ANO XXVI ª SEMANA DE SETEMBRO DE 2015 BOLETIM INFORMARE Nº 38/2015
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- Joaquim Antas Castanho
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1 ANO XXVI ª SEMANA DE SETEMBRO DE 2015 BOLETIM INFORMARE Nº 38/2015 ASSUNTOS SOCIETÁRIOS SOCIEDADES, EMPRESÁRIO E EIRELI ENQUADRAMENTO, REENQUADRAMENTO E DESENQUADRAMENTO DE ME OU EPPNA JUNTA COMERCIAL - NORMAS GERAIS... Pág. 637 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES - CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE SUA DEDUTIBILIDADE NO LUCRO REAL... Pág. 641
2 ASSUNTOS SOCIETÁRIOS Sumário SOCIEDADES, EMPRESÁRIO E EIRELI ENQUADRAMENTO, REENQUADRAMENTO E DESENQUADRAMENTO DE ME OU EPPNA JUNTA COMERCIAL Normas Gerais 1. Introdução 2. Requisitos Para a Condição de Enquadramento Para ME e EPP Pessoas Jurídicas Impedidas 3. Registro 4. Comprovação da Condição 5. Enquadramento, Reenquadramento, edesenquadramento 6. Exclusão do Regime 7. Cancelamento de Ofício 8. Extinção da MEou EPP 8.1 Responsabilidade Dos Titulares, Sócios ou Administradores Pelas as Obrigações Tributárias Após a Baixa da ME ou EPP Exigência de Documentos Adicionais - Baixa de ME e EPP 9. Desobrigatoriedadede Reuniões e Assembleias 10. Dispensa de Publicação 1. INTRODUÇÃO Com o advento da Lei Complementar nº 123/2006 fica revogada a Lei nº 9.841/1999, que trazia a regulamentação para o enquadramento de acordo com o Estatuto de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte. Vale lembrar que o referido enquadramento não está baseado unicamente para fins tributários de Simples Nacional, abrangendo também os campos trabalhista e previdenciário, de desenvolvimento empresarial, do apoio creditício e do desenvolvimento empresarial, entre outros. Nos itens a seguir abordaremos os procedimentos gerais de enquadramento, reenquadramento e desenquadramento de ME ou EPP nas Juntas Comerciais, com base nas normas estabelecidas pela Lei Complementar nº 123/2006, na Instrução Normativa DREI nº 10/2013, e outras fontes citadas no texto. 2. REQUISITOS PARA A CONDIÇÃO DE ENQUADRAMENTO PARA ME E EPP De acordo com o art. 3º da Lei Complementar nº 123/2006, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no , de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: a) no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ ,00 (trezentos e sessenta mil reais); e b) no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ ,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ ,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Considera-se receita bruta, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite será proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses. O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente firmados. Para fins de enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte, poderão ser auferidas receitas no mercado interno até o limite R$ ,00 (três milhões e seiscentos mil reais), conforme o caso, e, adicionalmente, receitas decorrentes da exportação de mercadorias ou serviços, inclusive quando realizada por meio de comercial exportadora ou da sociedade de propósito específico prevista no art. 56 da LC nº 123/2006, desde que as receitas de exportação também não excedam os referidos limites de receita bruta anual. IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
3 As empresas já enquadradas na condição de microempresas ou empresas de pequeno porte, antes do advento da Lei Complementar nº 123, de 2006, permanecerão nessa condição, caso não incorram em alguma das situações impeditivas. Quando presente uma das situações impeditivas, a empresa deverá promover o seu desenquadramento Pessoas Jurídicas Impedidas Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado previsto nesta Lei Complementar, incluído o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional de que trata o art. 12 desta Lei Complementar nº 123/2006, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica ( 4º do art. 3º da Lei Complementar nº 123/2006): a) de cujo capital participe outra pessoa jurídica; b) que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; c) de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ ,00 (três milhões, e seiscentos mil reais); d) cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ ,00 (três milhões, e seiscentos mil reais); e) cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ ,00 (três milhões, e seiscentos mil reais); f) constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; g) que participe do capital de outra pessoa jurídica; h) que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; i) resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; j) constituída sob a forma de sociedade por ações. k) cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade. 3. REGISTRO O registro, que constitui prova bastante da condição de microempresa ou empresa de pequeno porte, é indispensável para assegurar a garantia dos direitos previstos na Lei Complementar 123/2006, e nas demais normas aplicáveis à espécie, exceto para apoio creditício à exportação. O registro será efetuado, conforme o caso, pelas Juntas Comerciais ou pelos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, à vista de comunicação, em instrumento específico para essa finalidade, procedida pela firma mercantil individual ou pessoa jurídica interessada, inclusive daquelas que preenchiam os requisitos da Lei Complementar nº 123/2006, mesmo antes de sua promulgação, para enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte. 4. COMPROVAÇÃO DA CONDIÇÃO A comprovação da condição de microempresa ou empresa de pequeno porte poderá ser efetuada mediante: a) apresentação de original ou cópia autenticada da comunicação registrada, ou de certidão em que conste a condição de microempresa ou empresa de pequeno porte, expedida pelo órgão de registro competente; b) acesso, pelo próprio órgão concedente do benefício, à informação do órgão de registro sobre a condição de microempresa ou empresa de pequeno porte. 5. ENQUADRAMENTO, REENQUADRAMENTO, E DESENQUADRAMENTO O enquadramento, reenquadramento e desenquadramento de microempresa e empresa de pequeno porte pelas Juntas Comerciais será efetuado, conforme o caso, mediante arquivamento de declaração procedida pelo empresário, titular ou sociedade, conforme o caso, em instrumento específico para essa finalidade (IN DREI nº 10/2013). A referida declaração conterá, obrigatoriamente: IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
4 I Título da Declaração, conforme o caso: a) DECLARAÇÃO DE ENQUADRAMENTO DE ME ou EPP; b) DECLARAÇÃO DE REENQUADRAMENTO DE ME PARA EPP ou DE EPP PARA ME; c) DECLARAÇÃO DE DESENQUADRAMENTO DE ME ou EPP; Requerimento da sociedade, do titular, ou do empresário, conforme o caso, dirigido ao Presidente da Junta Comercial da Unidade da Federação a que se destina, requerendo o arquivamento da declaração, da qual constarão os dados e o teor da declaração em conformidade com as situações a seguir: a) enquadramento: 1. nome empresarial, endereço, Número de Identificação do Registro de Empresas NIRE, data de registro do ato constitutivo e número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ, quando enquadrada após a sua constituição; 2. declaração, sob as penas da lei, de todos os sócios de que a sociedade se enquadra na situação de microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos da Lei Complementar nº 123, de 2006; b) reenquadramento: 1. nome empresarial, endereço, Número de Identificação do Registro de Empresas NIRE, data de registro do ato constitutivo e número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ; 2. a declaração, sob as penas da lei, de todos os sócios de que a sociedade se reenquadra na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos da Lei Complementar nº 123, de 2006; c) desenquadramento 1. nome empresarial, endereço, Número de Identificação do Registro de Empresas NIRE, data de registro do ato constitutivo e número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ; 2. a declaração, sob as penas da lei, todos os sócios de que a sociedade se desenquadra da condição de microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos da Lei Complementar nº 123, de 2006; 3. serão consideradas enquadradas na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte nos termos da Lei Complementar nº 123, de 2006, a sociedade empresária regularmente enquadrados no regime jurídico anterior, salvo as que estiverem incursas em alguma das situações previstas nos incisos do 4º do art. 3º da mencionada Lei Complementar, que deverão promover o seu desenquadramento; 4. as microempresas e empresas de pequeno porte, nos termos da legislação civil, acrescentarão à sua firma ou denominação as expressões Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte, ou suas respectivas abreviações ME ou EPP, conforme o caso, sendo lhes facultativa a inclusão do objeto da sociedade na denominação social; 5. ocorrendo o desenquadramento da sociedade da condição de microempresa ou empresa de pequeno porte, é obrigatória a inclusão do objeto da sociedade empresária no nome empresarial, mediante arquivamento da correspondente alteração contratual; 6. após o enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte, ocorrendo uma das situações previstas nos incisos do 4º do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 2006, a sociedade empresária deverá arquivar declaração de desenquadramento na Junta Comercial; 7. a Junta Comercial, verificando que a sociedade empresária enquadrado na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte incorreu em alguma das situações impeditivas para enquadramento previstas nos incisos do 4º do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 2006, promoverá o seu desenquadramento; 8. quando a sociedade empresária não tiver interesse em continuar enquadrado na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte, promoverá o arquivamento, pela Junta Comercial, de declaração de desenquadramento; e 9. mediante denúncia de órgãos ou entidades de fiscalização tributária, conforme o art. 33 da Lei Complementar nº 123, de 2006, de que a sociedade empresária incorreu nas situações previstas para enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte, estabelecidas nos incisos do 4º do art. 3º da referida Lei IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
5 Complementar, a Junta Comercial promoverá o arquivamento da correspondente comunicação e cadastrará o teor da denúncia no Cadastro Estadual de Empresas Mercantis CEE. 6. EXCLUSÃO DO REGIME Após o enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno porte, ocorrendo uma das situações impeditivas para enquadramento previstas no item 2.1 deste trabalho, a sociedade, o titular e o empresário, conforme o caso, deverão arquivar Declaração de Desenquadramento na Junta Comercial. A Junta Comercial, verificando que a sociedade, sociedade simples, o titular, o empresário, conforme o caso, enquadrado na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte incorreu em alguma das situações impeditivas para enquadramento previstas no item 2.1 deste trabalho, promoverá o seu desenquadramento. 7. CANCELAMENTO DE OFÍCIO O cancelamento de ofício do registro de microempresa ou empresa de pequeno porte será efetivado pelo órgão de registro competente, nos seguintes casos: a) verificação de que a pessoa jurídica ou firma mercantil individual não preenche as condições legais; b) mediante solicitação apresentada por qualquer outra instituição pública ou privada, contendo a descrição dos fatos e a motivação legal, juntando as provas que justifiquem o cancelamento. O órgão de registro dará à microempresa ou empresa de pequeno porte ciência prévia dos fatos, das provas e da motivação legal que servir ao cancelamento, assegurando-se à interessada o amplo direito de defesa. O cancelamento do registro de microempresa e de empresa de pequeno porte não extingue a pessoa jurídica ou a firma mercantil individual, que continua a existir sem os benefícios da Lei Complementar nº 123/ EXTINÇÃO DA ME OU EPP Tratando-se de extinção de microempresa ou empresa de pequeno porte, o registro dos atos de baixas, referentes às pessoas jurídicas em qualquer órgão envolvido no registro empresarial e na abertura da empresa, dos 3 (três) âmbitos de governo, ocorrerá independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou trabalhistas, principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos administradores ou de empresas de que participem, sem prejuízo das responsabilidades do empresário, dos titulares, dos sócios ou dos administradores por tais obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção, observado o seguinte: (arts. 9º a 11 da Lei Complementar nº 123/2006 com a redação dada pelo Lei Complementar nº 147/2014) a) o arquivamento, nos órgãos de registro, dos atos constitutivos de empresários, de sociedades empresárias e de demais equiparados que se enquadrarem como microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o arquivamento de suas alterações, são dispensados das seguintes exigências: a.1) certidão de inexistência de condenação criminal, que será substituída por declaração do titular ou administrador, firmada sob as penas da lei, de não estar impedido de exercer atividade mercantil ou a administração de sociedade, em virtude de condenação criminal; a.2) prova de quitação, regularidade ou inexistência de débito referente a tributo ou contribuição de qualquer natureza. b) não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno porte o disposto no 2o do art. 1o da Lei no 8.906, de 04 de julho de Responsabilidade Dos Titulares, Sócios ou Administradores Pelas as Obrigações Tributárias Após a Baixa da ME ou EPP A baixa do empresário ou da pessoa jurídica não impede que, posteriormente, sejam lançados ou cobrados tributos, contribuições e respectivas penalidades, decorrentes da falta do cumprimento de obrigações ou da prática comprovada e apurada em processo administrativo ou judicial de outras irregularidades praticadas pelos empresários, pelas pessoas jurídicas ou por seus titulares, sócios ou administradores. A solicitação de baixa do empresário ou da pessoa jurídica importa responsabilidade solidária dos empresários, dos titulares, dos sócios e dos administradores no período da ocorrência dos respectivos fatos geradores. Os órgãos referidos no item 8 terão o prazo de 60 (sessenta) dias para efetivar a baixa nos respectivos cadastros. Ultrapassado o prazo previsto no parágrafo anterior sem manifestação do órgão competente, presumir-se-á a baixa dos registros das microempresas e a das empresas de pequeno porte. IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
6 8.2 - Exigência de Documentos Adicionais - Baixa de ME e EPP Não poderão ser exigidos pelos órgãos e entidades envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo: a) excetuados os casos de autorização prévia, quaisquer documentos adicionais aos requeridos pelos órgãos executores do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e do Registro Civil de Pessoas Jurídicas; b) documento de propriedade ou contrato de locação do imóvel onde será instalada a sede, filial ou outro estabelecimento, salvo para comprovação do endereço indicado; c) comprovação de regularidade de prepostos dos empresários ou pessoas jurídicas com seus órgãos de classe, sob qualquer forma, como requisito para deferimento de ato de inscrição, alteração ou baixa de empresa, bem como para autenticação de instrumento de escrituração. Fica vedada a instituição de qualquer tipo de exigência de natureza documental ou formal, restritiva ou condicionante, pelos órgãos envolvidos na abertura e fechamento de empresas, dos 3 (três) âmbitos de governo, que exceda o estrito limite dos requisitos pertinentes à essência do ato de registro, alteração ou baixa da empresa. 9. DESOBRIGATORIEDADE DE REUNIÕES E ASSEMBLEIAS As microempresas e empresas de pequeno porte estão desobrigadas da realização de reuniões e assembleias em qualquer das situações previstas na Legislação Civil, as quais serão substituídas por deliberação representativa do primeiro número inteiro superior à metade do capital social, salvo: a) disposição contratual em contrário; b) exclusão de sócio (mantida a regra do Código Civil). 10. DISPENSA DE PUBLICAÇÃO Os empresários e as sociedades enquadrados na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte ficam dispensados da publicação de qualquer ato societário. Fundamentos Legais: Os citados no texto. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA Sumário TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES Considerações Gerais Sobre Sua Dedutibilidade no Lucro Real 1. Introdução 2. Provisão Para Imposto de Renda 3. Provisão Para Contribuição Social Sobre o Lucro 4. Contribuição Para a Cofins 5. Contribuição Para o PIS 6. Impostos e Contribuições Pagos na Importação 7. Impostos Pagos na Aquisição de Bens do Ativo Não Circulante 8. Impostos e Contribuições Pagos Por Substituição Tributária 9. ISS - Assunção de Ônus 10. FGTS 11. Contribuição Previdenciária Dos Sócios 12. Taxas e Contribuição de Melhoria 13. Impostos e Taxas Incidentes Sobre Bens Móveis ou Imóveis Não Relacionados Com a Produção ou Comercialização 1. INTRODUÇÃO Os tributos e contribuições são dedutíveis na determinação do lucro real pelo regime de competência (art. 344 do RIR/99). A dedução não se aplica aos tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja suspensa, nos termos dos incisos II a IV do artigo 151 da Lei nº 5.172/66, haja ou não depósito judicial, ou seja, aos tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja suspensa em virtude de: IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
7 a) depósito, ainda que judicial, do montante integral do crédito tributário; b) impugnação, reclamação, ou recurso, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; e c) concessão de medida liminar em mandado de segurança. O art. 1º da Lei Complementar nº 104/2001, incluiu mais duas situações que suspende a exigibilidade de tributos e contribuições, a saber: a) a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; b) o parcelamento. Na determinação do lucro real, a pessoa jurídica não poderá deduzir como custo ou despesa o Imposto de Renda de que for sujeito passivo como contribuinte ou responsável em substituição ao contribuinte. Nos itens a seguir trataremos sobre a dedutibilidade dos tributos federais na determinação do lucro real. 2. PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA De acordo com o art. 339 do RIR/99 é obrigatória, em cada período de apuração, a constituição de Provisão para Imposto de Renda, indedutível, relativa ao imposto devido sobre o lucro real e lucros cuja tributação tenha sido diferida, desse mesmo período de apuração. 3. PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO A Lei nº 9.316/96 no seu art. 1º estabeleceu que, em relação aos períodos de apuração iniciados a partir de , o valor da contribuição social não poderá ser deduzido para efeito de determinação do lucro real e nem de sua própria base de cálculo. Isso significa que o valor provisionado a título de contribuição social deverá ser adicionado ao lucro líquido do período na determinação do lucro real e não será dedutível da sua própria base de cálculo. 4. CONTRIBUIÇÃO PARA A COFINS Para fins de apuração do lucro real, a dedutibilidade da Cofins deve observar o regime de competência, sendo considerada como uma parcela redutora da receita bruta de vendas e serviços. Nota: caso seja calculado a Cofins sobre outras receitas que não estejam dentro do conceito de receita bruta, a mesma será considerada redutora dessa receita. 5. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS A contribuição para o PIS é considerada como uma parcela redutora da receita bruta de vendas e serviços. Nota: caso seja calculado o Pis/Pasep sobre outras receitas que não estejam dentro do conceito de receita bruta, a mesma será considerada redutora dessa receita. Para fins de apuração do lucro real, a dedutibilidade da contribuição para o PIS observará o regime de competência. 6. IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES PAGOS NA IMPORTAÇÃO Os impostos e Contribuições pagos na importação de bens e mercadorias, quando não recuperáveis, integram o custo de aquisição. Assim, no caso de importação de um bem do ativo imobilizado, o IPI, o Pis-Importação e a Cofins-Importação quando não recuperável, e o Imposto de Importação integram o respectivo custo de aquisição desse bem. A mesma regra se aplica na importação de matérias-primas e mercadorias. Ressalte-se que no caso de importação de matérias-primas e mercadorias os impostos e contribuições, quando recuperáveis, não compõem o custo de aquisição, devem ser registrados nas respectivas contas de impostos e contribuições a recuperar (Parecer Normativo CST nº 58/76). 7. IMPOSTOS PAGOS NA AQUISIÇÃO DE BENS DO ATIVO NÃO CIRCULANTE Os impostos pagos pela pessoa jurídica na aquisição de bens do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Permanente) poderão, a seu critério, ser registrados como custo de aquisição ou deduzidos como despesas operacionais, salvo os pagos na importação de bens que se acrescerão ao custo de aquisição ( 4º do art. 41 da Lei nº 8.981/95 e art. 178 da Lei nº 6.404/1976). IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
8 8. IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES PAGOS POR SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA O ônus do imposto/contribuição exigido do adquirente pela legislação estadual ou federal, na condição de contribuinte substituto, e correspondente aos tributos e contribuições incidentes sobre produtos destinados ao seu ramo de negócio, compõem o preço da mercadoria e, como tal, integram o custo de aquisição, desde que o comprador faça prova do efetivo desembolso, nas mesmas condições em que o seria se recolhido pelo vendedor (Ac. CSRF/ /83). 9. ISS - ASSUNÇÃO DE ÔNUS O 1º C.C. decidiu pelo Ac. nº /90, DOU de , que o contrato é fonte de obrigações e que a assunção de ônus tributário do ISS, na prestação de serviços via contrato, gera o direito de dedutibilidade dos dispêndios respectivos, pois trata-se de obrigação contratual e não de substituição tributária. 10. FGTS Os depósitos em conta vinculada efetuados nos termos da Lei nº 8.036, de 1990, serão considerados como despesa operacional (art. 345 do RIR/99) A dedutibilidade abrange os depósitos efetuados pela pessoa jurídica, para garantia do tempo de serviço de seus diretores não empregados, na forma da Lei nº 6.919, de 2 de junho de De acordo com o Parecer Normativo CST nº 35/81, os depósitos efetivados pela pessoa jurídica, para garantia do tempo de serviço de seus diretores, constituem custos ou despesas operacionais dedutíveis, independentemente dos limites de remuneração. 11. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DOS SÓCIOS A parcela relativa à Contribuição Previdenciária do empregador nos recolhimentos correspondentes aos sócios, como contribuinte autônomo, representa despesa dedutível na apuração do lucro da empresa (Ac 1º C.C. nº /97, DOU de ). Caso a empresa assuma o ônus do recolhimento do valor devido ao INSS pelo sócio (Carnê), aplicar-se-á o tratamento fiscal previsto para os benefícios indiretos (art. 358 do RIR/99). 12. TAXAS E CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA De acordo com o Parecer Normativo CST nº 60/75 são dedutíveis como despesa operacional da pessoa jurídica, as taxas de pavimentação de via pública, limpeza urbana, ligação de esgoto e outras incidentes sobre a utilização de serviços públicos, mesmo que deles resulte valorização imobiliária. Por outro lado, a Contribuição de Melhoria é indedutível, devendo seu valor ser agregado ao bem do qual resultou valorização imobiliária em função da obra pública. 13. IMPOSTOS E TAXAS INCIDENTES SOBRE BENS MÓVEIS OU IMÓVEIS NÃO RELACIONADOS COM A PRODUÇÃO OU COMERCIALIZAÇÃO A Lei nº 9.249/95 no seu art. 13 vedou a dedução de impostos e taxas com bens móveis ou imóveis quando não relacionados intrinsecamente com a produção ou comercialização dos bens ou serviços. Neste caso, por exemplo, o IPTU de um imóvel não relacionado intrinsecamente com a produção ou comercialização dos bens ou serviços não será dedutível na determinação do lucro real. Fundamentos Legais: Os citados no texto. IMPOSTO DE RENDA E CONTABILIDADE SETEMBRO - 38/
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