Palestra realizada no auditório da Secretaria de Economia e Planejamento do Governo do Estado de São Paulo no dia 05/06/2009.
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- Martim Cesário Gorjão
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1 Palestra realizada no auditório da Secretaria de Economia e Planejamento do Governo do Estado de São Paulo no dia 05/06/2009. Palestrante: Profa. Dra. Gisele Mascarelli Salgado.
2 GISELLE MASCARELLI SALGADO: Professora Universitária Graduada em Filosofia (USP), História (USP) e Direito (UMC) Especializada em Direito Civil (FADISP) Direito do Trabalho (UCAM) Mestre e Doutora em Filosofia do Direito (PUC-SP) É autora e co-autora de diversos artigos científicos e livros: Contrato como Transferência de Direito em Thomas Hobbes Sanção na Teoria do Direito de Norberto Bobbio Direitos Humanos: fundamento, proteção e implementação A cidade e seu estatuto.
3 A Relação Estado- Sociedade no Pensamento de Thomas Hobbes Gisele Mascarelli Salgado 05/06/2009
4 Importância de Thomas Hobbes Hobbes é um filósofo político inglês do século XVII que teve grande importância ao falar do Estado moderno. Figura do Leviatã. Hobbes durante muito tempo não foi lido porque foi considerado um autor maldito. Suas obras voltaram a ser descobertas e estudadas no século XIX.
5 Thomas Hobbes e seu tempo Mudanças no cultural com o Renascimento, na religião com a Reforma protestante, econômica com o mercantilismo e na política com o desenvolvimento do Estado moderno. Política Inglesa Dinastia Tudor, com Elizabeth ( ), filha de Henrique VIII. Não deixa herdeiros e seu primo escocês Jaime I assume, inaugurando a dinastia Stuart. Revolução Inglesa de Guerra Civil ( ). Oliver Cromwell ( ). Segunda Guerra Civil (1648 Escócia e Inglaterra).Revolução Gloriosa (1688)
6 Vida de Hobbes Nasce em 1588 em Malmesbury, Inglaterra termina o curso em Oxford e vai ser tutor. É preceptor da família Cavendish. Viaja para a Europa com a família, participa dos contratos. Estuda física, geometria, traduz obras do grego para o inglês. Morre em 1679.
7 Obras Política de Thomas De Cive (Do Cidadão) Leviatã Hobbes Elementos de Direito Natural e Política Behemoth Diálogo entre um filósofo e um estudante de Direito De corpore
8 Thomas Hobbes idéias e mitos Hobbes e Deus: Hobbes é tido frequentemente como um autor que não coloca Deus como base de seus estudos, o que gerou a idéia que Hobbes era ateu e seus escritos deviam ser evitados. Questão da mortalidade da alma. Questão do Estado dissociado da religião.
9 Thomas Hobbes idéias e mitos Hobbes e a tirania/absolutismo: Hobbes é tido por alguns comentadores como um filósofo do absolutismo. Hobbes realmente defendia a forma de governo da monarquia, que era muito comum na época. Por conta de acontecimentos políticos, decaptação do rei Carlos I, Hobbes passa a falar em seu livro do Parlamento. Porém, a palavra que Hobbes geralmente utiliza é Commonwealth, que pode ser traduzido por Res pública
10 Contratualismo Idéia de uma sociedade que não se forma naturalmente política. Homem não é um animal político por natureza. Contrato para formação de uma política
11 Sociedade naturalmente política x Contratualismo Contratualistas Não contratualistas Locke, Rousseau, Kant. Entendem que a sociedade política é formada por um contrato entre as pessoas, para a criação de um Estado. Aristóteles, Espinosa, Hume, Hegel, Marx. Entendem que o Estado é uma formação natural da sociedade, e que o homem é um ser político.
12 Aristóteles x Hobbes A sociedade que se formou da reunião de várias aldeias constitui a Cidade, que tem a faculdade de se bastar a si mesma, sendo organizada não apenas para conservar a existência, mas também para buscar o bemestar. Esta sociedade, portanto, também está nos desígnios da natureza, como todas as outras que são seus elementos. Ora, a natureza de cada coisa é precisamente seu fim. (Política- Aristóteles) Assim, o homem é um animal cívico, mais social do que as abelhas e os outros animais que vivem juntos. (Política- Aristóteles)
13 Conceitos principais Contrato social Estado de natureza Estado Leviatã Corpo político Soberania
14 Conceitos de Hobbes Política e Geometria. Teoria política apresentada como se fosse geometria. Ir do mais simples, para o mais complexo. Definir conceitos. Hobbes conheceu Galileu, escreve a Descartes Idéias racionalistas. Idéias mecanicistas.
15 Estado de natureza estado existente antes do contrato. É um estado em que impera o medo recíproco entre os homens. sociedade natural. guerra de todos contra todos. Em todo o momento em que não há paz, retorna-se ao estado de natureza. estado de natureza não é uma ficção. Predomínio das paixões.
16 Estado de natureza - Leviatã numa tal situação, não há lugar para a indústria, pois o seu fruto é incerto; consequentemente, não há cultivo da terra, nem navegação, nem uso das mercadorias que podem ser importadas pelo mar, não há construções confortáveis, nem instrumentos para mover e remover as coisas que precisam de força, não há conhecimento da face da Terra, nem cômputo do tempo, nem artes, nem letras; não há sociedade; e, o que é pior do que tudo, um constante temor e perigo de morte violenta. A vida do homem é solitária, pobre, sórdida, selvagem e curta. (Leviatã, cap. III, parágrafo 9)
17 Contrato social Os homens estabelecem um contrato para superar o estado de natureza. É com o contrato que se forma o Estado. estado em que impera a razão, a paz. Contrato como transferência de direitos a um terceiro. Transferência dos direitos naturais (menos o direito a paz) para o soberano. Fórmula: Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta assembléia de homens, com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas ações.
18 Estado Leviatã Estado formado a partir do contrato social para garantir a paz. Leviatã é o deus mortal, que pode fazer com que os homens saiam do estado de natureza. O homem é o lobo do próprio homem e só o homem é deus para o próprio homem. Laicaização do Estado, que não tem mais ligação com a religião, nem seu representante é visto como representante do divino na Terra. Diferenciação da figura do governante e da figura do Estado.
19 Estado Leviatã criatura política sem face uma pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada um como autora, de modo a ela poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente para assegurar a paz e a defesa comum (Leviatã, cap. XVII)
20 Corpo político Distinção do corpo do governante e do corpo político do Estado. Corpo político não morre com a morte do governante, pois tem corpos distintos. Assim, o corpo político pode ser transferido a um outro governante.
21 Paralelo corpo político e corpo humano A soberania é uma alma artificial, pois dá vida e movimento a um corpo inteiro; os magistrados e outros funcionários judiciais ou executivos, juntas artificiais; a recompensa e o castigo (pelos quais ligados ao trono da soberania, todas as juntas e membros são levados cumprir o seu dever) são os nervos, que fazem o mesmo no corpo natural; a riqueza e prosperidade de todos os membros individuais são a força; Salus populi (a segurança do povo) é o seu objetivo; os conselheiros, através dos quais todas as coisas que necessita saber lhe são sugeridas, são a memória; a justiça e as leis, uma razão e uma vontade artificiais; a concórdia é a saúde; a sedição é a doença; a guerra civil é a morte. Por último os pactos e convenções mediante os quais a partes deste corpo político foram criadas, reunidas e unificadas assemelham-se àquele Fiat, ao façamos o homem, proferido por Deus na criação (Leviatã introdução)
22 Soberania Para Hobbes a soberania está no Estado e é colocada nas mãos do soberano, que pode ser o monarca ou o parlamento. Soberania ilimitada ao Estado. Soberania absoluta. Poder do soberano de ser obedecido por seus súditos. Necessidade de obediência civil. Se a soberania for afetada, volta-se ao estado de natureza.
23 Sociedade e Estado Para Hobbes há uma simbiose entre sociedade e Estado. A sociedade é formada de indivíduos que fazem parte do corpo político do Estado. A diferenciação entre uma formação natural (sociedade) e uma formação artificial (Estado). Não há interferência do indivíduo nas leis ou na vontade do soberano. Não há também possibilidade de desobediência civil.
24 Hobbes filósofo e homem de seu tempo Idéias racionalistas, mecanicistas. Política com um thelos que é a paz, o desenvolvimento social e a estabilização de conflitos. Defesa da monarquia.
25 Separação Sociedade e Estado Diferenciação de sociedade civil e de Estado. Sociedade civil, como parte da população que está organizada em torno de um fim e que visa influenciar as políticas públicas do governo de um Estado.
26 Sociedade e Estado - Hoje Visão de que o Estado é algo que não é parte do povo. Nós não somos o Estado. Pessoas participam do Estado, mas pela baixa participação não se sentem parte dele. Participação na política. Política são os assuntos da Polis.
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