1) DO REGISTRO DA MANIFESTAÇÃO DE INTENÇÃO DE RECURSO NO SISTEMA COMPRASNET.

Transcrição

1 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO COORDENAÇÃO GERAL DE ADMINISTRAÇÃO E RECURSOS HUMANOS COORDENAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº / PREGÃO ELETRÔNICO Nº 28/2011 RESPOSTA À RECURSO ELETRÔNICO O Pregoeiro do Ministério do Desenvolvimento Agrário MDA, no exercício das suas atribuições regimentais designadas pela Portaria MDA nº 74/2010, de 23/11/2010, e por força dos art. 4º, incisos XVIII e XX da Lei nº , de 17 de julho de 2002; art. 8º, inciso IV do Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005, e, subsidiariamente, do inciso II do art. 109 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, apresenta, para os fins administrativos a que se destinam, suas considerações e decisões acerca dos Recursos Eletrônicos interpostos pelas empresas DANIEL CONRADO LANDIM-ME (CNPJ: / ) e CTIS TECNOLOGIA S.A (CNPJ: / ), em relação ao Lote/item nº 1 do Pregão Eletrônico nº 28/2011 que tem por objeto a Contratação de empresa de Tecnologia da Informação para o atendimento de demandas do Ministério do Desenvolvimento Agrário referente à sustentação e apoio ao desenvolvimento de sistemas e portais, conforme especificações técnicas e condições de execução discriminadas em Edital e seus anexos. 1) DO REGISTRO DA MANIFESTAÇÃO DE INTENÇÃO DE RECURSO NO SISTEMA COMPRASNET. Foi registrado no Sistema Comprasnet as seguintes intenções de recurso: A) DANIEL CONRADO LANDIM-ME (CNPJ: / ): Será apresentado nosso recurso em nossa peça recursal. B) CTIS TECNOLOGIA S.A (CNPJ: / ): A CTIS Tecnologia S/A vem, conforme direito advindo dos arts /05 c/c art 4º, XVIII, da Lei /20, e em respeito aos princípios da ampla defesa e da transparência do procedimento licitatório, apresentar sua intenção em recorrer, formulando seus protestos tempestivamente, vez que houve patente desrespeito aos mandamentos editalícios como, por exemplo, não atendimento a qualificação técnica e aos subitens do edital, anexo I, dentre outros. 2) DA ACEITABILIDADE DO REGISTRO DE MANIFESTAÇÃO DE INTENÇÃO DE RECURSO E DO PRAZO. Haja vista que as manifestações de intenções de recurso dos licitantes preencheram os requisitos mínimos para suas aceitações, conforme art. 26, do Decreto nº 5.450/2005, as mesmas foram aceitas nas alegações propostas por cada empresa, tendo em vista promover a transparência dos atos do Pregão, sendo que os autos do processo ficaram com vistas franqueadas conforme previsto em Edital. 1

2 3) DO REGISTRO DAS RAZÕES DE RECURSO: De acordo com o Decreto nº 5.450/2005, em seu artigo 26, após manifestação de intenção de recurso, o prazo para apresentação das razões do recurso é de 3 (três) dias. A) A recorrente DANIEL CONRADO LANDIM-ME (CNPJ: / ) inseriu suas razões de recurso no Sistema Comprasnet dentro do prazo estabelecido, portanto, merecendo ter seu mérito analisado, visto que respeitou os prazos estabelecidos nas normas sobre o assunto. B) A recorrente CTIS TECNOLOGIA S.A (CNPJ: / ) não apresentou e não inseriu suas razões de recurso no Sistema Comprasnet dentro do prazo estabelecido. Assim, cabe considerar que a não apresentação das razões do recurso pela recorrente, não afasta a necessidade de julgamento do recurso, que deve ser apreciado, em razão dos princípios da transparência e autotutela da Administração Pública. Esse é o entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência. Contudo, torna-se relevante considerar que no caso da alegação levantada pela recorrente, a ausência dos fundamentos e provas, que poderiam ser aludidos nas razões, impossibilita uma análise apurada do fato. 4) DAS RAZÕES DO RECURSO: A) RECORRENTE: DANIEL CONRADO LANDIM-ME (CNPJ: / ). A recorrente interpôs recurso em face de sua desclassificação/inabilitação no procedimento licitatório, às fls. 1422, pelas razões que se seguem, apresentadas de forma sucinta: a) Sustenta que a exigência de Atestado de capacidade técnica que comprove experiência na prestação de serviços de manutenção ou sustentação de sistemas com tamanho mínimo de pontos de função infringi a lei; b) Alega que os requisitos de qualificação econômico-financeira foram indevidamente e ilegalmente exigidos, afrontando entendimentos do TCU; c) Alega que o pregoeiro impôs, na nota de desclassificação, de forma infrutífera e sem nexo algum, afirmação que a impetrante não é do ramo do objeto licitado, e, também, alega se sentir prejudicado em relação ao item 3, que estaria em suas mãos se não fosse a desclassificação simultânea da empresa; B) RECORRENTE: CTIS TECNOLOGIA S.A (CNPJ: / ). A recorrente não interpôs suas razões de recurso no Sistema Comprasnet dentro do prazo estabelecido, havendo, portanto, somente sua manifestação de intenção de recurso, fls. 1420, assim apresentada pelo sistema: A CTIS Tecnologia S/A vem, conforme direito advindo dos arts /05 c/c art 4º, XVIII, da Lei /20, e em respeito aos princípios da ampla defesa e da transparência do procedimento licitatório, apresentar sua intenção em recorrer, formulando seus protestos tempestivamente, vez que houve patente 2

3 desrespeito aos mandamentos editalícios como, por exemplo, não atendimento a qualificação técnica e aos subitens do edital, anexo I, dentre outros. 5) DAS CONTRA-RAZÕES DO RECURSO: A) A recorrida, CAST INFORMÁTICA S/A (CNPJ / ), apresentou sua contra-razão para o lote/item nº 1, no sítio do Comprasnet, conforme fls a 1426 dos autos, requerendo o indeferimento do recurso interposto pela recorrente com base, em síntese, na obrigatoriedade de comprovação da capacidade técnica e econômica-financeira pelos licitantes, no princípio da vinculação ao edital e no conceito da Preclusão. B) A Licitante, STEFANINI CONSULTORIA E ASSESSORIA EM INFORMÁTICA S.A (CNPJ / ), apresentou sua contra-razão para o lote/item nº 1, no sítio do Comprasnet, conforme fls dos autos, requerendo o indeferimento do recurso interposto pela recorrente, em síntese, em face do princípio da legalidade e da vinculação ao instrumento convocatório, já que a argumentação da recorrente é infundada e não mais pertinente. 6) DA ANÁLISE DAS ALEGAÇÕES DA RECORRENTE DANIEL CONRADO LANDIM-ME (CNPJ: / ). A) DO ATESTADO DE CAPACIDADE TÉCNICA: Antes de adentrar na análise do tema, convém lembrar que a presente recorrente não impugnou o edital do Pregão, quando pôde fazê-lo. Após sua desclassificação, por não atender outros requisitos de habilitação previstos em edital e legislação, inconformada, vem interpor recurso com relação ao tema. Cabe lembrar, também, que a licitação contou com a significativa participação de 20 licitantes, isso, somente em relação ao lote/item 1. Ainda, conforme Decreto nº 5.450/05, tem-se que: Art. 18. Até dois dias úteis antes da data fixada para abertura da sessão pública, qualquer pessoa poderá impugnar o ato convocatório do pregão, na forma eletrônica. Conforme Lei 8.666/93, tem-se que: Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. 2 o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) (grifo nosso). Ainda, acerca do tema, assim se manifestou a área demandante dos serviços, inclusive, em oportunidade anterior a abertura da sessão do pregão: Apesar dos argumentos apresentados pela licitante, os atestados de capacidade técnica exigidos na seção 11.2 do Termo de Referência e do Edital de Pregão Eletrônico Nº 28/2011 são indispensáveis para assegurar que a licitante possua qualificação técnica suficiente para cumprir as obrigações contratuais. Conforme determina o art. 30, inciso II da Lei 8.666/93, a documentação relativa à qualificação técnica visa comprovar a aptidão da licitante para o desempenho de atividade pertinente e compatível com o 3

4 objeto da licitação. Considerando, então, que esta licitação objetiva contratar empresa para prestação de serviço de sustentação de sistemas e portais, torna-se necessário que a licitante comprove a capacidade de sustentar um parque de sistemas semelhante, em tamanho e complexidade, ao parque existente neste Ministério. Conforme descrito na seção 6.7 do Termo de Referência do Edital do Pregão Eletrônico e no Anexo II do Termo de Referência, existem, no MDA, 28 sistemas corporativos que, juntos, totalizam Pontos de Função. Considerando, então, que a empresa a ser contratada através deste Pregão Eletrônico será incumbida de prestar serviço de sustentação para todos estes 28 sistemas, em um único contrato, é razoável exigir que ela apresente atestado de capacidade técnica comprovando a capacidade de sustentar 50% deste volume. Ademais, destaca-se que a atividade de sustentar um parque de sistemas que, sozinho, tenha Pontos de Função possui complexidade muito maior que a de sustentar vários sistemas, em diferentes parques, que, somados, totalizem Pontos de Função. Deste modo, caso a Administração aceite o somatório de atestados, ela correrá o risco de contratar empresa que não estará apta a prestar os serviços a contento. Assim dispõe o item do Edital: Lote 1 Suporte e Manutenção de Sistemas e Portais.A licitante deverá fornecer: 1. Atestado ou declaração de Capacidade Técnica expedido por pessoa jurídica de direito público ou privado comprovando experiência na prestação de serviços de manutenção ou sustentação na tecnologia PHP de sistemas cujo tamanho some no mínimo pontos de função, os quais demonstrarão a capacidade do futuro fornecedor em prestar a integralidade dos serviços, nos termos do inciso II, art. 30 da Lei no 8.666/93. A solicitação de é justificável em razão de que representa aproximadamente 50% (cinquenta por cento) do tamanho total dos sistemas a serem mantidos por este Contrato, sendo este percentual considerado razoável e plenamente compatível em quantidades e características, os quais demonstrarão a capacidade do futuro fornecedor em prestar a integralidade dos serviços;.(grifo nosso). Ainda, conforme a área demandante, a licitante não precisa, necessariamente, ter desenvolvido os sistemas que constarem no atestado, mas precisa apenas comprovar que foi responsável por sustentá-los, realizando todas as manutenções necessárias para este fim. Frente ao exposto e, com o intuito de assegurar a qualidade da prestação do serviço objeto desta licitação, julga-se que não cabe aceitar o somatório de atestados. Assim, nesse caso, cabe lembrar que a Administração necessita de uma garantia, por parte da licitante, de que os serviços serão realizados de acordo com o solicitado, não podendo, em nenhuma hipótese, ficar a mercê da contratada, em dúvida sobre a sua capacidade de executar os serviços inicialmente contratados. Conforme entendimento do TCU, tais exigências não caracterizam cerceamento de competitividade, apenas uma garantia de que não haverá prejuízos na execução do objeto licitado. Nesse sentido, é o entendimento do Tribunal de Contas da União, no Acórdão nº 2.172/2008, conforme abaixo: Não caracteriza cerceamento de competitividade a exigência de atestado de realização anterior dos serviços a serem licitados, quando as especificidades do objeto a justificam tal exigência. (Licitações e Contratos. Orientações e Jurisprudência do TCU. 4 ed. 2010). Ainda, cabe destacar que a exigência da documentação relativa à capacidade técnicaoperacional não é superior ao percentual de 50% (cinquenta porcento) dos serviços a serem executados. Outro não é o entendimento do TCU, descrito abaixo: 9.8. ( ) limite as exigências de atestados de capacidade técnicooperacional aos mínimos que garantam a qualificação técnica das empresas para a execução das obras objeto do processo licitatório, devendo abster-se de estabelecer exigências excessivas, que possam restringir indevidamente a competitividade dos certames, a exemplo da comprovação de experiência em percentual superior a 50% (cinquenta por cento) dos quantitativos a executar, cumprindo o 4

5 que prescreve o art. 37 da Constituição Federal e o art. 3º da Lei nº 8.666/1993; (Acórdão nº 1.432/2010 Plenário) (grifo nosso). Ora, se a quantidade mínima exigida não é superior ao percentual de 50% (cinquenta porcento), conforme entendimento do TCU, não restringiu, em nenhum momento, a competição do presente certame. B) DA DESCLASSIFICAÇÃO E DA DOCUMENTAÇÃO RELATIVA À QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA: Em relação a esse tema, verifica-se que a licitante faz uma interpretação confusa em relação a lei 8.666/93, aos Acórdãos do TCU e a sua desclassificação e inabilitação para o lote/item 1. A habilitação, por força dos arts. 27 a 31 da Lei 8.666/1993 abrange as questões técnicas, jurídicas, econômico-financeiras e fiscais. A regularidade com relação a todas elas, de acordo com as exigências fixadas no instrumento convocatório deve ser levada em conta para o julgamento. Convém, para esclarecer, transcrever itens que foram exigidos em edital: 12.1 Para habilitação dos licitantes, será exigida, exclusivamente, a documentação relativa : I habilitação jurídica II à qualificação técnica III à qualificação econômico-financeira; IV à regularidade fiscal. V cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso, consistirá em: I prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); II prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual; III prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei; IV prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) A documentação relativa à qualificação econômico-financeira consistirá Em : Comprovação da boa situação financeira do licitante, aferida com base nos índices de Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez Corrente (LC) iguais ou maiores que 1 (um) Caso as empresas não comprovem a boa situação financeira nos moldes estabelecidos no item anterior, essas deverão comprovar o capital mínimo de 10% do montante da sua Proposta Comercial, de acordo com os 2º e 3º do art. 31 da Lei nº 8.666/ A licitante já regularmente cadastrada e habilitada parcialmente no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores SICAF, em que os documentos comprobatórios estejam validados e atualizados, ficará dispensada de apresentar os documentos relacionados nos subitens (habilitação jurídica) e (regularidade fiscal) A Comprovação da boa situação financeira do licitante, referente ao subitem , aferida com base nos índices de Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez Corrente (LC) iguais ou maiores que 1 (um), poderá ser comprovada por análise automática do SICAF. 5

6 Assim foi a desclassificação/inabilitação do licitante no sistema comprasnet, transcrita abaixo na íntegra: Prezados Licitantes, Tendo em vista que a empresa Daniel Conrado Landim ME (CNPJ / ), referente ao Lote/item nº 1, NÃO ENCAMINHOU TODA A DOCUMENTAÇÃO DE HABILITAÇÃO PREVISTA NO ITEM 12 DO EDITAL, EM TEMPO HÁBIL, CONFORME DETERMINA O SUBITEM 10.1 DO EDITAL(prazo máximo de 2 horas, contado a partir da convocação do pregoeiro por meio do chat do sistema Comprasnet), a mesma SERÁ DESCLASSIFICADA do Lote/item nº 1. Dentre as pendências, sem entrar no mérito de análise dos atestados de capacidade técnica e proposta de preço, como exemplo, encontram-se: - a não apresentação de documentação prevista no item do Edital (itens II e III), já que não apresentou sua documentação de regularidade fiscal (regular ou com restrições/vencida) de seu domicílio fiscal (DF), conforme previsto no Art. 43 da LC 123/2006 e item 8.2 do Edital.; - não atendimento ao subitem do Edital (qualificação econômica-financeira), já que não apresentou comprovação conforme itens e do edital (capital mínimo de 10% do montante da sua Proposta Comercial, de acordo com os 2º e 3º do art. 31 da Lei nº 8.666/93). Complementando. Também, o SICAF do licitante do lote/item 1, consultado pelo pregoeiro no Comprasnet, não contempla esse item de qualificação econômicafinanceira e item de regularidade fiscal Estadual/Municipal. Ora, com uma simples análise do motivo da desclassificação e inabilitação do licitante, verificase que a mesma se deu por descumprimento de itens editalícios previstos claramente na Lei 8.666/93, ou seja, art. 27, art.29 e art.31, e de acordo com art. 14 do Decreto 5450/2005. Portanto, não infringindo norma alguma. Aliás, em plena consonância com os Acórdãos do TCU, os quais orientam a administração para que observe a exigência somente dos requisitos de habilitação que estão previstos nesses artigos da Lei 8.666/93. Assim dispõe o TCU: No certame licitatório, os documentos que podem ser exigidos quanto à habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e prova de cumprimento do disposto no inciso XXX III do art. 7º da Constituição Federal estão adstritos àqueles previstos nos artigos 27 a 31 da Lei nº 8.666/1993. Acórdão 2056/2008 Plenário (Sumário). Referência: Licitações e Contratos. Orientações e Jurisprudência do TCU. 4ª edição, Disponível no endereço eletrônico na seção Publicações institucionais. Também, cabe lembrar que, de acordo com o Art. 43 da LC 123/2006, a microempresa deve apresentar sua documentação de regularidade fiscal, regular ou com restrições/vencida, de seu domicílio fiscal (no caso, DF), para que possa fazer jus aos benefícios/prazos desta Lei. Ocorre que a licitante nada apresentou com relação ao seu domicílio fiscal (DF) (documentação regular ou com restrições/vencida) -, conforme pode ser visto às fls. 531 a 551 dos autos do processo, e o SICAF da mesma tinha nenhuma informação a respeito desse item, conforme pode ser visto às fls. 531 dos autos, não atendendo, portanto, o art. 29 da Lei 8.666/93, inciso III e art. 43 da LC 123/2006. Ainda, o SICAF da licitante não tinha informação alguma de qualificação econômico-financeira, ou seja, informação a respeito dos índices de Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez Corrente (LC), amplamente utilizados pela Contabilidade e adotados pela Administração Pública, como pode ser notado às fls. 531 dos autos, e, também, a recorrente não encaminhou documentação comprobatória referente ao citado item ou do edital, itens em consonância com o art. 31 da Lei 8.666/93. Cabe lembrar, também, que não poderia haver a realização de Diligência, conforme parágrafo 3º, do art 43 da Lei 8.666/93, pois é vedada a inclusão posterior, no processo, de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta. C) POR FIM, COM TODO O RESPEITO, A RECORRENTE FAZ AFIRMAÇÕES TOTALMENTE DESCABIDAS, AS QUAIS MERECEM SER TRANSCRITAS EM PARTES: 1) o pregoeiro impôs na nota de desclassificação em relação a afirmação que a impetrante não é do ramo restou infrutífera e sem nexo algum, o registro da Classificação Nacional de Atividades Econômicas / CNAE diz o contrario (grifo nosso). Ora, em momento algum na desclassificação da recorrente, como pode ser visto no chat do sistema comprasnet e na transcrição de desclassificação, que foi citada na íntegra, o pregoeiro fez as afirmações absurdas enunciadas pela recorrente. 2) pois nos sentimos prejudicados em ralação ao item 03 que estaria nas nossas mãos, se não fosse a desclassificação simultânea da nossa empresa, sabemos que temos que está preparado e com a documentação pronta, mas fazer uma planilha de custo requer tempo e precisão, temos 6

7 que ser perfeito, mas nem por isso deveríamos ser desclassificados do certame uma vez que enviamos nossa planilha tanto pelo compranet quanto pelo do edital. (grifo nosso). Aqui, a recorrente afirma, de forma absurda, que foi desclassificada simultaneamente do ITEM/LOTE número 3. Em uma simples conferência na Ata do pregão, disponível no sítio do sistema Comprasnet, verifica-se que a recorrente nunca foi desclassificada simultaneamente do ITEM 3 do Pregão pelo pregoeiro. 7) DA ANÁLISE DAS ALEGAÇÕES DA RECORRENTE CTIS TECNOLOGIA S.A (CNPJ: / ). A recorrente não interpôs suas razões de recurso no Sistema Comprasnet dentro do prazo estabelecido, havendo, portanto, somente sua manifestação de intenção de recurso. Assim, cabe considerar que a não apresentação das razões do recurso pela recorrente não afasta a necessidade de julgamento do recurso, que deve ser apreciado, em razão dos princípios da transparência e autotutela da Administração Pública. Esse é o entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência. Citamos a conclusão do renomado professor Jacoby: b) o licitante manifesta intenção de recorrer, mas no prazo legal não ingressa com as razões do recurso. Nessa hipótese o direito de recorrer não decaiu. Ao apresentar a motivação na sessão, o recorrente externou o seu inconformismo. Deve, o pregoeiro, mesmo que no prazo legal não sejam juntadas as razões, examinar a questão e decidir fundamentamente. Referência: Fernandes, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e Pregão Presencial e Eletrônico, 2ª ed. Belo Horizonte. Editora Fórum, pág Contudo, torna-se relevante considerar que no caso da alegação levantada pela recorrente, a ausência dos fundamentos e provas, que poderiam ser aludidos nas razões, impossibilita uma análise apurada do fato. Em síntese, a recorrente sugeriu que a empresa CAST INFORMÁTICA S/A (CNPJ: / ) não teria atendido os requisitos de qualificação técnica, ou seja, requisitos referente aos atestados de capacidade técnica, itens do edital e do Termo de Referência, havendo desrespeito aos mandamentos editalícios. Cabe lembrar que a habilitação, por força dos arts. 27 a 31 da Lei 8.666/1993 abrange as questões técnicas, jurídicas, econômico-financeiras e fiscais. A regularidade com relação a todas elas, de acordo com as exigências fixadas no instrumento convocatório, deve ser levada em conta para o julgamento. Ocorre que a recorrida atendeu a todos os requisitos de habilitação exigidos em edital quando de sua convocação, como pode ser verificado às fls. 641 a 716 dos autos, inclusive apresentando SICAF devidamente regularizado. Ainda, o pregoeiro realizou despacho dirigido a área demandante/técnica do serviço para análise e posicionamento quanto a proposta de preço e documentação relacionada a Qualificação Técnica (Atestados de capacidade Técnica) da recorrida, conforme fls. 870 dos autos do processo. A área demandante/técnica emitiu parecer favorável quanto a aceitação da empresa recorrida, às fls dos autos, tanto referente a habilitação Técnica como também a planilha de preços apresentada, já que a recorrida atendeu a todos os requisitos exigidos.assim, não há motivos para o reconhecimento do recurso interposto pela empresa CTIS TECNOLOGIA S.A, pois a recorrida cumpriu com o exigido em edital e não há fundamentação e motivação consistente apresentadas pela Recorrente. 8) DA CONCLUSÃO 7

8 Em face do acima exposto, MANTENHO AS DECISÕES TOMADAS,CONCLUINDO PELO INDEFERIMENTO dos recursos impetrados pelas empresas acima. Submetendo a presente decisão à Autoridade Superior, conforme inciso VII, do art. 11, do Decreto 5.450/2005. Brasília, 24 de outubro de ALEX SANDRO DA PAIXÃO Pregoeiro ANA CAROLINA MIRANDA ELLERES Equipe de Apoio CARLOS AUGUSTO VAZ SILVA Equipe de Apoio 8