Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 4ª Câmara de Julgamento

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1 Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 4ª Câmara de Julgamento Número do Processo: / Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL SUMARÉ Benefício: 46/ Espécie: APOSENTADORIA ESPECIAL Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Recorrido: RITA SIMONE QUENTAL PEREIRA DE CAMARGO - Procurador Recorrido: MARIA ROSOMAR RICETTO PEGORARI - Titular Capaz Assunto: INDEFERIMENTO Relator: ELISOLETE BAKARJI Relatório Trata-se de Recurso Especial interposto pelo INSS, doravante denominado Recorrente, contra o acórdão Nº 514 / 2014 proferido pela 10ª Junta de Recursos, que deu provimento ao Recurso Ordinário interposto por MARIA ROSOMAR RICETTO PEGORARI doravante denominado RECORRIDA, concedendo seu benefício de Aposentadoria Especial NB46/ requerida em 23/08/2013 negada em primeira decisão sob a fundamentação de falta de tempo de contribuição em atividade especial, em virtude de ter sido computado até a Data de Entrada do Requerimento DER somente 08 anos 07 meses e 05 dias de tempo em atividade especial, conforme Comunicação de Decisão. (Evento nº 01 documento de nº 01). A segurada, ora recorrida, almeja a aposentadoria especial aos 25 anos de contribuição, prevista nos artigos 57 e 58 da Lei nº 8.213/91 e nos artigos 64 a 70 do Decreto nº 3.048/99, sob o argumento de que o exercício de sua atividade, durante todo esse tempo, se enquadra por exposição a agentes nocivos. A fim de comprovar seu período especial o segurado apresentou os seguintes documentos: (Evento nº 01 documentos de nº 01): Cópia de sua CTPS de nº s/0123 onde constam registrados vínculos empregatícios com a Fundação de Saúde do Município de Americana período de 09/08/1989 a 10/06/2005, e com a Prefeitura Municipal de Nova Odessa períodos de 01/02/1997 a 02/01/2001, 01/03/2005 a 22/03/2011 e de 23/03/2011 sem data de saída, todos tendo exercido a atividade de dentista; Declaração emitida pela Fundação Municipal de Americana autorizando a Sra. Cleusa de Lourdes Rizatto Sorrento a assinar formulário de PPP; Declaração da Prefeitura Municipal de Nova Odessa autorizando o Sr. Mauro Ramalho a assinar formulário de PPP; Formulários de Perfis Profissiográficos Previdenciários PPP emitidos por empresas para que fossem enquadrados como sendo de atividade especial os seguintes períodos:. Fundação de Saúde Municipal de Americana - período de 09/08/1989 a 10/06/2005 função cirurgião dentista exposta a agentes biológicos como vírus, fungos e bactérias;. Prefeitura Municipal Nova Odessa - período de 01/02/1997 a 02/01/2001 função assessora na área de saúde bucal exposta agentes biológicos como, vírus, fungos, bactérias e parasitas; - período de 01/03/2005 a 22/03/2011 função assessora na área de saúde bucal exposta agentes biológicos como, vírus, fungos, bactérias e parasitas; - período de 23/03/2011 a 09/08/2013 (data da emissão do PPP) função assessora na área de saúde bucal exposta agentes biológicos como, vírus, fungos, bactérias e parasitas; - período de 01/07/1988 a 15/08/2013 (data da emissão do PPP) função dentista exposta agente biológica como, bactérias, agentes biológicos e material infectocontagioso;

2 - Declaração da requerente informando que havia iniciado a sua profissão de dentista em 1987 quando começou a estagiar no Centro Comunitário de Americana fazendo atendimento popular, já no ano de 1988, de 07/1988 a iniciou atendimento particular, e de 12/1989 atendimento em seu consultório em definitivo; - Recibos de Mensalidades do Conselho Federal de Odontologia, competências de 12/1986 e 08/1987; - Declarações de Imposto de Renda, anos base de 1988 e de 2003 a 2012; - Solicitação de Inscrição Municipal para Funcionamento de Consultório datado em 20/11/1989; - Taxa de Licença para Localização e Funcionamento de Estabelecimento Comercial datados de 12/1989 a 03/2003; - Declaração de Ajuste Anual referente à competência de 1990; - Termo de Responsabilidade Técnica Coordenadoria de Saúde e Vigilância Sanitária datado em 02/07/2002; - Licença de Funcionamento emitida pela Coordenadoria de Saúde e Vigilância Sanitária com validades em 08/2005, 10/2006, 04/2008, 11/2009 e 07/2011. Consultas ao sistema CNIS verificou-se registrado em nome da requerente, vínculos empregatícios referentes aos períodos de 08/09/1989 a 10/06/2005, 01/02/1997 a 02/01/2001, 01/03/2005 a 22/03/2011 e de 23/03/2011 até 12/2013, e recolhimentos previdenciários na condição de contribuinte individual para às competências de 08/1988, com períodos intercalados até 03/2013. (Evento nº 01 documentos de nº 01). Verificou-se ainda em consulta efetuada ao CNIS/Remunerações do Trabalhador que a Prefeitura Municipal de Nova Odessa havia informando para ás competências de 01/2007 a 03/2011 e de 03/2011 a 07/2013, no campo Agente Nocivo, o código 25 indicando que contribuía para o custeio da Aposentadoria Especial. Análise e Decisão Técnica de Atividade Especial, onde o perito médico do Serviço de Saúde do Trabalhador SST concluiu por considerar como sendo de atividade especial por categoria profissional os períodos de 01/08/1988 a 31/12/1989, 01/02/1990 a 30/04/1990, 01/06/1990 a 30/09/1992, 01/11/1992 a 31/03/1994 na condição de contribuinte individual e de 09/08/1989 a 28/04/1995, e por exposição a agentes biológicos de 29/04/1995 a 05/03/1997, porém deixando de considerar como sendo de atividade especial a partir desta, esclarecendo que os agentes biológicos informados não eram contemplados pela legislação, inclusive a partir de 06/03/1997, o que determinava o reconhecimento como período especial era a exposição permanente aos agentes biológicos de natureza infectocontagiosa unicamente nas atividades relacionadas no Anexo IV dos Decretos nº 2.172/97 e nº 3.048/99, devendo ser consideradas as áreas de isolamentos, UTI, os serviços em ambulatórios específicos que tratem de pacientes portadores de doenças infectocontagiosas e os que manuseiam exclusivamente materiais contaminados provenientes desta área; (Evento nº 01 documento nº 01). Informando ainda que o período anterior a 03/01/2013 havia sido informado no formulário de atividade especial que a requerente exercia a atividade de coordenação e assessoria na área de saúde bucal, assim, não configurando a exposição a tais agentes biológicos de forma habitual e permanente, não ocasional e nem intermitente. (Evento nº 01 documento nº 01). Inconformada, a segurada impetrou recurso à Junta de Recursos, datado em 31/10/2013, solicitando, através de sua representante legal, uma nova análise dos autos, informando que havia apresentado todos os documentos necessários para provar a sua atividade de efetiva exposição aos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais de forma ininterrupta como dentista, pelo período exigido para a concessão de benefício, assim, possuindo tempo de atividade especial suficiente para a concessão de Aposentadoria Especial. (Evento nº 01 - documento nº 02). Declaração da requerente informando que não havia impetrado Ação Judicial em face do INSS com o mesmo objeto do processo administrativo ora julgado. (Evento nº 01 documento de nº 02). O INSS apresentou suas contrarrazões informando que estava sendo mantido o ato recorrido. (Evento nº 04 - documento nº 05). Não se conformando com a denegatória do INSS a segurada interpôs Recurso Ordinário à Junta de Recursos. A 10ª JRPS conheceu do recurso e DEU PROVIMENTO POR UNANIMIDADE Acórdão nº: 514 / 2014, nos termos do voto do Relator e sua bem fundamentação decidindo, em síntese, restar comprovado ter a segurada laborado sobcondições prejudiciais à saúde ou em atividades com riscos superiores aos normais em todo o período pretendido, desta maneira fazendo jus ao benefício de Aposentadoria Especial. O INSS interpôs Recurso Especial alegando em suas contraarrazões em síntese, que no presente caso em concreto essa análise, fls. 111 do processo concessório (Evento 1, Arquivo PROC_CONC1) foi contrária ao enquadramento dos períodos de 06/03/1997 a 10/06/2005, laborado na FUNDAÇÃO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE AMERICANA (PPP fls.

3 27 a 28 do processo concessório, Evento 1, Arquivo PROC_CONC1), e de 01/02/1997 a 02/01/2001 e de 01/03/2005 A 09/08/2013, laborados na PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA ODESSA (PPP fls. 32 a 35 do processo concessório, Evento 1, Arquivo PROC_CONC1), devendo prosperar este entendimento, requerendo a final, que seja mantida, em seus precisos termos, a decisão do INSS, reformando-se, consequentemente, a decisão proferida pelo douto órgão de 1º grau. O Recorrente apresentou contrarrazões requerendo seja mantida a decisão da junta de Recursos vez que a recorrida preenche os requisitos necessários para sua concessão. Inclusão em Pauta Incluído em Pauta no dia 06/10/2014 para sessão nº 0265/2014, de 14/10/2014. Voto EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA ESPECIAL. ARTIGOS 57 E 58 DA LEI Nº 8.213/91 E ARTIGOS 64 A 70 DO DECRETO Nº 3.048/99, LEI Nº 9.032/95- DENTISTA. AGENTES NOCIVOS BIOLÓGICOS (VÍRUS, BACTÉRIAS, BACILOS, FUNGOS E PROTOZOÁRIOS). ENQUADAMENTO DAS ATIVIDADES EXERCIDAS EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. RECURSO CONHECIDO E NEGADO RECURSO CONHECIDO E NEGADO AO INSS DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO Recurso tempestivo interposto nos moldes do 1 do art. 305 do decreto 3048/99. SOBRE A ATIVIDADE ESPECIAL Considero necessário tecer algumas considerações: a) Até a vigência da Lei nº 9.032/95 ( ) é possível a caracterização da atividade especial pela categoria profissional do segurado, existindo a presunção da insalubridade, penosidade ou periculosidade. Ou, no caso de presença de agentes nocivos, verificava-se se o agente descrito no formulário da empresa constava dos anexos dos Decretos /64 e /79. A prova da exposição ao agente nocivo poderá ser realizada por qualquer meio, exceto para ruído e calor quando será necessária a apresentação de laudo técnico, ainda que emitido pela empregadora; As atividades de dentista se enquadram no item n do Anexo /64; do Quadro II Anexo ao Decreto nº /73; do Anexo II ao DEC /79, motivo que justifica o reconhecimento da especialidade até b) Após a Lei nº 9.032/95 ( ) até (primeiro dia anterior a vigência do Decreto nº 2.172/97), exige-se a demonstração efetiva de exposição, de forma permanente, não ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. A prova da exposição poderá ser feita por qualquer meio de prova (exceto ruído), considerando-se suficiente a apresentação de formulário padrão emitido pela empresa, sem exigência de embasamento em laudo técnico; c) A partir de (data que entrou em vigor o Decreto nº 2.172/97), o enquadramento da atividade como especial exige a comprovação da efetiva exposição aos agentes nocivos de forma habitual e permanente, não ocasional nem intermitente, por meio de laudo técnico ou por meio de perícia técnica; DO CASO CONCRETO O perito médico do Serviço de Saúde do Trabalhador SST concluiu por considerar como sendo de atividade especial por categoria profissional os períodos de 01/08/1988 a 31/12/1989, 01/02/1990 a 30/04/1990, 01/06/1990 a 30/09/1992,

4 01/11/1992 a 31/03/1994 na condição de contribuinte individual e de 09/08/1989 a 28/04/1995, e por exposição a agentes biológicos de 29/04/1995 a 05/03/1997. A matéria controversa, portanto, trata-se do enquadramento, como atividade especial, dos períodos de 06/03/1997 a 10/06/2005, laborado na FUNDAÇÃO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE AMERICANA (PPP fls. 27 a 28 do processo concessório, Evento 1, Arquivo PROC_CONC1), e de 01/02/1997 a 02/01/2001 e de 01/03/2005 A 09/08/2013, laborados na PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA ODESSA. Não merece guarida as alegações do INSS, senão vejamos: A fundamentação dos peritos médicos do SST em não reconhecer os períodos controversos como especial após 1997 foi por entender que a partir desta data o que determinava o reconhecimento como período especial era a exposição permanente aos agentes biológicos de natureza infectocontagiosa unicamente nas atividades relacionadas no Anexo IV dos Decretos nº 2.172/97 e nº 3.048/99, devendo ser consideradas as áreas de isolamentos, UTI, os serviços em ambulatórios específicos que tratem de pacientes portadores de doenças infectocontagiosas e os que manuseiam exclusivamente materiais contaminados provenientes desta área. Consta nos autos que visando o enquadramento como sendo de atividade especial do período laborado na Prefeitura Municipal de Nova Odessa, a prefeitura para os períodos de 01/2007 a 03/2011 e de 03/2011 a 07/2013, apesar dos peritos médicos do SST não ter considerado como sendo de atividade especial, declarou no campo Agente Nocivo o código 25, indicando que, conforme Inciso II do art. 22 da Lei 8212/91, e art. 202 do Regulamento da Previdência Social RPS aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, a prefeitura contribui/contribuía para o custeio da aposentadoria especial. Em todo o período laborado na função de dentista a parte recorrida esteve exposta a agentes biológicos (anexo nº. 14, da NR-15 das Normas Regulamentadoras determinadas pela Portaria nº de 08 de Junho de 1978) devido ao contato com pessoas possíveis portadoras de doenças infecto contagiosas e ao agente radiação ionizante (anexo n.º 5, da NR-15 das Normas Regulamentadoras determinadas pela Portaria nº de 08 de Junho de 1978). A exposição ao agente biológico prejudica a saúde do requerente e se deu de forma permanente, não ocasional, nem intermitente... Desta forma, também está comprovado que a recorrida trabalhou sempre em condições especiais mesmo após o período que permite o reconhecimento por mero enquadramento profissional. Pela presente análise do caso concreto, os meios probatórios idôneos (farta documentação probatória) comprovam o exercício de atividade exercida sob agentes biológicos nocivos a saúde da recorrida. Correto o Acórdão ora atacado, em sua decisão, in verbis: (...) Assim, não procede às alegações do SST que não reconheceu como sendo de atividade especial os períodos laborados pela segurada na Fundação Municipal de Americana de 06/03/1997 a 10/06/2005 e na Prefeitura Municipal de Nova Odessa de 11/06/2005 até a data da DER, exercendo a função de dentista exposta a agentes biológicos como, vírus, bactérias, fungos, parasitas e outros. Os agentes biológicos, ao contrário das outras formas de fator nocivo gerador da especialidade do labor, têm o componente da vida, humana ou não humana, como agente em potencial de lesão à saúde do segurado. Assim, bactérias, fungos e vírus, em contato de longa duração com a labuta humana, através de pacientes, animais e dejetos urbanos ou rurais, podem gerar a especialidade do tempo de serviço. A especialidade por agentes biológicos pode ser detectada em razão da profissão efetivamente desempenhada pelo segurado em contato com esses agentes e, outrossim, pode ser localizada em razão do local/ambiente de trabalho. Os elementos que a caracterizam são a presença ou a potencialidade da presença de bactérias, fungos e vírus nos diversos veículos de transmissão desses agentes patogênicos, entre eles, o trabalho em hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de saúde e outros estabelecimentos destinados ao tratamento da saúde humana, como também no trabalho realizado em laboratórios de análise clínica e histopatológica, os que tenham contato com corpos de seres humanos para fins de autópsias, ou em estudos de anatomia e histoanatomopatologia, e, nesse item, inserem-se tanto os legistas como os que exerçam o labor de exumação em cemitérios. Cabe aqui também ressaltar que a atividade de dentista se enquadra no Código Anexo I (contato com doentes ou

5 materiais infecto contagiantes) ou no Código Anexo II (em razão da atividade profissional) do Decreto /79,tendo em vista que a atividade desenvolvida expõe o profissional a material infecto-contagiante e radiações ionizantes, quando examina os dentes e a cavidade bucal por via indireta (utilizando aparelhos) ou, por via direta, para verificar a presença de cáries e outras afecções. A Jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores é unânime em reconhecer os períodos laborados sobexposição de forma habitual e permanente aos agentes nocivos biológicos como vírus, bactérias, fungos e outros, após o advento da Lei nº 9.032/95, ou seja, 28/04/95, conforme julgado a seguir transcrito: Ementa: PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO EM ESPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS BIOLÓGICOS (VÍRUS, BACTÉRIAS, BACILOS, FUNGOS E PROTOZOÁRIOS). EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. CUMPRIMENTO IMEDIATO DO ACÓRDÃO. 1. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condições nocivas são disciplinados pela lei em vigor à época em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador. Assim, pela análise do conjunto de todos os elementos de provas, notadamente, a Carteira da CRO, constato que a recorrida comprovou devidamente sua atividade de dentista durante todo o período laborado e portanto, implementa o tempo contributivo para gozar do benefício requerido, nos moldes estabelecidos no artigo 57 da Lei 8.213/9 e parágrafo primeiro do art. 64 do Decreto nº 3.048/99: Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. 1º do art. 64: A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, exercido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado no caput. Ante ao exposto: Embasada nos dispositivos supra -referidos e nos termos do artigo 2 o da Lei 9.784/1999: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I - atuação conforme a lei e o Direito (grifo aposto). E ainda importante destacar a Instrução Normativa nº 01 do CRPS em seu art. 3º dispõe que: Os Órgãos Julgadores não estão adstritos ao pronunciamento técnico da assessoria médica ou jurídica, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos, desde que fundamentada a decisão, sobpena de nulidade. Assim, no uso do princípio do livre convencimento motivado do julgador que me é facultado, mantenho a decisão proferida pela10ª junta de Recursos em seu Acórdão nº 514/ 2014 ora atacado, pelos seus próprios fundamentos vez referida decisão é respaldada na legislação aplicável ao caso. Desta forma, com o deferimento do enquadramento como especial de todo período laborado como dentista, a recorrida faz jus a ter seu pedido de aposentadoria especial deferido desde a data da entrada do requerimento- DER nos termos da fundamentação supra. DISPOSITIVO Pelo exposto, VOTO por CONHECER DO RECURSO DO INSS e no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos acima expostos.

6 ELISOLETE BAKARJI Relator(a) Declaração de Voto Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). AMANDA DE MIRANDA MAISTER Conselheiro(a) Suplente Representante dos Trabalhadores Declaração de Voto Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). GUSTAVO MOREIRA BAVOSO Conselheiro(a) Suplente Representante das Empresas Declaração de Voto Presidente concorda com voto do relator(a). PAULO VITOR NAZARIO SERMANN Presidente Decisório Nº Acórdão: 3075 / 2014 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 1ª Composição Adjunta da 4ª Câmara de Julgamento do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AO INSS, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros AMANDA DE MIRANDA MAISTER e GUSTAVO MOREIRA BAVOSO. ELISOLETE BAKARJI Relator(a) PAULO VITOR NAZARIO SERMANN Presidente