ORÇAMENTO PARTICIPATIVO EM NATAL CONSTRUINDO A PARTICIPAÇÃO POPULAR
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- Caio Salazar Guterres
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1 2 ORÇAMENTO PARTICIPATIVO EM NATAL CONSTRUINDO A PARTICIPAÇÃO POPULAR 1. INTRODUÇÃO A Prefeitura Municipal do Natal definiu como uma das suas prioridades institucionais a participação social e popular no ciclo orçamentário, ou seja, no Plano Plurianual 2006/2009, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual, para esse mesmo período. Dentro dessa prioridade, a Prefeitura decidiu implantar o Orçamento Participativo. O Orçamento Participativo OP é um processo de democracia participativa no qual a Prefeitura compartilha com a população a responsabilidade pela definição de suas ações prioritárias, através da realização de discussões abertas aos cidadãos para definir a distribuição de recursos públicos municipais entre as diferentes necessidades escolhidas pela população. No processo de elaboração do Plano Plurianual 2006/2009, a Prefeitura realizou um processo de consulta à Sociedade Civil, através do Seminário de Participação Social e da Audiência Pública do PPA, eventos que reuniram diversos setores das sociedade civil organizada, bem como os agentes governamentais e membros da Câmara de Vereadores. As demandas trazidas pela sociedade civil foram contempladas no PPA e foi eleita uma comissão, com representantes dos diversos setores que participaram do processo de consulta, para acompanhar a votação e a execução do PPA. Em março de 2005, houve a instituição de uma Comissão de Estudos para Implementação do OP em Natal com a participação do Poder Público Municipal (SEMPLA), um representante da Câmara de Vereadores(Vereador Hermano Moraes) e um representante da Sociedade Civil (Olavo Ataíde Presidente do CEAHS). Essa Comissão realizou duas visitas às Prefeituras de Recife e Aracaju, respectivamente, para conhecer in loco as experiências de OP nesses municípios. A Prefeitura do Natal realizou, ainda, em 04 de junho do corrente ano, um Ato de Lançamento do OP em Natal, com a presença do Ministro das Cidades, Olívio Dutra, que trouxe as ricas experiências de OP em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, como subsídios para implantação da experiência em Natal. Participaram desse Ato Político cerca de 800 pessoas, entre representantes da sociedade civil organizada, agentes governamentais municipais, vereadores, deputados estaduais e federais, além da Governadora Vilma de Faria e do Prefeito Carlos Eduardo Alves, que fez a abertura do evento. Durante esse período, de março a agosto de 2005, a Comissão acima referida vem trabalhando na elaboração de uma proposta pra implementação do OP em Natal, que foi submetida aos agentes governamentais municipais, aos vereadores e à sociedade civil em dois Seminários, nos quais foram pactuadas as regras para sua implantação. 2. PRINCÍPIOS E CONDIÇÕES BÁSICAS PARA IMPLANTAÇÃO DO OP O processo do Orçamento Participativo em Natal deve considerar alguns princípios que assegurem que sua operacionalização se dará numa perspectiva de construção da participação popular na administração municipal, quais sejam: Universalidade a participação é um direito universal que deve ser assegurado a todo e qualquer cidadão e cidadã. Diversidade abertura da participação no processo do OP a quaisquer grupos e setores da sociedade e ou indivíduos. Essa diversidade possibilita a presença da pluralidade de forças e setores existentes na sociedade, garantindo que as decisões sejam tomadas a partir da relevância social de determinado pleito ou interesse, e não pelo acesso privilegiado aos centros de decisão. Transparência significa que o Poder Público Municipal viabiliza o acesso às informações sobre a administração municipal de maneira que a população possa entendê-las. Acordo sobre as regras As regras que regerão o processo do OP deverão ser negociadas e pactuadas por todos os envolvidos no mesmo agentes governamentais, vereadores e representantes
2 3 da sociedade civil organizada, criando condições para que o processo seja o mais democrático possível. Para que o Orçamento Participativo seja verdadeiramente democrático também é preciso viabilizar algumas condições básicas, que garantam à população participar como sujeito de sua realização. 1ª Condição Produzir e repassar à população, em linguagem didática, as informações de governo necessárias para a tomada de decisão em relação ao orçamento. 2ª Condição Capacitar as pessoas envolvidas no orçamento participativo sobre o funcionamento do ciclo orçamentário( Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual). 3ª Condição Criar dentro e fora do governo canais institucionais para facilitar e estimular a participação ativa e contínua da população no processo orçamentário. Dentro do Governo, é preciso estabelecer uma negociação entre as diversas secretarias e órgãos da administração municipal, sensibilizando gestores e técnicos para a proposta do OP. É preciso também definir um arcabouço legal para a implementação do OP, através de um Decreto Lei, assinado pelo Prefeito ou de um Projeto de Lei apresentado à Câmara Municipal que deverá discutir e deliberar sobre o OP. 4ª Condição Criar instâncias de representação e de deliberação que atuem, em parceria com a sociedade civil organizada, na elaboração, gestão e monitoria da execução orçamentária (Plenárias regionais e ou temáticas, Fórum do Orçamento Participativo e Conselho Gestor do OP) 3. PROPOSTA PARA IMPLANTAÇÃO DO OP EM NATAL Levando em conta os princípios e condições elencados acima a Comissão de Estudos para implantação do OP em Natal elaborou uma proposta, que foi submetida aos agentes governamentais e à sociedade civil e será depois enviada à Câmara, através de um Projeto de Lei, ou regulamentado por um Decreto emitido pelo Prefeito. O Orçamento Participativo em Natal terá as seguintes instâncias de participação e deliberação: 3.1.) REUNIÕES DE SENSIBILIZAÇÃO E MOBILIZAÇÃO Articulação e preparação nos bairros. Apresentação da proposta metodológica do OP/Natal. Realização do CADASTRAMENTO: momento em que as pessoas vão se inscrever para participar do OP/Natal. Será feito mediante a apresentação de um documento de identidade e de um comprovante de residência. No momento do Cadastramento a pessoa já recebe o folheto indicando o dia, o horário e o local onde vai se realizar a Plenária da sua Região ou da sua Temática. Bairro Data Local Alecrim e Lagoa Seca 30/01 (19h) Quintas e Nordeste 01/02 (19h) Cidade da Esperança e Dix-Sept Rosado 03/02(19h) Bom Pastor e Nazaré 06/02(19h) Felipe Camarão e Cidade Nova 08/02 (19h) Planalto e Guarapes 10/02 (19h) Areia Preta e Praia do Meio 13/02 (19h) Cidade Alta e Ribeira 15/02 (19h) Mãe Luíza e Petrópolis 17/02 (19h) Rocas e Santos Reis 20/02 (19h) Tirol e Barro Vermelho 22/02 (19h) Neópolis e Pitimbu 06/03 (19h) Ponta Negra e Capim Macio 08/03 (19h) Lagoa Nova e Nova Descoberta 10/03 (19h)
3 4 Candelária Pajuçara e Lagoa Azul Igapó e Salinas Potengi e Redinha Nossa Sra Apresentação 13/03 (19h) 15/03 (19h) 17/03 (19h) 20/03 (19h) 22/03 (19h) 3.2.) PLENÁRIAS POR REGIÃO instâncias de participação da sociedade civil de cada região da cidade, das quais poderão participar os cidadãos de 16 anos acima. Para tanto dividimos a cidade em sete regiões, conforme descrito abaixo: Região Bairro População Nº Delegados Data/hora Alecrim I Bom Pastor Cidade da Esperança /04 Cidade Nova h Dix-Sept Rosado Lagoa Seca Nsa Sra Nazaré Nordeste Quintas Sub-total I Areia Preta II Cidade Alta /04 Mãe Luíza h Praia do Meio Ribeira Rocas Santos Reis Sub-total II Neópolis /04 III Pitimbu h Ponta Negra Sub-total III Barro Vermelho IV Candelária Capim Macio Lagoa Nova /05 Nova Descoberta h Petrópolis Tirol Sub-total IV Felipe Camarão /05 V Guarapes h Planalto Sub-total V Pajuçara VI Potengi /05 Redinha h Salinas 883 Sub-total VI Igapó /05 VII Lagoa Azul h Nsa Sra Apresentação Sub-total VII Essas Plenárias se reunirão com os seguintes objetivos: realizar prestação de contas; indicar as prioridades da região; eleger os delegados/as que vão participar do Fórum de Delegados/as do OP/Natal;
4 5 3.3.) PLENÁRIAS TEMÁTICAS reunirão os atores que desenvolvem ações referentes a determinadas temáticas específicas, que por sua relevância merecem uma instancia de discussão e deliberação próprias. Reúnem-se com os seguintes objetivos: apresentação da metodologia do OP/Natal, proceder escolha de prioridades por temáticas e dos delegados/as que vão participar do Fórum de Delegados/as do OP/Natal. Plenária Temática Data Local CULTURA 05 (noite) e 06/06 (9-17h) EDUCAÇÃO 08 (noite) e 09/06 (9-17h) SAÚDE 12 (noite) e 13/06 (9-17h) ASSISTÊNCIA SOCIAL 19 (noite) e 20/06 (9-17h) GÊNERO E GERAÇÃO 26 (noite) e 27/06 (9-17h) DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TURISMO 03 (noite) e 04/07 (9-17h) 3.4.) FÓRUM DE DELEGADOS DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO (07 e 08/07) é a instancia máxima de deliberação do Orçamento Participativo, da qual fazem parte os delegados eleitos nas Plenárias Regionais e Temáticas, na proporção de 01 delegado para cada 2000 habitantes, sendo necessária a participação mínima de 10 pessoas para cada delegado/a eleito/a. A composição do Fórum de Delegados/as do OP/Natal, por região, conforme a população: Região Bairro População Nº Delegados Alecrim I Bom Pastor Cidade da Esperança Cidade Nova Dix-Sept Rosado Lagoa Seca Nsa Sra Nazaré Nordeste Quintas Sub-total I Areia Preta II Cidade Alta Mãe Luíza Praia do Meio Ribeira Rocas Santos Reis Sub-total II Neópolis III Pitimbu Ponta Negra Sub-total III Barro Vermelho IV Candelária Capim Macio Lagoa Nova Nova Descoberta Petrópolis Tirol Sub-total IV Felipe Camarão V Guarapes Planalto
5 6 Sub-total V Pajuçara VI Potengi Redinha Salinas 883 Sub-total VI Igapó VII Lagoa Azul Nsa Sra Apresentação Sub-total VII TOTAL 356 O número de Delegados/as por Temática será de no máximo 02 (dois), obedecendo-se o critério de 1 delegado/a para cada 20 participantes. Ou seja, para eleger os dois Delegados/as a Temática precisará ter uma participação de, no mínimo, 40 pessoas. O Fórum de Delegados/as do OP/Natal se instalará, com os seguintes objetivos: discutir e aprovar o Regimento Interno do OP/Natal; distribuir os formulários de reivindicações de obras e proceder a apresentação, pela Prefeitura, das diretrizes técnicas para seu preenchimento aprovar as prioridades de investimento, por região e temática, em Natal, de acordo com as indicações das Plenárias Regionais e Temáticas; eleger os representantes da sociedade civil no Conselho de Gestão Democrática do Orçamento Participativo de Natal, respeitando-se a diversidade regional e temática. 3.5.) PLENÁRIA REGIONAL INTERMEDIÁRIA: decidir os investimentos que serão feitos em cada região, de acordo com a prioridade escolhida na mesma. Obs: só poderão participar desta segunda etapa, os delegados/as credenciados na primeira etapa. As demandas apresentadas devem ser acompanhadas de justificativa por escrito, assinada por, pelo menos, 10 moradores/as do bairro. Em seguida, as obras serão votadas na comunidade por ordem de prioridade. Região Bairro População Data/Hora Local Alecrim I Bom Pastor Cidade da Esperança /07 (15h) Cidade Nova Dix-Sept Rosado Lagoa Seca Nsa Sra Nazaré Nordeste Quintas Areia Preta II Cidade Alta /07 (15h) Mãe Luíza Praia do Meio Ribeira Rocas Santos Reis Neópolis /07 (15h) III Pitimbu Ponta Negra Barro Vermelho IV Candelária
6 7 Capim Macio Lagoa Nova /08 (15h) Nova Descoberta Petrópolis Tirol Felipe Camarão /08 (15h) V Guarapes Planalto Pajuçara VI Potengi /08 (15h) Redinha Salinas 883 Igapó /08 (15h) VII Lagoa Azul Nsa Sra Apresentação ) CONSELHO MUNICIPAL DE GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO instância de participação direta da sociedade civil, que terá como finalidade propor, fiscalizar e deliberar sobre matérias atinentes ao Orçamento Público do Município de Natal. O Conselho Municipal da Gestão Democrática do Orçamento Participativo será composto por 14 membros titulares e 14 suplentes, eleitos em cada uma das Plenárias Regionais (02 por região); por 06 membros titulares e 06(seis) suplentes eleitos nas Plenárias Temáticas (01 por temática); por 03 membros titulares e 03 suplentes do Executivo Municipal, indicados pelo Prefeito; e 01 membro titular e 01 suplente, indicados pela Câmara Municipal. O total de integrantes do Conselho será de 23 titulares e 23 suplentes /09: Reunião do Conselho apresentação e votação da Matriz Orçamentária.
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