UNIVERSIDADE POSITIVO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ORGANIZAÇÃO E MUDANÇA

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1 UNIVERSIDADE POSITIVO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ORGANIZAÇÃO E MUDANÇA TESE DE DOUTORADO APRENDIZAGEM EMPREENDEDORA NA PRÁTICA: FRAGMENTOS DO CONHECIMENTO ESTÉTICO-SENSÍVEL NA TRAJETÓRIA DE VIDA DE EMPREENDEDORES FUNDADORES DE STARTUPS SÉRGIO VOGT CURITIBA 2019

2 SÉRGIO VOGT APRENDIZAGEM EMPREENDEDORA NA PRÁTICA: FRAGMENTOS DO CONHECIMENTO ESTÉTICO-SENSÍVEL NA TRAJETÓRIA DE VIDA DE EMPREENDEDORES FUNDADORES DE STARTUPS Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Administração, ao Programa de Pós-Graduação em Administração, da Universidade Positivo. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Yara Lucia M. Bulgacov CURITIBA 2019

3 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da Universidade Positivo - Curitiba PR Elaborado pela Bibliotecária Priscila Fernandes de Assis (CRB-9/1852) V886 Vogt, Sérgio. Aprendizagem empreendedora na prática: fragmentos do conhecimento estético-sensível na trajetória de vida de empreendedores fundadores de startups / Sérgio Vogt. Curitiba : Universidade Positivo, f. Tese (Doutorado) Universidade Positivo, Programa de Pósgraduação em Administração, Orientador: Prof. Dr. Yara Lucia M. Bulgacov. 1. Administração. 2. Empreendedores Biografia. 3. Aprendizagem. I. Bulgacov, Yara Lucia M. II. Título. CDU :37(043.3)

4 AGRADECIMENTOS Ao concluir esta jornada do doutoramento, o meu sentimento é de gratidão. Sou grato por muitos motivos: pelo dom da vida e pela saúde, por tantos momentos, por muitas pessoas que permaneceram comigo ou mesmo que tive contato no decorrer do caminho: família, amigos, professores, colegas, alunos, empreendedores e tantas outras que conheci. Lembrar e nomear todas seria impossível! Assim, endereço meu agradecimento de forma especial Ao programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Positivo, principalmente a minha orientadora Prof.ª Dr.ª Yara Lucia M. Bulgacov pela mentoria no decorrer do processo.... Ao Prof. Dr. Rafael Alcadipani por me receber como aluno visitante na linha de pesquisa Estudos Organizacionais da FGV-EAESP durante a coleta de dados.... À Prof.ª Dr.ª Sara Elias pela oportunidade de desenvolver meu período sanduíche na University of Victoria Canadá.... À Banca de Qualificação do projeto de tese formada pelos professores: Yara Lucia M. Bulgacov, Eros Nogueira, Sérgio Bulgacov, Natália Rese e Sara Elias.... À Banca de Defesa de Tese formada pelos professores: Yara Lucia M. Bulgacov, Sérgio Bulgacov, Mario Procopiuck, Sara Elias e Ricardo Pimentel.... Aos membros das bancas avaliadoras de Consórcio Doutoral (X EGEPE/2018 e do XLII EnANPAD/2018) que contribuíram com o desenvolvimento desse trabalho.... Aos avaliadores dos eventos e periódicos a quem, os artigos, frutos desta tese, foram submetidos, que também contribuíram para o amadurecimento das propostas encaminhadas.... À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelas bolsas de auxílio à pesquisa no decorrer do doutoramento, bem como na modalidade doutorado sanduíche no Exterior. Encerro, agradecendo a tantos pesquisadores que, muito antes de mim, se dedicaram à construção do conhecimento que foi fundamental para essa minha jornada. Que cada citação e referência dessa pesquisa sejam um sinal de expressão da minha gratidão.

5 Ao conversar com um artista plástico e lhe perguntar sobre o processo de fazer um vaso de barro, ele disse que o processo começa com uma ideia. Depois falou que visualiza o que quer como objeto final e então prepara o barro para fazer o vaso. Porém, disse que a ideia pode mudar na medida em que o barro conversa com ele. Surpreso com essa descrição, perguntei: Como o barro conversa com você? Então, repentinamente ele levantou os braços e disse com um sorriso no rosto: Conversa através das minhas mãos!

6 RESUMO O campo de estudo do empreendedorismo não é recente e já foi explorado por meio de diferentes perspectivas. No final da década de oitenta, uma nova possibilidade oportunizou que o tema fosse analisado enquanto um processo dinâmico. Essa mudança levou os pesquisadores a questionar de que maneira ocorre o tornar-se empreendedor. Diante disso, aproximaram-se os pressupostos das teorias sobre empreendedorismo e da aprendizagem, inaugurando uma nova temática, denominada de Aprendizagem Empreendedora (AE). Dessa maneira, para descobrir como estão sendo conduzidos os estudos sobre esse tema no cenário nacional e internacional, realizou-se nessa tese de doutorado o levantamento sistemático da produção de conhecimento em diferentes bases acadêmicas de dados. Este estudo, realizado dentro de uma perspectiva histórica, apontou as possibilidades de pesquisas ainda não exploradas, principalmente no que se refere ao desenvolvimento de aproximações empíricas sobre a aprendizagem empreendedora na esfera nacional. Assim, após realizar um resgate histórico do surgimento da Aprendizagem Empreendedora e descrever como ocorreu o seu desenvolvimento ao apontar as diferentes perspectivas empregadas, esta tese de doutorado sugere que a abordagem da prática social seja utilizada como lente teórico-metodológica para o estudo da AE. A aprendizagem, como tema de investigação, tem sido explorada pelas perspectivas cognitiva, experiencial e social e, mais recentemente, a partir da prática. Dessa forma, em se tratando de uma reflexão sobre como ocorre o processo da aprendizagem empreendedora na prática, esta tese objetiva também a apresentar a argumentação que revele a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem, e propor um conjunto metodológico na investigação empírica da aprendizagem empreendedora por meio dessa abordagem teórica. Para isso, foi realizada, também por meio do resgate histórico, a contextualização sobre o cenário que favoreceu esse novo olhar sobre a prática e possibilitou o surgimento das bases teóricas que se dedicam em estudá-la. Assim, são apresentados argumentos que realçam a conexão direta e estreita entre a concepção de prática e de aprendizagem, na medida em que se estabelece uma relação mútua, equivalente e de constituição, pois a aprendizagem constitui e se constitui por meio de diversas práticas sociais. Após a argumentação que as práticas são o loci da aprendizagem, pois construída como participação na prática, na medida em que, mente e corpo, conhecedor e conhecido, sentimentos e emoções, entendimento e conhecimento se tornam entrelaçados, destaca-se que, embora os sentidos sejam reconhecidos como relevantes para a aprendizagem nas organizações, pesquisadores da aprendizagem empreendedora precisam explorar os aspectos estéticos e sensoriais envolvidos no processo. Dessa maneira, a partir dos conceitos de Knowing in Practice, Conhecimento Estético e Conhecimento Sensível, até então utilizados especialmente nos estudos organizacionais, foi explorado como a aprendizagem empreendedora se desenrola ao longo do tempo, no decorrer da vida de fundadores de startups. Metodologicamente, dentro de uma abordagem qualitativa e interpretativa, a História de Vida foi utilizada como estratégia orientadora e método de coleta de dados. Adicionalmente, visando delimitar a investigação das experiências dos empreendedores, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com foco em histórias temáticas. Para analisar os dados, foram utilizadas duas estratégias interconectadas a análise narrativa e o método abdutivo. A partir da

7 história e das histórias da vida de empreendedores fundadores de startups, foi possível desvendar processos de aprendizagem que ocorreram em suas vidas mesmo antes deles se envolverem em uma prática empreendedora. Os resultados permitiram a identificação do envolvimento dos empreendedores com uma textura de práticas sociais e a utilização das faculdades perceptivo-sensoriais visão, audição, olfato, tato e paladar, e o julgamento estético no decorrer do processo de aprendizado. O envolvimento em diferentes práticas aponta a trajetória de vida dos empreendedores como um contínuo processo de aprendizado, no qual são revelados fragmentos de formas não convencionais de conhecimento (estético e sensível) que empreendedores desenvolvem ao longo da trajetória de sua vida e que mediam o processo de aprendizagem. A principal contribuição dessa tese é promover um novo entendimento sobre a natureza situada da aprendizagem empreendedora como um processo iniciado antes mesmo da efetiva ação empreendedora. Metodologicamente, a pesquisa sugere um caminho que pode contribuir para a formação de uma agenda de pesquisa no contexto brasileiro no que tange às pesquisas relacionadas ao processo de aprendizagem de empreendedores em diferentes áreas. Palavras-chave: Teorias da Prática Social; Knowing in Practice; Aprendizagem Empreendedora; Conhecimento Estético-Sensível; História de Vida.

8 ABSTRACT The field of entrepreneurship is not new and has been explored through different perspectives. At the end of the eighties, a new possibility allowed this theme to be analyzed as a dynamic process. This change has led researchers to question how 'becoming' entrepreneurial. Given this, assumptions of the theories about entrepreneurship and learning were associated, inaugurating a new theme, called Entrepreneurial Learning (EL). Thus, to find out how studies on this topic are being conducted on the national and international scene, it was carried out a systematic literature review in different academic databases about the production of knowledge. This study, conducted from a historical perspective, revealed the possibilities of research not yet explored, especially regarding the development of empirical approaches on entrepreneurial learning at the national level. Thus, after conducting a historical review of the emergence of Entrepreneurial Learning and describing how its development occurred by pointing out the different perspectives employed, this doctoral thesis suggests that the social practice approach be used as a theoreticalmethodological lens for the study of EL. Hence, as a reflection on how the entrepreneurial learning process occurs in practice, this thesis also aims to present an argument that reveals the indissolubility between practice and learning and to propose a methodological set in the empirical investigation of entrepreneurial learning by through this theoretical approach. For this, also through a historical review, it was pointed out the contextualization about the scenario that favored this new look on the practice and made possible the emergence of the theoretical bases dedicated to studying it. Thus, arguments are presented to emphasize the direct and close connection between the conception of practice and learning, as a mutual, equivalent and constitutive relationship is established since learning constitutes and is constituted through various social practices. After arguing that practices are the loci of learning, as it is built when involvement in practice takes place, once mind and body, knowing and known, feelings and emotions, understanding and knowledge become intertwined, it is noteworthy that although while senses are recognized as relevant to learning in organizations, entrepreneurial learning researchers need to explore how the aesthetic and sensorial aspects are involved in this process. Thus, based on the concepts of Knowing in Practice, Aesthetic Knowledge, and Sensible Knowledge, hitherto used especially in organizational studies, it was explored how entrepreneurial learning unfolds over the course of the life of startup founders. Methodologically, within a qualitative and interpretative approach, Life History was used as a guiding strategy and data gathering method. Additionally, aiming to delimit the investigation of entrepreneurs experiences, semi-structured interviews were conducted focusing on thematic stories. To data analysis, two interconnected strategies were used narrative analysis and abductive method. Thereby, from life history and life stories of the startup founding entrepreneurs, it was possible to unveil previous entrepreneurial learning processes that occurred in their lives even before they became involved in an entrepreneurial practice. This was possible because results allowed the identification of entrepreneurs' involvement in a texture of social practices and the use of perceptive-sensorial faculties - sight, hearing, smell, touch and taste, and aesthetic judgment during the learning process. The involvement in different practices points to entrepreneurs' life trajectories as a continuous learning process, in which, fragments of unconventional forms of knowledge (aesthetic and

9 sensible) are revealed since they mediate this process. Therefore, the main contribution of this thesis is to promote a new understanding of the situated nature of entrepreneurial learning as a process that begins even before the current entrepreneurial action. Methodologically, the research suggests a path that may contribute to the formation of a research agenda in the Brazilian context regarding research related to the learning process of entrepreneurs in different areas. Keywords: Social Practice Theories; Knowing in Practice; Entrepreneurial Learning; Aesthetic-Sensible Knowledge, Life History.

10 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AE ANPAD EaP EnANPAD KinP PDW Aprendizagem Empreendedora Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração Entrepreneurship as Practice Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração Knowing in Practice Paper Development Workshop

11 SUMÁRIO 1 Introdução Quadro Teórico de Referência Artigo I Aprendizagem Empreendedora: Conhecendo o Passado e Vislumbrando o Futuro Artigo II A Indissolubilidade entre a Prática (Social) e a Aprendizagem Artigo III A Perspectiva das Práticas Sociais para o Entendimento da AE Proposição Metodológica Defendida Artigo IV História de Vida de Empreendedores: Estratégia e Método de Pesquisa para Estudar a AE Resultados Defendendo uma Tese Artigo V Fragmentos do Conhecimento Estético-Sensível na Trajetória de Vida de Empreendedores Considerações Finais Referências Apêndices... 31

12 1 Introdução A aprendizagem se desenvolve como um processo (Hjorth e Johannisson, 2009; Hjorth et al., 2015) interconectado em uma textura de diferentes práticas sociais (Gherardi e Nicolini, 2002; Gherardi, 2009). Por exemplo, este estudo é fruto de um processo de aprendizagem que se desenrolou principalmente no decorrer do doutoramento uma prática acadêmica. Porém, visto que nossas experiências são contínuas e conectadas (Dewey, 1980), ele também possui raízes em momentos anteriores ao presente período. A conexão dessa pesquisa e a minha trajetória pessoal origina-se, primeiramente, no fato de ter crescido entre e convivido com empreendedores. Nesse percurso, me recordo de momentos em que questionava sobre seus perfis, comportamentos e escolhas. No geral, empreendedores despertavam a minha curiosidade. Em segundo lugar, acredito que a experiência como professor de empreendedorismo me fez questionar como seria possível ensinar esse tema e contribuir com a (trans)formação (Hjorth, 2003; Hjorth e Johannisson, 2009) de sujeitos em empreendedores. Por essas, entre outras razões, a pesquisa sobre a aprendizagem empreendedora (AE) atende um desejo pessoal/profissional de compreender o processo de aprendizagem dos empreendedores. Tendo escolhido esse tema para a tese de doutorado, faltava uma base teórica que pudesse dar suporte à pesquisa. A escolha do arcabouço teórico que me guiou nessa jornada é resultado de um processo de amadurecimento enquanto pesquisador, pois, ao estudar a construção social da realidade (Berger e Luckmann, 2014) como visão de mundo, me identifiquei com tal perspectiva. No entanto, somente na medida em que me aprofundei nos pressupostos das práticas sociais (Schatzki et al., 2001), adquiri um entendimento da organização do mundo social. Por isso, a lente da prática social se revelou adequada (e somente mais tarde fui perceber que já havia um movimento do campo) para a investigação do fenômeno que me propus a pesquisar. Após essas definições, permanecia ainda a necessidade de endereçar a investigação para uma lacuna de pesquisa. A minha visão da realidade empreendedora, construída durante anos pelo conhecimento empírico (informal) nesse campo, sustentava que o processo de aprendizagem dos empreendedores 11

13 era multifacetado. Contudo, existia a demanda de organizar, revisar e aprender mais sobre aquilo que até então eu já sabia sobre esse fenômeno. Isso ocorreu aos poucos, na medida em que estudei o que já havia sido teorizado sobre a AE. Por exemplo, Wang et al. (2014, p. 353) sugeriram que mais pesquisas eram necessárias para entender como empreendedores aprendem na vida real e se preparam para os desafios de empreender, especialmente porque pouca pesquisa empírica existe para revelar os diferentes contextos em que os empreendedores aprendem e se preparam para o empreendedorismo (Wang et al., 2015, p. 236). Essa lacuna levou o campo de pesquisa sobre a AE a considerar a natureza situada do processo da aprendizagem empreendedora. Assim, pesquisas no cenário internacional passaram a utilizar bases teóricas que empregam fundamentos das teorias da prática (Lefebvre et al., 2015; Terzieva, 2016; Rae, 2017; Secundo et al., 2017; Toutain et al., 2017; Hafeez et al., 2018). Além disso, diante da movimentação na investigação sobre a AE na esfera internacional, no contexto brasileiro, além da produção acadêmica ser incipiente (Vogt e Bulgacov, 2019a), as pesquisas realizadas têm utilizado perspectivas teóricas (especialmente a cognitiva e experiencial) consideradas ultrapassadas na observação da aprendizagem dos empreendedores (Andrade e Olave, 2015; Fortes et al., 2016; Silva et al., 2017; Arantes et al., 2018). Isto é, os primeiros modelos desenvolvidos para o entendimento da AE são empregados na pesquisa empírica em diferentes contextos brasileiros. Observando essa dinâmica do campo de estudo da aprendizagem empreendedora nessas duas esferas nacional e internacional, identifiquei a oportunidade de sugerir avanços em ambos cenários. Dessa forma aproximo conceitos, até então não utilizados, mas ligados às teorias da prática social, para a busca de compreensão da AE. Primeiramente, o conceito de Knowing in Practice (KinP) (Strati, 2003; Gherardi, 2009), uma vez que, as práticas (sociais) são consideradas o loci da aprendizagem. Bem como duas formas não convencionais de conhecimento: o Conhecimento Estético (Strati, 2003; Taylor e Hansen, 2005; Ewenstein e Whyte, 2007; Stigliani e Ravasi, 2018) e o Conhecimento Sensível (Strati, 2007; Gherardi e Perrotta, 2014; Willems, 2018). Embora esses conceitos já sejam utilizados nos estudos de fenômenos organizacionais conforme as referências 12

14 utilizadas apontam, eles ainda não foram empregados na pesquisa da aprendizagem de empreendedores. Dessa maneira, a minha jornada de investigação permitiu que eu identificasse uma oportunidade de pesquisa e propusesse a seguinte tese: A aprendizagem empreendedora é um processo que inicia anteriormente à execução de uma ação empreendedora, constituindo-se do envolvimento em uma textura de práticas sociais mediada pela dimensão estética-sensível ao longo da trajetória de vida de empreendedores. Isso me levou a formulação da seguinte pergunta de pesquisa: Como o conhecimento estético-sensível, mediado na textura de práticas sociais, que fundadores de startups se envolvem em suas trajetórias de vida, constitui a aprendizagem empreendedora? Para nortear a busca por respostas para essa questão, o objetivo geral foi apreender a mediação do conhecimento estéticosensível na textura das práticas sociais ao longo da trajetória de vida dos empreendedores que constitui a aprendizagem empreendedora. Enquanto desdobramento desse objetivo geral, buscou-se identificar, a partir de narrativas históricas, a textura de práticas que caracteriza a trajetória de vida dos empreendedores fundadores de startups; identificar momentos de knowing in practice como parte de um processo que se desdobra do envolvimento nessa textura de práticas sociais; e identificar a mediação das faculdades perceptivo-sensoriais e o julgamento estético que sustentam o processo da aprendizagem empreendedora. Do ponto de vista de contribuição prática, à obtenção de novas respostas sobre a AE pode contribuir para que empreendedores se tornem conscientes do seu envolvimento em um processo de aprendizado e de constituição. Bem como, criar subsídios para que atuais e futuros empreendedores identifiquem caminhos para avançar na jornada de empreender. Além disso, o descortinar da aprendizagem empreendedora, enquanto um processo ancorado em práticas sociais, pode auxiliar no desenvolvimento da educação empreendedora, oferecendo suporte a educadores que atuam no ensino do empreendedorismo. Para dar conta de responder à pergunta de pesquisa definida, seguir os objetivos que norteiam a pesquisa e trazer contribuições de cunho teórico e prático, essa tese segue o modelo escandinavo (Gustavii, 2012). Nesse modelo, a tese é estruturada de acordo com artigos que compõem a pesquisa. Dessa maneira, as seções seguintes se dividem da seguinte forma: 13

15 a) Quadro Teórico de Referência. Essa seção enfatiza a construção histórica relativa ao surgimento da AE, as diferentes fases e perspectivas que se destacaram na investigação desse tema no decorrer dos anos. Com isso, pretende-se realizar um mapeamento do campo de estudo, a fim de identificar a lacuna de pesquisa. Em seguida, são exibidos argumentos que apontam e descrevem a lente teórica empregada na pesquisa. O objetivo é sugerir a perspectiva da prática social (e seus pressupostos) para o entendimento do processo da aprendizagem empreendedora. Compõem essa seção os seguintes artigos (disponíveis na íntegra nos Apêndices I, II e III): VOGT, S.; BULGACOV, Y. L. M. Aprendizagem Empreendedora: Conhecendo o Passado e Vislumbrando o Futuro. Desenvolvimento em Questão, v. 17, n. 49, p , ISSN VOGT, S.; BULGACOV, Y. L. M.; MACHADO, R. C. Quem sabe faz (ou já fez) ao vivo! : Um ensaio teórico sobre a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem. Revista Ciências Administrativas, v. 26, n. 1, p. 1-14, ISSN VOGT, S.; BULGACOV, Y. L. M. Aprender, Empreender e Aprender: a Perspectiva da Prática para o Entendimento do Processo da Aprendizagem Empreendedora. Revista da Micro e Pequena Empresa, v. 12, n. 3, p , ISSN b) Proposição Metodológica Defendida. Tendo em vista que a pesquisa se propõe a investigar o processo de aprendizagem de empreendedores ancorada em relatos históricos, a partir da mediação do conhecimento estético-sensível, aqui será apresentada a proposta metodológica que viabilizou o estudo empírico. Essa seção baseia-se no artigo apresentado no XLII Encontro da ANPAD EnANPAD (Vogt e Bulgacov, 2018b). Após o evento, o artigo foi reformulado, incorporando elementos empíricos e aceito para publicação (disponível no Apêndice IV): VOGT, S.; BULGACOV, Y. L. M. História de Vida de Empreendedores: Estratégia e Método de Pesquisa para Estudar a Aprendizagem Empreendedora. Rev. Empreendedorismo Gest. Pequenas Empres. - REGEPE, v. 8, n. 3, p , ISSN

16 c) Resultados - Defendendo uma Tese. Após a aplicação empírica da proposta metodológica sugerida, e da posterior análise dos dados, os resultados obtidos foram apresentados em uma seção de Paper Development Workshops PDW na 4th Annual Entrepreneurship as Practice Conference (Vogt et al., 2019b). Depois do feedback obtido e da posterior reformulação do artigo, o trabalho foi submetido e encontra-se em avaliação para publicação (disponível no Apêndice V): VOGT, S.; BULGACOV, Y. L. M.; ELIAS, S. R. S. T. A. Entrepreneurial Learning among Practices: Fragments of Aesthetic-Sensible Knowledge in Entrepreneurs Life Trajectory. Working Paper, d) Considerações Finais. Nessa seção são realizados alguns apontamentos finais relativos à pesquisa. 15

17 2 Quadro Teórico de Referência 2.1 Artigo I Aprendizagem Empreendedora: Conhecendo o Passado e Vislumbrando o Futuro Tendo em vista que a pesquisa de Wang e Chugh (2014) apresentou o levantamento sistemático da literatura sobre AE na esfera internacional até o ano de 2011, havia a necessidade de atualização do mapeamento das pesquisas endereçadas a esse tema na literatura internacional. Além disso, também era necessária a investigação da produção de conhecimento sobre essa temática no cenário nacional. Dessa maneira, por meio de um levantamento sistemático da literatura sobre AE no cenário nacional e internacional, esse primeiro artigo (Vogt e Bulgacov, 2019a - Apêndice I) identifica o surgimento, a consolidação e o crescimento desse campo de pesquisa. Com base na pesquisa realizada foi possível identificar e organizar a distribuição de materiais produzidos (artigos publicados em periódicos ou apresentados em eventos, livros, capítulos de livros, teses e dissertações) no cenário nacional e internacional no decorrer das últimas décadas. Assim como também apontar os autores que produziram esses materiais e as fontes em que foram divulgados (principalmente periódicos e eventos). Em suma, a realização desse trabalho torna possível conhecer o histórico sobre esse tema, além de perceber a direção atual do campo e ressaltar as possibilidades futuras de pesquisa. 2.2 Artigo II A Indissolubilidade entre a Prática (Social) e a Aprendizagem A aprendizagem, como tema de investigação, tem sido explorada há diversas décadas por meio de diferentes perspectivas cognitiva, experiencial e a social 1 (Kolb, 1984; Lave, 1992; Wenger, 1998; Godoi e Freitas, 2008). E embora existam alguns indicativos já na década de noventa, foi mais recentemente que surgiu o interesse pela compreensão da aprendizagem a partir da prática. Essa lente supera a tendência individualista das correntes cognitiva e experiencial, e mesmo que também se apresente como uma visão social da aprendizagem, busca 1 Cada uma dessas perspectivas será abordada no artigo III no âmbito da aprendizagem empreendedora. 16

18 complementar alguns aspectos desse olhar, como por exemplo, quando centraliza como unidade de análise a prática (Lave e Wenger, 1991; Wenger, 1998; Gherardi, 2006; 2009; Bispo, 2013b; a; Gherardi e Strati, 2014; Bispo, 2015; Lave, 2015). Assim, nesse segundo artigo (Vogt et al., Apêndice II) é realizada a contextualização histórica do cenário que favoreceu um (novo) olhar sobre a prática e apontam-se alguns dos fundamentos das Teorias da Prática, a fim de construir a argumentação sobre a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem (com ênfase no conceito de Knowing in practice). Também é apresentada a possibilidade de pesquisa da aprendizagem por meio de um arcabouço teórico-metodológico das práticas, a fim de que se avance na busca de formas de operacionalização de estudos sobre a aprendizagem por meio dessa abordagem. 2.3 Artigo III A Perspectiva das Práticas Sociais para o Entendimento da AE Após o mapeamento das pesquisas realizadas sobre AE (objetivo atingido com o primeiro artigo) e da apresentação de pressupostos das teorias das práticas sociais como lente teórica-metodológica para estudo da aprendizagem (argumento defendido no segundo artigo), o terceiro artigo (Vogt e Bulgacov, 2018a - Apêndice III) identifica as perspectivas que se destacaram nas diferentes fases de estudo da aprendizagem empreendedora. Dentre as quais a cognitiva, na qual o conhecimento é adquirido, retido e utilizado no processo de aprendizagem (Young e Sexton, 1997); a experiencial, onde defende-se que a experiência dos empreendedores seria a base para o aprendizado (Cope e Watts, 2000); e a social, que considera os indivíduos atores sociais e o conhecimento uma construção social de significado (Rae, 2005). Porém, para ir além da apresentação das diferentes abordagens utilizadas, especialmente no início da pesquisa sobre a AE, esse artigo destaca que recentemente, principalmente em virtude do surgimento da comunidade de pesquisadores que se propõe a estudar o empreendedorismo com a lente da prática Entrepreneurship as Practice (EaP) (Gartner et al., 2016), surgiram pesquisas que passaram a considerar a natureza situada do processo da aprendizagem empreendedora (Lefebvre et al., 2015; Terzieva, 2016; Rae, 2017; Secundo et al., 2017; Toutain et al., 2017; Hafeez et al., 2018). Utilizando principalmente o conceito 17

19 de comunidades de prática (Mckeown, 2015; Cannavacciuolo et al., 2017; Kubberød e Pettersen, 2018). Contudo, essa realidade não faz parte do cenário nacional, pois até então a pesquisa endereçada a esse tema no contexto brasileiro reproduz (com certo atraso) aquilo que foi desenvolvido lá fora, especialmente utilizando modelos teóricos conceituais criados por autores como Rae (2004) e Politis (2005), e a base teórica de outros pesquisadores, como Pittaway e Cope (2007). Dessa forma, a proposta do emprego da lente da prática social para o estudo da aprendizagem empreendedora defendida nessa tese não visa apenas seguir uma tendência que está ocorrendo na esfera internacional, mas propõe caminhos até então não observados naquele contexto como a utilização dos conceitos de Knowing in Practice e do Conhecimento Estético e Sensível. Por isso, a pesquisa destaca a relevância do conceito do KinP como construção teórica que enfatiza a relação indissolúvel entre a/uma prática social e a aprendizagem (Gherardi, 2006). Também ressalta que, durante a jornada de envolvimento com determinadas práticas sociais (que compõem a textura de práticas da trajetória de vida dos empreendedores fundadores de startups), há mediação de formas não convencionais de conhecimento estético (Strati, 2003; Ewenstein e Whyte, 2007; Stigliani e Ravasi, 2018) e sensível (Strati, 2007; Gherardi e Perrotta, 2014; Willems, 2018). 18

20 3 Proposição Metodológica Defendida 3.1 Artigo IV História de Vida de Empreendedores: Estratégia e Método de Pesquisa para Estudar a AE Na busca de investigar e revelar processos de aprendizagem de empreendedores, especialmente em momentos anteriores ao atual envolvimento com uma ação empreendedora, esse artigo (Vogt e Bulgacov, 2019b - Apêndice IV), dentro de uma abordagem qualitativa e interpretativa, tendo como pressuposto a organização do mundo social em uma textura de diferente práticas (sociais), segue a sugestão de Gherardi (2012) sobre como conduzir estudos baseados na prática. Essa autora destaca que a investigação de uma prática pode ser tanto a partir de fora, na qual o foco é na regularidade das atividades e dos padrões que organizam uma determinada prática, mas também pode ser a partir de dentro, considerando o ponto de vista dos praticantes dessas atividades. Assim, enquanto estudar as práticas a partir de fora concentra a atenção dos pesquisadores no fazer, ao estudar as práticas a partir de dentro permite que seja observado o aprender. Dessa maneira, em se tratando de uma pesquisa com resgate histórico, o artigo destaca a contribuição da História de Vida (Hatch e Wisniewski, 2003) como estratégia orientadora e método de coleta de dados. Adicionalmente, visando delimitar a investigação das experiências e o envolvimento dos empreendedores com determinadas práticas, após a realização da estratégia/método de história de vida, esse quarto artigo sugere a Entrevista Temática (Alberti, 2013) a fim de que sejam explorados momentos específicos da trajetória de vida dos empreendedores. Fazendo isso, defende-se que é possível conduzir um estudo baseado na prática a partir de fora utilizando o a partir de de dentro de um narrador. Após a coleta de dados, para a análise foram usadas duas estratégias interconectadas: a análise narrativa, a fim de conectar, a partir das entrevistas narrativas, os eventos, as experiências e as ações dos entrevistados. Particularmente, focando no que e como foi dito, no processo interacional e dialógico entre o narrador e o pesquisador, e na natureza performativa do processo narrado, que inerentemente vai além do que é verbalizado (Rosenthal, 1993; Pamphilon, 1999; Riessman, 2005); e o método abdutivo, que propõe que a experiência dos sujeitos (do pesquisador, nesse caso) fomenta a capacidade de agir criativamente e 19

21 fazer uso do que está disponível (linguagem, conceitos e teorias) como ferramenta a ser usada para construir conhecimento quando, por exemplo, conexões são feitas entre passado e presente (Cunliffe e Coupland, 2011; Elkjaer, 2018; Simpson, 2018). A combinação dessas duas abordagens metodológicas resultou em um exercício de observação atenta e de reflexão (Dewey, 1980). Ou seja, rejeita-se a ideia de uma epistemologia espectadora, pois no percurso metodológico seguido foi adotada uma abordagem na qual o pesquisador estava envolvido no processo de investigação como participante (Simpson, 2018). Assim, tendo em vista o desafio que a tese inicialmente tinha que superar estudar a aprendizagem de empreendedores, utilizando a abordagem da prática, por meio de resgate histórico, o caminho metodológico percorrido foi suficiente para o atingimento dos objetivos da pesquisa. Especialmente porque ao observar as narrativas sobre a vida e as experiências que apontavam o envolvimento em determinadas práticas sociais, foi possível reconhecer, como destacado nesse artigo, momentos de KinP nas diferentes fases na vida dos entrevistados, e posteriormente destacar fragmentos do conhecimento estético-sensível que mediavam a aprendizagem dos empreendedores na textura de práticas que esses empreendedores se envolviam. Convém destacar que, enquanto o quinto artigo sugere diferentes abordagens qualitativas para que sejam empregadas nas pesquisas que envolvem o sensível e a estética, como vídeo etnografia ou investigação baseada em produções artísticas (poemas, desenhos e pinturas), também é reconhecida a genuinidade dos métodos escolhidos para essa pesquisa, uma vez que, eles não se objetivaram em criar nenhum viés na coleta de dados. Por exemplo, os fragmentos do conhecimento estético-sensível, conforme veremos na sequência, são fruto de relatos naturais por parte dos empreendedores participantes da pesquisa, pois surgiram em suas narrativas na medida em que narravam suas histórias, sem a necessidade de haver nenhuma menção por parte do pesquisador. 20

22 4 Resultados Defendendo uma Tese 4.1 Artigo V Fragmentos do Conhecimento Estético-Sensível na Trajetória de Vida de Empreendedores Tendo como objetivo central da tese apreender a mediação do conhecimento estético-sensível na textura de práticas sociais ao longo da trajetória de vida dos empreendedores, defendendo que é nessa jornada que se constitui a aprendizagem empreendedora, esse artigo (Vogt et al., 2019a - Apêndice V), enquanto parte da pesquisa que buscou investigar esse processo de (trans)formação, destaca que um conjunto de diferentes práticas sociais foi responsável pelo desenvolvimento de aprendizados práticas socioculturais da família; o envolvimento em diferentes práticas educacionais formais; o desenvolvimento de atividades profissionais; praticar algum hobby; bem como, para alguns dos empreendedores, já ter tido a experiência de ter empreendido anteriormente. Assim, esse artigo, na medida em que aponta a textura de práticas da vida dos entrevistados, argumentando sobre o desenvolvimento do KinP no decorrer da vida dos entrevistados, também expõe fragmentos do conhecimento estéticosensível na trajetória de vida desses empreendedores. Isso significa que os sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar), além de nos ajudar a perceber o mundo e dar sentido a ele, também contribuem para a construção de um repertório de conhecimentos. O que não foi diferente com os participantes da pesquisa, uma vez que o artigo destaca que as faculdades perceptivo-sensoriais e o julgamento estético foram fundamentais para que cada empreendedor(a) percebesse o (seu) mundo, reconhecesse/criasse oportunidades e decidisse criar um negócio disruptivo. 21

23 5 Considerações Finais Após propor que aprendizagem empreendedora é um processo que se inicia anteriormente à execução de uma ação empreendedora, constituindo-se a partir do envolvimento em uma textura de práticas sociais mediada pela dimensão estéticasensível ao longo da trajetória de vida de empreendedores e buscar apreender a mediação do conhecimento estético-sensível nessa textura, posso afirmar que a partir de narrativas históricas foi possível identificar um conjunto de práticas que caracteriza a trajetória de vida dos empreendedores fundadores de startups. Também foram apresentados, como parte de um processo que se desdobra do envolvimento nessa textura de práticas sociais, momentos em que houve o knowing in practice. E, por fim, por meio do exercício de observação e de reflexão sobre esses relatos, foi identificada a mediação das faculdades perceptivo sensoriais e o julgamento estético que sustentam o processo da aprendizagem empreendedora. Dessa maneira, ao apontar para a aprendizagem de empreendedores fundadores de startups destacando fragmentos do conhecimento estético-sensível na sua trajetória de vida, a principal contribuição dessa tese é desenvolver um novo entendimento da natureza situada da aprendizagem empreendedora como um processo iniciado antes mesmo da atual ação empreendedora e mediado pela dimensão estética-sensível. Metodologicamente, a pesquisa sugere um percurso metodológico que pode contribuir para a formação de uma agenda de pesquisa no contexto brasileiro no que tange às pesquisas relacionadas ao processo de aprendizagem de empreendedores em diferentes áreas. Após finalizar essa pesquisa, além do sentimento de gratidão já descrito anteriormente, destaco que houveram dificuldades no decorrer desse percurso, além dos desafios que são inerentes em uma pesquisa acadêmica dessa natureza. Ambos também se originam da falta de experiência do pesquisador. No entanto, permanece o sentimento de satisfação por ter passado por essa etapa de aprendizado e percebo o amadurecimento acadêmico adquirido. Assim, conduzida a pesquisa, ressalto que o conhecer na prática (KinP), também fez parte da minha experiência ao me envolver em uma prática social a da pesquisa acadêmica. Isso faz com que algumas das decisões tomadas, se houvesse a necessidade de trilhar o caminho percorrido novamente, talvez não fossem mais as mesmas. Isso diz respeito às limitações reconhecidas no decorrer do processo de condução da 22

24 pesquisa, especialmente no aspecto metodológico utilizado. Dessa forma, sugiro para futuras pesquisas que sejam empregados diferentes métodos qualitativos (por exemplo, vídeo-etnografia, investigação baseada em elementos artísticos (Antonacopoulou e Taylor, 2019; Taylor, 2019)) que permitam estudar a AE como um processo contínuo que ocorre na e em práticas e que é mediado pelo conhecimento estético-sensível. Além disso, formas alternativas que viabilizem a pesquisa acadêmica precisam ser desenvolvidas (Degama et al., 2019). Ao final dessa jornada, destaco que a minha expectativa é que esse estudo contribua com o que já vem sendo desenvolvido, mas também forneça um pontapé inicial para que seja explorada uma agenda de pesquisa que vise o descortinar da complexidade da AE no cenário nacional. Acredito que a utilização dos conceitos do conhecimento estético e sensível podem colaborar para que a comunidade acadêmica obtenha uma compreensão mais rica e diferenciada do mundo (Nicolini, 2012, p. 215), não só dentro do campo do empreendedorismo como prática ou da pesquisa sobre a aprendizagem empreendedora, mas para a teoria organizacional como um todo. 23

25 Referências ALBERTI, V. Manual de História Oral. 3 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, ISBN ANDRADE, J. R. G.; OLAVE, M. E. L. Aprendizagem empreendedora experiencial: estudo de múltiplos casos de pequenos empreendedores sergipanos. Revista da Micro e Pequena Empresa, v. 9, n. 2, p , ISSN ANTONACOPOULOU, E. P.; TAYLOR, S. S. Sensuous Learning for Practical Judgment in Professional Practice. New York: Palgrave Macmillan, ISBN ARANTES, F. P.; FREITAG, M. S. B.; SANTOS, E. L. S. Improvisação e Aprendizagem de Empreendedores Informais: A Experiência de Empreendedores Feirantes. REGEPE, v. 7, n. 3, p. 1-31, ISSN BERGER, P. L.; LUCKMANN, T. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. 36 ed. Petrópolis: Vozes, BISPO, M. D. S. Aprendizagem organizacional baseada no conceito de prática: contribuições de Silvia Gherardi. Revista de Administracao Mackenzie, v. 14, n. 6, p , 2013a. ISSN Estudos Baseados em Prática: Conceitos, História e Perspectivas. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, v. 2, n. 1, p , 2013b. ISSN Methodological Reflections on Practice-Based Research in Organization Studies. BAR - Brazilian Administration Review, v. 12, n. 3, p , ISSN CANNAVACCIUOLO, L. et al. Learning by failure vs learning by habits: Entrepreneurial learning micro-strategies as determinants of the emergence of colocated entrepreneurial networks. International Journal of Entrepreneurial Behaviour and Research, v. 23, n. 3, p , ISSN (ISSN). COPE, J.; WATTS, G. Learning by doing An exploration of experience, critical incidents and reflection in entrepreneurial learning. International Journal of Entrepreneurial Behaviour & Research, v. 6, n. 3, p , ISSN

26 CUNLIFFE, A.; COUPLAND, C. From hero to villain to hero: Making experience sensible through embodied narrative sensemaking. Human Relations, v. 65, n. 1, p , ISSN DEGAMA, N.; ELIAS, S.; PETICCA-HARRIS, A. The good academic: re-imagining good research in organization and management studies. Qualitative Research in Organizations and Management: An International Journal, v. 14, n. 1, p. 2-9, ISSN DEWEY, J. Art as Experience. 23rd Impression. New York: G. P. Putnam's Sons, ELKJAER, B. Pragmatism: Learning as creative imagination. In: ILLERIS, K. (Ed.). Contemporary Theories of Learning: Learning Theorists In Their Own Words. 2. New York: Routledge, cap. 5, p ISBN EWENSTEIN, B.; WHYTE, J. Beyond Words: Aesthetic Knowledge and Knowing in Organizations. Organization Studies, v. 28, n. 5, p , ISSN FORTES, G. P.; LOPES, C. C. S.; TEIXEIRA, R. M. Aprendizagem empreendedora para inovação: Estudo de casos de pequenas empresas do programa ALI. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, v. 10, n. 3, p , ISSN GARTNER, W. B. et al. Entrepreneurship as practice: grounding contemporary practice theory into entrepreneurship studies. Entrepreneurship & Regional Development, v. 28, n. 9-10, p , ISSN GHERARDI, S. Organizational Knowledge: The Texture of Workplace Learning. Oxford: BlackWell Publishing, ISBN Knowing and learning in practice based studies: an introduction. The Learning Organization, v. 16, n. 5, p , ISSN GHERARDI, S.; NICOLINI, D. Learning in a constellation of interconnected practices: canon or dissonance? Journal of Management Studies, v. 39, n. 4, p , ISSN GHERARDI, S.; PERROTTA, M. Between the hand and the head: How things get done, and how in doing the ways of doing are discovered. Qualitative Research in Organizations and Management, v. 9, n. 2, p , ISSN

27 GHERARDI, S.; STRATI, A. Administração e aprendizagem na prática. Rio de Janeiro: Elsevier, ISBN GODOI, C. K.; FREITAS, S. F. A Aprendizagem Organizacional sob a perspectiva Sócio-Cognitiva: Contribuições de Lewin, Bandura e Giddens. Revista de Negócios, v. 13, n. 4, p , ISSN GUSTAVII, B. How to prepare a scientific doctoral dissertation based on research articles. New York: Cambridge University Press, ISBN HAFEEZ, K. et al. How do entrepreneurs learn and engage in an online communityof-practice? A case study approach. Behaviour & Information Technology, v. 37, n. 7, p , ISSN X. HATCH, J. A.; WISNIEWSKI, R. Life History and Narrative. London: The Falmer Press, ISBN X. HJORTH, D. In the Tribe of Sisyphus: Rethinking Management Education from an Entrepreneurial Perspective. Journal of Management Education, v. 27, n. 6, p , ISSN HJORTH, D.; HOLT, R.; STEYAERT, C. Entrepreneurship and process studies. International Small Business Journal, v. 33, n. 6, p , ISSN HJORTH, D.; JOHANNISSON, B. Learning as an Entrepreneurial Process. Revue de l Entrepreneuriat, v. 8, n. 2, p , KOLB, D. A. Experiential learning: experience as the source of learning and development. New Jersey: Prentice Hall, KUBBERØD, E.; PETTERSEN, I. B. The role of peripherality in students entrepreneurial learning. Education + Training, v. 60, n. 1, p. 2-15, ISSN LAVE, J. Learning as participation in communities of practice. Annual Meeting of the American Educational Research Association, 1992, San Francisco, CA. p Aprendizagem como/na prática. Horizontes Antropológicos, v. 21, n. 44, p , ISSN

28 LAVE, J.; WENGER, E. Situated learning: Legitimate peripheral participation. Cambridge: University Press, ISBN LEFEBVRE, V.; RADU LEFEBVRE, M.; SIMON, E. Formal entrepreneurial networks as communities of practice: a longitudinal case study. Entrepreneurship & Regional Development, v. 27, n. 7-8, p , ISSN MCKEOWN, I. Entrepreneurial learning in small firm management teams. In: RAE, D. e WANG, C. L. (Ed.). Entrepreneurial Learning: New perspectives in research, education and practice. New York: Routledge Taylor & Francis Group, cap. 9, p ISBN NICOLINI, D. Practice theory, work, and organization: An introduction. 1. Oxford: University Press, PAMPHILON, B. The Zoom Model: A Dynamic Framework for the Analysis of Life Histories. Qualitative Inquiry, v. 5, n. 3, p , ISSN PITTAWAY, L.; COPE, J. Simulating entrepreneurial learning: Integrating experiential and collaborative approaches to learning. Management Learning, v. 38, n. 2, p , ISSN POLITIS, D. The process of entrepreneurial learning: A conceptual framework. Entrepreneurship Theory and Practice, v. 29, n. 4, p , ISSN RAE, D. Entrepreneurial learning: a practical model from the creative industries. Education + Training, v. 46, n. 8/9, p , ISSN Entrepreneurial learning: a narrative-based conceptual model. Journal of Small Business and Enterprise Development, v. 12, n. 3, p , ISSN Entrepreneurial learning: peripherality and connectedness. International Journal of Entrepreneurial Behaviour and Research, v. 23, n. 3, p , ISSN RIESSMAN, C. K. Narrative Analysis. In: KELLY, N.;HORROCKS, C., et al (Ed.). Narrative, memory and everyday life. Huddersfield: University of Huddersfield, p ISBN ROSENTHAL, G. Reconstruction of life stories: Principles of selection in generating stories for narrative biographical interviews. In: JOSSELSON, R. e LIEBLICH, A. (Ed.). The narrative study of lives. Newbury Park, CA: Sage, v.1, p

29 SCHATZKI, T. R.; CETINA, K. K.; SAVIGNY, E. V. The Practice Turn in Contemporary Theory. London: Routledge, ISBN X. SECUNDO, G. et al. Activating entrepreneurial learning processes for transforming university students idea into entrepreneurial practices. International Journal of Entrepreneurial Behaviour & Research, v. 23, n. 3, p , ISSN SILVA, J. C. P. D. et al. Aprendizagem empreendedora: estudo com gestores de tecnologia da informação. RACE - Revista de Administração, Contabilidade e Economia, v. 16, n. 3, p , ISSN SIMPSON, B. Pragmatism: A Philosophy of Practice. In: CASSELL, C.;CUNLIFFE, A. L., et al (Ed.). The SAGE Handbook of Qualitative Business and Management Research Methods: History and Traditions. Thousand Oaks: Sage, ISBN STIGLIANI, I.; RAVASI, D. The Shaping of Form: Exploring Designers Use of Aesthetic Knowledge. Organization Studies, v. 39, n. 5-6, p , ISSN STRATI, A. Knowing in practice: aesthetic understanding and tacit knowledge. In: NICOLINI, D.;GHERARDI, S., et al (Ed.). Knowing in Organizations. New York: M.E. Sharpe, p Sensible Knowledge and Practice-based Learning. Management Learning, v. 38, n. 1, p , ISSN TAYLOR, S. S. Aesthetics, Emotions, and Logics. Organizational Aesthetics, v. 8, n. 1, p. 1-4, TAYLOR, S. S.; HANSEN, H. Finding Form: Looking at the Field of Organizational Aesthetics. Journal of Management Studies, v. 42, n. 6, ISSN TERZIEVA, L. Entrepreneurial learning and communities of practice: The case of the cross-border cultural tourism development Bulgaria Romania. In: ATELJEVIC, J. e TRIVIĆ, J. (Ed.). Economic Development and Entrepreneurship in Transition Economies: Issues, Obstacles and Perspectives. Switzerland: Springer International Publishing, cap. 15, p ISBN TOUTAIN, O. et al. Role and impact of the environment on entrepreneurial learning. Entrepreneurship & Regional Development, v. 29, n. 9-10, p , ISSN

30 VOGT, S.; BULGACOV, Y. L. M. Aprender, Empreender e Aprender: a Perspectiva da Prática para o Entendimento do Processo da Aprendizagem Empreendedora. Revista da Micro e Pequena Empresa, v. 12, n. 3, p , 2018a. ISSN Histórias Orais da Vida de Empreendedores: Estratégia e Método de Pesquisa que possibilitam o Estudo de Processos de Aprendizagem baseados em Práticas. XLII Encontro da ANPAD - EnANPAD Curitiba, 2018b.. Aprendizagem Empreendedora: Conhecendo o Passado e Vislumbrando o Futuro. Desenvolvimento em Questão, v. 17, n. 49, p , 2019a. ISSN História de Vida de Empreendedores: Estratégia e Método de Pesquisa para Estudar a Aprendizagem Empreendedora. Rev. Empreendedorismo Gest. Pequenas Empres. - REGEPE, v. 8, n. 3, p , 2019b. ISSN VOGT, S.; BULGACOV, Y. L. M.; ELIAS, S. R. S. T. A. Entrepreneurial Learning among Practices: Fragments of Aesthetic-Sensible Knowledge in Entrepreneurs Life Trajectory, 2019a.. Entrepreneurial Learning in Practice: Fragments of Aesthetic-Sensible Knowledge in Entrepreneurs' Life Trajectory. 4th Annual Entrepreneurship as Practice, 2019b, Nantes. VOGT, S.; BULGACOV, Y. L. M.; MACHADO, R. C. "Quem sabe faz (ou já fez) ao vivo!": Um ensaio teórico sobre a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem. Revista Ciências Administrativas, v. 26, n. 1, ISSN WANG, C. L.; CHUGH, H. Entrepreneurial Learning: Past Research and Future Challenges. International Journal of Management Reviews, v. 16, n. 1, p , ISSN WANG, C. L. et al. Entrepreneurial preparedness: an exploratory case study of Chinese private enterprises. International Journal of Entrepreneurial Behavior & Research, v. 20, n. 4, p , ISSN WANG, C. L. et al. Entrepreneurial Preparedness: An exploratory case study of Chinese private enterprises. In: RAE, D. e WANG, C. L. (Ed.). Entrepreneurial Learning: New perspectives in research, education and practice. New York: Routledge Taylor & Francis Group, cap. 12, p ISBN

31 WENGER, E. Communities of practice: Learning, meaning, and identity. Cambridge: University Press, ISBN WILLEMS, T. Seeing and sensing the railways: A phenomenological view on practice-based learning. Management Learning, v. 49, n. 1, p , ISSN YOUNG, J. E.; SEXTON, D. L. Entrepreneurial Learning: A Conceptual Framework. Journal of Enterprising Culture, v. 05, n. 03, p , ISSN

32 APÊNDICES

33 Apêndice I

34 Aprendizagem Empreendedora Conhecendo o Passado e Vislumbrando o Futuro Recebido em: 22/11/2017 Aceito em: 23/5/2019 Sérgio Vogt, 1 Yara Lucia Mazziotti Bulgacov 2 RESUMO Os questionamentos que surgiram no campo de estudo do empreendedorismo no final da década de 80 incentivaram a realização de pesquisas que buscavam o entendimento do aprendizado no processo de empreender. Como resultado, inaugurou- -se uma nova temática denominada de Aprendizagem Empreendedora (AE), que trouxe contribuições para a compreensão do empreendedorismo como processo. Para descobrir como estão sendo conduzidos os estudos sobre esse tema no cenário nacional e internacional, realizou-se neste artigo um levantamento sistemático da produção de conhecimento em diferentes bases acadêmicas de dados. O trabalho foi realizado sob uma perspectiva histórica, permitindo que os resultados apontassem para as possibilidades de pesquisas ainda não exploradas, principalmente no que se refere ao desenvolvimento de aproximações empíricas sobre a aprendizagem empreendedora na esfera nacional. Assim, visto que esse artigo não olha somente para o passado, mas aponta para o futuro, salienta-se que o entendimento da aprendizagem empreendedora é um processo inacabado no que respeita às pesquisas e sugere-se que se busque avançar na compreensão do processo de aprendizagem dos empreendedores investigando-o sob a perspectiva das práticas sociais. Palavras-chave: Aprendizagem empreendedora. Empreendedorismo. Aprendizagem. Levantamento sistemático da literatura. ENTREPRENEURIAL LEARNING: KNOWING THE PAST AND SIGHTING THE FUTURE ABSTRACT The questions that arose in the field of entrepreneurship in the late eighties encouraged researches to seek an understanding of learning in the process of undertaking. As a result, a new theme called Entrepreneurial Learning (EL) emerged, bringing contributions to the understanding of entrepreneurship as a process. To find out how the studies on this topic are being carried out in the national and international scene, a systematic literature review, within a historical perspective, was carried out in different academic databases. The results point out the possibilities of research not yet explored, mainly in the development of empirical studies about entrepreneurial learning in the national sphere. This research does not look only to the past, but points to the future, emphasizing that the understanding of entrepreneurial learning is an unfinished process. Therefore, it is proposed to advance the research of the entrepreneurs learning process through the perspective of social practices. Keywords: Entrepreneurial learning. Entrepreneurship. Learning. Systematic literature review. 1 Mestre em Administração pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Doutorando em Administração pela Universidade Positivo (UP). sergiovogt@gmail.com 2 Doutora em Educação pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Professora da Universidade Positivo (UP). ybulgacov@gmail.com Revista Desenvolvimento Desenvolvimento em Questão em Questão Editora Unijuí ISSN Ano n out./dez p

35 Sérgio Vogt Yara Lucia Mazziotti Bulgacov Enquanto campo de estudo o empreendedorismo não é recente e já foi explorado utilizando-se de diferentes perspectivas (CAMPOS; PARELLADA; PALMA, 2012). Ele surgiu dentro de uma vertente econômica (SAY, 1971; SCHUMPETER, 1997) e se expandiu com o auxílio da corrente humanista, principalmente da Psicologia (MCCLELLAND, 1972). Sua importância e relevância na área acadêmica ainda são destacadas em virtude da sua significância não só na economia, mas no desenvolvimento social e cultural (RAE, 2000; SHANE; VENKATARAMAN, 2000; BYGRAVE, 2009; RAE; WANG, 2015). A ênfase como tema de estudo ganhou fôlego não somente em virtude do seu impacto nessas diferentes esferas da realidade, mas também pelo surgimento de um novo horizonte de pesquisa apontado por William B. Gaertner no final da década de 80. A perspectiva de estudo sugerida pelo autor proporcionou um novo olhar sobre o campo, possibilitando que o empreendedorismo fosse analisado como um processo dinâmico e não mais estático (GARTNER, 1988; RAE; CARSWELL, 2000; SHANE; VENKATARAMAN, 2000; RAE; CARSWELL, 2001). Dessa maneira, os pesquisadores passaram a questionar como ocorre o processo do tornar-se empreendedor, diferente do que até então era observado, uma vez que o foco estava na questão do ser empreendedor. Como resultado dessa mudança passou-se a defender a ideia de que a pesquisa acadêmica já havia trazido consideráveis contribuições sobre a perspectiva extrínseca do conhecimento em empreendedorismo, e que era momento de se aprofundar na compreensão do processo humano intrínseco. Assim, a partir da década de 90 e de forma mais intensa no início dos anos 2000, surgiram as primeiras pesquisas que focavam na busca do entendimento do processo de aprendizado em que os empreendedores se envolvem ao empreender (FESTERVAND; FORREST, 1993; MURPHY, 1993; SMILOR, 1997; YOUNG; SEXTON, 1997; DEAKINS; FREEL, 1998; RAE; CARSWELL, 1999; COPE; WA- TTS, 2000; RAE, 2000; RAE; CARSWELL, 2000; HANNON, 2001; MINNITI; BYGRAVE, 2001; RAE; CARSWELL, 2001). A busca de compreensão sobre a aprendizagem do empreendedor inaugurou uma nova temática denominada de Aprendizagem Empreendedora (AE), que surgiu da relação entre as teorias sobre empreendedorismo e aprendizagem, principalmente a Aprendizagem Organizacional (AO) quando considerada dentro da perspectiva de que são os indivíduos que aprendem no contexto organizacional (MINNITI; BYGRAVE, 2001; HARRISON; LEITCH, 2008; ERDÉLYI, 2010; WANG; CHUGH, 2014, 2015). A atenção dada à AE como tema de estudo trouxe contribuições para o entendimento do empreendedorismo como processo e do desenvolvimento do empreendedor à medida que esse é o agente que empreende (YOUNG; SEXTON, 1997; RAE; CARSWELL, 2000; POLITIS, 2005; RAE, 2005a; HARRISON; LEITCH, 2008; RAE; WANG, 2015). O aparente crescimento nas pesquisas sobre a relação do aprender e empreender (e vice-versa) revelado pelo levantamento sistemático da literatura realizado por Wang e Chugh (2014), desencadeou o questionamento e o interesse em descobrir sobre como estariam sendo conduzidos os estudos sobre a AE, tanto no cenário internacional (LI) como nacional (LN). 3 3 Esse escopo de pesquisa foi definido tendo em vista que o estudo realizado por Wang e Chugh (2014) abrange apenas a literatura international até o período de E na literatura nacional não existe um levantamento sistemático sobre a produção de conhecimento e sobre a aprendizagem empreendedora. 248 Editora Unijuí Desenvolvimento em Questão

36 Aprendizagem Empreendedora: conhecendo o passado e vislumbrando o futuro Por consequência, foi realizado um levantamento sistemático da literatura sobre AE contemplando essas duas esferas (nacional e internacional), constituindo o objetivo deste trabalho revelar as possibilidades de pesquisas na literatura brasileira sobre a aprendizagem empreendedora ainda não exploradas. O mapeamento da literatura e a descrição dos resultados pretende mostrar uma visão geral do campo, enfatizando as diferentes fases pela qual o tema passou no decorrer dos anos e como tem sido explorado academicamente na atualidade. Para tanto, as seções seguintes irão apresentar os aspectos teórico-históricos e metodológicos que conduziram o levantamento efetuado, divulgando os critérios utilizados para a realização da pesquisa. Posteriormente serão demonstrados os resultados obtidos, bem como as implicações para futuras pesquisas. APRENDIZAGEM EMPREENDEDORA: Surgimento Em meados dos anos 70 o campo do empreendedorismo como tema de pesquisa já havia se consolidado, principalmente dentro de uma vertente econômica (BAUMOL, 1968; SAY, 1971; KIRZNER, 1973), porém, nesse mesmo período, surgiu outra possibilidade de reflexão sobre a temática com a perspectiva humanista de Mcclelland (1972). Essa mudança, de uma perspectiva puramente econômica para um olhar mais humano sobre o empreendedorismo, pode ter motivado Lawrence Lamont (1972) a questionar o que os empreendedores aprendem por meio da experiência. Até então a relação entre o aprender e o empreender não havia sido pesquisada na esfera acadêmica, como revela o levantamento sistemático da literatura realizado por Wang e Chugh (2014). O aprender (aprendizagem) e o empreender (empreendedorismo) eram áreas tratadas de forma separada e, conforme destacou Mark Easterby-Smith, essas duas temáticas têm muito a ganhar se conversarem (HARRISON; LEITCH, 2008, p. xxii). Esse primeiro passo dado por Lamont, contudo, parece não ter despertado de forma imediata o interesse do campo, pois somente uma década depois Tucker Jr. (1981) unirá os temas da aprendizagem e do empreendedorismo ao abordar o ensino deste último. Após isso, novamente o campo de estudo se manteve adormecido nos anos seguintes. Um novo despertar do interesse parece ter surgido quando Gartner (1988) levantou a questão de que as pesquisas sobre o(a) empreendedor(a) deveriam focar no que ele(a) faz e não em quem ele(a) é. Essa mudança de enfoque buscou incentivar a dinamicidade de um olhar processual sobre o fenômeno do empreender e também do tornar-se empreendedor. Como resultado, Scherer, Adams e Wiebe (1988) sugeriram que a Teoria da Aprendizagem Social fosse usada como uma base teórica para a pesquisa em empreendedorismo. Um pouco depois, já no início da década de 90, apareceram alguns passos firmes em direção à apresentação da AE como um tema de pesquisa dentro da área acadêmica, primeiramente com Lant e Mezias (1990) ao colocarem novamente a temática da Aprendizagem Organizacional (AO) e do empreendedorismo, de forma conjunta, para responder às mudanças ambientais que algumas organizações sofrem. Foi principalmente com Festervand e Forrest (1993), porém, que apresentaram o conceito de Entre- ISSN ano 17 n. 49 out./dez

37 Sérgio Vogt Yara Lucia Mazziotti Bulgacov preneurial Preparedness na busca de desenvolver um modelo que ofereça respostas à preparação empreendedora, que se avançou em direção ao crescimento e ao desenvolvimento da AE como campo de pesquisa. Embora nesse mesmo período o trabalho de Murphy (1993) já tenha utilizado a expressão aprendizagem empreendedora, ao considerar que o ambiente organizacional imerso em mudanças demanda que o empreendedor tenha de buscar formas diferentes de agir e que isso envolve o aprendizado, foi somente no final dos anos 90 que a expressão passa a ser utilizada de forma explícita e recorrente como temática que identifica uma área de estudo. Isso ocorreu primeiramente com Young e Sexton (1997), que investigaram o processo que permite que empreendedores (já atuantes) aprendam na medida em que gerenciam seus negócios. Sugere-se, assim, que os empreendedores aprendem de forma processual, dado que foi desenvolvido o que pode ser considerado uma das primeiras tentativas de descrição do processo de aprendizagem empreendedora. Em seguida, Deakins e Freel (1998) empregaram o termo na tentativa de verificar a contribuição da teoria da AO em pequenas e médias empresas e, posteriormente, com o trabalho de Rae e Carswell (1999), o interesse foi a busca do desenvolvimento de um modelo conceitual em AE. No cenário nacional, Valdir Gomes (2000) destaca-se como o primeiro trabalho a abordar os aspectos da aprendizagem e do empreendedorismo. Ao elaborar um ensaio teórico para um evento nacional (Encontro de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas Egepe), mesmo não utilizando a literatura internacional disponível sobre AE, o autor emprega a literatura disponível em aprendizagem e empreendedorismo para dar ênfase ao ensino do empreendedorismo. Posterior a esse trabalho, Guardani e Romito (2008) apresentaram um artigo no mesmo Congresso, porém em uma edição oito anos mais tarde, que se destaca como o primeiro trabalho empírico da temática na esfera nacional. Nele, os autores buscaram analisar como os empreendedores aprendem a administrar seus negócios. Ressalta-se que, também nessa pesquisa, não foram utilizadas as bases teóricas existentes sobre AE. Isso mudou somente a partir de 2010, quando o trabalho empírico de Zampier empregou uma base teórica fundamentada na literatura internacional sobre AE (ZAMPIER, 2010). Uma vez realizado esse sucinto olhar histórico do surgimento da AE como tema de estudo, percebe-se que houve um crescimento do interesse e da pesquisa até o final da década de 90 na literatura internacional, diferente do cenário nacional. Assim, para que se evidencie essa primeira fase da AE e se argumente sobre o desenvolvimento do tema nos anos seguintes, serão apresentados na seção a seguir os aspectos metodológicos que nortearam a realização do levantamento sistemático da literatura que dá base para esses argumentos. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Com o objetivo de investigar a produção de conhecimento sobre AE na esfera nacional (LN) e internacional (LI), foi realizado um levantamento sistemático na literatura, conforme Tranfield, Denyer e Smart (2003) e Denyer e Tranfield (2008), em diferentes bases acadêmicas de dados que possuíssem um número elevado de materiais indexados (como artigos de revistas e de eventos, livros, capítulos de livros e outros trabalhos acadêmicos), a fim de que se obtivesse um amplo resultado de referências sobre o tema. 250 Editora Unijuí Desenvolvimento em Questão

38 Aprendizagem Empreendedora: conhecendo o passado e vislumbrando o futuro Desse modo, para a pesquisa com escopo internacional foram selecionadas as seguintes bases (listadas em ordem alfabética): EBSCO; Emerald Insight; JSTOR; Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); ProQuest; SciELO; Science Direct; Scopus; Spell e Web of Science. A pesquisa para a revisão sistemática da Literatura Nacional (LN) empregou a expressão Aprendizagem Empreendedora e utilizou como critério de busca a expressão Entrepreneurial Learning nos títulos das publicações. Esse filtro foi estipulado considerando o interesse em identificar apenas os trabalhos que utilizaram esse tema de forma central, o que parece ficar evidente quando apresentado no título da pesquisa. Optou-se por selecionar apenas os trabalhos que foram publicados na língua inglesa para o levantamento da literatura internacional. Com relação ao período de abrangência da pesquisa, foram delimitados aqueles que tivessem data de publicação até o ano de Não houve um período inicial definido, considerando que o objetivo era identificar quando ocorreram as primeiras publicações sobre a temática. Sabendo-se da existência de possíveis duplicidades de trabalhos nos dados que foram obtidos, uma vez que um material pode e acaba sendo indexado em mais de uma das bases de dados consultadas, com o auxílio do software Endnote TM X8 foram identificados e excluídos os textos duplicados. A escolha de realizar a pesquisa em um número elevado de bases acadêmicas busca, mesmo sabendo da grande quantidade de duplicações que iriam surgir, ampliar as possibilidades de identificação de referências que revelassem de fato o campo de estudo do tema em questão. Após a seleção das publicações realizou-se uma revisão visual e individualizada de todos os trabalhos com o intuito de detectar algum tipo de inconsistência que pudesse não ter sido identificada na primeira verificação realizada pelo software, principalmente no que se refere à redação de nome de autor(es), de título da obra e também do local em que foram publicados. Assim, novamente foi efetuada a retirada de trabalhos que ainda constavam em duplicidade. Durante essa fase também foi realizada a leitura dos resumos dos trabalhos para identificar se porventura alguma das referências não havia sido anexada ao resultado da pesquisa por possuir ligação indireta com a temática, pois mesmo tendo sido definido o critério na pesquisa da expressão Entrepreneurial Learning no título, apareceram resultados que não eram coerentes com o escopo estipulado. Assim, por conseguinte, também foram excluídos esses materiais. A pesquisa para a revisão sistemática da Literatura Nacional (LN) empregou a expressão Aprendizagem Empreendedora e foi realizada observando-se os mesmos critérios utilizados na revisão internacional, porém além das mesmas bases de dados já citadas anteriormente, foram adicionadas outras fontes de pesquisa que visam a expandir a busca sobre o tema em bases que poderiam não estar indexadas nas utilizadas para a pesquisa internacional. Dessa forma, foram adicionados o portal de eventos da Associação Nacional de Pós- -Graduação e Pesquisa em Administração Anpad que compila os trabalhos que foram publicados nos eventos da Associação; a Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas Regepe que possui foco em empreendedorismo; o Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas Egepe que é o evento da Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas Anegepe, além do Google Acadêmico, que possui uma amplitude de busca em diferentes bases de dados, especialmente em periódicos não indexados nas bases de dados utilizadas. ISSN ano 17 n. 49 out./dez

39 Sérgio Vogt Yara Lucia Mazziotti Bulgacov Assim, uma vez descritos os procedimentos empregados na seleção dos materiais para esta pesquisa, os resultados obtidos serão apresentados na próxima seção, a qual revela como se constituíram as diferentes fases em que a AE tem sido estudada nos cenários nacional e internacional. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E ANÁLISE Como primeiro resultado da pesquisa foram identificados 134 referências na literatura internacional e 21 na literatura nacional. Uma vez anexados ao Endnote TM, esses materiais compõem a base para a realização da análise a fim de que se obtenha um mapeamento detalhado do tema. A descrição de onde e quando as pesquisas em AE surgiram aparece quando realizada a distribuição desses resultados de acordo com o tipo de referência no decorrer dos anos. Para isso, as Tabelas 1 e 2 a seguir trazem essa representação. Tabela 1 Ano e tipo de material na Literatura Internacional Ano Artigo Evento Tese Ano Artigo Evento Capítulo Tese Livro TOTAL Fonte: Elaborada pelos autores (2017). 4 Tabela 2 Ano e tipo de material na Literatura Nacional Ano Artigo Evento Dissertação Tese TOTAL Fonte: Elaborada pelos autores (2017). 4 Do total de 134 trabalhos identificados, além dos 10 capítulos que foram publicados em livros diversos e que são descritos na tabela 1, outros 10 fazem parte de dois livros já apontados aqui. Por isso o total de trabalhos após realizada a divisão de acordo com o ano e tipo é de 124 trabalhos. Ou seja, não foram considerados esses últimos dez capítulos de livros, uma vez que foram considerados os livros nos quais eles foram publicados. 252 Editora Unijuí Desenvolvimento em Questão

40 Aprendizagem Empreendedora: conhecendo o passado e vislumbrando o futuro Após a apresentação desses dados, em que é possível identificar o mapeamento da produção de conhecimento sobre aprendizagem empreendedora no decorrer do período estipulado e perceber a distribuição dos diferentes materiais produzidos, a seção a seguir propõe-se a discutir a consolidação e o crescimento desse campo de estudo pelo olhar mais detalhado sobre essas referências. A Consolidação e o Crescimento do Campo de Estudo: diferentes fases da temática Em uma observação minuciosa sobre essa gama de materiais disponíveis em Aprendizagem Empreendedora é possível definir determinados períodos da produção acadêmica de conhecimento nessa área. Na busca de evidenciar essas diferentes fases utilizou-se para fins de classificação a unidade de tempo ano. Faz-se necessário, porém, esclarecer que se emprega esse critério apenas como forma de sistematizar a leitura realizada pelos autores da pesquisa sobre esse campo, uma vez que se reconhece que não se pode afirmar com propriedade que um determinado campo de estudo passe por mudanças em períodos de tempo bem delimitados e que seja possível estipular de forma tão específica esses períodos. Defende-se aqui, com essa categorização, que o que ocorre são momentos e eventos que geram no observador da literatura a impressão de uma mudança na medida em que o tempo passa e a produção de conhecimento cresce. Dito isso, as seções seguintes dedicam-se a apresentar e descrever as diferentes fases que foram identificadas e definidas com base nos resultados dos trabalhos apresentados no levantamento sistemático da literatura. A Primeira Fase da AE A contar do surgimento, o crescimento e a consolidação da pesquisa da Aprendizagem Empreendedora continuaram a partir dos anos Surgiram nessa época trabalhos como o de Rae (2000), que além de estimular o debate entre os acadêmicos sobre o uso da metodologia da narrativa como uma construção de significado na investigação do desenvolvimento da compreensão do empreendedorismo, também propôs um modelo conceitual em AE. No mesmo ano, baseando-se em Young e Sexton (1997), esse autor, em parceria com Mary Carswell, mantendo a mesma ênfase do seu trabalho anterior, busca avançar no desenvolvimento desse modelo conceitual (RAE; CARSWELL, 2000). Nesse mesmo período também surgiu o trabalho de Cope e Watts (2000) explorando o learning by doing, em que a experiência é vista como fonte do aprendizado. Tanto Jason Cope, assim como David Rae, serão considerados expoentes sobre a temática nos próximos anos. Na sequência surgiu o texto de Sullivan (2000), que utilizou os trabalhos anteriores de Rae e de Deakins e Freel (1998) em sua base teórica. A publicação desse artigo baseou-se em um texto apresentado em um congresso no ano anterior, que já havia sido utilizado como base teórica para autores como Jason Cope e Gerald Watts. Ou seja, naquele período iniciou-se a construção encadeada da pesquisa que visava a se aprofundar na temática e para isso utilizavam-se os fundamentos firmados anteriormente. ISSN ano 17 n. 49 out./dez

41 Sérgio Vogt Yara Lucia Mazziotti Bulgacov Essa época também foi marcada pelo surgimento de trabalhos que, assim como foi com Gartner (1988), geraram um novo ânimo ao campo do empreendedorismo, reforçando a necessidade de se avançar sobre a aprendizagem do empreendedor. Um desses trabalhos foi o de Shane e Venkataraman (2000), que descreveu o tema do empreendedorismo como uma promessa de campo de estudo, especialmente ao enfatizar que empreender refere-se à exploração de oportunidades. Outro trabalho foi de Bygrave e Minniti (2000), que explorou a dinâmica social do empreendedorismo, incentivando, um pouco depois, a elaboração de um modelo dinâmico da Aprendizagem Empreendedora (MINNITI; BYGRAVE, 2001). Nos anos que seguem surgiram outros materiais que se dedicaram ao debate da Aprendizagem Empreendedora, com destaque para o trabalho realizado em conjunto por autores que já haviam aparecido como sendo uns dos primeiros a abordarem o tema, como Deakins, Sullivan e Whittam (2002). Esse período também é marcado pelo aparecimento do segundo trabalho de Jason Cope (COPE, 2003), além de outros, como o de Erikson (2003), Qin (2004), Qin e Bao (2004), Taylor e Thorpe (2004) e Wee (2004), assim como pelo surgimento dos novos trabalhos de David Rae (2004b), especialmente Rae (2004a) em que o autor introduz um novo modelo para a compreensão da aprendizagem empreendedora. Dessa forma, em virtude daquilo que estaria por vir nos próximos anos, conclui-se a primeira fase no que se refere à produção de conhecimento sobre a aprendizagem empreendedora. A Segunda Fase da AE Sendo esse o cenário até 2004, posterior a esse período, a partir do ano de 2005, verifica-se uma nova fase a segunda da Aprendizagem Empreendedora. Esse ano pode ser considerado um marco para o avanço nos estudos sobre a AE, pois foi o momento em que a temática realizou um grande salto. Isso ocorreu não apenas em virtude do surgimento de novos artigos (Rae, 2005a, b) que almejavam a busca pelo progresso do modelo proposto anteriormente, ou então pelo debate sobre o tema sugerido por Cope e Hamilton (2005) e Cope e Pittaway (2005) no British Academy of Management Conference, mas essencialmente pelo fato de a revista Entrepreneurship Theory and Practice (ET&P) publicar em julho uma edição especial sobre AE. Nessa edição especial, editada por Richard T. Harrison e Claire M. Leitch (HARRI- SON; LEITCH, 2005), que culminou com a publicação do primeiro livro sobre a temática três anos mais tarde (HARRISON; LEITCH, 2008), o destaque pode ser atribuído aos artigos de Cope (2005), que sugere que se avance em direção à dinâmica da aprendizagem em empreendedorismo, e de Politis (2005), que apresentou um novo framework conceitual sobre a AE, lançando-se como uma proeminente acadêmica nesse campo de estudos com trabalhos próprios e parcerias com outros autores (POLITIS, 2008; GABRIELSSON; POLITIS, 2012; EL-AWAD; GABRIELSSON; POLITIS 2017; TOUTAIN et al., 2017). Os anos subsequentes, ainda antes da publicação desse primeiro livro sobre o tema, foram marcados pelo desenvolvimento de alguns trabalhos de autores já conhecidos no campo pela sua dedicação à pesquisa em AE, como Rae (2006) e Pittaway e Cope (2007). As primeiras teses de Doutorado com ênfase no tema foram 254 Editora Unijuí Desenvolvimento em Questão

42 Aprendizagem Empreendedora: conhecendo o passado e vislumbrando o futuro identificadas nessa mesma época (SANZ-VELASCO, 2006; DUFFY, 2007). Novos debates foram realizados em congressos (DENG; WANG, 2007; XIAO; ZHUANG; CAO 2007) e outros artigos foram publicados em periódicos por autores até então não conhecidos dentro desse campo de pesquisa (MAN, 2006; BERGLUND; HELLSTRÖM; SJÖLANDER 2007). Nesse resgate histórico, o ano de 2008 se destaca, não apenas pela continuação dos debates acadêmicos ocorridos em eventos (COPE, 2008; COPE; CAVE; ECCLES, 2008; DENG; WANG, 2008), ou pela produção de novos artigos científicos publicados em revistas (HUOVINEN; TIHULA, 2008; LIANG; DUNN, 2008; PÁSTOR; TAYLOR; VERONESI, 2008), mas principalmente pela publicação do livro exclusivo ao tema intitulado: Entrepreneurial Learning: Conceptual frameworks and applications (HARRISON; LEITCH, 2008), que revisou a literatura disponível em AE até aquele momento. Essa obra foi desenvolvida com a finalidade de consolidar o conhecimento até então alcançado sobre AE. O resultado obtido revelou que não havia uma identificação clara (nem um aceite) pela comunidade acadêmica de um corpo teórico e de metodologias que contribuíssem para a construção de uma teoria da Aprendizagem Empreendedora. Assim, havia um desafio a ser atingido: avançar em direção à construção, não somente de uma teoria unificada sobre AE, mas da exploração do tema de forma profunda e abrangente (HARRISON; LEITCH, 2008). Esses autores, após relatarem a dificuldade em se identificar e estabelecer uma perspectiva integradora em AE, sugeriram que futuras pesquisas deveriam reconhecer essa diversidade e construir a partir disso (HARRISON; LEITCH, 2008, p. 18). Dessa forma, com a publicação desse livro e a partir do seu conteúdo, inaugurou-se um novo marco no estudo da Aprendizagem Empreendedora. Isso ocorreu pelo fato de que, além da revisão apresentada sobre o campo de estudo, também foram introduzidas novas sugestões de pesquisa sobre o tema para serem seguidas em futuros trabalhos. A Terceira Fase da AE Em consequência dessas novas sugestões, pode-se afirmar que a literatura sobre o tema passaria a partir daquela época a uma nova etapa, a qual aqui é denominada de terceira fase da aprendizagem empreendedora. Os anos que se seguiram à publicação do livro foram marcados por um crescimento expressivo do número de publicações em AE em comparação com os anos anteriores, principalmente de natureza empírica, mas ainda nada que revolucionaria o que já estava sendo feito. Acredita-se que a produção de conhecimento, ocorrida posteriormente à publicação do livro e da existência de bases teóricas consolidadas, buscou apenas empregar aquilo que até então havia sido produzido e estava disponível sobre a Aprendizagem Empreendedora a fim de testar empiricamente esse corpo teórico acessível. O período que se estende em torno dos cinco próximos anos de 2009 até meados de 2014 é caracterizado por uma grande produção de material em AE. Nesse intervalo de tempo surgiu um número considerável de capítulos de livros dedicados ao tratamento do tema, conforme quadro a seguir, principalmente em livros denominados Handbooks. ISSN ano 17 n. 49 out./dez

43 Sérgio Vogt Yara Lucia Mazziotti Bulgacov Quadro 1 Referências de capítulos de livros da terceira fase da AE Autor(es) Título Ano Rae, David Gee, Simon Moon, Robert Dickel, Petra Andree, Helga Gabrielsson, Jonas Politis, Diamanto Zhang, Xiaoxia Hadjielias, Elias Hamilton, Eleanor Howorth, Carole The role of an entrepreneurial learning team in creating an enterprise culture in a university Entrepreneurial learning in energy technology start- ups: A case study in the biogas market Entrepreneurial learning and innovation: Building entrepreneurial knowledge from career experience for the creation of new ventures The impact of entrepreneurial learning on entrepreneurial performance: the mediating role of entrepreneurial competencies Entrepreneurial learning in the family management group: A social organizational learning perspective Rae, David Towards a momentary perspective in entrepreneurial learning and creativity 2014 Forbes, Daniel P. The infrastructure of entrepreneurial learning 2014 Kwan, Diana S. Entrepreneurial learning and capabilities development of a manufacturing firm in China: The case of the Haier Group Yu, Fu-Lai Tony 2014 Van Vuuren, Win Entrepreneurial learning and the IBM universities business challenge: an experiential learning perspective et al Fonte: Elaborado pelos autores (2017). Nesse período também foram apresentados diversos artigos em congressos, conforme quadro a seguir, que sinalizam um movimento da academia em direção às discussões relacionadas à AE. Quadro 2 Referências de artigos de eventos da terceira fase da AE Autor(es) Título Evento Ano Chen, Wenting Ventures: Dimensions Developing Entrepreneurial Learning in New International Conference on Management Science & Engineering 2009 Li, Xin-chun and Structure Testing Lee, Kiefer Marriott, Sue Lowe, Robin Wei, Jiang Gong, Limin Liu, Chuwen Schout, Henk Harkema, Saskia Sjoevoll, Jarle Pedersen, Ove Wilkinson, Michael Xu, Jiang Lu, Yanqiu Promoting and Evaluating Entrepreneurial Learning: Assessing the Effectiveness of an Enquiry-Based Approach Entrepreneurial Learning Based on Critical Incidents: Influences of Learning Styles Entrepreneurial Learning: Practice as a Source for Learning and Business Success Links between Educational Programmes, Local Recourses and Entrepreneurial Learning A Sociocultural-Historical Perspective on Entrepreneurial Learning: The Case of a Novice Entrepreneur Impacts of entrepreneurial network on entrepreneurial learning 4th European Conference on Entrepreneurship and Innovation International Conference on Strategic Management 5th European Conference on Innovation and Entrepreneurship rd International Conference of Education, Research and Innovation th International Seminar Quality Management in Higher Education rd International Conference on Information Management, Innovation Management and Industrial Engineering ICIII Editora Unijuí Desenvolvimento em Questão

44 Aprendizagem Empreendedora: conhecendo o passado e vislumbrando o futuro Zhiyuan, Li Shukuan, Zhao Chou, C. M. et al. Lagrosen, Stefan Josefsson, Pernilla Moustaghfir, Karim Roberts, David Caton Akritidis, Loannis Kakouris, Alexandros Breuer, Henning Mahdjour, Sarah Lagrosen, Yvonne Lagrosen, Stefan Peng, Xiu-qing Cai, Li Yang, Jun-Ping Chen, Tingting Tang, Lu-Bin Fulford, Heather Bailey, Moira Garlick, Ryan Marques, Ana Paula Moreira, Rita Ramos, Sandra Romano, Aldo Passiante, Giuseppina Del Vecchio, Pasquale Networking ties and entrepreneurial learning: An empirical investigation of Chinese enterprisers The influencing factors of student teachers entrepreneurial learning behavior Social Media Marketing as an Entrepreneurial Learning Process Entrepreneurial Learning: An Organizational Capability for Effective Higher Education Services Rumination to Reflection: The Quest to Re-Visit Entrepreneurial Learning Modelling the Style in Entrepreneurial Learning from Experience Lean Venturing: Entrepreneurial Learning to Model and Grow New Business Entrepreneurial Learning for Quality and Innovation a Study in the Wellness Industry The Relationship between Entrepreneurial Learning and Entrepreneurial Knowledge The effect of entrepreneurial network on new venture growth: The regulatory role of entrepreneurial learning Journals and Jottings on Entrepreneurial Learning Journeys Entrepreneurial learning in a secure E-Commerce course through creating competitive real-world sites Higher Education, Stakeholders and Collaborative Work for Entrepreneurial Learning Knowledge-intensive Entrepreneurship in Innovation Ecosystems: towards the conceptual model of a Regional Entrepreneurial Learning Center Fonte: Elaborado pelos autores (2017). 2nd International Conference on Networking and Digital Society lcnds 4th International Joint Conference on Computational Sciences and Optimization CSO th Annual Euromed Conference of the Euromed Academy of Business th International Forum on Knowledge Asset Dynamics IFKAD 10th European Conference on Research Methodology for Business and Management Studies th European Conference on Innovation and Entrepreneurship ECIE th Innovation Symposium Stimulating Innovation: Challenges for Management, Science & Technology th European Conference on Innovation and Entrepreneurship ECIE th International Conference on Management Science and Engineering International Asia Conference on Industrial Engineering and Management Innovation IEMI European Conference on Innovation and Entrepreneurship International Conference on E-Commerce, E-Business and E-Service EEE th European Conference on Innovation and Entrepreneurship ECIE th International Forum on Knowledge Asset Dynamics 2014 No caso das referências de eventos, chama a atenção que esses debates que ocorreram em torno do tema foram realizados em diferentes ocasiões e foram promovidos por diversos autores que até então não apareciam na literatura direcionada à AE. Isso ampliou a propagação da temática e levou o campo de pesquisa da AE a crescer ainda mais. ISSN ano 17 n. 49 out./dez

45 Sérgio Vogt Yara Lucia Mazziotti Bulgacov Além dos materiais em capítulos de livros e em eventos, destacou-se naquela ocasião a produção de artigos publicados em diferentes periódicos, não só por aqueles autores já conhecidos (PITTAWAY et al., 2009; RAE; GEE; MOON, 2009; COPE, 2011; PIT- TAWAY et al., 2011; PITTAWAY; THORPE, 2012; RAE, 2013), mas especialmente por autores sem um histórico de envolvimento com o tema, conforme aponta o quadro a seguir. Quadro 3 Referências de artigos em periódicos da terceira fase da AE Autor(es) Título Periódico Ano Holcomb, Tim R. et al. Architecture of entrepreneurial learning: exploring the link among heuristics, knowledge, and action Entrepreneurship Theory and Practice 2009 Pihie, Zaidato et al. Learning style of university students: Implications for improving entrepreneurial learning paradigm International Journal of Interdisciplinary Social Sciences 2009 Ettl, Kerstin Welter, Friederike Gender, context and entrepreneurial learning International Journal of Gender and Entrepreneurship 2010 Jiao, Hao Ogilvie, Dt Cui, Yu An empirical study of mechanisms to enhance entrepreneurs capabilities through entrepreneurial learning in an emerging market Journal of Chinese Entrepreneurship 2010 Kuuluvainen, Arto Serial entrepreneur and entrepreneurial learning a case study from Finland International Journal of Business and Globalisation 2010 McKeown, Ian No More Heroes: Entrepreneurial Learning in the SME management team Industry and Higher Education 2010 Dave, Crick Enterprising individuals and entrepreneurial learning: A longitudinal case history in the UK tourism sector International Journal of Entrepreneurial Behaviour & Research 2011 Hamilton, Eleanor Entrepreneurial learning in family business: A situated learning perspective Journal of Small Business and Enterprise Development 2011 Karataş-Özkan, Mine Understanding relational qualities of entrepreneurial learning: Towards a multi-layered approach Entrepreneurship & Regional Development 2011 Lagrosen, Stefan Josefsson, Pernilla Social media marketing as an entrepreneurial learning process International Journal of Technology Marketing 2011 Breslin, Dermot Jones, Colin The evolution of entrepreneurial learning International Journal of Organizational Analysis 2012 De Massis, Alfredo Minola, Tommaso Viviani, Diego Entrepreneurial learning in Italian hightech start-ups: An exploratory study International Journal of Innovation and Learning 2012 Karajic, Dragica Dabic, Marina Cingula, Marijan Interaction among national experts for the Entrepreneurial Learning, within pan-european Network Procedia Social and Behavioral Sciences 2012 Kwong, Caleb C. Y. et al. The role of environment in fostering conductive entrepreneurial learning: Teaching the art of entrepreneurship in boot camps Journal of General Management Editora Unijuí Desenvolvimento em Questão

46 Aprendizagem Empreendedora: conhecendo o passado e vislumbrando o futuro Man, Thomas Wing Yan Tragazikis, Panagiotis Kirginas, Sotiris Gouscos, Dimitris Agbim, Kenneth et al. Chien-Chi, Tseng Owusu-Manu, D. et al. Seuneke, Pieter Lans, Thomas Wiskerke, Johannes S. C. Dimitratos, Pavlos et al. Leiva, Juan Carlos Alegre, Joaquim Monge, Ricardo Middleton, Karen Williams Donnellon, Anne Spiteri, Simeon Maringe, Felix Theodorakopoulos, Nicholas et al. Developing a behaviour centred model of entrepreneurial learning Digital games for entrepreneurial learning, innovation and creativity: examples and evaluation criteria Entrepreneurship Development and Tacit Knowledge: Exploring the Link between Entrepreneurial Learning and Individual Know-How Connecting self-directed learning with entrepreneurial learning to entrepreneurial performance Redefining Entrepreneurial Learning Paradigms in Developing Countries: A Case Study of Ghana Moving beyond entrepreneurial skills: Key factors driving entrepreneurial learning in multifunctional agriculture The overlooked distinction of multinational enterprise subsidiary learning: Its managerial and entrepreneurial learning modes The Influence of Entrepreneurial Learning in New Firms Performance: A Study in Costa Rica Personalizing Entrepreneurial Learning: A Pedagogy for Facilitating the Know- Why EU entrepreneurial learning: perspectives of university students Diversifying into technical clothing manufacture as entrepreneurial learning: A situated learning theory perspective Fonte: Elaborado pelos autores (2017). Journal of Small Business and Enterprise Development International Journal of Innovation and Regional Development Journal of Business Studies Quarterly International Journal of Entrepreneurial Behaviour & Research Industry and Higher Education Journal of Rural Studies 2013 International Business Review 2014 Revista Innovar 2014 Entrepreneurship Research Journal Journal of Enterprising Communities Journal of Manufacturing Technology Management E, mesmo que houvesse um periódico concentrando a publicação de quatro artigos Industry and Higher Education, e outras três revistas com dois artigos sobre AE no período Entrepreneurship and Regional Development; International Journal of Entrepreneurial Behaviour & Research e Journal of Small Business and Enterprise Development, a maioria dos trabalhos publicados estava disseminada em um número elevado de periódicos. Dentro dessa fase, o ano de 2014 merece destaque especial pela publicação do levantamento sistemático da literatura entre os temas do aprender e do empreender realizado por Catherine L. Wang e Harveen Chugh. O artigo intitulado Entrepreneurial Learning: Past Research and Future Challenges (WANG; CHUGH, 2014) revelou-se um dos principais materiais para consulta sobre a literatura em AE e, assim como o título remete, apontou para a existência de um futuro de desafios para a temática. Além disso, ISSN ano 17 n. 49 out./dez

47 Sérgio Vogt Yara Lucia Mazziotti Bulgacov ocorreu nesse ano a publicação de outro livro: Resourcing the start-up business: Creating dynamic entrepreneurial learning capabilities (JONES; MACPHERSON; JAYAWARNA, 2014), que embora não tivesse como foco central a AE, trouxe contribuições ao campo do empreendedorismo ao buscar o entendimento do processo de empreender. Com a descrição desses resultados tem-se o fim do que foi aqui denominada de terceira fase. Na sequência serão apresentados os materiais que foram desenvolvidos a partir do ano de A Quarta Fase da AE o momento atual Mais recentemente, apontou-se para o que poderia ser chamada de quarta fase da Aprendizagem Empreendedora. Isso ocorre não somente pelo fato de que o trabalho de Wang e Chugh (2014), ao fazer um resgate histórico, indicou um novo horizonte na pesquisa em AE, ou pelas discussões que continuavam a ser realizadas em diferentes eventos, conforme apontado no Quadro 4, ou ainda pelo progresso do tema em artigos de revistas, conforme apresentado no Quadro 5. Quadro 4 Referências de artigos de eventos da quarta fase da AE Autor(es) Título Evento Ano Lagrosen, Stefan Lagrosen, Yvonne Lagrosen, Stefan Platzek, Bernd P. Pretorius, Leon Rusk, Michele McGowan, Pauric Secundo, Giustina et al. Secundo, Giustina et al. Zheng, Ke Rossignoli, F. Lionzo, A. Lassini, U. The Role of Entrepreneurial Learning in Industrial Marketing Success: A Longitudinal Study Entrepreneurial learning for quality and competitiveness: A study in the spa-industry Corporate entrepreneurship education: Individual and organizational entrepreneurial learning Entrepreneurial Learning in Context: An Exploration of Learning Models in Different Domains Enhancing corporate entrepreneurship through an entrepreneurial learning approach: turning students ideas into entrepreneurial practice Entrepreneurial learning dynamics for technology driven entrepreneurship: An integrative framework The Entrepreneurial Learning Process and Influential Factors of Entrepreneurs in Business Model Construction Entrepreneurial learning in family SMEs: The role of family in communities of practice Fonte: Elaborado pelos autores (2017). 10th European Conference on Innovation and Entrepreneurship ECIE th European Conference on Innovation and Entrepreneurship ECIE th International Association for Management of Technology IA- MOT th European Conference on Innovation and Entrepreneurship ECIE th International Forum on Knowledge Asset Dynamics IFKAD th European Conference on Knowledge Management ECKM 2015 International Conference on Education, Management and Computing Technology ICEMCT th European Conference on Knowledge Management ECKM Editora Unijuí Desenvolvimento em Questão

48 Aprendizagem Empreendedora: conhecendo o passado e vislumbrando o futuro Quadro 5 Referências de artigos em periódicos da quarta fase da AE Autor(es) Título Periódico Ano Clifton, Nick et al. Ernest, Kissi Matthew, Somiah K. Samuel, Ansah K. Hietanen, Lenita Järvi, Taina Hytti, Ulla Lemmetyinen, Arja Insulander, Eva Ehrlin, Anna Sandberg, Anette Juhdi, Hasni N. Hong, Tih Sio Juhdi, Nurita Baggen, Yvette et al. El Hallam, Horia St-Jean, Étienne Muhe, Arniati Tawe, Aamiruddin Ramsgaard, Michael Breum Christensen, Marie Ernest Saluto, Paolo Guelfi, Silvano Norese, Maria Franca Täks, Marge Tynjälä, Päivi Kukemelk, Hasso An appropriate tool for entrepreneurial learning in SMEs? The case of the 20Twenty Leadership Programme Towards Entrepreneurial Learning Competencies: The Perspective of Built Environment Students Contextualizing entrepreneurial learning in basic and vocational education Social entrepreneurship and entrepreneurial learning in the cultural context Entrepreneurial learning in Swedish preschools: possibilities for and constraints on childrenʼs active participation Market orientation and entrepreneurial success: Mediating role of entrepreneurial learning intensity Fostering Entrepreneurial Learning On-the- Job: evidence from innovative small and medium-sized companies in Europe Nurturing Entrepreneurial Learning through Mentoring The effect of the entrepreneurial learning design on students entrepreneurial competence in vocational high schools in Makassar Interplay of entrepreneurial learning forms: a case study of experiential learning settings An integration of theoretical knowledge, day by day experience and multicriteria methods to support the entrepreneurial learning process Engineering students conceptions of entrepreneurial learning as part of their education Fonte: Elaborado pelos autores (2017). Local Economy 2015 Higher Education Studies 2015 Journal of Enterprising Communities Journal of Enterprising Communities Early Child Development and Care Journal Pengurusan 2015 European Journal of Education Journal of Developmental Entrepreneurship International Journal of Environmental and Science Education Innovations in Education and Teaching International Measuring Business Excellence European Journal of Engineering Education Esse novo horizonte na pesquisa em AE, no entanto, surgiu principalmente pela publicação do livro Entrepreneurial Learning: New perspectives in research, education and practice (RAE; WANG, 2015). Essa obra, dedicada exclusivamente à Aprendizagem Empreendedora, surge com a pretensão de orientar o campo acadêmico para as novas possiblidades de pesquisa. David Rae e Catharine L. Wang, assim como fizeram Richard Harrison e Claire Leitch anos antes, organizaram um livro em que são envolvidos diversos autores, os quais revisam o campo sobre o tema e alguns ainda propõem um avanço no que se refere ao desenvolvimento de conhecimento sobre o assunto, ao sugerirem ISSN ano 17 n. 49 out./dez

49 Sérgio Vogt Yara Lucia Mazziotti Bulgacov que se estabeleça uma nova orientação nas pesquisas sobre Aprendizagem Empreendedora. Isto é feito por meio de trabalhos empíricos que utilizaram, além dos fundamentos teóricos já existentes, novas sugestões para a observação desse fenômeno. Essas recomendações sugerem ir além de uma visão cognitiva e experiencial desse tipo de aprendizagem. Assim, o livro apresenta-se como uma revisão na literatura sobre Aprendizagem Empreendedora, oferecendo o esclarecimento dessas duas, mas também de outras diferentes e complementares perspectivas existentes, abrindo assim possibilidades para o futuro desenvolvimento da temática. Após os anos de 2015 e 2016 serem marcados pelo que acaba de ser relatado, questiona-se: E o ano de 2017? Como tem sido esse período até o momento? Uma rápida resposta a essa pergunta poderia ser: Promissor! Já houve um número considerável de publicações sobre o tema, seja em capítulos de livros (GONSALVES; ZAMORA, 2017; JÄMINKI, 2017; JONES; NEWBERY; UNDERWOOD, 2017; SECUNDO et al., 2017), ou então em periódicos (DEMETI; SULJOTI; DEMETI, 2017; KUBBERØD; PETTERSEN, 2017), mas essa resposta decorre particularmente pela edição especial da revista International Journal of Entrepreneurial Behaviour and Research Entrepreneurial learning dynamics in knowledge-intensive enterprises, em que vários artigos sobre o tema foram publicados, conforme quadro a seguir. Quadro 6 Artigos da edição especial da revista International Journal of Entrepreneurial Behaviour and Research 2017 Autor(es) Cannavacciuolo, Lorella Iandoli, Luca Ponsiglione, Cristina Zollo, Giuseppe Cantino, Valter Devalle, Alain Cortese, Damiano Ricciardi, Francesca Longo, Mariangela El-Awad, Ziad Gabrielsson, Jonas Politis, Diamanto Rae, David Scarmozzino, Emanuela Corvello, Vincenzo Grimaldi, Michele Secundo, Giustina Del Vecchio, Pasquale Schiuma, Giovanni Passiante, Giuseppina Secundo, Giustina Schiuma, Giovanni Passiante, Giuseppina Soetanto, Danny Walsh, Grace S. Cunningham, James A. Título Learning by failure vs learning by habits: Entrepreneurial learning micro-strategies as determinants of the emergence of co-located entrepreneurial networks Place-based network organizations and embedded entrepreneurial learning: Emerging paths to sustainability Entrepreneurial learning and innovation: the critical role of team level learning for the evolution of innovation capabilities in technology-based ventures Entrepreneurial learning: peripherality and connectedness Entrepreneurial learning through online social networking in high-tech startups Activating entrepreneurial learning processes for transforming university students idea into entrepreneurial practices Entrepreneurial learning dynamics in knowledge-intensive enterprises Networks and entrepreneurial learning: coping with difficulties Regenerative failure and attribution: Examining the underlying processes affecting entrepreneurial learning Fonte: Elaborado pelos autores (2017). 262 Editora Unijuí Desenvolvimento em Questão

50 Aprendizagem Empreendedora: conhecendo o passado e vislumbrando o futuro Assim, diante do exposto, uma vez realizada a observação histórica do desenvolvimento da AE e, à medida que se afirma que depois de 20 anos, a Aprendizagem Empreendedora não pode ser considerada como um novo ou emergente campo de estudo, mas como um campo que se estabeleceu e tem sido subdividido em um número relativo de tópicos relacionados (RAE; WANG, 2015, p. 8), torna-se necessário um olhar sobre os diferentes enfoques utilizados na construção desse tema no decorrer dos anos, para que primeiramente seja possível identificar essa trajetória e em um segundo momento também seja possível enxergar o que pode estar por vir no que diz respeito à mudança na observação e estudo desse fenômeno. Nesse sentido, uma vez apresentadas as diferentes fases em que a aprendizagem empreendedora teve o seu desenvolvimento na condição de campo de estudo, surge o interesse de realizar uma observação mais profunda nas diferentes perspectivas (e seus pressupostos) utilizadas para a pesquisa endereçada à AE, a fim de se ter uma compreensão mais específica do tema. Assim, na próxima seção serão expostos os aspectos que dizem respeito a essa questão. AE: do surgimento em direção às novas possibilidades de estudo Após o aparecimento desse campo de estudo baseado na literatura em empreendedorismo e em Aprendizagem Organizacional (HARRISON; LEITCH, 2008; ERDÉLYI, 2010), entre as perspectivas em AE que surgiram destacam-se a cognitivista e a experiencial (YOUNG; SEXTON, 1997; RAE, 2000, 2005a; AGBIM; OWUTUAMOR; ORIAREWO, 2013), ambas com ênfase em aspectos individuais. Mais recentemente surgiram discussões que retiram o foco no indivíduo a fim de dar maior centralidade ao coletivo e ao social (PITTAWAY; COPE, 2007; HARRISON; LEITCH, 2008; MCHENRY, 2008; MCKEOWN, 2015; RAE; WANG, 2015). Cada uma dessas perspectivas é empregada dentro de subtemas que compõem a AE, como a educação empreendedora, as competências empreendedoras, a orientação empreendedora e o reconhecimento de oportunidades (RAE; CARSWELL, 2000; 2001; LÖBLER, 2006; BLENKER et al., 2012; ZAMPIER; TAKAHASHI, 2014; RAE; WANG, 2015; BAGGEN et al., 2016; DIAS; MARTENS, 2016). Ou seja, existe uma gama de possibilidades que o guarda-chuva da Aprendizagem Empreendedora como tema abrange. Dessa maneira, uma vez caracterizada a forma como foram conduzidas até então as pesquisas dentro do tema da AE e em virtude da expectativa gerada com a publicação dos trabalhos mais recentes (WANG; CHUGH, 2014, 2015; RAE; WANG, 2015), que sugerem novas perspectivas, as quais recomendam que se afaste da visão individual cognitiva e experiencial espera-se que surjam novas pesquisas que empreguem diferentes perspectivas das até então utilizadas. No cenário nacional, a necessidade de avançar na produção de conhecimento sobre AE decorre do fato de que só a partir de 2010 passou-se a utilizar a literatura internacional disponível sobre o tema em pesquisas no Brasil, além do que, atualmente, ao serem realizadas pesquisas sobre AE, utiliza-se predominantemente como base teórica as perspectivas até então hegemônicas (cognitiva e experiencial), sem apresentar nenhuma novidade substancial no que se refere ao avanço teórico dentro da temática. Isso fica evidente à medida que se analisa a divulgação da primeira dissertação de Mestrado sobre o tema de Zampier (2010), que resultou um ano depois em uma publicação em um ISSN ano 17 n. 49 out./dez

51 Sérgio Vogt Yara Lucia Mazziotti Bulgacov periódico (ZAMPIER; TAKAHASHI, 2011), bem como a segunda dissertação encontrada na literatura nacional dedicada à AE defendida por Fiala (2012), ano marcado também pela aparição de outros materiais sobre o tema (GOIS; MACHADO, 2012; ZAMPIER; TAKAHASHI, 2012). Já a terceira dissertação surgiu no ano seguinte (SACRAMENTO, 2013), assim como mais alguns artigos que foram apresentados em eventos nesse período e também no ano seguinte (DA SILVA; TEIXEIRA, 2013; DIAS; MARTENS, 2014; MINELLO; SCHERER; RAMOS, 2014). O ano de 2014 é marcado pelo aparecimento da publicação de outro artigo da autora que foi quem desenvolveu primeiramente o tema no cenário nacional por meio de uma dissertação quatro anos antes (ZAMPIER; TAKAHASHI, 2014) e também pela publicação de mais um trabalho fruto de pesquisa de Mestrado (SILVA, 2014). Ambos os trabalhos caracterizam-se basicamente pelo emprego de bases teóricas das fases iniciais da aprendizagem. Assim, uma vez que é reconhecida a necessidade de mudanças, especialmente em direção a um avanço das formas de se estudar o processo de aprendizagem dos empreendedores, entre as novas possibilidades destaca-se a visão social da aprendizagem. Principalmente com o emprego das teorias da prática que veem o mundo como um conjunto contínuo, com nexos e de alianças de práticas (NICOLINI, 2012) e que consideram a prática como o locus do aprendizado (GHERARDI, 2006, 2009; GHERARDI; STRATI, 2014) e fonte de conhecimento. Essa abordagem revela-se promissora na medida em que tem como uma de suas intenções complementar (e superar) a visão cognitiva e experiencial da Aprendizagem Empreendedora. Desse modo, após essa revisão sistemática no campo de estudo e um levantamento minucioso da literatura nacional conforme apresentado no decorrer dessa pesquisa, percebe-se quão jovem é o estudo desse tema e como existe uma lacuna aberta para a realização de futuros trabalhos. Isso deve ocorrer não somente com a utilização de metodologias diferentes, mas com o emprego de enfoques que vão além do ensino do empreendedorismo (DOLABELA; FILION, 2013) ou da formação de competências empreendedoras (ZAMPIER; TAKAHASHI, 2014; LEITE; DIAS, 2015; DIAS; MARTENS, 2016), mas na compreensão de como o processo da aprendizagem ocorre em empreendedores. O destaque na natureza situada da Aprendizagem Empreendedora é visto nesse sentido como uma possibilidade para futuros estudos, seguindo o que apontam as pesquisas com esse escopo no cenário internacional, como Terzieva (2016) e Rossignoli, Lionzo e Lassini (2016), que exploraram o conceito de comunidades de práticas na relação com à AE. Ou então, Hafeez et al. (2018), que recentemente investigaram o uso das redes sociais pelos empreendedores para interagir e compartilhar experiências. Nesse sentido, considera-se a AE como um processo que ocorre nas práticas diárias. Como apontado por Cannavacciuolo et al. (2017) ao analisar o impacto de práticas na aprendizagem, assumindo que a interação social no ambiente em que os empreendedores operam agrega conhecimento. De forma semelhante, Kubberød e Pettersen (2017) observaram a geração de conhecimento por meio de um aprendizado que ocorre em uma experiência social. Secundo et al. (2017) também defendem essa ideia ao relataram que alunos que se integraram a diversos atores (sociais) por meio de atividades geram aprendizado e, consequentemente, algum tipo de resultado seja esse um produto, uma inovação ou, até mesmo, uma nova organização. Ou seja, em ambos os casos exis- 264 Editora Unijuí Desenvolvimento em Questão

52 Aprendizagem Empreendedora: conhecendo o passado e vislumbrando o futuro te a consideração de que a aprendizagem empreendedora possui uma conexão com as práticas sociais em que os indivíduos se envolvem, seja na esfera pessoal ou professional, seja na educação formal ou na busca de conhecimento no dia a dia. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após realizado o levantamento sistemático da literatura sobre AE nos âmbitos internacional e nacional com o emprego de critérios definidos, que se pautaram na busca de uma amplitude de diferentes fontes de pesquisa, com a utilização de recursos de software a fim de dar maior credibilidade no processo de controle dos resultados, ainda assim pode-se considerar que essa pesquisa tem suas limitações. Por isso, reconhecemos que podem haver (e existem de fato) mais estudos na literatura nacional e internacional que dizem respeito à Aprendizagem Empreendedora. A intenção dos autores não é a de afirmar que todo o campo foi mapeado. Isso fica evidente quando observado que alguns trabalhos sobre a AE não apareceram nos resultados da pesquisa, mas foram identificados nas referências bibliográficas de materiais analisados no decorrer do levantamento. Assim, enfatizam-se trabalhos de Jason Cope que aparece na lista de autores com a maior quantidade de publicações sobre a temática, e que principalmente com alguns colaboradores possui outros artigos desenvolvidos para eventos (COPE; HAMILTON, 2005; COPE; PITTAWAY, 2005; COPE, 2008; COPE; CAVE; ECCLES, 2008). Também foi identificado um trabalho de David Rae (RAE, 2006), entre outros estudos de autores diversos (MURPHY, 1993; YOUNG; SEXTON, 1997; PLATZEK; PRETORIUS; WINZKER, 2014; JÄMINKI, 2016). Existem referências na literatura nacional não citadas, com destaque para a dissertação de José Luis Gonçalves Ramos (RAMOS, 2015), que resultou em um dos artigos que apareceu na pesquisa (MINELLO; SCHERER; RAMOS, 2015) e o artigo de Moraes e Hoeltgebaum (2003) apresentado no Third International Conference of the Iberoamerican Academy of Management, que é considerado por Zampier e Takahashi (2014, p. 5) como sendo o primeiro modelo para investigação e análise do processo de aprendizagem empreendedora. Posto isso, convém também frisar que a elaboração de um levantamento sistemático da literatura não é apenas uma investigação sobre o quem, o quando e o onde o tema em questão foi (e tem sido) explorado, mas essa tarefa também deve ser encarada como uma possibilidade que pode proporcionar o entendimento do o que e do como os estudos têm sido conduzidos. E nesta pesquisa não foi diferente. Desde o surgimento da Aprendizagem Empreendedora como campo de estudo de forma mais intensa no final dos anos 90 até as pesquisas mais recentes, apontaram-se as mudanças que ocorreram e foram destacadas as diferentes abordagens que têm sido utilizadas. Diante do exposto, este artigo não deseja ser apenas um levantamento da literatura, mas tem como intenção contribuir para o avanço do campo da AE na medida em que revela a incipiência desse campo, especialmente na literatura nacional. Ou seja, após a pesquisa mapear o campo de estudo da AE, ela não olha somente para o passado, mas também visa-se a apontar para o futuro a fim de orientar e sugerir novas possibilidades de realização de pesquisas empíricas. Dessa forma, salienta-se que o estudo sobre a AE é um processo inacabado, por isso sugere-se que se busque avançar na compreensão do processo de aprendizagem dos empreendedores por meio de investigações que em- ISSN ano 17 n. 49 out./dez

53 Sérgio Vogt Yara Lucia Mazziotti Bulgacov preguem diferentes abordagens. Isso deve ocorrer de forma mais acentuada especialmente na literatura nacional, devido ao baixo número de publicações e à forma como elas têm sido conduzidas até o momento. Para isso propõe-se que sejam utilizadas abordagens que enfoquem os aspectos sociais da aprendizagem, de forma diferente da perspectiva cognitiva e experiencial. Assim, recomenda-se que sejam utilizadas as teorias da prática conforme apresentam Gherardi (2006), Gherardi e Strati (2014) e Nicolini (2012) e, mais recentemente Nicolini (2016) e Nicolini e Monteiro (2017) nos estudos empíricos sobre Aprendizagem Empreendedora. Isso implica, por exemplo, beneficiar-se da visão das comunidades de prática de Wenger (1998) e da aprendizagem situada de Lave e Wenger (1991) como considerado por Terzieva (2016) e Rae (2017). Ou seja, sugere-se que a aprendizagem empreendedora seja concebida como um fenômeno complexo e que se leve em consideração diferentes aspectos que compõem esse processo: individuais, sociais, ambientais e também históricos. Isso envolve a busca pelo entendimento da Aprendizagem Empreendedora como um processo que decorre mesmo antes de a própria ação empreendedora ser realizada, na medida que os indivíduos se envolvem em diferentes práticas sociais. Por fim, destaca-se que o objetivo de mapear o campo sobre a Aprendizagem Empreendedora foi alcançado e que foi apresentada, de forma sistemática, a literatura base para a produção de futuros trabalhos que visem a essa temática como foco de investigação. A realização de estudos com a intenção de um entendimento mais profundo da Aprendizagem Empreendedora como um processo social e firmado nas práticas trará contribuições não só para a teorização sobre o assunto, mas também para que os atuais e futuros empreendedores possam ter conhecimento sobre esse fenômeno no qual eles se envolvem ou então farão parte. Principalmente pelo fato de que o entendimento da Aprendizagem Empreendedora enquanto fenômeno está diretamente ligado ao empreendedorismo e à gestão de empresas. Ou seja, a aprendizagem empreendedora pode proporcionar maiores condições do desenvolvimento de novos negócios, bem como a aplicação das competências empreendedoras na gestão empresarial. REFERÊNCIAS AGBIM, K. C.; OWUTUAMOR, Z. B.; ORIAREWO, G. O. Entrepreneurship Development and Tacit Knowledge: Exploring the Link between Entrepreneurial Learning and Individual Know-How. Journal of Business Studies Quarterly, v. 5, n. 2, p , ISSN AKRITIDIS, L.; KAKOURIS, A. Modelling the Style in Entrepreneurial Learning From Experience. EUROPEAN CONFERENCE ON INNOVATION AND ENTREPRENEURSHIP ECIE, 7., Santarém: Academic Publishing International, p BAGGEN, Y. et al. Fostering Entrepreneurial Learning On-the-Job: evidence from innovative small and medium-sized companies in Europe. European Journal of Education, v. 51, n. 2, p , ISSN BAUMOL, W. J. Entrepreneurship in economic theory. Annual Meeting of the American Economic Association, Chicago, n. 58, p , BERGLUND, H.; HELLSTRÖM, T.; SJÖLANDER, S. Entrepreneurial learning and the role of venture capitalists. Venture Capital, v. 9, n. 3, p , ISSN BLENKER, P. et al. Entrepreneurship as everyday practice: towards a personalized pedagogy of enterprise education. Industry and Higher Education, v. 26, n. 6, p , ISSN BRESLIN, D.; JONES, C. The evolution of entrepreneurial learning. International Journal of Organizational Analysis, v. 20, n. 3, p , ISSN Editora Unijuí Desenvolvimento em Questão

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60 Aprendizagem Empreendedora: conhecendo o passado e vislumbrando o futuro RAE, D.; GEE, S.; MOON, R. The role of an entrepreneurial learning team in creating an enterprise culture in a university. In: FAYOLLE, A. (ed.). Handbook of Research in Entrepreneurship Education: International Perspectives. Cheltenham UK: Edward Elgar Publishing, p Cap. 12. V. 3. ISBN RAE, D.; WANG, C. L. Entrepreneurial Learning: New perspectives in research, education and practice. New York: Routledge Taylor & Francis Group, p ISBN RAMOS, J. L. G. Aprendizagem empreendedora diante do insucesso empresarial: uma perspectiva de empreendedores brasileiros e uruguaios que vivenciaram o fracasso empresarial p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Santa Maria, Programa de Pós-Graduação em Administração, Santa Maria, RAMSGAARD, M. B.; CHRISTENSEN, M. E. Interplay of entrepreneurial learning forms: a case study of experiential learning settings. Innovations in Education and Teaching International, p. 1-10, ISSN ROBERTS, D. C. Rumination to Reflection: The Quest to Re-Visit Entrepreneurial Learning. EUROPEAN CONFERENCE ON RESEARCH METHODOLOGY FOR BUSINESS AND MANAGEMENT STUDIES, 10., Caen, p ROMANO, A.; PASSIANTE, G.; DEL VECCHIO, P. Knowledge-intensive Entrepreneurship in Innovation Ecosystems: towards the conceptual model of a Regional Entrepreneurial Learning Center. INTERNATIO- NAL FORUM ON KNOWLEDGE ASSET DYNAMICS, 9., Matera, p ROSSIGNOLI, F.; LIONZO, A.; LASSINI, U. Entrepreneurial learning in family SMEs: The role of family in communities of practice. EUROPEAN CONFERENCE ON KNOWLEDGE MANAGEMENT ECKM, 17., Belfast, 2016, p RUSK, M.; MCGOWAN, P. Entrepreneurial Learning in Context: An Exploration of Learning Models in Different Domains. EUROPEAN CONFERENCE ON INNOVATION AND ENTREPRENEURSHIP ECIE, 10., Genoa, p SACRAMENTO, P. M. Inovação e aprendizagem empreendedora: estudo de casos múltiplos em empresas turísticas de pequeno e médio porte da cidade de Aracaju p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Sergipe, Programa de Pós-Graduação em Administração, São Cristóvão, SALUTO, P.; GUELFI, S.; NORESE, M. F. An integration of theoretical knowledge, day by day experience and multicriteria methods to support the entrepreneurial learning process. Measuring Business Excellence, v. 20, n. 1, p , ISSN SANZ-VELASCO, S. Entrepreneurial learning: Developing opportunities and business models p. Thesis (Doctoral) Institutionen för Teknikens Ekonomi och Organisation, Chalmers University of Technology, Göteborg, SAY, J. B. A treatise on political economy. 6 th ed. New York: Augustus M. Kelley, SCARMOZZINO, E.; CORVELLO, V.; GRIMALDI, M. Entrepreneurial learning through online social networking in high-tech startups. International Journal of Entrepreneurial Behaviour and Research, v. 23, n. 3, p , ISSN SCHERER, R. F.; ADAMS, J. S.; WIEBE, F. A. Social learning theory as a conceptual framework for entrepreneurship research: The role of observational learning. In: ROBERTS, G. B.;LASHER, H. et al. International Council for Small Business, Boston, p , SCHOUT, H.; HARKEMA, S. Entrepreneurial Learning: Practice as a Source for Learning and Business Success. EUROPEAN CONFERENCE ON INNOVATION AND ENTREPRENEURSHIP, 5., Athens, p SCHUMPETER, J. A. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. São Paulo: Nova Cultural, p ISBN SECUNDO, G. et al. Students creativity and entrepreneurial learning for developing corporate entrepreneurship. In: SCHIUMA, G.; LERRO, A. (ed.). Integrating Art and Creativity into Business Practice, p ISBN SECUNDO, G. et al. Enhancing corporate entrepreneurship through an entrepreneurial learning approach: turning students ideas into entrepreneurial practice. 10th INTERNATIONAL FORUM ON KNOWLEDGE AS- SET DYNAMICS IFKAD, 10., Bari, 2015a. SECUNDO, G. et al. Entrepreneurial learning dynamics for technology driven entrepreneurship: An integrative framework. EUROPEAN CONFERENCE ON KNOWLEDGE MANAGEMENT ECKM, 16., Udine, 2015b. p ISSN ano 17 n. 49 out./dez

61 Sérgio Vogt Yara Lucia Mazziotti Bulgacov SECUNDO, G. et al. Activating entrepreneurial learning processes for transforming university students idea into entrepreneurial practices. International Journal of Entrepreneurial Behaviour and Research, v. 23, n. 3, p , ISSN SECUNDO, G.; SCHIUMA, G.; PASSIANTE, G. Entrepreneurial learning dynamics in knowledge-intensive enterprises. International Journal of Entrepreneurial Behaviour and Research, v. 23, n. 3, p , ISSN SEUNEKE, P.; LANS, T.; WISKERKE, J. S. C. Moving beyond entrepreneurial skills: Key factors driving entrepreneurial learning in multifunctional agriculture. Journal of Rural Studies, v. 32, n. 2013, p , ISSN SHANE, S.; VENKATARAMAN, S. The Promise of Entrepreneurship as a Field of Research. The Academy of Management Review, v. 25, n. 1, p , ISSN SILVA, J. C. P. D. Aprendizagem e competências empreendedoras: estudo com gestores de tecnologia da informação na região metropolitana de Fortaleza CE p. Dissertação (Mestrado Profissional em Administração e Controladoria) Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo, Fortaleza, SJOEVOLL, J.; PEDERSEN, O. Links between Educational Programmes, Local Recourses and Entrepreneurial Learning. INTERNATIONAL CONFERENCE OF EDUCATION, RESEARCH AND INNOVATION, 3., Madrid, SMILOR, R. W. Entrepreneurship: Reflections on a subversive activity. Journal of Business Venturing, v. 12, n. 5, p , ISSN SOETANTO, D. Networks and entrepreneurial learning: coping with difficulties. International Journal of Entrepreneurial Behaviour and Research, v. 23, n. 3, p , ISSN SPITERI, S.; MARINGE, F. EU entrepreneurial learning: perspectives of university students. Journal of Enterprising Communities, v. 8, n. 1, p , ISSN SULLIVAN, R. Entrepreneurial learning and mentoring. International Journal of Entrepreneurial Behaviour & Research, v. 6, n. 3, p , ISSN TÄKS, M.; TYNJÄLÄ, P.; KUKEMELK, H. Engineering students conceptions of entrepreneurial learning as part of their education. European Journal of Engineering Education, v. 41, n. 1, p , ISSN TAYLOR, D. W.; THORPE, R. Entrepreneurial learning: a process of co participation. Journal of Small Business and Enterprise Development, v. 11, n. 2, p , ISSN TERZIEVA, L. Entrepreneurial learning and communities of practice: The case of the cross-border cultural tourism development Bulgaria Romania. In: ATELJEVIC, J.; TRIVIĆ, J. (ed.). Economic Development and Entrepreneurship in Transition Economies: Issues, Obstacles and Perspectives. Switzerland: Springer International Publishing, p Cap. 15. ISBN THEODORAKOPOULOS, N. et al. Diversifying into technical clothing manufacture as entrepreneurial learning: A situated learning theory perspective. Journal of Manufacturing Technology Management, v. 25, n. 5, p , ISSN X. TOUTAIN, O. et al. Role and impact of the environment on entrepreneurial learning. Entrepreneurship & Regional Development, v. 29, n. 9-10, p , TRAGAZIKIS, P.; KIRGINAS, S.; GOUSCOS, D. Digital games for entrepreneurial learning, innovation and creativity: examples and evaluation criteria. International Journal of Innovation and Regional Development, v. 4, n. 3-4, p , ISSN TRANFIELD, D.; DENYER, D.; SMART, P. Towards a Methodology for Developing Evidence-Informed Management Knowledge by Means of Systematic Review. British Journal of Management, 14, p , ISSN TUCKER JR., L. R. Entrepreneurial Learning Experience: The Academic Responsibility. Journal of Business Education, v. 56, n. 4, p , VAN VUUREN, W. et al. Entrepreneurial learning and the IBM universities business challenge: an experiential learning perspective. In: FAYOLLE, A.; REDFORD, D. T. (ed.). Handbook on the Entrepreneurial University. Cheltenham, UK: Edward Elgar Publishing Limited, p Cap. 17. ISBN WALSH, G. S.; CUNNINGHAM, J. A. Regenerative failure and attribution: Examining the underlying processes affecting entrepreneurial learning. International Journal of Entrepreneurial Behaviour and Research, v. 23, n. 4, p , ISSN WANG, C. L.; CHUGH, H. Entrepreneurial Learning: Past Research and Future Challenges. International Journal of Management Reviews, v. 16, n. 1, p , ISSN Editora Unijuí Desenvolvimento em Questão

62 Aprendizagem Empreendedora: conhecendo o passado e vislumbrando o futuro WANG, C. L.; CHUGH, H. Entrepreneurial learning: Past research and future challenges. In: RAE, D.; WANG, C. L. (Ed.). Entrepreneurial Learning: New perspectives in research, education and practice. New York: Routledge Taylor & Francis Group, p Cap. 2. ISBN WEE, K. N. L. A problem-based learning approach in entrepreneurship education: promoting authentic entrepreneurial learning. International Journal of Technology Management, v. 28, n. 7/8, p , ISSN WEI, J.; GONG, L.; LIU, C. Entrepreneurial Learning Based on Critical Incidents: Influences of Learning Styles. INTERNATIONAL CONFERENCE ON STRATEGIC MANAGEMENT, Chengdu, p WENGER, E. Communities of practice: Learning, meaning, and identity. Cambridge: University Press, ISBN WILKINSON, M. A Sociocultural-Historical Perspective on Entrepreneurial Learning: The Case of a Novice Entrepreneur. INTERNATIONAL SEMINAR QUALITY MANAGEMENT IN HIGHER EDUCATION, 6., Tulcea, p XIAO, Q.; ZHUANG, W.-L.; CAO, Z.-P. A situated model of entrepreneurial learning and entrepreneurs innovation propensity and its application in China s transitional economy. Entrepreneurial Strategy Innovation and Sustainable Development. Chengdu, p XU, J.; LU, Y. Impacts of entrepreneurial network on entrepreneurial learning. INTERNATIONAL CONFE- RENCE ON INFORMATION MANAGEMENT, INNOVATION MANAGEMENT AND INDUSTRIAL ENGINEERING ICIII, 3., Kunming, p YANG, J.-P.; CHEN, T.-T.; TANG, L.-B. The effect of entrepreneurial network on new venture growth: The regulatory role of entrepreneurial learning. INTERNATIONAL ASIA CONFERENCE ON INDUSTRIAL ENGINEE- RING AND MANAGEMENT INNOVATION IEMI, Beijing, p YOUNG, J. E.; SEXTON, D. L. Entrepreneurial Learning: A Conceptual Framework. Journal of Enterprising Culture, v. 5, n. 3, p , ISSN ZAMPIER, M. A. Desenvolvimento de competências empreendedoras e processos de aprendizagem empreendedora: estudo de casos de MPE s do setor educacional p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Paraná, Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração, Curitiba, ZAMPIER, M. A.; TAKAHASHI, A. R. W. Competências empreendedoras e processos de aprendizagem empreendedora: modelo conceitual de pesquisa Cadernos EBAPE.BR, v. 9, n. Edição Especial, p , jul ISSN ZAMPIER, M. A.; TAKAHASHI, A. R. W. Aprendizagem e competências empreendedoras: estudo de casos de MPE s do setor educacional. ENCONTRO DE ESTUDOS SOBRE EMPREENDEDORISMO E GESTÃO DE PE- QUENAS EMPRESAS EGEPE, 7., Florianópolis, ZAMPIER, M. A.; TAKAHASHI, A. R. W. Competências e aprendizagem empreendedora em MPE s educacionais. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, v. 8, n. 3, p. 1-22, ISSN ZHANG, X. The Impact of Entrepreneurial Learning on Entrepreneurial Performance: The Mediating Role of Entrepreneurial Competencies. In: XIE, A.; HUANG, X. (ed.). Advances in Electrical Engineering and Automation. New York: Springer, p ISBN ZHENG, K. The Entrepreneurial Learning Process And Influential Factors of Entrepreneurs in Business Model Construction. INTERNATIONAL CONFERENCE ON EDUCATION, MANAGEMENT AND COMPUTING TE- CHNOLOGY ICEMCT, 30., Tianjin, p p. ZHIYUAN, L.; SHUKUAN, Z. Networking ties and entrepreneurial learning: An empirical investigation of Chinese enterprisers. INTERNATIONAL CONFERENCE ON NETWORKING AND DIGITAL SOCIETY lcnds, 2., Wenzhou, p ISSN ano 17 n. 49 out./dez

63 Apêndice II

64 Revista Ciências e-issn: Quem sabe faz (ou já fez) ao vivo! : Um ensaio teórico sobre a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem Journal of Administrative Sciences DOI: / Quem sabe faz (ou já fez) ao vivo! : Um ensaio teórico sobre a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem Who knows does (or already did) live! : An essay about the indissolubility between practice and learning Sergio Vogt 1 Yara Lucia Mazziotti Bulgacov 2 Rafael Carvalho Machado 3 Resumo A aprendizagem, como tema de investigação, tem sido explorada pelas perspectivas cognitiva, experiencial e social e, mais recentemente, a partir da prática. Assim, neste ensaio teórico, em se tratando de uma reflexão sobre como ocorre o processo da aprendizagem na prática, objetiva-se desenvolver uma argumentação que revele a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem, propondo um conjunto metodológico na investigação empírica da aprendizagem por meio dessa abordagem teórica. Para isso, foi realizado, por meio de um resgate histórico, a contextualização sobre o cenário que favoreceu esse novo olhar sobre a prática e possibilitou o surgimento das bases teóricas que se dedicam em estudá-la. Em seguida, uma vez reconhecido o potencial dessa nova oportunidade no horizonte da pesquisa acadêmica, a prática passou a ser considerada como lócus da aprendizagem. Assim, foram apresentados argumentos que realçam a conexão direta e estreita entre a concepção de prática e de aprendizagem, visto que se estabelece uma relação mútua, equivalente e de constituição, pois a aprendizagem constitui e se constitui por meio de práticas diversas. Por fim, foi sugerido um conjunto metodológico que viabilizasse a pesquisa que envolve a aprendizagem e sua relação (indissolúvel) com a prática, especialmente quando é demandada a construção de evidências a partir de um olhar para o passado, ou seja, quando as práticas e o aprendizado fruto do envolvimento com elas já ocorreram. Palavras-chaves: Prática. Aprendizagem. Conhecimento. Teorias da Prática. História de Vida. Abstract Learning as a research topic has been explored for several decades through different perspectives cognitive, experiential and social. Recently, there was an interest in understanding learning from practice. Thus, this essay, when it comes to a reflection on how the learning process occurs in practice, aims to develop an argument that reveals the indissolubility between practice and learning and proposes a methodological set in the empirical investigation of learning by this theoretical approach. To do so, a historical inquiry was carried out to contextualize the scenario that flourished this new view on the practice and enabled the emergence of theoretical bases that are dedicated to studying it. Then, once the potential of this new opportunity on the horizon of academic research was recognized, the practice came to be considered as the locus of learning. Thus, arguments have been presented that highlight the direct and close connection between the conception of practice and learning, insofar as a mutual, equivalent and constitutive relationship is established since learning constitutes and is constituted by diverse practices. Finally, it was suggested a methodological set that enabled the research involving learning and its (indissoluble) relationship with practice, especially when it is demanded the construction of evidence from a look into the past, that is, when the practices and learning from involvement with them has already occurred. Keywords: Practice. Learning. Knowledge. Practice Theories. Life History. 1 Doutorando em Administração pela Universidade Positivo - UP na linha de pesquisa de Organização e Mudança, Mestre em Administração pela Universidade Federal do Paraná - UFPR na linha de pesquisa de Estratégia e Análise Organizacional. Afiliação: Universidade Positivo. Brasil. Lattes: Orcid: sergiovogt@gmail.com 2 Possui Doutorado em Educação pela UNESP-Universidade Estadual de São Paulo, Campus Marília; Mestrado em Psicologia pela PUC_SP, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Afiliação: Universidade Positivo. Brasil. Lattes: ybulgacov@gmail.com 3 Possui graduação em Administração Pública (EAESP-FGV, 2004), especializado em Gestão de Qualidade e Produtividade (UFPR, 2009) e em Gestão de Moda (SENAI, 2011). Afiliação: Universidade Positivo. Brasil. Lattes: Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 25, n. 4, p. 1-14, Edição Especial

65 Sergio Vogt, Yara Lucia Mazziotti Bulgacov, Rafael Carvalho Machado 1 Introdução A aprendizagem, como tema de investigação, tem sido explorada há diversas décadas por meio de diferentes perspectivas cognitiva, experiencial e social (Godoi & Freitas, 2008; Kolb, 1984; Lave, 1992; Wenger, 2009). Nos estudos organizacionais, dentro dessas diferentes abordagens, o tema é alvo de pesquisa, principalmente no que se refere aos aspectos da aprendizagem organizacional (Argyris & Schön, 1978; Cook & Yanow, 1993; Easterby-Smith & Lyles, 2011; Fiol & Lyles, 1985; Schön & Argyris, 1997; Yanow, 2000). Mais recentemente, embora existam alguns indicativos já na década de noventa, surgiu o interesse pela compreensão da aprendizagem a partir da prática. Essa lente supera a tendência individualista das correntes cognitiva e experiencial e, mesmo que também se apresente como uma visão social da aprendizagem, busca complementar alguns aspectos desse olhar, como quando centraliza como unidade de análise a prática (Bispo, 2013a, 2013b, 2015; Gherardi, 2006, 2009; Gherardi & Strati, 2014; Lave, 2015; Lave & Wenger, 1991; Wenger, 1998). O interesse na utilização dessa perspectiva para estudo da aprendizagem ocorreu em virtude do movimento conhecido como o retorno da prática (Nicolini, 2012; Schatzki, Cetina, & Savigny, 2001). O significado desse regresso da prática e como isso ocorreu são complementares à busca por alternativas para o estudo de fenômenos como o da aprendizagem. Assim, neste ensaio teórico, em se tratando de uma reflexão sobre como ocorre o processo da aprendizagem na prática, objetiva-se desenvolver uma argumentação que revele a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem, propondo um conjunto metodológico na investigação empírica da aprendizagem por meio dessa abordagem teórica. Acredita-se que o entendimento do entrelaçamento entre a aprendizagem e a prática, e a posterior realização de pesquisas que levem isso em consideração em diferentes contextos, pode contribuir com a compreensão de processos organizacionais à medida que o fenômeno do aprendizado for considerado de forma holística, principalmente quando observado o relacionamento de agentes humanos e não humanos nesse percurso. Dessa maneira, serão também necessários recursos metodológicos que deem conta da complexidade do fenômeno que se pretende estudar. Para isto, neste artigo é realizada, primeiramente, por meio de um resgate histórico, uma contextualização sobre o cenário que favoreceu um novo olhar sobre a prática e possibilitou o surgimento das bases teóricas que se dedicam em estudá-la. Em seguida, são apresentados argumentos que realçam a conexão direta e estreita entre a concepção de prática e de aprendizagem, com ênfase no conceito de knowing in practice (Gherardi, 2009; Gherardi & Strati, 2014; Nicolini, Gherardi, & Yanow, 2003; Strati, 2003). E, ao final, é sugerido um conjunto metodológico para se estudar empiricamente a aprendizagem baseada na prática. Como ponto de partida para o atingimento dessas aspirações, parte-se em busca de esclarecimentos sobre o pano de fundo existente que culminou com o retorno da prática. Para isso, a próxima seção, ao dar ênfase ao cenário em que ocorreu esse regresso, descreve e contextualiza essa trajetória. 2 Contextualização histórica: o cenário que favoreceu um (novo) olhar sobre a prática Parece que a ideia platônica de que a melhor vida seria a vida do filósofo, dedicada ao aprendizado e à contemplação da verdade (Nussbaum, 1986, p. 138) que, na esfera filosófica e, posteriormente, científica, não foi atribuída à prática o seu apropriado espaço de reflexão. E nem mesmo a iniciativa aristotélica de desconstrução parcial dessa ideia colocou a prática no seu devido lugar. Talvez porque, mais tarde, com Kant, novamente se defenderam os pressupostos do Idealismo, reforçando ainda mais que o mundo das ideias era suficiente para o entendimento da realidade (Hamlin, 2000). Porém as reflexões sobre a teoria geral do conhecimento episteme (Furlong & Marsh, 2010) não se mantiveram unicamente centradas nessa base de pensamento idealista. Contrário a essa visão, surgiu o Realismo, argumentando que existe uma realidade exterior no sentido de que as coisas são exatamente como as percebemos (Hessen, 2000, p. 53). Isto parece ter incentivado, no período do Iluminismo, que René Descartes apontasse para o método como a única forma de se alcançar a certeza absoluta, ou seja, a verdade. Esse mesmo período também foi marcado pelo surgimento do Empirismo, que, na relação direta com o Realismo, criticava a doutrina das ideias inatas, como apontou Locke (1973) ao considerar a 2 Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 25, n. 4, p. 1-14, Edição Especial. 2019

66 Quem sabe faz (ou já fez) ao vivo! : Um ensaio teórico sobre a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem experiência como fonte central do conhecimento. Posição também sustentada por Hume (1973) ao afirmar que o conhecimento nasce da experiência, e não por raciocínio. Essas bases de pensamento, lançadas pelos pressupostos do Realismo e do Empirismo, disponibilizaram um suporte para a construção de outras correntes epistemológicas, como o Positivismo, que surgiu nas Ciências Sociais com Augusto Comte, na terceira década do século XIX, que se ateve ao uso do raciocínio e da observação para descobrir as leis lógicas que regem o mundo (Comte, 1978). Da mesma forma como ocorreu com o Positivismo, com perspectiva objetivista e premissas similares, surgiu o Pragmatismo. Contrário ao Intelectualismo que, segundo Hessen (2000), foi uma tentativa de mediação entre o Racionalismo de Descartes e o Empirismo de Locke e Hume, toma como critério de verdade o valor prático das coisas. Como o positivismo, critica a metafísica e baseia-se no empirismo radical ao voltar-se para o concreto (James, 1979). Com esse pano de fundo, podemos entender como se deu a constituição de um conjunto de pensamentos que predominaram até meados do século XX. Nesse período, na análise organizacional, surgiram abordagens e perspectivas alternativas que se preocupavam com aspectos da subjetividade, do discurso e com a práxis nas Ciências Sociais (Vizeu, 2010, p. 39). Dessa forma, foi dada uma maior ênfase nas chamadas ciências do espírito, conforme apontado por Viana, Pierangeli, e Brito (2016). A consideração da subjetividade e discurso deu novo fôlego ao surgimento de novas perspectivas nos estudos organizacionais. Inaugurou-se, na segunda metade do século XX, um período caracterizado por diferentes guinadas, entre as quais pode-se destacar: a histórica (Burke, 2005; Le Goff, 1998; Vizeu, 2010); a interpretativa (Morgan & Smircich, 1980; Reckwitz, 2002); a linguística (Brown, 2017; Habermas, 1990; Sombra, 2008) e a da prática (Gherardi, 2006, 2012; Gherardi & Strati, 2017; Nicolini, 2012; Ortner, 1984; Schatzki, 2002). Cada uma com suas características e, por vezes, compartilhando de pressupostos semelhantes. A abordagem da prática, que interessa para esta reflexão, oferece uma ruptura radical com as formas de compreender as questões sociais, pois apresenta alternativas para as Ciências Sociais ao colaborar com a compreensão dos fenômenos organizacionais, conforme defende Nicolini (2012). O autor acredita, que ao estabelecer a prática enquanto unidade de análise para o estudo dos assuntos organizacionais, pode-se contribuir com a teoria das organizações. Seu argumento fundamental é que a teorização organizacional se tornou demasiadamente abstrata e distanciada das atividades concretas a que se propunha descrever. Essa ruptura com pressupostos positivistas e pragmatistas leva a uma busca por uma nova lógica: a lógica da prática (Sandberg & Tsoukas, 2011) como uma forma de resolver o problema de conhecimento gerado pelas perspectivas mais tradicionais da ciência, especialmente em organizações. No entanto, a promoção do regresso da prática à unidade de análise e à construção de respostas, principalmente para os estudos organizacionais, não se deu da noite para o dia. O que ocorreu foi uma trajetória até que se divulgasse o practice turn (Schatzki et al., 2001), uma vez que também não houve a elaboração de uma única teoria da prática, mas uma série de princípios que constituíram um corpo teórico que deu sustentação e promoveu a prática a objeto de estudo. O movimento de colocar a prática novamente como finalidade de análise apareceu, inicialmente, com Ortner (1984). A autora cita que teóricos como Karl Marx, Pierre Bourdieu (1978), Anthony Giddens e Marshall Sahlins fizeram parte da construção das bases das teorias da prática. Afirmou que, no desenvolvimento teorético de ambos, existia um olhar para o on the ground em referência à vida concreta (Ortner, 1984, p. 143). Reckwitz (2002), ao também realizar um resgate dos principais teóricos que construíram os fundamentos das teorias da prática, adicionou outros a essa relação, como John Dewey, Charles Taylor e Judith Butler. Mais tarde, Nicolini (2012) cita que também fazem parte desse conjunto de teóricos que deixaram uma herança para as teorias da prática Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger e Ludwig Wittgenstein. Na mesma intenção de apontar os fundamentos das teorias da prática, Gherardi (2006) descreve que alguns desses autores fizeram parte das raízes filosóficas do conceito de prática (Marx, Heidegger e Wittgenstein) e que outros, das raízes sociológicas (Bourdieu, Giddens e, diferente dos demais, adiciona Harold Garfinkel). Portanto, existe uma série de autores e pressupostos teóricos que dão base para a teorização a partir do olhar sobre a prática. Destaca-se, assim, que os pressupostos trazidos por tais autores, e outros até agora Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 25, n. 4, p. 1-14, Edição Especial

67 Sergio Vogt, Yara Lucia Mazziotti Bulgacov, Rafael Carvalho Machado aqui não mencionados, como Foulcault ou Vygotsky e Leontiev, alicerçaram esse regresso da prática. Portanto, tendo cada um desses teóricos trazido alguma contribuição para o estudo da prática, formaramse alicerces para a elaboração de uma teorização baseada na prática. Essa grande variedade de origens culmina num conceito polissêmico de prática (Gherardi & Strati, 2014). As abordagens acerca dos Estudos Baseados em Práticas - EBP - são diferentes, constituindo um campo ao que se convém denominar teorias da prática, no plural. Assim, uma vez realizados esses apontamentos que contextualizam um caminho histórico caracterizado por rupturas, parte-se, agora, em direção a elucidar os fundamentos dessa corrente teórica que procurou suplantar as perspectivas dominantes e que vê a análise da prática como uma possibilidade de oferecer entendimento aprofundado e uma refinada teorização dos fenômenos organizacionais. 3 Fundamentos das teorias da prática Os alicerces para se olhar a prática A virada da prática ocorreu num momento em que, nos estudos organizacionais, o exame das organizações como coisas ou então apenas como discursos teóricos estava migrando para o estudo das organizações como um processo social, criando, assim, um terreno fértil para essas novas possibilidades teóricas. Especialmente por sua capacidade de fornecer uma visão processual das questões organizacionais e colocar em primeiro plano o papel central das atividades humanas, e não mais uma visão puramente pragmática ou então experiencial (Nicolini, 2012). A visão processual das organizações deixa de entendê-las como uma substância e passa a compreendêlas como um conjunto de relações que produz e organiza o social. Nesse sentido, a ontologia plana passa explicar a realidade social sem a utilização de níveis (Schatzki, 2016), tratando de entender a relação entre as ações e arranjos materiais (Schatzki, 2012), e entre atores humanos e não-humanos (Latour, 2012), em práticas interrelacionadas que compõem um mundo de relações que não se restringe a uma realidade local (Nicolini, 2017). A mudança de visão de uma organização de coisa para processo permite entender a realidade como essa rede em constante manutenção ou transformação. As teorias da prática são inerentemente relacionais e veem o mundo como um conjunto contínuo, com nexos e alianças de práticas. Nelas encontra-se uma tentativa de romper com teorias que abrigam dualidades, pois argumenta-se como vantagem que uma visão do social (baseada na prática) possibilita dissolver (e não resolver) os dualismos entre ator/sistema, social/material, corpo/mente e teoria/ação (Gherardi, 2006, 2012; Gherardi & Strati, 2014; Nicolini, 2012). Essa nova e diferente forma de teorização organizacional os EBP (Gherardi, 2009; Gherardi & Strati, 2014) é considerada como um caminho de uma jornada orientada para a boa ciência social. Tornando o investigador mais articulado e capaz de perceber as diferenças que compõem o universo complexo e multifacetado em que vivemos e que (se) reflete também o (no) contexto organizacional. Essa boa ciência é generativa e não eliminativista, pois proporciona uma compreensão mais rica e cheia de nuances do mundo, e não apenas respostas simplificadas. Portanto, seu objetivo é aumentar a nossa capacidade de estabelecer conexões entre os fenômenos (Nicolini, 2012, p. 215). Visto que houve a construção de um solo fértil que favoreceu o retorno da prática, e que surgiram possibilidades para que se avançasse na sua investigação enquanto objeto de análise, passou-se a desenvolver conhecimento por meio da teorização baseada na prática (Gherardi, 2006, 2009, 2012; Gherardi & Strati, 2014; Nicolini, 2012; Nicolini & Monteiro, 2017). 3.1 A teorização baseada na prática Uma saída necessária para o entendimento da selva polissêmica da prática é recorrer àqueles que se dedicam a pesquisar e defini-la, como Reckwitz (2002, p. 249), que descreveu a prática (no singular) como um termo que se refere a toda ação humana (em contraste com a teoria). E que as práticas (no plural) têm o sentido de práticas sociais, termo usado por Schatzki et al. (2001), mas também encontrado em Wenger (1998, p. 47) quando afirmou que o conceito de prática implica fazer, mas não apenas fazer em si mesmo. 4 Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 25, n. 4, p. 1-14, Edição Especial. 2019

68 Quem sabe faz (ou já fez) ao vivo! : Um ensaio teórico sobre a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem É fazer em um contexto histórico e social que dá estrutura e significado ao que fazemos. Nesse sentido, a prática é sempre prática social. Reckwitz também utilizou o termo em alemão, praktik, para definir a prática como um tipo de comportamento rotineiro que consiste em vários elementos interligados entre si, como a way of cooking, e não apenas o cozinhar como uma ação humana. Dessa maneira, a prática é um nexo disperso de fazeres (doings) e dizeres (sayings) (Schatzki, 2012, p. 14). Essa definição foi ampliada mais tarde por Gherardi (2006, p. xi) ao afirmar que se deve incluir também o feeling. Desse modo, a prática, ou uma prática social, envolve corpo, mente, coisas (atores não humanos segundo Gherardi (2012, p. 10)), conhecimento, discurso e linguagem, estrutura e processo (Reckwitz, 2002). Silvia Gherardi complementa essa conceituação da prática como sendo o terreno em que os sujeitos e os objetos tomam forma, a linguagem torna-se o discurso e o conhecimento é mobilizado e mantido (Gherardi, 2006, p. xiii-xiv). Defende-se, assim, que o conceito de prática permite a análise das conexões sociais entre indivíduos, organizações, instituições e contextos situados, em que essas conexões se formam e os intermediários são usados para que se estabeleça essa união. Por essa razão, reitera que a visão da prática empregada à pesquisa oferece um vocabulário holístico e um framework sensibilizador para a investigação empírica nas Ciências Sociais. Tem-se assim, um olhar ontológico da prática, a qual é multifacetada por ser composta por um conjunto de atividades que adquirem significado, as quais são reconhecidas como uma unidade (e não simplesmente como uma ação situada). Considera-se também, nessa ontologia da prática, que existe uma relação com a temporalidade, na medida em que ela precisa ser repetida a fim de ser reconhecida socialmente, pois as diferentes práticas que compõem o mundo social ocorrem no espaço e no tempo e possuem uma natureza que é, ao mesmo tempo, estática, mas fluida, visto é mutável. E, uma vez realizada, introduz um ordenamento de elementos humanos e não humanos (Gherardi, 2009; Nicolini, 2012). Ademais, além dessas características, a prática é padronizada, senão não pode ser considerada como uma prática (Nicolini, 2012, p. 84). Isto corrobora o fato de ter que ser reconhecida socialmente. Dessa forma, a prática é, ao mesmo tempo, constituidora da, mas também composta, pela realidade social, e foi descrita por Schatzki (1991, p. 654) como uma multiplicidade de ações interligadas e regidas por estruturas inter e intrapessoais. Dessa forma, a prática passa a ser um conceito analítico que permite a interpretação de como as pessoas se engajam e participam ativamente no mundo (Gherardi, 2009, p. 357). Esse conceito analítico permite a identificação e a caracterização de uma ou mais práticas. Além disso, pode-se afirmar que as práticas são constituídas por um conjunto de atividades, as quais são compostas por ações carregadas de significado que, por sua vez, também possuem uma característica: são formadas por operações, concebidas como a unidade básica da ação humana (Nicolini, 2012, p. 108). O reconhecimento dos elementos constituidores da prática contribui para que ela seja delimitada e se torne possível a sua observação enquanto objeto de investigação. Tendo em vista essa elucidação conceitual, para que se realize um debate sobre a teorização baseada nesse conceito, deve-se destacar que as práticas precisam ser estudadas analiticamente, e não apenas descritivamente. Esse alerta é necessário, pois as representações, fruto de uma descrição, podem revelar algo em primeiro plano, mas ocultar outros significados. Assim, representar as práticas com a ideia de que elas podem simplesmente serem observadas e, de forma neutra, narradas, é assinar um projeto que pode vir a ser considerado como ideológico, ou então, de certa maneira, limitado (Nicolini & Monteiro, 2017, p. 6). Isto exige uma atenção ainda maior por parte dos pesquisadores que almejam realizar estudos dessa natureza. Por certo que as práticas precisam ser tematizadas e transformadas em objetos de análise, a fim de serem examinadas como alguma coisa que, de fato, existe (Gherardi, 2006, 2009, 2012; Gherardi & Strati, 2014; Nicolini, 2012, 2016; Nicolini & Monteiro, 2017). Uma das possibilidades que surgem para o emprego dessa perspectiva teórica é na investigação da aprendizagem, especialmente no que se refere à conexão do aprendizado com a prática (Gherardi, 2009; Gherardi & Strati, 2014; Nicolini et al., 2003; Strati, 2003). Dessa maneira, a seção seguinte irá concentrar-se na construção e apresentação de fundamentos que justificam essa união. Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 25, n. 4, p. 1-14, Edição Especial

69 Sergio Vogt, Yara Lucia Mazziotti Bulgacov, Rafael Carvalho Machado 4 A indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem As práticas são consideradas o loci da aprendizagem (Gherardi, 2009), pois a aprendizagem é construída como participação na prática, visto que mente e corpo, conhecedor e conhecido, sentimentos e emoções, entendimento e conhecimento se tornam entrelaçados (Gherardi, 2006). Em síntese, argumenta-se que a prática é que conecta o saber com o fazer (Gherardi & Strati, 2014, p. 6). Dessa maneira, rejeita-se a instrumentalização da explicação sobre aprendizagem e defende-se que o conhecimento não reside na cabeça das pessoas, mas em uma atividade situada em práticas sociais (Gherardi & Strati, 2014, p. xviii). Diante dessa postura, surge o conceito de knowing in practice (KinP). Perspectiva que vai ao encontro do que Lyles e Easterby-Smith (2003) identificaram como lacuna a ser preenchida nas pesquisas acadêmicas sobre aprendizagem dentro dos estudos organizacionais, uma vez que reconheceram que era (e ainda é) necessário entender sobre aprendizagem, mas que faltava pesquisa sobre o real e verdadeiro aprendizado e conhecimento (p. 645 aspas adicionadas do original). O KinP se fundamenta na sociologia organizacional e em uma ontologia construtivista, e não vê o conhecimento como objeto, mas o percebe como um processo social, humano, material, estético, bem como emocional, firmado em práticas em que fazer (doing) e o conhecer (knowing) são um e o mesmo (Gherardi, 2006, p. xii). A partir dessa perspectiva, o saber e o fazer estão conectados como remete o bordão de um apresentador televisivo: Quem sabe faz ao vivo!. Nesse sentido, não existe separação entre conhecimento e aprendizado, pois ocorrem simultaneamente no decorrer da ação. Portanto, dentro dessa visão, o conhecimento passa a ser visto não como uma substância, objetivado em um livro ou materializado em outro objeto, nem meramente uma propriedade posse de um indivíduo. O conhecimento é mobilizado no desempenho de práticas, as quais envolvem aspectos humanos e não humanos (Gherardi & Strati, 2014). Assim, a aprendizagem se torna um curso de ação, materialmente mediada, situada dentro de práticas (Gherardi, 2006, p. xiv). Essa visão expõe determinados indicativos epistêmicos, pois se percebe na prática, por meio de atividades concretas, a produção e o uso do conhecimento, uma vez que o conhecimento tornou-se visível, observável e descritível, sem a necessidade de se inferir sobre o que está na cabeça das pessoas. Essa perspectiva da aprendizagem (e também do conhecimento) sugere uma natureza fluída do conhecer, que é ancorado em práticas, as quais conectam o individual com a sociedade (coletivo), pois cada prática individual é (está) situada dentro de um campo de outras práticas que se ramificam em todas as direções (Gherardi, 2006, p. vvii - parênteses adicionados do original). Em virtude disso, no exemplo usado pela autora, o simples fato de escovar os dentes, mesmo em se tratando de uma prática individual, relaciona-se com outras práticas e outras atividades, como a compra da escova em um supermercado ou as orientações dadas pelos profissionais da Odontologia sobre como proceder nessa tarefa. Vê-se que no knowing in practice também se identifica a mediação de aspectos não humanos, como artefatos e tecnologias que se envolvem no processo. Assim, à medida que ocorre a interligação entre diferentes práticas, tem-se a formação de uma rede de práticas que é denominada de textura de práticas (Gherardi & Strati, 1990). E mesmo que em uma prática exista uma forma, não necessariamente homogênea, e em um conjunto de diferentes práticas entrelaçadas haja continuidade, nessas práticas e nesses agrupamentos, não tão circunscritos, que irá ocorrer a aprendizagem (Gherardi, 2006). Nessa dinâmica, a aprendizagem não é vista apenas como um processo cognitivo individual, pois a prática antecede a cognição, nem é encarada como fruto de uma experiência concreta, já que vai além do que considera a visão da aprendizagem experiencial, de forma que a aprendizagem é percebida como algo que ocorre mediada pelo social, levando-se em conta que é constituída (e se constitui) por práticas diversas. Dessa forma, tem-se também o estabelecimento da conexão entre o conhecimento e a prática em virtude da relação mútua e equivalente entre praticar (practising) e conhecer (knowing). Convém, portanto, ressaltar que, dentro desse processo, atenta-se mais para os aspectos do conhecimento tácito (Polanyi, 1966) do que para questões puramente objetivas que possam explicar como o aprendizado ocorre, como é o caso da argumentação sobre a aquisição e a retenção de conhecimento encontrado nas correntes cognitivista e experiencial. 6 Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 25, n. 4, p. 1-14, Edição Especial. 2019

70 Quem sabe faz (ou já fez) ao vivo! : Um ensaio teórico sobre a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem Desde a década de 90, especialmente ancorados nos trabalhos de Jean Lave e Etienne Wenger (Lave, 1992; Wenger, 1998), existe o movimento de considerar a aprendizagem encorada em práticas utilizando o conceito de comunidades de prática (Antonello & Godoy, 2010; Ipiranga et al, 2005). Mais recentemente, o conceito de KinP tem despertado o interesse em pesquisadores para a compreensão de fenômenos organizacionais (Pimentel & Nogueira, 2018), como da aprendizagem (Ferrazza & Antonello, 2017). Assim, dentro dessa perspectiva da teoria da prática sobre o knowing in practice, os passos já trilhados permitem uma fundamentação que dá suporte para o argumento da relação direta e estreita entre a aprendizagem, o conhecimento e a prática. A questão não esclarecida e que permanece é: quando e como se aprende? Por isso, a fim de expor a busca por elucidar essa indagação, avança-se para a próxima seção. 4.1 Aprender na ou com a prática? A resposta é aprendendo ao tornar-se um praticante Aprender não se trata somente de estudar uma cartilha proposta ou experienciar um fazer qualquer (no sentido de ação), mas de praticar (Gherardi, 2006). Na visão do knowing in practice, argumenta-se em prol da exigência de que o aprender está no tornar-se um praticante (Gherardi, 2006; Gherardi & Strati, 2014). Isto pode envolver seguir uma orientação. Porém, dentro da argumentação do conhecendo na prática, o aprendizado em si estaria além disso, pois seria firmado em algo mais amplo e concreto: nas práticas sociais. Diante disso, a questão que surge é: como o indivíduo aprende praticando? Sabe-se, primeiramente, que o conhecimento agora está na prática, e não somente no que o sujeito sabe sobre ela. Assim sendo, Gherardi (2006) defende que o conhecimento não deixa de ser acessado pelo praticante por meio de formas linguísticas (por exemplo, storytelling), mas é obtido, principalmente, por outras modalidades de relacionamento na participação (ou realização) da prática. Dentro dessas diferentes formas, o aprendiz/praticante tem acesso (ou deve-se ater) ao que a autora chama de indicadores do conhecimento, que contribuem com o aprendizado ao direcionarem a atenção do interessado em aprender para objetos específicos do conhecimento. Nesse sentido, mais do que simplesmente fazer e, por consequência, adquirir/reter conhecimento, como defendem algumas perspectivas, o indivíduo precisa envolver-se na prática, e isto inclui, por exemplo, ver e olhar. Esses termos recebem uma atenção especial de Gherardi quando destaca que a dinâmica da aprendizagem precisa de verbos sempre no gerúndio, no caso o seeing (que envolve um processo automático não reflexivo) e o looking (que envolve intencionalidade) (Gherardi, 2006, p. 77). Ambos são realizações que compõem o watching (observar/prestar atenção a/assistir). Além disso, a autora enfatiza o ouvir e o (buscar compreender) como formas de orientar-se por esses indicadores do conhecimento. No mesmo sentido, Björn (2012) critica abordagens que tratam de desemaranhar o conhecimento da ação. Para a autora, ainda que um praticante tenha a sua disposição toda a informação para o desempenho de uma tarefa, nem sempre é possível identificar quais informações são relevantes, dentro de um determinado contexto social, tecnológico e econômico, para resolver situações não identificadas. Nessa perspectiva, o conhecimento não poderia ser desacoplado da atividade prática, nem pode ser entendido como uma matéria adquirida - tal como uma série de definições de dicionário. Dessa maneira, o conhecimento individual não é obtido com a apropriação de informações, mas sim como um uso competente da experiência que resulta das repetidas oportunidades de resolução de problemas e testes de soluções (Tsoukas, 2005). Em síntese, dado o que foi apresentado até então, percebe-se que, para que haja aprendizado, tem que haver o praticar, missão incumbida ao praticante que só aprende na medida em que se envolve e ele(a) mesmo realiza a tarefa. No exercício de sua incumbência, tais tarefas irão orientar sua caminhada em direção ao atingimento dos seus objetivos e, consequentemente, na construção de aprendizagens. No desenrolar da sua postura como praticante, o indivíduo, além de agir, também irá falar sobre a prática e, durante a prática em que estiver envolvido, irá ouvir, ver e sentir. A aprendizagem, nessa perspectiva, é indissolúvel da prática, pois se constitui nela. Diante desses argumentos e da possibilidade de utilização desse corpo teórico para a realização de pesquisas empíricas, questiona-se: como é possível o estudo da aprendizagem e qual arcabouço metodológico poderia ser usado quando se trata de um estudo baseado na prática? A seção a seguir buscar elucidar alguns aspectos que podem colaborar com a definição de uma proposta teórico-metodológica que viabilize a pesquisa que envolve a aprendizagem e sua relação (indissolúvel) com a prática. Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 25, n. 4, p. 1-14, Edição Especial

71 Sergio Vogt, Yara Lucia Mazziotti Bulgacov, Rafael Carvalho Machado 5 O estudo da aprendizagem por meio de um arcabouço teórico-metodológico das práticas Autores que se dedicam a apresentar formas de se conduzir os estudos baseados na prática orientam como é possível a realização de pesquisas que envolvem a aprendizagem dentro dessa perspectiva. Eles argumentam que a saída é o emprego de uma epistemologia relacional (Gherardi, 2006, 2009, 2012; Gherardi & Strati, 2014; Nicolini, 2012; Nicolini & Monteiro, 2017), principalmente quando se argumenta que é fundamental que o conhecimento seja visto e analisado como uma atividade cooperativa (Gherardi, 2012, p. 25), ao invés de ser visto apenas como um objeto. Diante dessa sugestão, sugere-se uma mudança, a fim de que o conhecimento passe a ser visto como um recurso para a ação e, portanto, o trabalhar (work): é o uso de um conjunto de conhecimentos, e o trabalhando (working), nesse sentido, irá produzir mais conhecimentos (Gherardi, 2012, p. 20). Portanto, dentro dessa nova perspectiva de se observar a aprendizagem ancorada na prática, não se busca mais estimar ou aferir a aprendizagem em um nível quantitativo, procura-se analisar o processo em que a produção de conhecimento gerou aprendizado. Essa perspectiva baseia-se na visão do conhecimento como algo prático (practical knowledge), permitindo que sejam atribuídas algumas características para sua descrição (o que traz contribuições metodológicas para a pesquisa), entre as quais: a instância pragmática, pois é direcionada para o fazer (doing); uma temporalidade específica, uma vez que surge de uma situação e de uma ação situada; está ancorado na materialidade, dado que utiliza fragmentos de conhecimento que deriva de objetos e tecnologia; também se firma em práticas discursivas, destacando a mobilização do discurso na concretização da ação e a existência de uma sustentação histórico-cultural, visto que o conhecimento prático envolve o que aconteceu no passado, em determinado contexto, e resultou em aprendizado, ou seja, considera-se também o aspecto experiencial (Gherardi, 2012). No que se refere à aspectos relacionados à operacionalização de investigações, usando os EBP, primeiramente, Gherardi (2012) destaca a possibilidade da realização de uma pesquisa da prática a partir de fora focada na investigação da regularidade, de padrões de organização de atividades, ou a partir de dentro, em que o ponto de vista é dos praticantes da atividade em questão. Nesse sentido, se a partir de fora a atenção é no fazer (doing), pode-se inferir que a partir de dentro a centralidade está no knowing. O destaque dessas diferentes possibilidades, não excludentes entre si, proporciona um avanço na orientação de como conduzir estudos baseados na prática, em virtude de que ambas direcionam o foco da observação do pesquisador. Davide Nicolini também se destaca na proposição de aspectos metodológicos operacionalizantes para os estudos baseados na prática. O autor lançou bases para sua proposta quando enfatizou o conceito de zoom in e zoom out para o estudo das práticas (Nicolini, 2010). E, mais recentemente, apresentando o que ele chamou de uma abordagem da prática (Nicolini, 2012). Abordagem formada por um kit de ferramentas com base em uma pluralidade de conceitos sensibilizadores, pertencentes a ontologias, epistemologias e metodologias distintas, mas que apresentam semelhanças entre si, formando um eclestismo programático disponível aos EBP. Esse pacote de conceitos sensibilizadores também sugere um foco empírico em diferentes elementos, tais como: nos dizeres (sayings) e nos fazeres (doings), na ordem interacional, no tempo e no espaço. Propõe, ainda, que se considerem aspectos como a coreografia corporal, as ferramentas e os artefatos, assim como os aspectos mediadores do trabalho, os interesses práticos, as tensões entre criatividade e normatividade, e os processos de legitimação e de padronização. Para cada um desses atributos, como elementos que devem ser observados nos estudos baseados na prática, o autor exemplifica, por meio de questões, que estes possuem a finalidade de sensibilizar o pesquisador para a possibilidade de construção de um caminho em direção ao entendimento do fenômeno ou seja, da(s) prática(s) observada(s) (Nicolini, 2012, p. 220). Outra lição metodológica existente nos EPB refere-se à sugestão dada por Nicolini e Monteiro (2017) de que, em vez de procurar as razões do comportamento (organizacional ou social) dentro das pessoas, a abordagem da prática objetiva impelir o pesquisador a olhar para as relações, para como os sistemas de 8 Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 25, n. 4, p. 1-14, Edição Especial. 2019

72 Quem sabe faz (ou já fez) ao vivo! : Um ensaio teórico sobre a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem ações são atados conjuntamente e o que isso implica em termos de agência, significado e empowerment. E, por que não, também aprendizagem? Nesse sentido, tem-se uma orientação de como empregar as bases teóricas que sustentam as teorias da prática de forma empírica. Porém, com base no que foi até então apresentado, mesmo que já se tenha avançado em direção à elaboração de uma base para os estudos baseados na prática, provavelmente essa tarefa ainda não está encerrada, especialmente no que se refere aos aspectos operacionalizantes para a condução de pesquisas endereçadas à aprendizagem. Assim, se a busca é por uma receita que instrua o pesquisador no caminho a ser trilhado, existem alguns sinais já revelados, mas isto ainda está inacabado, principalmente quando a busca por entendimento de processos de aprendizagem não permite a observação da prática ocorrendo em um determinado momento, mas requer resgate histórico. Portanto, mesmo sabendo-se que, metodologicamente, para conduzir e operacionalizar estudos baseados na prática existem sugestões de procedimentos metodológicos para se estudar empiricamente a aprendizagem. Questiona-se sobre a potencialidade do auxílio de metodologias tradicionais que envolvem a instrumentalização da coleta de dados em investigações dessa natureza, especialmente quando é demandada a construção de evidências a partir de um olhar para o passado, ou seja, quando as práticas foram realizadas e o aprendizado ocorreu. Nesse sentido, tendo em vista que este artigo também se propõe a apresentar um conjunto metodológico para se estudar empiricamente a aprendizagem baseada prática, a seção a seguir traz a construção dessa proposta. 5.1 Uma proposta de operacionalização de estudos sobre a aprendizagem na prática Considerando que é preciso uma metodologia apropriada para a observação do conhecer na prática, conforme afirmaram Gherardi e Strati (2014, p. 4), e ainda dado que o conhecimento é concebido como uma atividade mundana, situado nas práticas de trabalho (p. 4), defende-se aqui que, em se tratando de procedimento de coleta de dados que viabilizem a investigação sobre a aprendizagem com resgate histórico, a seleção da história de vida HV, aliada à entrevista temática, em um momento posterior ao relato da trajetória vivida, permite realizar a investigação da prática dentro da perspectiva apresentada por Gherardi, a partir de fora, mas também o fará a partir de dentro, ou seja, do ponto de vista dos praticantes envolvidos em determinadas práticas, como indivíduos que desempenharam certas atividades e as relatam agora ao investigador social. Essa possibilidade decorre do fato de que, em se tratando dos estudos organizacionais, o reconhecimento da relevância da HV tem fomentado discussões na academia em virtude de sua natureza, que é, ao mesmo tempo, tática e funcional (Cappelle, Borges, & Miranda, 2010; Closs & Antonello, 2008; Gaffuri & Ichikawa, 2016; Itelvino, Costa, Gohn, & Ramacciotti, 2015; Jaime, Godoy, & Antonello, 2007; Mageste & Lopes, 2007; Oliveira, Correa, & Delboni, 2017; Perazzo & Bassi, 2007). Vista como uma estratégia qualitativa que colabora com a organização da coleta de dados, a HV permite que, ao contar sua história de vida, o narrador relate sobre o que aconteceu consigo e tornar o implícito explícito, o escondido visto, o sem forma com forma e o confuso claro (Atkinson, 2002, p. 125), permitindo ao pesquisador acesso a um mundo até então desconhecido para ele, ainda que possam haver limitações, como falhas na própria memória do narrador. Na narração de uma história de vida, o narrador externaliza por meio da linguagem e de sua perspectiva pessoal as experiências vividas e os sentimentos sentidos. Estes podem suscitar aspectos de conhecimento, autoimagem e estima, assim como alegrias e satisfações. Podem, também, revelar aspectos em comum (ou discrepantes) mais do que se imagina. Enfim, por meio de histórias narradas, devido essa estratégia metodológica ser contextualizada e pessoal, afirma-se que os outros irão nos conhecer e entender melhor (Atkinson, 2002, p. 128). Segundo Olesen (2011, p. 144), o fato de se produzir um texto que se apoie fortemente no engajamento e nas experiências próprias do narrador, de forma aproximada dos acontecimentos e experiências permitirá ao investigador social acesso a conhecimentos que poderão construir uma compreensão mais clara do fenômeno que se investiga. Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 25, n. 4, p. 1-14, Edição Especial

73 Sergio Vogt, Yara Lucia Mazziotti Bulgacov, Rafael Carvalho Machado Porém, escolher a história de vida como estratégia/método de pesquisa significa deparar-se com a distinção entre duas formas de história de vida que precisam ser apresentadas e são melhores retratadas com os termos na língua inglesa life history e life stories. A primeira se refere a um relato da vida e, a segunda, são esses relatos em forma de histórias, as quais contam sobre experiências pessoais que ocorrem em um determinado contexto social e histórico, ou seja, a minha life history contempla diversas stories of my life (Ferrazza & Antonello, 2017). Isto aponta para a oportunidade do uso do método da história temática como forma de investigação sobre as histórias menores ou mais específicas que compõem a vida do narrador e que podem ser alvo do investigador social quando deseja descobrir algo em particular. Inclusive sobre processos de aprendizagem firmadas em determinadas práticas. O método da história de vida tem a ver com uma trajetória que é maior, podendo ser da infância, passando por diferentes fases da vida até o momento atual, e pode ser usado em conjunto com outros métodos, como apontou Musson (2004). Uma dessas possibilidades é a realização da entrevista temática que, segundo Alberti (2005, p. 37), é aquela que versa sobre a participação do entrevistado no tema escolhido. Essa autora enfatiza que a própria entrevista de história de vida contém, em seu interior, diversas entrevistas temáticas (p. 37). Assim, a escolha de uma em detrimento da outra deve se pautar no objetivo que se deseja atingir e, no caso da entrevista temática, seu emprego é adequado a aspectos bem definidos que se deseja conhecer. Por isso, sugere-se que ambas sejam empregadas em tom de complementariedade, a fim de descortinar processos de aprendizagem envolvendo resgates históricos em que não é possível acompanhar uma prática no momento em que é realizada. Assim, têm-se que o emprego da narrativa, efeito de uma história de vida ou temática, permite que o pesquisador torne visível e audível as práticas e as atividades, os processos, as características culturais e estruturais do cotidiano do nosso mundo social, como apontou Susan Chase no Handbook de pesquisa qualitativa de Denzin e Lincon (2005, p. 664). E que isto possibilita a construção de conhecimento sobre o processo de aprendizagem a partir dessas narrativas. Reconhecemos que essa não é a única possibilidade metodológica para revelar, por dentro, uma lógica de ação dos indivíduos. Outras abordagens culturais têm também o potencial de investigar a aprendizagem na prática: a etnometodologia, por exemplo, é um caminho importante para o estudo da aprendizagem em organizações e sofre, contudo, críticas por sua falta de estruturação (Bispo & Godoy, 2012). A etnografia é outro caminho reconhecido, porém não se podem ignorar as dificuldades do método, sobretudo de acesso ao campo (ver Alcadipani, 2014). Defendemos a HV como uma ferramenta disponível ao pesquisador qualitativo de organizações. 6 Considerações finais Dentro dos estudos organizacionais, desde que surgiram os primeiros debates de temas relacionados ao comportamento organizacional, a temática da aprendizagem se mostrou relevante em virtude de sua capacidade de fornecer um entendimento sobre diferentes processos organizacionais. Isto permitiu que esse fenômeno fosse explorado por meio de diferentes perspectivas cognitiva, experiencial e a social. Nesse mesmo período, ocorreu o aparecimento de uma série de correntes teóricas, que geraram fundamentos que tornavam a prática como objeto de estudo para a compreensão de diferentes fenômenos sociais. Essas diferentes lentes teóricas procuraram suplantar as perspectivas dominantes e viam na análise da prática social uma possibilidade de oferecer um entendimento aprofundado e uma refinada teorização dos fenômenos organizacionais. Assim, os pressupostos dessas perspectivas teóricas criaram uma base que sustentou o retorno da prática e a estabeleceu como uma nova possibilidade de teorização organizacional. Por isso, neste artigo foi realizada, por meio de um resgate histórico, a contextualização sobre o cenário que favoreceu esse novo olhar sobre a prática e possibilitou o surgimento das bases teóricas que se dedicam em estudá-la. Em seguida, uma vez reconhecido o potencial dessa nova oportunidade no horizonte da pesquisa acadêmica, a prática passou a ser considerada como lócus da aprendizagem. Assim, foram apresentados argumentos que realçam a conexão direta e estreita entre a concepção de prática e de aprendizagem, uma relação mútua, equivalente e de constituição, pois a aprendizagem constitui e se 10 Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 25, n. 4, p. 1-14, Edição Especial. 2019

74 Quem sabe faz (ou já fez) ao vivo! : Um ensaio teórico sobre a indissolubilidade entre a prática e a aprendizagem constitui por meio de práticas diversas o que reforça a ideia de indissolubilidade entre esses elementos. Por fim, foi sugerido um conjunto metodológico que viabilizasse a pesquisa que envolve a aprendizagem e sua relação (indissolúvel) com a prática, especialmente quando é demandada a construção de evidências a partir de um olhar para o passado, ou seja, quando as práticas foram realizadas e o aprendizado fruto do envolvimento com elas já ocorreu. Dentro dessa perspectiva de se observar a aprendizagem ancorada na prática, procura-se analisar o processo em que a produção de conhecimento gerou aprendizado. Por isso, sugere-se que sejam utilizados os pressupostos aqui apresentados para a realização de futuras pesquisas de natureza empírica, em diferentes contextos, a fim de revelar distintos processos de aprendizagem. Para isso, acredita-se que a narrativa, fruto de uma ou mais histórias, pode ser utilizada como ferramenta na busca desse objetivo. Portanto, se knowing é practising, então, praticar é aprender. Tem-se, assim, que a aprendizagem origina-se de um conjunto de práticas em que o sujeito praticante se envolveu no decorrer da sua trajetória de vida. Cabe ao pesquisador, interessado em descortinar processos de aprendizado, procurar nesse universo a construção de respostas para suas questões de pesquisa. Referências Alberti, V. (2005). Manual de história oral (3ª ed.). Rio de Janeiro: Editora FGV. Alcadipani, R. (2014). Confissões Etnográficas: Fracassos no Acesso a Organizações no Brasil. Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, 1(1), Antonello, C. S., & Godoy, A. S. (2010). A Encruzilhada da Aprendizagem Organizacional: uma Visão Multiparadigmática. Revista de Administração Contemporânea, 14(2), Argyris, C., & Schön, D. (1978). Organizational learning: a theory of action perspective: Addison-Wesley. Atkinson, R. (2002). The Life Story Interview. In J. F. Gubrium & J. A. Holstein (Eds.), Handbook of Interview Research: Context and Method (pp ). London: Sage. Bispo, M. D. S., & Godoy, A. S. (2012). A Etnometodologia enquanto Caminho Teórico-metodológico para Investigação da Aprendizagem nas Organizações. Revista de Administração Contemporânea, 16(5), Bispo, M. d. S. (2013a). Aprendizagem organizacional baseada no conceito de prática: contribuições de Silvia Gherardi. Revista de Administracao Mackenzie, 14(6), Bispo, M. d. S. (2013b). Estudos Baseados em Prática: Conceitos, História e Perspectivas. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 2(1), Bispo, M. d. S. (2015). Methodological Reflections on Practice-Based Research in Organization Studies. BAR - Brazilian Administration Review, 12(3), Bjorn, P. (2012). How people act in sociomaterial practices. Scandinavian Journal of Information Systems, 24(2), Bourdieu, P. (1978). Outline of a Theory of Practice (R. Nice, Trans.). Cambridge: Cambridge University Press. Brown, P. (2017). Narrative: An ontology, epistemology and methodology for pro-environmental psychology research. Energy Research & Social Science, 31, Burke, P. (2005). Theorists and Historians. In P. Burke (Ed.), History and Social Theory (pp. 1-20). New York: Cornell University Press. Cappelle, M. C. A., Borges, C. L. P., & Miranda, A. R. A. (2010). Um Exemplo do Uso da História Oral como Técnica Complementar de Pesquisa em Administração. Paper presented at the VI Encontro de Estudos Organizacionais da Anpad - EnEO, Florianopólis. Closs, L., & Antonello, C. S. (2008). O Uso do Método de História de Vida Para Compreensão dos Processos Rev. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 25, n. 4, p. 1-14, Edição Especial

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78 Apêndice III

79 Aprender, Empreender e Aprender: a Perspectiva da Prática para o Entendimento do Processo da Aprendizagem Empreendedora Sergio Vogt Universidade Positivo sergiovogt@gmail.com Yara Lucia Mazziotti Bulgacov Universidade Positivo ybulgacov@gmail.com Recebido em 18 de julho de 2018 Aprovado em 15 de agosto de 2018 Resumo O campo de estudo do empreendedorismo não é recente e já foi explorado por meio de diferentes perspectivas. No final da década de oitenta, uma nova possibilidade oportunizou que o tema fosse analisado enquanto um processo dinâmico. Essas mudanças levaram os pesquisadores a questionar de que maneira ocorre o tornar-se empreendedor. Diante disso, aproximaram-se os pressupostos das teorias sobre empreendedorismo e da aprendizagem, inaugurando-se uma nova temática, denominada de Aprendizagem Empreendedora (AE). Este ensaio teórico, enquanto uma reflexão sobre esse tema, além de narrar o resgate histórico do surgimento da Aprendizagem Empreendedora e de descrever como ocorreu o seu desenvolvimento ao apontar as diferentes perspectivas empregadas, sugere que as teorias da prática sejam utilizadas como lentes teórico-metodológicas para o seu estudo. Isso ocorre pelo fato de que, atualmente, as pesquisas apontam para a investigação da aprendizagem dos empreendedores por meio de um enfoque social e revelam uma tendência para a análise das práticas como fonte de aprendizado. Para isso, realizou-se um levantamento sistemático da literatura sobre a Aprendizagem Empreendedora a fim de permitir a apresentação histórica do desenvolvimento da temática e a posterior identificação das diferentes perspectivas utilizadas nessa trajetória. Palavras-chave: Aprendizagem Empreendedora; Empreendedorismo; Aprendizagem; Teorias da Prática. 1 Introdução O campo de estudo do empreendedorismo não é recente e já foi explorado em diferentes perspectivas (Busenitz, Plummer, Klotz, Shahzad, & Rhoads, 2014; Landström, Harirchi, & Åström, 2012; Moroz & Hindle, 2012). Seu surgimento ocorreu dentro de uma vertente econômica (Schumpeter, 1997) e se expandiu com o auxílio da corrente humanista, principalmente da Psicologia (Kuratko, Morris, & Schindehutte, 2015; McClelland, 1972). A relevância dessa temática na área acadêmica ainda é destacada em virtude da sua significância não só na economia, mas também no Revista da Micro e Pequena Empresa, Campo Limpo Paulista, v.12, n.3 p , 2018 ISSN

80 desenvolvimento social e cultural (Bygrave, 2009; Rae, 2000; Rae & Wang, 2015; Shane & Venkataraman, 2000). A ênfase no empreendedorismo como tema de estudo, em se tratando de uma temática que já contava com décadas de história, ganhou um novo horizonte de pesquisa no final da década de oitenta, quando surgiu uma reviravolta motivada por William B. Gartner. A nova perspectiva de estudo sugerida por esse autor possibilitou um olhar diferente, a partir do qual o empreendedorismo pôde ser analisado enquanto um processo não mais estático, mas dinâmico, gerando novos questionamentos dentro do campo (Gartner, 1988; Kuratko et al., 2015; Moroz & Hindle, 2012; Rae & Carswell, 2000, 2001; Shane & Venkataraman, 2000). As mudanças ocorridas após esse período oportunizaram que os pesquisadores questionassem como ocorre o processo do tornar-se empreendedor. Assim, surgiram, a partir da década de noventa e, de forma mais intensa, no início dos anos dois mil, as primeiras pesquisas que focavam no entendimento da relação do aprendizado em que os empreendedores se envolvem durante o processo de empreender (Cope & Watts, 2000; Deakins & Freel, 1998; Festervand & Forrest, 1993; Minniti & Bygrave, 2001; Murphy, 1993; Rae, 2000; Rae & Carswell, 1999, 2001; Schaefer & Minello, 2017; Smilor, 1997; Young & Sexton, 1997). O movimento em busca de compreender a aprendizagem do empreendedor inaugurou uma nova temática, denominada de Aprendizagem Empreendedora (AE). Ela surgiu da relação entre as teorias sobre empreendedorismo e aprendizagem, principalmente a aprendizagem organizacional (AO) quando considerada em uma perspectiva segundo a qual são os indivíduos que aprendem no contexto organizacional (Erdélyi, 2010; Harrison & Leitch, 2008; Minniti & Bygrave, 2001). Com o passar dos anos, e na medida em que houve o aumento das pesquisas sobre a Aprendizagem Empreendedora, pôde-se observar os diferentes períodos que a temática percorreu e em qual medida houve o aumento das pesquisas sobre AE (Wang & Chugh, 2014, 2015). Nessas fases, dentre as perspectivas inicialmente utilizadas para a investigação do fenômeno, destacam-se a cognitivista e a experiencial (Agbim, Owutuamor, & Oriarewo, 2013; Rae, 2000, 2004, 2005; Young & Sexton, 1997). Criou-se, preliminarmente, uma predominância do emprego de tais abordagens para o estudo da Aprendizagem Empreendedora. Mudou-se o enfoque somente a partir do surgimento de discussões que sugeriram que as pesquisas endereçadas à temática deveriam retirar o foco do indivíduo e dar maior centralidade no coletivo, ou seja, no aspecto social desse tipo específico de aprendizagem (Cope & Hamilton, 2005; Harrison & Leitch, 2008; McKeown, 2015; Pittaway & Cope, 2007; Rae & Wang, 2015). Essa mudança trouxe novas possibilidades ao campo de estudo. Passadas algumas décadas, questionou-se: como se desenvolveu essa temática no decorrer dos anos que se passaram? Assim sendo, realizou-se um levantamento sistemático da literatura sobre a Aprendizagem Empreendedora visando permitir a apresentação histórica do desenvolvimento da temática. Assim, os objetivos deste estudo são: narrar o resgate histórico do surgimento da Aprendizagem Empreendedora, descrever como se desenvolveu apontando-se as diferentes perspectivas empregadas, bem como sugerir o uso de diferentes lentes teórico-metodológicas para o estudo da AE. Em se tratando de um olhar para o futuro da pesquisa acadêmica envolvendo a Aprendizagem Empreendedora, este ensaio teórico propõe o emprego de teorias da prática como lentes teórico-metodológicas em estudos endereçados a essa temática. Nisso reside a originalidade do presente trabalho, pois enfatiza-se a necessidade de aproximar a perspectiva da prática aos estudos empíricos da Aprendizagem Empreendedora, especialmente pelo fato de que o campo de empreendedorismo demanda mais entendimento do processo de aprendizado do seu principal agente o empreendedor - na medida em que este se envolve em uma prática empreendedora. Para isso, propõe-se que a Aprendizagem Empreendedora seja concebida como um fenômeno complexo e que se levem em consideração os diferentes aspectos que compõem esse processo: individuais, sociais, ambientais e históricos. Revista da Micro e Pequena Empresa, Campo Limpo Paulista, v.12, n.3 p , 2018 ISSN

81 Na seção seguinte, apresentam-se os aspectos relativos ao surgimento da Aprendizagem Empreendedora e, na terceira parte deste ensaio, expõem-se as diferentes perspectivas de estudo sobre o tema que se destacaram no decorrer dos anos. Na sequência, exibem-se argumentos que evidenciam a direção das novas possibilidades desse campo de estudo e, nas considerações finais, sugere-se que se avance na pesquisa sobre o processo da Aprendizagem Empreendedora por meio de alternativas teórico-metodológicas que contribuam com o entendimento desse fenômeno. 2 O surgimento da Aprendizagem Empreendedora Após a realização de um levantamento da literatura disponível em AE e com a análise do material encontrado, pôde-se observar que, em meados dos anos setenta, enquanto tema de pesquisa, o campo do empreendedorismo já havia se consolidado, principalmente dentro de uma vertente econômica (Baumol, 1968; Kirzner, 1973); porém, nesse mesmo período, com a perspectiva humanista de Mcclelland (1972) surgia outra possibilidade de reflexão sobre a temática. Essa passagem de uma perspectiva puramente econômica sobre o empreendedorismo para um olhar mais humano pode ter motivado o questionamento realizado por Lamont (1972) sobre o que os empreendedores aprendem por meio da experiência. Até então, como revela o levantamento sistemático da literatura efetuado por Wang e Chugh (2014), a relação entre o aprender e o empreender não havia sido identificada na esfera acadêmica, ou seja, o aprender (aprendizagem) e o empreender (empreendedorismo) eram áreas tratadas de forma separada. Entretanto, esse primeiro passo dado por Lawrence Lamont parece não ter despertado, de forma imediata, o interesse em colocar esses assuntos para conversar. Somente após quase uma década depois de sua publicação que Tucker Jr. (1981), ao abordar o ensino do empreendedorismo, retomou de forma conjunta aprendizagem e empreendedorismo. Após essa publicação, mais uma vez o campo de estudo se manteve adormecido para a relação (aprender/empreender), conforme a pesquisa realizada por Wang e Chugh (2014). Um novo interesse surgiu quando Gartner (1988) levantou a questão de que as pesquisas sobre os empreendedores deveriam focar naquilo que fazem, e não em quem são. Essa mudança de enfoque buscou incentivar a dinamicidade de um olhar processual sobre o fenômeno empreender e também do tornar-se empreendedor. Aparentemente, o resultado dessa sugestão dada por Gartner foi imediato, pois em um evento, naquele mesmo ano, apresentou-se um trabalho que recomendava a utilização da Teoria da Aprendizagem Social como uma base teórica para a pesquisa em empreendedorismo (Scherer et al., 1988). Já no início da década de noventa apareceram outras evidências que apontavam em direção à AE como um tema de pesquisa acadêmica. Primeiramente com Lant e Mezias (1990), que utilizaram de forma conjunta as temáticas da aprendizagem organizacional e do empreendedorismo para explicar as mudanças ambientais que algumas organizações sofrem e com as quais precisam (aprender a) lidar. No entanto, foi principalmente com Festervand e Forrest (1993) que mais se avançou em direção ao crescimento e ao desenvolvimento da AE como campo de pesquisa; eles realizaram estudos no sentido de desenvolver um modelo que oferecesse respostas à preparação empreendedora, e apresentaram o conceito de Entrepreneurial Preparedness. A expressão aprendizagem empreendedora já havia sido utilizada no trabalho de Murphy (1993), nesse mesmo período. Ele considerou que o ambiente organizacional demanda que o empreendedor tenha que buscar formas diferentes de agir e que isso envolve aprendizado. Mas somente no final dos anos noventa que a referida expressão passou a ser utilizada de forma explícita e recorrente enquanto temática que identifica uma área de estudo. Primeiramente, John E. Young e Donald L. Sexton investigaram a busca de explicações sobre o processo que permite que os empreendedores (já atuantes) aprendam na medida em que gerenciam seus negócios (Young & Sexton, 1997). Logo em seguida, foi a vez de Deakins e Freel (1998) empregarem o termo na tentativa de verificar a contribuição da teoria da AO em pequenas e médias empresas. Revista da Micro e Pequena Empresa, Campo Limpo Paulista, v.12, n.3 p , 2018 ISSN

82 Em síntese, nesse breve olhar histórico do surgimento da AE como tema de estudo, percebeuse, na literatura internacional, o crescimento do interesse e das pesquisas até o final da década de noventa. Esse cenário se revelou recorrente após a virada do século, pois surgiram outros trabalhos que tinham como base essas primeiras reflexões dos teóricos mencionados. A seguir, visando-se à continuidade do relato histórico sobre a Aprendizagem Empreendedora, serão apresentadas informações que descrevem a consolidação e o crescimento das pesquisas e que retratam as perspectivas que se destacaram nesse campo de estudo. 3 Perspectivas que se destacaram nas diferentes fases de estudo da temática O estudo da Aprendizagem Empreendedora surgiu a partir da interseção de duas temáticas já existentes e amplamente desenvolvidas na produção acadêmica (empreendedorismo e aprendizagem), o que fez com que a temática carregasse em suas bases alguns pressupostos que vêm dos fundamentos das duas referidas áreas de estudo. Percebeu-se que, no início das pesquisas sobre a temática AE, predominava a perspectiva individual (Minniti & Bygrave, 2001; Rae, 2000; Rae & Carswell, 2000, 2001; Young & Sexton, 1997). Identificou-se também que era recorrente o emprego de fundamentos da aprendizagem, em uma perspectiva cognitiva, com base em autores como Bandura ou Piaget ou, então, experiencial, basicamente fundamentada nos estudos de Kolb (McHenry, 2008). Nas seções seguintes, apresentam-se diferentes perspectivas utilizadas no decorrer do desenvolvimento da Aprendizagem Empreendedora enquanto tema de estudo. Objetiva-se com isso, construir um terreno que sustente a argumentação sobre a viabilidade de suplantar tais correntes teóricas com o emprego de uma nova possibilidade no estudo empírico desse campo. 3.1 Perspectiva cognitiva Segundo essa perspectiva, o conhecimento é adquirido, retido e utilizado no processo de aprendizagem. O entendimento é de que a cognição recebe e organiza o conteúdo da aprendizagem, a qual é vista a partir de mudanças que podem ser consideradas um processo de adaptação cognitiva (Haynie, Shepherd, Mosakowski, & Earley, 2010; Haynie & Shepherd, 2009). Young e Sexton (1997, p. 225) conceituaram a AE como um processo ativo e cognitivo que os empreendedores empregam para adquirir, reter e usar o conhecimento empreendedor. Esses autores são considerados os primeiros a caminhar em direção ao desenvolvimento da literatura sobre o tema em uma perspectiva puramente cognitiva. Minniti e Bygrave (2001) também parecem simpatizar com essa visão, mesmo que não o façam de forma explícita, pois consideraram o aprendizado empreendedor um processo dinâmico de escolha e de reconhecimento de oportunidades com base em um repertório disponível ao indivíduo. E mesmo com o aparecimento (como será visto a seguir) de argumentos contrários ao uso dessa perspectiva para a pesquisa, percebe-se que a vertente cognitivista da AE se manteve vigente durante alguns anos (Erdélyi, 2010; Rae, 2006). 3.2 Perspectiva experiencial Ao escrever sobre a aprendizagem pela experiência (learning from experience), Kolb (1984) introduziu seminalmente a perspectiva experiencial do aprendizado. Por isso, algum tempo após o surgimento da Aprendizagem Empreendedora, sendo sua investigação inicial conduzida em um enfoque cognitivo, apareceu uma possibilidade nova e complementar: a perspectiva experiencial (Politis, 2005). Isso ocorreu em virtude da aproximação dos pressupostos lançados por Kolb no âmbito da Aprendizagem Empreendedora. Passou-se a defender que a experiência dos empreendedores seria a base para o aprendizado, mas sem desconsiderar totalmente as teorias Revista da Micro e Pequena Empresa, Campo Limpo Paulista, v.12, n.3 p , 2018 ISSN

83 cognitivas do aprendizado, pois tratou-se a cognição como um estoque daquilo que foi experienciado (McKeown, 2015; Rae & Carswell, 2000). Esse novo olhar buscava um rompimento da predominância objetiva que havia sido importada do empreendedorismo e que pairava na pesquisa das ciências sociais (sobretudo na AE), procurando dar mais atenção ao processo de como as pessoas na realidade aprendem. Para isso, procurou-se realizar um contraponto com o pensamento que focava exclusivamente na identificação de traços e de características dos empreendedores, utilizando-se de uma abordagem centrada nas histórias de vida (life stories) (Rae, 2000; Rae & Carswell, 2000, 2001). Na virada do século, a perspectiva experiencial achou um terreno fértil para crescer dentro da AE. Foi quando surgiu o trabalho de Cope e Watts (2000), que argumentavam a favor do aprendizado pelo fazer (learning by doing). E mesmo que não se possa afirmar que esses autores haviam aderido à perspectiva experiencial, nesse trabalho eles consideraram que era por meio de determinados eventos/episódios que se dava o aprendizado dos empreendedores - o que parece ter influenciado, um pouco mais tarde, Diamanto Politis a caminhar em direção ao amadurecimento (e consolidação) da perspectiva experiencial em AE. Partindo do pressuposto de que a natureza do aprendizado é experiencial, Politis endereçou uma crítica às pesquisas até então realizadas em AE ao afirmar que havia um olhar estático no processo de Aprendizagem Empreendedora, uma vez que a lógica predominante era a de explicação da relação causal entre a experiência do empreendedor e o desempenho de seu empreendimento (Politis, 2008, p. 45). Ela passou a defender a tese de que a AE deveria ser vista como um processo experiencial em que a experiência pessoal do empreendedor é transformada em conhecimento que pode ser usado para guiar escolhas de novas experiências (Politis, 2008, p. 53). Essa nova visão sobre o fenômeno ocorria ainda a partir de um enfoque individual na busca de entendimento da AE. Porém, esse enfoque não era predominante no campo, pois mesmo destacando-se o indivíduo como ator da aprendizagem, havia o reconhecimento do aspecto social nesse processo. Rae e Carswell (2000, p. 224) já haviam conceituado a Aprendizagem Empreendedora como um contínuo processo social de aprendizado individual. Mesmo com o surgimento de uma corrente centrada na investigação da Aprendizagem Empreendedora em uma perspectiva experiencial (individual) - sugerindo uma complementariedade à corrente cognitivista - pareceu que surgiria uma nova possibilidade de lançar-se um olhar social sobre esse fenômeno quando Rae e Carswell afirmaram que as relações sociais são fundamentais no aprendizado e na prática do empreendedorismo (2001, p. 157). Nesse momento, os estudos sobre a Aprendizagem Empreendedora distanciavam-se cada vez mais do olhar individual com o enfoque cognitivo (e puramente experiencial) e ampliavam-se as possibilidades de abertura para novas perspectivas no campo de estudo. 3.3 Perspectiva social Em meados 2004, como resultado de considerar-se o aspecto social na aprendizagem dos empreendedores, surgiu um modelo elaborado por Rae (2004), baseado na teoria da aprendizagem social de Wenger (1998). Nesse artigo, Rae revelou o seu descontentamento com a forma que as pesquisas até então vinham sendo conduzidas e destacou que essa insatisfação decorria do fato de que eram centradas na questão cognitivista, dentro de um paradigma individual e não social da aprendizagem. Assim, o autor adotou uma perspectiva social e construcionista da Aprendizagem Empreendedora (Rae, 2005, 2006). Logo em seguida, outros autores uniram-se a ele nessa visão e passaram a considerar também a natureza social da AE (Cope & Hamilton, 2005; Pittaway & Cope, 2007). Esse enfoque social sobre a AE considerava o indivíduo um ator social e o conhecimento uma construção social de significado. Nessa perspectiva, o foco do aprendizado está nas interações, não sendo visto como uma atividade cognitiva, dado que os seres humanos são socialmente interativos Revista da Micro e Pequena Empresa, Campo Limpo Paulista, v.12, n.3 p , 2018 ISSN

84 e, que devido à sua natureza, se engajam em atividades sociais com seus contemporâneos e aprendem de seus antecessores (McHenry, 2008, p. 77). Ao enfatizar a natureza social da aprendizagem, esses pressupostos definem a Aprendizagem Empreendedora como um tipo específico de aprendizado. Diante das mudanças ocorridas (e de novas possibilidades) no estudo do processo da Aprendizagem Empreendedora, notou-se a busca da superação do enfoque individual tendo-se em vista a proposta de análise da aprendizagem como fenômeno social. Também se percebeu um movimento para a suplantação das perspectivas cognitiva e experiencial na medida em que surgia e crescia a visão social da Aprendizagem Empreendedora. E, até mesmo nos meios em que ainda se utiliza a perspectiva cognitivista, existe o reconhecimento da necessidade de ir além da investigação do empreendedor em nível individual, avançando-se na exploração do comportamento desse ator no ambiente social em que ele interage (Akinci, 2015). Por isso que se identificou que os aspectos sociais da Aprendizagem Empreendedora foram sendo cada vez mais considerados e explorados. Jayawarna, Jones e Macpherson (2015) questionaram o papel da infância e da adolescência no tornar-se empreendedor e concluíram que existe uma influência dessas diferentes fases da vida na ação de empreender. Ou seja, para os autores, família, amigos, formação escolar, seja básica e/ou superior, possuem um importante papel na promoção do empreendedorismo ao contribuírem com a preparação empreendedora. Percebe-se um direcionamento das pesquisas em direção à adoção de um enfoque social da aprendizagem (Rae & Wang, 2015). Isso decorre da observação histórica das diferentes fases em que a Aprendizagem Empreendedora teve o seu desenvolvimento no campo acadêmico por meio da identificação das perspectivas utilizadas nesse período. Porém, convém destacar que essa é uma leitura baseada em um cenário que até então não incluía a realidade brasileira no que diz respeito à produção de conhecimento nessa área. Diante disso, questiona-se: como ocorreu (e ainda ocorre) o envolvimento da comunidade acadêmica nacional com essa temática? E, para trazer algum esclarecimento sobre essa questão, a seção seguinte apresenta o quadro histórico do desenvolvimento da Aprendizagem Empreendedora no Brasil. 3.4 E na literatura nacional, como foi? O que está acontecendo? Comparado ao que ocorreu na literatura internacional, houve diferenças significativas tanto no surgimento quanto no crescimento do campo de estudo da AE na literatura nacional. No Brasil, durante o I Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas EGEPE, Gomes (2000) buscou, por meio de um ensaio teórico, relacionar o tema da aprendizagem com o empreendedorismo, porém, sem empregar a literatura disponível sobre Aprendizagem Empreendedora como conceito já desenvolvido por alguns autores internacionais naquele período. Situação semelhante ocorreu anos mais tarde, na quinta edição desse mesmo congresso, quando Guardani e Romito (2008) apresentaram uma análise da forma como os gestores de microempresas aprenderam a administrar seus negócios. Eles também não se utilizaram de uma base teórica de AE que, naquela época, já se encontrava em um estágio avançado de desenvolvimento. O referido cenário mudou somente a partir de 2010, com a defesa da primeira dissertação de mestrado sobre o tema (Zampier, 2010), que resultou, um ano depois, em uma publicação em periódico (Zampier & Takahashi, 2011) e, um pouco mais tarde, na segunda dissertação de mestrado dedicada à Aprendizagem Empreendedora (Fiala, 2012). O ano de 2012 também foi marcado pela aparição de outros trabalhos (Gois & Machado, 2012; Zampier e Takahashi, 2012). A partir de 2013, apresentou-se mais uma dissertação (Sacramento, 2013), bem como ocorreram apresentações de artigos endereçados ao tema em eventos acadêmicos (Da Silva e Teixeira, 2013; Dias & Martens, 2014; Minello et al., 2014). Nesse período, também foi publicado um artigo da autora que desenvolveu primeiramente a temática de forma empírica no cenário nacional anos antes (Zampier & Takahashi, 2014). Ainda em 2014, houve também outro trabalho sobre AE, fruto de pesquisa de Revista da Micro e Pequena Empresa, Campo Limpo Paulista, v.12, n.3 p , 2018 ISSN

85 mestrado (Silva, 2014). Porém, essas pesquisas se caracterizam, basicamente, pelo emprego de bases teóricas internacionais das fases iniciais da Aprendizagem Empreendedora. Mais recentemente, em meados do ano de 2015, registrou-se o maior desenvolvimento de referências na literatura sobre o tema na esfera nacional no período de um ano, mas ainda sem novidades teóricas. Publicaram-se artigos em periódicos (Andrade & Olave, 2015; Leite & Dias, 2015; Oliveira & Marescotti, 2015); houve a apresentação de um trabalho em evento (Minello et al., 2015) e defendeu-se a primeira tese de doutorado dedicada ao tema (Dias, 2015). Ou seja, verificouse um crescimento exponencial das pesquisas relativas ao tema. No entanto, não houve crescimento progressivo das pesquisas. Em 2016, a produção voltou a índices considerados normais, como nos anos anteriores, ou seja, com poucas publicações anuais (Carlos & Yokomizo, 2016; Dias & Martens, 2016; Fortes et al., 2016), chegando ao ponto de haver apenas uma, em 2017 (Silva et al., 2017), fruto de uma dissertação defendida alguns anos antes. Nesse histórico da produção de conhecimento sobre AE no cenário brasileiro, chama a atenção o fato de existir apenas uma reprodução daquilo que está sendo desenvolvido lá fora, especialmente utilizando-se dos modelos teóricos conceituais criados por autores, como Rae e Politis, e a base teórica de outros, como Cope e Pittaway. Diante dessa realidade, sugere-se aumentar os debates nacionais sobre a AE para que se caminhe em direção ao emprego da perspectiva social não somente com a repetição do que tem sido desenvolvido fora do contexto brasileiro, mas com a finalidade de verificar o processo da Aprendizagem Empreendedora no Brasil com destaque para as particularidades desse ambiente e dos empreendedores que o compõe. Além do próprio contexto nacional, também se questiona: quais seriam as possibilidades e os direcionamentos que a Aprendizagem Empreendedora, de forma geral, enquanto tema de pesquisa, vai trilhar nos próximos anos? A próxima seção apresenta alguns argumentos que estimulam uma reflexão sobre prováveis respostas a esse questionamento. Acredita-se que já existam alguns indícios do que está por vir, em um futuro próximo. 4 Em direção às novas possibilidades nesse campo de estudo Como relatado acima, existem possibilidades de ampliar a pesquisa em AE no cenário nacional com o emprego de um enfoque que suplemente o que até então tem sido adotado. Porém, essa oportunidade também vale para o próprio campo de estudo internacional em AE, principalmente pelo fato de que além da natureza social e situada da aprendizagem de empreendedores, a relevância da prática (enquanto conceito utilizado nos Estudos Baseados na Prática EBP) tem aparecido em alguns estudos que se dedicam à investigação desse tipo de aprendizagem. Ou seja, a afirmação de que existem new perspectives in research dentro desse campo de estudo se aplica ao atual momento, pois há sinais de que essas novas perspectivas já estão se revelando (Rae & Wang, 2015). Isso decorre também do fato de que a AE precisa ser vista de forma holística, como afirmam Klapper e Refai (2015), dado que o indivíduo que aprende e empreende é um ser multifacetado, faz parte de uma coletividade, de um contexto, de uma localidade e é motivado por diferentes objetivos. Por isso, novamente a teoria social da aprendizagem parece coerente com esse desafio, especialmente por propor que se observe esse fenômeno por meio de diferentes dimensões: a) learning by doing (que representa a noção de prática), b) learning as experiencing (representando a construção de significado na experiência), c) learning as becoming (representa a identidade daquele que aprende) e o d) learning as belonging (representando a questão de pertencimento, como a uma comunidade) (Wenger, 2009). Constata-se que, na observação de alguns exemplos recentes de pesquisas que enfatizam o social, o coletivo e também o situado em AE, como de McKeown (2015), existe uma disposição para o emprego do aprendizado como algo que ocorre em uma comunidade específica e inseparável de práticas diárias como apontaram Lave e Wenger (1991). Isso também aparece em D Souza-Mathew, Pickard, Pickard e Gold (2015) quando afirmam que qualquer entendimento da AE deve levar em consideração as experiências de práticas situadas em uma comunidade. Terzieva (2016), com o Revista da Micro e Pequena Empresa, Campo Limpo Paulista, v.12, n.3 p , 2018 ISSN

86 turismo, bem como Rossignoli, Lionzo e Lassini (2016) exploraram, da mesma forma, o conceito de comunidades de práticas na relação com a AE em pequenas e médias empresas com destaque para o papel da família no processo de aprendizagem. Hafeez et al. (2018) investigaram o uso das redes sociais (comunidades virtuais) pelos empreendedores para interagir e compartilhar experiências e informações. Ou seja, considera-se a AE como um processo que ocorre nas práticas diárias, pelo observar, fazer, falar e, inclusive, pelo compartilhar histórias. Em outros exemplos de estudos publicados, isso não tem sido diferente. Cannavacciuolo, Iandoli, Ponsiglione e Zollo (2017), ao analisar o impacto de práticas rotineiras na aprendizagem, assumiram que a interação social no ambiente em que os empreendedores operam agrega conhecimento e que esse ambiente inclui cultura, participação em uma comunidade de prática e também em redes de relacionamento com parceiros. Kubberød e Pettersen (2017) observaram a geração de conhecimento por meio de um aprendizado contextual (situado), que ocorre em uma experiência social. Esses autores afirmam que alunos de programas de educação empresarial em contextos internacionais (os chamados masters) podem ter experiências reais (ou seja práticas) de Aprendizagem Empreendedora. Secundo, Del Vecchio, Schiuma e Passiante (2017) também defendem essa ideia ao denominar o processo de ativação do processo de Aprendizagem Empreendedora. Esses autores relataram que, na busca da transformação de ideias em realizações empreendedoras, os alunos se integraram a diversos atores (sociais) por meio de atividades que geravam algum tipo de aprendizado e, consequentemente, a um resultado seja esse um produto, uma inovação ou, até mesmo, uma nova organização. Assim, entre esse conjunto de exemplos que poderiam ser citados para demostrar como a perspectiva social tem sido empregada e que existe uma tendência de que sejam considerados aspectos das práticas em estudos endereçados à AE, Rae (2017) também merece destaque. Ele é um dos autores mais proeminentes na pesquisa em AE e trouxe consideráveis contribuições ao tema ao introduzir a perspectiva social da Aprendizagem Empreendedora. Mas, nesse trabalho, a notoriedade fica por conta do emprego da teoria da participação periférica legítima (Legitimate Peripheral Participation - LPP) de Wenger e de comunidades de prática deste autor em conjunto com Lave (Lave & Wenger, 1991; Wenger, 1998). Como resultado do movimento inicial que empregou novas possibilidades nesse campo de estudo, questiona-se sobre a viabilidade da investigação da Aprendizagem Empreendedora no cenário nacional com a utilização de vertentes teóricas dos EBP. Diante dessa potencial oportunidade, a seguir, além de apresentarem-se alguns argumentos visando esclarecer a perspectiva que centraliza a investigação nas práticas e nas suas relações, argumenta-se recomendando observar, nas teorias da prática, uma possibilidade de perspectiva teórico-metodológica para a pesquisa em AE, especialmente no cenário nacional. 4.1 Contribuição das teorias da prática como perspectiva teórico-metodológica Para um entendimento geral sobre as teorias da prática, faz-se necessário um olhar histórico sobre o tema a fim de que se perceba que a prática, enquanto objeto de análise, foi deixada de lado na análise organizacional durante muito tempo. Por isso, fala-se em retorno da prática (Gherardi, 2012; Gherardi, 2006; Schatzki, 2002), uma vez que se passa a considerar possível entender o mundo social a partir de sua observação, investigação e análise. O movimento de colocar a prática como objetivo de análise apareceu inicialmente com Ortner (1984). A autora cita que teóricos como Karl Marx, Pierre Bourdieu, Anthony Giddens e Marshall Sahlins fizeram parte da construção das bases das teorias da prática. Afirmou que no desenvolvimento teorético desses autores existia um olhar para o on the ground em referência à vida concreta (Ortner, 1984, p. 143). Reckwitz (2002), ao realizar um resgate dos principais teóricos que construíram os fundamentos das teorias da prática, adicionou outros a essa relação, como: John Dewey, Charles Taylor e Judith Butler. Mais tarde, Nicolini (2012) cita que também fazem parte desse conjunto de Revista da Micro e Pequena Empresa, Campo Limpo Paulista, v.12, n.3 p , 2018 ISSN

87 teóricos que deixaram uma herança para as teorias da prática: Friedrich Nietzsche, Martin Heidegger e Ludwig Wittgenstein. Na mesma intenção de apontar os fundamentos das teorias da prática, Gherardi (2006) descreve que alguns desses autores fizeram parte das raízes filosóficas do conceito de prática (Marx, Heidegger e Wittgenstein) e, que outros, nas raízes sociológicas (Bourdieu, Giddens e, diferente dos demais, adiciona Harold Garfinkel como autor que também deixou uma herança para a composição das teorias da prática). Ou seja, existe uma série de autores e pressupostos teóricos que dão base para a teorização a partir do olhar sobre a prática. Esse regresso oportunizou uma ruptura radical com as formas de compreender as questões sociais, pois oferece alternativas para as ciências sociais ao colaborar com o avanço da compreensão de diferentes fenômenos organizacionais (Nicolini, 2012). Teóricos da prática acreditam que ela pode ser estabelecida como unidade de análise para o estudo dos assuntos organizacionais, podendo contribuir com a teoria das organizações (Gherardi, 2006; Gherardi, 2012; Nicolini, 2012; Schatzki, 2002), principalmente pelo fato de que, como apontou Nicolini, a teorização organizacional se tornou demasiadamente abstrata e distanciada das atividades concretas que se propunha a descrever. Nas últimas décadas, nota-se que o exame das organizações como entidades (coisas) ou, então, como discursos teóricos, tem migrado para o estudo das organizações como um processo social (Nicolini, 2012). Isso cria um terreno fértil para as teorias da prática, especialmente por sua capacidade de fornecer uma visão processual das questões organizacionais e de colocar em primeiro plano o papel central das atividades humanas. Por isso, defende-se aqui a proposta da aplicação teóricometodológica dos EBP em AE. As teorias da prática são inerentemente relacionais e veem o mundo como um conjunto contínuo, com nexos e alianças de práticas (Gherardi, 2012; Nicolini, 2012). Em sua constituição, encontra-se a tentativa de romper com teorias que comportam dualidades, pois aponta-se como vantagem que uma visão do social (baseada na prática) possibilita dissolver (e não resolver) os dualismos entre ator/sistema, social/material, corpo/mente e teoria/ação (Gherardi, 2006). A teoria da prática é, segundo Reckwitz (2002), uma alternativa conceitual para a análise do social e que leva em consideração o que foi e tem sido feito. Porém, deve-se frisar: de forma holística, e não apenas de forma descritiva. Teóricos que se dedicam a esse enfoque acadêmico, como Nicolini (2012) e Gherardi (2006, 2012) desejam oferecer uma visão geral das teorias contemporâneas da prática ilustrando como elas podem contribuir na compreensão das organizações e também de outros fenômenos sociais. Por isso, afirmam que as práticas precisam ser tematizadas e transformadas em objetos de análise para ser examinadas como entidades (ou seja, alguma coisa que existe). Em síntese, no que se refere ao emprego de uma perspectiva da prática para o estudo da AE, como visto anteriormente, nota-se que já existem alguns exemplos que caminharam em direção a isso ao utilizarem os conceitos de comunidades de prática e do aprendizado situado. Porém, como já existe literatura consolidada que aborda a aprendizagem na prática (Gherardi & Strati, 2014), tem-se a oportunidade de investigar esse tipo específico de aprendizagem a empreendedora - com base em pressupostos, como o conceito de Knowing in practice (Strati, 2003; Gherardi, 2009; 2012; Gherardi & Strati, 2014). As teorias da prática podem ser utilizadas como lentes teórico-metodológicas porque disponibilizam um vocabulário que descreve as diferentes práticas do mundo social a partir da sua constituição por meio de um conjunto de atividades, compostas por ações carregadas de significado. Essas ações possuem a característica de ser formadas por operações, concebidas como a unidade básica da ação humana (Nicolini, 2012, p. 108). Elas ocorrem no espaço e no tempo, possuem uma natureza que é, ao mesmo tempo, estática e fluida, na medida em que é mutável, bem como envolvem elementos humanos e não humanos. Metodologicamente, um EBP sugere que, empiricamente, se realize um zoom in e zoom out para o estudo das práticas (Nicolini, 2010) e que se observem diferentes elementos como: os sayings e os doings; na ordem interacional; no tempo e no espaço. Propõe ainda que se considere: a Revista da Micro e Pequena Empresa, Campo Limpo Paulista, v.12, n.3 p , 2018 ISSN

88 coreografia corporal, as ferramentas e os artefatos assim como os aspectos mediadores do trabalho, os interesses práticos, as tensões entre criatividade e normatividade, bem como os processos de legitimação e de padronização. E, para cada um desses atributos, como elementos que devem ser observados nos estudos baseados na prática, Nicolini (2012, p. 220) exemplifica, por meio de questões, que estes possuem a finalidade de sensibilizar o pesquisador para a possibilidade de construir um caminho em direção ao entendimento do fenômeno ou seja, da(s) prática(s) observada(s). Como já existe uma abertura do campo na esfera internacional, mesmo que isso seja recente, aponta-se para um horizonte que se releva promissor. Por isso, percebem-se possibilidades e oportunidades de avanço em direção à solidificação do emprego da lente das práticas em pesquisas sobre a Aprendizagem Empreendedora. 5 Considerações finais Na medida em que se buscou apresentar o surgimento da Aprendizagem Empreendedora como tema de pesquisa, sua consolidação enquanto campo de estudo e também como ocorreu o crescimento das pesquisas sobre essa temática, adquiriu-se uma visão geral que permitiu apresentar as principais perspectivas teóricas utilizadas na investigação da Aprendizagem Empreendedora. Dentre essas perspectivas, sobressaem-se a cognitiva, a experiencial e a social. Cada uma delas contribuiu para a compreensão do processo de aprendizagem empreendedora de acordo com os seus pressupostos específicos e também serviu como base para a perspectiva que surgiu para suplantar o entendimento até então vigente. Identificou-se que houve uma busca de superação de um pensamento por outro, mas sem desconsiderar totalmente as premissas da base teórica antecedente. A partir do mapeamento da condução das pesquisas sobre a AE no cenário internacional, questionou-se a forma de conduzir as pesquisas sobre essa temática na literatura nacional. Notou-se que a pesquisa em Aprendizagem Empreendedora no Brasil é incipiente, se comparada ao que vem sendo desenvolvido internacionalmente. Verificou-se que não há um volume considerável de pesquisas dedicadas ao tema Aprendizagem Empreendedora no cenário acadêmico nacional. As poucas pesquisas que existem configuram-se como uma aplicação de modelos conceituais desenvolvidos lá fora, especialmente com o emprego das perspectivas cognitiva e experiencial. Portanto, não existe um desenvolvimento teórico relativo ao contexto nacional e que dê ênfase a elementos sociais desse tipo específico de aprendizagem. A investigação realizada também buscou revelar quais seriam as novas possiblidades dentro desse campo de pesquisa, seja nacional ou internacionalmente. Identificou-se que o emprego de uma lente para examinar como ocorre a aprendizagem do empreendedora a partir das teorias da prática aparece como uma inclinação para as futuras pesquisas sobre esse tema. Atribuiu-se esse interesse ao fato de que a Aprendizagem Empreendedora, enquanto tema de pesquisa, requer o afastamento do enfoque puramente individual e que se considere a dimensão coletiva desse fenômeno para observar a atuação do indivíduo que empreende e aprende (e vice-versa) em uma rede de diferentes práticas e atividades. Portanto, argumenta-se em prol de uma perspectiva da prática que busque continuamente o entendimento da aprendizagem em sua dimensão coletiva e do desenvolvimento de uma agenda de pesquisas que se aproximem dessa vertente (que não é somente teórica, mas também metodológica), visando enriquecer o campo de estudo da Aprendizagem Empreendedora, especialmente no cenário nacional. Acredita-se que, com isso, se desenvolverá conhecimento sobre como ocorre o processo de Aprendizagem Empreendedora e com quais conhecimentos os empreendedores se envolvem (ou se envolverão) na medida em que se preparam para ou exercem a prática do empreendedorismo. Os resultados desses estudos poderão ser disponibilizados para atuais e futuros empreendedores, assim como para educadores, possibilitando-lhes aperfeiçoar práticas voltadas à educação empreendedora. Revista da Micro e Pequena Empresa, Campo Limpo Paulista, v.12, n.3 p , 2018 ISSN

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95 Apêndice IV

96 e-issn: HISTÓRIA DE VIDA DE EMPREENDEDORES: ESTRATÉGIA E MÉTODO DE PESQUISA PARA ESTUDAR A APRENDIZAGEM EMPREENDEDORA Recebido: 20/11/2018 Aprovado: 25/06/ Sérgio Vogt 2 Yara Lucia Mazziotti Bulgacov Objetivo do estudo - Propor que, a partir da história de vida de empreendedores fundadores de startups, seja possível desvendar processos de aprendizagem que ocorreram em suas vidas mesmo antes deles envolverem-se em uma prática empreendedora. Metodologia/abordagem - Dentro de uma abordagem qualitativa e interpretativa, a História de Vida foi utilizada como estratégia orientadora e método de coleta de dados. Adicionalmente, visando delimitar a investigação das experiências dos empreendedores, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com foco em histórias temáticas. Para analisar os dados, foram usadas duas estratégias interconectadas: a análise narrativa e o método abdutivo. Principais resultados - Os resultados permitem a identificação do envolvimento dos empreendedores com várias práticas sociais. Essas práticas apontam para a trajetória de vida dos empreendedores como um contínuo processo de aprendizado, indicando fragmentos de aprendizagem que ocorreram e que se tornaram relevantes para a atual prática empreendedora. Contribuições teóricas/metodológicas - Este artigo destaca a natureza situada da aprendizagem empreendedora como um processo ancorado em práticas sociais que se inicia anteriormente ao envolvimento com uma ação empreendedora. Metodologicamente, a pesquisa sugere um percurso que contribuirá para a formação de uma agenda de pesquisa no contexto brasileiro. Relevância/originalidade - O artigo destaca a contribuição da História de Vida e da Entrevista Temática como ferramentas facilitadoras para futuros pesquisadores interessados em revelar processos de aprendizagem dos empreendedores, não apenas em momentos anteriores à prática do empreendedorismo, mas também durante o processo de empreender e conduzir um negócio. Palavras-chave: História de Vida; Entrevista Temática; Narrativa; Aprendizagem Empreendedora; Teorias da Prática Social. 1 Universidade Federal do Paraná UFP, Paraná (Brasil). sergiovogt@gmail.com Orcid id: 2 Universidade Federal do Paraná UFP, Paraná (Brasil). ybulgacov@gmail.com Orcid id: Rev. Empreendedorismo Gest. Pequenas Empres. São Paulo, v.8 n.3 p Set/Dez

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