ASPECTOS DA REFLEXÃO DE RENÉ DESCARTES NA PRIMEIRA E SEGUNDA MEDITAÇÃO METAFÍSICA
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- João Victor Palha Sá
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1 ASPECTOS DA REFLEXÃO DE RENÉ DESCARTES NA PRIMEIRA E SEGUNDA MEDITAÇÃO METAFÍSICA Thauana Aparecida Teixeira* Marco Antonio Facione Berbel** JUSTIFICATIVA A história da humanidade perpassa por vários momentos de construção e desconstrução de ideias e visões de mundo, que são fundamentais para a formulação de novos conceitos e por consequência, o abandono de crenças céticas. Tais transformações históricas, geram a necessidade de uma nova forma de conhecimento do homem sobre si e sobre o mundo, pois suas produções e reproduções estão contextualizadas. A modernidade marca uma nova fase na história da humanidade dando um novo caráter ao pensamento filosófico, anteriormente repleto de dogmas, constituídos principalmente por uma visão teocêntrica de mundo. Após o período Antigo e Medieval, novas reflexões acerca do mundo foram constituídas. O homem passou a refletir sobre si e por consequência, por tudo aquilo que o rodeava, pois também era parte fundamental em sua existência. As novas descobertas nesse período, como a ruptura do sistema geocêntrico de Copérnico, fizeram com que crenças, anteriormente inquestionáveis, fossem postas em cheque, tais crenças, levaram o homem a mudar seu posicionamento. Neste contexto o homem moderno precisou se reestabelecer como homem, ou seja, precisou se redescobrir. Passou a refletir sobre questões tradicionais e descobrir que a verdade conhecida sobre todas as coisas era, na realidade, o princípio para uma investigação mais minuciosa. (MARCONDES, 2008) Diante disso, René Descartes, o pai da modernidade, contribui indiscutivelmente nas novas investigações acerca das verdades estabelecidas sobre o homem e sobre si. Na tentativa de refletir sobre as novas formas de pensamento e de encontrar respostas para as indagações que permeavam sua existência, assim como da humanidade, anuncia uma nova forma de pensamento reflexivo, o qual tem *Acadêmica do 5 º período do curso de Psicologia da Faculdade União de Campo Mourão UNICAMPO, ** Graduado em Filosofia pela Universidade Estadual de Maringá UEM e Mestre pela Universidade de São Paulo USP. Professor da Faculdade União de Campo Mourão Unicampo e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR/ Campus Campo Mourão.
2 como método a dúvida metódica. Tal método, obedecia regras como a evidencia racional, a análise, a síntese e o controle,, estas expostas em seu Discurso sobre o método. (REALE; ANTISERE, 2004) Diante disso, entende-se a necessidade de se conhecer acerca do pensamento reflexivo moderno de René Descartes, em que a busca de conhecimentos consistentes é frisada. Essa busca por um conhecimento livre de dogmas e paradigmas, que afastam os homens de enxergarem sua realidade com clareza e precisão, é essencial no processo de real conhecimento do homem sobre si e de tudo aquilo que constitui sua realidade, para que se entenda o processo da construção da subjetividade, através do movimento da dúvida hiperbólica, haja visto que esse entendimento nunca é arcaico. OBJETIVO GERAL Através do conhecimento da importância de se entender a construção da subjetividade, para que se possa compreender assuntos atuais relacionados a mesma, como o posicionamento do homem na sociedade atual, adotou-se como referencial teórico René Descartes, uma vez que o mesmo através de seu método, a dúvida, passa a questionar verdades consideradas inquestionáveis. As reflexões Cartesianas levaram a primeira certeza exposta em sua célebre frase penso, logo existo. Esta frase concede ao homem, a dimensão de ser pensante e transformador. Portanto, o homem passa a se enxergar de uma maneira diferente e por isso, necessita entender as transformações que o circunda para que possa se contextualizar. Considerando os fundamentos históricos e epistemológicos da Psicologia, a notoriedade de René Descartes não deve ser irrelevante, pois a Psicologia busca conhecer o indivíduo em suas variadas dimensões, sempre levando em consideração sua subjetividade. Quando se entende os princípios fundantes da formação da subjetividade, as investigações sobre essa se tornam-contextualizadas, claras e amplas. René Descartes foi um dos pensadores que iniciou essa busca sobre os princípios das coisas. Por isso, alguns elementos expostos por René Descartes são importantes para a compreensão da formação da subjetividade. Em sua obra, Meditações Saberes Unicampo 116
3 Metafísicas, Descartes reflete sobre alguns destes elementos, tais como a dúvida acerca dos sentidos, a dúvida sobre as formas de adquirir conhecimento, a análise do mundo externo através dos sonhos, Deus como fundamento do conhecimento na construção do cogito. Ou seja, o argumento da dúvida hiperbólica é usado para se encontrar as respostas para questões que são nebulosas aos homens, mas que necessitam de respostas. Com isso, é possível constatar que Descartes além de levantar suposições sobre os conhecimentos e verdades existentes e aceitas, também busca o conhecimento para buscar respostas para suas problematizações. Assim, a primeira e segunda meditação da obra Meditações Metafísicas serão exploradas para que seja possível compreender o processo de construção da subjetividade a partir do conhecimento, este que se dá de maneira fulgente, através da dúvida metódica. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Contextualizar brevemente aspectos da modernidade através da reflexão de René Descartes; Categorizar o homem como ser pensante/reflexivo; Explorar os argumentos da primeira meditação metafísica, descrita na obra Meditações Metafísicas de René Descartes com o intuito de exemplificar a importância da dúvida hiperbólica para a desconstrução e construção do conhecimento; Explorar argumentos da segunda meditação metafísica descrita na obra Meditações Metafísicas de René Descartes, a fim de descrever sobre o cogito na construção de um sujeito pensante. METODOLOGIA A metodologia para a execução do projeto será a revisão bibliográfica pautada em diferentes fontes, tendo como referencial teórico René Descartes e aspectos relacionados ao mesmo. Saberes Unicampo 117
4 BIBLIOGRAFIA BÁSICA CHAUI, M.. Convite à Filosofia. 13 ed. São Paulo: Editora Ática, COTTINGHAM, J.. Dicionário Descartes. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar Editor, DESCARTES, R.. Discurso do Método Meditações. 2 ed. São Paulo: Editora Martin Claret, Meditações metafísicas. São Paulo: Editora Martins Fontes, FORLIN E.. O papel da dúvida metafísica no processo de constituição do cogito. São Paulo: Editora Associação Editorial Humanistas, GOODWIN, C. J.. História da Psicologia Moderna. 4 ed. São Paulo: Editora Cultrix, 2010 MARCONDES, D.. Iniciação à História da Filosofia Dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. 12 ed. Rio de Janeiro: Editora ZAHAR, REALE, G; ANTISERI, D.. História da Filosofia do Humanismo a Descartes. 1 ed. São Paulo: Editora Paulus, Saberes Unicampo 118
5 CRONOGRAMA Maio Junho Julho Agosto Setembro Período Programação Leitura sobre conceitos gerais inerentes a pesquisa e elaboração do projeto de pesquisa. Leitura da bibliografia básica. Leitura da bibliografia básica, supervisão e definição de pontos a serem desenvolvidos na elaboração do documento científico. Leitura da bibliografia básica supervisão e Desenvolvimento do documento científico. Leitura da bibliografia básica supervisão e Desenvolvimento do documento científico. Saberes Unicampo 119
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