Abordagem Terapêutica da Dermatite Atópica Canina
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- Pedro Lucas Alencastre Lobo
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1 Abordagem Terapêutica da Dermatite Atópica Canina M.V. MSc. Raphael Rocha Dermatólogo Veterinário Objetivos: Abordar aspectos terapêuticos da DAC. Atualizar o clínico de pequenos animais para a importância dessa alergopatia, enfatizando uma correta condução clínica, diagnóstica e terapêutica. 1
2 O que é DAC? Dermatite atópica canina (DAC) é uma alergopatia crônica, que se caracteriza por inflamação e intenso prurido. Inflamatória e Pruriginosa Reação de hipersensibilidade do tipo 1 Elevação na produção de IgE alérgeno-especifícos Genéticos Ambientais 2
3 Th2 Th17 (pouca resposta) Pept. antimicrobianos Th2 Il-1, IL-4, IL-5, IL-6, IL-12, IL-13 e IL-31 IgE Principais alérgenos envolvidos são antígenos de ácaros Dermatophagoide farinae D. pteronyssimus Blomia tropicalis Outros alérgenos Fungos ambientais Pólens flores e arbustos Insetos 3
4 Diagnóstico - DAC Clínico Descartando outras doenças pruriginosas, além de basear no histórico e nos sinais clínicos do paciente. Critérios de Favrot Maior sensibilidade e especificidade para diagnóstico clínico da DAC. Critérios de Favrot 4
5 Diagnóstico - DAC Testes Alérgicos Testes alérgicos intradémicos (TID) Testes alérgicos sorológicos (TS) As principais funções dos testes alérgicos são a IDENTIFICAÇÃO e SELEÇÃO DE ALÉRGENOS candidatos para uma IMUNOTERAPIA ALÉRGENO-ESPECÍFICA (IAE). Teste alérgico intradérmico Imagens: M.V. Raphael Rocha - RJ Imagens: M.V. Marconi Faria - PR 5
6 Imagens: M.V. Marconi Faria - PR CN DEP BLO DEF CP Teste alérgico intradérmico Alto Valor preditivo positivo Imagens: M.V. Raphael Rocha - RJ 6
7 Teste alérgico sorológico Alto Valor preditivo negativo Tratamento - DAC 7
8 DAC - Tratamento Controle das infecções secundárias Recuperação da barreira cutânea Controle do prurido e da inflamação Minimizar irritantes primários Orientações ao proprietário Lembrar: Doença Multifatorial Plano Terapêutico 1º Controle das Infecções Secundárias Piodermite/Malasseziose Tratamento Tópico e Sistêmico 2 Controle da Inflamação e Prurido 3º Controle da Barreira Cutânea Anti-pruriginosos Imunomodulatores Imunoterapia Hidratação 8
9 Controle Medicamentoso Infecções cutâneas secundárias Inflamação e prurido Barreira Cutânea Controle Alergológico Imunoterapia alérgeno-específica DAC fase aguda X DAC fase crônica Condutas de prevenção 9
10 Controle das infecções secundárias Antibióticos tópicos e sistêmicos Antifúngicos tópicos e sistêmicos Ouvidos Otite inflamatória tto tópico Otite infecciosa tto tópico e sistêmico Antibióticos /Antissépticos Tópicos Xampús Clorexidina 2% Peróxido de benzoíla 2,5-3,5% Mupirocina Pomada Ação irritativa Ação secante 10
11 Antibióticos Sistêmicos Cefalexina Cefovecina Enrofloxacina Amoxicilina com ác. clav. Azitromicina 30 mg/kg/12h 8mg/kg/15 dias 10-20mg/kg/24h 22mg/kg/12h 10-15mg/kg/12h Tempo adequado Efeitos adversos Antifúngicos Tópicos e Sistêmicos Malasseziose Tratamento tópico Clorexidine (2 a 4%) Cetoconazol 2% Clorexidine 2% + Miconazol 2% Sulfeto de Selênio 1 a 2% Ação irritativa Ação secante Tratamento sistêmico Itraconazol - 10mg/kg/24hs Cetoconazol 10mg/kg/24hs Uso diário Pulso controle da crise 2x na semana 11
12 Recuperação da barreira cutânea Xampus e soluções spray Hidratantes, emolientes e umectantes Ceramidas 1x por semana Alívio do prurido Reposição da barreira lipídica Suplementação Ômegas (6) Pode influenciar nos lipídios cutâneos brilho e qualidade do pelo > 2 meses de uso Terapia Adjuvante Recuperação da barreira cutânea Allermyl Glyco Episoothe Dermogen Hidrapet Humilac Douxo Allerderm Spot-On 12
13 Controle do prurido e da inflamação Anti-histamínicos Glicocorticóides Imunomoduladores Imunoterapia Anti-histamínicos Baixa eficácia 20-25% Não tem efeitos adversos efeito sedativo Baixo custo Hidroxizina Cetirizina 2,2mg/kg/12h 0,5 a 1mg/kg 24hs 13
14 Glicocorticóides Alta eficácia imediata Pouca eficácia a longo prazo Usar na crise tempo curto e dose baixa Inflamações cutâneas pontuais corticóides tópicos Coadjuvante com outras terapias medicamentosos Ciclosporina fase inicial Imunoterapia fase inicial Limitações financeiras Efeito rebote - imunossupressão EFEITOS ADVERSOS (+ potência +efeito adverso) Glicocorticóides Sistêmicos Prednisona Prednisolona 0,5 mg/kg 12h -24hs Efeitos colaterais 30-80% Prednisona 0,5 mg/kg 48-72hs *dose e frequência mínima (Fase de manutenção) Não é recomendado glicocorticóides injetáveis de ação prolongada Olivry,T et al. Evidence-based veterinary dermatology: a systemic review of the Pharmacotherapy of canine atopic dermatitis, Veterinary dermatology, v.14, p ,
15 Glicocorticóides Sistêmicos Efeitos Adversos Ação imunossupressora infecções urinárias e cutâneas Ação hiperglicemiante Diabetis mellitus Hipotireoidismo Hiperadrenocorticismo Promove fraqueza e flacidez muscular Diminuição na absorção de cálcio intestinal Poliúria, Polifagia, Polidipsia Aumento de peso abdômen pendular Letargia e apatia Aumento da pressão arterial Predisposição à catarata, glaucoma e atrofia de retina Cios irregulares e alteração na libido de machos e fêmeas Dificuldade na cicatrização Alopecia, pele fina, comedos, calcinose, hiperpigmentação e teleangectasia Glicocorticóides Tópicos Aceponato de Hidrocortisona (Cortavance) Ação local aplicação diária Efeitos adversos atrofia cutânea (uso prolongado) 15
16 Imunomoduladores Ciclosporina Oclacitinib (Apoquel) Ciclosporina Linf. T Th2 - Treg Inibidor da calcineurina Baixa eficácia imediata 3 a 4 semanas Moderada a Alta eficácia a longo prazo (60-70%) Custo alto* Vômito, diarreia 1ª semana de administração Hiperplasia gengival Ciclosporina - 5mg/kg/24hs Cápsulas Suspensão Absorção Ciclosporina Fase de Manutenção 5mg/kg/ 48-72hs 16
17 Oclacitinib (Apoquel) Inibidor seletivo da Janus cinase (JAK) bloqueia citosinas IL-31 Alta eficácia a curto e longo prazo (67-76%) Custo Alto* Oclacitinib Oclacitinib (Manutenção) 0,4 a 0,6 mg/kg 12h - 14 dias 0,4 a 0,6 mg/kg 24h Oclacitinib (Apoquel) Efeitos Adversos Diarreia Vômitos Perda de apetite Não é recomendado para cães < 1 ano e < de 3 kg Doenças imunossupressoras ou neoplásicas Não tem um consenso na necessidade de uma monetarização laboratorial 17
18 Redução medicamentosa Controle do prurido e da inflamação Imunoterapia Alérgeno-específica Hidratação cutânea Suplementação Ômegas Imunoterapia alérgeno-específica (IAE) A IAE é o único tratamento capaz de modificar o curso natural da doença. Reduzindo o uso de medicações para o controle dos sinais clínicos. Menor custo efetivo, quando comparada ao tratamento sintomático. 18
19 Th1 - Treg IFNɣ, IL-10, TGFβ IgG4 Libyan J Med Imunoterapia alérgeno-específica Baixa eficácia imediata 9m a 1 ano Moderada eficácia a longo prazo (70%) Poucos a ausentes efeitos adversos Alto custo* - diminui a longo prazo Exige dedicação e compromisso do proprietário 19
20 Imunoterapia alérgeno-específica Imunoterapia alérgeno-específica Avaliação da eficácia clínica CADESI - 4 Escala de Prurido (numérica ou visual) 20
21 Condutas de Prevenção Controle das infecções (recidivas) Controle de ectoparasitas Controle de irritantes primários Controle dos ácaros ambientais questionável Orientação ao Proprietário Trabalhar sua frustração expectativas reais Dermatite atópica não tem cura e requer tratamento contínuo controle Tem gastos elevados ao longo da vida do animal Não existe tratamento perfeito ou ideal não é uma receita de bolo. Todo tratamento apresenta vantagens e desvantagens. Pode ocorrer recorrência dos sinais clínicos. 21
22 Dermatite Atópica Canina A recompensa de um controle bem sucedido é proporcionar uma vida mais confortável e saudável ao seu animal de estimação. Obrigado! Dúvidas, críticas ou sugestões... Raphael Rocha Dermatologia e Alergologia Veterinária rocha.raphael@gmail.com Site: Facebook: Raphael Rocha Dermatologia e Alergologia Veterinária 22
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