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1 ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA DEPARTAMENTO DE ESTUDOS CAEPE 2018 MONOGRAFIA (CAEPE) O QUADRILÁTERO DO CRIME INTENCIONAL Proposta de novo paradigma da segurança pública para entendimento do crime e seu combate específico Cel PMAL EDUARDO APOLO DUARTE DE LUCENA

2 EDUARDO APOLO DUARTE DE LUCENA O QUADRILÁTERO DO CRIME INTENCIONAL Proposta de novo paradigma da segurança pública para entendimento do crime e seu combate específico. Trabalho de Conclusão de Curso Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia. Orientador: Prof. Dr. Gilberto de Souza VIANNA C2018 ESG Rio de Janeiro 2018

3 Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitida a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG Assinatura do autor Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) L935q Lucena, Eduardo Apolo Duarte de. O quadrilátero do crime intencional: proposta de novo paradigma da segurança pública para entendimento do crime e seu combate específico / Coronel da Polícia Militar Eduardo Apolo Duarte de Lucena. - Rio de Janeiro: ESG, f. ; 30 cm. Orientador: Tenente-Coronel do Quadro Complementar de Oficiais Gilberto de Souza Vianna. Trabalho de Conclusão de Curso Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), Segurança pública. 2. Crime intencional. 3. Polícia. 4. Criminologia. I. Título. CDD Elaborada por Alessandra Alves dos Santos CRB-7/6327

4 A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo. ALBERT EINSTEIN

5 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho, em primeiro lugar, a Deus, por me conceder o privilégio de ter bebido da sabedoria exalada pela Escola Superior de Guerra e ter-me dado força e perseverança; à minha família, pela força e apoio sem limites; aos colegas estagiários da Turma Ética e Democracia, aos Diretores, professores e profissionais da ESG, por vezes, nosso porto seguro nesta caminhada e ao Estado de Alagoas, nas pessoas do Governador Renan Filho, Sec. Seg. Pública Cel PMAL RR Lima Júnior e ao Cmt Geral da PMAL Cel PM Marcos Sampaio Lima.

6 RESUMO Este trabalho buscou confirmar a Teoria do Quadrilátero do Crime Intencional, não sem antes dissertar um pouco sobre o crime e suas nuances e variações, entendendo a violência como um fenômeno social, alicerçado nos escritos de sociólogos, peritos criminais e profissionais correlatos. O modelo atual de combate ao crime também foi estudado e dissecado, assim como os atuais paradigmas da segurança pública. Para comprovação da Teoria do Quadrilátero do Crime Intencional, utilizamos como laboratório extratos de ocorrências policiais acontecidas nos estados de São Paulo e Alagoas. Finalmente, concluímos demonstrando que é sim possível a construção de novos paradigmas, alicerçados na ciência em conjunto com planejamentos adequados. Palavras chave: 1. Segurança pública. 2. Crime intencional. 3. Polícia. 4. Criminologia.

7 ABSTRACT This work sought to confirm a theory of the quadrilateral of intentional crime, rather it is rather to talk about crime and its nuances and variations, understanding violence as a social phenomenon, based on the writings of sociologists, criminal experts and related professionals. The current crime-fighting model has also been studied and dissected, as have the current paradigms of public security. In order to prove the Quadrangular Theory of Intentional Crime, performance indicators were used, extracts of police occurrences in the states of São Paulo and Alagoas. Finally, we conclude by demonstrating that it is rather a construction of new paradigms, grounded in science in conjunction with adequate planning. Keywords: 1. Public security. 2. Intentional crime. 3. Police. 4. Criminology.

8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO O CRIME DEFINIÇÃO DE CRIME O CRIME COMO FENÔMENO SOCIAL TIPOS DE CRIME O CRIME INTENCIONAL VIOLÊNCIA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DEFINIÇÃO TIPOS E CARACTERÍSTICAS DA VIOLÊNCIA MODELO ATUAL DE COMBATE AO CRIME TIPOS DE POLICIAMENTO POLÍCIA REATIVA X POLÍCIA PROATIVA PARADÍGMAS DA SEGURANÇA PÚBLICA TEORIA DO QUADRILÁTERO DO CRIME INTENCIONAL DEFINIÇÃO JUSTIFICATIVA A VÍTIMA O CRIMINOSO O OBJETO A VONTADE TEORIA DO QUADRILÁTERO DO CRIME INTENCIONAL: PROVANDO CASO

9 6.2 CASO CASO CASO CASO CASO CASO CASO CASO CASO CONSIDERAÇÕES PARA USO PRÁTICO DO TQCI CONCLUSÃO REFERÊNCIAS...45

10 8 1 INTRODUÇÃO O Brasil parece estar em colapso social, principalmente no que concerne à problemática da segurança pública. O estado do Rio de Janeiro, em especial, vive uma situação de convulsão social, obrigando inclusive a decretação de sua Intervenção Federal, fazendo com que as Forças Armadas sejam utilizadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem, mais conhecidas como GLO. No nordeste do País, quase todos os estados têm índices altíssimos de criminalidade; estados como Rio Grande do Norte, Alagoas, Maranhão e Pernambuco, recentemente, tiveram também Intervenção das Forças Federais em apoio à segurança pública. Este recrudescimento da criminalidade, por sua vez, influencia de forma direta no desenvolvimento humano, social e econômico do País. A proposta deste trabalho visa trazer uma nova luz ao combate do crime e da violência urbana, procurando sair dos atuais paradigmas que regem os conceitos de Segurança Pública. Sendo assim, verificamos ser hoje a Segurança Pública uma das principais preocupações do Estado, evidenciando que uma Nação forte e com Cultura de Paz Social, não subsiste se seus problemas internos conseguem desmobilizar seus planos de crescimento. Este trabalho abordou o tema VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE, trazendo à baila uma proposta de enfrentamento ao crime, explanando e organizando tal objetivo dentro de um modelo teórico, fundamentado na seguinte premissa: para que um crime intencional aconteça, serão necessárias as presenças de quatro elementos básicos, conforme vemos a seguir: 1 - A Vítima 2 - O Criminoso 3 - O Meio 4 - A Vontade. Por conseguinte, o esforço para a retirada de um desses elementos básicos da provável cena de crime implicará em seu consequente impedimento, tendo em vista que o referido quadrilátero é condição sine qua non para a ocorrência de um crime intencional. Quanto ao embasamento teórico, as previsões legais existentes no artigo 5º da Constituição Federal (1988) amparam, inicialmente, as teorias inerentes aos direitos individuais e à vida. Procuramos aqui justificativas elementares para direitos básicos, como o direito à vida e o direito de ir e vir sem ser molestado.

11 9 Relativamente à fundamentação e teorização da empregabilidade das Forças Nacionais, inerente a questão da Defesa Nacional, buscamos, a princípio, dentro do Livro Branco de Defesa (2016), a referência ao que nos remete à importância que o Estado dá ao seu envolvimento quanto à garantia da lei e da ordem, onde estabelece critérios para que as Forças Armadas possam ser empregadas, mediante Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Sobre o aspecto do local do crime, o assento de nossas assertivas estará amparado na teoria da ubiquidade: o local do crime é tanto o da ação criminosa como o do seu resultado. Considerando assim, tanto o local da conduta como o local do resultado, deliberando e resolvendo a questão do problema dos crimes à distância e também os conflitos de Direito Penal internacional, justificando que o Direito brasileiro tome a frente de questões que, apesar de começadas ou terminadas em outros países, sejam resolvidas e decididas de acordo com as normas existentes no país. Sua previsão legal está amparada pelo artigo 6º do Código Penal Brasileiro. Para tratamento da questão do agente executor, o criminoso e sua vontade delitiva, consideramos seu animus baseado nas teorias que tentam explicar a violência sob a ótica de alguns pensadores clássicos, verificando o conceito de duas básicas assertivas: a violência coletiva e a violência interpessoal, (que pode ser cotidiana e doméstica privada), onde o crime é identificado como sua ponta. Buscamos e associamos os estudos atuais sobre a violência com as recorrências às interpretações fenomenológicas para o assunto, como as obras de René Girard. Outra linha pertence aos trabalhos da historiografia que também contribuíram bastante para os estudos entre as décadas de 1970 a 1990, com os trabalhos de Hobsbawm sobre o banditismo (o bandido social e o bandido comum), Ted Gurr, P. Spierenburg com os trabalhos sobre os crimes e a criminalidade, e Charles Tilly com os trabalhos sobre a violência coletiva. Sendo assim, não temos aqui a pretensão de encerrar a questão sobre a problemática da violência e criminalidade, o que pretendemos, na realidade, é tão somente buscar soluções mais práticas, fugindo dos atuais conceitos no trato do combate à violência e ao crime e, em última análise, construir uma ferramenta eficiente e eficaz, como já dito, para auxílio no lançamento dos esforços materiais e de pessoal, no cotidiano operacional das diversas estruturas que compõem o aparato de Segurança Pública.

12 10 2. O CRIME Entendendo o princípio da legalidade, onde o mesmo se manifesta da seguinte forma: nullum crimen nulla poena sine previa lege, tendo sua previsão no artigo 1º, do Código Penal brasileiro, que explica que não há crime sem lei anterior que o defina, nem há pena sem prévia cominação legal. Encontramos ainda amparo na Constituição Federal, conforme o art. 5º, inciso XXXIX, que esclarece que "não haverá crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal". Destarte, podemos assim definir o crime: 2.1 Definição de Crime Podemos definir Crime como uma conduta ilegítima, que tem sua previsão em dispositivo legal e com sua correspondente penalidade ao autor que o tenha cometido. No cometimento de um crime, verificamos a possibilidade de que ele seja executado de forma individual ou coletiva. O crime existe no cotidiano da sociedade desde os tempos mais remotos. Quando uma sociedade define o que pode e não pode ser feito, instituindo suas regras e punindo quem não as cumpre, está simplesmente cumprindo com uma lei natural: à partir do momento que o homem se permite viver em companhia de outros, com mesmos objetivos e crenças, é fundamental que estabeleça condições para tornar pacífica esta parceria. Segundo Damásio de Jesus (2011), há quatro tipos de sistema que podem conceituar o crime:... a) formal; b) material; c) formal e material; d) formal, material e sintomático. Formalmente, conceitua-se o crime sob o aspecto da técnica jurídica, do ponto de vista da lei. Materialmente, tem-se o crime sob o ângulo ontológico, visando a razão que levou o legislador a determinar como criminosa uma conduta humana, a sua natureza danosa e consequências. O terceiro sistema conceitua o crime sob os aspectos formal e material conjuntamente. Assim, Carrara, que adotava o critério substancial e dogmático, definia o delito como a infração da lei do Estado, promulgada para proteger a segurança dos cidadãos, resultante de um ato externo do homem, positivo ou negativo, moralmente imputável e politicamente danoso.

13 O quarto critério visa ao aspecto formal e material do delito, incluindo na conceituação a personalidade do agente. Ranieri, sob esse aspecto, define o delito como fato humano tipicamente previsto por norma jurídica sancionada mediante pena em sentido estrito (pena criminal), lesivo ou perigoso para bens ou interesses considerados merecedores da mais enérgica tutela, constituindo expressão reprovável da personalidade do agente, tal como se revela no momento de sua realização. Dos quatro sistemas, dois predominam: o formal e o material. O primeiro apreende o elemento dogmático da conduta qualificada como crime por uma norma penal. O segundo vai além, lançando olhar às profundezas das quais o legislador extrai os elementos que dão conteúdo e razão de ser ao esquema legal... Ainda segundo Damásio de Jesus (2011), o delito passa por fases, que juntas compõem o que é chamado de iter criminis ou, caminho do crime, sendo estas assim definidas: a) Cogitação:...A cogitação não constitui fato punível. Observava Magalhães Noronha que há casos em que já constitui delito o desígnio ou propósito de vir a cometê-lo, como sucede com a conspiração, a incitação ao crime (art. 286), o bando ou quadrilha (art. 288) e ainda outros, em que há o propósito delituoso, ou a intenção revelada de vir a praticá-lo... b) Preparação:...Os atos preparatórios também não são puníveis, a não ser quando o legislador os define como atos executórios de outro delito autônomo. Nesses casos, o sujeito pratica crime não porque realizou atos preparatórios do crime que pretendia cometer no futuro, mas sim porque praticou atos executórios de outro delito. Ex.: aquele que, desejando cometer uma falsidade, fabrica aparelho próprio para isso, responde pelo crime do art. 291 do CP. É punido não porque realizou ato preparatório (a fabricação do instrumento) da falsidade futura, mas porque realizou a conduta descrita no dispositivo citado.. c) execução:...a diferença entre atos preparatórios e de execução, segundo a doutrina, baseia-se em dois critérios: a) critério material: há ato executório quando a conduta do agente ataca o bem jurídico; b) critério formal: existe ato de execução quando o comportamento do agente dá início à realização do tipo... d) consumação:...o crime foi consumado depois de colocado em prática e teve seu resultado esperado... 11

14 O crime como fenômeno social A violência hoje em dia recrudesceu de uma forma tão intensa que chegam a ser normais as diversas barbáries que presenciamos diariamente. A violência, justificada em sua forma legal como crime, tem alcançado nuances nunca antes vistas na historia da sociedade. Pesquisas revelam que, sem contar as vidas perdidas, o crime chega a custar cerca de 100 bilhões de reais ao ano. (estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, 2014). Em nosso trabalho recente, (LUCENA, 2015), analisamos a violência pela perspectiva temporal, onde concluímos que tal fenômeno passou a ser observado, enquanto problema social, a partir do século XIX. Assumindo um papel preponderante dentro das análises de violência interpessoal, os crimes foram os objetos centrais dos estudos, cujos parâmetros lógico-instrumentais tentavam relacionar os processos do raciocínio humano para a ação violenta, aos conjuntos de regiões cerebrais. Césare Lombroso (1876) contribuiu imensamente para construir o paradigma da criminologia oitocentista, a partir do determinismo biológico. Ele identifica o criminoso como um ser perfeitamente reconhecível através de suas características e determinantes físicas. Lombroso direcionou sua pesquisa na intenção de perceber e identificar os traços de figuras humanas propensas ao crime, tentando desta forma minimizar o grau de incidência da violência na sociedade da época. É bem evidente que as análises sobre atividades criminais logo iriam incidir sobre os alcoólatras, mendigos e pobres. Essa relação entre os hábitos de bebedeira, o aumento de crimes e desordens e a oferta do mercado de trabalho favoreceu as análises e estatísticas dos pesquisadores do século XIX, como Morrison (1891), tornando significativa a relação crime - prosperidade versus economia de miséria. Ainda em 1927, Tobias reiterou a ligação entre os hábitos de bebedeira e a incidência de crimes. As análises de Philips e Emsley demonstraram não haver muita diferença entre uma classe criminal desonesta e um honesto operário, uma vez que esta marginália vivia em suspeita constante. O fato é que dezenas de outros pensadores dos primórdios do estudo sociológico tendiam a auferir a responsabilidade dos crimes aos hábitos de bebedeira nas sociedades ocidentais e em particular, nas colônias.

15 13 Foi a partir da década de 70 que as ciências humanas passaram a se manifestar a respeito da violência e criminalidade como um problema social e um fenômeno moderno. O interesse nos movimentos sociais e na exploração da classe operária teria sido o motivador de muitos trabalhos que utilizaram o aparato conceitual Marxista nas análises deste objeto histórico e em especial, nas revoluções. Preconizava-se e falava-se de estruturas, fazendo desaparecer delas as vontades individuais. A moderna Sociologia passou então a desenvolver estudos enfatizando a tensão existente na relação entre oprimidos e opressores, marginalizados e elites. Este discurso aos poucos foi se traduzindo num lema revolucionário para as classes operárias, na tentativa de mudar o que estava institucionalizado: uma sociedade desigual. Entretanto, o importante do paradigma Marxista era defender a necessidade de políticas públicas que implicassem em reformas sociais e nas formas de inclusão social, considerando principalmente o sistema penitenciário e seu tratamento com os presos. Destarte, verifica-se posteriormente que a luta de classes por Marx instituída não seria suficiente para estabelecimento e justificativa de sua teoria, tendo os próprios marxistas se direcionado às lutas de minorias, saindo do paradigma da luta de classes, buscando explicar a violência como objeto quase que exclusivo dos pobres, negros, mulheres e outras minorias sociais. 2.3 Tipos de Crime O extrato abaixo dos principais tipos de crimes existentes, foi feito verificando sua tipologia e baseado ainda nas anuências de Damásio de Jesus (2011): Crime simples Crime complexo Crime conexo Crime impossível Quadro 1 Classificação do crime Este crime existe apenas em um tipo penal. Para cada conduta, um crime específico em lei. Este crime é resultado de dois ou mais tipos criminais existentes. É o resultado de dois ou mais crimes que têm correlação entre si. É aquele tipo de crime que nunca poderia ser concretizado em razão de uso de meio ou objeto

16 totalmente inepto ou ineficiente. Crime comum É o crime que pode ser praticado por qualquer pessoa e causa dano a um bem jurídico. Crime hediondo É o crime mais grave que, por suas características, causa maior repúdio por parte da sociedade. Crime próprio Este tipo de crime só pode ser cometido por determinadas pessoas ou categoria de pessoas. Crime de mera conduta Em geral, é aquele menos grave, como as contravenções penais. Crime de perigo Basta que haja exposição ao perigo, não sendo necessária a lesão ou dano. Crime comissivo Quando a conduta de determinado agente vai contra proibição em lei. Acontece quando a pessoa, normalmente um agente, Crime omissivo não faz ou deixa de fazer algo que por ofício deveria fazer. Crime material Para que seja possível, será necessário alteração na forma e estado do bem que foi atingido. Crime instantâneo O crime com resultado imediato. Crime permanente Crime continuado Crime habitual Crime progressivo Crime tentado Crime doloso Crime culposo Crime preterdoloso É o crime que ocorre em situação que se prolonga com o tempo. Crime executado com várias condutas, ocorrendo dois ou mais crimes de mesma espécie. É de sua característica uma conduta repetida e habitual. Este crime ocorre em sequência de um crime menos grave. É aquele crime que deixou de ocorrer independente da vontade do autor. Crime cometido quando se assume o risco de seu resultado. Há intenção total em seu cometimento. O crime culposo é aquele que o agente não teve intenção em praticar o ato ilegal. É o crime que tem dupla conduta, sendo uma dolosa e a outra culposa. Fonte: DAMÁSIO DE JESUS em: DIREITO PENAL PARTE GERAL (2011) O CRIME INTENCIONAL (DOLOSO) Segundo Davi Medina (2005), em seu Livro Crime Doloso, tal evento, também chamado de crime ou dano comissivo ou intencional, é aquele em que o agente prevê o resultado lesivo de sua conduta e, mesmo assim, leva-a adiante, ocasionando o resultado. Classifica-se em direto, quando há a previsão do resultado lesivo mais a vontade livre e consciente de produzi-lo, e indireto, quando há a previsão do resultado lesivo mais a aceitação de sua ocorrência.

17 15 Vale aqui ressaltar que o Crime de Dolo é o ponto central da Teoria do Quadrilátero do Crime Intencional. Obviamente, considerando que o crime culposo não é preocupação das autoridades e agências de controle criminal, estando relegado a plano paralelo, visto que sua ocorrência é improvável de ser prevista, não restando como se estabelecer critérios de controle ao mesmo. Desta forma, o Dolo será nosso estudo central, visto que crimes culposos, conforme vimos anteriormente, não devem receber atenção destacada das autoridades de controle criminal.

18 16 3. VIOLÊNCIA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES 3.1 Definição Segundo o Psiquiatra Dr. David Léo Levisky, prefaciando Maria da Graça Blaya Almeida no seu livro A VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, (2010), ele afirma o seguinte: A violência não é um estigma da sociedade contemporânea. Ela acompanha o homem desde tempos imemoriais, mas, a cada tempo, ela se manifesta de formas e em circunstâncias diferentes. Não há quem não identifique uma ação ou situação violenta, porém conceituar violência é muito difícil visto que a ação geradora ou sentimento relativo à violência pode ter significados múltiplos e diferentes dependentes da cultura, momento e condições nas quais elas ocorrem. De fato, a violência tem nuances e derivações diversas e ela vai depender muito do tipo de sociedade em que se está convivendo. Destarte, ainda citando o Dr. Levinsky, ele diz o seguinte: O melhor conceito de violência que encontrei foi o utilizado por Rocha (1996): A violência, sob todas as formas de suas inúmeras manifestações, pode ser considerada como uma vis, vale dizer, como uma força que transgride os limites dos seres humanos, tanto na sua realidade física e psíquica, quanto no campo de suas realizações sociais, éticas, estéticas, políticas e religiosas. Em outras palavras, a violência, sob todas as suas formas, desrespeita os direitos fundamentais do ser humano, sem os quais o homem deixa de ser considerado como sujeito de direitos e de deveres, e passa a ser olhado como um puro e simples objeto. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a violência é definida como "o uso intencional de força física ou poder, ameaçados ou reais, contra si mesmo, contra outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resultem ou tenham grande probabilidade de resultar em ferimento, morte, dano psicológico, mal desenvolvimento ou privação ". (Relatório Mundial sobre Violência e Saúde. OMS, Organização Mundial de Saúde. Genebra: OMS; 2002). Como podemos concluir, não por acaso a violência vem sendo estudada já algum tempo como um fenômeno social. Para efeitos de nossos estudos, consideramos inclusive, a violência originada pelo instinto de preservação, pertencendo esta mais ao instinto de defesa animal e mais comum em seres selvagens, não deixando, entretanto, de ser observada também em cotidiano da vida humana.

19 Tipos e Características da Violência Para um melhor entendimento, estudos clássicos apontam para três formas diferentes de violência: 1. Violência autodirigida É o tipo de violência que aflige e é provocado pela própria vítima. Nestes casos, identificamos os suicídios e suas tentativas e o autoflagelo (ação de automutilação); 2. Violência Interpessoal A violência interpessoal acontece nas relações familiares e conjugais e pode ocorrer também na comunidade, entre pessoas que não se conhecem. 3. Violência coletiva A violência coletiva é aquela de maior vulto, cometida por grupos maiores e que, normalmente, tem finalidade social de mudança econômica, política ou social. Neste grupo estão inseridos os crimes de ódio racial, terrorismos e guerras diversas.

20 18 4. MODELO ATUAL DE COMBATE AO CRIME O atual paradigma de combate ao crime é estruturado conforme o aparato de segurança pública estatal. É praxe observarmos nas ações do Estado, modelos e padrões que transitam na esfera administrativo operacional, colocando as agências pertencentes ao aparato de segurança pública tentando trabalhar em conjunto, o que nem sempre é bem sucedido em razão, principalmente, da diversidade de suas polícias. Em relação ao conceito que tem a sociedade sobre a polícia militar, existe uma grande gama de pessoas que acredita firmemente que o problema da nossa polícia é o fato dela ser militar. Ledo engano! Esse é um erro comum de quem não tem um conhecimento mais profundo sobre instituições policiais. O problema no Brasil não é porque temos uma Polícia Militar, mas sim porque somos polícias de ciclos incompletos, ou seja, tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil não atuam de forma plena: prevenção, repressão e investigação, como ocorre na maioria dos países no mundo. Muito tem se falado, e escrito, sobre a desmilitarização das polícias militares do país. O principal argumento apresentado, válido é claro, é que o modelo de Polícia Militar só existe no Brasil, tendo sido abandonado em todos os outros países. Esse argumento tem sido repetido à exaustão pela mídia, intelectuais engajados de esquerda, políticos e até por alguns policiais militares. O debate reacendeu com toda a força depois das grandes manifestações políticas que ocorreram ultimamente, onde as PPMM, praticamente sozinhas, conseguiram, à custa de muitos policiais feridos e processados, manter a ordem pública no país. Os grupos e partidos políticos que organizaram esses atos, muitos deles vinculados a crimes como vandalismo, lesão corporal, tentativa de homicídio e até pedofilia, voltaram a sua fúria contra as polícias pedindo a sua extinção e/ou desmilitarização. Junto com essa bandeira, está sendo colocado em xeque o próprio modelo de polícia praticado no país até hoje. Será que realmente só existe polícia militar no Brasil? Atualmente, no mundo inteiro, o modelo de Polícia Militar é de longe o mais usado e o mais eficaz. Prova disso é que praticamente todos os países

21 desenvolvidos possuem uma Gendarmerie, ou polícia militar ativa no combate ao crime. Citemos alguns exemplos: 19 Portugal: A Guarda Nacional Republicana é uma força de segurança de natureza militar, constituída por militares organizados num corpo especial de tropas e dotada de autonomia administrativa. Fonte: Lei 63/2007, Diário da República N 213 França: A Gendarmaria Nacional é uma força policial militar sob a tutela do Ministério do Interior para as missões de policiamento. Fonte: le livre IV, Titre III, chapitre 4 de la partie réglementaire du code de la sécurité nationale. Itália: Os Carabineiros são a Polícia Militar italiana e a eles cabe a defesa nacional, segurança pública e polícia judiciária. Fonte: Notiziario storico dell arma dei Carabinieri, Anno I, n 6. Espanha: A Guarda Civil espanhola é uma instituição nacional de Segurança Pública, de natureza militar e que faz parte das Forças de Segurança do Estado. A missão principal da Guarda Civil é garantir a proteção dos cidadãos contra atos criminosos que possam ameaçá-los, garantir o cumprimento da lei, levar à justiça aqueles que não a cumprirem, defender o livre exercício dos direitos e liberdades e preservar a segurança do cidadão. Fonte: departamento de Internet Guardia Civil Chile: O Corpo de Carabineros do Chile é definido como "uma instituição militar responsável para assegurar a manutenção da ordem em todo o território da República. Hoje, o papel principal é o seguinte conjunto de ações:

22 20 Controle da Ordem Pública, Educacional, Segurança Pública, Serviços de emergência, Preservação da Integração Nacional e Investigação. Fonte: Museu Histórico de Carabineros de Chile Canadá A Real Polícia Montada do Canadá é organizada sob a autoridade da Lei RCMP. De acordo com esta Lei, seu comando é de um Comissário, que, sob a direção do Ministro da Segurança Pública do Canadá, tem o controle e gerenciamento da Força e todos os assuntos relacionados com ela. A Real Polícia Montada do Canadá aplica em toda a jurisdição Canadense as leis de, ou sob, a autoridade do Parlamento Canadense. A administração da justiça dentro das províncias, incluindo a aplicação do Código Penal, faz parte do poder e dever delegados aos governos provinciais. A RCMP fornece serviços policiais sob os termos de acordos de policiamento para todas as províncias (exceto Ontário e Quebec), Yukon, Territórios do Noroeste e Nunavut, e sob acordos de policiamento municipal separados para 180 municípios. Fonte: página oficial da RCMP Pelo demonstrado, nota-se que a afirmação de que só existe Polícia Militar no Brasil é uma grande mentira: são mais de 66 países. Realmente o que difere a polícia militar brasileira das demais coirmãs no mundo é o fato da nossa PM não fazer o ciclo completo, ou seja, ela não fazer autuações e investigações direcionadas pela Justiça. No contexto atual da explosão de crimes esse fator deveria ser levado em conta e alterado para o modelo mundial. Seria ótimo que com um decreto ou lei federal o Brasil acordasse com mais 50 mil Oficiais desempenhando as funções que hoje somente cabem aos delegados e mais 450 mil praças atuando na função de agente de investigação, prontos para somar no combate aos crimes que necessitam de investigação e autuação. Por fim, deve-se frisar que o motivo de praticamente todos os países terem Polícias Militares, seja na Europa, África, Américas do Sul, Ásia e até o Vaticano, é por causa da sua disciplina, amor à Pátria, senso de dever e comprometimento próprios dos militares, o que em situações graves, mostra-se decisivo.

23 Tipos de Policiamento As polícias se identificam hoje, em razão de seus posicionamentos operacionais. Enquanto à Polícia Militar cabe o policiamento ostensivo, cabe à Polícia Civil ou polícia judiciária, as investigações e autuações próprias do estamento policial judiciário. Temos diversos tipos de policiamento, em especial, os executados por nossas polícias ostensivas: policiamento a pé; radiomotorizado; aéreo; a cavalo; com cães; policiamentos de proteção ambiental; trânsito; náutico; praias, etc. 4.2 Polícia Reativa X Polícia Proativa Entre um dos grandes paradigmas existentes hoje, está a questão de da transposição entre sair do padrão do policiamento reativo e começar a agir de forma proativa, antecipando os problemas e evitando maiores gastos materiais e de pessoal. Hoje em dia já é muito comum se fazer as projeções operacionais em razão dos dados coletados sobre as áreas de incidência criminal. A isto chamamos de Policiamento Orientado a Resolução do Problema ou POP (SENASP). 4.3 Paradigmas da segurança pública Existem hoje alguns paradigmas que orientam e explicam algumas decisões e a forma como os governantes conduzem o sistema de segurança pública. Dentre estes, podemos destacar os mais comuns. Vejamos então: Quanto maior a ostensividade, menor a incidência criminal - Afeto a este paradigma existe a evidência lógica de que, quanto maior o efetivo empregado em determinada área, menor será a incidência e a ocorrência de crimes. É bastante obvio também que tal assertiva é amparada pela Teoria das Janelas Quebradas, de Wilson e Kelling (1996) Quanto melhor remunerado o agente, menor a corrupção policial Existe uma crença de que a corrupção policial está diretamente atrelada aos baixos salários. Isto nos parece inverossímil uma vez que estaríamos reduzindo a honradez e educação de um povo ao fato de ele ter boa remuneração ou não;

24 A responsabilidade do controle do crime e da violência é destinada somente às instituições diretamente ligadas ao aparato da segurança pública É uma crença quase que esmagadora, por parte da sociedade, esquecendo-se os cidadãos de suas responsabilidades.

25 23 5. TEORIA DO QUADRILÁTERO DO CRIME INTENCIONAL Alguns estudos que auferem ao crime suas formas de ação e sua interação no meio social, nos orientando sobre alguns comportamentos, tanto do criminoso quanto de sua potencial vítima. Dentre estas, uma foi motivadora para evolução deste trabalho, baseada na criminologia ambiental: o triângulo do crime. Considera-se que para haver a possibilidade do acontecimento de um crime, três elementos deverão estar em convergência de espaço e tempo: o Ambiente, o Alvo e o Agente (Conseg/PR). No nosso entendimento, trabalhamos ante a prática policial onde toda estrutura operacional é direcionada ao combate do crime intencional ou doloso. De fato, não desperdiçamos tempo e nem recursos para a profilaxia dos atos infracionais não intencionais. Assim, a TEORIA DO QUADRILÁTERO DO CRIME INTENCIONAL, TQCI, nasceu do nosso entendimento de que o crime doloso, para que aconteça, necessita da integração dos quatro lados, sendo estes: Vítima/ Criminoso/ Vontade/ Objeto, em momentos e espaços iguais, que interajam entre si, finalizando no ato delituoso. 5.1 Definição Neste trabalho e já considerando nossa proposta, definimos a TEORIA DO QUADRILÁTERO DO CRIME INTENCIONAL, OU TQCI, da seguinte forma: Se não houver sinergia, no tempo e no espaço, das variáveis VÍTIMA, CRIMINOSO, VONTADE e OBJETO, o crime intencional será impossível. 5.2 Justificativa A teoria do Quadrilátero do Crime Intencional, TQCI, justifica que, para que um crime intencional aconteça, será necessária a interação em lugar e tempo iguais, dos quatro lados básicos que o compõem: vítima, criminoso, vontade e Objeto, sendo evidente que a ausência de um destes inviabiliza tal ato delitivo. Tal Teoria objetiva auxiliar nas tomadas de decisão quando do lançamento de meios e efetivos em locais de alta incidência criminal, reduzindo assim a síndrome do cobertor curto, buscando mais eficiência e eficácia.

26 elencadas: Justificamos tal teoria, amparados nas conclusões das hipóteses abaixo Não estando a vítima no provável local do crime, será impossível a consecução deste Ao se anular a presença do criminoso de um eventual local de crime, de forma evidente o crime não ocorrerá Inexistindo a vontade do criminoso para o cometimento do ato delituoso, o crime não acontecerá Sem objetos ou meios disponíveis, o crime será impossível Diagrama representativo do TQCI VÍTIMA VONTADE OBJETO CRIMINOSO Fonte: elaborado pelo autor

27 A Vítima A Vítima, normalmente o elemento mais frágil do quadrilátero do crime intencional, poderá ser identificada segundo o estudo da vitimologia. Conforme o entendimento criminal, é o estudo da vítima envolvendo todas as suas peculiaridades e nuances de comportamento. Ainda, destacando o que disse Eduardo Mayr:...o estudo da vítima no que se refere à sua personalidade, quer do ponto de vista biológico, psicológico e social, quer o de sua proteção social e jurídica, bem como dos meios de vitimização, sua inter-relação com o vitimizador e aspectos interdisciplinares e comparativos. (apud RIBEIRO, 2001, p. 30). Percebe-se então, que no estudo da vitimologia há dois pontos fundamentais: o estudo do comportamento da vítima de forma geral, sua personalidade, seu atuar na dinâmica do crime, sua etiologia e relações com o agente criminoso e a reparação do dano causado pelo delito. Pensou-se no passado que a vítima era sempre inocente e o causador do delito o único e exclusivamente culpado. Conforme a designação de Benjamin Mendelsohn,...a vítima pode ser inteiramente inocente na dinâmica do crime; pode ser tão culpada quanto o agente; mais culpada do que o agente; pode ser menos culpada de que o agente criminoso e ainda, poderá ser a única culpada do cometimento de um crime. (apud MOREIRA FILHO, 1999, p. 45) 5.4 O Criminoso O criminoso, para efeitos de nosso estudo, será aquele agente motivado que sai na intenção única e exclusiva de praticar o ato delinquente. Vale ressaltar que para o mesmo obter sucesso, uma sequência de fatos deve estar sinergindo, inclusive o ambiente e a vítima favoráveis para que haja o resultado por ele esperado. O comportamento e a motivação de um criminoso são constituídos por um conjunto de ações que desencadeia o crime propriamente dito. Sendo assim, diferentes elementos o caracterizam, surgindo daí o chamado Modus Operandi. O Modus Operandi deve ser considerado como o método que comumente o criminoso utiliza para conduzir seus atos infracionais, assim como em razão dos objetos ou ferramentas utilizadas para consumação do ato criminoso, pelo tipo de vítima ou contextualização do crime. Podemos dizer também, sobre o Modus Operandi, que é um comportamento mimético, com reprodução constante e sistemática, interagindo de tal forma com o criminoso que, com o tempo, já está intrínseco em sua personalidade, aperfeiçoada a cada momento de sua ação.

28 26 O Modus Operandi é dependente e único, definido pela assinatura de cada criminoso contumaz, sendo esta a forma pelo qual o mesmo alcança sua total satisfação emocional ao executar o ato criminal. Existem estudos criminológicos a respeito do sujeito desconhecido em uma investigação, que permitem identificar o agente criminoso através dos traços comportamentais que o mesmo deixa na cena do crime. A perícia criminal consegue trabalhar isto muito bem, buscando os vestígios, que são as informações imprescindíveis para se elaborar uma hipótese do motivo criminal e do perfil do agente criminoso. Estudos feitos nas diversas entidades pertencentes ao sistema de segurança pública podem indicar a possibilidade de confecção de perfis locais e geográficos criminais, verificados através de dados estatísticos que indicam padrões comportamentais criminais em determinadas áreas, os chamados hotspots ou pontos quentes. Infelizmente, nós temos aqui no Brasil poucos estudos a respeito do comportamento criminoso, fazendo com que, nossas referências científicas se voltem para os EUA e a Europa, sendo estes ainda os primeiros a estudar este tipo de questões. Aqui no Brasil, podemos citar João Luiz de Carvalho (2005) e Ilana Casoy (2004) como escritores que se preocuparam em estudar este tema. O Psiquiatra alemão, Dr. Karl Berg (1930), um dos pioneiros no assunto, iniciou suas pesquisas entrevistando um serial killer conhecido como Peter Kürten, o Vampiro de Düsseldorf, tendo este assassinado mais de 10 pessoas, fazendo verdadeiras orgias e violações com suas vítimas, trouxe alguma luz aos motivos que podem levar um assassino contumaz a matar. Há uma diferença evidente entre comportamento criminoso e o comportamento delinquente. Podemos definir delinquência como uma fase evidente e indiscutível quando da ação e sua resistência em obedecer a normas existentes e legais. Pode decorrer de uma estrutura perversa, desobediente às leis e que se locupleta com o errado. 5.5 O Objeto O Objeto é o artefato através do qual o criminoso utiliza para concretizar seu ato criminoso. De fato, sem sua presença, o crime intencional seria impossível.

29 27 Existem vários tipos de objetos que podem ser definidos segundo suas características estruturais e funcionais. Para a aplicação da Teoria do Quadrilátero do Crime Intencional, TQCI, usaremos a seguinte classificação: CLASSIFICAÇÃO DE OBJETOS 1. Armas e Utensílios - Armas de fogo ou objetos perfuro contundentes que são, originariamente, fabricados para causar danos físicos em alguém ou qualquer ser vivente. Ex: revólveres, pistolas, rifles, facas, estiletes, espadas, chuços, etc. 2. Meio Utilizado O meio utilizado para o cometimento de um crime intencional, são artefatos que, originariamente, não foram produzidos com a intenção de ferir ou matar alguém ou algum ser vivente. Ex: Computadores e Smartphones (Crimes virtuais), Cadeiras, Garrafas, artefatos de cozinha, explosivos para fins pacíficos e quaisquer outros objetos que sejam utilizados para fins de consecução de crime. Fonte: o autor 5.6 A Vontade Segundo o dicionário Michaelis, a Vontade é o instinto de praticar algo, a entrega de fazer alguma coisa que deseja. Vontade e Desejo são fenômenos que acontecem simultaneamente. Arbítrio, Atitude e Desejo são palavras similares. Para nossos estudos, entenderemos vontade como Dolo, previsto na criminologia como a verdadeira intenção de cometer algum ato criminoso. Segundo o Direito Penal, a Teoria do Dolo (Damásio de Jesus, 2011) poderá ser assim definida: 1ª - Teoria da Vontade - Para esta, o Dolo é a vontade consciente de querer praticar a infração penal.

30 28 2ª - Teoria da Representação - Para esta teoria, só é possível o Dolo quando o agente tem possibilidade de previsão do resultado, mas insiste na prática da conduta. É, na verdade, o que o Direito Penal considera como culpa consciente. 3ª - Teoria do Consentimento ou Assentimento - Só há Dolo quando o agente não só tem previsão do resultado, mas quando decide continuar com a conduta, assumindo o risco de produzir tal resultado.

31 29 6. A TEORIA DO QUADRILÁTERO DO CRIME INTENCIONAL: PROVANDO Passaremos agora a analisar se, segundo o TQCI, ao retirar um de seus elementos, o crime será impossível. Buscaremos na prática, testar as variáveis que o compõem e faremos a utilização do TQCI, verificando alguns casos reais coletados em algumas polícias no Brasil. As fontes utilizadas foram os departamentos de estatística das Corporações Policial Militar do Estado de São Paulo e da Polícia Civil do Estado de Alagoas. Foram omitidos nomes de vítimas e criminosos para garantia do sigilo e da publicidade prevista em lei. No final de cada relato de ocorrência, fizemos a análise correspondente: Quadro 2: EXTRATO DE OCORRÊNCIAS OCORRÊNCIAS 6.1 Caso 01 Fonte: SSP SP/ PMESP Natureza: FURTO Local: AVENIDA CAPITÃO LUÍS BRANDÃO, São Carlos/ SP Data Ocorrência: 09/05/2018 HORA: 18h45 Resumo da Ocorrência: No dia 09/05/2018, por volta das 18h45, a vítima, uma mulher de 45 anos, ao descer de um ônibus de transporte coletivo urbano, da linha SESI x Santa Maria, constatou que um indivíduo(s) desconhecido(s) havia aberto o zíper de sua bolsa e subtraído o seu CPF, cartões de crédito e bancário, além do valor de R$ 350,00 em dinheiro. Sem suspeita da autoria. No caso em questão, temos presente os seguintes elementos já identificados no TQCI: 1. Vítima: uma mulher de 45 anos; 2. Criminoso: agente não identificado; 3. Motivo: como o agente não foi identificado, não podemos definir a sua motivação, mas em geral, crimes de furtos são motivados por necessidade urgente de se conseguir dinheiro rápido e fácil.

32 4. Objeto: o indivíduo utilizou de sua habilidade para, de forma que ninguém percebesse, abrir a bolsa da mulher e subtrair seus pertences e dinheiro. 30 Análise: considerando o TQCI, não há como fazer a prevenção na cena do crime, tentando tirar dele o Criminoso ou Trabalhar sua Vontade pois os mesmos não estão identificados. Restam os dois elementos seguintes: a Vítima e o Objeto. Descartamos o meio utilizado em razão de ser a Habilidade do criminoso algo intangível, restando somente a Vítima. Sendo assim, campanhas educativas relacionadas aos cuidados com seus pertences em locais públicos, poderão ser feitas no sentido de alertar prováveis vítimas para reduzir ou até impedir este tipo de delito. Vale ressaltar ainda que, se a incidência deste delito for algo corriqueiro, esforços maiores, tais quais agentes e meios ostensivos, poderão também reduzir ou mesmo impedir o cometimento deste crime Caso 02 Fonte: SSP SP/ PMESP Natureza: Injúria/ Ameaça Local: RUA MARIANO GARCIA CARRASCO, São Carlos/ SP Data Ocorrência: 09/05/2018 HORA: 07h00 Resumo da Ocorrência: a vítima, uma senhora com 76 anos, aposentada, recebeu seu neto há dois meses; ele foi morar com ela pois não tinha lugar para ficar e morava na rua. Explicou que todos os dias ele tenta colocá-la para fora de casa, que constantemente a ameaça, dizendo que bateria nela e que iria matá-la, que a xingava de vagabunda e mulher de rua. Informou que o autor pega o seu dinheiro e comida, que o mesmo não trabalha. Diz que o autor, por vezes, chegou a avançar sobre ela e que não respeita a sua idade. Por isso, manifesta o desejo de processá-lo e requer medida protetiva. no TQCI: No caso em questão, temos presente os seguintes elementos já identificados 1. Vítima: uma mulher de 76 anos;

33 31 2. Criminoso: seu neto; 3. Motivo: o agente, seu neto, usuário de drogas, foi acolhido por sua avó e seu motivador é a necessidade cada vez maior de dinheiro para suprir seu vício. Desta forma, começou a extorquir e expropriar sua avó. 4. Objeto: o indivíduo se utilizou de sua força e oportunidade para ameaçar e extorquir. Análise: considerando o TQCI, e verificando a cena e local de crime, sabemos que a opção mais adequada será a retirada do Criminoso do local, estancando de forma imediata o ato criminal. Se verificada que são ocorrências frequentes, campanhas educativas de alerta seriam opção única para atender este tipo de situação Caso 03 Fonte: SSP SP/ PMESP Natureza: FURTO DE VEÍCULO Local: RUA FELIPE CAMARÃO, DIADEMA/ SP Data Ocorrência: 07/05/2018 HORA: 11h00 Resumo da Ocorrência: No dia 07/05/2018, por volta das 11h0045min, a vítima, um homem de 41 anos, informou ter estacionado seu veiculo no local dos fatos, por volta das 09h15, ausentando-se do local, sendo que ao retornar por volta das 11h00, constatou que seu veículo fora furtado. Declara não ter suspeita da autoria. No caso em questão, temos presente os seguintes elementos já identificados no TQCI: 1. Vítima: um homem de 41 anos; 2. Criminoso: agente não identificado; 3. Motivo: como o agente não foi identificado, impossível definirmos a sua motivação, mas em geral, crimes de furtos de veículos são motivados por necessidade urgente de se conseguir um veículo

34 32 para prática de um futuro delito ou para venda do veículo em mercado negro. 4. Objeto: o indivíduo se utilizou de sua habilidade para, de forma que ninguém percebesse, retirar o veículo do local com o fito de concretizar seu intento. Análise: considerando o TQCI e verificando-se ser contumaz o crime de furto de veículos neste local ou região, poderíamos agir na vontade do criminoso aumentando a ostensividade de agentes públicos de segurança, aliando a outras ações como Blitze e campanhas educativas voltadas às futuras e prováveis vítimas, visando a redução e até mesmo a extinção deste tipo de delito naquela região. Retirando a vontade e o criminoso do futuro local de crime, tornar-se-á impossível o ato delituoso Caso 04 Fonte: SSP SP/ PMESP Natureza: Crime de homicídio Local: RUA MECÂNICO, Araras/ SP Data Ocorrência: 06/05/2018 HORA: 16h15 Resumo da Ocorrência: a polícia judiciária, ao chegar ao local do fato, onde residia a vitima, um homem de 41 anos e sua namorada, se deparou com o corpo da vítima, apresentando uma lesão aparente de facada próximo a clavícula do lado direito, sem sinais de luta corporal. Em diligências, o investigador localizou o irmão da vitima, o qual informou que sua namoradada chegou a dizer em um bar, localizado próximo à residência, que por motivo de ciúmes teria matado a vitima com uma facada e em seguida, deixado o local sem ser mais vista. Alguns amigos da vitima foram ate a residência da mesma, e quando a encontraram caída ao solo, acionaram o SAMU que constatou o óbito. A perícia foi até o local e realizaram as diligencias de praxe, elaborando o laudo. O corpo foi recolhido pela Funerária Municipal, e encaminhado aos cuidados do Médico Legista.

35 33 No caso em questão, temos presente os seguintes elementos já identificados no TQCI: 1. Vítima: um homem de 41 anos; 2. Criminoso: a namorada do mesmo; 3. Motivo: o agente, namorada da vítima, motivada por ciúmes, esfaqueou e matou seu companheiro. Caracterização de crime passional. 4. Objeto: o indivíduo se utilizou de uma faca peixeira de uso domiciliar. Análise: considerando o TQCI, e verificando a cena e local de crime, vimos presentes todos os elementos básicos que compõem o TQCI. Se um deles estivesse ausente, o crime seria impossível. Resta aqui esclarecer que, esses tipos de crimes seriam melhores combatidos se houvesse modificação na legislação atual, tornando mais duras as penas previstas, inviabilizando a saída prematura do preso, o que afetaria e influenciaria, com toda a certeza, na vontade de cometer o ato delituoso CASO 05 Fonte: SSP SP/ PMESP Natureza: Tráfico de entorpecente Local: RUA ALBACORA, Diadema/ SP Data Ocorrência: 11/12/2004 HORA: 14h00 Resumo da Ocorrência: policiais militares da VTR M-09438, tendo como encarregado o Sd PM Dori, encontravam-se de serviço, ocasião em que no local dos fatos, resolveram fazer um patrulhamento ostensivo a pé e, ao adentrarem na Rua Albacora, depararam-se com dois indivíduos, sendo que um portando uma sacola de plástico. Que, realizaram uma abordagem para averiguação e em revista pessoal em um dos indivíduos, foi verificado que o mesmo trazia consigo uma sacola na qual encontraram 13 porções de uma substância esverdeada, que mais tarde pode se constatar ser maconha. Que, revistando o outro indivíduo, nada foi encontrado. Perguntados sobre o produto que estavam portando, disseram ser de sua propriedade e

36 34 que tinha como destino a comercialização. Ante o exposto, foram presos e conduzidos, a Autoridade Policial, que após tomar ciência dos fatos, determinou a apreensão da substancia entorpecente tendo determinado também, a lavratura do auto de prisão em flagrante delito em desfavor dos acusados. Neste caso, temos presentes os seguintes elementos já identificados no TQCI: 1. Vítima: o Estado; 2. Criminosos: dois homens; 3. Motivo: os agentes estavam traficando para conseguir dinheiro para suprimento próprio; 4. Objeto: pacotes reduzidos de maconha, conhecidos como trouxinhas. Análise: considerando o TQCI, e verificando a cena e local de crime, vimos presentes todos os elementos básicos que compõem o TQCI. É evidente que se um dos elementos do TQCI estivesse faltando, o crime seria impossível. Observando o Quadrilátero do Crime Intencional, podemos destacar o elemento Motivação: como fazer para diminuir ou extinguir a Motivação para o cometimento deste tipo de infração? Acreditamos e insistimos em dizer que as penas no Brasil são brandas em relação ao ato cometido. Aliado a isto, temos as benécias produzidas pelo dispositivo legal existente. Insistimos na reavaliação da progressão e no aumento das penas como forma de inibir a intenção do criminoso CASO 06 Fonte: SISPOL AL/ PCAL Natureza: estupro Local: Hospital Universitário, Maceió/ AL Data ocorrência: 04/09/2018 HORA: 09h30 Resumo da Ocorrência: a vitima relatou que no dia 04/09/2018 por volta de 06h20min chegou ao hospital universitário, localizado no bairro do Tabuleiro dos Martins para fazer exames do tórax; que ao chegar na sala de raio x por volta de 09h30min o funcionário, técnico

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