PREFEITURA MUNICIPAL DE CHARRUA/RS
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- Dalila Sintra Imperial
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1 PLANO MUNICIPAL INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO, CONTROLE DE ÁGUAS PLUVIAIS, GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PREFEITURA MUNICIPAL DE CHARRUA/RS DEZEMBRO 2012
2 PREFEITURA MUNICIPAL DE CHARRUA LUIS CARLOS FRANKLIN DA SILVA PREFEITO MUNICIPAL JANDIR DALLAGNOL VICE-PREFEITO MUNICIPAL ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO FICHA TÉCNICA I MEMBROS DA COMISSÃO TEMPORÁRIA DE ACOMPANHAMENTO o Volmir Munaretto o Jéssica Giacometti o Greice Spadari Kesterke o Larissa de Giacometti II RESPONSÁVEL TÉCNICO o Marileude Araude Didone - Bióloga Registro no CRBio: /03D
3 Sumário 1. INTRODUÇÃO MUNICIPALIZAÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL SÃO PRINCÍPIOS DA LEI / SÃO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEMAMENTO BÁSICO OBJETO E MARCO REGULATÓRIO CONCEITOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO Abastecimento de Água Potável Esgotamento Sanitário Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Drenagem e Manejo de Águas Pluviais OBJETIVO GERAL Objetivos Específicos METODOLOGIA Participação Social Audiências Metodologia das Audiências Reserva Indígena do Ligeiro Zona Urbana Linha Perondi Linha Pedras Baixas Linha São Paulo Linha São Valentim SÃO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEMAMENTO BÁSICO UNIVERSALIDADE INTEGRALIDADE DAS AÇÕES EQUIDADE SÃO TAMBÉM PRINCÍPIOS DA POLÍTICA PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL SÃO OBJETIVOS DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO SÃO DIRETRIZES DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO Áreas de Abrangência do Diagnóstico História Formação Administrativa... 53
4 4.4. Região Alto Uruguai Características Físicas e População Perímetro Urbano de Charrua/RS Aspectos Socioeconômicos Clima Hidrografia Hidrografia do Brasil Bacias Hidrográficas do Estado do Rio Grande do Sul Bacias Hidrográficas do Apuaê-Inhandava Geologia e Geomorfologia Hipsometria Clinografia Solo Bioma Flora Fauna Mastofauna Ornitofauna Herpetofauna Ictiofauna DIAGNÓSTICO Saneamento Básico do Município de Charrua/RS Abastecimento de Água Esgotamento Sanitário e Controle de Águas Pluviais Manejo de Águas Pluviais Gestão de Resíduos Resíduos Sólidos Urbanos (Lixo Doméstico) Classificação dos Resíduos Sólidos Funcionamento do Sistema de Coleta, Transporte e Destino Final do Lixo DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO PROPOSTA DE INTERVENÇÃO COM BASE NA ANÁLISE DE DIFERENTES CENÁRIOS ALTERNATIVOS E ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES PROGRAMAÇÃO FÍSICA, FINANCEIRA E INSTITUCIONAL DA IMPLANTAÇÃO DAS INTERVENÇÕES DEFINIDAS PROGRAMAÇÃO E CRITÉRIOS DE REVISÃO E ATUALIZAÇÃO REFERÊNCIAS ANEXOS...177
5 SIGLAS E ABREVIATURAS AMAU Associação dos Municípios do Alto Uruguai CMPMSB Comissão Municipal Do Plano Municipal de Saneamento Básico CORSAN Companhia Riograndense de Saneamento ESF Equipe de Saúde da Família ETA Estação de Tratamento de Água ETE Estação de Tratamento de Esgotos FUNASA Fundação Nacional de Saúde IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDESE Índice de Desenvolvimento Socioeconômico IDH Índice de Desenvolvimento Humano INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia ONU Organização das Nações Unidas PLANSAB Plano Nacional de Saneamento Básico PIB Produto Interno Bruto SEMA Secretaria Estadual do Meio Ambiente SNIS Sistema Nacional de Informações em Saneamento
6 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Carta de Zoneamento Ecológico do município de Charrua/RS com marcação dos municípios onde foram realizadas as Audiências Públicas...30 Figura 2: Localização do Município de Charrua...51 Figura 3: Vista Aérea do Município Cidade Alta...51 Figura 4: Vista Aérea do Município Cidade Baixa...52 Figura 5: Localização do Município de Charrua/RS...55 Figura 6: Município da Região da Associação dos Municípios do Alto Uruguai (AMAU), com preenchimento para identificar o munícipio de Charrua/RS...56 Figura 7: Mapa Rodoviário do Rio Grande do Sul...57 Figura 8: Mapa Rodoviário do Rio Grande do Sul...57 Figura 09: Evolução Populacional de Charrua...58 Figura 10: Taxa de Urbanização do Município...59 Figura 11: Densidade Demográfica dos município do RS...60 Figura 12: Perímetro Urbano de Charrua/RS...61 Figura 13: Zonas climáticas do Rio Grande do Sul conforme classificação de Köpper...64 Figura 14: Temperatura média anual do Estado do Rio Grande do Sul...65 Figura 15: Precipitação média anual do Estado do Rio Grande do Sul...66 Figura 16: Bacias Hidrográficas Brasileiras...67 Figura 17: Bacias Hidrográficas do Rio Grande do Sul...68 Figura 18: Bacia Hidrográfica Apuaê-Inhandava (U10), com destaque em vermelho do município de Charrua/RS...72 Figura 19: Bacia Hidrográfica do Município de Charrua/RS...74 Figura 20: Unidades Geomorfológicas do Rio Grande do Sul...75 Figura 21: Biomas do Brasil: verde escuro (Bioma Mata Atlântica); ocupando desde o Nordeste brasileiro até o Estado do Rio Grande do Sul...80 Figura 22: Caracterização da Floresta Ombrófila Mista ou Floresta com Araucárias...81
7 Figura 23: Quatro formações distintas pertencentes à Floresta Ombrófila Mista: 1) Aluvial; 2) Submontana; 3) Montana; 4) Altomontana...83 Figura 24: Localização dos Poços e Fontes do Município Figura 25: Reservatório e Bomba Dosadora Figura 26: Poço Cidade Alta Figura 27: Poço Cidade Alta Figura 28: Reservatório e Bomba Dosadora Figura 29: Poço Cidade Baixa Figura 30: Reservatório e Bomba Dosadora Figura 31: Poço Linha das Pedras Altas Figura 32: Reservatório Linha das Pedras Altas Figura 33: Poço Linha das Pedras Altas Figura 34: Reservatório Linha das Pedras Altas Figura 35: Poço Linha Florentina Figura 36: Reservatório Linha Florentina Figura 37: Poço Linha Floresta Figura 38: Reservatório Linha Floresta Figura 39: Poço Linha Nossa Sra. Lourdes Figura 40: Reservatório Linha Nossa Sra. Lourdes Figura 41: Poço Linha Perondi Figura 42: Reservatório Linha Perondi Figura 43: Poço Linha São Paulo Figura 44: Reservatório Linha São Paulo Figura 45: Poço Linha São Paulo Figura 46: Reservatório Linha São Paulo Figura 47: Poço Linha Sartória Figura 48: Reservatório Linha Sartória Figura 49: Fonte Linha Sartória Figura 50: Reservatório Linha Sartória...131
8 Figura 51: Fonte Linha Sartória Figura 52: Reservatório Linha Sartória Figura 53: Poço Linha São Roque Figura 54: Reservatório Linha São Roque Figura 55: Fonte Linha são Valentim Figura 56: Fonte Linha são Valentim Figura 57: Reservatório Linha São Valentim Figura 58: Reservatório Linha São Valentim Figura 59: Poço Reserva Indígena do Ligeiro Figura 60: Poço Reserva Indígena do Ligeiro Figura 61: Reservatório Reserva Indígena do Ligeiro Figura 62: Reservatório Reserva Indígena do Ligeiro Figura 63: Área de alagamento na área urbana de Charrua Cidade Baixa Figura 64: Rio Caçador Área Urbana Cidade Baixa Figura 65: Rio Caçador Área Urbana Cidade Baixa Figura 66: Rio Caçador Área Urbana Cidade Baixa Figura 67: Enchente em Charrua em 2010 Rua Luiz Caus, Cidade Baixa Figura 68: Enchente em Charrua em 2010 Rua Luiz Caus, Cidade Baixa Figura 69: Enchente em Charrua em 2010 Rua Luiz Caus, Cidade Baixa Figura 70: Ponto de alagamento na área rural do município Linha Daronch Figura 71: Ponto de alagamento na área rural do município Linha Daronch...151
9 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Relato dos moradores da Reserva Indígena do Ligeiro...31 Quadro 2 Imagens da Reserva Indígena do Ligeiro, município de Charrua/RS...33 Quadro 3 Relato dos moradores da área urbana de Charrua/RS...35 Quadro 4 Imagens da situação atual da área urbana de Charrua/RS...36 Quadro 5 Relato dos moradores da área rural, da comunidade Linha Perondi, município de Charrua/RS...37 Quadro 6 Imagens da Audiência realizada na comunidade da Linha Perondi, município de Charrua/RS...39 Quadro 7 Relato dos moradores da área rural, da comunidade Linha Pedras Baixas, município de Charrua/RS...39 Quadro 8 Imagens da Audiência realizada na comunidade da Linha Pedras Baixas, município de Charrua/RS...41 Quadro 9 Relato dos moradores da área rural da comunidade Linha São Paulo, município de Charrua/RS...42 Quadro 10 Imagens da Audiência realizada na comunidade da Linha São Paulo, município de Charrua/RS...45 Quadro 11 Relato dos moradores da área rural da comunidade Linha São Valentim, município de Charrua/RS...45 Quadro 12 Imagens da Audiência realizada na comunidade da Linha São Valentim, município de Charrua/RS...47 Quadro 13 Principais Problemas Ambientais Bacia Hidrográfica do Uruguai...71 Quadro 14 Classes Clinográficas do Município de Charrua/RS...77 Quadro 15 Caracterização do Atendimento e do Déficit de Acesso ao Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário e Manejo de Resíduos Sólidos com base nos Critérios do PLANSAB (2011 a 2030)...92 Quadro 16 Principais Doenças relacionadas com a água...96
10 Quadro 17 Relação de tipos de abastecimento de água de uso coletivo, existentes no município de Charrua/RS Quadro 18 Valores Máximos Permitidos segundo a portaria 2.914/ Quadro 19 Histórico De Análises De Água Cidade Baixa Quadro 20 - Histórico De Análises De Água Linha Canjica Quadro 21- Histórico De Análises De Água Linha Floresta Quadro 22 - Histórico De Análises De Água Linha Nossa Senhora de Lourdes Quadro 23 - Histórico De Análises De Água Linha das Pedras Altas Quadro 24 - Histórico De Análises De Água Linha Perondi Quadro 25 - Histórico De Análises De Água Linha Santa Terezinha Quadro 26 - Histórico De Análises De Água Linha São Paulo Quadro 27 - Histórico De Análises De Água Linha São Roque Quadro 28 - Histórico De Análises De Água Linha São Valentim Quadro 29 - Histórico De Análises De Água Vila Água Santa Quadro 30 - Histórico De Análises De Água Linha Sartória, Perondi e São Roque Quadro 31 - Histórico De Análises De Água Cidade Alta Quadro 32 - Histórico De Análises De Água Linha Frederica Quadro 33 - Histórico De Análises De Água Linha das Pedras Baixas Quadro 34 - Histórico De Análises De Água Linha Daronch Quadro 35 - Histórico De Análises De Água Linha Florentina Quadro 36 - Histórico De Análises De Água Linha Fogaça Quadro 37 - Histórico De Análises De Água Linha Viecelli Quadro 38 Situação dos Serviços de Abastecimento de Água Quadro 39 Situação dos Serviços de Esgotamento Sanitário Quadro 40 Situação dos Serviços de Águas Pluviais Urbanas Quadro 41 Situação dos Serviços de Manejo de Resíduos Sólidos Quadro 42 - Programação Física, Financeira E Institucional Da Implantação Das Intervenções Definidas...169
11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Distâncias rodoviárias dos municípios que fazem limite com Charrua/RS..56 Tabela 2 Síntese Demográfica de Charrua IBGE, 2010 e FEE, Tabela 3 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 2000 do município de Charrua/RS...62 Tabela 4 Índice de Desenvolvimento Socioeconômico de 2009 do município de Charrua/RS...63 Tabela 5 Espécies da mastofauna com possível ocorrência no município de Charrua/RS...86 Tabela 6 Espécies da avifauna com ocorrência registrada no município de Charrua/RS...87
12 1. INTRODUÇÃO Desde os primórdios do século XX, o saneamento básico tem sido entendido no Brasil como abastecimento de água e esgotamento sanitário, com os operadores criados para atender essas finalidades. A Lei nº /2007 definiu em seu artigo 2º que um dos princípios fundamentais nos quais se fundamentam os serviços públicos de saneamento básico é o abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. No desenvolvimento da cidade, a procura pelo local saudável é o início de um processo. Assim, em termos de planejamento, faz-se necessário identificar e compreender as relações entre os sistemas de saneamento e a cidade, tanto em seus aspectos físicos, ambientais e de ocupação do solo quanto em seus aspectos técnicos. Portanto, no desenvolvimento da cidade, a procura pelo local saudável deve também ser parte da cultura do planejamento. O planejamento dos serviços de saneamento tem por finalidade a valorização, a proteção e a gestão equilibrada dos recursos ambientais municipais, assegurando a sua harmonização com o desenvolvimento local e setorial através da economia do seu emprego e racionalização dos seus usos. A localidade chamada de "Charrua", palavra originária do Tupi-Guarani que significa "instrumento de trabalho", é hoje um município emancipado política e economicamente, composto por terras férteis, com parte própria para mecanização de lavouras e parte montanhosa destinada a reflorestamento e criação de gado. Também a produção leiteira e a fruticultura são bem desenvolvidas na região. A população é predominantemente de origem italiana e alemã. A cidade fica a 25 km distante de Sananduva e possui a mesma distância de Getúlio Vargas. Distante 13 Km do município de origem, Tapejara. Localiza-se ali, também, uma área indígena bastante populosa e autônoma. Após a Revolução Federalista de 1893 e o Tráfego Ferroviário iniciou-se a colonização no RS. Os primeiros imigrantes a chegarem ao estado foram os alemães, estabelecendo-se próximo aos Rios dos Sinos, Caí e Taquari. Logo após chegaram os 11
13 italianos e se estabeleceram no Planalto Rio-Grandense. Com o aumento da densidade demográfica de tais regiões os imigrantes foram obrigados a buscar novos locais para morar. Chegando à localidade onde hoje é o Município de Charrua no dia 7 de setembro os imigrantes deram o nome desta data à comunidade, ficando assim, a Vila Sete de Setembro que foi distrito de Passo Fundo, após de Getúlio Vargas e na década de 50 passou a ser distrito do Município de Tapejara. Tendo em vista a habitação indígena na região, estes descendentes da tribo Caingangues, mudou o nome de Vila Sete De Setembro para Charrua. Com o crescimento da economia do município, surge a necessidade de uma luta pela emancipação política administrativa. Diante deste fato forma-se a Comissão Pró- Emancipação de Charrua. Esta Comissão foi apoiada pela Assembleia Legislativa. O plebiscito emancipatório ocorreu no dia 10 de novembro de 1991 com vitória à emancipação sendo que em 20 de março de 1992 o Governador do Estado, Alceu de Deus Collares, assinou a lei nº 9617, a qual criou o município de Charrua, sendo posteriormente instalada a administração no município, no dia 1º de janeiro de Hoje, Charrua conta com uma estrutura básica, com salões comunitários, Igrejas, escolas municipais, escolas de 2 Grau, ginásio municipal, rodoviária, além de casa de cultura, áreas de lazer e recreação. A partir de sua emancipação, a comunidade de Charrua busca, cada vez mais, aprimorar o seu desenvolvimento nos planos sociais, econômicos e ambientais. O município atualmente tem aproximadamente habitantes, destes, grande parte é indígena. Charrua está localizado na Região do Planalto Rio Grandense pertencendo a Micro Região de Erechim, essencialmente agrícola faz limite com os municípios de Floriano Peixoto ao Norte, Tapejara ao Sul, Getúlio Vargas à Leste e Sertão e Getúlio Vargas à Oeste. O município de Charrua conta com duas Escolas Municipais Nucleadas, Escola Municipal Carmelina Baseggio e Osvaldo Cruz, duas Escolas Estaduais Inglês de Souza na Cidade e Fág Mág na Comunidade Indígena do Ligeiro. 12
14 A diversificação agrícola existente no município proporciona a Charrua uma melhor possibilidade de desenvolvimento através do setor agrícola. Para tanto a população recebe incentivos e programas na área da agricultura, como bacia leiteira, patrulha agrícola, reflorestamento e saneamento básico rural. Nesse contexto de crescimento e evolução, Charrua também enfrenta os grandes desafios postos para a sociedade brasileira, entre eles a inclusão social igualitária frente às questões sanitárias e ambientais que pode ser considerada como questão fundamental. Este desafio colocado ao poder público e à sociedade civil está em propiciar condições saudáveis à população através do planejamento, com participação popular, de ações que proporcionem um ambiente equilibrado e serviços de saneamento eficientes e sustentáveis. Dessa forma, não apenas em cumprimento a legislação, mas também atendendo a um apelo da própria ambiência, Charrua elabora seu Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico (PMSB). O conjunto de ações técnicas e socioeconômicas, entendidas fundamentalmente como de saúde pública, tendo por objetivo alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental, compreende o abastecimento de água em condições adequadas; a coleta, o tratamento e a disposição apropriada dos esgotos, resíduos sólidos e emissões gasosas; a prevenção e o controle do excesso de ruídos; a drenagem urbana das águas pluviais e o controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças, com a finalidade de promover e melhorar as condições de vida urbana e rural, tudo isso é escopo do saneamento ambiental. O conceito de desenvolvimento sustentável integra a dimensão ambiental ao desenvolvimento socioeconômico, neste final de século como expressão contemporânea da noção de progresso. A busca de soluções para os problemas ambientais tornou-se uma prioridade no Brasil e no mundo. Organismos financeiros internacionais consideram a atenção para com o meio ambiente, um critério básico na implementação de seus programas. O modelo de desenvolvimento brasileiro acelerou o processo de urbanização, ocasionando rápida concentração de renda e de população, o que 13
15 sobrecarregou a estrutura das cidades, elevando os índices de pobreza e agravando os problemas ambientais. Saneamento ambiental envolve o conjunto de ações técnicas e socioeconômicas, entendidas fundamentalmente como de saúde pública, tendo por objetivo alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental, compreendendo o abastecimento de água em quantidade e dentro dos padrões de portabilidade vigentes, o manejo de esgotos sanitários, de águas pluviais, de resíduos sólidos e emissões atmosféricas, o controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças, a promoção sanitária e o controle ambiental do uso e ocupação do solo e prevenção e controle do excesso de ruídos, tendo como finalidade promover e melhorar as condições de vida urbana e rural. O conceito de saneamento evolui, passando a ser mais aceito o conceito de saneamento ambiental do que saneamento básico, devido a maior abrangência do primeiro sobre o segundo. O termo saneamento, anteriormente utilizado no sentido restrito de básico para denominar serviços de água e esgoto, possui hoje uma abrangência muito maior: resíduo sólido, drenagem, controle de vetores, poluição de ar, etc. Entretanto, defende-se o emprego do termo saneamento básico para denominar a intervenção nos fatores que têm uma relação mais intensa com a vida cotidiana das pessoas e a busca pela salubridade ambiental, que envolve os sistemas e serviços para o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a limpeza pública ou manejo dos resíduos sólidos e o manejo de águas pluviais. É no município que vêm se manifestar os grandes problemas ambientais, agravados pelo ritmo da urbanização. No nível da administração local, a participação popular e a tão necessária democratização são efetivamente possíveis, ou podem progredir com rapidez. É necessário assumir a urgência da ação. Ação que demanda criatividade, decisão política e ampliação dos mecanismos de participação da comunidade para atender às suas necessidades básicas, proteger os recursos naturais e incluir considerações ambientais nas decisões relativas ao desenvolvimento municipal. Adotar um novo posicionamento frente à questão exige passar de uma abordagem pontual para uma abordagem sistêmica, baseada em ações integradas e participação comunitária. Os 14
16 recursos hídricos que correm em áreas urbanas sofrem ações poluidoras variadas, que afetam os sistemas de abastecimento de água e de drenagem pluvial. O processo de urbanização exige movimentação de terra - aterros e desaterros - que frequentemente provocam assoreamento nos fundos dos rios, em lagoas e represas, aumentando o risco de ocorrência de inundações e ainda obstrução da drenagem urbana. Outro problema básico de saneamento diz respeito ao lixo e à limpeza urbana. A disposição final nos lixões a céu aberto é fator de degradação ambiental e de proliferação de vetores e doenças, a eliminação de depósitos clandestinos de lixo é benéfica para a saúde pública e a prática da coleta seletiva reduz o volume de resíduos lançados nos aterros sanitários, ampliando sua vida útil. Para a elaboração do presente Plano destaca-se a importância da participação da população, que se constitui ferramenta chave para diagnóstico e planejamento dos serviços de saneamento. A participação da população em processos decisórios é fundamental para garantir a corresponsabilidade entre órgão público e comunidade e o bom andamento das atividades de planejamento e tomada de decisão. Durante o desenvolvimento do trabalho a participação se configurou como meta a ser alcançada e mantida, estimulada durante todo o processo através de estratégias adequadas, assim como, reuniões, audiências e consultas públicas realizadas em diferentes momentos do processo de elaboração. Para conseguir uma participação efetiva da população em todo o processo foi composta a Comissão de Coordenação do PMSB com entidades representativas dos vários setores da comunidade e do poder público que tinha como objetivo geral garantir que a população participasse de todas as etapas do PMSB, desde a fase do diagnóstico até o relatório final. E como objetivos específicos à divulgação da elaboração do plano de Saneamento básico; a busca pelo envolvimento da população na discussão das potencialidades e dos problemas de salubridade e saneamento ambiental e suas implicações; a conscientização da sociedade para a responsabilidade coletiva na preservação e na conservação dos recursos hídricos; o estimulo dos segmentos sociais a participarem do processo de gestão ambiental. As atividades desenvolvidas foram Reuniões da Comissão Executiva com a Comissão de Coordenação do PMSB, Audiências Públicas, sendo utilizadas 15
17 metodologias participativas para construção de diagnósticos e formulação de propostas para o enfrentamento das questões apresentadas. O município foi dividido em regiões para a realização das audiências assim estruturadas: Região 1: Reserva Indígena; Região 2: Cidade Alta e Cidade Baixa; Região 3: Linha Perondi, Linha Viacelli, Nossa Senhora de Lourdes; Região 4: Linha das Pedras Baixa, Alta, Linha Fogaça, Linha São Roque, Linha Florentina; Região 5: Linha Floresta e São Valentin, Cachoeira; e Região 6: Linha São Paulo, São José, Santa Terezinha, Linha Rebelato, Linha Daronch. A Comunicação e divulgação das reuniões e Audiências Públicas foram realizadas através das emissoras de Rádio Tapejara AM e Rádio Estação FM, além de cartazes e comunicação oral via Agentes de Saúde. Também foram divulgadas no site da Prefeitura Municipal de Charrua de forma a permitir que a população como um todo estivesse informada e pudesse participar MUNICIPALIZAÇÃO DA POLÍTICA AMBIENTAL a) Ação Local, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável A Política Municipal de Meio Ambiente tem por objetivo promover a melhoria da qualidade de vida, implementando ações locais que possibilitem a utilização consciente dos recursos naturais e a redução de rejeitos e desperdícios. Considerando os textos constitucionais e a necessidade de ter como referência à diversidade e especificidade das realidades locais, a política municipal de meio ambiente deve fundamentar-se em alguns princípios básicos: Internalizar o meio ambiente como bem público; Garantir o acesso à informação e à participação da comunidade nas questões que afetam a sua qualidade de vida; Compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a proteção dos recursos naturais; Ter compromisso com a qualidade de vida da população. 16
18 O diagnóstico ambiental do município deve orientar o diálogo com os setores envolvidos, definindo ações necessárias à correção dos problemas levantados e buscando priorizar medidas tais como o controle de empreendimentos e loteamentos, tratamento de esgotos, a reciclagem de resíduos, os programas especiais para a pobreza crítica, além de opções pelo transporte coletivo e arborização de ruas. A participação dos municípios no sistema de gestão ambiental exige que os governos locais se fortaleçam como instâncias de decisão e planejamento, capacitando-se para desenvolverem políticas próprias e adotarem procedimentos ambientalmente corretos. Para tanto, precisam ajustar a sua estrutura administrativa, as normas tributárias, a estrutura do poder local, o processo de desenvolvimento e as suas relações institucionais e jurídicas. É papel de o município constituir-se em fórum permanente de discussão da questão ambiental em nível local, buscando, em conjunto com os diversos setores e forças envolvidas, definir políticas próprias para a proteção do seu meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável. Cabe à União e ao Estado apoiar e subsidiar tecnicamente as ações municipais, inserindo-as no contexto federativo. Sob o ponto de vista da sustentabilidade, ao planejar o desenvolvimento em seu território, os municípios devem considerar simultaneamente cinco aspectos: Social - entendido como o processo de desenvolvimento voltado para uma nova concepção de crescimento, com melhor distribuição de renda; Econômico - representado pela alocação e gestão mais eficientes dos recursos públicos; Ambiental - adequada utilização dos recursos naturais, que tem por base a redução do volume de resíduos e dos níveis de poluição, a pesquisa e implantação de tecnologias de produção limpas e a definição das regras para proteção ambiental; Espacial - significando equilibrar as relações entre os espaços rurais e urbanos através de uma melhor distribuição de uso do solo, evitando a concentração espacial 17
19 das atividades econômicas e a destruição de ecossistemas e, promovendo o manejo adequado dos projetos agrícolas; Cultural - com vistas ao respeito às tradições culturais da população urbana e rural, valorizando cada espaço e cada cultura. Cada município é um espaço territorial único, resultante das inter-relações e conflitos entre as forças sociais que ali atuam. A política ambiental voltada para o desenvolvimento sustentável deve considerar a diversidade dos quadros natural, cultural, sócio-político e histórico de cada município SÃO PRINCÍPIOS DA LEI /2007 A Lei Federal nº /2007 assim como o Decreto Federal nº. 7217/2010 que a regulamenta, são responsáveis pela elaboração do presente Plano de Saneamento Básico, referente ao município de Charrua/RS. A referida Lei Federal /2007 abrange o Saneamento Básico no perímetro urbano com as seguintes conjunturas: Universalização do acesso; Integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados; Abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente; Disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado; Adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais; 18
20 Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltada para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante; Eficiência e sustentabilidade econômica; utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas; transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados; controle social; segurança, qualidade e regularidade; Integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos SÃO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO Sustentabilidade. As metas definidas no plano devem ser estabelecidas de acordo com a existência de fontes de financiamento, sejam de natureza pública ou privada, onerosas ou não, ou de origem tarifária. As metas devem ser previstas em conformidade com os recursos para investimento e/ou com as viabilidades econômico-financeiras, e adequadas aos prazos, sejam curtos, médios ou longos; Conteúdo. Os problemas setoriais devem ser diagnosticados com profundidade, no sentido de prover informações técnicas, sociais e econômico-financeiras confiáveis para a definição de programas, projetos e ações compatíveis com a realidade a ser transformada; Objetividade. As discussões relacionadas ao plano devem ater-se aos problemas do setor de saneamento básico e suas respectivas soluções. Ademais, discussões muito extensas e prolixas podem prejudicar o manuseio operacional do plano por parte do titular dos serviços e dificultar seu entendimento pela população; Exequibilidade. O cronograma físico das metas estabelecido no plano deve respeitar os prazos necessários para os trâmites legais (licitação, licenciamento e outorga) bem como para sua execução física (projeto e obra); 19
21 Operacionalidade. O modelo de gestão do titular dos serviços deve compreender uma estruturação organizacional que permita a interação e integração do conjunto de serviços do saneamento básico. Compatibilidade. O processo de elaboração do plano de saneamento básico deve contemplar o esforço de buscar a sua compatibilidade com o Plano Diretor da Cidade, os planos de bacia hidrográfica e o plano de habitação, quando existentes. Periodicidade. De forma a garantir sua atualidade e tendo em vista o dinamismos do crescimento e desenvolvimento das cidades, os planos devem ser revistos em prazo não superior a 4 (quatro) anos, anteriormente à elaboração do Plano Plurianual. Participação e Controle Social. Tendo em vista garantir à sociedade a participação no processo de formulação da política e do planejamento dos serviços públicos de saneamento básico deve se assegurar o acesso às informações e a ampla divulgação da proposta de plano de saneamento básico e dos estudos que as fundamentam, inclusive com a realização de audiências ou consultas públicas. Integração. O plano de saneamento deve garantir mecanismos capazes de promover a integração das infraestruturas de saneamento básico com as de saúde, de meio ambiente, de recursos hídricos, de desenvolvimento urbano, de habitação e as demais que lhe sejam correlatas. Integralidade. O plano deve compreender o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos serviços de saneamento básico (abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas), buscando a visão integrada e a articulação nos seus aspectos técnico, institucional, legal e econômico; Universalização do acesso. O plano deve contemplar os mecanismos para a ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico. 20
22 1.4. OBJETO E MARCO REGULATÓRIO O Saneamento Básico adquire a condição de serviço público, cujo acesso deve ser garantido de forma universal e integral, reafirmando o direito à salubridade ambiental estabelecido no Estatuto das Cidades (Art. 2º da Lei nº /2001). Isto quer dizer que o Saneamento Básico é compreendido e definido como serviço público, vinculado à produção de um direito social, à produção e promoção de atividades essenciais para toda a coletividade. A universalização do acesso ao Saneamento Básico com controle social, continuidade, quantidade e igualdade social, é um desafio que o Poder Público Municipal de Charrua, como titular destes serviços, deve assumir como um dos mais significativos investimentos à inclusão social. Com desígnio de estabelecer a Política Municipal de Saneamento Básico em concordância com a Lei Federal nº /2007, em termos das funções do Poder Público no exercício da titularidade dos serviços de saneamento básico, este PMSB (Plano Municipal de Saneamento Básico) tem a finalidade de estabelecer as diretrizes mínimas necessárias para a implantação da Política Municipal de Saneamento Básico do Município de Charrua, compreendendo os componentes básicos do Saneamento Básico, tal como, o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, o recolhimento de resíduos sólidos e a drenagem de águas pluviais. O Termo de Referência será fundamentado na Lei Federal nº /2007 e nas Leis abaixo: Lei Federal n /2001 Estatuto das Cidades Lei Federal n 107/2005 Lei dos Consórcios Públicos Lei Federal n 8.080/1990 Lei Orgânica da Saúde Lei Federal n 9.433/1997 Política Nacional de Recursos Hídricos Lei Federal n /2005 Lei do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social Lei Federal nº /2010 Política Nacional de Resíduos Sólidos. 21
23 Portaria n 518/2004 do Min. da Saúde e Decreto n 5.440/2005 Que respectivamente, definem os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle da qualidade da água para o consumo humano, e os mecanismos e instrumentos para a informação ao consumidor sobre a qualidade da água. Resolução Recomendada n 75 de 02/07/09 do Conselho das Cidades, que trata da Política e do conteúdo Mínimo dos Planos de Saneamento Básico. Resoluções n 25 e n 34 de 2005 do Conselho das Cidades, sobre a participação e controle social na elaboração e acompanhamento do Plano Diretor do Município. Resolução CONAMA n 307/2002 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Resolução CONAMA n 283/2001 Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde. Decreto nº 1001 de 09/04/2009 Aprova do regimento interno no conselho municipal do meio ambiente de Charrua/RS. Lei Municipal nº 073 de 05/05/1994 Aprova o Plano Diretor Urbano de Charrua, dispõe sobre normas urbanísticas e outras previdências. Lei Municipal nº 087 de 12/12/1994 Institui o Código de Obras e dá outras providências. Lei Municipal nº 672 de 29/11/2007 Dispõe sobre a Política do Meio Ambiente do Município de Charrua e dá outras providências. Lei Municipal nº 673 de 29/11/2007 Cria as taxas de Licenciamento Ambiental e institui seus valores. Lei Municipal nº 758 de 19/03/2009 Altera redação da Lei Municipal nº 672 de 29 de Novembro de 2007, especialmente no que se refere ao Conselho do Meio Ambiente e dá outras providências. Lei Municipal nº 313 de 25/05/2001 Reestrutura a organização administrativa básica dos serviços municipais. 22
24 1.5. CONCEITOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO Abastecimento de Água Potável Constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição Esgotamento Sanitário Constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e destinação final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Constituído de conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas Constituído do conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas. 2. OBJETIVO GERAL Este Plano Municipal de Saneamento Básico tem como objetivo básico a execução composta de instrumentos de gestão e planejamento para garantir qualidade de vida para a população e melhoria das condições ambientais do município. A execução destes serviços, segundo o Art. 3º da Lei Federal nº /2001 consistem em: 23
25 Sistema de Abastecimento de Água: composto pelas instalações, infraestrutura e atividades necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a adução até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição. Esgotamento Sanitário: composto pelas atividades, infraestrutura e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados de esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o lançamento final no meio ambiente. Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos: composto por atividades, infraestrutura e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico, industrial e do lixo originário de varrição e limpeza de logradouros e vias públicas e recuperação de área degradada, inclusive os resíduos da construção civil e de saúde. Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas: composto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas. Além destes fatores, outros objetivos, segundo o Guia para a Elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico (2011), também devem ser priorizados: Promoção da Salubridade Ambiental e da Saúde Coletiva: garantir a qualidade Ambiental como condição essencial para a promoção e melhoria da saúde coletiva; garantir um nível razoável de atendimento com sistemas e serviços de saneamento; promover a recuperação e o controle da qualidade ambiental, garantindo acesso pleno dos cidadãos aos serviços e sistemas de saneamento. Proteção dos Recursos Hídricos e Controle da Poluição: garantir a qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, principalmente os mananciais destinados ao consumo humano; garantir um nível razoável de atendimento com sistemas de drenagem e tratamento dos efluentes; promover a recuperação e o controle da qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, por meio do tratamento e da redução das cargas de poluentes e da poluição difusa. Abastecimento de Água às Populações e Atividades Econômicas: assegurar uma gestão racional da demanda de água, em função dos recursos disponíveis e das 24
26 perspectivas socioeconômicas; procurar uma gestão sustentável e integrada dos mananciais subterrâneos e superficiais; garantir a quantidade de água necessária para o abastecimento às populações e o desenvolvimento das atividades econômicas; promover a conservação dos recursos hídricos por meio da redução das perdas nos sistemas ou da reutilização da água. Proteção da Natureza: assegurar a proteção do meio ambiente, com ênfase na proteção do solo e nos meios aquáticos e ribeirinhos com maior interesse ecológico, a proteção e recuperação de habitat e condições de suporte das espécies nos meios hídricos; estabelecer condições adequadas de manejo do solo para evitar degradação; estabelecer vazões ecológicas e evitar a excessiva artificialização do regime hidrológico dos cursos de água. Proteção Contra Situações Hidrológicas Extremas e Acidentes de Poluição: promover a minimização dos efeitos econômicos e sociais das secas por meio de medidas de gestão em função das disponibilidades de água, impondo restrições ao fornecimento em situação de seca e promovendo a racionalização dos consumos através de planos de contingência; promover a minimização dos efeitos econômicos e sociais das enchentes por meio do ordenamento da ocupação das áreas ribeirinhas sujeitas a inundações e o estabelecimento de mapas de risco de inundação, a regularização e a conservação da rede de drenagem; a implantação de obras de controle; promover a minimização dos efeitos econômicos e sociais de acidentes de poluição via o estabelecimento de planos de emergência, visando à minimização dos seus efeitos. Valorização Social e Econômica dos Recursos Ambientais: estabelecer prioridades de uso para os recursos ambientais e definir a destinação dos diversos resíduos provenientes da atividade humana; promover a identificação dos locais com aptidão para usos específicos relacionados ao saneamento ambiental; promover a valorização econômica dos recursos ambientais, ordenando os empreendimentos no território. Ordenamento do Território: preservar as áreas de várzea; impor condicionamentos aos usos do solo por meio da definição de diretrizes de ordenamento e de ocupação; promover a reabilitação e renaturalização dos leitos de rios e canais; promover o zoneamento em termos de uso e ocupação do solo. 25
27 Normatização Jurídico-Institucional: assegurar a simplificação e racionalização dos processos de gestão da política e dos sistemas de saneamento básico; promover a melhoria da coordenação interinstitucional, corrigir eventuais deficiências da legislação vigente. Sustentabilidade Econômico-financeira: promover a sustentabilidade econômica e financeira dos sistemas de saneamento e a utilização racional dos recursos hídricos, incentivar os princípios usuário-pagador e poluidor-pagador. Outros Objetivos: aprofundar o conhecimento dos recursos hídricos; promover o monitoramento quantitativo e qualitativo das águas superficiais e subterrâneos; promover o estudo e a pesquisa aplicada, criando e mantendo as bases de dados adequadas ao planejamento e à gestão sustentável dos recursos hídricos; promover a participação da população através da informação, formação e sensibilização para as necessidades de proteger os recursos naturais, especificamente os recursos hídricos; incentivar a implantação de programa de controle de erosão do solo Objetivos Específicos A Lei Federal nº /2007 visa abranger o município Charrua com uma Política de Saneamento Básico de instrumento de planejamento de longo, curto e médio prazo, que promova as necessidades presentes e futuras de infraestrutura da cidade preservando as condições de salubridade socioeconômico-ambiental. Estas afirmações vão de acordo com as Diretrizes para a Definição da Política e Elaboração do Plano de Saneamento Básico (2011), elaborado pelo Ministério das Cidades Secretaria Nacional de Saneamento Básico, cujas etapas são dividas em: Definir as diretrizes e princípios para os serviços de saneamento básico; Definir modelo de sistema jurídico institucional e os instrumentos de gestão dos serviços; a forma de sua prestação, as condições a serem observadas nos contratos de prestação, concessão ou de programa, inclusive as hipóteses de intervenção e de extinção e retomada dos serviços; os parâmetros de qualidade e eficiência do uso racional dos recursos naturais e as metas de atendimento; 26
28 Estabelecer as condições para a articulação institucional dos atores e da gestão dos serviços considerando os quatro componentes do saneamento básico; Definir as normas de regulação e constituir ou designar o ente responsável pela regulação e fiscalização, bem como os meios para a sua atuação; Estabelecer as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico financeiro dos serviços, incluindo o sistema de cobrança, a composição e estrutura das taxas e tarifas, a sistemática de reajustes e revisões e a política de subsídios; Estabelecer os parâmetros, as condições e responsabilidades para a garantia do atendimento essencial da saúde pública; Estabelecer garantias e condições de acesso de toda a população à água, em quantidade e qualidade que assegurem proteção à saúde, observada as normas relativas à qualidade da água para o consumo humano, bem como a legislação ambiental e de recursos hídricos; Fixar os direitos e deveres dos usuários, observadas a legislação, em particular o Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal n 8078/1990) e o Decreto n 5440/05; Instituir fundo de universalização dos serviços de saneamento básico, estabelecendo as fontes de recursos, sua destinação e forma de administração, conforme disposto no Art.13 da Lei Federal n /2007; Estabelecer os instrumentos e mecanismos para o monitoramento e avaliação sistemática dos serviços, por meio de indicadores para: aferir o cumprimento de metas; a situação de acesso; a qualidade, segurança e regularidade dos serviços; e os impactos nas condições de saúde e na salubridade ambiental; Instituir o sistema de informações sobre os serviços articulado ao Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SNIS); Estabelecer os instrumentos e mecanismos que garantam acesso a informação e a participação e controle social na gestão da política de saneamento básico, envolvendo as atividades de planejamento, regulação, fiscalização e avaliação dos serviços, na forma de conselhos da cidade e similares com caráter deliberativo; Estabelecer mecanismos de cooperação com outros entes federados para a implantação da infraestrutura e serviços comuns de saneamento básico; 27
29 Prever mecanismos capazes de promover a integração da política de saneamento básico com as políticas de saúde, meio ambiente, recursos hídricos, habitação e outras que lhe sejam correlatas. 3. METODOLOGIA A metodologia de elaboração deste Plano Municipal de Saneamento Básico garante a participação social, atendendo ao princípio do controle social que é previsto na Lei Federal n o /2007, sendo certificada extensa exposição do Plano de Saneamento Básico e dos estudos que a fundamente, a realização de audiências e consultas públicas, conforme é representado no 5 o, Art. 19, Capítulo IV. As etapas seguidas para elaboração deste Plano são consistidas em garantir as seguintes diretrizes: Diagnóstico da Situação do Saneamento Básico; Alternativas para a universalização do Saneamento Básico; Ações para emergências e contingências; Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência, eficácia e efetividade das ações do Plano Municipal de Saneamento Básico; Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico; Aprovação do Plano Municipal de Saneamento Básico Participação Social Audiências Para a contemplação da participação social, foram seguidos os seguintes itens: Participação direta da comunidade por meio de apresentações, debates, pesquisas e qualquer meio possibilitando a expressão e debate de opiniões individuais ou coletivas, apresentando caráter democrático e participativo, considerando sua função social; Participação direta em atividades como audiências públicas, consultas, conferências e seminários, ou por meio de sugestões ou alegações; 28
30 Sensibilização da sociedade para a responsabilidade coletiva na preservação e conservação dos recursos naturais; Estímulo aos segmentos sociais a participarem do processo de gestão ambiental Metodologia das Audiências A metodologia das audiências incidiram instrumentos didáticos com linguagem apropriada, abordando os conteúdos sobre os serviços de saneamento básico: Promovendo conhecimento por parte da população de Charrua/RS sobre os sistemas e serviços; Avaliando os diagnósticos apresentados; Introduzindo o conhecimento da realidade local e avaliação dos serviços na área urbana e rural, por parte da população; Colhendo contribuições e propostas da população; Foram realizadas audiências públicas em diversas comunidades do município de Charrua/RS. Toda a população foi convidada a participar para discutir, opinar e sanar dúvidas sobre o PMSB. Foram realizadas audiências nas seguintes localidades: Reserva Indígena do Ligeiro, Centro Cultural de Charrua Alta (área urbana), Linha Perondi, Linha das Pedras Baixas, Linha São Paulo e Linha São Valentim. Na Figura 1 é observada a localização das comunidades onde foram realizadas as audiências no município de Charrua/RS. 29
31 Figura 1 Carta de Zoneamento Ecológico do município de Charrua/RS com marcação dos municípios onde foram realizadas as Audiências Públicas. Fonte: Laboratório de Geoprocessamento e Planejamento Ambiental URI Campus de Erechim (2007) Reserva Indígena do Ligeiro A primeira Audiência Pública foi realizada no dia 16 de agosto de 2012, às 14h, na Reserva Indígena do Ligeiro. Nesta, reuniram-se no local a equipe determinada pela 30
32 Portaria nº. 634, de 22 de agosto de 2010 e 418, de 31 de janeiro de 2011, no qual nomeia a comissão de acompanhamento e controle da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB). Os membros responsáveis pela elaboração desta audiência foram compostos pela empresa Didoné Soluções Ambientais e Agronômicas Ltda, além da presença de 300 (trezentos) indígenas habitantes da reserva. Inicialmente, o Cacique da Reserva Indígena do Ligeiro fez o uso da palavra, dando as boas vindas e falando da importância da participação de todos nesta audiência, bem como da manifestação dos mesmos em relação as necessidades e reivindicações para a melhoria da qualidade do meio ambiente da comunidade indígena. Em seguida pronunciou-se, Volmir Munaretto, coordenador do setor de meio ambiente que também é presidente da Comissão Municipal do Plano Municipal de Saneamento Básico (CMPMSB), reforçando a importância da participação de todos na apresentação dos problemas e apresentando a equipe técnica que, a partir de então, estará à frente da elaboração do Plano. O Secretário supracitado também afirmou que a Prefeitura Municipal pede parceria para melhorar a comunidade e para elaborar bem o PMSB para que a Prefeitura Municipal tenha êxito na busca de recursos. Após, a equipe técnica assumiu o comando da audiência, conceituando o PMSB e fazendo um breve relato sobre os aspectos que serão trabalhados na constituição do mesmo. Posteriormente a palavra foi aberta ao público presente de forma que os mesmos deveriam comunicar sobre a situação atual da ambiência na reserva, propostas e sugestões de como executá-las, conforme mostra o Quadro 1. Relato 1 A situação está ruim, algumas obras que foram feitas funcionam e outras não. Como por exemplo, proteção de nascentes e poços artesianos. Foram distribuídas lixeiras por toda reserva, mas poucas são usadas. O lixo é jogado no chão, na sanga, na maioria das casas não existe esgoto, os animais vivem dentro das casas, por causa disso as crianças acabam doentes. Não tem banheiros com fossa. Em algumas foram colocadas às fossas, mas ainda não foi terminado, não estão funcionando. Peço a todos que digam o que está ruim. 31
33 Relato 2 Eu gostaria de entender o porquê das coisas, por que nós precisamos de educação para saber o que fazer, e por que fazer. Tem bastante lixo, mas a gente não sabe o que fazer com ele. Para que serve o vidro, plástico, papelão, após seu destino quando sai daqui?! Tem gente que ganha dinheiro fora com a separação do lixo, quando a gente poderia ganhar esse dinheiro aqui, separando, mas para isso é preciso saber como se separa o lixo e qual será o destino certo. Assim, a gente aprende a cuidar da nossa comunidade. Relato 3 A escola já fez o projeto de educação ambiental, mas não adiantou. Relato 4 A reserva conta hoje com o ESF (Equipe de Saúde da Família), que permanecem no local por 40h/semana, no qual atendem e orientam as famílias. Quadro 1 Relato dos moradores da Reserva Indígena do Ligeiro. Relato técnico A reserva é um local habitado por aproximadamente indígenas. No local há um bosque com árvores frondosas, muitas igrejas, bares e também armazéns. Há muito lixo e esgoto a céu aberto, os animais (porcos, galinhas, cachorros) são criados nos pátios e até mesmo dentro das residências, junto às crianças, aumentando assim a proliferação de vetores, pondo em risco a saúde da população. Diante do observado e com as informações obtidas através da população da reserva, o local necessita de limpeza e recolhimento de lixo, o qual encontra-se espalhado por toda parte. O curso d água que corta a reserva sofre de contaminação e assoreamento, e mesmo assim, a comunidade acaba utilizando desta água para banhos e lavagem de casas, utensílios domésticos e roupas, o que leva a necessidade de melhor utilização e aproveitamento das fontes de água localizadas na reserva. Além disso, faz-se necessário um trabalho de educação ambiental com a população da reserva indígena, de forma que ocorra a conscientização desta população quanto à correta armazenagem do lixo nas lixeiras que foram distribuídas na reserva para posterior coleta ou aproveitamento. 32
34 Na área onde se localiza a reserva indígena há cinco poços artesianos, sendo que deste, três estão sendo utilizados para a captação de água. O Posto de Saúde e a escola são abastecidos com água transportada diariamente pela Prefeitura em um caminhão pipa e as residências utilizam a água fornecida pela FUNASA, a qual também abastece diariamente uma caixa de água localizada na reserva. A FUNASA e a Prefeitura também construíram banheiros em parte das residências da reserva (Quadro 2). a) Audiência com os moradores da reserva indígena. b) Acúmulo de lixo a céu aberto. c) Esgoto ao lado das residências, a céu aberto. d) Domicílios dentro da comunidade indígena. 33
35 e) Domicílios dentro da comunidade indígena. f) Acúmulo de lixo, esgoto e convívio direto com animais a céu aberto. f) Caixa de água asbatecida pela FUNASA. g) Banheiro construído pela FUNASA. Quadro 2 Imagens da Reserva Indígena do Ligeiro, município de Charrua/RS Zona Urbana Na zona urbana, a Audiência Pública foi realizada no dia 16 de agosto de 2012, às 19h, no centro cultural de Charrua Alta. Nesta, reuniram-se no local a equipe determinada pela Portaria nº. 634, de 22 de agosto de 2010 e 418, de 31 de janeiro de 2011, no qual nomeia a comissão de acompanhamento e controle da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) para o município de Charrua/RS, e os membros da empresa Didoné Soluções Ambientais e Agronômicas Ltda, responsáveis pela elaboração PMSB. 34
36 Abaixo segue o relato dos moradores perante o assunto do PMSB. Relato 1 Os moradores, no geral, tem mais conhecimento sobre a zona rural do município, porém, sobre a zona urbana conhecem muito pouco. Faz-se necessário realizar trabalhos de conscientização da população sobre assuntos de meio ambiente, saneamento, funcionamento de fossas sépticas e etc.. Quadro 3 Relato dos moradores da área urbana de Charrua/RS. Relato técnico O saneamento básico na área urbana do município não apresenta as condições adequadas, pois muitas residências ainda possuem poços antigos (poço negro). Muitas vezes também há mau cheiro proveniente das bocas-de-lobo, responsáveis pelo recebimento das águas pluviais, aumentando a ocorrência de vetores, como mosquitos, pernilongos, borrachudos etc. desta maneira há a necessidade da substituição das antigas instalações de saneamento por outras com equipamentos adequados, prevenindo assim estes e outros problemas. Percebe-se ainda que a população necessita de conscientização quanto à deposição correta do lixo, já que as pessoas depositam o lixo solto nas lixeiras sem utilização de sacos plásticos, sendo que o mesmo, após ser qualificado em orgânico ou seco, deve ser armazenado nos sacos plásticos para posterior coleta seletiva de acordo com os dias estabelecidos. As lixeiras distribuídas na área urbana também necessitam de melhorias, pois as mesmas são pequenas. Com o Plano e o diagnóstico, se tem as armas para fazer melhorias em conjunto com a equipe técnica da Prefeitura Municipal, a fim de fiscalizar obras em relação às fossas sépticas. O PMSB precisa dar poder ao prefeito para que o mesmo possa comandar as equipes destinadas a realizar a fiscalização. É imprescindível que se resolva de imediato a questão de vetores, mosquitos, mau cheiro e etc. 35
37 No interior do município houve uma melhora significativa principalmente no saneamento domestico e nos resíduos de animais, na cidade o problema continua pois a grande parte das residências mais antigas não possui saneamento adequado, causando com isso mau cheiro e facilitando a criação este vetores Alguns projetos estratégicos para melhoria da cidade são divididos em: sistema de coleta seletiva de resíduos domésticos; conscientização das pessoas; abastecimento público de água na cidade alta; estudo de necessidade de pontos para colocar lixeiras na cidade (proporcionais ao número de moradores). Abaixo segue imagens da Audiência realizada e da situação da área urbana do município de Charrua. a) Audiência realizada na área urbana do município. b) Audiência realizada na área urbana do município. 36
38 c) Imagens das lixeiras de pequeno porte. d) Imagem da região urbana do município. e) Córrego que passa na área urbana do f) Córrego que passa na área urbana do município. município. Quadro 4 Imagens da situação atual da área urbana de Charrua/RS Linha Perondi A Audiência Pública foi realizada no dia 21 de agosto de 2012, às 9h, na Comunidade da Linha Perondi, no interior do município. Nesta audiência reuniram-se no local a equipe determinada pela Portaria nº. 634, de 22 de agosto de 2010 e 418, de 31 de janeiro de 2011, no qual nomeia a comissão de acompanhamento e controle da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) para o município de Charrua/RS, isto é, os membros da empresa Didoné Soluções Ambientais e Agronômicas Ltda, responsáveis pela elaboração PMSB, além de cerca de 18 (dezoito) moradores. Abaixo segue o relato dos moradores da zona rural do município de Charrua. Relato 1 De tempos em tempos nos deparamos com sintomas de mau cheiro no riacho próximo provocado por poluição de dejetos e lixo, os animais obrigam-se a beber desta água, pois não há alternativa. Relato 2 Na comunidade há rede de água provinda de poço artesiano, porém não para todos os 37
39 moradores, as águas de fontes drenadas apresentam água de coloração amarelada principalmente quando ocorre infiltração de água da chuva. Relato 3 Falta água potável. Quadro 5 Relato dos moradores da área rural, da comunidade Linha Perondi, município de Charrua/RS. Relato técnico Poucos agricultores nem sempre dão o destino adequado a embalagens de agrotóxicos e lixo sólido. O lixo orgânico fica na propriedade, e o lixo seco muitas vezes é queimado. Segundo relatos, a Prefeitura Municipal de Charrua realiza o recolhimento apenas na comunidade e alguns se localizam longe e não possuem condições de levar o lixo até a comunidade, fazendo-se necessário o recolhimento em demais pontos da comunidade. Aproximadamente 80 % das propriedades possuem fossa séptica em suas casas. Faz-se necessária instalação de caixa d água em ponto estratégico para abastecimento dos pulverizadores de defensivos e fertilizantes agrícolas, evitando assim que os produtores abasteçam o pulverizador diretamente dos rios. Quanto à água utilizada nas propriedades, a maioria delas recebe água de poços artesianos, sendo que algumas recebem água de fontes drenadas. Na comunidade de Nossa senhora de Lourdes, há uma unidade produtora de suínos, com ampla produção de dejetos, que são doados pelo empreendedor, para os produtores vizinhos. Porém, segundo os moradores, estes necessitam de caminhões para retirar os dejetos da granja e utilizá-lo em suas propriedades como adubo em pastagens já que grande parte dos produtores possui atividade leiteira implantada em suas propriedades. Abaixo segue imagens da Audiência realizada da comunidade rural da Linha Perondi, município de Charrua. 38
40 a) Audiência com os moradores da b) Audiência com os moradores da comunidade rural da Linha Perondi. comunidade rural da Linha Perondi. Quadro 6 Imagens da Audiência realizada na comunidade da Linha Perondi, município de Charrua/RS Linha Pedras Baixas A Audiência Pública foi realizada no dia 21 de agosto de 2012, às 14h, na Comunidade de Pedras Baixas no interior do município. Nesta, reuniram-se no local a equipe determinada pela Portaria nº. 634, de 22 de agosto de 2010 e 418, de 31 de janeiro de 2011, no qual nomeia a comissão de acompanhamento e controle da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) para o município de Charrua/RS, isto é, os membros da empresa Didoné Soluções Ambientais e Agronômicas Ltda, responsáveis pela elaboração PMSB, além de cerca de 19 (dezenove) moradores da comunidade. Abaixo segue o relato dos moradores da comunidade Linha Pedras Baixas, do município de Charrua. Relato 1 Na comunidade há um poço para abastecer 70 famílias, seria importante fazer o uso de água de fontes para não utilizar apenas o poço artesiano, para tanto é necessário analisar estas águas e verificar se é apta para o consumo. Relato 2 Existe falta de conscientização por parte da população, há muito lixo jogado em beira 39
41 de estradas. Relato 3 É realizado tratamento nos rios para a prevenção de mosquitos e borrachudos, quando não é realizado o procedimento, há grande incidência destes vetores. Relato 4 Há dois moradores que moram longe da caixa d água que abastece a comunidade e em épocas de estiagens eles ficam sem água, há necessidade de instalação de caixa d água para que não fiquem sem água. Relato 5 Há grande interesse por parte dos moradores para instalação de cisternas para captação d água da chuva para se utilizar em hortaliças, animais, etc. Relato 6 Há necessidade de caixas para abastecimento de pulverizadores, existe apenas uma e em épocas de maior utilização não é suficiente. Relato 7 Precisam de uma caixa d água maior para a distribuição da água do poço artesiano. Relato 8 Poderia se realizar com mais frequência mutirões para a limpeza dos rios. Relato 9 O recolhimento do lixo seco é realizado apenas uma vez ao mês e apenas na comunidade, seria necessário que fosse realizado com mais frequência e em mais pontos da localidade. Quadro 7 Relato dos moradores da área rural, da comunidade Linha Pedras Baixas, município de Charrua/RS. Relato técnico Assim como ocorre em outras comunidades, os agricultores nem sempre dão o destino adequado a embalagens de agrotóxicos e lixo sólido. Os agricultores reivindicam a implantação de caixa de água para utilização no abastecimento de pulverizadores, pois a caixa já instalada não atende satisfatoriamente às necessidades dos agricultores. 40
42 Com a possível instalação de equipamentos para captação de águas pluviais pode-se aproveitar a mesma em irrigações de plantas, para o cuidado dos animais, na limpeza de galpões, chiqueiros e outras instalações, lavagens de alguns equipamentos utilizados na agricultura. Outro problema é a falta de conscientização da comunidade rural com o despejo de resíduos sólidos, muitas vezes, despejados nos rios e beiras de estradas, e a baixa frequência do recolhimento do lixo seco nas propriedades. a) Audiência com os moradores da comunidade rural da Pedras Baixas. b) Área rural pertencente a Linha das Pedras Baixas. c) Área rural pertencente a Linha das Pedras Baixas. d) Área rural pertencente a Linha das Pedras Baixas. 41
43 e) Área rural pertencente a Linha das Pedras Baixas. f) Área rural pertencente a Linha das Pedras Baixas. Quadro 8 Imagens da Audiência realizada na comunidade da Linha Pedras Baixas, município de Charrua/RS Linha São Paulo A Audiência Pública foi realizada no dia 29 de agosto de 2012, às 14h, na Comunidade de Linha São Paulo no interior do município. Nesta, reuniram-se no local a equipe determinada pela Portaria nº. 634, de 22 de agosto de 2010 e 418, de 31 de janeiro de 2011, no qual nomeia a comissão de acompanhamento e controle da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) para o município de Charrua/RS, isto é, os membros da empresa Didoné Soluções Ambientais e Agronômicas Ltda, responsáveis pela elaboração PMSB, além de cerca de 14 (catorze) moradores das comunidades das Linhas São Paulo, Daronch e Sartoria. Abaixo segue o relato dos moradores da comunidade Linha São Paulo, do município de Charrua. Relato 1 O abastecimento de água está bom nas comunidades, onde as águas são potáveis não necessitando de tratamento. Relato 2 O lixo é um problema, há muitas pessoas que jogam o lixo nos rios. Relato 3 42
44 Em algumas casas o esgotamento sanitário é bastante lento, principalmente em períodos chuvosos, chegando ao entupimento. Relato 4 Em praticamente todas as propriedades foi realizado saneamento básico, ainda há uma propriedade que possui poço negro, e o mesmo apresenta vazamentos no período de chuvas, seria importante realizar manutenções nas redes de esgoto. Relato 5 Há grandes quantidades de plásticos, garrafas pet e vidros jogados nos rios, é necessário organizar equipes para realizar o recolhimento desse lixo. Relato 6 Antigamente havia grande incidência de moscas e mosquitos, atualmente há muito pouco devido o controle de que é realizado nos rios. E a retirada do lixão contribuiu para isso. Relato 7 A prefeitura faz o recolhimento do lixo seco uma vez ao mês, com data marcada, na comunidade e, uma vez ao ano é recolhido as embalagens de agrotóxicos. Relato 8 A prefeitura está estudando uma maneira de recolher lâmpadas e pilhas, a grande dificuldade é o baixo número de empresas que destinam corretamente esses materiais, já é realizado recebimento de baterias de celulares e eletroeletrônicos, para tanto é necessário levar até a prefeitura. Relato 9 Os pneus podem ser devolvidos diretamente nas borracharias. Relato 10 Há uma linha na comunidade que está distante do centro da comunidade e, que reivindica que a prefeitura faça o recolhimento na própria linha. Relato 11 Não há grande incidência de ratos nas propriedades e o controle é realizado com venenos. 43
45 Relato 12 Nos rios são realizadas aplicações de produtos biológicos para controlar a incidência de mosquitos e borrachudos, não havendo, portanto, grandes problemas com estes vetores. Relato 13 Há uma valeta localizada entre dois bueiros em frente à casa de um morador que acondiciona água da chuva por muito tempo, devido não ter meio para escoar. Relato 14 Os moradores reivindicam por caixas d água em pontos estratégicos, para abastecimento de pulverizadores. Relato 15 A prefeitura está desenvolvendo projeto para controle de mosquitos, através da colocação de uma espécie de peixe nos rios com a finalidade de alimentar-se de larvas de mosquitos. Quadro 9 Relato dos moradores da área rural da comunidade Linha São Paulo, município de Charrua/RS. Relato técnico De acordo com os relatos dos moradores da comunidade pode-se concluir que a distribuição de água está em condições adequadas para esta comunidade, sendo necessário somente a implantação de caixa d água para abastecimento de pulverizadores utilizados na agricultura. A comunidade também está consciente do trabalho que já está sendo desenvolvido pela Prefeitura Municipal para o controle de vetores nos rios através de produtos biológicos e do controle biológico com a utilização de espécies especificas para este controle. Percebe-se a necessidade de manutenção na rede de esgoto, já que em algumas residências, ocorre o entupimento da mesma. O lixo é recolhido na comunidade conforme dia pré estabelecido e como ocorre em outras comunidades, a conscientização sobre o lixo jogado nas beiras de estradas e rios também deve ser trabalhada, sendo de extrema importância um trabalho em conjunto com a população para recolhimento deste lixo. 44
46 Abaixo segue imagens da audiência pública realizada na comunidade de Linha São Paulo, do município de Charrua. a) Audiência com os moradores da comunidade rural da Linha São Paulo. b) Audiência com os moradores da comunidade rural da Linha São Paulo. Quadro 10 Imagens da Audiência realizada na comunidade da Linha São Paulo, município de Charrua/RS Linha São Valentim A Audiência Pública foi realizada no dia 29 de agosto de 2012, às 16 h, na Comunidade de Linha São Valentim no interior do município. Nesta, reuniram-se no local a equipe determinada pela Portaria nº. 634, de 22 de agosto de 2010 e 418, de 31 de janeiro de 2011, no qual nomeia a comissão de acompanhamento e controle da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) para o município de Charrua/RS, isto é, os membros da empresa Didoné Soluções Ambientais e Agronômicas Ltda, responsáveis pela elaboração PMSB, além de cerca de 12 (doze) moradores das comunidades das Linhas São Valentim, Cachoeira Alta e, Floresta. Abaixo segue o relato dos moradores da comunidade Linha São Valentim, do município de Charrua. Relato 1 Na comunidade há dois poços artesianos, porém os dois estão interditados, um devido à baixa vazão e outro devido à água ser imprópria para o consumo humano. 45
47 Relato 2 Há sistema de abastecimento de água para a maioria das famílias, a maior parte da água que abastece as comunidades provém de fontes. Relato 3 É de grande importância realizar análises periodicamente, nessas águas. Relato 4 A grande maioria dos produtores devolvem as embalagens dos agrotóxicos para a empresa onde o mesmo foi adquirido. Apenas duas casas na comunidade não possuem fossa séptica, porém já está sendo providenciado. Relato 5 O controle de ratos é realizado com venenos, ratoeiras e gatos. Relato 6 Nos rios é aplicado produto para o controle de mosquitos e borrachudos. Quadro 11 Relato dos moradores da área rural da comunidade Linha São Valentim, município de Charrua/RS. Relatório técnico Nesta comunidade os problemas de saneamento não foram tão aparentes quanto em outras comunidades contempladas pela Audiência Pública, porém, algumas residências ainda requerem abastecimento de água de forma adequada. Outro fator importante desta, e das demais comunidades, é o recolhimento de resíduos. O problema decorrente se deve a quantidade de vezes, que segundo os moradores, não é o suficiente, que a empresa responsável recolhe os resíduos sólidos e agrícolas nos locais pré-determinandos pela Prefeitura. Abaixo segue imagens da Audiência realizada da comunidade rural da Linha São Valentim. 46
48 a) Audiência com os moradores da comunidade rural da Linha São Valentim. b) Audiência com os moradores da comunidade rural da Linha São Valentim. Quadro 12 Imagens da Audiência realizada na comunidade da Linha São Valentim, município de Charrua/RS SÃO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO Universalidade As ações e serviços de saneamento ambiental, além de serem, fundamentalmente, de saúde pública e de proteção ambiental, são também bens de consumo coletivo, essenciais a vida, direito social básico e dever do Estado. Assim, o acesso aos serviços de saneamento ambiental deve ser garantido a todos os cidadãos mediante tecnologias apropriadas à realidade socioeconômica, cultural e ambiental Integralidade das Ações As ações e os serviços de saneamento ambiental devem ser promovidos de forma integral, em face da grande inter-relação entre as diversas componentes (abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais, manejo de resíduos sólidos, controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças). Muitas vezes, a efetividade, a eficácia e a eficiência de uma ação de saneamento ambiental dependem da existência de suas outras componentes. O exemplo clássico refere-se à execução de um sistema de 47
49 abastecimento de água em uma localidade, sem equacionar o destino dos esgotos sanitários gerados. Tal procedimento promove a insalubridade do meio e, consequentemente, problemas de saúde pública. Os sistemas também devem ser implantados prescrevendo todas as suas fases, de forma que atinja o seu objetivo de promover a saúde da população. Assim, no caso de um sistema de esgotamento sanitário, o serviço a ser implantado deve contemplar desde a coleta até o destino final adequado dos dejetos e águas servidas, mesmo que esse sistema venha a ser executado de forma gradual. Deve-se, então, garantir a oferta e a prestação de serviços de saneamento ambiental de forma a abranger todas as suas fases e componentes, visando garantir a efetividade, a eficácia e a eficiência das ações Equidade A equidade diz respeito a direitos iguais, independente de raça, credo, situação socioeconômica, ou seja, considera que todos os cidadãos têm direitos iguais no acesso a serviços de saneamento ambiental de boa qualidade. As taxas ou tarifas cobradas pelos serviços devem ser criteriosamente e democraticamente definidas, devendo se constituir em mais um instrumento de justiça social e não fator de exclusão de acesso aos serviços SÃO TAMBÉM PRINCÍPIOS DA POLÍTICA Participação e Controle Social A ideia de participação social impõe a presença explícita e formal no interior do aparato estatal dos vários segmentos sociais, de modo a tornar visível a diversidade e muitas vezes contradições de interesses e projetos. A ideia suscita e se associa à noção de controle social do Estado, por oposição ao controle privado ou particular, exercido por grupos com maior poder de acesso e influência. A participação da sociedade, entendida como um processo que visa estimular e contribuir com os indivíduos e grupos sociais no sentido de desenvolverem senso de responsabilidade e de urgência com relação aos problemas sociais para assegurar a 48
50 ação apropriada e a tomada de decisão para solucioná-los, mostra-se imprescindível para a melhoria das condições de salubridade ambiental e dos serviços de saneamento ambiental SÃO OBJETIVOS DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO Tendo como objetivo garantir a transparência na gestão da coisa pública desde a definição das prioridades na decisão das políticas até os resultados das ações, pode-se considerar duas dimensões distintas de controle social dos serviços públicos de saneamento ambiental: Na primeira, a dimensão de cidadão se materializa na participação dos sujeitos políticos, com representantes de outras instâncias, em órgãos colegiados normativos e/ou deliberativos da estrutura de regulação e controle. Assegura-se, assim, que os representantes legítimos dos usuários e não usuários participem do processo de definição de prioridades, normas, obtenham informações sobre carências locais/regionais, bem como tomem ciência sobre o perfil dos serviços e bens públicos existentes; A segunda dimensão relaciona-se aos cidadãos, usuários de serviços, quando estes assumem o papel de consumidores, reconhecendo e exigindo o direito de receber um serviço prestado dentro de padrões adequados de qualidade. Isso se articula ao último ponto acima, pois pressupõe que os usuários tenham acesso e conheçam quais são os equipamentos e serviços existentes, qual o patrimônio público existente no Local/região, bem como possam intervir na definição de políticas públicas de saneamento (PEREIRA, PORTO. s.d.) SÃO DIRETRIZES DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO Promover ações de saneamento ambiental como uma meta social, subordinada ao interesse público, de forma que cumpram sua função social; 49
51 Garantir a prática de tarifas e taxas justas do ponto de vista social; Prestar os serviços de saneamento ambiental de forma que seja garantida a máxima produtividade e a melhor qualidade; Realizar o planejamento do uso e da ocupação do solo do município, de forma que sejam adotadas medidas para a proteção dos ecossistemas e dos recursos hídricos; Adotar indicadores e parâmetros ambientais, sanitários, epidemiológicos e socioeconômicos para o planejamento, a execução e a avaliação das ações de saneamento ambiental; Fomentar a capacitação tecnológica da área e a formação e a capacitação de recursos humanos; Buscar a adoção de tecnologias apropriadas às condições socioculturais e ambientais de cada local; Aperfeiçoar os arranjos institucionais e gerenciais, de forma que sejam adequados às condições locais em termos econômicos, sociais e culturais; Apoiar as ações das instituições responsáveis pela proteção e pelo controle ambiental; Realizar, sistematicamente, o acompanhamento e a divulgação de informações sobre os indicadores de saneamento ambiental, saúde pública, Respeitar as legislações relacionadas à proteção ambiental e à saúde pública no planejamento e na execução de ações, em obras e serviços de saneamento cabendo, aos órgãos e às entidades por elas responsáveis, seu licenciamento sua fiscalização e seu controle, nos termos de sua competência legal. 4. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 4.1. Áreas de Abrangência do Diagnóstico 50
52 O diagnóstico a seguir descreve vários aspectos e caracterizações do município de Charrua/RS. MAPA COM LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO Figura 2 - Localização do Município de Charrua. Fonte: IBGE, VISTA AÉREA DO MUNICÍPIO CIDADE ALTA Figura 3 - Vista Aérea do Município Cidade Alta. Fonte: Prefeitura Municipal de Charrua,
53 VISTA AÉREA DO MUNICÍPIO CIDADE BAIXA Figura 4 - Vista Aérea do Município Cidade Baixa. Fonte: Prefeitura Municipal de Charrua, História Após a Revolução Federalista de 1893 e o Tráfego Ferroviário iniciou-se a colonização do Rio Grande do Sul. Os primeiros imigrantes a chegarem ao estado foram os alemães, que se estabeleceram próximo aos Rios dos Sinos, Caí e Taquari. Logo após chegaram os italianos e se estabeleceram no Planalto Rio-Grandense. Com o aumento da densidade demográfica de tais regiões, imigrantes foram obrigados a buscar novos locais para morar. Chegando à localidade, no dia 7 de setembro, dando assim o nome desta ao município. Inicialmente a Vila Sete de Setembro foi distrito de Passo Fundo, após de Getúlio Vargas e, na década de 50, passou a ser distrito do município de Tapejara. Tendo em vista a habitação indígena na região, estes descendentes da tribo Caingangues, mudaram o nome de Vila Sete de Setembro para Charrua, que tem o significado de Arado. Com o crescimento da economia do município, surge a necessidade de uma luta pela emancipação política administrativa. Diante deste fato 52
54 forma-se a Comissão Pró-Emancipação de Charrua. Esta Comissão foi apoiada pela Assembleia Legislativa. O plebiscito emancipatório ocorreu no dia 10 de novembro de 1991 com vitória à emancipação que em 20 de março de 1992 o Governador do Estado, Alceu de Deus Collares, assinou a lei nº , a qual criou o município de Charrua/RS. Foi instalada a administração no município, no dia 1º de janeiro de Formação Administrativa Distrito criado com denominação de Sete de Setembro, por Ato Municipal nº. 369, de 21 de abril de 1922, subordinado ao município de Passo Fundo. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o Distrito de Sete de Setembro figura no município de Passo Fundo. Com a criação do município de Getúlio Vargas pelo Decreto nº. 5,788, de 18 de dezembro de 1934, desmembrado dos municípios de Passo Fundo e Erechim, o Distrito de Sete de Setembro figura no novo município de Getúlio Vargas. Assim, permanecendo em divisões territoriais datadas de 31 de julho de 1936 e 31 de julho de Pelo Decreto Estadual nº de 31 de março de 1938, o Distrito de Sete de Setembro passou a denominar-se Charrua, que possui o significado de arado na língua dos caingangues. Em divisão territorial, em 01 de julho de 1950, o Distrito permanece no município de Getúlio Vargas. Assim, permanecendo em divisão territorial datada de 01 de julho de Pela Lei Estadual nº. 2667, de 09 de agosto de 1955, o Distrito de Charrua deixa de pertencer ao município de Getúlio Vargas para ser anexado ao novo município de Tapejara. Em divisão territorial de 01 de julho de 1960, o Distrito de Charrua permanece no município de Tapejara. Elevado à categoria de município à denominação de Charrua, pela Lei Estadual nº. 9617, de 20 de março de 1992, desmembrado de Tapejara e Getúlio Vargas. Sede no antigo Distrito de Charrua. Constituído do Distrito Sede. Instalado em 1 de janeiro de Em divisão territorial datada de 2001, o 53
55 município de Charrua é constituído Distrito Sede. Assim, permanecendo em divisão territorial datada de Região do Alto Uruguai A região do Alto Uruguai possui uma altitude que varia de 400 a 800 m (BUTZKE, 1997). O clima é classificado como subtropical do tipo temperado, com regimes pluviométricos regulares e com estações bem definidas, temperatura média anual de 17,6 ºC, sendo a mínima registrada para o mês de junho (12,7 ºC) e a máxima para o mês de janeiro (25,5 ºC). As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano e atingem precipitação média anual de 1.912,3 mm. Esses elementos associados caracterizam o clima da região como pertencendo ao tipo Cfb de Köppen (BERNARDI e BUDKE, 2010; CASSOL e PIRAN, 1975) Características Físicas e População O município de Charrua/RS está inserido na região norte do estado do Rio Grande do Sul, na denominada Região do Alto Uruguai, entre as coordenadas de Latitude -27º52 51 e -28º00 46,7 e Longitude -51º54 22,7 e -52º05 49 (Figura 5). 54
56 Figura 5 Localização do Município de Charrua/RS. Fonte: Laboratório de Geoprocessamento e Planejamento Ambiental URI Campus de Erechim (2007). O município de Charrua apresenta altitudes de 450 a 800m acima do nível do mar. A unidade territorial possui 198,47km² (19,8ha), predominando parte do relevo plano a suavemente ondulado e parte declivoso, com paisagens formando um misto florestal em diversos estágios sucessionais com áreas utilizadas para agropecuária. Os limites municipais ocorrem ao Norte com o município de Floriano Peixoto, ao Sul com o município de Tapejara, a Leste com o município de Sananduva e Ibiaçá e a Oeste com os municípios de Getúlio Vargas e Sertão (Tabela 1). 55
57 Município Distância Floriano Peixoto 12km Tapejara 14km Sananduva 28km Ibiaçá 25km Getúlio Vargas 25km Sertão 45km Erechim 57km Porto Alegre 352km Tabela 1 Distâncias rodoviárias dos municípios que fazem limite com Charrua/RS. Este município está inserido fisiograficamente em uma porção do extenso Planalto Meridional do Brasil. É integrante do Conselho Regional de Desenvolvimento (COREDE) Norte e pertence à Microrregião Geográfica de Erechim, tendo esta como polo centralizador para serviços de saúde, educação e prestação de serviços. Regionalmente é integrante da Associação dos Municípios do Alto Uruguai (AMAU), entidade que incorpora 32 municípios da região, conforme é demonstrado na Figura 6. Figura 6 Município da Região da Associação dos Municípios do Alto Uruguai (AMAU), com preenchimento para identificar o munícipio de Charrua/RS. Fonte: Org. Pommer, S. F. (2010). 56
58 A principal via de acesso ao município ocorre pela RS 475 (Figura 7 e Figura 8). Figura 7 Mapa Rodoviário do Rio Grande do Sul. Fonte: DAER-RS (2009). Figura 8 Mapa Rodoviário do Rio Grande do Sul. Fonte: (2012) 57
59 A população do município é de habitantes (IBGE, 2010), representando uma densidade demográfica de cerca de 17,5 habitantes/km², sendo grande parte composta por indígenas. Destes, aproximadamente 83,17% vivem no meio rural e 16,83% no meio urbano, caracterizando o município como essencialmente agrícola. Além disso, o número de mulheres é ligeiramente superior a de homens (49,78% e 50,22% respectivamente). Evolução Populacional de Charrua Figura 09: Evolução Populacional de Charrua. Fonte: IBGE, Síntese Demográfica de Charrua Ano População Total Masculina Feminina Urbana Rural Taxa de urbanização % % - 16,8% Tabela 2 Síntese Demográfica de Charrua IBGE, 2010 e FEE,
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