cultura organizacional. Organizações globais apresentam dificuldades para se adaptar ao modelo de gestão de riscos adotado no Brasil. Além da realidade do País, as multinacionais possuem ainda exigências para que seus modelos possuam aderência local. Certificações que são consideradas corriqueiras para fornecedores europeus, por vezes não são comuns entre os brasileiros, o que implica na inviablidade de padrões globais de operações no solo brasileiro. Fica claro que as empresas embarcadoras e contratantes destes serviços reconhecem a necessidade do desenvolvimento de uma abordagem mais holística e preventiva para o tema. Isto será possível com o aumento do grau de profissionalização sobre a gestão de riscos em Cadeia de Suprimentos e da integração com os atores deste processo. As companhias reconhecem ainda a necessidade de desenvolver parcerias de longo prazo com fornecedores que compartilhem a mesma visão e possuam cultura organizacional com valores semelhantes, para que se estabelecer objetivos de longo prazo de forma consistente e lucrativa para todos os envolvidos

8 Operador Logístico Na visão de boa parte dos operadores logísticos, um dos principais desafios enfrentados pelo mercado de gestão de riscos em cadeia de suprimentos está no fato de que a maioria dos integrantes que tomam parte neste processo não possui uma visão global da cadeia como um todo. Aliado a isto, a maioria das ferramentas utilizadas não possui base científica na sua aplicação. Há muito de trabalho árduo, empirismo e um exaustivo processo de tentativa e erro para a validação de determinadas soluções de custos que se provam maiores do que uma abordagem científica para o desafio. Outro desafio que também foi levantado refere-se aos textos básicos usados para a confecção de PGRs e de declarações de direito de regresso. Ambos os documentos apresentam falhas que prejudicam o entendimento ou geram interpretações dúbias. A falta de padronização destes textos resulta muitas vezes em não conformidades e negativas de pagamento de sinistros pelas seguradoras. Foi observada também a ausência de um framework de trabalho aceito por todos os integrantes que facilite o entendimento entre as partes e que possa aperfeiçoar o processo. Desta forma, uma sugestão para aprimorar a performance é adotar um protocolo único, que facilitasse a comunicação entre todos os envolvidos no processo de gestão de riscos operacionais. Este protocolo deveria ser baseado nos conceitos de amplo entendimento e aceitação por parte de todos os integrantes. Para se gerar um alto grau de aderência e uma ampla aceitação por parte do mercado a este framework, alguns princípios devem ser seguidos. Primeiramente, ao invés de se buscarpadronização ou qualquer outra medida extremamente restritiva, deveria se buscar uma harmonização das regras e ferramentas já estabelecidas. A iniciativa estabeleceria um processo de aceitação consensual entre as diversas partes. Para que isto ocorra, dois fatores são considerados fundamentais: comunicação e imparcialidade. A comunicação Permite clareza entre todos os envolvidos. Um processo de comunicação bem direcionado e consistente facilita a obtenção do consenso das partes envolvidas, mesmo diante dos diversos e distintos interesses dos envolvidos. A imparcialidade E necessária para que as diversas agendas e conflitos de interesse que emergirão sejam solucionados da maneira mais racional e pragmática possível evitando que a solução caia em descrédito. A falta de um selo aceito por todos os integrantes, emitido por órgão certificador competente e isento, dificulta o processo de aceitação ampla. Percebe-se que algumas certificações, como a ISO , ISO , TAPA e normatizações, tal como a ISPS Code, tem sido acolhidas pelo mercado brasileiro, apesar de não apresentarem o mesmo grau de aceitação quando comparadas aos mercados de países de economias consolidadas. A criação de um manual básico de gestão de riscos com as práticas líderes da indústria e as mais adequadas ferramentas de gerenciamento de riscos aplicáveis seria uma forma de possibilitar um maior alinhamento do setor e difusão das práticas líderes. O manual deveria ser desenvolvido baseado numa metodologia com fundamentos técnicos bem estabelecidos e consistentes, sendo confeccionado por uma organização imparcial e com credibilidade entre os diversos integrantes deste segmento de mercado. Um resultado esperado deste trabalho seria a diminuição dos custos de gerenciamento de riscos para as transportadoras e para o mercado como um todo. Isto resultaria em mais profissionalização e competitividade para o segmento. Somente quando os diversos participantes do mercado (corretores, seguradoras, gerenciadoras de riscos, embarcadores, transportadoras e operadores logísticos) atuarem em sintonia poderemos inferir um grau mais avançado de colaboração na proteção do sistema de transportes como um todo

9 Seguradora Corretora Ainda hoje, um dos principais desafios enfrentados pelas seguradoras refere-se à questão cultural das empresas em relação ao tema gestão de riscos. Além da necessidade de uma visão clara sobre o tema, existe uma pressão crescente para a diminuição de custos de forma generalizada nas empresas e uma interpretação equivocada frente ao que pode ser considerado custo e o que pode ser visto como investimento. O gerenciamento de riscos, de forma geral e, principalmente no transporte rodoviário de cargas, pede por investimentos de tempo e dinheiro, com expectativas de retorno de médio para longo prazo. Para que se tenham resultados efetivos, são necessárias mudanças sistêmicas na cultura de gestão de riscos na organização, o que toma tempo. É claro para o mercado segurador as empresas que entenderam que gestão de riscos é um investimento e não uma despesa estão adiante na corrida por um desempenho acima da média. Estas organizações contam com preços de apólices diferenciados em relação às empresas que não investiram em gestão de riscos. O amadurecimento da cultura de gestão de riscos passa por inúmeras negociações com os fornecedores de serviço. Custos, formas de conduzir a operação, normatização por meio de PGRs e valores institucionais para que todos trabalhem alinhados são exemplos clássicos. Esta é a única forma consistente de se conseguir uma diminuição sustentável de custos no longo prazo. Outro tópico comum, enfrentado pelas seguradoras, é a falta de profissionais qualificados para atuar neste tipo de mercado. Por vezes, sinistros são negados por falta de conhecimento técnico específico por parte de quem realiza a análise. As seguradoras têm investido na qualificação profissional do seu pessoal para facilitar o entendimento deste mercado. Elas notam que já existe um histórico de sucesso por parte de algumas empresas que investiram de forma séria em gestão de riscos ao longo dos anos e que hoje conseguem reduções de seguros significativas. Quando o cliente possui uma política clara de gestão de riscos e prevenção de perdas, é notável uma conexão mais ampla entre os integrantes, associada ao desenvolvimento de uma mentalidade de parceira e de busca de resultados no longo prazo. Esta escolha de parceiros de forma criteriosa é um diferencial em termos de obtenção de resultados favoráveis e consistentes para a empresa. Prioridade em apenas um risco - as seguradoras notam que as gerenciadoras de risco enfatizam somente os riscos de roubo de cargas e dão pouca ou nenhuma consideração a outros riscos, como os ligados a acidentes, segurança de áreas e instalações (warehouses e portos secos). Para cada dólar gasto para cobrir perdas em roubo de cargas, cerca de três dólares adicionais são gastos para cobrir perdas decorrentes de acidentes no transporte rodoviário de cargas. Apesar das dificuldades existentes, as seguradoras acreditam que este mercado tem se profissionalizado progressivamente. A prova disto está na na queda no preço dos seguros, que ocorre consistentemente ao longo dos últimos anos. Para as corretoras causa estranheza como o tema gerenciamento de riscos é empregado neste tipo de mercado, com um olhar demasiadamente voltado à prevenção e ações mitigatórias de roubo no transporte rodoviário de cargas. O segmento entende que há um superdimensionamento no risco de roubo, uma vez que este é bem menor se comparado a outros riscos, tais como o de acidentes no transporte rodoviário e armazenagem de certos produtos inflamáveis ou explosivos em warehouse. Acredita-se que esta distorção ocorra devido à frequência que o risco se apresenta. Contudo, levando-se em conta a severidade desta modalidade de risco, nota-se que os impactos são diminutos se comparado ao modal marítimo, no qual o valor de um único carregamento pode equivaler ao valor de centenas de carregamentos rodoviários, por exemplo. É preciso que o tema seja visto de forma mais abrangente, contemplando outros riscos ligados ao transporte rodoviário de cargas como acidentes e riscos ligados a warehouse de uma forma geral, tanto no que se refere à segurança quanto à proteção. Boa parte deste desafio decorre da falta de profissionais especializados neste tema. Desta falta de profissionalização decorre uma visão limitada sobre a gestão de riscos na Cadeia de Suprimentos e sobre como ações mínimas preventivas ou corretivas deveriam ser tomadas por estas organizações. Uma ação que não tem sido adotada é o estabelecimento de comitês interdisciplinares de gestão de riscos nas companhias, que buscam tratar e mitigar seus riscos. As seguradoras acabam por aceitar riscos que ainda não foram tratados como deveriam e têm dificuldade em quantificálos ou torná-los gerenciáveis. Acaba-se transferindo o risco total ao invés do risco residual, como deveria ser feito. O resultado é um custo de seguro mais alto e sem o devido dimensionamento, o que gera distorções para cobrir riscos definidos de forma imprecisa e que podem concretizar-se a qualquer momento. O comitê de gestão de riscos é considerado peça chave neste processo, uma vez que permite uma discussão regular sobre o tema dentro das empresas. Além de ajudar a moldar uma cultura de prevenção de riscos, permite o diálogo aberto entre os diversos integrantes e o estabelecimento de uma agenda de longo prazo para a solução de desafios. As sucessivas reuniões do comitê, estabelecendo metas claras e planos de ação permitem com que se assuma responsabilidade do tema na organização e auxilia no processo de melhoria contínua. É notório que melhores resultados são obtidos em empresas com políticas que valorizam a prática de gestão de riscos. Isto ocorre porque existe mais entendimento por parte das demais áreas. Há também uma visão global de riscos compartilhada por todos e a definição de objetivos de gestão de riscos, o que estabelece a aplicação de ações conjuntas entre as diversas áreas para a solução de desafios. Deste mix, decorrem resultados consistentes e duradouros que refletem diretamente no valor do seguro contratado e na facilidade de aceitação dos riscos por parte das seguradoras no mercado. Tal quadro demonstra que os investimentos em prevenção e mitigação de riscos pagam-se no decorrer dos anos

10 Gerenciadoras de Riscos As gerenciadoras de riscos reconhecem que este mercado ainda é muito novo e, até certo ponto, empírico, realizando diversas ações pelo método de tentativa e erro. É reconhecido que ainda faltam ferramentas mais técnicas e metodologias mais consistentes para tratar o tema no transporte rodoviário de cargas. Outro desafio enfrentado pelo setor é a resistência à cultura de risco dentro de algumas áreas das organizações que contratam seus serviços. A adoção das normas e procedimentos específicos pode auxiliar nesse processo, que deve ter o PGR, como uma ferramenta integração e convergência de esforços para a operação. As gerenciadoras observam que é notória a diferença nos procedimentos das empresas que optam pela transferência do risco (fazem seguro) das que optam por fazer autoseguro. As que fazem autoseguro agem de forma muito mais prudente, são bem mais exigentes e conscientes dos procedimentos tanto com o público interno quanto com os parceiros que participam deste processo. Por outro lado, certas empresas fazem a opção pela contratação de apólices de seguro levando-se em conta somente o binômio flexibilidade (das normas de gerenciamento de risco e da apólice de seguro) e preço. Embora, estes dois fatores possam ser convenientes, a não atenção a outros elementos afetam a longevidade e sustentabilidade de uma política organizacional de gestão de riscos. Acredita-se que deve ser iniciada uma campanha de conscientização junto às empresas para que haja uma sensibilização da necessidade de se implantar uma cultura de gestão de riscos voltada para a prevenção e integração dos integrantes. Esta iniciativa deve partir das próprias empresas embarcadoras que contratam os serviços de gestão de riscos, devendo forçar os integrantes a um processo de melhoria contínua deste processo. Este movimento das empresas permitiria um aumento do grau de profissionalização deste mercado e geraria um maior grau de integração. Só assim haveria uma preocupação maior com a qualidade de forma consistente e sustentável, fugindo da tradicional guerra de preços que não gera benefícios sustentáveis. As gerenciadoras apontam uma falta de conhecimento generalizado das ferramentas e sistemas de gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas, tanto por parte das seguradoras, quanto por parte das transportadoras e dos clientes. Tal fato dificulta as análises mais técnicas e realísticas de eventos de sinistro. Outro fator levantado pelas gerenciadoras de riscos é a dificuldade encontrada pelos colaboradores das áreas de gestão de riscos das seguradoras encontram em convencer os subscritores da necessidade de negar ou agravar a apólice de determinado cliente por conta de determinado risco. As gerenciadoras também incentivam a criação de comitês de gestão de riscos para uma agenda contínua de discussão sobre o tema. Desta forma, elas passam a ter um acompanhamento mensal da situação do cliente e contar com um maior apoio e por parte do cliente e verificação de desvios em tempo hábil para a tomada de ações corretivas. Nestes comitês seria incentivada também a participação das seguradoras e corretoras de seguros. Não só a integração de políticas, normas e procedimentos é defendida pelas gerenciadoras de risco, mas também a integração dos sistemas de rastreamento, gestão de riscos, roteirizadores e demais. Os sistemas têm aumentado os seus níveis de complexidade ao longo dos anos e o elemento humano ainda é o maior causador de falhas neste processo. A automatização causa a diminuição de erros e de custos operacionais de forma considerável. Por último, as gerenciadoras consideram útil a realização de fóruns de debates sobre o tema, buscando soluções viáveis e integrativas. Dentre estas soluções, foi levantada a possibilidade da confecção do PGR e da apólice de seguro ser conduzida de forma mais ampla, envolvendo mais parceiros que tomam parte deste processo

11 Transportadora Do ponto de vista das transportadoras, não só a relação entre os integrantes do setor como também a necessidade de se contar com procedimentos unificados e universalmente aceitos pelo mercado é um ponto crucial. Alguns pontos impactam as operações em termos de custo, qualidade e agilidade. Embora exista certo consenso do papel de cada um nesta cadeia de valor, alguns interesses ainda são considerados conflitantes, o que dificulta a integração e a otimização de processos. As atividades designadas como gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas no Brasil não apresentam uma unificação de forma completa e irrestrita, seja pelo grau de complexidade da operação, seja pela falta de entendimento do desenho da operação ou, ainda, pela ausência de integração de sistemas. Embora muitas sejam as nuances que interferem neste processo de integração, acredita-se que pelo menos boa parte das ferramentas e metodologias poderia ser padronizadas ou consideradas parte de um cardápio de operações aceitáveis no mercado. Dessa forma, não se uniformizariam as atividades de gerenciamento de risco em si, mas seriam elaborados frameworks com metodologias e conceitos comuns. A análise verificou que os transportadores ressentem-se dos interesses considerados vistos por eles como ilegítimos e que interferem neste processo de integração. O exemplo mais mencionado é a mitigação de riscos cobrada por vários segmentos do mercado: o cadastro de motoristas e o processo de autorização ou não da condução do caminhão com determinada carga, que apresenta atratividade ao motorista. Os participantes da pesquisa entendem esta medida como uma das mais difíceis para se promover integração no mercado. Segundo observado, a existência de várias gerenciadoras de riscos mantém múltiplos cadastros e banco de dados, compostos por diferentes critérios de aceitação. A utilização destas ferramentas envolvem diretamente o faturamento das gerenciadoras de riscos, que cobram determinado valor a cada embarque pelo serviço de verificação e cadastro de perfis dos motoristas. Do ponto de vista do transportador, principalmente os que têm uma gama muito grande de clientes com produtos considerados de alto risco, a diversidade de cadastros gera um desafio considerável. Imagine que o transportador tenha cinco clientes com seguro próprio, PGR também próprio e ainda sua própria gerenciadora de riscos, todos diferentes entre si. Ocorre que mesmo as regras de gerenciamento de riscos mais comuns, serão cobradas de maneira diferente pelos vários gerenciadores de riscos, causando não só um retrabalho muito grande, como também aumentando as probabilidades de erro. Considerando a situação dos cinco clientes dada, o transportador teria, por exigência de seguro e da gerenciadora de riscos, que cadastrar o mesmo motorista em cinco bancos de dados diferentes. Às vezes, o mesmo motorista, no mesmo caminhão, em dois cadastros diferentes. Ficam claros os impactos referentes ao aumento de custos e ao aumento do grau de complexidade da operação em si. Talvez o primeiro passo para se iniciar um processo sério de integração no âmbito de gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas fosse a adoção de um banco cadastral único, reconhecido por todos os envolvidos neste processo (gerenciadora de riscos, corretoras, seguradoras etc.). Isso facilitaria sobremaneira o trabalho, gerando economias significativas de tempo e custos. Verifica-se que no segmento de transporte rodoviário de cargas, por vezes muitas empresas transportadoras são pressionadas a assinar PGRs atrelados a apólices de seguro de Transporte Nacional e de Responsabilidade Civil dos embarcadores destas cargas. Às vezes, tais planos são elaborados quase que empiricamente pelas gerenciadoras e seguradoras, não se levando em conta as consequências para as empresas transportadoras. As seguradoras já possuem um conjunto de regras definidas para determinada apólice, aplicado para que seja cumprido pela gerenciadora de riscos. O resultado disto é um conjunto de tabelas com medidas de segurança e proteção que tem sido seguido de forma quase inalterada como padrão pelo mercado e aplicado a diversos clientes de diferentes setores ou segmentos - com necessidades distintas. Outras regras usuais no segmento de gestão de riscos também poderiam ser aceitas para diminuir custos e universalizar procedimentos, como um mapa das áreas de risco, em que são apontados os índices de sinistralidade para determinado tipo de carga transportada. As áreas de riscos definem muitas vezes as medidas de gestão e segurança a serem utilizadas, como emprego de escoltas, configuração de rastreadores, de sensores e de atuadores. Como tais áreas e medidas são de conhecimento e devidamente aceitas pelo mercado de forma generalizada, logo, haveria maior possibilidade de consenso. O que predomina no mercado é um conjunto de ações isoladas aplicadas pelas gerenciadoras de riscos, ao invés de um sistema integrado. Isto ocorre por vários motivos, sendo o principal deles a manutenção de um escopo de serviço que possa ser precificado e mantido num contrato fixo. O aumento de complexidade das práticas de gestão de riscos no transporte rodoviário obriga as transportadoras a mudarem o perfil de contratação de mão-de-obra. Este novo perfil implica em aumento de especialização, aumento da carga de treinamento e aumento de custos. Contudo, o mercado continua forçando o preço dos fretes para baixo, dificultando ainda mais a contratação de perfis adequados. A solução para o dilema da melhoria na qualidade dos processos de gestão de riscos e da manutenção dos seus custos em patamares aceitáveis, certamente implicará em investimentos em normatização, padronização, integração e otimização de processos, além de inovação, visando encontrar soluções sustentáveis. Atualmente, os objetivos são claros para os envolvidos no processo de gerenciamento de riscos, mas não são comuns e nem convergentes para todos. A dificuldade de uniformização (ou harmonização) e integração de processos é compreensível, mas a ideia não deve ser abandonada em nenhum momento. Integrar o conceito geral é preciso, enquanto que as particularidades e exceções devem ser gerenciadas à parte. Só assim será possível melhorar o nível de prestação de serviços neste segmento e diminuir custos de forma consistente. Outro desafio levantado é a própria falta de percepção por parte do cliente em relação ao gerenciamento de riscos. Isto é claramente denotado quando o cliente não leva em conta as janelas de entrega de cargas, o que causa esperas e exposição da carga de forma desnecessária por parte dos caminhoneiros que tem que pernoitar em frente aos locais de entrega sem dispor das condições de segurança adequadas para ele e para a carga

12 Perspectiva Jurídica Perspectiva de Outras Organizações (FIESP / USP) Produtores e fornecedores de bens e serviços cada dia mais se preocupam com os riscos de sua Cadeia de Suprimentos e de sua logística. Tal preocupação decorre não somente da possibilidade de ocorrência de desafios inerentes à atividade desenvolvida, mas também pela possibilidade de não observância da legislação aplicável. O departamento jurídico deve ser convocado para participar em todas as fases do processo de gestão de riscos: análise, identificação, mensuração, classificação, mitigação, transferência e eliminação dos riscos. A contribuição desse profissional poderá ser de maneira ampla e preventiva, bem como de maneira pontual. No primeiro caso, em que o foco será de uma contribuição ampla e preventiva, este profissional poderá fazer o levantamento de toda a legislação aplicável ao setor em questão (ambiental, trabalhista, regulatória, societária, civil, consumerista, tributária e penal). A partir deste ponto, procederá a uma análise e indicação dos aspectos legais específicos que devem ser observados e cumpridos pelo cliente em questão (compliance). A análise detalhada dos processos operacionais, sob a ótica legal, permite agir de forma preventiva e voltada aos principais pontos de vulnerabilidade identificados neste levantamento inicial. Na relação de ações preventivas estão o auxílio ou a elaboração propriamente dita de uma política de compliance para a empresa, de códigos de ética e conduta e de uma redação de normas internas das mais diversas naturezas. Além disto, a própria participação em comitês multidisciplinares de compliance e de gerenciamento de riscos. A segunda forma de atuação do setor jurídico ocorreria sob a forma de contribuições pontuais para algumas situações específicas, tais como a análise dos aspectos legais relativos às situações que causam desdobramentos desfavoráveis e a indicação de mecanismos para mitigação destes riscos para o cliente. A título de exemplo, podem-se citar ações para mitigar ou lidar com riscos originados por ações jurídicas movidas por funcionários contra a empresa, por causa da instalação de câmeras de segurança em uma determinada instalação sem o conhecimento prévio dos profissionais, ou riscos inerentes ao transporte de certos produtos definidos em legislação ambiental. Outro exemplo são os riscos decorrentes da solicitação ou obtenção de dados de empregados e seus familiares. Ainda é possível contar com a orientação jurídica quando diante dos riscos gerados a partir do fornecimento inadequado ou do transporte inadequado de certos produtos que exijam armazenamento especial (como vacinas e plasma), cuja não observância de procedimentos pode causar ações de responsabilidade civil contra a empresa. Outra forma de atuação pontual comum ocorre em situações de crises. Neste caso, o direcionamento jurídico assertivo e rápido faz toda a diferença. Podemos citar o acompanhamento de advogados especialistas em direito ambiental durate situações de vazamento de produtos químicos com contaminação de mananciais ou de outros ecossistemas; o suporte de criminalistas em situações que envolvam a prisão de empregados, o apoio de tributaristas e trabalhistas em denúncias de descumprimento das legislações. A orientação precisa e direcionada nos casos de disputa com seguradoras, fornecedores, clientes, ministério público e até mesmo no caso de depoimentos em comissões parlamentares de inquérito também se fazem necessárias. Nos casos de crise tem sido comum o apoio de advogados ao executivo de relações públicas da empresa para a confecção de textos informativos ou press releases referentes à determinada situação de crise. O suporte jurídico especializado para o gerenciamento de risco visa oferecer uma visão clara das consequências legais de determinada decisão, e é um componente a mais para ser levado em consideração na mensuração dos riscos durante a tomada de decisões. Esta abordagem integrada da visão de risco possibilita uma análise mais sólida e completa. Os representantes das organizações presentes ao evento identificaram três principais desafios ligados à gestão de riscos na Cadeia de Suprimentos: a falta de entendimento de uma definição doutrinária clara para o tema, os desafios na gestão propriamente dita e a falta de massa crítica suficiente para lidar com o assunto. Descrição doutrinária clara em gestão de riscos Avaliar e realizar a gestão dos riscos por meio de mitigação, controle ou transferência, para possibilitar que a organização consiga atingir seus objetivos estratégicos. Esta é a definição utilizada para a gestão de riscos corporativos, também conhecida como Enterprise Risk Management. Quando o termo é usado num contexto de mercado de seguros para transporte rodoviário de cargas ou em logística rodoviária, normalmente, refere-se ao gerenciamento de riscos de roubo de cargas. Desafios de gestão O levantamento verificou que os pesquisados apontaram a falta de metas claras, padrões definidos, indicadores e processos padronizados, o que dificulta a boa qualidade em gestão de riscos no mercado brasileiro. Quando se refere à gestão de riscos em cadeia de suprimentos, a falta de marcos regulatórios e instituições capazes de regular os interesses dos vários integrantes surgiu como um ponto crítico. A falta de uma organização capaz de difundir as melhores práticas do mercado, de criar um ranking para as empresas do segmento de acordo com sua capacidade de geração de valor e de emitir um selo de certificação aceito pela maioria dos integrantes dificulta a profissionalização deste mercado também foi apontada pelos entrevistados. A FIESP relata que atualmente não existem indicadores consistentes para medir prejuízos na indústria ligados ao tema de gestão de riscos, tampouco iniciativas para premiar as empresas que trabalhem na prestação de serviços ligados a gestão de riscos e que apresentem um bom desempenho. Como consequência disto, não há um incentivo ou reconhecimento do mercado a um modelo sério de gestão de riscos. Outro desafio é um desconhecimento generalizado deste mercado. Isto ocorre por falta de pesquisas direcionadas na área. Principalmente, aquelas baseadas em dados primários. A falta destes levantamentos impedem a identificação das principais necessidades deste mercado, de forma a direcionar os esforços de seus integrantes de forma assertiva e conjunta. Criação de massa crítica Além de não existir uma regulamentação da profissão, não existem muitas iniciativas voltadas para a formação do profissional para trabalhar em gestão de riscos em cadeia de suprimentos. Ainda existe uma área nebulosa entre o que cabe à logística e o que cabe a gestão de riscos. Faltam cursos de especialização na área. Outras iniciativas como simpósios e eventos também poderiam facilitar o processo de educação do mercado e contribuir com a criação de massa crítica a fim de diminuir o entendimento limitado que existe atualmente e aumentar a eficiência do segmento, pois somente o capital intelectual permite com que se faça mais com os mesmos recursos

13 Pesquisa 24 25

14 Visão Geral A principal finalidade desta pesquisa foi proporcionar informações ao mercado que permitam sua utilização para gerar valor em ambiente de negócios por meio da identificação de gaps entre as expectativas dos clientes em relação às ferramentas e metodologias disponíveis no mercado, o custo dos serviços por eles contratados e sua percepção de valor recebido, bem como avaliar a cultura das empresas e o seu posicionamento em relação aos riscos (apetite e maturidade com que é tratado o tema nas instituições). Desta forma, a pesquisa fornece informações focadas e objetivas para auxiliar na análise dos desafios supracitados e na solução dos mesmos de forma pragmática e consistente. A pesquisa contou com 52 respondentes de diferentes segmentos, embora tenha apresentado uma grande concentração de operadores logísticos (19%) como principais participantes da pesquisa, tendo em vista dois principais motivos: a natureza da própria ABRALOG, de seus associados que colaboraram participando da pesquisa e o foco do evento que precedeu a pesquisa. Uma vez que o simpósio no qual foi iniciada a pesquisa deu ênfase para a análise de desafios no gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas. Segmentação de Mercado Operador Logístico Prestadores de Serviços Tecnologia Instituição Financeira Segmentos Saúde Escritórios Especializados Alimentício Automobilistico Eletro-Eletrônico Varejo Químico Farmacêutico Atualmente, ainda existe uma dificuldade por parte das seguradoras referente ao correto entendimento destas operações de gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas. Cerca de 35% das empresas participantes apresentam faturamento acima de 50 milhões de dólares e 7% sendo acima de dois bilhões de dólares, o que demonstra ser uma preocupação presente no dia a dia não só nos diversos segmentos, como também em empresas dos mais diversos portes. Porte das Empresas Abaixo de 50 milhões Entre 50 e 100 milhões Faturamento Entre 100 e 500 milhões Entre 500 milhões e 5 bilhões Mais de 5 bilhões Os principais objetivos da pesquisa são: Identificar as ferramentas e metodologias empregadas pelo mercado Verificar o grau de aderência das principais soluções empregadas pelo mercado de Gerenciamento de Riscos Verificar o grau de aceitação do mercado por novas ferramentas e regulamentações (ISO , , ISPS Code, TAPA etc.) Verificar o grau de automatização e normatização dos processos adotados pelas empresas e as tendências para os próximos anos sobre o tema Verificar o percentual médio de despesas com gerenciamento de riscos e sua tendência Verificar o grau de preocupação com perdas, o grau de sensibilidade e o grau de apetite aos riscos Verificar a percepção de valor por parte das empresas em relação aos serviços contratados Verificar o posicionamento estratégico das empresas quanto ao tema Verificar os principais vetores de perda e as principais preocupações em termos de perdas potenciais Podemos ver uma considerável participação do segmento financeiro no tema (em torno de 5%) dos respondentes. Podemos deduzir dois fatores aqui presentes. O primeiro deles é que as instituições financeiras são mais conscientes e aderentes às políticas de risco. A natureza do setor, extremamente regulamentado e com legislações, normas e regras específicas (tais como as normas de Basiléia) que definem adoção de uma série de políticas e medidas de controle de seus riscos tem influenciado definitivamente no grau de conscientização e aculturação do segmento em relação ao tema. O segundo fator se refere ao fato de que algumas instituições financeiras possuem carteiras de seguros para cobrir sinistros no transporte rodoviário de cargas (geralmente ligado aos riscos de roubo, acidente e avaria) e que o seu nível de sinistralidade está intimamente ligado ao gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas

15 Gráficos e Resultados Metodologias e Ferramentas Mesmo as ferramentas internacionalmente conhecidas ainda possuem pouca difusão para alguns segmentos do mercado brasileiro Grau de conhecimento: TAPA Grau de conhecimento: ISO Apesar da maioria dos respondentes serem oriundos do segmento logístico, 66% deles desconhecem completamente a norma ISO (que se refere à segurança na Cadeia de Suprimentos). Dos 14% que responderam conhecer ou conhecer profundamente esta norma, somente 43% deles acreditam que a norma possui boa ou muito boa aderência às necessidades da empresa e somente 28,6% consideram-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a norma. Desconhece Completamente Sabe que existe Conhece Muito Pouco Conhece Conhece Profundamente Mesmo com todo o apelo das empresas globais de tecnologia pela adoção da metodologia TAPA, ainda 70% das pesquisas indicaram um total desconhecimento deste sistema de avaliação. Em torno de 25% dos respondentes afirmam conhecer ou conhecer profundamente a TAPA. Dentre daqueles que adotam a metodologia, em torno de 30% consideram-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a mesma. Similar proporção é obtida no que se refere ao seu grau de aderência ao negócio por aqueles que a adotam. Desconhece Completamente Sabe que existe Conhece Muito Pouco Conhece Conhece Profundamente ISO Grau de conhecimento: Grau de conhecimento: A ISO , recente no mercado, apresentou um grau de conhecimento de 16% por aqueles que consideram conhecer ou conhecer profundamente a norma e em torno de 10% para os que consideram conhecer muito pouco. Os que desconhecem completamente esta norma de gestão de riscos chega a 60% do número total dos que responderam a pesquisa. Dos que consideram conhecer ou conhecer profundamente esta norma, somente 50% deles acreditam que a norma possui boa ou muito boa aderência às necessidades de suas empresas, enquanto 42,9% consideram-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a norma. Desconhece Completamente Sabe que existe Conhece Muito Pouco Conhece Conhece Profundamente ISPS Code Mesmo fazendo parte da agenda dos segmentos diretamente ligados às exportações ou às importações, a norma ISPS Code ainda é completamente desconhecida pela maior parte das empresas dos diversos segmento e mesmo por algumas do segmento logístico. Cerca de 70% desconhecem completamente a existência da norma e somente 12% das empresas conhecem ou conhecem profundamente a norma. Das empresas que lidam com a norma, 50% consideram que existe boa aderência e estão satisfeitas ou muito satisfeitas com a norma. Por outro lado, os outros 50% consideram que exista pouca aderência e estão insatisfeitos ou pouco satisfeitos com a norma ISPS Code. Desconhece Completamente Sabe que existe Conhece Muito Pouco Conhece Conhece Profundamente 28 29

16 Outras Metodologias e Ferramentas Outras metodologias como COSO (Committee of Sponsoring Objectives), Basileia, ERM (Enterprise Risk Management), V@R (Value at Risk), ligadas à gestão e análise de riscos e governança também fizeram parte desta pesquisa. Apresentando um grau de desconhecimento da ordem de: 78% para a COSO, em torno de 77% para Basiléia, 71% para ERM e de 94% para V@R. Conclusão Parcial Nota-se que ainda existe um grande desconhecimento e a ausência da adoção de normatizações mais consistentes por parte do mercado brasileiro. Há, portanto, um espaço significativo para a implementação destas medidas. Percebe-se também que boa parte das normas consideradas não contribuem para a operação ou não possuem a aderência desejada com a operação. No caso específico da certificação TAPA, executivos de empresas globais do segmento de tecnologia que foram entrevistados afirmam que existe uma carência de prestadores certificados no mercado fora do eixo Rio-São Paulo. Tal fato impacta na implementação da política global de gestão de riscos destas empresas que não conseguem manter um nível de homogeneidade em termos de procedimentos para levantamento de riscos e análise de vulnerabilidades. No que se refere às normas ISPS Code, o Brasil tem estado defasado em relação a muitos outros países, tanto na divulgação e conscientização desta norma, quanto no seu processo de implementação. É importante que não somente o segmento de logística portuária tenha conhecimento da norma, mas também os demais integrantes das cadeias de valor que interagem com a logística portuária. Tal conhecimento permite um alinhamento dos diversos processos e a diminuição dos gargalos na fase portuária. Serviços Contratados Existe um claro descontentamento por parte do mercado com a qualidade de boa parte dos serviços contratados Gerenciamento de Risco do Transporte Rodoviário de Cargas (Outsourcing) Em torno de 42% dos respondentes contratam serviços de gerenciamento de risco no transporte rodoviário de cargas, sendo que 88,5% dos contratantes consideram que o serviço possui um grau bom ou muito bom de aderência com suas necessidades. Porém, somente 19,2% consideram-se muito satisfeitos e 23,1% satisfeitos com a qualidade dos serviços prestados. Por outro lado, 42,3% consideram regular e 11,5% consideram ruim ou muito ruim a qualidade destes serviços. Gerenciamento de Risco de Áreas e Instalações (Outsourcing) Os serviços de gerenciamento de áreas e instalações são contratados por 46% dos respondentes, sendo que 91,3% consideram que o serviço possui um grau bom ou muito bom de aderência com suas necessidades e 8,7% consideram haver muito pouca ou não haver qualquer aderência com seu negócio. Em relação ao nível de satisfação com a qualidade dos serviços prestados, 34,8% consideram-se muito satisfeitos, 30,4% satisfeitos, 30,4% relativamente satisfeitos e 4,4% insatisfeitos. Outros Serviços Contratados Foram considerados alguns serviços contratados para a diminuição do nível de vulnerabilidade de áreas e instalações (armazéns, warehouses, plantas fabris etc.) e no transporte rodoviário de cargas por meio do emprego de mão-de-obra especializada (empresas de segurança patrimonial, empresas de escolta etc.) ou de treinamento especializado (treinamento de motoristas, seguranças patrimoniais etc.). Para o serviço de escoltas o grau de satisfação é em torno de 16,6% para a menção muito satisfeitos, 22,2% para satisfeitos, 33,3% para relativamente satisfeitos, 5,7% para insatisfeitos e 22,2% para muito insatisfeitos. No caso da avaliação dos serviços de segurança patrimonial os número obtidos foram: 19,1% para os muito satisfeitos, 42,9% para satisfeitos, 28,6% para relativamente satisfeitos e 9,5% para insatisfeitos ou muito insatisfeitos com a qualidade dos serviços prestados. Para os serviços de treinamento especializado os índices foram: 20% para os muito satisfeitos, 26,7% para satisfeitos, 26,7% para relativamente satisfeitos, 6,6% para insatisfeitos e 20% para muito insatisfeitos com a qualidade dos serviços prestados. Conclusão Parcial Da análise das pesquisas em conjunto com as informações colhidas das entrevistas com os executivos, podemos verificar que o mercado reconhece muito claramente a necessidade dos serviços prestados e a aderência dos serviços de consultoria, gerenciamento de risco no transporte rodoviário de cargas e gerenciamento de riscos em áreas e instalações com suas necessidades. Fica claro também a dificuldade de estabelecimento de parcerias de longo prazo com prestadores de serviços. Neste caso, identificamos alguns fatores durante as entrevistas, dentre eles a falta da prática de estabelecimento de SLAs para estes segmentos de mercado, comprometendo assim a qualidade dos serviços prestados e o estabelecimento de uma relação de longo prazo. Além disto, uma política de constante redução de custos, que às vezes impede o estabelecimento de uma parceria duradoura, privilegiando ganhos de curto prazo insustentáveis no médio e longo prazo

17 Percepção de Valor Serviços Entregues O mercado enxerga um gap entre o escopo dos serviços que são contratados e os produtos que efetivamente vêm sendo entregues. Em torno de 4,4% dos respondentes não contratam seguros para transporte rodoviário de cargas e nem para property, sendo que daqueles que contratam temos as seguintes percepções dos serviços prestados em relação ao que é desembolsado, comparado ao benefício auferido: 25,6% consideram muito baixo, 44,4% consideram baixo, 23,3% consideram razoável ou mediano, 2,3% consideram alto e 4,4% consideram muito alto o retorno. No caso da avaliação da percepção de valor para os serviços de consultoria especializada obtivemos os seguintes índices: 14,0% dos respondentes não contratam este tipo de serviço, sendo que daqueles que contratam temos 5,4% (ou 4,6% do total de respondentes) que consideram muito baixo os entregáveis destes serviços em relação ao que é pago, 24,3% (ou 20,9% do total de respondentes) consideram baixo, 54,1% (ou 46,6% do total de respondentes) que consideram razoável ou mediano, 16,2% (ou 13,9% do total de respondentes) que consideram alto e nenhum deles considera muito alto este retorno. Seguro Não Contrata Muito Alto Alto Médio Baixo Muito Baixo Consultoria Especializada Não Contrata Muito Alto Alto Médio Baixo Muito Baixo O serviço de Gerenciamento de Riscos no Transporte Rodoviário de Cargas é contratado por cerca de 90% dos respondentes. Índice considerado alto, provavelmente influenciado pelo principal público respondente das pesquisas que teve em sua maioria operadores logísticos. Embora as gerenciadoras de riscos estejam fisicamente presentes na operação, mesmo assim não auferem grandes índices de satisfação no que se refere à percepção de valor recebido em relação ao que é pago. Para tal, obtivemos os seguintes índices: 16,7% dos contratantes (ou 15,0% do total de respondentes) consideram muito baixo o grau de retorno destes serviços, 27,8% dos contratantes (ou 25,0% do total de respondentes) consideram baixo, 46,8% (ou 42,0% do total de respondentes) consideram razoável ou mediano, 4,5% (ou 4,0% do total de respondentes) consideram alto e 4,5% (ou 4,0% do total de respondentes) consideram muito alto o grau de retorno. O Gerenciamento de Riscos de Áreas e Instalações é contratado por quase 90% dos que responderam as pesquisas. A percepção de valor foi materializada nos seguintes números: 10% não contratam estes serviços, 16,2% de todos entrevistados (18% daqueles que contratam) consideram muito baixo o grau de retorno destes serviços, e o mesmo índice se aplica para aqueles que o consideram baixo (16,2% de todos os entrevistados e 18% dos entrevistados que declaram contratar estes serviços), enquanto 41,9% de todos os entrevistados (46,2% dos que contratam estes serviços) consideram razoável ou mediano, 11,5% de todos os entrevistados (12,8% dos que contratam este serviço) consideram alto e 4,5% de todos os entrevistados (5% dos que contratam este serviço) consideram muito alto o grau de retorno. Gerenciamento de Risco (TRC) Não Contrata Muito Alto Alto Médio Baixo Muito Baixo Gerenciamento de Risco (Instalações) Não Contrata Muito Alto Alto Médio Baixo Muito Baixo 32 33

18 Outros Serviços Contratados Dois outros serviços foram analisados parte integrante das ferramentas utilizadas para auxiliar no gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas ou no gerenciamento de riscos de áreas e instalações: serviços de escolta e de segurança patrimonial. Além disto, foi questionado também o grau de percepção de valor com a contratação de treinamentos especializados para diminuição de vulnerabilidades específicas. Para a contratação de serviços de escolta foram alcançados os seguintes índices para a percepção de valor declarada por aqueles que os contratam: 18,1% consideram muito baixo, 48,5% consideram baixo, 21,2% consideram mediano, 6,1% consideram alto e 6,1% consideram muito alto. Conclusão Parcial De maneira geral o cliente ainda percebe pouco valor em relação ao que ele paga na contratação dos serviços, principalmente na área de seguros. Embora o retorno percebido também tenha sido considerado pequeno para os serviços de mão de obra intensiva como no caso de segurança patrimonial, escolta e gerenciamento de risco no transporte rodoviário de cargas. Na visão dos entrevistados há uma diferença entre o que é prometido e o nível de entrega destes serviços. Esta mesma tendência é confirmada quando se analisa o nível de satisfação auferido nas pesquisas. Apesar da percepção de valor com a contratação de treinamentos especializados tenha sido considerada alta (52,5% dos respondentes consideraram alto ou muito alto), 22,5% destes afirmaram que não contratam qualquer tipo de treinamento. Percebe-se que existe a demanda, mas provavelmente não existe a oferta adequada de treinamento disponível no mercado ou a divulgação destes serviços não está sendo feito nos canais adequados. Como caso clássico, temos o alto índice de sinistralidade causado por acidentes no transporte rodoviário de cargas e pouquíssimas ações de treinamento especializado sendo difundidas no mercado. Custo Mensal (Valor Absoluto / Percentual do Budget da Área Responsável) Embora o mercado reconheça a necessidade de investir em ações preventivas, muito pouco investimento tem sido feito neste sentido. Seguro Valor Absoluto Até 100 mil 100 mil a 500 mil 500 mil a 1 mi % da Área Até 10% 11% a 20% 21% a 30% 31% a 40% No caso dos serviços de segurança patrimonial os índices foram: 18,9% consideram muito baixo, 24,3% consideram baixo, 40,6% consideram mediano, 10,8% consideram alto e 5,4% consideram muito alto. Consultoria Especializada Acima de 1 milhão 41% a 50% Valor Absoluto Até 100 mil % da Área 100 mil a 500 mil Até 10% 500 mil a 1 mi 11% a 20% Acima de 1 milhão 21% a 30% Gerenciamento de Riscos no Transporte Rodoviário de Cargas Valor Absoluto % da Área Até 100 mil Até 10% 100 mil a 500 mil 11% a 20% 500 mil a 1 mi 51% a 60% Acima de 1 milhão 71% a 80% 34 35

19 Gerenciamento de Riscos de Áreas e Instalações Treinamento Especializado % da Área % da Área Valor Absoluto Até 10% Valor Absoluto Até 10% Até 100 mil 11% a 20% Até 100 mil 81% a 90% 100 mil a 500 mil 21% a 30% 100 mil a 500 mil Escolta Segurança Patrimonial Valor Absoluto Até 100 mil 100 mil a 500 mil Valor Absoluto % da Área Até 10% 11% a 20% % da Área 11% a 20% 31% a 40% Quando comparamos os gastos com ações de caráter preventivo (como treinamentos) com ações de controle ou ações responsivas (contratação de serviços de gerenciamento de riscos, escolta etc.) - percebemos nitidamente que estes últimos superam em muito os primeiros. Enquanto 75% das empresas declararam não gastar mais de 10% do orçamento das áreas responsáveis pela gestão de riscos em treinamento, mais de 60% delas informaram alocar mais de 30% de seus orçamentos com os custos combinados da serviços de seguro, gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas e em escolta. O que nos leva a supor que os gastos em ações de caráter preventivo são bem menores que os das ações de monitoramento, controle ou de reposição de perdas. Isto sem contar o valor das perdas decorrentes de acidentes de trânsito, furto, roubo, avarias, entre outros. Por outro lado, ao analisar os dados das entrevistas dos executivos que contratam estes serviços, fica claro que existe uma repetição nas declarações, que enfatizam a necessidade de se agir preventivamente. Contudo, a materialização de tais ações não tem correspondido às declarações feitas. A mesma situação é observada na contratação de consultorias, fato que ainda representa uma parcela bem tímida do orçamento das empresas: 65% das contratantes investem menos de 10% dos orçamentos de suas áreas nestes serviços, corroborando com a falta de visão preventiva em gerenciamento de riscos. Até 100 mil 51% a 60% 100 mil a 500 mil 81% a 90% 500 mil a 1 mi 91% a 100% 36 37

20 Tendência de Gastos O treinamento especializado responde por 69,8% das intenções de aumento de gastos nos próximos dois anos. Os números demonstram a tendência de aumento de investimento com foco preventivo. Perdas Embora a maior quantidade de ocorrências esteja ligada a eventos de roubo no transporte rodoviário, o maior valor de perdas está ligado às ocorrências de acidentes no transporte rodoviário de cargas. Tendência Serviço Tipos de Perda Maior Perda (Percepção Atual) Maior Perda (Percepção Atual) Seguro 33% 33% 33% Roubo no Transporte Rodoviário 22,22% 19,23% Consultoria Especializada 68,3% 19,5% 12,2% Acidente no Transporte Rodoviário 14,82% 34,62% Gerenciamento de Risco (Transporte Rodoviário de Cargas) 59,5% 28,6% 11,9% Roubo na Distribuição 11,11% 15,38% Gerenciamento de Risco (Áreas e Instalações) 63,5% 21,9% 14,6% Extravio durante o transporte 22,22% 7,69% Escolta 13,5% 40,5% 46% Furto em Warehouse 11,11% 11,54% Segurança Patrimonial 48,6% 40% 11,4% Damage (molhadura, danificação de embalagem) 18,52% 7,69% Treinamento Especializado 9,3% 20,9% 69,8% Counterfit (falsificação) 0% 3,85% Fato que também chama atenção na pesquisa é a previsão de custos com escoltas para os próximos dois anos: 40,5% das empresas acreditam que manterão o mesmo nível de gasto e 46% acreditam que este valor irá aumentar. Provavelmente existe um forte reflexo da nova regulamentação que restringe a quantidade de horas diurnas disponíveis para o tráfego de caminhões nas marginais no Estado de São Paulo. Tendo em vista a necessidade de remanejamento do período de entregas da parte da manhã e da tarde para o horário noturno, houve um aumento do número de contratações de serviços de escoltas para fazer face ao aumento do nível de risco de roubo de cargas no transporte rodoviário e na distribuição no período noturno. O nível de roubo de cargas é considerado bem maior neste período e é uma das principais exigências das seguradoras e gerenciadoras de risco para a diminuição de vulnerabilidades e mitigação dos riscos que sejam utilizadas escoltas, paralelamente a outras recomendações e exigências, tais como reconfiguração de sistemas com a diminuição do intervalo de tempo de reposicionamento do veículo, emprego de rastreadores portáteis ou de rastreadores etc Embora as empresas respondentes tenham declarado que suas perdas causadas por roubo de cargas e por acidentes no transporte rodoviário de cargas tenham apresentado uma diferença somente da ordem de 15% em termos de valores numéricos absolutos declarados de perdas no corrente ano (maior para os números de acidentes), esta diferença é bem maior quando comparado ao resultado das entrevistas realizadas face a face com os executivos de seguradoras ou de corretoras. Eles afirmam que para cada dólar gasto para cobrir perdas com roubo de cargas, se gasta em torno de três dólares para se cobrir as perdas com acidentes rodoviários (entre valor pago pelo veículo, mercadorias avariadas etc.). Por outro lado, tal informação oriunda das corretoras e seguradoras corrobora com o grau de preocupação dos respondentes das pesquisas que elegeram as perdas decorrentes de acidentes no transporte rodoviário de cargas como o item mais importante com 34,6% das respostas em termos de preocupações com futuras perdas, enquanto roubo no transporte respondeu por 19,2%

21 Nível de Gestão Em torno de 10% das empresas possuem supervisores como líderes da área de gerenciamento de riscos e somente em 8,3% das empresas o reporte é feito diretamente aos CEOs. Nível de Desenvolvimento e de Aderência da Política de Gestão de Riscos Em torno de 50% das empresas afirmam não possuir uma política formal de gestão de riscos. Nível de Responsabilidade Nível de Responsabilidade Chief Risk Officer Maior Perda (Percepção Atual) 13,3% Neste item da pesquisa foi avaliado como as organizações tratam o tema gestão de riscos e qual grau de importância vem sendo dado ao tema pelas empresas. Foram verificados qual o nível do profissional responsável pela área (nível de responsabilidade) e seu grau de reporte (para que nível ele se reporta). Status Atual / Grau de Desenvolvimento Não possui qualquer política nem riscos definidos Não possui qualquer política, mas possui riscos definidos Percentual 19,57% 30,44% Diretor de Gestão de Riscos Gerente de Gestão de Riscos Supervisor de Gestão de Riscos 23,3% 53,4% 10,0% Nota-se que a figura do CRO (Chief Risk Officer) ainda é pouco conhecida: somente 13,3% das organizações declararam possuir este profissional em seus quadros. Este número é mais significativo nas instituições financeiras e menos significativo em empresas manufatureiras de maneira geral. Possui: riscos definidos e normas e procedimentos para as áreas críticas Possui: riscos definidos e normas e procedimentos para as áreas críticas e profissional especializado na área Possui: riscos definidos, normas e procedimentos para as áreas, profissional especializado na área e esboço de Plano Diretor de Gestão de Riscos 17,39% 17,39% 6,52% Nível de Report Nível de Report Board of Directors / Conselho CEO / Presidência CFO / Diretoria Financeira Diretoria Operacional Diretoria de Supply Chain / Logística Diretoria Administrativa / RH Maior Perda (Percepção Atual) 19,44% 8,33% 13,89% 36,12% 13,89% 8,33% Provavelmente isto decorre do fato de existir um maior grau de regulamentações existentes para o controle de riscos financeiros. Outro fato a ser levado em consideração foi o aumento do grau de aversão aos riscos financeiros em decorrência da crise global de Por estes motivos, acreditamos que o segmento financeiro seja mais sensível ao tema e, por conseguinte, seja mais fácil justificar a existência de profissionais no C-Level nestas empresas. Possui: riscos definidos, normas e procedimentos para as áreas, profissional especializado na área, Plano Diretor de Gestão de Riscos e cultura organizacional relativamente desenvolvida no tema Possui: riscos definidos, normas e procedimentos para as áreas, profissional especializado responsável pela área, Plano Diretor de Gestão de Riscos e cultura organizacional bem desenvolvida no tema Enquanto mais de 50% das empresas afirmam não possuir qualquer política de gestão de riscos bem definida e devidamente documentada, apenas 8,7% afirmam deter um Plano Diretor de Gestão de Riscos (ou sólida documentação de teor similar). Somente 6,5% possuem um esboço deste plano. Apesar da maioria das empresas respondentes ter afirmado nas pesquisas conhecer os seus principais riscos, verificamos que em muita das vezes não há critérios consistentemente definidos ou ferramentas adequadas para a avaliação e classificação destes riscos. 2,17% 6,52% Outro desafio comum é a quantificação e classificação dos riscos, usualmente feita de forma independente e com metodologias diferentes pelos diversos departamentos das empresas. Não há uma matriz única para a classificação dos riscos ou um dashboard único para o acompanhamento dos riscos

22 Grau de Tolerância ao Risco De maneira geral, no mercado brasileiro, as empresas possuem muito baixa tolerância ao risco. Política de Autoseguro Em torno de 23% das empresas fariam autoseguro se dispusessem de ferramentas confiáveis para avaliação e controle de seus riscos. Mais de 40% das empresas afirmam possuir muito baixa ou baixa tolerância a risco e somente em torno de 18% delas afirmam possuir tolerância alta ou muito alta. Na entrevista com os executivos pode-se perceber que a cultura de riscos ainda é pouco difundida nas empresas e que ainda são empregados muitos processos subjetivos para a avaliação dos riscos. É provável que esta falta de familiaridade com ferramentas mais avançadas e precisas de avaliação de riscos seja um dos principais fatores responsáveis pelo alto grau de aversão das empresas aos riscos. 10,2% 40,83% 6,12% 12,24% 30,61% Grau de Tolerância Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto Posicionamento Adotado Não adotam ou adotariam porque não é política / cultura da empresa Não adotam, mas adotariam se tivessem ferramentas Não adotam porque acham que a probabilidade e risco de dar errado é alta Não adotam porque implicaria em uma mudança estrutural Nunca cogitou esta hipótese Percentual 40,0% 22,86% 2,86% 5,70% 14,29% Apesar de autoseguro não ser uma prática comum no mercado, somente 2,86% dos respondentes afirmam categoricamente que acham que a probabilidade de dar errado é alta. Por outro lado, 22,9% das empresas declaram não adotar, mas afirmam que adotariam se tivessem ferramentas precisas para tal. Além disto, 40% das empresas afirmam que não adotam ou adotariam porque não faz parte da cultura ou política delas. Percebe-se claramente, que o tema não é debatido de forma muito técnica ou profunda no âmbito das empresas. O mesmo ficou confirmado por ocasião das entrevistas com os executivos. Negociação de Seguro A maioria das empresas ainda faz seguro de seus riscos sem ter feito um processo preliminar de mitigação. Qualquer outro motivo 14,29% Também é notória a ausência de ferramentas de gestão de riscos mais sofisticadas ou robustas. Tudo isto corrobora com a falta de bases mais sólidas para o questionamento do valor que pago pelo seguro. Posicionamento Adotado Contratam sem questionar o modelo de cáculo Questionam o modelo de cálculo, mas sem ferramentas para contestação Questionam o modelo de cálculo, baseado em ferramentas para contestação Transferem só os riscos residuais, baseado em estudos / projetos de consultorias Adotam outro procedimento para negociação ou não possuem seguros Percentual 0% 38,10% 45,24% 2,38% 14,29% A grande maioria das companhias (mais de 80%) afirma que contesta o modelo de cálculo empregado, sendo que 38,1% admitem não possuir ferramentas adequadas para suportar este questionamento do modelo adotado pelas seguradoras. Em contrapartida, somente 2,38% das empresas contratam consultorias especializadas, investem em projetos direcionados para mitigar seus riscos, mantêm modelos de controle de riscos robustos e transferem somente os riscos residuais, negociando seus seguros de forma pragmática e criteriosa

23 Projetos Somente 6% das empresas preveem investimentos em treinamentos ou projetos ligados à ISO Projeto / Serviço / Treinamento Redução de acidentes / nível de sinistralidade no transporte rodoviário Loss Prevention ISPS Code (Treinamento / Implantação) Análise de Risco Operacional ISO ISO Desenvolvimento de Plano Diretor de Gestão de Riscos Visibilidade Logística Percentual 40,0% 12% 10% 20% 6% 4% 20% 6% Pela análise dos números, fica claro que ainda existe muito espaço para normatização e regulamentação do tema nos mais variados setores. Somente 6% das empresas preveem investir em treinamentos ou projetos ligados à ISO e 4% em projetos ligados à ISO A ISO pode ser utilizada para a implementação de políticas de gestão de riscos nas empresas. Ela fornece um framework integrativo e flexível para ser empregado em empresas dos mais diversos segmentos. 20% das empresas investirão em iniciativas ligadas ao desenvolvimento de Planos Diretores de Gestão de Riscos, número significativamente maior que ao que será gasto com a ISO Esta discrepância nos leva a interpretar que os executivos percebem a necessidade de um planejamento robusto em gestão de riscos, mas que ainda não consideram a ISO como sua principal opção, seja pelo desconhecimento da norma ou por considerarem soluções mais simples, mais direcionadas ou de mais fácil implementação para os seus negócios. Este fato foi confirmado por ocasião das entrevistas com executivos, onde percebeu-se que boa parte deles ainda desconhecem ou conhecem pouco sobre a norma. Outro fator que chama atenção são os gastos com treinamentos ou projetos para conformidade com o ISPS Code. Ainda existem poucas organizações totalmente conformes, mas começa a ser identificada uma movimentação neste sentido, à medida que vemos 10% das companhias respondentes afirmarem que pretendem investir nesta direção

24 Principais conclusões e considerações finais 46 47

25 Embora existam peculiaridades específicas do mercado brasileiro, é nítido que há necessidade de mais alinhamento entre o nosso mercado e algumas práticas globais. É necessário que se tenha massa crítica, com profissionais especializados nos mais diversos níveis e aptos a empregar as mais variadas ferramentas e metodologias. A falta de uma abordagem mais técnica e abrangente em gestão de riscos nas empresas acarreta em interpretações e avaliações errôneas dos riscos, de seus níveis de severidades, de suas consequências e de suas reais perdas decorrentes. Esta lacuna técnica engloba os mais variados segmentos de empresas, tanto de prestadores de serviços como aqueles que contratam os seus serviços. Este gap de conhecimento faz com que as boas práticas e trabalhos sérios e duradouros cedam espaço para soluções imediatistas e não sustentáveis, baseadas somente em relações comerciais ou negociações deprovidas de base técnica e lógica para a manutenção de uma relação de longo prazo entre cliente e fornecedor. Existe no mercado de seguros de transporte rodoviário de cargas (e em muitos casos para os seguros de property também) uma ausência de soluções efetivas voltadas para a mitigação de riscos baseados em modelos analíticos e lógica matemática consistentes. Muita das vezes, não existe qualquer preocupação para que seja feito um trabalho consistente para que seja transferido para a seguradora somente o risco residual a ser segurado. Acaba-se com uma solução de curto prazo, baseada em nas a melhores cotações de seguro obtidas no mercado, sem preocupações para que seja realizado o devido tratamento dos riscos. Isto implica no agravamento da apólice num curtíssimo prazo. Outro fato observado foi a distorção que existe no mercado no que se refere ao tema gerenciamento de riscos. De fato, esta modalidade envolve quatro áreas distintas: riscos de mercado, riscos financeiros, riscos estratégicos e riscos operacionais. No Brasil, por conta das gerenciadoras de risco, cria-se uma visão de que estas organizações exercem a gestão de riscos em sua plenitude. Na realidade, a maioria delas executa somente o gerenciamento de riscos no transporte rodoviário de cargas, mais especificamente, na gestão das ferramentas para se evitar o risco de roubo de cargas no transporte rodoviário. Cabe lembrar que o PGR, envolvido nas operações de gerenciamento de risco do transporte rodoviário de cargas não tem a menor similaridade com um Plano Diretor de Gestão de Riscos Corporativos. Enquanto o primeiro é um documento de caráter tático e operacional, o último é um voltado para o estabelecimento de uma política de gestão de riscos corporativos e que visa fornecer diretrizes que permitam que os objetivos estratégicos da empresa possam ser atingidos. Complexo, ele cobre todos os tipos de riscos e não somente o roubo no transporte rodoviário de cargas. Percebe-se que ainda não está muito claro para o mercado a diferenciação entre os termos gestão de riscos e gerenciamento de risco no transporte rodoviário de cargas. O mercado demonstra preocupação no que se refere aos riscos que apresentam grande repetitividade, embora apresentem pouca severidade. Por outro lado, o mercado por vezes relega ao segundo plano os riscos que apresentam grande severidade e baixa probabilidade. Acredita-se que isto ocorra pela deficiência técnica de muitos profissionais em relação ao conhecimento de alguns conceitos básicos de risco, tais como perda esperada, ferramentas de análise de riscos, ferramentas de mitigação, risco residual, entre outros. Desta forma, gera-se uma distorção na hora da tomada de decisões referentes à avaliação, classificação e priorização de riscos, bem como no emprego de ferramentas de gestão dos mesmos. Nota-se também que o gerenciamento de risco no transporte rodoviário de cargas, quando comparado à gestão de risco financeiro, apresenta um gap no que tange a tecnicidade, sobretudo no emprego de modelos analíticos e de ferramentas de Business Intelligence. Percebe-se claramente que o gerenciamento de risco no transporte rodoviário de cargas ainda baseia-se muito em ferramentas rudimentares e em mão-de-obra intensiva, além de modelos altamente subjetivos com suporte estatístico inexistente ou quase inexistente. Este modelo aumenta o preço final e é mais suscetível a erros, uma vez que ainda possui pouca automatização dos processos. Provavelmente, à medida que empresas de outsourcing de grande porte migrem para este segmento, que atualmente movimenta cerca de US$ 350 milhões por ano, haverá mudanças de perfil no serviço prestado com maior automatização de processos, downsizing de mão-de-obra, maior acuracidade, integração e emprego de turnkey solutions, além de menor custo por valor agregado

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