1 - Parte Introdutória A Parte Introdutória prepara cognitiva e animicamente o praticante para a realização da sessão e para o esforço físico e de con
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- Ana Carolina Candal da Fonseca
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1 SESSÃO DE TREINO
2 1 - Parte Introdutória A Parte Introdutória prepara cognitiva e animicamente o praticante para a realização da sessão e para o esforço físico e de concentração nela envolvidos. Pode ser muito curta mas a sua importância é grande porque condiciona o estado de espírito com que o atleta irá encarar a realização das tarefas do treino. Tem uma dimensão informativa: explicação dos objectivos da sessão, relação desses objectivos com o que se passou na última competição e treino bem como se desenrolará a sessão (sequência das tarefas e prioridades). Tem uma dimensão organizativa: preparação dos equipamentos, organização dos grupos, distribuição espacial e/ou por tarefas. Tem, ainda, uma dimensão psicológica: consciencialização para a importância do que vai ser feito e motivação do grupo. Esta é de grande importância na condução do processo de treino e nunca deverá estar ausente, mesmo quando as outras dimensões, pelas características da sessão, sejam desnecessárias.
3 2 - Parte Preparatória Pretende-se preparar o atleta sistematicamente nos aspectos metabólicos, neuromusculares e controlo motor para as tarefas da secção principal. Terá que trabalhar a flexibilidade muscular e a mobilidade articular óptimas. É aquilo que vulgarmente se chama de aquecimento. Tem uma fase geral: : activar os grandes sistemas funcionais, cardiovascular e respiratório, aumentar a temperatura interna corporal, por em acção os mecanismos não específicos de preparação para a acção motora, mentais, nervosos e hormonais; e uma fase especial: : deve aproximar-se ao máximo do conteúdo específico do desporto praticado e dos exercícios que vão ser realizados na Parte Principal, solicitando as áreas musculares que vão ser mais utilizados com suficiente intensidade para colocar em acção os efeitos agudos iniciais de adaptação ao esforço. O ideal é partir dos grupos musculares pequenos para os grandes, a duração dependerá do desporto, da idade e da temperatura.
4 3 - Parte Principal É aqui que se concretizam, através de uma configuração metodológica precisa e da organização dos conteúdos seleccionados, os objectivos previstos para a sessão de treino. Estes devem ser correctamente escolhidos e colocados adequadamente na estrutura organizativa da parte fundamental da sessão de treino. As outras duas partes (aquecimento e retorno à calma) são condicionadas e determinadas pelo conteúdo desta. O carácter distinto das tarefas que aqui podem surgir dará origem à caracterização das sessões de acordo com os seus objectivos, como de treino técnico, de aprendizagem da flexibilidade, trabalho em condições próprias da competição, treino táctico, treino da resistência, força, velocidade, coordenação ou sessão complexa combinando quaisquer destes elementos.
5 4 - Parte Final Na Parte Final procura-se introduzir processos de recuperação sempre que necessário. Em sessões de nível de carga fraco, normalmente sessões de aprendizagem, sejam de dimensão técnica ou táctica ou visando o domínio de procedimentos para o treino físico (exemplo: exercícios de força com pesos livres) pode-se prescindir da realização das tarefas típicas de retorno à calma. Sessões de grande impacto orgânico, sejam elas dirigidas para o treino das qualidades físicas, com grande utilização de exercícios gerais ou especiais, sejam elas orientadas para as cargas específicas, reproduzindo a situação de competição, exigem atenção redobrada para esta fase da sessão. Formas de intensificação dos processos de regeneração muscular são incluídas por alguns autores nesta fase da sessão de treino (massagem recuperadora, banhos quentes, sauna, etc.) embora a maioria das vezes seja mais correcto considerá-las como integrando um período pós-sessão sessão de treino, que não deixa de ser de importância crucial, e de estar integrado no processo de treino visto na globalidade, mas foge à lógica estrita que presidiu à concepção da sessão de treino e à influência directa do treinador.
6 Parte Final (cont.) O que não pode deixar de ser realizado pelo treinador é o que diz respeito à interacção afectiva e comunicacional a realizar no fim de uma sessão de treino. Nenhuma sessão de treino deve terminar com os atletas a irem para casa sem terem recebido do treinador um reforço positivo sobre o trabalho realizado, uma apreciação sobre alguns detalhes mais significativos ou sobre o seu comportamento global ou uma visão perspectivando o futuro próximo a curto ou médio prazo, fazendo a ligação entre a dinâmica procurada na sessão e as competições vindouras. Esta interacção, de importância e duração variável, individualizada ou colectiva, terá sempre que ser realizada, constituindo parte de um dos mais fortes alicerces da efectividade do processo de treino: a confiança que o atleta deposita no treinador a o estatuto de liderança que lhe reconhece.
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