Pharmagazine edição nº

Transcrição

1 interactividade Sérgio Viana Solutions Manager da agap2 - Solutions delivery MOBILI DADE até onde podemos ir?

2 Há cerca de 20 anos, pouco mais existia que não os pequenos assistentes pessoais, muitas vezes substitutos da vulgar agenda O tema da mobilidade empresarial volta hoje a ter a atenção de várias empresas. Apesar de estar longe de ser um tema recente, é um facto que nos últimos anos presenciámos várias mudanças que fizeram renascer este mercado, quer ao nível das aplicações, quer ao nível dos dispositivos. Há cerca de 20 anos, pouco mais existia que não os pequenos assistentes pessoais, muitas vezes substitutos da vulgar agenda. Os anos passaram, a tecnologia mudou, ficou mais compacta e com maior poder de processamento. Os conceitos juntaram-se e, enquanto antes tínhamos um assistente pessoal e um computador, hoje temos um smartphone que acumula tudo o que os dois dispositivos anteriores faziam, e ainda mais. E se focarmos em particular o último ano e meio, verificamos que surgiu recentemente um tipo de dispositivo que veio agitar o mercado: os tablets. A Apple não se limita a apresentar dispositivos; dita e define tendências de mercado. E foi a isso mesmo que assistimos, quando foi lançado o primeiro ipad. À primeira vista, poderia passar como um dispositivo que não terá muito a oferecer à maior parte dos fãs de tecnologia. Afinal, porquê um ipad em vez do meu portátil & smartphone? O certo é que o início de 2010 foi marcado por corridas às lojas em busca do novo brinquedo. Se este fenómeno é interessante de analisar ao nível do mercado de consumo, no que respeita ao mercado empresarial ele ganha contornos ainda mais apelativos. Existem vários exemplos de aplicações de mobilidade empresarial, baseadas nos dispositivos disponíveis à data de implementação do projecto, que contribuíram de forma decisiva para o sucesso da empresa

3 implementadora. Um dos casos de sucesso a nível nacional de maior relevância é a Sumol Compal, que utiliza aplicações móveis para suporte aos processos de venda, distribuição e manutenção. No entanto, hoje em dia as regras são outras. Os dispositivos existentes até há alguns anos faziam com que fosse possível ter poder de processamento aliado a processos de negócio, tudo na palma da mão. No entanto, nem toda a gente era capaz de lidar com os dispositivos disponíveis. Acompanhei casos em que alguns colaboradores tinham nítidas dificuldades na utilização das aplicações, apesar de estarem perfeitamente receptivos aos mesmos e estes estarem completamente adaptados às necessidades dos utilizadores. Os problemas acabavam por ser maioritariamente os mesmos: ecrãs muito reduzidos, dificuldade na introdução de informação, bateria, entre outros. Agora, considerem os tablets: Um ecrã com uma área generosa, com paradigmas de utilização que são familiares, e que tornam navegar numa lista tão fácil como o deslizar de um dedo; Poder de processamento que torna cada vez mais possível a utilização de aplicações ricas em funcionalidade; São dispositivos que continuam a ter uma dimensão aceitável, sendo possível, até

4 com alguns deles, utilizar segurando com uma mão e inserindo a informação com a outra. Todos estes factores contribuem para que hoje em dia o mercado de aplicações móveis se tenha expandido. Um segmento que aparentemente poderia não representar nada de novo fez com que, hoje em dia, muitas empresas que não estavam convencidas quanto à mobilidade empresarial voltem a avaliar estes projectos. Efectivamente, é mais simples e a liberdade para mobilizar os processos de negócio é enorme. Estes projectos têm algumas características que não se verificam para os projectos convencionais. Como todos, exigem uma correcta análise e levantamento de requisitos e processos existentes, e uma implementação em concordância. No entanto, muitas vezes é necessário ajustar alguns desses processos de modo a acomodar as mudanças necessárias, fruto da utilização de sistemas móveis. A implementação, hoje em dia, acaba por ser facilitada, ao nível da interface, porque os próprios dispositivos se encarregam de se tornar fáceis de usar, e os sistemas operativos que os acompanham cumprem as expectativas. Mas, se tivermos em conta que muitos dos possíveis candidatos a projectos de mobilidade não são utilizadores experientes de gadgets, temos também uma fase importante de acompanhamento de entrada em produção destes projectos. Não falo de formações em sala, à porta fechada. Falo de arregaçar as mangas e ir para o terreno com os colaboradores envolvidos. Garantir que, se algo corre menos bem, existe um acompanhamento próximo e uma resolução célere, de forma a minimizar tanto curvas de aprendizagem como resistências à mudança. São mudanças comportamentais, além de tecnológicas, e acabam por ser muitas vezes mais difíceis de gerir. Por esse motivo, este tipo de projectos necessita de know-how especializado para ser um sucesso. Desde há dois anos, as quotas de mercado ajustaram-se a estas mudanças. A Apple é,

5 actualmente um player com lugar garantido, enquanto que a Google e os vários dispositivos Android (mais de 100 a nível mundial, diferentes) garantiram uma rápida penetração no mercado, suportada por tanta diversidade. A HP promete apresentar este ano o novo tablet com base no WebOS (que obtiveram com compra da Palm) e a Nokia e o Symbian parecem estar a ver a concorrência passar. O Windows Phone 7, embora tenha causado alguma expectativa, chegou tarde à festa. Estão claramente a ser escolhidos lados no negócio da mobilidade, embora a minha opinião seja a de que os terrenos de jogo estão à partida definidos: aplicações corporativas, ricas em lógica de negócio, serão para dispositivos Android, para já; o mercado de consumo é o palco da Apple. É apenas uma questão de tempo até problemáticas antigas surgirem, novamente, quanto a estes novos dispositivos. Como garantir a segurança da informação, se um deles se perder? Como gerir um parque de dispositivos, Estes projectos têm algumas características que não se verificam para os projectos convencionais. que está no terreno, e garantir conformidade com os padrões da companhia? E os acessos à rede interna, as ligações são seguras? E novos temas surgirão, como o recente MaaS (Mobility as a Service) que junta o conceito da Cloud com o conceito de mobilidade. No final, são as empresas que decidem como vão mobilizar o seu negócio. Através de parceiros experientes é possível analisar, definir, executar e avaliar este tipo de projectos, e garantir que permitem atingir as optimizações que foram, em primeira instância, o driver da implementação em si. Tudo isto de uma forma ajustada à empresa, à cultura e valores e claro, ao negócio. A tecnologia é apenas um suporte. A primeira decisão é sua: até onde pretende chegar? Comente este artigo aqui