v. 17, n. 2, 2015 psicanálise Revista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre

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1 v. 17, n. 2, 2015 psicanálise Revista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre Filiada à Associação Psicanalítica Internacional desde 1992, à FEPAL e à Federação Brasileira de Psicanálise

2 A revista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre é uma publicação semestral editada regularmente desde Encontra-se indexada na Base de Dados INDEX PSI Periódicos. Tem como finalidade publicar trabalhos selecionados de psicanalistas brasileiros das Sociedades Psicanalíticas e Grupos de Estudos filiados à Associação Psicanalítica Internacional e de autores de notório saber, visando aprofundar, divulgar, ampliar e atualizar conhecimentos na área da psicanálise. A Revista publica também artigos originais ou traduções de trabalhos de analistas estrangeiros, ainda de candidatos em formação do Instituto de Psicanálise. São aceitos artigos de profissionais ligados a Universidades e articulistas de comprovado saber, ligados de alguma forma à psicanálise e às ciências humanas. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Psicanálise Revista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre. - Vol. 1, n. 1 (jan/dez. 1999). Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre, 1999 v. ; 25 cm. Revista indexada na base de dados INDEX PSI Periódicos. Periodicidade: semestral a partir de ISSN x 1. Psicanálise I. Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre. CDU CDU Bibliotecária Responsável: Adriana Clô Lopes CRB10/1951 Tiragem: 200 exemplares Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre Praça Dr. Maurício Cardoso, nº 07 / 2º andar CEP Porto Alegre RS Brasil Tel./Fax s: secretaria@sbpdepa.org.br biblioteca@sbpdepa.org.br

3 EDITORA Mara Horta Barbosa CONSELHO EDITORIAL Alicia Beatriz Dorado de Lisondo Ana Rosa C. Trachtenberg André Green (in memoriam) Antonino Ferro Carmen Médici de Steiner Cesar Botella Didier Lauru Elfriede Susana Lustig de Ferrer (in memoriam) Ester Malque Litvin Franco Borgogno François Marty Gildo Katz Gley Silva de Pacheco Costa Helena Ardaiz Surreaux Heloísa Helena Poester Fetter João Baptista Novaes Ferreira França Laura Ward da Rosa Leopold Nosek Leonardo Wender Marcelo Viñar Marco Aurélio Rosa Maria Aparecida Quesado Nicoletti Marta Petricciani Miguel Leivi Nilde Parada Franch Raquel Zak de Goldstein Rómulo Lander Samuel Zysman Sara Botella Sara Zac de Filc Sebastião Abrão Salim Stefano Bolognini Suad Haddad de Andrade COMISSÃO EDITORIAL Carmen Lúcia M. Moussalle Maria Isabel Ribas Pacheco Patrícia R. Menelli Goldfeld Ramon Castro Reis Rosa Beatriz Santoro Squeff ORGANIZADORA DESTA EDIÇÃO Rosa Beatriz Santoro Squeff ASSISTENTE EDITORIAL E NORMATIZAÇÃO Adriana Clô Lopes REVISÃO Débora Jael Rodrigues DIAGRAMAÇÃO Alex Barreto CAPA E PROJETO GRÁFICO Marcelo Spalding

4 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICANÁLISE DE PORTO ALEGRE Filiada à Associação Psicanalítica Internacional DIRETORIA Presidente Helena Ardaiz Surreaux Secretário Lores Pedro Meller Tesoureira Ane Marlise Port Rodrigues Diretora Científica Silvia Brandão Skowronsky Diretora de Comunicação Mara Horta Barbosa Diretora de Relações com a Comunidade Patrícia Rivoire Menelli Goldfeld Diretora Centro de Atendimento Psicanalítico Denise Zimpek Pereira INSTITUTO DE PSICANÁLISE Diretor Fernando Linei Kunzler Secretário Leonardo Adalberto Francischelli Coordenadora da Subcomissão de Formação Augusta Gerchmann Coordenadora da Subcomissão de Seminários Laura Ward da Rosa ASSOCIAÇÃO DE MEMBROS DO INSTITUTO Presidente Magda Regina Barbieri Walz Vice-Presidente Kellen Gurgel Anchieta Secretário Fábio Martins Pereira Tesoureira Tamara Barcellos Jansen Ferreira

5 NÚCLEOS Núcleo de Infância e Adolescência Eluza Maria Nardino Enck Núcleo de Vínculos e Transmissão Geracional Vera Maria Pereira Homrich de Mello Núcleo Psicanalítico de Florianópolis Márcio José Dal-Bó MEMBROS FUNDADORES Alberto Abuchaim Ana Rosa Chait Trachtenberg Antonio Luiz Bento Mostardeiro David Zimmermann Gildo Katz Gley Silva de Pacheco Costa Izolina Fanzeres José Facundo Passos de Oliveira José Luiz Freda Petrucci Júlio Roesch de Campos Leonardo Adalberto Francischelli Lores Pedro Meller Luiz Gonzaga Brancher Marco Aurélio Rosa Newton Maltchik Aronis Renato Trachtenberg Sérgio Dornelles Messias MEMBRO HONORÁRIO Dr. David Zimmermann

6 sumário Trabalhos Temáticos Corpo, Pulsão e Figurabilidade O inconciliável: desligamento e destrutividade 17 André Beetschen Estudio de algunos factores contribuyentes al desarrollo de perturbaciones psicosomáticas 29 David Maldavsky Quando o corpo é quem fala: a importância da contratransferência na análise de pacientes com manifestações somáticas 48 Eliana Nazareth Enfermidade psicossomática e relacionamento conjugal 58 Gley P. Costa Lo que no fue y siempre vuelve. Pasajes a la transferência 65 Laura Verissimo de Posadas Y por qué siguen juntos? El psicosomático y su vínculo de pareja 76 Liliana Alvarez Casos-limite em análise: sobre o corpo, o agir e a simbolização 85 Marina Fibe de Cicco e Eva Maria Migliavacca Obesidade mórbida, com-pulsão: quando a vida é sensorial 104 Marina Trench de Oliveira e Yvogmar Godoy Rossilho Palauro

7 El cuerpo no es una unidad: una vuelta a los casos de Freud 124 Sebastián Plut O trabalho sobre o arcaico: a história oficial do trauma como risco 136 Silvia Leguizamón La escucha sensorial y estetica del analista: desde J. Keats a la clinica in-fantil 154 Victor Guerra Contribuições da psicossomática psicanalítica à clínica contemporânea 178 Victoria Regina Béjar Outras contribuições Escuta e enquadre analítico 201 Altamirando Andrade Interfaces A psicanálise em diálogo com a poesia: dimensões da experiência 213 Renata Lisbôa Seção por que ler Por que ler Pierre Marty? 231 Karina Soldati

8 contents Thematic Works The irreconcilable: unbinding and destructiveness 17 André Beetschen Study of some determining factors in the development of psychosomatic disorders 29 David Maldavsky When body speaks: the importance of counter-transference in somatic patients analysis 48 Eliana Nazareth Psychosomatic disease and couple relationship 58 Gley P. Costa What has never gone away and always comes back. Passages to transference 65 Laura Verissimo de Posadas And why are they still together? Psychosomatic partnership and couples bonding 76 Liliana Alvarez Borderline cases in analysis: about the body, the actions and the symbolization 85 Marina Fibe de Cicco e Eva Maria Migliavacca Morbid obesity, compulsion; when life is sensory 104 Marina Trench de Oliveira e Yvogmar Godoy Rossilho Palauro

9 The body is not a unit: returning to Freud s cases 124 Sebastián Plut The work on archaic. The official story of trauma as a risk 136 Silvia Leguizamón The analyst s sensory and aesthetic listening: from J. Keats to children s treatment 154 Victor Guerra Contributions of the psychoanalytic psychosomatic to the contemporary clinic 178 Victoria Regina Béjar Other Contributions Listening and analytic setting 201 Altamirando Andrade Interfaces Psychoanalysis dialogues with poetry: dimensions of the experience 213 Renata Lisbôa Why read session Why Read Pierre Marty? 231 Karina Soldati

10 10 Psicanálise v. 17 nº 2, 2015 editorial

11 Palavras da Editora Queridos leitores! Finalizamos este ano com o volume 17, número 2 / 2015 de Psicanálise: Revista da SBPdePA. Corpo, Pulsão e Figurabilidade é o eixo temático que marca esta edição, apresentada a seguir nas palavras da colega Rosa Squeff, organizadora deste número. Este foi também o tema da Jornada anual / 2015 da Brasileira, encerrando as atividades científicas do ano e desta Diretoria, presidida pela colega Helena Surreaux. O tema abre um leque de abordagens, e chama atenção para a não dualidade entre Corpo e Mente. Mente esta, que para habitar o Corpo, deve ser construída. Corpo este que é fonte e alicerce da pulsão, matéria - prima para a Figurabilidade, e veículo de expressão do figurado e não figurado. O Corpo é a casa que nos abrigará até o final da vida, e dele dependemos para viver. Da Mente dependemos para sentir e existir. Somos produto da integração de ambos, que nos confere identidade e que vai determinar a quantidade e qualidade da existência de cada um de nós. Dentro desta temática, estão as Patologias Psicossomáticas e as chamadas Patologias do Vazio ou Patologias da Clínica Contemporânea, que marcam o século atual, diferente da neurose, psicose e perversão que marcaram os tempos de Freud. É responsabilidade do Psicanalista chamar atenção para este adoecimento contemporâneo, que expressa um Corpo sem Mente, e necessita abordagem diferente da Psicanálise clássica. Psicanálise, medicina e outras áreas da saúde necessitam estar afinados neste saber. Estas enfermidades, são abordadas nesta edição por autores que trazem os aportes da escola psicossomática de Paris, centrando-se sobretudo na figura de Pierre Marty, e autores oriundos da escola Argentina, que se desenvolve em torno de David Maldavisky e seus colegas. Com esta edição, me despeço como Editora de Psicanálise, após dois anos de trabalho. Iniciaram comigo na equipe editorial da Revista os colegas Maria Isabel Pacheco e Ariel Roitman. Ariel não pode prosseguir, quando então vieram Patri- Psicanálise v. 17 nº 2,

12 cia Godfield e Ramon Castro. Nos unimos à Carmem Mussalem e Rosa Squeff, colegas já experientes na editoria, e compomos assim uma equipe diversificada, que tem funcionado de modo muito afinado. Conosco também estreou Adriana Clô, atual bibliotecária e assistente editorial. Neste período, trabalhamos para que Psicanálise tivesse uma produção profissional, sem perder sua característica artesanal. Buscamos revisar e adequar as Normas de Publicação, com vistas a qualificar mais a Revista, e buscar novos indexadores científicos (pelo menos mais dois) que irão lhe conferir maior crédito e visibilidade na comunidade científica (de nada adianta uma boa publicação ser for pouco lida). Conseguimos também apresentar a Revista em versão online, o que aumenta seu alcance em divulgação. E trocamos a parceria editorial e gráfica, mantendo a qualidade com considerável redução de custo na sua produção. Finalizo agradecendo à esta Diretoria pela oportunidade da rica experiência como Editora de Psicanálise...muito me honrou! Foi uma vivência de crescimento pessoal, troca de conhecimentos, novos contatos e novos amigos. Sou grata a minha querida equipe editorial, me orgulha ter trabalhado com vocês e termos contribuído para o crescimento de nossa Revista. Da mesma forma deixo meu reconhecimento, com muito carinho, à equipe de nossa secretaria, cujo apoio técnico foi permanente e inestimável. E como vocês queridos leitores... que dão sentido ao nosso trabalho...sigo como leitora e apreciadora de Psicanálise. Boa leitura! Grande abraço. Mara Horta Barbosa Editora de Psicanálise: Revista da SBPdePA 12 Psicanálise v. 17 nº 2, 2015

13 Palavras da Organizadora É com muita honra e satisfação que há mais de dez anos faço parte da Comissão Editorial da Psicanálise Revista da SBPdePA. Os ganhos obtidos como conhecimento científico e enriquecimento cultural e psíquico, por participar de um grupo coeso, eficiente e comprometido, são imensamente maiores que o tempo e a dedicação dispensados nessa tarefa. Neste número, como organizadora, a convite da Editora Mara Barbosa, pretendo assinalar os artigos do tema da nossa Revista, que está relacionado com o da Jornada da Brasileira de 2015: Pulsão, Corpo e Figurabilidade. Recebemos muitas contribuições de psicanalistas brasileiros e estrangeiros, confirmando a ideia de que a conexão entre as três propostas escolhidas pela Comissão Científica realmente tem despertado, atualmente, muito interesse no âmbito psicanalítico. Não enxergamos o homem cindido em psíquico e físico, mas sim como um ser unificado, com manifestações somáticas e emocionais. Nesta edição, contamos com doze trabalhos que constituem o eixo temático, dispostos em ordem alfabética de autor. Um incluído em Outras contribuições, outro na seção Interfaces e por último, e não menos importante, o que consta em Por que ler. Iniciamos com: Altamirando de Andrade, psicanalista do Rio de Janeiro, desenvolve, no seu artigo Escuta e enquadre analítico, a ideia de que todo analista deveria introjetar as recomendações de Freud sem entendê-las como regras fixas, e assim, construir um enquadre de seu trabalho de acordo com suas características pessoais, respeitando seu próprio estilo. Um dos convidados da nossa Jornada (2015), André Beetschen, psicanalista francês, analisa no seu texto O inconciliável: desligamento e destrutividade as ideias de Laplanche sobre a teoria das pulsões, dedicando-se a aprofundar seus pensamentos em relação, especialmente, à pulsão sexual de morte. Para integrar o eixo temático da Revista, recebemos um artigo inédito de David Maldawsky, doutor e professor de psicologia da Universidade de Salvador, o que significou para todos nós uma grande honra. No trabalho, intitulado Estudo Psicanálise v. 17 nº 2,

14 de alguns fatores contribuyentes al desarrollo de perturbaciones psicossomáticas, o autor faz uma síntese de suas recentes ideias sobre os desejos e as defesas em pacientes psicossomáticos, avaliando suas expressões na linguagem e suas relações com os traços de caráter. Eliana Riberti Nazareth, psicanalista da SBPSP, nos brinda com Quando o corpo é quem fala: a importância da contratransferência na análise de pacientes com manifestações somáticas. Através de vinhetas esco lhidas da sua experiência analítica, demonstra como os conflitos pré-verbais ou infra-verbais não simbolizados, dos pacientes com manifestações somáticas, só podem ser compreendidos através da contratransferência, na sessão de análise. Enfermidade psicossomática e relacionamento conjugal é a produção científica de Gley Costa, psicanalista da SBPdePA. O autor nos traz constatações de que, nos casais onde um membro apresenta afecções psicossomáticas, predomina um funcionamento narcisista e que no lugar de intersubjetividade, observa-se uma transubjetividade. Gley baseia-se no entendimento freudiano das neuroses atuais e traumáticas, cuja manifestação clínica é a angústia automática. Karina Soldati, membro da Sociedade Psicanalítica de Paris e de Buenos Aires, enriqueceu significativamente nossa Revista, na secão Por que ler, com suas contribuições acerca da teoria de Pierre Marty e dos conceitos da Escola de Psicossomática de Paris. Sua escrita complementou o tema desta edição, salientando que, segundo Marty, a enfermidade não é vista somente como uma calamidade, mas como uma oportunidade que tem o organismo para reorganizar-se. Laura Veríssimo de Posadas, psicanalista do Uruguai, apresenta-nos o trabalho Lo que no fue y siempre vulve. Passajes a la transferência, onde propõe uma reflexão acerca do que aparece no corpo do analista e do analisando, nas sessões de análise. Completa, ainda, que gestos, ações, modos de expressão ou inflexão de voz podem estar presentes e representar uma linguagem, não sendo necessariamente um ataque ao setting. Y por qué siguen juntos? é um conteúdo imperdível. Liliana Alvarez, Máster em Patologias del Desvalimiento, da Argentina, faz um link entre as concepções freudianas e as teorias de autores contemporâneos em relação a manifestações psicossomáticas, no âmbito dos vínculos conjugais. O texto Obesidade mórbida, com-pulsão: quando a vida é sensorial de Marina French de Oliveira (psicanalista) e Yvogmar Godoy Rossilho Palauro (psicóloga clínica), propõe uma análise minuciosa da obesidade relacionada às defesas utilizadas por esses paciente, determinando o tipo de relação que existe entre eles e os alimentos, a equipe médica envolvida e a possibilidade de cirurgia bariátrica. 14 Psicanálise v. 17 nº 2, 2015

15 Marina Fibe de Cicco e Eva Maria Migliavacca (psicanalistas de SP) trazem o artigo Casos-limite em análise: sobre o corpo, o agir e a simbolização. Examinam o papel das ações na construção de imagens mentais, demonstrando que as trocas que se dão no registro da ação e do corpo podem propiciar as bases do processo de simbolização. No artigo A psicanálise em diálogo com a poesia, na seção Interfaces, Renata Lisbôa, psicóloga e mestre em Psicologia Social, nos seduz com a beleza de seu texto e com a visita ao Museu de Freud, em Londres, permitindo que nos transportássemos para o lugar e vislumbrássemos, através de suas palavras, cada obra, cada objeto e cada recanto percorrido. Teremos uma leitura audaciosa com o artigo de Sebastián Plut (psicanalista): El cuerpo no es una unidade: una vuelta a los casos de Freud. Escreve sobre as histéricas de Freud, salientando as correntes psíquicas que são observadas nos pacientes neuróticos, narcisistas e com manifestações psicossomáticas. A contribuição de Silvia Elena Leguizamón, psicanalista da Argentina, com O trabalho sobre o arcaico. A história oficial do trauma como risco, explora as ideias de Freud sobre o afeto, as representações e as pulsões, propondo uma noção de um aparelho psíquico que retoma a organização econômica da primeira tópica, como base de cura nas patologias limite, sendo um déficit pulsional. Articula com a concepção de Marucco sobre o arcaico, como algo soterrado, que retorna privado de palavras. Victor Guerra, psicólogo e psicanalista uruguaio, nos contempla com um belo trabalho inédito: La escucha sensorial y estetica del analista: desde J. Keats a la clínica infantil, escrito especialmente para a Jornada (2015), onde aborda os assuntos da escuta analítica, a capacidade negativa e a sensorialidade. É uma explanação de grande sensibilidade e poesia que busca relacionar a capacidade de atenção flutuante do analista com a do poeta. Esta leitura irá fascinar o leitor intensamente. Victoria Regina Béjar, psicanalista da SBPSP, apresenta uma atual explanação, com Contribuições da psicossomática psicanalítica à clínica contemporânea, sobre a visão homem/corpo/mente. Enfatiza, em suas palavras, a função materna como fundamental para a organização psíquica do bebê, acrescentando que as patologias ditas atuais ou mesmo as afecções psicossomáticas sempre existiram, mas não eram analisáveis. Hoje, essa possibilidade é aceita, porém, salienta, que exige algumas modificações na técnica. A todos, uma excelente leitura. Psicanálise v. 17 nº 2,

16 trabalhos temáticos corpo, pulsão e figurabilidade 16 Psicanálise v. 17 nº 2, 2015

17 O inconciliável: desligamento e destrutividade André Beetschen 1 Resumo: O presente trabalho visa trazer uma reflexão sobre as ideias de Jean Laplanche acerca das teorias das pulsões: seus fundamentos e sua gênese. No texto, o autor aborda o posicionamento de Laplanche principalmente, no contexto da pulsão sexual de morte, que tem o sentido de uma força de desligamento, demoníaca, indomada e hostil ao ego. Palavras-chave: Conflito psíquico. Desligamento. Pulsão. Desde 1970, com Vida e morte em psicanálise 2, Jean Laplanche expõe o objeto de sua pesquisa e de seu método: Tentativa de liberar, por meio de uma abordagem histórico-estrutural da obra de Freud, uma problemática do objeto da psicanálise. Certamente, a dimensão estrutural vai perder depois sua importância primária, mas o método de interpretação e de leitura, ligado intimamente ao método analítico, se imporá até os últimos textos onde ele dirá que interpretar Freud e encontrar nele as linhas de forças inconscientes, é uma abordagem comandada por seu próprio objeto: o objeto inconsciente, a sexualidade pulsional, as forças em jogo no conflito psíquico 3. Manter aberto o enigma do sexual seu crescimento e sua gênese infantil no humano, isso é o que nós devemos ao posicionamento resoluto de Laplanche dentre todos os leitores e seguidores de Freud. 1 Psicanalista. Membro da Associação Psicanalítica da França. 2 LAPLANCHE, J. Vie et mort en psychanalyse. Paris: Quadrige/ PUF, LAPLANCHE, J. Les forces en jeu dans le conflit psychique: entre séduction et inspiration, l homme. Paris: Quadrige/PUF, Psicanálise v. 17 nº 2,

18 O inconciliável: desligamento e destrutividade Assim, o retorno às invariantes fundamentais da descoberta freudiana anima seu percurso: fundamentos e teoria da pulsão, forças que atravessam a psique com a descoberta do inconsciente e da repressão, princípios que dirigem o aparelho psíquico. A questão colocada pela irrupção na teoria freudiana, em 1920, da pulsão de morte, com o que ela implica de modificação do dualismo pulsional anterior, será um objeto de pensamento constante para Laplanche: desde Vida e morte em psicanálise com seu último capítulo, Por que a pulsão de morte?, depois dos capítulos precedentes terem explorado os domínios do ego e do narcisismo e o do masoquismo, cruzamento essencial para a análise da pulsão de morte, que Laplanche reabordará em vários textos posteriores. Nesse primeiro momento de sua obra, Laplanche esclarece o paradoxo econômico da pulsão de morte: ele especifica o que, no princípio de prazer cujo fracasso inaugura, lembremos, Além do princípio de prazer diz respeito à constância e à inércia-descarga. No prolongamento do Projeto para uma psicologia científica, ele mostra que o que se afirma novamente com a pulsão de morte é, paralelamente, à prioridade conferida ao autotempo, a prioridade do zero sobre a constância. Dimensão essencial de uma sexualidade hostil à ligação, princípio, escreveu ele, de des-ligamento ou de desencadeamento (Entbindung), que só encontra ligação pela intervenção do ego. Este momento originário, que será sempre evocado nos textos posteriores, dará lugar a vários desenvolvimentos: assim, pode-se dizer que o pensamento de Laplanche sobre a pulsão de morte se inscreve verdadeiramente nessa espiral desenrolada da qual ele deu o modelo a propósito da transferência. Por um lado, com o retorno para os fundamentos metapsicológicos que sustentam a pulsionalidade infantil um debate vivo será engajado com Freud e alguns psicanalistas que adotaram a pulsão de morte, Melanie Klein será aqui uma interlocutora privilegiada; por outro lado, com as orientações dadas pelas novas proposições teóricas feitas por Laplanche para a gênese inconsciente da pulsão sexual - aquelas sobre a sedução originária e a situação antropológica fundamental, aquelas sobre a teoria tradutora da repressão: hipóteses referidas à primazia do outro. Ao longo de sua obra teórica, percebemos que o tom e a crítica de Laplanche tornam-se mais vigorosos. Este vigor é perceptível nos próprios títulos dados aos seus textos: se Além do princípio de prazer é reconhecido, em Vida e morte em psicanálise, como o texto mais fascinante e mais desconcertante de toda a obra freudiana, é invocado em 1997, em A suposta pulsão de morte: uma pulsão sexual 4 (e 4 LAPLANCHE, J. La soi-disant pulsion de mort: une pulsion sexuelle: entre séduction et inspiration: l homme. Paris: Quadrige/ PUF, Psicanálise v. 17 nº 2, 2015

19 André Beetschen após o artigo de 1984, A pulsão de morte na teoria da pulsão sexual 5 ), como um texto altamente especulativo e em alguns aspectos um texto em ruínas [...]. Mesma evolução com a leitura bastante crítica do Problema econômico do masoquismo, sem falar do levantamento dos descaminhos dos quais Freud, aos olhos de Laplanche, se tornou responsável, notadamente seu descaminho biologisante da sexualidade 6. Descaminhos que deverão ser redirecionados. Do que se tratará, na posição firmemente sustentada por Laplanche? Antes de tudo, situar corretamente na metapsicologia freudiana o surgimento da pulsão de morte, mantendo-a resolutamente no interior de uma pulsão sexual que é preciso de alguma forma salvar, reafirmando o inconciliável do sexual ao ego, tomando também distâncias de tudo o que é chamado mercadorias de contrabando, filosóficas, psicoterápicas ou românticas, onde a pulsão de morte perde o seu significado original, auto, de um ataque de morte dirigido inicialmente contra si. Será necessário assim passar pelo significado de morte, essencialmente para o ego, e na dimensão da economia psíquica. Mas a questão da destrutividade, ou da hostilidade profunda inscrita tragicamente no humano, será então resolvida? E a exploração de seu fundamento será evitada? Pulsão sexual de morte, hostil ao ego, inconciliável com o ego: é, portanto, a forte proposição de Laplanche que instaura o dualismo no interior da pulsão sexual, mantendo a oposição pulsões sexuais/funções de autoconservação. Ele sempre viu o nascimento e as características essenciais desta pulsão sexual na sexualidade infantil, a origem na repressão, a força de crescimento como o que deve ser trabalhado pelo aparelho psíquico. É necessário, então, retornar rapidamente a algumas das definições que Laplanche deu da pulsão: A pulsão não é, portanto, nem um ser mítico, nem uma força biológica, nem um conceito limite. Ela é o impacto sobre o indivíduo e sobre o ego da estimulação constante exercida, do interior, pelas representações-coisas reprimidas, que podemos designar como objetos-fontes da pulsão 7. E ainda: Seu objeto-fonte (e poderíamos mesmo dizer: seu objeto-fonte-meta) é o que resta da mensagem enigmática do outro veiculada na autoconservação. Pulsão Trieb: pulsão sexual, e não instinto, o qual pertence às funções de autoconservação. A distinção será retomada e afirmada constantemente até as discussões sobre o apego e a ternura. 5 LAPLANCHE, J. La pulsion de mort dans le théorie de la pulsion sexuelle: la révolution copernicienne inachevée. Paris: Aubier, LAPLANCHE, J. Le fourvoiement biologisant de la sexualité chez Freud. Problématiques VII. Paris: PUF, Quadrige, LAPLANCHE, J. La pulsion et son objet-source: la révolution copernicienne inachevée. Paris: Aubier, p Psicanálise v. 17 nº 2,

20 O inconciliável: desligamento e destrutividade Contestando o novo dualismo freudiano, Eros-pulsões de vida / pulsões de morte e de destruição, - dualismo ao qual Freud nunca pôde conferir o estatuto de schibboleth - Laplanche recusa a ideia de uma emergência da pulsão de morte como uma força animada pelo retorno ao estado anterior, e que encontraria um apoio no biológico. Ele critica as especulações metabiológicas de Freud, mas sem referir o que, nelas, pertence à fantasia da atividade especulativa e ao uso das metáforas. Crítica justa, entretanto, e não é o recurso atual à apoptose, qualificada de forma bastante estranha de suicídio celular, que permite salvar o jogo! Além do princípio de prazer, esse texto do cruzamento de fronteiras, não ajuda de fato em nada a pensar o que é a vida psíquica, nem as condições infantis que geram a pulsão de morte. Se não, talvez por metáfora, como por exemplo essa frase de Freud quando da elaboração da para - excitação: o pequeno pedaço de substância viva suspenso no mundo exterior que sofre então a ameaça de excitações muito fortes. Retomada em Além do princípio de prazer da questão traumática, que Laplanche ignorará. Mas Freud não confunde as pistas quando escreve que a hipótese das duas pulsões em luta nas origens permite resolver o enigma da vida? A posição defendida claramente por Laplanche oferece um ponto de referência que, se podemos certamente discutir, decodifica a leitura de um texto tão complexo quanto a Nova Lição de introdução consagrada à Angústia e vida pulsional 8, onde Freud retorna ao seu último dualismo pulsional. Porque na gênese metapsicológica da pulsão de morte, tal como aparece em Freud em 1920, Laplanche vê ao mesmo tempo uma ocultação e um reequilíbrio. Para ele uma recuperação ligada estreitamente à grande descoberta que, na economia pulsional, precede Além do princípio de prazer: a do investimento libidinal e narcísico do ego. Um investimento unificante e totalizante que coloca em perigo, ao risco do monismo um risco tornado evidente pelas teorias de Jung a própria natureza da pulsão sexual desligada, perversa polimorfa desde sua pertença à sexualidade infantil e, portanto, o dualismo pulsões do ego/pulsões sexuais que estrutura a vida psíquica. Observa-se que este tempo narcísico, determinante para pensar a ocorrência da pulsão de morte em Freud, é salientado, com diferentes inflexões, por Laplanche e por Green: cada um deles irá instaurar a oposição vida/morte em uma renovação teórica (pulsões sexuais de vida/pulsões sexuais de morte; narcisismo de vida/narcisismo de morte). À força de ligação e totalizante de Eros, que pode absorver o indomado do sexual no amor pelo ego ou pelo objeto, é necessário, para Laplanche, continuar 8 FREUD, S. (1933). Angoisse et vie pulsionnelle. Nouvelle suite des leçons d introduction à la psychanalyse, OCF XIX. 20 Psicanálise v. 17 nº 2, 2015

21 André Beetschen opondo uma força de desligamento demoníaca, indomada, fundamentalmente hostil ao ego: a parte inconciliável da pulsão sexual inconsciente, cuja fonte reside na sexualidade infantil. Uma força de desligamento conduzindo à extinção da excitação por uma descarga econômica que utiliza o caminho mais curto para sua realização, contrariamente às complicações e desvios que Eros organiza para manter a vida psíquica. A pulsão sexual de morte trai assim, para Laplanche, o impulso irreprimível e inconsciente do id: processo primário e energia não-ligada. E sua gênese só pode ser buscada na repressão: Uma pulsão de morte sem repressão, sem que ela encontre sua origem no processo de repressão, carece do essencial do que nos parece ser a gênese do pulsional no homem, um pulsional demoníaco que ela pretendia, no entanto, reafirmar 9. Mas se a repressão é concebida na dimensão tradutora dada por Laplanche, como esta concepção da gênese do pulsional permitiria conservar um papel determinante na dinâmica do prazer/desprazer? Além do princípio de prazer começa e continua com o questionamento sobre o retorno inexorável das experiências de desprazer onde a compulsão da repetição está também associada ao pavor traumático face ao excesso incontrolável de uma excitação desqualificada. O incontrolável seria outra denominação para o inconciliável? O que poderia, então, especificar a pulsão sexual de morte em uma concepção generalizada da pulsão sexual e de sua gênese? Laplanche especifica em sua entrevista com Patrick Froté: Para mim, a pulsão sexual de morte é o próprio coração da pulsão. Nesse sentido, poderíamos mesmo dizer que a pulsão sexual é pulsão de morte em sua essência 10. Ou ainda, e mais radicalmente: A pulsão sexual trabalha no fundo para a morte 11. Aqui, não é tanto o retorno ao estado anterior que é solicitado, mas a manutenção do excesso, da satisfação obtida até a morte, da dimensão perversa de um alívio pulsional que, se ele afirma a absoluta contingência do objeto, assinala também a ameaça que ele representa e a necessidade de distanciá-lo ou de negar a sua existência. A neurose, negativo da perversão: mais que a morte, a perversão não seria para Laplanche, apoiando-se constantemente sobre o momento fundador que é a descoberta da sexualidade infantil perversa-polimorfa em Três ensaios sobre a teoria sexual, a própria figura do inconciliável? Ainda para Patrick Froté, que o questiona bastante justamente se o dualismo interno à pulsão sexual não corre o risco de se apresentar como o 9 LAPLANCHE, J. Le fourvoiement biologisant de la sexualité chez Freud. Problématiques VII, op.cit., p FROTÉ, P. Cent après, Réponse de Jean Laplanche :à: pulsion de mort encore - connaissance de l inconscient, Paris: Gallimard, p Ibid., p.198 Psicanálise v. 17 nº 2,

22 O inconciliável: desligamento e destrutividade retorno a um tipo de monismo, Laplanche responde com um não, pois, aos seus olhos, o que funda e específica um dualismo mantido é a oposição, no que deve tratar o aparelho psíquico frente ao pulsional, dos processos de ligação e desligamento. O desligamento testemunha para ele, de fato, a atividade das camadas mais profundas do id, lá onde a repressão destruiu toda e qualquer ligação, substituindo as representações do objeto total pelo parcial, reduzindo o objeto-fonte a indício. A palavra mestra é desligamento, afirmada nos últimos textos, notadamente em As forças em jogo no conflito psíquico. Aqui poderia iniciar uma discussão sobre as posições de Laplanche: a insistência colocada sobre os processos de desligamento, associados de início à repressão, esclareceria realmente o enigma e a ação da destrutividade na vida psíquica? Então, uma discussão sobre a lacuna entre desligamento e destruição, na qual seria necessário convocar, mais do que é possível aqui, André Green, Nathalie Zaltzman ou Michel de M Uzan, entre outros. Discussão difícil na medida em que a construção metapsicológica de Laplanche é firmemente construída, e que o fundamento clínico sobre o qual ela poderia se estabelecer é difícil de perceber. De fato, existe aqui um tipo de paradoxo: se Laplanche não evoca, de fato, quase nunca situações clínicas, ele não cessa de fazer referência à tarefa prática como experiência e realização necessária do método analítico. Para ele, a experiência da coisa teórica assim como a da coisa inconsciente e do conflito psíquico apoiam-se constantemente sobre o método: assim, suas proposições sobre a transferência (transferência plena/transferência oca) têm por finalidade definir uma prática do tratamento onde o desligado do sexual infantil, o enigmático, devem ser acolhidos e liberados dos encobrimentos de uma atividade egoica provedora de significados e de mitos. Não impede que a leitura que Laplanche faz de Além do princípio de prazer considera pouco as dificuldades clínicas com as quais a prática de Freud se deparou: a mudança da natureza de uma compulsão à repetição não mais submetida somente ao agieren transferencial mas ao retorno demoníaco do desprazer, o pavor do traumático e de seus efeitos (as neuroses de guerra), os impasses da perda melancólica, o sentimento de culpa inconsciente com o enfrentamento, no tratamento, das resistências da reação terapêutica negativa e das análises intermináveis [...]. Sem mencionar este outro campo que, com Reflexões para os tempos de guerra e morte 12, abre a possibilidade de pensar a destrutividade no âmago do humano cultural e de massa. Para nós hoje, Além do princípio de prazer não cessa de reconduzir a uma compulsão de repetição deletéria: às situações de impasse encontradas no manejo da 12 FREUD, S. (1915). Actuelles sur la guerre et la mort, OCF XIII, p Psicanálise v. 17 nº 2, 2015

23 André Beetschen transferência, uma vez que a destruição visa a própria prática analítica - com os pacientes que colocam regularmente sua vida em perigo por tentativas de suicídio, condutas aditivas ou momentos de angústia extrema. Pacientes nos quais a infernal repetição da destrutividade se manifesta ora por uma excitação feroz, ora por estados de vazio e de desinvestimento nos quais, com uma espécie de rejeição e de ódio a qualquer excitação, o desespero revoga todo recurso a um ego que sustenta todo investimento de um objeto de socorro. Pacientes que nos obrigam à tentativa de reconstrução de experiências infantis precoces. Certamente, privilegiar no trabalho analítico a referência à destrutividade arrisca sempre reforçar a repressão do sexual pulsional que deveria então se render diante da gravidade do perigo vital [...]. Particularmente, tal é o risco ligado à insistência colocada sobre os sofrimentos narcísicos, um risco prevenido pelo pensamento de Laplanche! Mas a atividade de ligação, seja ela associada, como ele diz, à forma continente ou à simbolização, é sempre atividade totalizante a serviço do ego? E, sobretudo, como ela opera, quando Freud a apresenta como tarefa preliminar onde há falhas da representação pulsional ou da preparação do ego pela angústia? A complicação e o desvio, estes ganhos da vida psíquica quando o erótico encontra o suporte da plasticidade pulsional, os caminhos da sublimação também, ambos sustentam processos de ligação que se afastam de uma simples alienação narcísica. Permanecendo entretanto na apreensão dos processos de desligamento e de autodestruição e de seus efeitos, é necessário se perguntar como podem ser mantidos juntos, de um lado a realização alucinatória da representação-coisa inconsciente em um conflito vivido pelo ego nem que fosse pela produção da angústia -, e, por outro lado, um impulso à extinção pulsional um retorno ao vazio, ao zero de excitação, a um estado anterior para o qual não é necessário solicitar o inorgânico que visa dissipar na repetição do ato a inscrição psíquica de uma representação pulsional. Por essa destrutividade, a morte na ou pela sexualidade diria tudo sobre a morte na vida psíquica ou sobre a morte contra a vida? Dito de outra forma: a destrutividade humana seria, em sua essência, sádica? Tal é, me parece, a posição de Laplanche, o que explica sem dúvida a razão pela qual ele discute tão intensamente com Melanie Klein. Mas o apoio colocado sobre a sexualidade infantil perversa-polimorfa do Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, esclarece de forma definitiva a possível irrupção de uma destrutividade que se mantém fora do crime sexual? Ainda em sua entrevista com Patrick Froté, e criticando a pseudoliberdade sexual afirmada por um sadomasoquismo militante e complacente, Laplanche evoca de forma surpreendente a verdadeira perversão como figura do inconciliável: Estes famosos grupos Psicanálise v. 17 nº 2,

24 O inconciliável: desligamento e destrutividade sadomasoquistas, eu gostaria de vê-los aplicar o que deveria ser seu breviário: Os cento e vinte dias de Sodoma. O que desfila na rua é um sadomasoquismo de pantomima. O verdadeiro sadomasoquismo é a exterminação à maneira de Pol Pot 13. Encontramos o tema em A dita pulsão de morte: uma pulsão sexual quando, examinando a retomada por Freud do adágio Homo homini lupus, Laplanche retoma a questão da crueldade no homem submetendo-a ao sexual inconsciente e à oposição sexualidade não ligada (erótica) / sexualidade ligada (narcísica e/ ou objetal): Oposição puramente humana, escreve ele, ou seja, completamente informada e orientada pela vida fantasmática ; porque implica em marcar de uma vez por todas a absoluta heterogeneidade da agressão sádica do homem em relação à toda animalidade 14. Por tudo isso, Laplanche, que se ocupará sempre de precisar no final de seus textos críticos sobre a pulsão de morte freudiana o estatuto que ele concede às paixões de ódio e às formas humanas da agressividade, não considerará a reflexão que Freud segue em Mal-estar na cultura, notadamente quando ele evoca a tendência ao mal e que ele escreve: Eu não compreendo que nós pudemos omitir de ver a ubiquidade da agressão e da destruição não eróticas e negligenciar de lhe dar o lugar que lhe cabe na interpretação da vida 15. Do ponto de vista do humano, demasiado humano do sadismo sexual, o cultural parece ser antes de mais nada, para Laplanche, o campo que oferece ao ego, através do mito-simbólico, os códigos de simbolização e de apropriação que se propõem como tentativas de ligação do sexual desligado. Mas retornemos à tarefa prática, lendo particularmente Análise terminável e interminável, onde na experiência de enfrentamento às resistências, Freud vê uma pulsão de morte em toda parte presente no conflito psíquico. O que ele diz também de outra maneira: Nosso esforço terapêutico, escreve Freud, oscila constantemente durante o tratamento entre um pequeno fragmento de análise do id e um pequeno fragmento da análise do ego 16. E o que Laplanche especifica: Ligação e desligamento devem ser concebidos como dois princípios tipos de processos, modos de funcionamento em ação em todos os níveis tópicos FROTÉ, P. Cent ans après, op.cit., p LAPLANCHE, J. La soi-disant pulsion de mort : une pulsion sexuelle. Entre séduction et inspiration : l homme, op.cit., p FREUD, S. (1930). Le malaise dans la culture. OCF XVIII, p FREUD, S. L analyse avec fin et l analyse sans fin. Résultats, idées, problèmes, II, PUF 1985, p LAPLANCHE, J. Les forces en jeu dans le conflit psychique. Entre séduction et inspiration : l homme, op.cit., p Psicanálise v. 17 nº 2, 2015

25 André Beetschen Essa dupla solicitação tópica é necessário destacar o quanto para Laplanche a questão tópica é insistente: tópica do ego com a importância reconhecida dos trabalhos de Federn, esquemas do aparelho psíquico convida a levar novamente a atenção para Eros e sua complicação. Para o ego-estrutura tanto quanto para o ego-instância. Para o que mistura as forças opostas e que Freud designou de fusão-desfusão das pulsões de vida e de morte o que não abrange exatamente o que podemos denominar ligação/desligamento. A Eros, então, certamente, não pode ser atribuído somente a função de ligação, de tipo narcísico egoico. Eros impõe desvios, complica tanto quanto reúne. Eros impõe sobretudo um trabalho da perda dos objetos que a pulsão sexual investe, ele desliga por sua vez quando submete o prazer e a satisfação certamente às custas da angústia à plasticidade da libido e à contingência dos objetos. Ao contrário, Eros narcísico certamente pode capturar e imobilizar a vida psíquica a ponto de destruir toda vitalidade dela. Em se tratando do ego, Além do princípio de prazer proporá diversas representações das efrações que ele sofre: efeitos dos traumatismos até a aniquilação, defesa contra as excitações excessivas com a para-excitação e sua camada superficial tornada inorgânica. Se as pulsões de morte ou de destruição objetivam o ego, resta a explorar os modos de resistência, até nas enigmáticas pulsões do ego, que este opõe à irrupção pulsional: essa foi todo o sentido do diálogo ocorrido entre Jean Laplanche e Didier Anzieu, durante as Entrevistas da APF, consagradas à A Pulsão para quê? Como, de fato, um fragmento da análise do ego pode ter lugar na perspectiva de Laplanche sobre a pulsão sexual de morte e o desligamento que lhe é associado? Sua concepção de um Eros narcísico como instância totalizante e totalitária autorizaria um trabalho de decomposição da instância? Uma tal decomposição do ego é exatamente o que ocupa Freud no período de , entre Para introduzir o narcisismo e Além do princípio de prazer. O investimento libidinal do ego não permite explorar suas falhas, como os estados de dependência, descritos em O ego e o id? O ego, de fato, é uma instância clivável o ideal do ego e o superego são originados dele que comporta partes inconscientes: assim ele pode ser colapsado, com a melancolia, por uma perda cuja natureza ele desconhece. O próprio amor, quando é de transferência, o perde na reivindicação sexual. O ego se divide ainda nas neuroses de guerra, e vê seus limites se borrarem na angústia do Estranho 18 onde se revela, talvez pela primeira vez no texto freudiano, a manifestação da pulsão de morte. 18 FREUD, S. (1919). L inquiétant. OCF XV, p Psicanálise v. 17 nº 2,

26 O inconciliável: desligamento e destrutividade Os efeitos de desligamento da pulsão sexual de morte dizem respeito, portanto, tanto, ao inconciliável do id e aos processos primários quanto às capacidades ausentes ou falhas do ego. Como, então, pensar a partir daí esta dupla determinação psíquica do ponto de vista da situação antropológica fundamental que Laplanche propõe? Dito de outra forma, como aproximar de sua concepção do primado do outro e da origem inconsciente da pulsão sexual, a gênese infantil dessa pulsão sexual de morte? Como conceber, nas mensagens comprometidas e por traduzir que a criança recebe, passivamente excitada, a implantação de uma destrutividade conscientemente agida ou deformada pela repressão, uma implantação onde as mensagens comprometidas carregam também as falhas do ego do outro? Que a pulsão sexual de morte irrompa mais em certas configurações clínicas que em outras, Laplanche não a invoca se não lembrando que o desligamento está sob a dependência de uma repressão trabalhando sempre de forma altamente individual onde a fixação de significantes-dessignificados, de objetos-fontes parciais, de objetos-fontes indicadores da pulsão sexual se produz nas camadas mais profundas do Id, no núcleo do Id. Existia aí uma obscuridade metapsicológica, que situava o objeto-fonte da pulsão sexual de morte na tópica inconsciente do mais profundamente reprimido, sem que pudéssemos compreender as razões desta solicitação do mais profundo do inconsciente. Um dos últimos textos de Laplanche aprofunda o questionamento, retomando a natureza da mensagem comprometida e a tópica de sua implantação. Três significados da palavra inconsciente 19 propõe de fato no seguimento de um trabalho realizado em comum com Christophe Dejours a complexificação da implantação-tradução das mensagens na tópica psíquica. O que tinha sido invocado antes como implantação sob a pele, ou como o espinho na carne, torna-se em outro lugar à flor da consciência: sem dúvida essas imagens, tanto tópicas quanto metafóricas e que interessam à estrutura de envelope do ego, não podem sozinhas assentar um fundamento metapsicológico. Em todo caso, é notável que a seu propósito Laplanche considerou uma diferença, até aqui não considerada por ele na tópica psíquica, entre clivagem e repressão. Pois se associam agora indicações clínicas que descrevem um inconsciente encravado que seria testemunho na psicose de um fracasso radical da tradução, ao passo que um fracasso parcial da tradução daria conta da estrutura da neurose. Pode então haver aí um 19 LAPLANCHE, J. Trois acceptions du mot «inconscient»dans le cadre de la théorie de la séduction généralisée», Sexual. La sexualité élargie au sens freudien, Quadrige, PUF, 2007, p Psicanálise v. 17 nº 2, 2015

27 André Beetschen radicalmente intraduzível, radicalmente ou em latência, na mensagem do outro: assim se abriria um questionamento sobre a parte transmitida de não-vida, de melancolia ou de morte. E esse não metabolizável e sua implantação, que não diz respeito mais somente à repressão, mas à clivagem e, sem dúvida, ao traumático, permitem talvez articular novamente o desligamento e a destrutividade. É notável ver Laplanche evocar aqui novamente, a propósito destas mensagens não traduzidas ou intraduzíveis, a natureza enigmática das mensagens super-egoicas; isso depois do que ele havia proposto em Novos fundamentos para a psicanálise e em Problemáticas consagradas à Angústia moral 20. Eu defendi com frequência, escreveu ele, que o imperativo categórico é por natureza intraduzível em outra coisa que não ele-mesmo, impossível de metabolizar: tu deves porque tu deves 21. Ele havia escrito um pouco antes: [...] que essas mensagens sejam com frequência imutáveis em um indivíduo, categóricas, ou seja, não suscetíveis de serem metabolizadas, isso nos leva a suspeitar uma origem nas mensagens parentais que não sofreram a repressão originária 22. Estranho é aliás a solicitação regular que Laplanche faz, como talvez em um reencontro, de sua filiação filosófica por isso a evocação regular de Kant quando é questão da gênese e da composição pulsional do superego, enquanto que toma uma distância real do Freud, que em Mal-estar na cultura faz da instância super-egoica um lugar de expressão e de ligação da pulsão de morte. Também regularmente Laplanche confia àqueles que virão depois dele o cuidado de continuar a reflexão sobre o superego [...]. Podemos sustentar que com o não metabolizável da mensagem super-egoica, o desligamento e o inconciliável da pulsão sexual de morte determinam uma das raízes da gênese do superego, fixando aí sua crueldade, a que Freud examina em O ego e o id? Notemos aqui a estranha aproximação de duas fórmulas: a pura cultura de alteridade da qual Laplanche fala em relação à pulsão sexual de morte não deixa de evocar esta pura cultura de pulsão de morte, que, para Freud, reina no superego melancólico [...]. Em todo caso, o superego, por um lado, efeito de um corte, de uma clivagem operados no ego pela pulsão de morte, reúne absolutamente os efeitos de ligação e de desligamento, de fusão e de desfusão pulsional: humanização da culpa/ crueldade do ataque destrutivo do julgamento. Todo o desenvolvimento que lhe dará por Freud aprofundará este conflito psíquico entre forças de ligação e de 20 LAPLANCHE, J. L angoisse. Problématiques I, Paris: PUF, LAPLANCHE, J. Trois acceptions du mot «inconscient», Sexual. La sexualité élargie au sens freudien, op.cit., p LAPLANCHE, J. Les forces en jeu dans le conflit psychique. Entre séduction et inspiration: l homme, op.cit., p.143. Psicanálise v. 17 nº 2,

28 O inconciliável: desligamento e destrutividade desligamento, abrindo assim a instância a suas origens identificatórias e à parte que ela ocupa no trabalho de cultura. Forças que animam esse conflito desde Vida e morte em psicanálise, Jean Laplanche ofereceu então, com sua proposição de um dualismo pulsão sexual de vida/pulsão sexual de morte uma visão forte que, retornando à descoberta freudiana da sexualidade infantil, enfatizou a exigência metapsicológica. Esta visão continua nos colocando a trabalhar, mas também a debater com ele. Ou seja, se nossa dívida é grande. The irreconcilable: unbinding and destructiveness Abstract: This paper presents a reflection on Jean Laplanche s ideas about the theories of drives: foundation and genesis. The author covers Laplanche s position particularly in the context of sexual death drive, which has the sense of an unbinding strength which is demoniacal, untamed and hostile to the self. Keywords: Psychic conflict. Unbinding. Drive. André Beetschen 5 place Croix-Pâquet, Lyon France andre.beetschen@wanadoo.fr 28 Psicanálise v. 17 nº 2, 2015

29 Estudio de algunos factores contribuyentes al desarrollo de perturbaciones psicosomáticas David Maldavsky 1 Resumen: El autor sintetiza algunas propuestas recientes sobre los deseos y las defensas en pacientes psicosomáticos, sus expresiones en el lenguaje y sus relaciones con los rasgos de carácter. Luego presta atención al contagio de determinados estados afectivo-orgánicos y categoriza cuatro de ellos: de somnolencia, de furia, de angustia, de excitación. A continuación el autor establece nexos entre estos contagios afectivo-orgánicos y las manifestaciones contratransferenciales. Con posterioridad presenta ejemplos de situaciones clínicas en que se despliegan contagios afectivo-orgánicos y manifestaciones contratransferenciales en pacientes psicosomáticos. El trabajo concluye con breves notas sobre algunas otras formas de la contratransferencia inducida, sobre la clínica y la investigación y sobre unos comentarios finales. Palabras-clave: Contagio afectivo y orgánico. Contratransferencia. Defensas. Estudios recientes En un trabajo previo (MALDAVSKY, 2008) me referí a las defensas que parecen tener eficacia en la producción de las perturbaciones psicosomáticas. Destaqué 1 Doutor em Letras e Filosofia. Professor titular da Faculdade de Psicologia da Universidade de Salvador. Diretor do Doutorado em Psicologia da Universidade de Ciências Empresariais (UCES). Diretor do Instituto de Estudos Aplicados em Psicologia e Ciências Sociais (UCES). Diretor de Ensino em Problemas e Patologia do Desvalimento (UCES). Psicanálise v. 17 nº 2,

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