CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE CLÍNICA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE CLÍNICA"

Transcrição

1 CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE CLÍNICA MÓDULO A TEORIA DA TÉCNICA PSICANALÍTICA 1

2 PLANO DE UNIDADE DIDÁTICO - PUD O curso se propõe a embasar os futuros psicanalistas na teoria da técnica psicanalítica dando-lhes uma visão global dos procedimentos e processos terapêuticos utilizados na psicanálise e uma introdução geral a técnica tal como é praticada atualmente. SUMÁRIO Apresentação Plano de unidade didático Sumário a 6 CAPÍTULO 1 A TEORIA DA TÉCNICA PSICANALÍTICA Solucionando os conflitos neuróticos a 14 CAPÍTULO 2 OS COMPONENTES DA TÉCNICA PSICANALÍTICA Associação livre a 16 À regra básica da psicanálise a 17 A prática do método da associação livre a 19 CAPÍTULO 3 AS REAÇÕES TRANSFERÊNCIAIS Transferência a 21 Os três grupos de obs. gerais sobre a transferência a 24 A opinião de Freud a 26 Neurose transferencial a 32 2

3 CAPÍTULO 4 RESISTÊNCIAS As resistências a 34 Um conceito prático Aspecto clínico e exemplos óbvios para instruir iniciantes em psicanálise a 42 CAPÍTULO 5 CLASSIFICAÇÃO DAS RESISTÊNCIAS Freud distinguiu cinco tipos de resistência a 43 CAPÍTULO 6 A TÉCNICA PARA ANALISAR RESISTÊNCIAS Considerações importantes a 44 Os quatros procedimentos incluídos ou agrupados sob o título de analisar a 45 Forças que são favoráveis ao psicanalista, aos procedimentos e processos psicanalíticos que influenciam o paciente na situação analítica a 46 As forças que se opõem aos processos e procedimentos analíticos a 47 Os três objetivos que o analista deve escuta um paciente a 48 Confrontação: a demonstração da resistência a 49 O esclarecimento da resistência a 50 A interpretação da resistência a 53 As resistências nas primeiras sessões a 54 Paciente determinando o assunto da sessão a 55 Bibliografia

4 CAPÍTULO 1 A TEORIA DA TÉCNICA PSICANALÍTICA Solucionando os conflitos neuróticos A terapia psicanalítica é uma terapia causal; ela procura desfazer as causas da neurose. É seu objetivo solucionar os conflitos neuróticos do paciente, incluindo a neurose infantil que serve de núcleo á adultos. Solucionar os conflitos neuróticos significa realizar a junção ao ego consciente aquelas parcelas do id, superego e ego inconsciente que ficaram excluídas dos processos de amadurecimento da parte restante saudável da personalidade total. O psicanalista aborda os elementos inconscientes através de seus derivativos. Todos os componentes reprimidos do id e do ego produzem derivativos meio-irmãos, que não estão conscientes e mesmo assim estão muito bem organizados de acordo com o processo secundário e acessíveis ao ego consciente (Freud, 1915, p ; Fenichel, 1941, p.18). O procedimento que a psicanálise exige que o paciente use, para facilitar a comunicação de derivativos, é a associação livre, o método fundamental da psicanálise, a assim chamada regra básica. Estes derivativos surgem nas associações livres do paciente, nos sonhos, sintomas, lapsos e na atuação (acting out). Pede-se ao paciente que, com o máximo de sua capacidade, tente deixar as coisas aparecerem e dizê-las sem ligar para a lógica e a ordem; deve relatar coisas mesmo que elas pareçam triviais, vergonhosas ou indelicadas etc. Deixando as coisas vir á mente, há uma regressão a serviço do ego e os derivativos do ego inconsciente, do id, e do superego tendem a vir á superfície. O paciente sai do raciocínio severo do processo secundário em direção ao processo primário. É tarefa de o psicanalista analisar estes derivativos para o paciente. 4

5 Embora o paciente, sofrendo de uma neurose, comece o tratamento psicanalítico com o objetivo consciente de querer mudar, existe forças inconscientes dentro dele que se opõem á mudanças, forças essas que defendem a mudança. Estas forças se opõem aos procedimentos e processos de tratamento e são chamadas de resistências. As resistências brotam daquelas mesmas forças defensivas do ego que constituem parte do conflito neurótico. No decorrer do tratamento, o paciente vai repetir todas as diferentes formas e variedades de manobras defensivas que utilizou em sua vida passada. A análise das resistências é um dos alicerces da técnica psicanalítica. Como a resistência é uma manifestação da função do ego, distorcida e defensiva, é a resistência que á técnica psicanalítica procura analisar primeiro. A compreensão interna (insight) só pode ser eficaz se o paciente é capaz de estabelecer e mantiver um ego racional. As resistências interferem no ego racional e tem que ser analisado das antes que qualquer outro trabalho psicanalítico possa ser feito com êxito. Por exemplo, um homem jovem parece hesitar para contar ao psicanalista algo depreciativo sobre sua mulher. Quando descobre algum defeito nela, ele rapidamente procura desculpá-la ou justificar-lhe os defeitos. Quando o psicanalista lhe mostra esta atitude defensiva, o paciente, de inicio, nega e depois, chorando, admite que o analista esteja certo. Reconhece que tenta esconder as deficiências da mulher porque tem certeza que o analista iria esperar que se divorciasse se o psicanalista soubesse como ela tem defeitos. Quando o analista leva a frente esse assunto de divórcio, o paciente se recorda que, em sua infância, seu pai volta e meia se ameaçava divorciar de sua mãe sempre que ele, pai, via defeitos nela (mãe). Desta forma, parecia evidente que a hesitação de paciente demonstrava que estava com medo que o psicanalista agisse como seu pai. Procurava defender sua mulher do analista como havia querido proteger sua mãe de seu pai. Só depois que o paciente aceitou essa fonte de resistência foi que pôde compreender que era ele, e não o analista, que tinha esse ressentimento paternal tão violento com a sua mulher. Foi preciso muito tempo de análise 5

6 para que ele se conscientizasse que, embora tivesse querido defender sua mãe contra os ataques do seu pai, ele próprio havia sentido um enorme ressentimento contra sua mãe. Inconsciente, queria que o analista o instigasse a se divorciar de sua mulher como, outrora, havia querido que o pai fizesse isso á sua mãe. Neste exemplo clínico, foi preciso analisar cada aspecto da resistência, passo a passo, para permitir que o paciente enfrentasse a realidade da situação. Primeiro, teve que aceitar que sentia receio que eu quisesse que ele se divorciasse de sua mulher e, conseqüentemente, estava escondendo de mim algumas coisas a respeito dela. Teve, então, de entender que havia confundido o analista com seu pai e sua mulher com a sua mãe. Finalmente, o paciente estava apto para detectar que por baixo dos seus sentimentos protetores em relação á sua mãe, havia também muita hostilidade. Cada passo na análise das resistências pressupõe que o ego racional do paciente teve que ser fortalecido para enfrentar algum aspecto irracional e destorcido de sua própria atividade. Este exemplo clínico nos leva a outro conceito básico na teoria da psicanálise. Os pacientes neuróticos são propensos a reações transferências. A transferência é uma das fontes de material mais valiosa para a análise, uma das motivações mais importantes e, também, o maior obstáculo para o sucesso. A frustração instintual do neurótico faz com que ele, inconsciente, procure objetos sobre os quais desloca seus impulsos libidinais e agressivos. O paciente tema tendência de repetir o passado, no campo das relações humanas, para obter satisfações que não havia vivenciado ou, ainda com atraso,, para dominar alguma ansiedade ou culpa. A transferência é o reviver do passado, uma incompreensão do presente em termos do passado. A importância fundamental das reações transferênciais na teoria da técnica resulta do fato de que, se as reações transferências forem tratadas adequadamente, o paciente vai vivenciar, na situação do tratamento e em relação ao psicanalista, todas as relações humanas importantes do seu passado que não lhe são conscientemente acessíveis. A transferência também é a fonte das maiores resistências durante a análise. Um paciente pode trabalhar arduamente no começo de uma análise para ganhar as boas graças do analista. 6

7 Os sentimentos hostis do passado reprimido ou os anseios sexuais proibidos da infância ou da adolescência vão fazer reaparecer tendências fortes no paciente que o farão lutar, inconscientemente, contra o trabalho analítico. A qualidade e quantidade das resistências transferênciais serão determinadas pela histeria passada do paciente. A duração dessas reações será também influenciada pelo grau de eficiência com que o psicanalista analisa os problemas transferências que estimularam as resistências. Neste ponto, devemos dizer alguma coisa sobre as atitudes realistas, racionais e nãoneuróticos do paciente em relação ao analista: a aliança do trabalho (Greenson, 1965). É esta parcela do relacionamento paciente-analista que permite ao paciente se identificar com o ponto de vista do analista e trabalhar com o ponto de vista do analista e trabalhar com o analista apesar das reações transferênciais neuróticas. A técnica psicanalítica visa diretamente ao ego porque só o ego tem acesso direto ao id, ao superego e ao mundo externo. Nosso objetivo é fazer com que o ego renuncie ás suas defesas patogênicas ou encontre outras mais convenientes (A. Freud, 1936, p.45-70). O psicanalista tem a esperança de induzir aspectos relativamente maduros do paciente do ego para lutar com o que, outrora, foi banido da consciência por ser muito perigoso. O analista espera que, sob a proteção da aliança de trabalho e da transferência positiva nãosexual, o paciente irá olhar novamente para aquilo que outrora achou muito ameaçador, espera que o paciente seja capaz de reavaliar a situação e finalmente, atreva-se a tentar novas maneiras de lidar com o perigo antigo. Pouco a pouco, o paciente vai compreender que os impulsos instintuais da infância, que foram arrasadores para os recursos de um ego infantil e que foram distorcidos por um ego infantil, que esses impulsos podem ser vistos de forma diferente na vida adulta. Um exemplo clínico: a Sra.xx., mulher de vinte anos, procura análise por uma série de motivos diferentes. Durante muitos anos, teve episódios em que se sentia fora das coisas, paralisada, ausente, como um zumbi. Além disso, tinha períodos de depressão, incapacidade para ter orgasmos em relações sexuais e mais recentemente, uma idéia impulsiva obsessiva de ter um caso de sexo com 7

8 um negro. Este último era o que mais a torturava e foi o que a levou a vir em busca de tratamento psicanalítico. Todas as psicoterapias procurariam aliviar o paciente de seus sintomas, mas somente a psicanálise procura fazer isso através da solução dos conflitos neuróticos que estão no fundo dos sintomas. Outras terapias poderiam tentar ajudar a paciente reforçando suas defesas ou usando a transferência ou a sugestão para dominar ou deslocar seus impulsos sexuais pelos negros, ou tentariam ajudar o conflito defesa-instinto sugerindo alguma descarga instintual que fosse possível sobre a proteção de uma transferência tipo superego em relação ao psicoterapeuta. Alguns terapeutas poderiam empregar medicamentos para tranqüilizar os impulsos libidinais e dessa maneira, socorrer o ego sitiado da paciente. Alguns outros talvez sugerissem drogas como o álcool ou fenobarbital que poderiam, temporariamente, entorpecer as exigências do superego da paciente. Todos estes métodos podem ser úteis, mas são provisórios porque não realizam uma mudança permanente nas estruturas psíquicas envolvidas nos conflitos inconscientes causativos. A terapia psicanalítica iria tentar fazer com que a paciente ficasse cônscia de todos os diferentes impulsos inconscientes, fantasias, desejos, medos, culpas e castigos que estão expressos, de maneira condensada, em seu sintoma. A paciente que citei como exemplo foi, aos poucos (durante o tratamento psicanalítico), tendo compreensão interna do fato de que o negro era um disfarce do seu padrasto da sua época de puberdade: um padrasto de cabelos vermelhos, forte, sexualmente atraente e ameaçador. Ficou demonstrado que a idéia impulsiva obsessiva de ter relações sexuais com negros derivava, parcialmente, de desejos incestuosos disfarçados pelo padrasto. Era também uma barreira para os impulsos sadomasoquistas e escondia uma fantasia de sexualidade ligada á idéia do uso da privada. O negro também representava uma condensação de um homem anal fálico desde a idade de três anos. A qualidade dolorosa de sintoma estava encoberta como uma autopunição resultante da culpa pelos impulsos proibidos. Á medida que a paciente foi sendo capaz de enfrentar estas compreensões internas, seu ego já não precisava mais gastar tanta energia na tentativa de reprimir os impulsos e 8

9 fantasias proibidos. Seu ego racional podia, agora, aceitar a noção de que as fantasias incestuosas não são o mesmo que ações e fazem parte do ato de crescer, em nossa sociedade. A Sra.xx., mulher de vinte anos relatado no exemplo acima podia perceber que seu superego havia sido muito severo e sádico. Ela percebeu que se vinha censurando cruelmente de uma forma que se assemelhava ás suas fantasias sexuais masoquisas. Apanhar e bater e sujar foram mostrados como tentativas regressivas de obter substitutivos para uma satisfação sexual. Quando a paciente a Sra.xx., mulher de vinte anos permitiu que todos esses fenômenos até então inconscientes se tornassem conscientes, pôde notar-se uma mudança nas três estruturas psíquicas. O ego não teve de usar repressão, formações reativas e isolamento contra os impulsos que estavam agora á tona. Isto foi possível porque seu superego severo se havia tornado menos sádico em relação ao ego. No momento em que os impulsos anais sadomasoquista puderam ser expostos á consciência, perderam sua intensidade e as tendências do seu id mudaram de direção buscando prazeres genitalmente. A mudança em seus anseios instintuais permitiram que a Sra.xx., mulher de vinte anos sentisse alguma gratificação sexual com seu marido e ela perdeu a obsessão impulsiva em relação aos homens negros. A análise das reações transferênciais e resistências desempenharam um papel importante em todos esses progressos. Por exemplo, o sentimento sexual que a Sra.xx., mulher de vinte anos tivera em relação ao padrasto vieram á luz quando ela se conscientizou que achava que o seu analista era sexualmente atraente. a Sra.xx disse em uma das tantas análise que tivera embora você seja velho bastante para ser meu pai. A paciente citada perseverou em suas análises firmemente e assim geralmente após seis meses depois, desenvolveu uma aliança de trabalho relativamente segura com seu psicanalista e ocorreu que no decorrer das análises, apesar das resistências e reações transferênciais dolorosas, ela pôde finalmente se identificar com o ponto de vista analítico de seu analista e tentar compreender suas próprias reações neuróticas. 9

10 A melhora temporária e parcial impeliu-a a ir mais a frente a seu tratamento. Ela, agora, era capaz de se permitir regredir mais profundamente na situação analítica e lhe permitiu vivenciar formas ainda mais primitivas de seus conflitos neuróticos. Os desejos sexuais pelos homens negros ajudaram uma função defensiva importante contra impulsos homossexuais fortes pelas mulheres. Viu-se, por sua vez, que tais impulsos provinham de impulsos orais de sugar, profundamente reprimidos, em relação á mãe que fora vista pela paciente como uma ameaça para sua identidade independente. Ao lado deste conflito, havia uma enorme raiva primitiva pela mãe que ela vivenciada como perigosa para a vida da mãe e que também era vivenciada como uma ameaça para a vida da própria a Sra.xx., mulher de vinte anos. A compreensão interna nos diversos níveis do conflito defesa instinto neurótico provocou mudanças gradativas na estrutura do ego, do id e do superego da paciente. Algumas defesas antigas foram consideradas desnecessárias e abandonadas, outras defesas novas foram descobertas possibilitando a gratificação instintual sem culpa. Toda a relação entre as estruturas psíquicas foi mudada e com isso, surgiu um relacionamento novo e mais gratificante e eficaz com o mundo externo. CAPÍTULO 2 OS COMPONENTES DA TÉCNICA PSICANALÍTICA Associação livre Na Psicanálise, para comunicar o material clínico, o paciente tenta, como forma predominante de comunicação, a associação livre. Associação vem de associare, do latim, que significa ligar. Já Aristóteles enumerava diversas leis que regem a ligação dos pensamentos. Exemplo: a lei da concordância, a lei da oposição, a lei da simultaneidade, a lei da conexão temporária. Mais tarde, acrescentaram-se outras leis. Tornou-se famosa a experiência de associação de C.G.Jung (vamos conhecer mais sobre a sua psicanálise em outro módulo). Este dirigia palavras para as pessoas que faziam o teste, as quais deviam responder com a primeira palavra que lhes surgisse a 1

11 mente. O tempo de reação entre a palavra-estímulo e a palavra de reação fica normalmente entre limites determinados. Um tempo de reação mais longo poderia indicar que a palavraestímulo fosse desconhecida para a pessoa submetida ao teste. Juntando-se as palavras correspondentes a um tempo de reação anormalmente longo, pode muito bem ser que se obtenha uma visão da vulnerabilidade emocional da pessoa estudada. Era assim que Jung tentava descobrir onde se situa o complexo neurótico do paciente. A palavra complexo, nesse sentido, foi usada pela primeira vez por Jung. Um complexo é um conjunto de pensamentos, lembranças, idéias e desejos, pouco ou nada consciente, carregado de emoções, que tem, no indivíduo, uma vida própria e que, sendo de uma estrutura e força anormais, pode lesar gravemente a pessoa consciente. Se tal lesão ocorrer, fala-se de um complexo neurótico. O neurótico, por causa do seu complexo ou complexos, pode chegar a levar uma vida totalmente complexada. Todo o seu comportamento será regido por uma associação doentia. Convidando o paciente a associar livremente, mostra-se sua associação complexada, isto é, não-livre, evidencia-se o seu complexo neurótico, ou, em suma, a espécie de perturbação neurótica que o domina. Freud não aplicava a experiência de associação, mas a apreciava muito, pois encerrava um reforço do alcance da associação livre como método psicoterapêutico. À regra básica da psicanálise Antes de descrever esse método, devemos dar uma atenção especial à regra básica da psicanálise, á qual o paciente, que associa livremente, se deve submeter. 1

12 A regra básica da psicanálise resume-se na exigência de que o paciente diga tudo, sem reserva, o que pensa na associação livre. Pensamentos concomitantes, bem como perturbadores, devem ser expressos. Pensamentos dolorosos não podem ser omitidos, nem tampouco os pensamentos vergonhosos. Essa exigência fundamental pode conduzir o paciente ás maior dificuldades. Uma conseqüência inevitável se mostrou nociva consistia em que o paciente, pela obrigação ao se manifestar também seus pensamentos mais desonrosos, deste se lembrava em primeiro lugar, com o que seu relato se tornava mais indecoroso, o que, no tempo de Freud, significava mais sexual do que os seus pensamentos e sua vida eram na realidade. Há, ainda, outros inconvenientes: o convite a revelar todos os pensamentos que surgem pode fazer com que a narração degenere num conjunto sem sentido de pensamentos cortados e incoerentes. Além disso, dizer o que se pensa, livremente, não é possível em sentido estrito, pois, pelo próprio fato de se dizer livremente o que se pensa, perdese, a bem dizer, a liberdade do pensamento. Afinal, existem pensamentos que se pensa livremente, mas que são ditos com pouca liberdade, não por serem maus, mas porque são pensados e ainda não ditos. Enfim, uma observância rigorosa da regra básica transforma facilmente o método da associação livre numa caricatura. Tornou-se, por isso, costume dar a conhecer a regra como uma recomendação, e não tanto como uma ordem. Hoje existem até psicoterapeutas, que, conquanto utilizem o método da associação livre, nunca mencionam a regra básica aos seus pacientes. A prática do método da associação livre O método pode ser descrito da seguinte maneira: Após certo número de entrevistas introdutórias (nas entrevistas preliminares, o analista pôde chegar a uma avaliação da capacidade do paciente para trabalhar na situação analítica), o paciente é convidado a deitar-se no famoso sofá ou divã do psicoterapeuta, último remanescente do tempo do método hipnocatártico. O paciente estende-se da maneira mais descontraída possível, o que, 1

13 principalmente no início, não passará de um simples desejo. O psicoterapeuta senta-se atrás do paciente ou meio de lado, provido de papel e caneta para fazer anotações. Uma vantagem dessa posição é que o paciente tem, mais ou menos, um campo de visão limitado e que o psicoterapeuta não se vê constantemente obrigado a prestar atenção ao que faz ou deixa de fazer. O terapeuta observa o paciente, suas palavras e o sentido ou valor emocional das mesmas (geralmente, o paciente associa livremente durante quase toda a sessão, mas ele pode também relatar sonhos e outros acontecimentos de sua vida cotidiana ou do seu passado. Uma das características da psicanálise é que se pede ao paciente que inclua suas associações quando narra seus sonhos ou outras experiências). Tenta descobrir, naquilo que ouve uma associação complexa, procurando encontrar o motivo neurótico. Em uma palavra, o psicoterapeuta trabalha racionalmente. Mas também ao paciente pede-se que se aprofunde racionalmente nas suas dificuldades, apesar de estar envolvido em todas as emoções. Se os primeiros dois períodos, da hipnose e da sugestão, eram épocas de uma metódica fundamentalmente afetiva (a meta era o desabafo do sentimento reprimido), o terceiro período, o da associação livre (a associação livre é o método mais importante para a produção de material na psicanálise), foi o de uma metódica acima de tudo racional. A meta do terceiro período é: interpretar. Interpretar significa: dar sentido a, compreender racionalmente. Exemplo: um paciente, durante o tratamento, pega com freqüência na gravata para ver se está direita. Pedindo-a para fazer associações livres a respeito disso, o paciente conta que lhe ocorria à torre de comunicação de uma emissora de televisão. O terapeuta anima-o a continuar a falar sobre esse tema. O paciente diz várias coisas sobre a torre de comunicação de uma emissora de televisão e encerra sua associação com a observação de que muita gente se lançou desta torre. O terapeuta pode se o momento lhe parecer oportuno dar a seguinte interpretação com segurança: a lembrança da torre de 1

14 comunicação de uma emissora de televisão, que convida para o suicídio, e o controle repetido de gravata são testemunhas de que o paciente anda com idéias suicidas. Este pode aceitar a interpretação, que lhe trará então uma nova luz. Também poderá rejeitá-la. Nesse caso o terapeuta terá que interrogar-se se agiu certo interpretando, naquele momento, o comportamento e as palavras do paciente. Por via de regra, o terapeuta somente dará uma interpretação quando houver uma boa garantia de que o paciente a aceite. Enquanto o esclarecimento dos sintomas, nos primeiros dois períodos, se dava como por um toque mágico, no terceiro período, tornou-se um trabalho cada vez mais difícil, de penosa interpretação. Conseqüentemente, a freqüência das consultas foi aumentada. Em breve tornaram-se costumes atender ao paciente todos os dias úteis, durante quarenta e cinco minutos. Alguns psicoterapeutas achavam até inconveniente não poderem utilizar também o domingo. Depois da Segunda Guerra Mundial, houve mudanças quanto a isso. Muitos psicoterapeutas atuais consideram suficientes três, ou no máximo quatro consultas por semana, tendo cada uma a duração de quarenta e cinco minutos. Alguns acham também essa freqüência muito alta e recebem seus pacientes duas vezes, ou até uma vez por semana. Entre esses últimos encontram-se psicoterapeutas que aboliram o divã e que tratam os pacientes, chamando preferivelmente de clientes, face a face. O trabalho de pesquisar e interpretar ficam, geralmente, mantidos. Chama-se psicanálise. CAPÍTULO 3 AS REAÇÕES TRANSFERÊNCIAIS Transferência Freud compreendeu após tratar suas pacientes que as reações e resistências transferênciais do paciente produziam o material essencial ao trabalho analítico (1905, p ). Desde então, a situação analítica foi planejada de modo a facilitar o desenvolvimento máximo das reações transferênciais do paciente. O objetivo das resistências é evitar este desenvolvimento ou obstruir a análise da transferência. Tanto 1

15 a resistência (vamos nos aprofundar nesse tema em outro módulo) como a transferência são portadoras de informações vitais sobre o passado e a história reprimida do paciente. Transferência; em alemão: Uebertragung; em inglês; transferencew; em francês: transfert. Transferência vem a ser a repetição, á guisa de cópia, numa relação atual, dum contato anterior, eventualmente infantil. A palavra Uebertragung já se encontra numa publicação de Freud de Resistência é a força que mantém reprimido o conteúdo inconsciente. É a resistência, que parte do superego, á interpretação de sonhos; atos falhos, outros. É o protesto do censor, que se volta como é fácil de ver, contra a pessoa do intérprete. A transferência é a vivência de sentimentos, impulsos, atitudes, fantasias e defesas dirigidas a uma pessoa no presente, sendo que essa vivência toda não se coaduna com essa pessoa e constitui uma repetição, um deslocamento de reações surgidas em relação a pessoas importantes na infância primitiva. A susceptibilidade de um paciente ás reações transferênciais advém do seu estado de insatisfação instintual e da conseqüente necessidade de encontrar oportunidades de descargas. (Freud, 1912). É importante salientar o fato de que o paciente tem a tendência de repetir em vez de relembrar; a repetição é sempre uma resistência em relação á função da memória. Todavia, pela repetição, pela reencenação do passado, o paciente torna possível a entrada do passado na situação de tratamento. As repetições transferências trazem para a análise o material que, de outra forma, seria inacessível. Se manejada adequadamente, a análise de transferência vai nos levar a recordações, reconstruções e compreensão interna e a uma parada eventual da repetição. Os três grupos de observações gerais sobre a transferência A transferência desempenhou um papel importante na prática da psicoterapia, e, logicamente, também na história da psicologia profunda a psicanálise (Ricardo L. Castro, 2012). Para que tenhamos mais compreensão do que vai ser exposto, permita- 1

16 me caro discente do curso de psicanálise clínica apresentar três grupos de observações gerais com relação ao tema citado neste capítulo. O primeiro grupo de observações gerais 1 - Em toda relação humana podemos distinguir um aspecto coisal (dirigido para a coisa) e um aspecto pessoal. Na relação freguês e comerciante, prevalece, por via de regra, o aspecto coisal. O freguês quer comprar alguma coisa. O comerciante quer vender alguma coisa. O que interessa é a tal coisa. Mesmo, porém, nas relações tão materiais entre freguês e comerciante, jamais faltará totalmente o aspecto pessoal. Representa, ao contrário,um papel que não há de ser subestimado, mas que o comerciante pode utilizar e explorar. Se o comprador piscar os olhos para a balconista, certo aspecto pessoal poderá estar de tal forma presente que pouco restará do aspecto coisal. Por ocasião de uma visita de amizade, avultará o aspecto pessoal. Nem aqui, porém, faltará por completo o aspecto de coisa, pois os amigos farão juntos alguma coisa, conversando sobre algum assunto. Relações exclusivamente pessoais não têm conteúdo e relações puramente coisais não são humanas. 2 - O aspecto pessoal pode ser sumariamente, qualificado como positivo ou negativo. No primeiro caso, predomina a simpatia, no segundo, a antipatia. 3 - Numa relação constantemente repetida, isto é, numa relação contínua, nem o aspecto positivo nem o aspecto negativo conservamse em nível invariável. Não raras vezes, é o aspecto positivo ou então o aspecto negativo que se intensifica na relação. 4 Uma relação pode terminar por excesso de negatividade, o que não causará espanto a ninguém. 5 Mas, por vezes, uma relação naufraga, igualmente, por um excesso de positividade. O chefe do escritório e a datilógrafa agirão prudentemente se despedirem um do outro, quando o aspecto demasiado positivo de seu relacionamento não oferecer garantias para o futuro. Mas também outros inter-relacionamentos, não estritamente sexuais, podem malograr por excesso de positividade. 1

17 O segundo grupo de observações gerais 1 A assistência inter-humana nunca pode ser tão coisal que lhe falte o aspecto pessoal. É este homem ou esta mulher que socorre. É aquele determinado indivíduo que recebe auxílio. 2 Também na assistência inter-humana podemos caracterizar, de modo geral, o aspecto pessoal como positivo ou negativo. A combinação de auxílio prestado e simpatia são fáceis de entender. Contudo, pode igualmente haver antipatia na ajuda dada. De fato, freqüentemente o aspecto pessoal, na assistência inter-humana, consiste numa mistura (por vezes intricada) de positivo e negatividade. 3 Numa assistência repetida e contínua, nem o aspecto positivo nem o negativo conservam-se no mesmo nível. Na maior parte das vezes, surge uma intensificação no desenvolvimento positivo ou negativo já existente. Muitas vezes, acontece que a combinação dos aspectos degenera num complexo. 4 - Ninguém estranhará que a assistência inter-humana se torne impossível, havendo excesso de negatividade. 5 Não são menos certo, porém, que a assistência inter-humana pode malograr por causa de um excesso de positividade não havendo necessidade de se pensar exclusivamente numa positividade sexual. 6 Se a assistência inter-humana malogra devido a um excesso de positividade ou de negatividade, ou por causa da combinação de ambos (seja ou não na forma de um complexo), não é necessário que o assistente ou o assistido compreendam as razões do insucesso. Não se ajudou objetivamente? Não se recebeu assistência objetiva? O terceiro grupo de observações gerais 1 Psicoterapia é sem dúvida alguma e até em primeiro lugar, assistência interhumana de aspecto coisal. Aquela fobia, isto é, aquela coisa, tem que ser remediada: irritabilidade falta de coragem, timidez, temeridade. O aspecto pessoal, porém, nunca falta e é, geralmente, de importância relevante. Quase todos os males que levam a uma 1

18 psicoterapia dizem respeito a perturbações no relacionamento com outros. Assim sendo, falhas de relacionamento resumem-se numa relação, isto é, na relação do paciente com o psicoterapeuta. Compreende-se, pois, que cabe especial significado ao aspecto pessoal dessa relação. 2 A relação psicoterapêutica é de tal natureza que o aspecto pessoal, quase inevitavelmente, na maioria dos casos desde o princípio, se compõe duma mistura de positividade e negatividade. Não se creia que o aspecto negativo faltará no paciente. Pacientes graves começam o tratamento, por via de regra, com uma combinação de positividade e negatividade. 3 O aspecto pessoal da relação não se conserva constante no decorrer da terapia. È impossível fazer previsões a respeito da combinação de positividade e negatividade, menos ainda, quando se trata dum complexo. 4 - A psicoterapia pode malograr por causa dum excesso de negatividade. 5 Não menos fracassará em virtude dum excesso de positividade. 6 Se a psicoterapia falhar no aspecto pessoal do relacionamento, o paciente, em geral, pouco ou nada entenderá do fracasso. 7 Do terapeuta exige-se que entenda o porquê do revés, e até tem que reconhecê-lo bem antes de se manifestar abertamente. Deve estar em condições de tomar medidas profissionais eficientes para prevenir o malogro. Se falhar nessa tentativa, vez por outra, não se deve julgá-lo severamente. 8 O terapeuta aprendeu a reconhecer desde os dias de Breuer e Ana O., que o diagnóstico, a prevenção e (se necessário) a correção dum excesso de positividade ou negatividade no aspecto pessoal da relação psicoterapêutica, quase sempre complexa, pertencem a qualquer psicoterapia, constituindo, até mesmo, o núcleo da mesma. 9 A respeito da interpretação do aspecto pessoal na psicoterapia, as opiniões divergem. A opinião de Freud Em 1895, Freud dá notícia do caso duma paciente que, durante a sessão, experimentou o desejo irreprimível de ser beijada por ele. A paciente ficou muito perturbada com isso. 1

19 Quando, finalmente, conseguiu dizes o que lhe passara no íntimo, lembrou-se de ter experimentado desejo semelhante numa antiga relação amorosa. Freud estabeleceu, então, uma ligação causal. A relação passada estava influindo na relação nova. Deu, porém, mais um passo. Na opinião de Freud, sua paciente não desejava de modo algum ser beijado por ele. O que queria, ou melhor, o que devia fazer, mas não fez, era falar a respeito da antiga relação e, desse modo, lembrar os antigos sentimentos. Para evitá-los, trouxe a relação do passado de volta para o presente, na sessão psicoterapêutica. Agiu como se Freud fosse o homem de então. Em vez de lembrar, repetiu a situação anterior. Transferiu a relação antiga para o momento presente. Incorreu numa transferência. Na transferência, prepondera o desejo de reviver o aspecto pessoal da antiga relação. O desejo provém da problemática própria da relação de então, ou nela colocada, mais tarde, pelo paciente. Em termos de Freud: a afetividade bloqueada da antiga relação ficou á espera inconsciente, sem dependência do tempo, de circunstâncias favoráveis que lhe permitissem ou exigissem a eclosão. A transferência pode apresentar-se e até deve aparecer numa psicoterapia. É essa, justamente, a razão porque há tanta transferência em psicoterapia. Tudo isso de acordo com Freud, que ainda assevera que o paciente, pela repetição da relação de outrora, isto é, pela transferência da relação de outrora para a relação terapêutica, o relato evita a lembrança da antiga relação. O paciente, agindo assim, prejudica a si mesmo, pois estabiliza a neurose. A repetição não lhe aproveita. Tem que se lembra, deve operar em sua neurose, e isso não se consegue mediante uma re-apresentação. As designações mais utilizadas para classificar as diversas formas clínicas de reações transferênciais são a transferência positiva e a negativa. A transferência positiva implica as diferentes formas de anseios sexuais assim como, amar e respeitar o analista. A transferência positiva, quando o aspecto pessoal da transferência é particularmente positivo. 1

20 A transferência negativa, quando o aspecto pessoal mostra-se preponderantemente negativo e implica algumas variações da agressividade sob a forma de raiva, aversão, ódio ou desprezo pelo analista. Tornou-se hábito explicar todos os sentimentos positivos e negativos do paciente para com o terapeuta por meio de transferências. Até em círculos psicológicos, surgiu o costume de empregar o termo na linguagem comum, dando-lhe a mera significação de simpatia ou antipatia. Assim, a palavra perde o conteúdo. Transferência significa: deslocamento da relação antiga, primitiva e problemática, para uma relação atual, portanto não problemática no mesmo sentido que a anterior. Contratransferência, isto é, a transferência por parte do terapeuta para o paciente. O terapeuta repete um vínculo antigo, não efetivado, suponhamos uma relação infantil, no relacionamento com o paciente. É evidente que quando ocorre à contratransferência, todo o tratamento analítico é prejudicado. Neurose transferencial A Freud cabe a honra não só de ter descrito pela primeira vez o fenômeno da transferência, mas também de tê-lo entendido como sendo a parte principal de toda a psicoterapia. A respeito de sua interpretação, vamos a alguns esclarecimentos. Num artigo de 1912, dedicado á transferência, Freud dá uma explanação energética, que pode ser também resumida assim: Apenas uma parte do quantum disponível da libido deriva em qualquer individuo para o mundo exterior. O restante é reprimido, fonte de fantasias semiconscientes, ou permanece de todo inconsciente. a parte inconsciente é desproporcionalmente grande no individuo neurótico. Premido pelos males decorrentes dessa situação, o paciente procura o terapeuta. Este dificilmente poderá evitar, nas conversas com o paciente, de chegar, mais cedo ou mais tarde, á parte reprimida da libido. Aliás, essa é a sua tarefa. Pode estar certo, então de encontrar resistência. O paciente não reprimiu sem razão ou sem sentido, opondo-se á conscientização do conteúdo rejeitado, reprimido e carregado de afetividade. Isso quer dizer na prática: o 2

21 paciente não deseja relembrar aquele conteúdo. Por isso, procura (inconscientemente) um meio que leva a resistência ao auge, capaz de impossibilitar a lembrança do que foi reprimido. Encontra-se esse meio no artifício da revivência das antigas relações. O paciente transforma o terapeuta no individuo com que se realizou o conteúdo reprimido, visto que, escolhendo o terapeuta como substituto do companheiro de outrora, recordar tornar-se sem sentido. O passado desaparece para dar lugar a um presente semelhante e até idêntico, mas sempre inautêntico. Realizar-se o intento: a repressão do quantum de libido, presa a experiência passada, continua intata. Para que ocorram as reações transferênciais na situação analítica, o paciente deve estar disposto e capacitado para correr o risco de alguma regressão temporária em relação ás funções do ego e das relações objetais. O paciente deve ter um ego capaz de regredir temporariamente ás reações transferênciais, mas tal regressão deve ser parcial e reversível de modo que o paciente possa ser tratado analiticamente e ainda assim viver no mundo real. As pessoas que não se atrevem a regredir da realidade e aquelas que não conseguem voltar rapidamente á realidade são riscos indesejados para a psicanálise. Exemplo de interpretação publicado em um livro em 1932 Doutrina Geral das Neuroses com Base Psicanalítica, apresentado por H. Nunberg um colaborador de Freud. Uma paciente mostra, durante uma sessão, particular interesse pela pessoa do terapeuta. Quer saber uma porção de coisas a respeito dele. Nunberg pensa: a paciente endereça a mim sua libido. Portanto, registra-se, nesse momento, uma resistência sua. Que é que ela se recusa a recordar? Que em tempos passados teve interesse semelhante. O que quis saber naquela ocasião? Baseado nesta última reflexão, Nunberg pergunta: o que a senhora quis saber quando criança? A paciente não é capaz de dar uma resposta. Naquela mesma noite, já deitada, relembra a estranha pergunta do terapeuta. Excita-se sexualmente, e se satisfaz. Na manhã seguinte, olha os seios no espelho. Enfim, algo está se passando com ela. Está sexualmente excitada, e quer ver. Não sem dificuldades, conta na sessão seguinte o que lhe aconteceu, desde a pergunta do terapeuta. Lembra-se então de que, criança ainda, quis ver as partes genitais do irmãozinho. Eis, portanto, o que tinha sido reprimido! Foi essa repressão que se mostrou 2

22 na terapia. Surgiu, por isso, a resistência que levou a paciente ao ardil da transferência. Queria ver as partes genitais do terapeuta. Mas a censura mudou essas curiosidades num desejo de saber muitas particularidades a respeito do mesmo. Alcançou a finalidade. A repressão estava salva. Em 1915, Freud volta a falar, num outro artigo, da transferência, fenômeno que, conforme escreve, no início dificultou bastante o desenvolvimento da terapia analítica. Quantas vezes acontecem relata Freud aconteceu e ainda acontece que a paciente se enamora do terapeuta, mesmo havendo diferença notável de idade! Em tal ocasião, todos os sintomas costumam desaparecer. A paciente fica curada. A única coisa que fica é o amor. O que o terapeuta deve fazer? Pode escolher entre as seguintes alternativas: Primeira O psicoterapeuta pode casar-se com sua paciente, depois de ter divorciado de sua legítima esposa, se já estiver casado. Freud desaconselha a fazer isso. Segunda Dar a terapia por terminada. Também esta alternativa não é recomendável. A paciente provará, com sintomas antigos ou novos, que o tratamento ainda não estava terminado. Terceira o terapeuta iniciará um namoro com sua paciente, o que pode ser até atraente no caso dela ser jovem, de corpo bem formado e manifestar todos os desejos de desejá-lo. Freud desaconselha também essa atitude. Quarta A atitude genuinamente terapêutica e profissional, que conduzirá á única solução verdadeira do impasse. O terapeuta fará bem em lembrar que para o amor, tão sensivelmente manifestado pela paciente, não existe outra razão a não ser uma razão neurótica. Em seguida, terá presente que o amor dela deve ter surgido num momento em que havia coisas importantes a serem contadas, isto é, coisas que deviam ser lembradas. Em vez de lembrar, a paciente revive o conteúdo de suas recordações. É vítima de transferência. O terapeuta, refletindo sobre tudo isso, deve perguntar sua paciente: Que lhe ocorre nesta demonstração de amor? Não é possível errar nessa pergunta e ele reiniciará o tratamento. Mas cada caso analítico é diferente do outro, mas se tratando de transferência da paciente ao analista o 2

23 mesmo deverá discernir e interpretar de maneira segura antes de tomar a atitude de realizar a pergunta acima sugerida por Freud (Ricardo L. Castro-2012). Para Freud, o papel da transferência na neurose (Uebertragungsneurose). Á análise ficou sendo uma análise da transferência. Podemos distinguir, portanto, três etapas na história da terapia psicanalítica. No início, a terapia consistia numa análise de sintomas. Depois, quando a resistência do paciente contra a lembrança sugerida pelo terapeuta foi aumentando de significação, surgiu à análise da resistência. Por fim, pareceu preferível falar de análise da transferência. Nessa sucessão de tipos de análises, a importância da pessoa do terapeuta vai crescendo. Na análise de sintomas o terapeuta julga que deve proceder - e é (Ricardo L. Castro-2012) á maneira de médico que examina uma doença corporal e tenta curá-la. Sua atividade circunscreve-se ao paciente, á estrutura doentia do mesmo e, na opinião do terapeuta, era isso o que bastava, pois ainda não suspeitava do papel que ele mesmo desempenhava. Na análise da transferência, surge a necessidade de prestar atenção á resistência oferecida pelo paciente aos seus esforços descobridores e a ele mesmo. Na análise da transferência, por fim, o que se torna objeto do tratamento é a relação com o terapeuta como tal. Para Freud a relação que o paciente mantém co o terapeuta fica sempre subordinada á atividade verdadeiramente, que deve ser realizada independentemente dessa relação, a saber: o lembrar-se. A transferência designada por Freud como um provisorium, uma solução provisória do paciente. Freud considerava qualquer forma de atividade do paciente como sendo de natureza provisória e, portanto, como deve ser ultrapassada. Todo agir na terapia, todo acting-out, como chorar, protestar, falar mal, queixar-se, calar-se, tudo o que cabe dentro do conceito de agir, merece do terapeuta a pergunta: De que se trata a realidade? De fato, todo agir encerra uma evocação do passado. O que importa na terapia é colocar a descoberto esse passado, conforme a convicção que Freud nunca abandonou. Freud dividiu as neuroses em dois grupos baseando-se no fato de o paciente conseguir ou não desenvolver e manter um conjunto relativamente coerente de reações transferências e mesmo assim agir na análise e no mundo externo. Os pacientes com uma neurose de transferência 2

24 conseguiam fazer isso ao passo que os pacientes sujeitos a neurose narcísica não o conseguiam (Freud, , p.341, 414, 415, ). Freud também empregou o termo neurose transferência para descrever aquela constelação de reações transferênciais na qual o analista e a análise se transformaram no centro da vida emocional do paciente e onde os conflitos neuróticos do paciente são revividos na situação analítica. Todos os aspectos importantes da doença do paciente serão revividos ou reencenados na situação analítica. A técnica psicanalítica é conduzida de modo a assegurar o desenvolvimento máximo da neurose transferencial. O relativo anonimato do analista, sua não-intromissão, assim chamada regra de abstinência e o comportamento semelhante ao do espelho do analista, tudo isso tem como objetivo manter um campo relativamente não contaminado para o florescimento da neurose transferencial (Fenichel, 1941, p.72; Gill, 1954). A neurose transferencial é um artifício da situação analítica e só pode ser desfeito pelo trabalho analítico. Vai funcionar como uma transição da doença para a saúde. Por outro lado, a neurose transferencial é o veículo mais importante para o êxito na psicanálise; por outro lado, é a causa mais freqüente do fracasso terapêutico. A neurose transferencial só pode ser resolvida pela análise; outros procedimentos como o tratamento através da ciência da psicologia ou psiquiatria só vão mudar a forma da neurose, piorando e assim perpetuá-la (Ricardo L. Castro-2012). A Psicanálise é a única forma de psicoterapia que procura solucionar as reações transferências analisando-as inteira e sistematicamente. Em algumas versões mais curtas e diluídas de psicanálise, isso só é conseguido parcial e seletivamente. Assim, poder-se-ia analisar apenas a transferência negativa quando esta ameaça romper o tratamento ou então se analisa apenas até certa profundidade exigida para que o paciente seja capaz de trabalhar na situação terapêutica. Em tais caos, existe sempre em resíduo de reações transferências não solucionadas depois que termina o tratamento. O que significa que permaneceu inalterada certa dose de neurose não analisada. Nas formas antianalíticas de psicoterapias, as reações transferências não são analisadas, mas gratificadas e manipuladas. O terapeuta assume o papel de alguma figura do passado, 2

25 real ou fantasiado e gratifica algum desejo infantil do paciente. O terapeuta poderia agir como um pai ou mãe amoroso ou incentivador ou como um moralista punidor e o paciente poderia sentir alguma melhora temporária ou até mesmo se sentir curado. Mas estas curas transferências sem a ciência da psicanálise são inapropriadas e assim se torna uma cura passageira, e a neurose transferencial se torna cada vez mais oculta, pois essa técnica da ciência da psicanalítica somente os psicanalistas conhecem-na e a estudam colocando-a em prática em seus divãs no ambiente psicanalítico (Ricardo L. Castro-2012). CAPÍTULO 4 RESISTÊNCIAS Conceito A resistência implica todas as forças dentro do paciente que se opõem aos procedimentos e processos do trabalho psicanalítico. Em maior ou menor grau, ela está presente desde o começo até o fim do tratamento. As resistências defendem o status quo da neurose do paciente. As resistências se opõem ao analista, ao trabalho analítico e ao ego racional do paciente. A resistência é um conceito operacional, não foi inventada recentemente pela análise. A situação analítica se transforma na arena em que as resistências se acabam revelando. As resistências são repetições de todas as operações defensivas utilizadas pelo paciente em sua vida passada. Todas as variações de fenômenos psíquicos podem ser utilizadas objetivando a resistência, mas qualquer que seja sua fonte, a resistência age através do ego do paciente. Embora alguns aspectos de uma resistência possam ser conscientes, uma parte fundamental é realizada pelo ego inconsciente. A terapia psicanalítica se caracteriza pela análise sistemática e completa das resistências. É trabalho de o analista descobrir como o paciente resiste a que está ele resistindo e por que ele age assim. A causa imediata de uma resistência é sempre evitar algum afeto doloroso como a ansiedade, culpa ou vergonha. Por trás deste motivo iremos encontrar um impulso instintual que disparou o afeto doloroso. No final das contas, descobrir-se-á 2

26 que é o medo de um estado traumático que a resistência está tentando evitar. Existem muitas maneiras de classificar as resistências. A distinção prática mais importante consiste em diferenciar as resistências do egossintônico das resistências do egodistônico. Se um paciente sente que uma resistência lhe é estranho, Está pronto a examiná-la analiticamente. Se o ego é sintônico, ele pode negar sua existência, diminuir sua importância ou racionalizá-la de longe. Um dos passos cruciais na análise de uma resistência é transformá-la num, a resistência egodistônica (consciente da resistência) para o paciente. Assim que isto é conseguido, o paciente vai estabelecer uma aliança de trabalho com o analista. Ele vai ficar temporário e parcialmente identificado com o analista, em sua disposição de trabalhar analiticamente suas resistências. Outras formas de psicoterapias tentam evitar ou superar as resistências por meio de sugestões ou utilizando drogas. É só na psicanálise que o terapeuta procura descobrir e interpretando a causa, motivo, forma e história das resistências. Um conceito prático Resistência quer dizer oposição. Todas as forças dentro do paciente que se opõem aos procedimentos e processos da análise, isto é, que impedem a associação livre, que bloqueiam as tentativas do paciente para recordar, obter e assimilar a compreensão interna, que age contra o ego racional do paciente e contra seu desejo de mudar; todas estas forças devem ser consideradas resistências. A resistência pode ser consciente, pré-consciente ou inconsciente e pode ser expressa por meio de emoções, atitudes, idéias, impulsos, pensamentos, fantasias ou ações. A resistência em essência é a força opositora do paciente, agindo contra o processo de análise, contra o analista e contra os procedimentos e processos analíticos. Em 1942 Freud havia reconhecido a importância da resistência ao afirmar: A resistência acompanha o tratamento em todos os seus passos. Toda e qualquer associação, todo o ato da pessoa em tratamento deve contar com a resistência e ela representa um compromisso entre as forças que estão lutando pela recuperação e as forças opositoras. 2

Freud e a Psicanálise

Freud e a Psicanálise Freud e a Psicanálise Doenças mentais eram originadas de certos fatos passados na infância dos indivíduos; Hipnose (para fazer com que seus pacientes narrassem fatos do seu tempo de criança); Hipnose:

Leia mais

Escola Secundária de Carregal do Sal

Escola Secundária de Carregal do Sal Escola Secundária de Carregal do Sal Área de Projecto 2006\2007 Sigmund Freud 1 2 Sigmund Freud 1856-----------------Nasceu em Freiberg 1881-----------------Licenciatura em Medicina 1885-----------------Estuda

Leia mais

Profa. Dra. Adriana Cristina Ferreira Caldana

Profa. Dra. Adriana Cristina Ferreira Caldana Profa. Dra. Adriana Cristina Ferreira Caldana PALAVRAS-CHAVE Análise da Psique Humana Sonhos Fantasias Esquecimento Interioridade A obra de Sigmund Freud (1856-1939): BASEADA EM: EXPERIÊNCIAS PESSOAIS

Leia mais

SIGMUND FREUD ( )

SIGMUND FREUD ( ) SIGMUND FREUD (1856-1939) Uma lição clínica em La Salpêtrière André Brouillet (1887) JOSEF BREUER (1842-1925) médico e fisiologista tratamento da histeria com hipnose JOSEF BREUER (1842-1925) método catártico

Leia mais

Psicanálise: as emoções nas organizações

Psicanálise: as emoções nas organizações Psicanálise: as emoções nas organizações Objetivo Apontar a importância das emoções no gerenciamento de pessoas Definir a teoria da psicanálise Descrever os niveis da vida mental Consciente Subconscinete

Leia mais

Estruturas da Personalidade e Funcionamento do Aparelho Psíquico

Estruturas da Personalidade e Funcionamento do Aparelho Psíquico Estruturas da Personalidade e Funcionamento do Aparelho Psíquico Para Freud, a personalidade é centrada no crescimento interno. Dá importância a influência dos medos, dos desejos e das motivações inconscientes

Leia mais

CEP CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS

CEP CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS CEP CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS As pulsões e suas repetições. Luiz Augusto Mardegan Ciclo V - 4ª feira manhã São Paulo, maio de 2015. Neste trabalho do ciclo V apresentamos as análises de Freud sobre

Leia mais

SEQUENCIA EMOCIONAL. Freud

SEQUENCIA EMOCIONAL. Freud SEQUENCIA EMOCIONAL Freud Sequência Emocional - Introdução Dentro da terapia psicanalítica a sequência emocional assume importante papel na análise dos problemas e sintomas trazidos pelo paciente. Ela

Leia mais

A psicanálise surgiu na década de 1890, com Sigmund Freud

A psicanálise surgiu na década de 1890, com Sigmund Freud PSICANÁLISE A psicanálise surgiu na década de 1890, com Sigmund Freud médico neurologista interessado em achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos, principalmente histéricos.

Leia mais

Prof. Me. Renato Borges

Prof. Me. Renato Borges Freud: Fases do desenvolvimento Prof. Me. Renato Borges Sigmund Freud Médico Nasceu em 1856 na República Tcheca e viveu em Viena (Áustria). Morreu em Londres em 1839, onde se refugiava do Nazismo. As três

Leia mais

Principais correntes psicológicas do Século XX. Profª Bianca Werner Psicologia

Principais correntes psicológicas do Século XX. Profª Bianca Werner Psicologia Principais correntes psicológicas do Século XX Profª Bianca Werner Sigmund Freud Freud, judeu, nasceu em Viena no ano de 1856, onde formou-se em medicina. Ao terminar o curso, tornou-se aluno de neurologia

Leia mais

PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL. Profa. Fátima Soares

PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL. Profa. Fátima Soares PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL Profa. Fátima Soares Definições: A psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais do ser humano e todos os animais. Psicologia como ciência A psicologia

Leia mais

ANÁLISE DIDÁTICA. ceevix.com. Prof Me. Irisomar Fernandes Psicanalista Clínico Analista Diadata

ANÁLISE DIDÁTICA. ceevix.com. Prof Me. Irisomar Fernandes Psicanalista Clínico Analista Diadata ANÁLISE DIDÁTICA ceevix.com Prof Me. Irisomar Fernandes Psicanalista Clínico Analista Diadata 27 992246450 O QUE É ANÁLISE DIDÁTICA? Todo psicanalista deve passar pelo processo das análise clínicas e didáticas;

Leia mais

O Psicótico: aspectos da personalidade David Rosenfeld Sob a ótica da Teoria das Relações Objetais da Escola Inglesa de Psicanálise. Expandiu o entend

O Psicótico: aspectos da personalidade David Rosenfeld Sob a ótica da Teoria das Relações Objetais da Escola Inglesa de Psicanálise. Expandiu o entend A CLÍNICA DA PSICOSE Profª Ms Sandra Diamante Dezembro - 2013 1 O Psicótico: aspectos da personalidade David Rosenfeld Sob a ótica da Teoria das Relações Objetais da Escola Inglesa de Psicanálise. Expandiu

Leia mais

PSICOLOGIA JURÍDICA. Profa. Dra. Sônia Ap Belletti Cruz

PSICOLOGIA JURÍDICA. Profa. Dra. Sônia Ap Belletti Cruz PSICOLOGIA JURÍDICA Profa. Dra. Sônia Ap Belletti Cruz 2017 LIÇÕES DE MEDICINA LEGAL (ALMEIDA JR e COSTA JR, 1982, p. 405 411; p. 475-487) PSICANÁLISE: - Uma das vertentes da Psicologia. - Freud (1842-1935)

Leia mais

MECANISMOS DE DEFESA DO EGO. Prof. Domingos de Oliveira

MECANISMOS DE DEFESA DO EGO. Prof. Domingos de Oliveira MECANISMOS DE DEFESA DO EGO Prof. Domingos de Oliveira O método psicológico ou psicanalítico afirma que a origem da doença mental é decorrente de estados de perturbação afetiva ligada à história de pessoa.

Leia mais

AMOR PROVADO Ninho Bagunçado (Décimo primeiro ao décimo nono ano)

AMOR PROVADO Ninho Bagunçado (Décimo primeiro ao décimo nono ano) AMOR PROVADO Ninho Bagunçado (Décimo primeiro ao décimo nono ano) a) Manter uma identidade pessoal e uma identidade para o casamento > Dependência exagerada - A identidade do cônjuge é um reflexo do seu

Leia mais

7 GERAL DA RELAÇÃO Duas cartas que representam a essência da relação, a energia envolvida no relacionamento de ambas as partes.

7 GERAL DA RELAÇÃO Duas cartas que representam a essência da relação, a energia envolvida no relacionamento de ambas as partes. ANTÔNIO LEITURA PARA RELACIONAMENTO MÉTODO TEMPLO DE AFRODITE CASAS 1 E 2 MENTAL ELA E ELE Estas casas se referem a tudo que é pensamento racional, o que cada um pensa do outro e da relação, seus medos,

Leia mais

O diagnóstico da criança e a saúde mental de toda a família. Luciana Quintanilha, LCSW Assistente Social e Psicoterapeuta Clínica

O diagnóstico da criança e a saúde mental de toda a família. Luciana Quintanilha, LCSW Assistente Social e Psicoterapeuta Clínica Lidando com o inesperado O diagnóstico da criança e a saúde mental de toda a família Luciana Quintanilha, LCSW Assistente Social e Psicoterapeuta Clínica Para começar bem Olá! Sejam todos muito bem-vindos!

Leia mais

Ética e Organizações EAD 791. Prof. Wilson Amorim 30/Agosto/2017 FEA USP

Ética e Organizações EAD 791. Prof. Wilson Amorim 30/Agosto/2017 FEA USP Ética e Organizações EAD 791 Prof. 30/Agosto/2017 FEA USP Aula de Hoje 30/08 1) Origens da Ética (Sócrates, Aristóteles) 2) Razão, Necessidade, Desejo, Vontade 3) Ética e Psicanálise Referências CHAUÍ,

Leia mais

Personalidade(s) e Turismo

Personalidade(s) e Turismo Personalidade(s) e Turismo O que é Personalidade? Ela é inata ou aprendida? Personalidade/Personalidades É uma organização dinâmica de partes interligadas, que vão evoluindo do recém-nascido biológico

Leia mais

Curso de Psicologia Componente Curricular: Técnicas Psicoterápicas I Professor: Sócrates Pereira

Curso de Psicologia Componente Curricular: Técnicas Psicoterápicas I Professor: Sócrates Pereira Curso de Psicologia Componente Curricular: Técnicas Psicoterápicas I Professor: Sócrates Pereira socratespferreira@hotmail.com O Primeiro Contato A Entrevista Inicial Critérios de Analisibilidade Contrato

Leia mais

52 TWEETS SOBRE A TRANSFERÊNCIA

52 TWEETS SOBRE A TRANSFERÊNCIA 52 TWEETS SOBRE A TRANSFERÊNCIA S. Freud, J. Lacan, J-A Miller e J. Forbes dialogando sobre a transferência no tweetdeck A arte de escutar equivale a arte do bem-dizer. A relação de um a outro que se instaura

Leia mais

Curso de Atualização em Psicopatologia 7ª aula Decio Tenenbaum

Curso de Atualização em Psicopatologia 7ª aula Decio Tenenbaum Curso de Atualização em Psicopatologia 7ª aula Decio Tenenbaum Centro de Medicina Psicossomática e Psicologia Médica do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro 6ª aula Psicopatologia

Leia mais

Resiliência: Superando sua dificuldades. Kaique Mathias Da Silva Wendel Juan Oliveira Reolon

Resiliência: Superando sua dificuldades. Kaique Mathias Da Silva Wendel Juan Oliveira Reolon Resiliência: Superando sua dificuldades Kaique Mathias Da Silva Wendel Juan Oliveira Reolon Dedicamos este livro ao Professor Marcelino Felix, por nos incentivar a faze-lo. ÍNDICE 1 O que é Resiliência

Leia mais

3.15 As psicoses na criança e no adolescente

3.15 As psicoses na criança e no adolescente Páginas para pais: Problemas na criança e no adolescente 3.15 As psicoses na criança e no adolescente Introdução As psicoses são doenças mentais raras que, geralmente, se iniciam no fim da adolescência

Leia mais

A contribuição winnicottiana à teoria do complexo de Édipo e suas implicações para a

A contribuição winnicottiana à teoria do complexo de Édipo e suas implicações para a A contribuição winnicottiana à teoria do complexo de Édipo e suas implicações para a prática clínica. No interior de sua teoria geral, Winnicott redescreve o complexo de Édipo como uma fase tardia do processo

Leia mais

A REPETIÇÃO NO CAMPO CLÍNICO

A REPETIÇÃO NO CAMPO CLÍNICO A REPETIÇÃO NO CAMPO CLÍNICO Maria Teresa de Oliveira Mirás Psicóloga Virgínia da Silva Ferreira Psicóloga / Psicanalista Email: virferreira16@gmail.com RESUMO O presente artigo tem o propósito de discutir

Leia mais

Patrícia Poppe XIII Encontro Luso-Brasileiro e XV Congresso Nacional da SPGPAG O Grupo: Espelho de Afetos; Construção de vínculos Lisboa,

Patrícia Poppe XIII Encontro Luso-Brasileiro e XV Congresso Nacional da SPGPAG O Grupo: Espelho de Afetos; Construção de vínculos Lisboa, O Grupo de Pais na Escola Mudanças e Enriquecimento de Vínculos Patrícia Poppe XIII Encontro Luso-Brasileiro e XV Congresso Nacional da SPGPAG O Grupo: Espelho de Afetos; Construção de vínculos Lisboa,

Leia mais

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem Parte 4. Professora: Nathália Bastos

PEDAGOGIA. Aspecto Psicológico Brasileiro. Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem Parte 4. Professora: Nathália Bastos PEDAGOGIA Aspecto Psicológico Brasileiro Parte 4 Professora: Nathália Bastos FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES Consiste no modo de funcionamento psicológico tipicamente humano. Ex: capacidade de planejamento,

Leia mais

Sigmund Freud Profª Karina Oliveira Bezerra p.456, 467 e 458

Sigmund Freud Profª Karina Oliveira Bezerra p.456, 467 e 458 Sigmund Freud 1856-1839 Profª Karina Oliveira Bezerra p.456, 467 e 458 Inconsciente Freud, no início do século XX, pôs em questão o otimismo racionalista. Fez descobertas que, até agora, continuam impondo

Leia mais

FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS LUMNI CURSO PRESENCIAL 2018/19 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS LUMNI CURSO PRESENCIAL 2018/19 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS LUMNI CURSO PRESENCIAL 2018/19 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO SUMÁRIO Conheça todo o conteúdo do nosso curso de Formação de Terapeutas Módulo 1 - Psicanálise... 03 Módulo 2 - Regressão de

Leia mais

CEP - Centro de Estudos Psicanalíticos. A psicanálise como berço ou por que tratamos apenas crianças em nossos consultórios

CEP - Centro de Estudos Psicanalíticos. A psicanálise como berço ou por que tratamos apenas crianças em nossos consultórios CEP - Centro de Estudos Psicanalíticos Luis Fernando de Souza Santos Trabalho semestral - ciclo II (terças 19h30) A psicanálise como berço ou por que tratamos apenas crianças em nossos consultórios Se

Leia mais

2º Semestre de Aluno: Renata de Novaes Rezende. Ciclo IV Quarta-feira (manhã) Título: Uma breve reflexão sobre o filme Divertida Mente

2º Semestre de Aluno: Renata de Novaes Rezende. Ciclo IV Quarta-feira (manhã) Título: Uma breve reflexão sobre o filme Divertida Mente 2º Semestre de 2015 Aluno: Renata de Novaes Rezende Ciclo IV Quarta-feira (manhã) Título: Uma breve reflexão sobre o filme Divertida Mente O filme Divertida Mente, que tem como título original Inside Out,

Leia mais

IIº Congresso Sul Brasileiro SUL SC. 19 a 21/08/2011

IIº Congresso Sul Brasileiro SUL SC. 19 a 21/08/2011 IIº Congresso Sul Brasileiro Jaraguá do SUL SC 19 a 21/08/2011 Co-dependência Ana Martins Godoy Pimenta O Que é e Quem é? DEPENDENTE: portador de uma doença progressiva, que pode tornar-se fatal levando

Leia mais

Ao término desta unidade, você será capaz de:

Ao término desta unidade, você será capaz de: Aula 02 PRINCIPAIS ESCOLAS Objetivos de aprendizagem Ao término desta unidade, você será capaz de: Conhecer as principais escolas da Psicologia Compreender as principais Correntes teóricas da Psicologia.

Leia mais

Eva Maria Migliavacca

Eva Maria Migliavacca N Eva Maria Migliavacca este trabalho serão abordados alguns aspectos que podem ser observados no decorrer do processo terapêutico psicanalítico e desenvolvidas algumas reflexões a respeito. O trabalho

Leia mais

SOCIEDADES E ASSOCIAÇÕES DE PSICOTERAPIA PROTOCOLADAS ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PSICANÁLISE E PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA

SOCIEDADES E ASSOCIAÇÕES DE PSICOTERAPIA PROTOCOLADAS ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PSICANÁLISE E PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA SOCIEDADES E ASSOCIAÇÕES DE PSICOTERAPIA PROTOCOLADAS ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PSICANÁLISE E PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA Apresentação da psicoterapia e do(s) modelo(s) teórico(s) subjacente(s) A Associação

Leia mais

Reencontra. a tua relação em 7 PASSOS

Reencontra. a tua relação em 7 PASSOS Reencontra a tua relação em 7 PASSOS O princípio Criei este E-book para passar o meu testemunho e inspirar-te, não te vou dar a formula mágica para um relacionamento perfeito, lamento, se aceitares o meu

Leia mais

Nova Esperança para a Vida Por David Batty

Nova Esperança para a Vida Por David Batty Nova Esperança para a Vida Por David Batty Projeto 302 Nome do Aluno Data do Início / / Data do Fim / / 2 Nova Esperança Para a Vida Lição 302 David Batty 1ª Edição Brasil As referências Bíblicas usadas

Leia mais

Amor x Solidão CONSCIÊNCIA. Sabedoria - Paz. Compreensão. Entendimento. Ego Conhecimento

Amor x Solidão CONSCIÊNCIA. Sabedoria - Paz. Compreensão. Entendimento. Ego Conhecimento Amor x Solidão CONSCIÊNCIA Sabedoria - Paz Compreensão Entendimento Ego Conhecimento Todo o mal, solidão, medo de amar, conflito, nascem do Ego. A consciência é muito maior, transcende o espírito, se vive

Leia mais

ÍNDICE. Prólogo...13 Prefácio Capítulo 1 Introdução...25

ÍNDICE. Prólogo...13 Prefácio Capítulo 1 Introdução...25 ÍNDICE Prólogo...13 Prefácio...21 Capítulo 1 Introdução...25 Capítulo 2 O mecanismo de deixar ir...31 O que é?...31 Os sentimentos e os mecanismos mentais...33 Os sentimentos e o stress...36 Os acontecimentos

Leia mais

SARA CARDOSO. Escolho Ser Feliz. Um guia para uma autoestima mais forte e uma vida mais positiva. Pergaminho

SARA CARDOSO. Escolho Ser Feliz. Um guia para uma autoestima mais forte e uma vida mais positiva. Pergaminho Escolho Ser Feliz SARA CARDOSO Escolho Ser Feliz Um guia para uma autoestima mais forte e uma vida mais positiva Pergaminho Aceitação em vez de negação A aceitação é o oposto da negação, ou da resistência

Leia mais

PSICANÁLISE SIGMUND FREUD Nasceu na Freiberg, Morávia, em Ingressou na Universidade de Viena em 1873, tornando-se médico em Primeiramente,

PSICANÁLISE SIGMUND FREUD Nasceu na Freiberg, Morávia, em Ingressou na Universidade de Viena em 1873, tornando-se médico em Primeiramente, Psicanálise PSICANÁLISE SIGMUND FREUD Nasceu na Freiberg, Morávia, em 1856. Ingressou na Universidade de Viena em 1873, tornando-se médico em 1881. Primeiramente, dedica-se à psiquiatria, concluindo que

Leia mais

AS DIMENSÕES BÁSICAS DO ACONSELHAMENTO DIMENSÃO = SENTIDO EM QUE SE MEDE A EXTENSÃO PARA AVALIÁ-LA.

AS DIMENSÕES BÁSICAS DO ACONSELHAMENTO DIMENSÃO = SENTIDO EM QUE SE MEDE A EXTENSÃO PARA AVALIÁ-LA. AS DIMENSÕES BÁSICAS DO ACONSELHAMENTO DIMENSÃO = SENTIDO EM QUE SE MEDE A EXTENSÃO PARA AVALIÁ-LA. BÁSICO = QUE SERVE DE BASE; QUE ENTRA NA BASE; FUNDAMENTAL; PRINCIPAL; ESSENCIAL. O Conselheiro em Dependência

Leia mais

Curso de Atualização em Psicopatologia 2ª aula Decio Tenenbaum

Curso de Atualização em Psicopatologia 2ª aula Decio Tenenbaum Curso de Atualização em Psicopatologia 2ª aula Decio Tenenbaum Centro de Medicina Psicossomática e Psicologia Médica do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro 2ª aula Diferenciação

Leia mais

Doença Mental??? Conceitos Fundamentais da Saúde Mental e seus fatores prédisponetes. Ou Saúde Mental???? Saúde Mental é...

Doença Mental??? Conceitos Fundamentais da Saúde Mental e seus fatores prédisponetes. Ou Saúde Mental???? Saúde Mental é... Emergências Psiquiátricas Conceitos Fundamentais da Saúde Mental e seus fatores prédisponetes Doença Mental??? Ou Saúde Mental???? Prof Esp. Enfª Priscila Maria Marcheti Fiorin Saúde Mental é... Usado

Leia mais

GERENCIANDO O STRESS DO DIA-A-DIA GRAZIELA BARON VANNI

GERENCIANDO O STRESS DO DIA-A-DIA GRAZIELA BARON VANNI GERENCIANDO O STRESS DO DIA-A-DIA GRAZIELA BARON VANNI Psicóloga clínica Especializada em Terapia Cognitivo Comportamental pelo CPCS Diretora da Clínica Qualidade de Vida R. Dom Pedro II, 2066 F. 16 3376-1129

Leia mais

FORMAÇÃO GESTÃO DE EQUIPAS 1. INTRODUÇÃO

FORMAÇÃO GESTÃO DE EQUIPAS 1. INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO A cada encontro com o outro surgem novas opiniões, novas ideias, diferentes projectos ou mesmo discussões, fricções, perdas de tempo e sentimentos feridos. Gerir diferenças entre as pessoas

Leia mais

Capítulo 16 Intimidade Sexual

Capítulo 16 Intimidade Sexual Capítulo 16 Intimidade Sexual Você sabia? Muitas pessoas que sofreram algum evento cardíaco têm medo de voltar a fazer sexo ou preocupações a esse respeito. Sentir medo ou preocupação é uma forma de o

Leia mais

INSTITUTO BRASILEIRO DE HIPNOSE (IBH) Gil Gomes. Mestre em Psicologia Diretor do IBH

INSTITUTO BRASILEIRO DE HIPNOSE (IBH) Gil Gomes. Mestre em Psicologia Diretor do IBH INSTITUTO BRASILEIRO DE HIPNOSE (IBH) Gil Gomes Mestre em Psicologia Diretor do IBH O TRABALHO COM IMAGENS MENTAIS Gil Gomes PASSOS DA TERAPIA: 1. Identificação do Esquema (QE Young et al.,2008). 2. Identificação

Leia mais

Dra. Nadia A. Bossa FRACASSO ESCOLAR: UM OLHAR PSICOPEDAGÓGICO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGENS

Dra. Nadia A. Bossa FRACASSO ESCOLAR: UM OLHAR PSICOPEDAGÓGICO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGENS FRACASSO ESCOLAR: UM OLHAR PSICOPEDAGÓGICO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGENS CONHECIMENTO E DESEJO NA CONSTITUIÇÃO DO SER HUMANO uma abordagem psicopedagógica do processo de aprendizagem dra. Nadia Aparecida

Leia mais

Gelder M, Mayou R, Geddes J. Psiquiatria. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1999.

Gelder M, Mayou R, Geddes J. Psiquiatria. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1999. Diretrizes de abordagem psicoterápica na atenção primária Alexandre de Araújo Pereira ASPECTOS GERAIS Os profissionais que atuam em serviços de atenção primária de saúde frequentemente interagem com uma

Leia mais

CEP -CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS. Curso de Formação em Pasicanálise. Ciclo IV 3ª Noite

CEP -CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS. Curso de Formação em Pasicanálise. Ciclo IV 3ª Noite CEP -CENTRO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS Curso de Formação em Pasicanálise Ciclo IV 3ª Noite O atravessamento da Psicanálise em meu cotidiano Nathália Miyuki Yamasaki 2014 Chego para análise e me ponho a

Leia mais

Lembre-se de uma situação em que (situação e motivos):

Lembre-se de uma situação em que (situação e motivos): Lembre-se de uma situação em que (situação e motivos): 1 você adorou uma pessoa no primeiro momento em que a conheceu e confirmou essa simpatia ao longo do tempo 2 você adorou uma pessoa no primeiro momento

Leia mais

MENSUTE 2014 PSICOPEDAGOGIA. Prof.ª Suzane Maranduba AULA 4. Freire e mandella

MENSUTE 2014 PSICOPEDAGOGIA. Prof.ª Suzane Maranduba AULA 4. Freire e mandella MENSUTE 2014 PSICOPEDAGOGIA AULA 4 Prof.ª Suzane Maranduba Freire e mandella 1 A MINHA PRÁTICA PESSOAL REFLETE A MINHA PRÁTICA PROFISSIONAL Suzane Maranduba sumário SUMÁRIO 1. Anamnese 2. Desenvolvimento

Leia mais

OBJETIVO VISÃO GERAL SUAS ANOTAÇÕES

OBJETIVO VISÃO GERAL SUAS ANOTAÇÕES OBJETIVO Empregar técnicas de entrevistas, sabendo fazer perguntas abertas e fechadas para descobrir as necessidades do cliente e oferecer soluções que satisfaçam estas necessidades. VISÃO GERAL Saber

Leia mais

COMO DIZER NÃO FALANDO SIM. Um guia rápido para pais que desejam se reconectar aos seus filhos

COMO DIZER NÃO FALANDO SIM. Um guia rápido para pais que desejam se reconectar aos seus filhos COMO DIZER NÃO FALANDO SIM Um guia rápido para pais que desejam se reconectar aos seus filhos Índice Introdução Capítulo 1 Autoconhecimento Capítulo 2 Curiosidade Capítulo 3 Elogios Capítulo 4 Sentimentos

Leia mais

6 Dicas para Ter uma Conversa Interessante Em Encontros

6 Dicas para Ter uma Conversa Interessante Em Encontros 6 Dicas para Ter uma Conversa Interessante Em Encontros Saiba como ter uma conversa agradável que conquiste o homem Eu imagino que você possa provavelmente estar rindo e pensando, Eu nunca tive problemas

Leia mais

ORIENTAÇÃO DOUTRINÁRIA EM CASOS DE ATENDIMENTO FRATERNO

ORIENTAÇÃO DOUTRINÁRIA EM CASOS DE ATENDIMENTO FRATERNO CURSO A PRÁTICA DA FRATERNIDADE NOS CENTROS ESPÍRITAS ORIENTAÇÃO DOUTRINÁRIA EM CASOS DE ATENDIMENTO FRATERNO Estudaremos nesta videoaula alguns casos de Atendimento Fraterno com as possíveis orientações

Leia mais

Sandra de Mendonça Mallet Psicóloga - Pós-Graduada em Saúde Pública, Sexualidade e Reabilitação do Idoso contato -

Sandra de Mendonça Mallet Psicóloga - Pós-Graduada em Saúde Pública, Sexualidade e Reabilitação do Idoso contato - Teorias Psicológicas do Envelhecimento Sandra de Mendonça Mallet Psicóloga - Pós-Graduada em Saúde Pública, Sexualidade e Reabilitação do Idoso contato - sandramallet@bol.com.br Algumas reflexões sobre

Leia mais

Bárbara da Silva. Português. Aula 26 Interpretação de textos do Enem II

Bárbara da Silva. Português. Aula 26 Interpretação de textos do Enem II Bárbara da Silva Português Aula 26 Interpretação de textos do Enem II Saber ler e interpretar um texto é o primeiro passo na resolução de qualquer questão do Enem. A compreensão do enunciado é uma chave

Leia mais

Como lidar construtivamente com a raiva?

Como lidar construtivamente com a raiva? Como lidar construtivamente com a raiva? Maria Bartolomeu Psicoterapeuta. Formadora. Mentora Embora possa parecer generalização, a maioria das pessoas sentem dificuldade em relação à emoção: raiva. Ou

Leia mais

Resolução de conflitos e como lidar com pessoas difíceis. Miguel Cavalcanti AgroTalento

Resolução de conflitos e como lidar com pessoas difíceis. Miguel Cavalcanti AgroTalento Resolução de conflitos e como lidar com pessoas difíceis Miguel Cavalcanti AgroTalento Parabéns!! :-) Você não está aqui por acaso Desafio: não seja um aluno, seja um professor Sugestão Pegue um caderno

Leia mais

Seminário sobre O homem dos lobos. Jacques Lacan

Seminário sobre O homem dos lobos. Jacques Lacan Seminário sobre O homem dos lobos Jacques Lacan Jacques Lacan fez este seminário em 1952. As notas aqui publicadas, inéditos também em francês, provém de um ouvinte e são redigidas por Jacques- Alain Miller.

Leia mais

Olá, aqui é Marina Carvalho e é um prazer para mim estar aqui de novo com você, nesse segundo vídeo dessa série especial: Como Conquistar suas Metas

Olá, aqui é Marina Carvalho e é um prazer para mim estar aqui de novo com você, nesse segundo vídeo dessa série especial: Como Conquistar suas Metas Olá, aqui é Marina Carvalho e é um prazer para mim estar aqui de novo com você, nesse segundo vídeo dessa série especial: Como Conquistar suas Metas Pessoais e Profissionais ainda neste ano No vídeo de

Leia mais

Psicologia da Educação III. Profa. Cecília Regina Carlini Ferreira Coelho

Psicologia da Educação III. Profa. Cecília Regina Carlini Ferreira Coelho Psicologia da Educação III Profa. Cecília Regina Carlini Ferreira Coelho Conteúdos desta aula - continuação Três teorias psicológicas sobre o desenvolvimento humano. Piaget; Freud; Vygotsky; Fórum da próxima

Leia mais

O INSIGHT: O SALTO, A DESCONTINUIDADE, SUA

O INSIGHT: O SALTO, A DESCONTINUIDADE, SUA O INSIGHT: O SALTO, A DESCONTINUIDADE, SUA IMPORTÂNCIA E COMO CHEGAR A ELE Prof. André Galvan INSIGHT Ter um insight significar descobrir ou perceber algo que antes você não percebia, sobre si mesmo, ou

Leia mais

Como a análise pode permitir o encontro com o amor pleno

Como a análise pode permitir o encontro com o amor pleno Centro de Estudos Psicanalíticos - CEP Como a análise pode permitir o encontro com o amor pleno Laura Maria do Val Lanari Ciclo II, terça-feira à noite O presente trabalho tem por objetivo relatar as primeiras

Leia mais

Sumário. Parte I VISÃO GERAL. Parte II COMUNICAÇÃO E RELAÇÃO. Introdução A medicina da pessoa...31

Sumário. Parte I VISÃO GERAL. Parte II COMUNICAÇÃO E RELAÇÃO. Introdução A medicina da pessoa...31 Sumário Introdução...25 Parte I VISÃO GERAL 1. A medicina da pessoa...31 Um pouco de história saúde-doença: evolução do conceito...31 Período pré-histórico...31 Período histórico primórdios...33 O antigo

Leia mais

O CONFLITO ENTRE DESEJOS CONSCIENTES E DESEJOS INCONSCIENTES. Palestra # 45

O CONFLITO ENTRE DESEJOS CONSCIENTES E DESEJOS INCONSCIENTES. Palestra # 45 O CONFLITO ENTRE DESEJOS CONSCIENTES E DESEJOS INCONSCIENTES Palestra # 45 NECESSIDADES REAIS CRIANÇA Necessidade Fundamental é, SOBREVIVÊNCIA, que é INSTINTIVA R Ser Amado, Calor, Afeto Para o V Ser Visto,

Leia mais

Decio Tenenbaum

Decio Tenenbaum Decio Tenenbaum decio@tenenbaum.com.br Fator biográfico comum: Patologia dos vínculos básicos ou Patologia diádica Papel do vínculo diádico: Estabelecimento do espaço de segurança para o desenvolvimento

Leia mais

Vou apresentar-te alguns erros com exemplos para perceberes melhor o que quero partilhar contigo:

Vou apresentar-te alguns erros com exemplos para perceberes melhor o que quero partilhar contigo: Ao longo da tua vida, foste interpretando as experiências de uma determinada forma, forma essa muitas vezes enviesada pelo teu ângulo e pelo teu sistema de crenças. Os erros cognitivos estão implícitos

Leia mais

Índice. 8-9 Porque é que o papá já não está em casa? Tu e a mãe vão voltar a estar juntos? Vocês ainda gostam um do outro?

Índice. 8-9 Porque é que o papá já não está em casa? Tu e a mãe vão voltar a estar juntos? Vocês ainda gostam um do outro? Índice 3 Como usar este livro 4-7 Introdução 8-9 Porque é que o papá já não está em casa? 10-11 Onde é que vou viver? 12-13 Tu e a mãe vão voltar a estar juntos? 14-15 Vocês ainda gostam um do outro? 16-17

Leia mais

Desafio Juntos Contra o Câncer. Encontro 1

Desafio Juntos Contra o Câncer. Encontro 1 Desafio Juntos Contra o Câncer Encontro 1 TEMA: QUAL A MENTALIDADE DE QUEM VENCE O CÂNCER? 1) TER FORTES RAZÕES PARA VIVER Quem tem um porquê, pode superar quase todo como. - Não querer morrer é diferente

Leia mais

Para ler. A força do não

Para ler. A força do não Para ler A força do não 08 14 Dói dizer e ouvir não! Devemos dizer não aos filhos, Não se pode dar tudo aquilo que os filhos querem, essas frases são constantemente ditas e a maioria concorda com isso.

Leia mais

Uma cena pode ser incompleta ou com falhas, mas usando a edição correta podemos torna-la a uma cena muito empolgante. O oposto também pode acontecer

Uma cena pode ser incompleta ou com falhas, mas usando a edição correta podemos torna-la a uma cena muito empolgante. O oposto também pode acontecer Uma cena pode ser incompleta ou com falhas, mas usando a edição correta podemos torna-la a uma cena muito empolgante. O oposto também pode acontecer podemos filmar uma cena incrível mas se não a editamos

Leia mais

Módulo 2. Voz Interior

Módulo 2. Voz Interior Amor-próprio DIANA DUARTE Módulo 2. Voz Interior Lição 4. Erros Cognitivos No Módulo 1. Amor incondicional na Lição 6 e 7 apresentei-te dois erros cognitivos presentes na forma como interpretas as tuas

Leia mais

Bem Vera Luz em parceria com Anabela Francisco. Vera luz Programa de Desenvolvimento Pessoal Anabela Francisco

Bem Vera Luz em parceria com Anabela Francisco. Vera luz Programa de Desenvolvimento Pessoal Anabela Francisco Bem Vind@ Programa de Desenvolvimento Pessoal Vera Luz em parceria com Anabela Francisco Anabela Francisco Bem Vind@ e parabéns pela tua coragem de saíres da zona de conforto! Depois de anos a trabalhar

Leia mais

ANALISTAS E ANALISANDOS PRECISAM SE ACEITAR: REFLEXÕES SOBRE AS ENTREVISTAS PRELIMINARES

ANALISTAS E ANALISANDOS PRECISAM SE ACEITAR: REFLEXÕES SOBRE AS ENTREVISTAS PRELIMINARES ANALISTAS E ANALISANDOS PRECISAM SE ACEITAR: REFLEXÕES SOBRE AS ENTREVISTAS PRELIMINARES 2014 Matheus Henrique de Souza Silva Psicólogo pela Faculdade Pitágoras de Ipatinga-MG. Especializando em Clínica

Leia mais

À VANGLÓRIA PERDIDA: Complexo de Inferioridade GILDEMAR DOS SANTOS

À VANGLÓRIA PERDIDA: Complexo de Inferioridade GILDEMAR DOS SANTOS À VANGLÓRIA PERDIDA: Complexo de Inferioridade GILDEMAR DOS SANTOS VITORIA DA CONQUISTA - BA AGO / 2016 1 Gildemar dos Santos Pr. Presidente: Assembleia de Deus Ministerio Pentecostal Chamas do Espirito

Leia mais

Na década de 80(denominada a década do cérebro)se intensificaram.os estudos dirigido ao cérebro,estas investigações levaram a determinar Que as

Na década de 80(denominada a década do cérebro)se intensificaram.os estudos dirigido ao cérebro,estas investigações levaram a determinar Que as Na década de 80(denominada a década do cérebro)se intensificaram.os estudos dirigido ao cérebro,estas investigações levaram a determinar Que as emoções exercem um papel fundamental e definitivo na capacidade

Leia mais

Feedback. Conceito de. Sumário. Conceito de Feedback. Escuta ativa. Obstáculos (dar / receber feedback) Feedback STAR

Feedback. Conceito de. Sumário. Conceito de Feedback. Escuta ativa. Obstáculos (dar / receber feedback) Feedback STAR Sumário Conceito de Feedback Escuta ativa Obstáculos (dar / receber feedback) Feedback STAR Recomendações para eficácia de sua sessão de feedback Conceito de Feedback Feedback é o retorno que alguém obtém

Leia mais

Contrabaixo Minimalista

Contrabaixo Minimalista Contrabaixo Minimalista Valorizando as coisas que realmente são importantes e jogando o resto fora. Olá Baixista, Tudo bem? Antes de abordarmos o tema principal deste ebook, gostaria de falar um pouco

Leia mais

CLÍNICA, TRANSFERÊNCIA E O DESEJO DO ANALISTA 1 CLINIC, TRANSFERENCE AND DESIRE OF THE ANALYST. Fernanda Correa 2

CLÍNICA, TRANSFERÊNCIA E O DESEJO DO ANALISTA 1 CLINIC, TRANSFERENCE AND DESIRE OF THE ANALYST. Fernanda Correa 2 CLÍNICA, TRANSFERÊNCIA E O DESEJO DO ANALISTA 1 CLINIC, TRANSFERENCE AND DESIRE OF THE ANALYST Fernanda Correa 2 1 Monografia de Conclusão do Curso de Graduação em Psicologia 2 Aluna do Curso de Graduação

Leia mais

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA RECAÍDA

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA RECAÍDA PROGRAMA DE PREVENÇÃO DA RECAÍDA Apresentado por Givanildo Trindade Assistente Social Especialista: Dependência Química com ênfase em Saúde Mental...Objetivo da Aula Identificar a importância do conceito

Leia mais

A nossa sexualidade é uma construção que se inicia na vida intra-uterina e nos acompanha por toda nossa existência.

A nossa sexualidade é uma construção que se inicia na vida intra-uterina e nos acompanha por toda nossa existência. A nossa sexualidade é uma construção que se inicia na vida intra-uterina e nos acompanha por toda nossa existência. Viver na idade adulta uma sexualidade satisfatória depende do desenvolvimento psicossexual

Leia mais

Autor Rodolfo Bracali. To Open

Autor Rodolfo Bracali. To Open Autor Rodolfo Bracali To Open Rodolfo Bracali Livro de Abrindo Portas Pensamento Desbloqueios Belo Horizonte Livro Digitais - 2016 2016 by Editora Livro digitais Capa: Rodolfo Bracali Design Índice para

Leia mais

Autoconhecimento. Sri Prem Baba. "Tome cuidado com o que você deseja. Você pode acabar conseguindo Scott Flanagan

Autoconhecimento. Sri Prem Baba. Tome cuidado com o que você deseja. Você pode acabar conseguindo Scott Flanagan Autoconhecimento Quem somos? Por que estamos aqui? O que realmente buscamos? Estamos sempre insatisfeitos, querendo mais, pois nada pode preencher o vazio de não sermos quem somos. Sri Prem Baba Enquanto

Leia mais

Daniel Sampaio (D. S.) Bom dia, João.

Daniel Sampaio (D. S.) Bom dia, João. Esfera_Pag1 13/5/08 10:57 Página 11 João Adelino Faria (J. A. F.) Muito bom dia. Questionamo- -nos muitas vezes sobre quando é que se deve falar de sexo com uma criança, qual é a idade limite, como é explicar

Leia mais

Prof. Me. Renato R. Borges. facebook.com/prof. Renato.Borges -

Prof. Me. Renato R. Borges. facebook.com/prof. Renato.Borges  - 1961 Prof. Me. Renato R. Borges A minha alma descansa somente em Deus; dele vem a minha salvação. Salmos 62:1 facebook.com/prof. Renato.Borges 1 Carl Gustav Jung nasceu em Kesswyl, na Suíça em julho de

Leia mais

TABUADA DAS OBJEÇÕES

TABUADA DAS OBJEÇÕES TABUADA DAS OBJEÇÕES Você já sentiu acuada, sem palavras ao ouvir alguma objeção de sua potencial iniciada!? As pessoas que você vai abordar são tão especiais quanto você e se elas disserem não, lembre-se

Leia mais

TEXTO COMPLEMENTAR PARA LEITURA DA AULA 03 PROFESSORA ANDRÉA ZELAQUETT - CURCEP ENTREVISTA COMPLETA COM MARIA DA PENHA

TEXTO COMPLEMENTAR PARA LEITURA DA AULA 03 PROFESSORA ANDRÉA ZELAQUETT - CURCEP ENTREVISTA COMPLETA COM MARIA DA PENHA TEXTO COMPLEMENTAR PARA LEITURA DA AULA 03 PROFESSORA ANDRÉA ZELAQUETT - CURCEP ENTREVISTA COMPLETA COM MARIA DA PENHA Onze anos depois, publicou o livro Sobrevivi... Posso contar, que serviu para denunciar

Leia mais

l. Você notou algum padrão nessas reações (os momentos em que as coisas melhoram, horário do dia, semana, estação)?

l. Você notou algum padrão nessas reações (os momentos em que as coisas melhoram, horário do dia, semana, estação)? Entrevista inicial para terapia cognitivo-comportamental Nome: Data: 1. Data de nascimento e idade. 2. Estado civil, filhos (nome e idade). 3. Situação de vida atual. Com quem você vive? Como é o local?

Leia mais

Módulo 5. Corpo de Emoções

Módulo 5. Corpo de Emoções Amor-próprio DIANA DUARTE Módulo 5. Corpo de Emoções Lição 2. Reciclagem Emocional Gosto da designação de reciclagem emocional para representar a forma como podes lidar com as tuas emoções, e como as podes

Leia mais

Depressão. Em nossa sociedade, ser feliz tornou-se uma obrigação. Quem não consegue é visto como um fracassado.

Depressão. Em nossa sociedade, ser feliz tornou-se uma obrigação. Quem não consegue é visto como um fracassado. O QUE É SAÚDE? É o nosso estado natural. Segundo a O.M.S. saúde é mais do que a ausência de doença ou enfermidade: É o estado de perfeito bem-estar físico, mental e social. Depressão Em nossa sociedade,

Leia mais

INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA PSICANALÍTICA. Profa. Dra. Laura Carmilo granado

INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA PSICANALÍTICA. Profa. Dra. Laura Carmilo granado INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA PSICANALÍTICA Profa. Dra. Laura Carmilo granado Pathos Passividade, paixão e padecimento - padecimentos ou paixões próprios à alma (PEREIRA, 2000) Pathos na Grécia antiga Platão

Leia mais

coleção Conversas #21 - ABRIL e t m o se? Respostas perguntas para algumas que podem estar passando pela sua cabeça.

coleção Conversas #21 - ABRIL e t m o se? Respostas perguntas para algumas que podem estar passando pela sua cabeça. Sou bem que ele mais v coleção Conversas #21 - ABRIL 2015 - m o c está l e g i o h a que e l apenas por in e t. er e s se? Será Respostas perguntas para algumas que podem estar passando pela sua cabeça.

Leia mais