COMUNICACION CORTA NOTAS SOBRE A CONFECÇÃO DE UMA RÊDE DE COLETA E ARMADILHA ESPECIALMENTE PARA DIPTEROS CALIPTRATAS EM LIXO.
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- Leandro Salgado Fragoso
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1 Bol. Mus. Ent. Univ. Valle. 3(1):55-59, COMUNICACION CORTA NOTAS SOBRE A CONFECÇÃO DE UMA RÊDE DE COLETA E ARMADILHA ESPECIALMENTE PARA DIPTEROS CALIPTRATAS EM LIXO. Andréa Khouri Zoologia/Museu Nacional/UFRJ. Estagiária do Depto. de Entomologia do Museu Nacional/UFRJ/Quinta da Boa Vista - São Cristóvão, RJ, Brazil - CEP A rêde de coleta e a armadilha são materiais utilizados pelo entomologista e de imprescindível valia, para tal, porém em certos nichos ecológicos acarretam algumas dificuldades na sua utilização como: 1 - No caso da rêde entomologia no momento da coleta e no transporte até o local de trabalho, 2 - No caso da armadilha o próprio ambiente devido a chuva, vento, etc., dificultam o bom desempenho, já que é necessário algumas vezes deixá-las um ou mais dias no local de coleta, acarretando a destruição da mesma, 3 - Quando se trata de lixo urbano, cuidados imprescindíveis à saúde do entomologista são necessários, a fim de evitar possíveis contaminações, os quais os dípteros são vetores especiais. Com ênfase no terceiro itém citado ocasionou-me adequá-las, tanto a rêde como a armadilha, valendo-me dos seguintes materiais. RÊDE E assim a rêde é confeccionada em duas partes, como a seguir: 1 - A rêde é confeccionada por um aro de aço dividido em 2 arcos contendo numa das extremidades, uma articulação composta por 1 arrebite, que permite fixá-la e dobrá-la (Figs. 6 e 8) e a outra com dois anéis que fixam o aro, de 60 cm de diâmetro ao cabo (Figs. 7 e 9). O pano que constitui a rêde é de filó comum, afunilado, com profundidade de 90 cm e cuja extremidade é cortada transversalmente (Fig. 10), colocando-se nesta parte uma argola de arame ou plástico com 3 cm de diâmetro como na figura 12. Usa-se um pregador de roupa fechando esta abertura durante as coletas (Fig. 11).
2 56 Khouri 2 - O cabo é constituído por 3 pedaços de tubo de PVC de 3/4 de polegada e 30 cm de comprimento (Fig. 1) unidos por luvas de PVC também de 3/4 de polegada (Fig. 2). Sendo o primeiro da base, interiormente preenchido por um pedaço de madeira roliça com 4 cm de comprimento (Fig. 3), tendo na extremidade da mesma um parafuso maior que o pedaço de madeira, para encaixar os anéis do aro da rêde, as quais são fixados por uma porca "borboleta", como nas figuras 4 e 5. Esse tipo de rêde vem sendo utilizada com sucesso, nas coletas de Díptera- Caliptrata feitas em "containers" de lixo e chão. A rêde facilita a coleta, dos dípteros que se encontram pousados sobre o lixo, alimentando-se ou fazendo postura, fazendo com que não haja a perda da maioria dos espécimens, visto que se encontram por vezes, abaixo do nível do lixo das caçambas. Assim os espécimens pousados são guiados pela luz e com o leve batimento do aro da rêde no lixo, sobem para o tôpo da mesma, que se encontra fechado com um simples pregador de roupa. Para coleta do material da rêde, retira-se o referido pregador e adapta-se um saco plástico à abertura referida na figura 12, o que impede a perda de espécimens além de evitar o manuseio do material com as mãos, afastando-se assim a possibilidade de contaminação do coletor, visto ser o local de coleta ótimo veiculador de doenças e parasitoses. ARMADILHA Com a dificuldade de aquisição de importação ou confecção de material científico próprio, me vi obrigada a idealizar uma armadilha semelhante às ideais, porém não de material pererecível e de fácil atração pelos insetos, além de prático para ser levado para as coletas. Composta como a seguir: 1 - A armadilha é confeccionada com garrafas plásticas de refrigerantes, não perecíveis, em geral de 2 litros, sendo a sua base retirada pelo leve aquecimento do fogo, até que a mesma se desloque com a ajuda de uma alavanca, se necessário (Figs. 1, 2 e 3).
3 Bol. Mus. Ent. Univ. Valle. 3(1):55-59, Figuras 1-11 Partes de a rêde. 1. Cabo de PVC, 2. Luvas de PVC de 3/4 de polegada que une as partes do cabo, 3. Pedaço de madeira roliça no interior do cabo de PVC, 4. Parafuso onde se adapta os anéis do aro da rêde, 5. Porca "borboleta" que prende os anéis do aro da rêde, 6. Arrebite que fixa as outras extremidades do aro da rêde, 7. Local onde a rêde se prende ao cabo, 8. Rêde desmontada em forma de meia lua, 9. Aro aberto e devidamente encaixado ao cabo, 10. Rêde mostrando o corte transversalmente na parte apical, 11. Pregador que fecha a abertura no momento da coleta. 2 - O fundo da garrafa é cortado com mais ou menos 7 cm de diâmetro, esta parte retirada será utilizada como prato para isca, este será recolocado e colado, onde a garrafa estava presa (Figs. 4, 5, 6, 7, 8, e 9).
4 58 Khouri 3 - Os furos presentes na base são parcialmente tampados com fita adesiva ou cola de silicone ou similar, para evitar o acúmulo de possíveis águas de chuvas, assim contribuindo para a durabilidade das iscas, (Figs. 9 e 12). 4 - Foram feitos furos com prego fino na metade do corpo da garrafa, facilitando assim, a ventilação e evitando o aquecimento da mesma (Fig. 7). 5 - O corpo da garrafa foi pintado com tinta preta e nele foram feitas aberturas de 2 cm x 1.5 cm de área para entrada dos insetos (Fig. 11), ficando a quarta parte superior da garrafa incolor, servindo como início de uma área luminosa onde será acoplado o saco plástico e a armação de arame (Fig. 10), que descarta o uso do funil de nylon utilizado nas armadilhas comuns (Fig. 14). 6 - Após a colocação da isca a base será recolocada ao corpo da garrafa (Fig. 12). 7 - A fixação da garrafa em campo será feita através de duas armações de arame rígido e de pouca espessura, sendo que elas deverão ficar fixas ao gargalo da garrafa e o seu comprimento variável e em forma de gancho afim de se prenderem a um galho ou outra extremidade, que poderá ser fechado para melhor fixação (Figs. 13 e 15). AGRADECIMENTOS Ao Prof. José Mario D'Almeida, do Instituto de Biofísica da UFRJ, pelas sugestões oferecidas, à Prof. Sonia Maria Lopes Fraga, Prof. Argentino Viegas Fontes ambos do Museu Nacional/UFRJ e Dr. Rubens Pinto Mello, da Fundação Instituto Oswaldo Cruz pela revisão deste trabalho. Aos Srs. David Madeira Lopes e Sérgio Martins Lopes pela ajuda na confecção, montagem e testes dos aparelhos. Ao Técnico Alexandre Soares do Museu Nacional/UFRJ, pelas sugestões oferecidas.
5 Bol. Mus. Ent. Univ. Valle. 3(1):55-59, Figuras Partes de a Armadilha. 1. Garrafa plástica de refrigerante (2 litros), 2. Garrafa sendo aquecida para preparo da armadilha, 3. Garrafa sem a base após o aquecimento, 4. Base deslocada, 5. Interior da base vista dorsal, 6. Interior da base vista lateral, 7. Garrafa sem fundo e furos no meio para ventilação, 8. Fundo deslocado, 9. Fundo ou prato para isca colado no interior da base, já com furos parcialmente lacrados, 10. Area de luminosidade, 11. Corpo da garrafa pintado de preto, já com aberturas, próximas à base, para entrada dos dípteros, 12. Base a ser acoplada à garrafa, 13. Parte superior da armadilha com suportes de arame fixo ao gargalo, 14. Saco plástico acoplado ao gargalo e fixo com fita adesiva no suporte para não dobrar, 15. Armadilha com base encaixada e pronta para uso.
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