A Saúde no Brasil e na América Latina

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1 A Saúde no Brasil e na América Latina Programa de Estudos do Futuro - PROFUTURO Fundação Instituto de Administração - FIA Instituída por Professores do Departamento de Administração da FEA/USP Coordenação: Prof. James T. C. Wright São Paulo, maio de 2008.

2 PROGRAMA DE ESTUDOS DO FUTURO - PROFUTURO Fundação Instituto de Administração FIA Coordenação: Prof. James T. C. Wright Equipe Técnica: Leandro Fraga Daniel Estima de Carvalho Carlos Alberto Loureiro Junior Maristela Fidelis de Godoy João Ricardo Bahiense Equipe Administrativa: Cristiane Alves Ivana Franco

3 Índice A Saúde no Brasil e na América Latina...7 Introdução Saúde na América Latina Um desafio presente e futuro Considerações Iniciais Aspectos relevantes sobre a população...15 População geral e taxa de crescimento...17 População por faixa etária...18 Taxa de natalidade e de mortalidade...19 Expectativa de vida...20 Taxa de mortalidade infantil Indicadores econômicos...23 PIB e renda per capita...25 Evolução da renda per capita...26 População urbana em atividade econômica...27 Taxa de desemprego...28 Taxa de analfabetismo...29 Pessoas em situação de pobreza e indigência...30 Distribuição de renda...31 Distribuição de renda Índice GINI Dados públicos...33 Número de habitantes por médico e disponibilidade de leitos...35 Disponibilidade de serviços públicos A Evolução dos Cuidados Médicos em Saúde Considerações iniciais Investimentos em saúde...41 Participação do PIB...43 Perfil mundial...44 Gasto per capita dos países selecionados...45 Comparações com países desenvolvidos...46 Gasto per capita e gasto per capita em PPP...46 Comparações com países desenvolvidos e emergentes...48 Gastos totais e gastos públicos...48 Gasto público em educação e saúde...53 Conclusões Análise de custos...55 Investimento versus resultados...57 Conclusões...58 A Saúde no Brasil e na América Latina :: 3

4 3. O mercado de Serviços da Saúde Brasil...63 Aspectos gerais do sistema de saúde...63 Histórico do sistema de saúde pública e da assistência à saúde...64 Administração e descentralização da saúde pública...65 Distribuição regional dos estabelecimentos de assistência à saúde...66 Mercado público e privado...67 Demanda por serviços públicos...68 Demanda por serviços privados Argentina...75 Aspectos gerais do sistema de saúde...77 O setor público...78 O setor privado...80 Indicadores e dados gerais...81 Anexos Chile...83 Aspectos gerais do sistema de saúde...85 Cobertura do asseguramento de saúde...86 Desigualdades na proteção financeira...87 Desigualdades na auto-percepção de saúde da população México...89 Aspectos gerais do sistema de saúde...91 Demanda por serviços...94 Profissionais de saúde Colômbia...97 Aspectos gerais do sistema de saúde...99 Profissionais de saúde Venezuela Aspectos gerais do sistema de saúde Perfil do subsetor público de saúde Recursos de assistência à saúde Recursos humanos Equipamentos e tecnologia Panorama geral do mercado de saúde na América Latina Eqüidade no acesso aos serviços de saúde no Brasil Igual acesso para igual necessidade Medindo a desigualdade Aspectos gerais Pré-natal Distribuição de médicos por habitante Conclusões :: A Saúde no Brasil e na América Latina

5 5. Panorama Geral e Perspectivas para a saúde no Brasil e na América Latina Considerações iniciais Reformas Principais reformas nas políticas de saúde Tipos e características dos programas de saúde Prioridades e problemas na área de saúde Projeções para Envelhecimento da população Projeção da demanda Prevalência de doenças crônicas Considerações finais A Saúde no Brasil e na América Latina :: 5

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7 A Saúde no Brasil e na América Latina A Saúde no Brasil e na América Latina :: 7

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9 Introdução A América Latina faz parte das regiões do mundo em que as muitas carências são substancialmente mais relevantes que os raros bolsões de desenvolvimento humano em nível desejável. Não é incomum encontrarmos aqui, hoje, indicadores que podem se aproximar daqueles da Europa de 60 anos atrás; por vezes, a comparação nos leva a referências ainda mais antigas. Boa parte da população Latino-Americana faz parte da massa de pessoas - parcial ou, por vezes, quase totalmente - excluídas de boa parcela dos benefícios do desenvolvimento extraordinário por que passou a humanidade nos últimos 150 anos. Nos cálculos da maioria dos especialistas, estão nesta mesma condição dois terços dos mais de 6 bilhões de habitantes do planeta. No que diz respeito à saúde, as inovações, as descobertas e os avanços, particularmente a partir do século XIX, foram notáveis e boa parte destas conquistas está presente na vida daquele terço da população mundial que vive nos países desenvolvidos. Os seis países destacados neste estudo Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Venezuela são, em contraste, uma amostra mais do que representativa do que ocorre na porção sul das Américas, fruto de grandes disparidades e enormes semelhanças. Não raro, reúnem em si mesmos algo do pior e do melhor do que se vai encontrar abaixo da fronteira sul da Califórnia. Este não é um relatório médico; fala de organização sistêmica, de gestão pública e privada de saúde na região, e das suas conseqüências para os indicadores presentes e futuros, para a expectativa de vida e sua qualidade. A oportunidade de estudar o passado recente da saúde nesta região, e de fazer o exercício de tentar visualizar alguns dos aspectos mais importantes do seu futuro, só foi possível graças ao apoio da Roche Farmacêutica, que compreendeu e se entusiasmou com a proposta de se fazer esta abordagem independente sobre um tema tão relevante. A Saúde no Brasil e na América Latina :: 9

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11 Capítulo 1 Saúde na América Latina Um desafio presente e futuro Conteúdo 1.1 Considerações Iniciais A Saúde no Brasil e na América Latina :: 11

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13 1.1 Considerações Iniciais Este trabalho analisa o panorama da saúde na América Latina, considerando alguns índices fundamentais para que se possa mensurar a adequação dos serviços de saúde, em sentido amplo, que são postos à disposição da população. As análises e comparações mais aprofundadas dão destaque aos países mais representativos: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Venezuela - que somam 76% da população e 88% do PIB da América Latina. O Brasil tem uma situação bastante peculiar, e peso fundamental para esta análise, já que, isoladamente, é responsável por 34% dos habitantes e 30% do PIB da região, além de possuir território vasto sempre um obstáculo relevante na logística que afeta as questões de saúde de diversas formas - o que o tornou candidato natural a um foco diferenciado. Para traçar este panorama, foram considerados diversos aspectos, como evolução da população, indicadores econômicos - não diretamente relacionados à saúde, mas capazes de gerar reflexos diretos nos seus indicadores - além de dados oficiais específicos de diversas fontes, de forma a criar uma visão abrangente da situação de cada país no que se refere às condições de saúde. Na elaboração deste trabalho somente foram utilizadas as fontes mais confiáveis disponíveis, como a ONU (Organização das Nações Unidas), OMS (Organização Mundial da Saúde) e seus departamentos voltados às Américas como CEPAL (Comissão Econômica América Latina e Caribe) e OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), além de órgãos oficiais de saúde dos países estudados. Além disto, e como forma de reforçar as análises e complementar o panorama estudado, artigos de revistas especializadas e opiniões de profissionais da área médica foram consultados. A Saúde no Brasil e na América Latina :: 13

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15 Capítulo 1 Saúde na América Latina Um desafio presente e futuro Conteúdo 1.2 Aspectos relevantes sobre a população População geral e taxa de crescimento População por faixa etária Taxa de natalidade e de mortalidade Expectativa de vida Taxa de mortalidade infantil A Saúde no Brasil e na América Latina :: 15

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17 1.2 Aspectos relevantes sobre a população População geral e taxa de crescimento A população total da América Latina atingiu, em 2005, cerca de 551 milhões de habitantes, representando aproximadamente 8,5% da população mundial, estimada em 6,5 bilhões de pessoas no mesmo ano. Isto é equivalente a quase duas vezes a população dos Estados Unidos nesta data (295 milhões), e supera em mais de 100 milhões de pessoas a população da União Européia. A população da América Latina é equivalente a quase duas vezes a população dos Estados Unidos em 2005 (295 milhões), e supera em mais de 100 milhões de pessoas a população da União Européia. A taxa de crescimento populacional na região vem se mantendo em patamares considerados internacionalmente baixos e, nos países analisados, o resultado é semelhante ao da média da região: entre 2000 e 2005, apenas Colômbia e Venezuela apresentaram taxas um pouco mais altas; Argentina e Chile estiveram abaixo, enquanto que Brasil e México se aproximaram bastante do número geral. De todo modo, as projeções da CEPAL* para a região, no * A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL ou ECLAC - Economic Commission for Latin America and the Caribbean) foi criada em 1948, pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas como uma das cinco comissões econômicas regionais da Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de incentivar a cooperação econômica e o desenvolvimento social e sustentável entre os seus membros. A Saúde no Brasil e na América Latina :: 17

18 médio e longo prazos, são de gradual redução destes índices já baixos, com destaque para o Brasil, que tem prevista uma queda mais acentuada do crescimento da população nos próximos 10 anos. População por faixa etária Houve um esperado envelhecimento das populações em função da menor taxa de crescimento e do aumento de longevidade. Este fenômeno, como também indicam os fatores de influência, vai se acentuando gradualmente ao longo dos próximos anos, e a disparidade entre os países tende a ser menor no futuro. Ele trará também agudas implicações para o panorama geral da saúde. Brasil e Venezuela são os países para os quais se projeta o maior aumento relativo das populações acima de 65 anos entre os países analisados, mas em todos eles os jovens de 15 a 34 anos já tinham se tornado maioria destacada em A concentração de pessoas nas faixas etárias entre 15 e 65 anos representa um importante indicador de possível aumento de consumo, uma vez que indica a parcela da população em idade mais ativa economicamente. 18 :: A Saúde no Brasil e na América Latina

19 Numa perspectiva de tempo mais ampla, de 100 anos, Nos próximos 20 anos, é possível perceber as enormes transformações por que a população acima de 60 anos crescerá em passou a estrutura etária da região desde 1950, e também praticamente todos os quais podem ser os seus possíveis reflexos projetados até países analisados (exceto Colômbia) pela CEPAL. Nos próximos 20 anos, a população acima de 60 anos crescerá em praticamente todos os países analisados (exceto Colômbia) a uma taxa equivalente, mas superior, a do aumento da faixa de 0 a 14 anos entre os anos de 1950 e Taxa de natalidade e de mortalidade A taxa de natalidade do Chile é a mais baixa entre os países analisados, e também muito inferior à média da região. A queda esperada para o Brasil nos próximos 10 anos, no entanto, é a de maior intensidade relativa. A taxa de mortalidade decresceu em todos os países analisados (com exceção da Venezuela, que apresentou um ligeiro acréscimo), e na região como um todo também houve avanços nos últimos 15 anos. A Saúde no Brasil e na América Latina :: 19

20 Para os próximos 10 anos, no entanto, a CEPAL prevê que a taxa de mortalidade no Brasil, na Colômbia e no México deve experimentar aumentos, ainda que pequenos, enquanto que no Chile, o número deve subir substancialmente, e na Argentina, decrescer de forma discreta. Os ritmos diferentes de envelhecimento das populações destes países explica, em parte, este fenômeno. Expectativa de vida Em relação à expectativa de vida - talvez o mais importante dos indicadores da saúde, uma vez que é um dos três elementos que compõem o cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países, como veremos adiante - o Chile, mais uma vez, apresenta o melhor resultado entre os países analisados, seguido pela Argentina; Brasil e Colômbia conseguiram se aproximar do nível de esperança de vida obtido por México e Venezuela, próximos, mas superiores à média da região (Brasil ainda abaixo). De Brasil e Colômbia deve vir a maior evolução em 25 anos, segundo as projeções da CEPAL, e a Venezuela deve ser o país de evolução menos intensa. 20 :: A Saúde no Brasil e na América Latina

21 Comparado com os países da OECD (Organization for Economic Co-Operation and Development Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), temos níveis de expectativa de vida na América Latina que se parecem com os da Europa Ocidental na década de 60, o que revela que, não obstante os relevantes avanços dos últimos anos, a região ainda sofre de problemas estruturais que não permitem progressos mais intensos. Temos níveis de expectativa de vida na América Latina que se parecem com os da Europa Ocidental na década de 60, o que revela que, não obstante os relevantes avanços dos últimos anos, a região ainda sofre de problemas estruturais que não permitem progressos mais intensos. Taxa de mortalidade infantil Assim como a taxa de natalidade, a taxa de mortalidade infantil também vem caindo em todos os países analisados, bem como na região como um todo. Os progressos brasileiros, não obstante sejam significativos, ainda não permitiram ao país, bem como ao México, se aproximar dos índices dos países mais avançados da região neste quesito, notadamente o Chile, que, a despeito de ter iniciado a década de 90 com o índice mais baixo entre as nações avaliadas, conseguiu estar entre os países com maior avanço nesta área. A Saúde no Brasil e na América Latina :: 21

22 Como alguns dos fatores mais importantes na redução da taxa de mortalidade infantil vêm de elementos de infra-estrutura (como acesso a água tratada e redes de esgoto) e de educação (uma vez que países mais bem instruídos têm mais facilidade de acesso a informações sobre providências profiláticas a respeito da saúde de seus filhos, e mais chance de compreendê-las e colocá-las em prática), o desafio da redução destes índices não passa apenas pelos serviços de saúde dos países, mas de gestões governamentais mais amplas e multisetoriais, o que aumenta a sua complexidade e exige determinação e investimento de longo prazo. 22 :: A Saúde no Brasil e na América Latina

23 Capítulo 1 Saúde na América Latina Um desafio presente e futuro Conteúdo 1.3 Indicadores econômicos PIB e renda per capita Evolução da renda per capita População urbana em atividade econômica Taxa de desemprego Taxa de analfabetismo Pessoas em situação de pobreza e indigência Distribuição de renda Distribuição de renda Índice GINI A Saúde no Brasil e na América Latina :: 23

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25 1.3 Indicadores econômicos PIB e renda per capita Um componente de importância para a determinação do potencial de manutenção de padrões elevados Um componente de importância para a determinação do potencial de em saúde é a renda, que permite à população acesso manutenção de padrões elevados em saúde é a mais fácil a diversos dos seus elementos, uma vez que os renda, que permite à governos da região têm hoje uma capacidade limitada população acesso mais fácil a diversos dos seus de prover padrões de atendimento adequados para todos, como veremos mais adiante neste trabalho. O PIB os governos da região elementos, uma vez que têm hoje uma capacidade limitada de prover da América Latina, em 2004, foi de aproximadamente US$ 2 trilhões, equivalente a 25% do norte-americano e padrões de atendimento adequados para todos... a 30% do europeu, com grande concentração no Brasil e no México, de longe as duas maiores economias da região, seguidos pela Argentina e pelo bloco formado por Venezuela, Colômbia e Chile, com economias de tamanhos semelhantes. Tomando o PIB per capita, temos um indicador mais próximo da capacidade financeira média da população. A variação das taxas de câmbio dos países da região, como a grande desvalorização argentina em 2001 e a crise pré-eleitoral do Brasil em 2002, exercem, no entanto, influências significativas na renda per capita da população e, conseqüentemente, no seu poder de compra. A Saúde no Brasil e na América Latina :: 25

26 Por isso, adotamos neste trabalho o conceito da Paridade do Poder de Compra (sigla em inglês: PPP Purchasing Power Parity), que minimiza os efeitos cambiais e que permite comparações mais adequadas. Assim, é possível observar tanto a evolução de um país ao longo dos anos quanto o crescimento relativo de diferentes países. O gráfico 01 mostra que, nos últimos 30 anos, a Argentina e a Colômbia representam, respectivamente, os países com melhor e pior renda per capita entre os analisados, enquanto as quatro outras nações se alternaram nas posições intermediárias. Evolução da renda per capita Os progressos na renda O gráfico 02, que transforma a renda PPP em índices, média da população evidencia de forma mais clara a evolução da renda per capita dos países analisados, desde A partir deste parâ- podem ser um elemento essencial para influenciar de maneira significativa metro, percebe-se que o Chile praticamente triplicou a sua a evolução nos indicadores de saúde para os renda; México, Colômbia e Brasil evoluíram praticamente próximos anos. da mesma forma (apesar de, nominalmente, a Colômbia ter números muito abaixo dos outros dois); a Argentina fica praticamente estagnada, com um período de perdas significativas nos anos 80 e uma posterior recuperação; e a Venezuela apresenta uma involução no período em questão. 26 :: A Saúde no Brasil e na América Latina

27 Os progressos na renda média da população podem ser um elemento essencial para influenciar de maneira significativa a evolução nos indicadores de saúde para os próximos anos. População urbana em atividade econômica Talvez em nenhum outro aspecto analisado haja uma diferença tão marcante entre os países selecionados quanto na taxa de participação da população urbana na atividade econômica. O Brasil tem um número significativamente superior de jovens de 15 a 24 anos envolvidos com uma atividade econômica que as outras nações, seguido de Colômbia e Venezuela, num degrau abaixo, Argentina e México, ainda mais baixo, e do Chile, que tem um percentual muito inferior aos demais. É notória a concentração de investimento No que tange ao percentual de pessoas de mais de 65 anos que têm atividade econômica, a situação se inverte: o Brasil tem o menor percentual, notadamente se em serviços de saúde nas grandes metrópoles. A concentração da considerados separadamente os homens. população nos centros urbanos, usualmente A Venezuela tem o segundo maior percentual de jovens de 15 a 24 anos trabalhando, e o maior percentual infra-estrutura básica de mais bem servidos de serviços públicos, facilita entre os maiores de 65 anos - possível reflexo do sistema o acesso da população a de seguridade social vigente. este sistema de saúde. É notória a concentração de investimento em serviços de saúde nas grandes metrópoles. A concentração da população nos centros urbanos, usualmente mais bem servidos de infra-estrutura básica de serviços públicos, facilita o acesso da população a este sistema de saúde. É preciso considerar, contudo, que o crescimento desordena- A Saúde no Brasil e na América Latina :: 27

28 do das cidades, em especial das grandes metrópoles, fruto da migração acelerada das populações do campo nas últimas décadas, somada à falta quase generalizada de planejamento urbano, faz com que a América Latina ainda conte com um número importante de áreas residenciais urbanas em que os governos não disponibilizam os serviços públicos básicos à população. Taxa de desemprego Colômbia, Venezuela e Argentina têm as taxas de desemprego mais altas da região, seguidos por Brasil e Chile. O México tem mantido, consistentemente, as menores taxas entre os países analisados. De forma geral, no entanto, as taxas de desemprego agravaram-se em todos os países da região no início dos anos 2000, e vêm, aparentemente, apresentando uma melhora graças ao crescimento do PIB na maioria dos países avaliados neste estudo. O desemprego, além dos evidentes impactos econômicos e 28 :: A Saúde no Brasil e na América Latina

29 sociais, traz consigo conseqüências para a área da saúde: limita, ou praticamente impede, em alguns casos, o acesso do não empregado ao sistema de saúde, recurso fundamental em alguns países ou regiões. Além disso, reduz o volume de contribuições ao sistema de saúde, nos casos em que ele é obrigatório, como no caso do Brasil, ou quando é opcional, como no caso do O desemprego, além dos Chile. evidentes impactos econômicos e sociais, traz consigo conseqüências Taxa de analfabetismo para a área da saúde: limita, ou praticamente impede, em alguns O problema do analfabetismo está ligado à questão da saúde especialmente no que tange à compreensão de casos, o acesso do não empregado ao sistema instruções de prevenção ou de tratamento, por exemplo. de saúde... O Brasil ainda tem a maior população analfabeta com mais de 15 anos entre os países analisados, muito embora tenha melhorado seus números nos últimos anos, como aliás todos os países avaliados e também a média da região. O México, no entanto, apresenta um dado a se destacar: além de possuir o segundo maior nível de analfabetismo deste grupo de países, ainda tem uma delicada questão de gênero a ser resolvida o número de mulheres analfabetas é muito maior do que o de homens -, num processo que se repete em menor intensidade se consideramos a América Latina como um todo, e que, curiosamente, deu-se invertido na Argentina, no Brasil e na Colômbia na medição de 2005, quando as mulheres alfabetizadas foram percentualmente superiores aos homens. Há ainda diversos estudos do Banco Mundial que apontam problemas na inclusão de populações indígenas no sistema educacional em diversos países latino-americanos. A Saúde no Brasil e na América Latina :: 29

30 Pessoas em situação de pobreza e indigência Além do desemprego, o Além do desemprego, o subemprego atinge boa subemprego atinge boa parcela das camadas parcela das camadas mais baixas do extrato social: trabalhando em atividades informais, ou de maneira informal mais baixas do extrato social: trabalhando em atividades informais, em pequenas empresas estabelecidas, mas sem acesso ou de maneira informal regular aos serviços públicos de saúde, esta parcela da em pequenas empresas estabelecidas, mas sem população sofre mais com as dificuldades e limitações acesso regular aos serviços públicos de saúde, deste sistema. esta parcela da população sofre mais com as presente formalmente no Brasil, por exemplo, é um con- A universalização do acesso ao sistema de saúde, dificuldades e limitações deste sistema. ceito de intenção irretocável, mas ainda de aplicação muito limitada, em especial para as populações das áreas rurais. Assim, no caso brasileiro, que está próximo da média da região na maior parte dos indicadores, a área rural aparece como sendo, de longe, o maior desafio no que diz respeito ao atendimento dos pobres e indigentes. Este é um outro indicador em que o Chile apresentou notável avanço nos últimos 15 anos, se distanciando bastante dos demais países analisados. 30 :: A Saúde no Brasil e na América Latina

31 Distribuição de renda Existe uma percepção comum e verdadeira a respeito da má distribuição de renda no Brasil. Esta disparidade regional fica bem caracterizada quando comparada com a dos demais países analisados, mesmo que nenhum deles, é importante Uma das conseqüências desta desigualdade pode notar, seja parâmetro de boas práticas neste particular. ser uma distribuição Uma das conseqüências desta desigualdade pode ser uma regional de recursos também desequilibrada, distribuição regional de recursos também desequilibrada, com concentração dos com concentração dos serviços de saúde nas regiões economicamente privilegiadas. privilegiadas. serviços de saúde nas regiões economicamente A notar-se apenas que, neste caso, quem tem a matriz menos desigual não é o Chile, mas a Venezuela, não obstante os dados de períodos diferentes tornem as comparações diretas menos precisas, e apenas indicativas. Distribuição de renda Índice GINI O índice GINI* confirma a informação da tabela 16: o Brasil é o país com maior desigualdade de renda entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres, e a Venezuela é o menos desigual. * O índice GINI foi criado pelo estatístico italiano Corrado Gini, e publicado no documento Variabilità e mutabilità (variabilidade e mutabilidade), em É comumente utilizado para calcular exatamente a desigualdade de distribuição de renda, não obstante possa ser usado para cálculo de variabilidades qualquer distribuição. Ele consiste em um número entre 0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda (onde todos têm a mesma renda) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa tem toda a renda, e as demais não têm nada). A Saúde no Brasil e na América Latina :: 31

32 É importante notar também que, entre os países analisados, não houve registro de avanços consistentes a este respeito, embora o México e a Colômbia tenham registrado uma pequena melhora, ainda que sem comportamento de tendência. De modo geral, também se pode assinalar que as áreas rurais apresentam menor desigualdade que as áreas urbanas, nos países em que a medição está disponível. Em comparação mais recente, o índice GINI continua apontando a situação de acentuada disparidade na distribuição de renda, ainda que tenha havido progressos na região. 32 :: A Saúde no Brasil e na América Latina

33 Capítulo 1 Saúde na América Latina Um desafio presente e futuro Conteúdo 1.4 Dados públicos Número de habitantes por médicos e disponibilidade de leitos Disponibilidade de serviços públicos A Saúde no Brasil e na América Latina :: 33

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35 1.4 Dados públicos Número de habitantes por médico e disponibilidade de leitos A relação de número de habitantes por médico é um dos aspectos em que o Brasil tem números positivos, atrás apenas da Argentina. O Chile fez um notável progresso na última década e meia, o México já esteve em situação melhor e a Venezuela vem apresentando números menos favoráveis ano a ano, num processo involutivo diferente dos demais países avaliados. O número de leitos de hospital é um indicador em que há uma razoável semelhança entre Argentina, Brasil e Chile, que se aproximam do patamar recomendado pela Organização Mundial de Saúde OMS, que está entre 2,5 e 3 leitos para cada habitantes. Os demais países selecionados, Colômbia, México e Venezuela, estão em um patamar nitidamente inferior. É um indicador também em que não houve evolução significativa em nenhum dos países analisados, notando-se apenas uma piora no caso brasileiro: dados mais recentes, de 2006, apontam queda do índice para 2,4, o menor número em 30 anos. A queda tem sido mais acentuada entre os leitos oferecidos pelo setor privado. A Saúde no Brasil e na América Latina :: 35

36 Disponibilidade de serviços públicos A ampliação da infra-estrutura de serviços de saneamento básico e eletrificação vem sofrendo melhorias nos países analisados, com poucos pontos em que houve recuo, mas ainda distante do ideal, especialmente nas áreas rurais. No caso brasileiro, especialmente no que tange ao percentual da população com acesso à ligações de esgoto, o número é muito aquém daquele dos demais países, tanto em áreas urbanas quanto em áreas rurais. Estes indicadores são significativos para este estudo, uma vez que alguns investimentos em infra-estrutura possuem impacto direto na saúde da população. 36 :: A Saúde no Brasil e na América Latina

37 Capítulo 2 A evolução dos cuidados médicos em saúde Conteúdo 2.1 Considerações iniciais A Saúde no Brasil e na América Latina :: 37

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39 2.1 Considerações iniciais Neste capítulo, serão analisadas as dotações orçamentárias direcionadas à saúde na América Latina, levando em consideração as despesas públicas em saúde, as quais se referem à soma dos gastos em todas as esferas de Governo (federal, estadual e municipal). Os investimentos em saúde estão diretamente relacionados à situação política-econômica de cada país. Assim, as decisões políticas, as crises econômicas, as oscilações no nível de arrecadação fiscal (quando o sistema de saúde depende do orçamento público) ou no nível de arrecadação das contribuições de trabalhadores (quando o sistema depende de recursos previdenciários) alteram o volume de recursos destinados ao setor. O maior ou menor grau de influência da economia nos recursos da saúde depende principalmente de quais são as fontes de financiamento do setor. Os recursos que financiam a saúde são administrados por diferentes órgãos do setor público e do setor privado. O número de órgãos responsáveis pelo financiamento de ações e serviços de saúde depende das políticas desenvolvidas em cada país. Assim, o entendimento destes dados nos possibilitará uma compreensão da realidade atual e histórica do setor, bem como o entendimento da utilização dos recursos públicos e sua destinação em cada um dos países selecionados. A Saúde no Brasil e na América Latina :: 39

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41 Capítulo 2 A evolução dos cuidados médicos em saúde Conteúdo 2.2 Investimentos em saúde Participação do PIB Perfil mundial Gasto per capita dos países selecionados Comparação com países desenvolvidos e emergentes gasto per capita e gasto per capita em PPP Comparação com países desenvolvidos e emergentes gastos totais e gastos públicos Gasto público em educação e saúde Conclusões A Saúde no Brasil e na América Latina :: 41

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43 2.2 Investimentos em saúde Participação do PIB O sistema de saúde e o montante dos investimentos destinados à área estão diretamente relacionados com o grau de desenvolvimento dos países e regiões observadas. A OMS divulgou, em 2005, através do World Health Statistics 2005 os gastos proporcionais dos países em frações do PIB. Analisando o mapa abaixo, observamos que os investimentos na região em estudo estão em uma faixa intermediária. Entretanto, vale lembrar que o PIB dos países desenvolvidos é muito superior, e suas populações, inferiores o que, em uma análise comparativa, evidencia a disparidade de investimento. Nesse relatório, é possível observar que os países desenvolvidos investem mais recursos em relação ao PIB do que os países em desenvolvimento. Tanto na Ásia, na Índia e em algumas regiões da África, nota-se o baixo investimento em saúde, enquanto na Europa ocidental, Estados Unidos, Canadá e Austrália, o percentual do PIB investido em saúde é muito maior, ultrapassando 20%. A América Latina encontra-se, de maneira geral, em uma situação intermediária em termos globais, com praticamente todos os países investindo entre 10% e 14,9% do PIB. A Saúde no Brasil e na América Latina :: 43

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