01/09/2016. O lugar de Maria no espaço litúrgico

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Luiz Eduardo Zagalo Cruz
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1 O lugar de Maria no espaço litúrgico 1

2 Introdução A Virgem Maria sem dúvida tem um lugar de destaque no seio da Igreja Católica, tanto no oriente quanto no ocidente, bem como no meio da fé do povo, principalmente os mais simples. Essa constatação pode ser vista a olhos nus, participando das festas em honra a Nossa Senhora distribuídas ao decorrer do Ano Litúrgico e observando o comportamento dos fiéis diante da imagem de Maria. 2

3 A Virgem Maria na liturgia dos primeiros séculos a reforma do Concílio Vaticano II 3

4 Não se pode falar de um culto diretamente e claramente intencional a Maria nos primeiros séculos do Cristianismo, pois toda a organização do culto cristão estava centralizado no Cristo Senhor, crucificado, ressuscitado, glorificado à direita do Pai. 4

5 Todavia, ao celebrar os mistérios de Cristo, especialmente sua encarnação e a Páscoa, a Igreja nascente descobre o papel que Maria desempenha nesses acontecimentos e daí surge às primeiras alusões a Maria em diversos elementos que compunham o culto: na hinografia, nas homilias, nas anáforas eucarísticas e até no ritual de batismo de Hipólito 5

6 Com o Concílio de Éfeso no ano 431, no qual Maria foi proclamada Theotókos surgem às festas propriamente marianas, ou seja, essa declaração teve uma influência determinante na evolução do culto a Vigem e na comemoração de alguns de seus mistérios 6

7 Depois de Éfeso muitas festas marianas tiveram origem no oriente que foram introduzidas posteriormente na Igreja de Roma, dentre elas: - Apresentação de Jesus no templo; - A anunciação; - A Natividade de Maria; - Mãe de Deus; - Da Dormição - A Assunção. 7

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11 Vale lembrar que o sábado como dia Mariano, vinha sendo celebrado desde a idade média nos ambientes monásticos, de modo a preparar o dia do Senhor e que mais tarde se difundiu pra toda a Igreja. No oriente esse dia e celebrado na quarta-feira. 11

12 Outras celebrações de Maria que foram entrando pouco a pouco no calendário litúrgico, antes e depois do Concílio de Trento estavam ligados a títulos de congregações religiosas e costumes locais, como é o caso da dedicação de Santa Maria Maior. 12

13 Antes do Concílio Vaticano II... 13

14 Igreja Matriz Nossa Senhora da Penha de França -Resende Costa -MG 14

15 No decorrer da história houve muitas discussões sobreolugareaimportânciademariaedossantos paraateologiaeparaaigreja. O Concílio Ecumênico Vaticano II, pois fim a essa discussão, chegando à feliz decisão de inseri-los no contexto da história da salvação que tem seu ponto central no mistério pascal de Jesus Cristo. (SC 5-8) Documento Lumen Gentium Capítulo VII Culto Mariano / O papel de Maria na economia da Salvação 15

16 O culto a Maria, e aos santos mártires tem seu fundamento no Mistério Pascal e não possui sentido se não por Ele. 16

17 O Concílio Vaticano II, pediu que o Ano Litúrgico fosse revisto e resgatado o seu sentido original de acordo com as condições atuais, tendo como centro o memorial da páscoa de Jesus 17

18 Já na reforma do Concílio Vaticano II, foi pensado e reordenado o quadro das celebrações marianas do ano litúrgico, reforma esta que muitos qualificaram como antimariana e que constou: 18

19 No redirecionamento de certas festas marianas, qualificando-as como festas do Senhor, mas sem perder sua característica mariana (Anunciação, Apresentação); A supressão de algumas memórias menores ou de caráter devocional; *O destaque dado a algumas festas principais, como a Solenidade da Mãe de Deus; O enriquecimento dos formulários do Comum da Virgem Maria (...); *A qualidade dos novos formulários com os quais se enriqueceram as missas de algumas festas marianas; *A grande presença de Maria no calendário litúrgico; *A Coleção de Missas da Santíssima Virgem Maria. 19

20 O ano litúrgico, que tem sua origem, seu centro e seu ponto constante de referência na Páscoa do Senhor, é, por sua própria essência, a celebração do mistérios de Cristo e, naturalmente, a celebração de presença ativa de Maria nesse mistério. A comemoração da Virgem ao longo do ano litúrgico ratifica o laço estreito existente entre memória da Mãe e o mistério do Filho. 20

21 As celebrações marianas no calendário litúrgico: -Solenidade da Imaculada conceição (8 de dezembro); -Solenidade da Santa Maria, Mãe de Deus (1º. de janeiro); -Memória da Virgem de Lourdes (11 de fevereiro); -Festa da Visitação de -Maria (31 de maio); 21

22 -Memória do Imaculado Coração de Maria (sábado seguinte a Sol. Coração Jesus); -Memória de N. Senhora do Carmo (16 de julho); -Memória da dedicação da basílica de Santa Maria Maior (5 de agosto); -Solenidade Assunção de Maria (15 de agosto); -Memória de Santa Maria Rainha (22 de agosto); -Festa da Natividade de Maria (8 de setembro); -Memória de N. Senhora das Dores (15 de setembro); 22

23 -Memória da Virgem do Santo Rosário (7 de outubro); -Solenidade de n. Sra. da Conceição Aparecida (12 de outubro só para o Brasil) -Memória da Apresentação da virgem Maria no Templo (21 de Novembro); -Festa de Nossa Senhora de Guadalupe (12 de dezembro na América Latina). -Coroações de N. Senhora... 23

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30 PROGRAMA ICONOGRÁFICO 30

31 Quando se constrói uma igreja, não se pode esquecer que ela toda é um ícone, uma imagem viva. Moldada pela liturgia, é por ela mesma, mistagógica; de fato orienta, educa, conduz e introduz as pessoas no mistério da Páscoa de Cristo que celebramos. 31

32 O programa iconográfico prepara, descreve e prolonga, por meio de formas e cores, o mistério celebrado. Paredes, pinturas, pisos, imagens, mobiliário, iluminação... Tudo é extensão do que ali se celebra. 32

33 As principais imagens a destacar são sinais sacramentais: a cadeira da presidência, o altar, o ambão, a fonte batismal, a disposição do lugar da assembleia e o próprio edifícioigreja. 33

34 O programa iconográfico é cristocêntrico: tudo converge para o Cristo... 34

35 A cruz colocada em relação com o altarnos recorda a paixão do Senhor. Se houver na parede atrás do altar uma imagem, que seja a do mistério celebrado: Jesus Cristo morto e ressuscitado. 35

36 Dessa cena central, decorrerão as demais imagens: de Maria, do padroeiro, de outros santos, cenas do antigo e do novo Testamento, organizadas segundo um programa que manifeste a história da salvação em relação àquela comunidade. 36

37 Na Celebração Eucarística, a única imagem exigida é a cruz de Cristo. O Cerimonial dos Bispos ressalta: É de louvar que a cruz processional fique erguida junto ao altar de modo a ser a própria cruz do altar, caso contrário será retirada. 37

38 AInstruçãoGeraldoMissalRomano(IGMR),diz: segundo antiquíssima tradição da Igreja, as imagens do Senhor, da Bem-aventurada Virgem Maria e dos Santos sejam legitimamente apresentadas à veneração dos fiéis nos edifícios sagrados e aí sejam dispostas de modo que conduzam os fiéis aos mistérios da fé que ali se celebram. IGMR

39 Neste sentido, as imagens, pinturas e vitrais presentes no espaço celebrativo, não são meros enfeites, mas possuem uma função mistagógica, ou seja, ajudam-nos a compreender o mistério que celebramos e nele penetrar. CNBB. Guia Litúrgico-Pastoral. 2. Ed. CNBB. p

40 Por isso, cuide-se que o seu número não aumente desordenadamente e sua disposição se faça na devida ordem, a fim de não desviarem da própria celebração a atenção dos fiéis; normalmente, não hajamaisdeumaimagemdomesmosanto. Portanto, vale lembrar que só existe uma Nossa Senhora, invocada com diversos títulos, sendo assim, tenha-se o cuidado de colocar somente uma imagem de Maria no mesmo ambiente. IGMR

41 As imagens podem ser colocadas: no exterior da igreja (jardins, grutas, velários...) no átrio da igreja; em capelas próprias, como capelas de devoção: capela de N. Senhora, capela do padroeiro ; ou ainda na nave da igreja ou nas laterais do presbitério. 41

42 Paróquia Sagrados Corações Londrina PR 42

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52 Sentido positivo e negativo do símbolo Fonte Batismal 52

53 Batistério da antiga Basílica de Sta. Tecla Milão final do séc IV 53

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56 Capela da CNBB, Brasília, Brasil, 2002 Cláudio Pastro 56

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64 Igreja São Degun Kim São Paulo/ SP 64

65 Qualidade de nossas imagens... 65

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67 Ano Mariano 67

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69 XI Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra 19 a 23 de setembro de 2017 CURITIBA -PUCPR Assessor: Marko Ivan Rupnik 69

70 Setor de Espaço Litúrgico Pe Thiago Faccini Paro 70

71 Projeto Modelo Arquitetônico para Amazônia 71

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