Gestão de Riscos: conhecimento necessário
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- Lucas Zagalo
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1 Gestão de Riscos: conhecimento necessário No mundo corporativo, várias situações acontecem que, em maior ou menor grau, podem afetar os objetivos de uma organização e comprometer a geração de valor. A gestão de riscos reúne um conjunto de conhecimentos que envolvem metodologias, princípios e procedimentos que permitem à Companhia lidar com as incertezas que a afetam, sistematizando a aplicação desses conhecimentos e adaptando-os às suas necessidades para incorporá-los à gestão dos processos na empresa. Uma das diretrizes para a Gestão de Riscos da Copasa é gerenciar, de forma proativa e abrangente, os riscos associados aos processos de negócio, de gestão e de suporte, de forma a mantê-los em um nível tolerável de magnitude. Em seus princípios, pontua ainda que os riscos devem ser considerados em todas as decisões e que a sua gestão deve ser realizada de maneira integrada. Importante ressaltar que gerenciar riscos não é o mesmo que gerenciar crises. A gestão de riscos deve anteceder as crises, no momento em que se planeja, organiza e controla os recursos materiais e humanos da organização para impedir que possíveis danos ocorram e, se vierem a ocorrer, sejam minimizados. Um exemplo atual é a pandemia do novo coronavírus covid-19. Lojas, aeroportos, empresas em geral foram fechadas. Atividades culturais e esportivas canceladas e milhares de pessoas foram obrigadas a ficar em suas casas. O impacto de todo esse período de pandemia ainda é desconhecido. Mas para que seja reduzido a um nível que a Companhia possa suportar os seus efeitos, as causas devem ser primeiramente conhecidas, tratadas e monitoradas. Clique e veja mais informações na Política de Gestão de Riscos Corporativos: (link: no PGP-0034-PRE - Gestão de Riscos Corporativos, disponível no SISPAD (link: e
2 O que é Gestão de Riscos? O processo formal de Gestão de Riscos (GR) pressupõe identificar, avaliar, tratar, monitorar e comunicar os riscos corporativos que podem impedir ou afetar negativamente o atingimento dos objetivos de uma organização. Isto se processa subsidiando os gestores a fazerem escolhas baseadas nas melhores informações disponíveis, a priorizarem ações e a distinguirem entre soluções alternativas para tomarem decisões. Em linhas gerais, a GR pretende auxiliar suas lideranças a responder, entre outras, as seguintes questões: Quais os riscos inerentes ao negócio? Qual o nível de criticidade desses riscos? Quais as ações de tratamento mitigam a probabilidade de ocorrência do risco? Qual o custo dessas ações? Quais ações devem ser priorizadas? O tratamento aos riscos está sendo eficiente? Estão efetivamente mitigando o risco, mantendo-os em um nível que a organização pode assumir? Como o processo de Gestão de Riscos surgiu na Copasa? Em 2013, a Copasa realizou a revisão do seu Planejamento Estratégico, contemplando, entre outras atividades, a análise dos riscos corporativos. Uma vez reconhecida a necessidade de aprofundar no assunto, contratou uma consultoria com a finalidade de implementar a Gestão de Riscos Corporativos na organização, com base nos padrões e melhores práticas internacionais. Após a conclusão dos trabalhos, o Conselho de Administração aprovou a criação da unidade de gestão de riscos e a matriz, contendo 145 riscos corporativos. Com o advento das Leis das Estatais Nº /16 - e de Anticorrupção Nº /13, foi estruturada a atual Superintendência
3 de Compliance (SPCP) e a Unidade de Serviço de Gestão de Riscos (USGR), bem como a Unidade de Compliance e Controles Internos (USCI). A partir desse arcabouço legal, alinhou-se a GR aos normativos internos, a exemplo do Estatuto Social, do Regimento Interno da SPCP, no Plano de Integridade e da Política de Gestão de Riscos Corporativos. O processo de GR está registrado no PGP PRE-034 Gestão de Riscos e no Manual de Organização, constantes do SISPAD. Além da estruturação da Superintendência, foi criado, ainda, o Comitê de Conformidade e Riscos que tem a atribuição de auxiliar no processo de gestão de riscos da Copasa, em especial no que se refere ao alinhamento entre a metodologia estabelecida e as necessidades da Companhia, bem como a proposição de ações de tratamento. Como a empresa está trabalhando este processo? A Companhia vem difundindo a cultura de gestão de riscos entre todos os empregados, promovendo uma mudança na forma de pensar e agir nos processos, sempre alinhada com seus objetivos estratégicos. A GR atua auxiliando na identificação dos riscos e das suas causas. Após identificados, esses riscos são discutidos com os denominados Proprietários de Riscos, que são os responsáveis pela gestão dos riscos em cada macroprocesso. Os riscos são avaliados em relação à sua probabilidade de ocorrência e ao seu impacto, caso venham a ser materializar. Em uma matriz, os riscos são analisados em conjunto e priorizados aqueles de maior impacto, considerando a relação Probabilidade-Impacto. Atualmente temos 10 riscos que foram priorizados pelos gestores sob coordenação da GR. Juntamente com sua equipe e apoio da USGR, os proprietários elaboram planos estabelecendo ações e prazos para mitigação de todos os riscos mapeados. Esses planos possibilitam a redução de fragilidades e de incertezas que coloquem em risco os recursos e a imagem da Companhia.
4 Concomitantemente a todas as fases do processo, os riscos são monitorados, as variações em seu comportamento são comunicadas entre as áreas e o seu status é reportado à alta direção, que aprova os respectivos Planos de Resposta aos Riscos. A gestão de riscos não é uma atividade isolada, pois o sucesso desse trabalho depende da colaboração e do engajamento de todos os empregados da Copasa. Três Linhas de Defesa O processo de gestão de riscos da Copasa adota o modelo de três linhas de defesa, que tem como premissa melhorar as informações sobre o gerenciamento de riscos, por meio do estabelecimento dos papéis e responsabilidades essenciais para a gestão do negócio, alinhado com boas práticas. A Declaração de Posicionamento do Instituto de Auditores Internos (IIA Global) para as Três Linhas de Defesa orienta quanto aos limites de atuação das unidades organizacionais para as ações de gestão de riscos e controles internos. Na 1ª linha de defesa encontram-se no nível da gestão operacional e os responsáveis diretos pelos processos, que gerenciam e têm propriedade sobre os riscos, que implementam as ações corretivas para resolver deficiências em processos e controles. Já na 2ª linha de defesa encontram-se os gestores corporativos de riscos, conformidade e controle interno, responsáveis pela supervisão da conformidade, a verificação, o monitoramento, a prevenção e a análise integrada dos riscos. Na 3ª linha de defesa encontra-se a Auditoria Interna, que é fundamental para a análise, o monitoramento e a revisão das atividades da primeira e segunda linhas, assessorando os órgãos de governança responsáveis pela fiscalização da gestão de riscos da empresa (Comitê de Auditoria Estatutário - COAUDI e Conselho de Administração). Matriz de Riscos Corporativos É o instrumento, derivado da avaliação do impacto e da probabilidade de ocorrência de eventos negativos, que expressa riscos a que a Copasa está submetida. Atualmente, a matriz está sob forma de planilha eletrônica e possui as seguintes informações: Número de identificação do
5 risco; Nível; Natureza; Macroprocesso; Risco; Descrição do Risco; Número do fator de risco; Fator de Risco; Proprietário; Causas; Consequências; Indicador Principal e Indicador Acessório. Essa matriz de Riscos Corporativos tem sido divulgada a toda a Companhia no seu formato sintético, denominado Sumário Executivo de Riscos, disponível na Intranet, assim como outras informações sobre a Unidade de Riscos. Riscos priorizados A Matriz de Riscos Corporativos da Copasa é composta por 42 riscos de natureza estratégica, financeira, operacional ou de integridade. Dentre estes, 10 foram priorizados, por terem sido avaliados como os de maior criticidade. Para estes, está em andamento, a elaboração das ações de mitigação. Riscos Corporativos Priorizados Risco Descrição Proprietário Superintendência Base de Ativos Perdas financeiras em função da incorporação inadequada ou não incorporação dos ativos de empreendimentos. Empreendimentos Concessões Caducidade dos Contratos de Concessão ou de Inteligência de Programa. Mercado Empreendimentos Perdas econômico-financeiras pela priorização ou Empreendimentos planejamento inadequados. Escassez de Redução da disponibilidade hídrica dos mananciais. Responsabilidade água Ambiental Geração de Não atingimento da receita prevista no orçamento Relacionamento Receitas com o Cliente Gestão de Perdas econômico-financeiras por gestão inadequada Empreendimentos Contratos de contratos
6 Perdas de Água Qualidade da Água Retorno de Empreendimento em Concessões Tratamento de Esgoto Perdas de água nos processos de distribuição e de medição. Superintendente de Relacionamento com Clientes Qualidade da água abaixo do padrão mínimo exigido pelos órgãos reguladores e pela COPASA Retorno econômico-financeiro de empreendimentos inferior ao previsto nos estudos de viabilidade. Perdas decorrentes de ineficiência na coleta e no tratamento de esgoto Relacionamento com o Cliente Desenvolvimento Tecnológico, Padronização e Qualidade Empreendimentos Tratamento de Esgoto Revisão da Matriz de Riscos Corporativos Conduzida pela USGR, os 42 riscos e os 184 fatores de riscos da matriz corporativa da Copasa estão sendo reavaliados pelos respectivos proprietários. A matriz revisada será submetida à apreciação da Diretoria Executiva e à aprovação do Conselho de Administração em agosto de Outras ações em curso da USGR Definição da Tolerância a Riscos; Revisão das métricas e critérios de avaliação de riscos; Reavaliação dos riscos com base nesses critérios e métricas; Implementação do sistema informatizado de Gestão de Riscos; Acompanhamento periódico dos eventos aos quais a empresa está exposta, em conjunto com os proprietários de riscos, auxiliando na construção de ações mitigatórias; Implantação do manual de Gestão de Riscos, aprovado em junho/20. Revisão da Política de Gestão de Riscos Corporativos; Elaboração do Regimento Interno do Comitê de Compliance; e Realização de trabalhos específicos para mitigação de riscos nos processos da Companhia. O objetivo da implementação dessas ações é fazer com que a gestão de riscos deixe de ser domínio de um pequeno grupo de especialistas e que a informação transite por todos os que possam identificar riscos e possibilitar que decisões sejam tomadas sempre levando em consideração os riscos corporativos em seu conjunto.
7 O que está previsto, no geral, para o negócio da empresa? O Plano Anual da SPCP prevê as principais atividades a serem realizadas no segundo semestre de 2020 para o aprimoramento da maturidade do processo de Gestão de Riscos, dentre os quais, destacamos os Planos de Resposta aos Riscos não priorizados, a elaboração dos planos de Contingência e de Continuidade dos Negócios e a implementação do processo de GR na Copanor.
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