FACULDADE PADRÃO FACULDADE DE ENFERMAGEM AUTISMO INFANTIL: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
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- Agustina de Almada Aragão
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1 FACULDADE PADRÃO FACULDADE DE ENFERMAGEM AUTISMO INFANTIL: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM GOIÂNIA 2014
2 COSTA, E. L. SILVA, J. P. C. GONÇALVES, K. C. R. NASCIMENTO, N. E. O. S. AUTISMO INFANTIL: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM GOIÂNIA 2014
3 ELISÂNGELA LUIS DA COSTA JHENEFER PEREIRA DA COSTA SILVA KARLA CRISTINA RODRIGUES GONÇALVES NICAELLA ETERNA DE OLIVEIRA SANTOS AUTISMO INFANTIL: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação apresentado ao Curso de Enfermagem, como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Enfermagem. Orientador: Rúbia Pedrosa Marques Mansur GOIÂNIA 2014
4 FOLHA DE APROVAÇÃO ELISÂNGELA LUIS DA COSTA JHENEFER PEREIRA DA COSTA SILVA KARLA CRISTINA RODRIGUES GONÇALVES NICAELLA ETERNA DE OLIVEIRA SANTOS AUTISMO INFANTIL: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação apresentado ao Curso de Enfermagem, como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Enfermagem. Aprovado em de de BANCA EXAMINADORA Professor - Presidente Professor - Presidente Professor - Presidente GOIÂNIA 2014
5 AGRADECIMENTOS Primeiramente queremos agradecer a Deus, que nos sustentou até aqui. Aos nossos pais, maridos e filhos, pela paciência, enquanto estávamos ausentes. Aos nossos professores da Faculdade Padrão pela aquisição de novos conhecimentos e a nossa orientadora Rúbia Pedrosa Mansur pela dedicação a nós neste trabalho.
6 EPÍGRAFE "Temos aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a sensível arte de conviver com as diferenças." Marcelo Rodrigues.
7 RESUMO O presente estudo está voltado para a assistência de enfermagem a criança autista, onde tal é considerado como uma alteração em que a criança desenvolve dificuldades de comunicação, de estabelecer relações sociais e apresentam um comportamento repetitivo. O objetivo foi identificar o papel do enfermeiro na assistência de enfermagem ao autismo infantil. Metodologia: para tal foi utilizado uma pesquisa bibliográfica pertinente ao tema. Resultados, é fundamental que o profissional de enfermagem tenha conhecimento para avaliar os sinais e sintomas do autismo, para que haja uma intervenção satisfatória no tratamento. Considerações: concluiu-se que o profissional de enfermagem poderá criar estratégias que possam minimizar o impacto na descoberta do autismo, diminuir o medo da família perante o preconceito da sociedade e o sentimento de inferioridade, encaminhar a criança a um tratamento adequado com uma equipe multiprofissional Palavras-chave: Assistência de enfermagem, autismo infantil, sinais e sintomas.
8 ABSTRACT The present study is focused on nursing care for autistic child, where this is considered a change in the child develops communication difficulties, to establish social relationships and present a repetitive behavior. The objective was to identify the role of nurses in nursing care to autism infantil. Methodology: for such a pertinent literature theme. Results was used, it is essential that nursing professionals have knowledge to assess signs and symptoms of autism, to there are a satisfactory treatment intervention. Considerations: It is concluded that nursing professionals can create strategies to minimize the impact on the discovery of autism, reduce fear family before society's prejudice and feelings of inferiority, refer the child to appropriate treatment by a multidisciplinary team. Keywords: Nursing care, childhood autism, signs and symptoms.
9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO OBJETIVO GERAL Objetivo Específico REFERENCIAL TEÓRICO História do autismo Evoluções das estratégias do autismo no Brasil Epidemiologia do autismo Incidência Como identificar os sinais e sintomas do autismo infantil Papel do enfermeiro na assistência prestada na descoberta do autismo Auxiliar a família no cuidado a criança quanto à orientação sobre o autismo e na percepção dos sinais e sintomas O Papel do enfermeiro na assistência a criança autista e sua família através de métodos interativos entre a criança e seu meio social METODOLOGIA Tipo de estudo Sujeito do estudo Análise das informações RESULTADOS/DISCUSSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS... 24
10 9 1 INTRODUÇÃO O autismo no século passado, não se diferenciava do transtorno mental, era considerando como uma psicose infantil. Na década de 50, surgiram as teorias psicogenéticas e as recomendações de psicoterapia em longos prazos para crianças e pais. (SOUZA, 2011). A síndrome do autismo infantil foi descrita inicialmente por Kanner, ele acreditava que se tratava de um distúrbio do contato afetivo. Tinha como destaque a falta de contato e desenvolvimento social e apresentava-se desde o inicio da vida das crianças, pois elas se comportavam de forma estranha e não se adaptavam ao meio em que viviam após estudo com onze crianças que tinham comportamento peculiar. (JOORMIA, 2007). Autismo é considerado uma alteração em que criança, jovem ou adulto desenvolve dificuldades de comunicação, de estabelecer relações sociais e apresentam um comportamento repetitivo, podendo se isolar no seu mundo. (FILHO, OLIVEIRA, 2010). As causas exatas do autismo continuam desconhecidas, mas uma combinação de fatores como: influências genéticas, vírus, toxinas e poluição, desordens metabólicas, intolerância imunológica, e uma das principais causas, pode ser causado por anomalias nas estruturas e funções cerebrais. (RODRIGUES, 2008). Para se perceber os sintomas do autismo deve-se prestar atenção, os autistas são crianças que preferem ficar sozinhas, não formam vínculos, evitam contatos nos olhos, não gostam de abraçar, se prendem a objetos familiares, gosta de repetir certos atos continuamente, poderão vir a falar mais tarde que as crianças da sua idade ou mesmo podem repetir as palavras em forma de ecos, risos e gargalhadas inadequadas, ausência de medo de perigos reais, aparente insensibilidade à dor, forma de brincar estranha e intermitente, conduta distante e retraída, indica suas necessidades através de gestos, age como se fosse surdo, crises de choro e extrema angústia por razões não discerníveis, dificuldades em se misturar com outras crianças, resiste a mudanças de rotina, habilidades motoras fina/grossa desniveladas, hiperatividade física marcante e extrema passividade. (COSTA et al., 2004).
11 10 O tratamento do autismo pode ser medicamentoso com o uso de neurolépticos (haloperidol, clorpromazina, tioridazina) oferecem uma melhora na agitação psicomotora e nos comportamentos das crianças autistas, podem ser feitos exames como encefalografia, devido ao elevado índice de anormalidade elétrica, terapia comportamental e terapia familiar que é fundamental, a criança deverá ser acompanhada por equipe multiprofissional como: psicólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros (JÚNIOR, 2007). O papel do enfermeiro como profissional no autismo infantil e estar atento aos sinais e sintomas apresentados pela criança com suspeita dessa patologia, prestando assistência de enfermagem o mais precoce possível, apoiando a família, transmitindo segurança e tranquilidade, garantindo o bem estar da criança, esclarecendo dúvidas e incentivando o tratamento e acompanhamento do autista. (SANTOS, 2008). Optou-se pelo seguinte tema Autismo Infantil: Assistência de Enfermagem, devido ao crescente número de crianças autistas, e o pouco conhecimento da enfermagem quanto aos sintomas e percepção para a assistência de enfermagem. Sendo assim buscar formas e meios para auxiliar a assistência de enfermagem prestada a família e a criança.
12 11 2 OBJETIVO GERAL Identificar o papel do enfermeiro na assistência de enfermagem ao autismo infantil e a família. 2.1 Objetivo Específico Identificar os sinais e sintomas do autismo infantil; Identificar o papel do Enfermeiro na assistência prestada na descoberta do autismo; Identificar como deve ser o auxilio a família no cuidado a criança quanto à orientação sobre o autismo e na percepção dos sinais e sintomas; Auxiliar assistência a criança autista e sua família através de métodos interativos entre a criança e seu meio social.
13 12 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 História do autismo O autismo deriva-se da palavra grega "autos", que quer dizer voltar-se para si. Eugen Bleuler, um psiquiatra, foi o primeiro a usar a palavra autismo em 1911, onde adotou esse critério para se dirigir a pacientes com Esquizofrenia. Os critérios adotados por ele eram conhecidos como os quatro "AS": Autismo, Associações frouxas, Ambivalência e Afeto inadequado. A palavra referia-se ao fato do esquizofrênico ser desligado do mundo social em que vivia, vivendo no seu próprio mundo, assim como o autista que é visto assim até hoje em seu comportamento. Em 1943,Kanner um psicólogo norte americano realizou um estudo com 11 pacientes que apresentavam diagnóstico de esquizofrenia onde chegou a dizer que as crianças já nasciam assim, mas a convivência com os pais das crianças percebeu-se a frieza e distância em que os pais tratavam seus filhos, causando neles esse distanciamento social, criando o termo mãe geladeira (STELZER, 2010). De acordo com o autor supracitado, Kanner descrevia que as crianças autistas tentavam manter o mundo externo distante. Esta impressão tinha por base diferentes fatores, principalmente a observação de recusa alimentar nos primeiros meses de vida, destacando a comida como a primeira intrusão do mundo externo em nossas vidas. O autismo recebeu diferentes nomes nos primeiros anos que seguiram à descrição de Kanner. Entre estes, temos o autismo esquizofrênico, de Bender, 1959; autismus infantus, de Van Krevelen (1971), tríade de deterioração social, por Rutter; síndromes autistas, por Wing, desordens autistas, por Coleman e Gillberg. A Organização Das Nações Unidas decretou em 18 dezembro de 2007 todo dia 2 de Abril como Dia Mundial do Autismo. Em 2008 houve a primeira comemoração da data pela ONU. (AUTISMO, 2011). 3.2 Evoluções das estratégias do autismo no Brasil Conforme descreve Júnior (2007), foi em 1954 que ocorreram os primeiros atendimentos de autistas no Brasil, sendo pela iniciativa privada. Foram criadas normas e diretrizes para que os autistas fossem atendidos pelo governo e pudessem fazer parte da sociedade, com a Lei de Diretrizes e Bases 4.020/61, esse
14 13 atendimento passou a fazer parte dos programas do governo em Mas na prática as escolas não tinham estrutura para receber autistas, nem os serviços de saúde, havendo também restrição para o livre acesso desses pacientes em ambientes públicos. As famílias revoltadas com o preconceito e o tratamento dado aos filhos criaram a Associação de Pais e Amigos. As instituições antigamente priorizavam o atendimento a doentes mentais, os autistas tinham muitos distúrbios no modo de agir, e na comunicação, fazendo com que essas instituições não atendessem autistas. De acordo como autor supracitado, foi em São Paulo (1980) que surgiu a primeira Associação de Pais Amigos do Autista, crescendo assim o apoio a associação, levando a criação de outras associações. O primeiro congresso Brasileiro de Autismo foi em 1989, em Brasília, reunindo 1300 pessoas, onde percebeu-se que não tinham muitos profissionais especialistas em autismo. Nos dias atuais o grupo é composto por vários profissionais especializados. 3.3 Epidemiologia do autismo Autismo é uma condição que se manifesta universalmente em qualquer região geográfica, independente de classe social, cultura ou etnia. Entre 1960 e 1990 foi considerado raro, onde em cada 10 mil criança de 4-5 eram autistas (SCHMIDT, BOSA 2009). Estudos epidemiológicos recentes constatam que a cada crianças nascidas 1 nasce com autismo (0,1%) e mais de quatro indivíduos com transtorno do aspectro autista (Síndrome de Asperger). Amostras clínicas demonstram maior incidência em meninos do que em meninas, sendo uma proporção de 3,5 a 4,0 meninos para uma menina. (OLIVEIRA, 2010). Alguns indicadores demonstram que mesmo com o número de crianças com diagnóstico de autismo, tenha aumentado não quer dizer que houve aumento da patologia ou modificação de critérios de diagnóstico. Fatores que podem explicar o aumento do número de crianças autistas é o diagnóstico precoce da doença, centros de tratamento especializados e modificações do diagnóstico prévio (por exemplo, crianças com deficiência mental ou dificuldade de aprendizagem são diagnosticadas como autistas). No caso de autista associado a deficiência mental moderada a grave, a relação entre meninos e meninas é de 1,5 a cada 1.Estudos indicam que
15 com a idade materna elevada a prevalência de nascer uma criança autista é elevada, onde o risco é quatro vezes maior. (STELZER, 2010) Incidência O autismo é mais predominante em meninos do que em meninas onde a cada 10 mil nascidos 20 são diagnosticadas como autistas. É encontrada em todo mundo independente de raça, etnia ou classe social e até o momento não foi encontrado a causa psicológica que possa comprovar a causa da doença em meio a tantas crianças. Os sintomas e sinais indicativos de que não vai bem com criança aparecem até os 3 anos de idade, a cada 10 mil crianças de 4-5 são portadoras do autismo infantil. O diagnostico requer um cauteloso exame físico, neurológico e psicopedagógico, pois as primeiras características surgem aos 4 e 8 meses de idade onde acomete a fala e a motricidade. (SANTOS, COELHO, 2006) Os dados sobre incidência do autismo às vezes é divergente, devido os diversos critérios para chegar ao diagnóstico. Há relatos indicando que a cada 10 mil nascidos, 7-16 são autistas, também como a dados que a cada 100 mil, 208 são portadores do autismo, ou seja, 20 casos diagnosticados para cada 10 mil crianças. Contudo o objetivo final é a fala, habilidades cognitivas e sociais. (SILVA, HERRERA, VITTO, 2007). O transtorno se caracteriza na presença da denominada tríade autista, devido o seu elevado comprometimento na interação social e da comunicação e pelo comportamento repetitivo e restrito. (SIFUENTES, 2010). Até o momento não está comprovado nenhuma causa associada ao ambiente em que vivem ou psicológicas que causam esta síndrome. (ALVES, et al., 2010). 3.5 Como identificar os sinais e sintomas do autismo infantil Crianças autistas apresentam como característica central isolamento, onde demonstram dificuldades de relacionamento com outras crianças, risos inadequados e constantes, evitam contato visual e são insensíveis a dor. São hiperativos ou inativos, tem dificuldades de entender o que lhe é dito e apresentam escolalia (repete palavras que lhe são ditas), gesticulam muito e falam pouco. Em situações
16 15 que envolvem o perigo não tem medo pois não tem consciência do perigo que as envolvem. No seu dia a dia resistem a mudança, como mudar um objeto do lugar ou diferenciar na rotina diária, suas brincadeiras são sempre as mesmas e quando pegam algum objeto os movem em sentido rotativo, agem como se não escutam o que se fala. Autistas demonstram extrema aflição sem motivo e raiva sem razão. (MOREIRA, 2010). Conforme relata Campos, Oliveira, Silva (2010): O autismo pode ser confundido com outras doenças neoropsiquiátricas em crianças. Dentre elas: Síndrome de Asperger: Transtorno do aspecto autista que se diferencia do autismo porque o portador tem fala compreensível dificuldade de interação social, dificuldade de processar e processar emoções, interpretação muito literal da linguagem, dificuldade com mudanças em sua rotina, tem problemas para olhar olho no olho. Síndrome de Rett: Transtorno mental que se caracteriza pela perda de habilidades adquiridas, isolamento e diminuição de interação social. Perturbação Desintegrativa da Infância. A criança apresenta perda da linguagem, contato visual e perda comunicação não verbal, como apontar objetos. Retardo Mental: A capacidade intelectual da criança é inferior aquela tida como normal, onde a mesma tem dificuldades ou incapacidade de desenvolver sua comunicação normal, dificuldade de relacionamento interpessoal, tem ausência de autosuficiência mesmo com cuidados pessoais e habilidades de aprender limitadas. Transtorno de linguagem: São caracterizados por déficits de compreensão, atraso mental, estimulação linguística pobre (dificuldade na fala), déficit motor ou doença neurológica. 3.6 Papel do enfermeiro na assistência prestada na descoberta do autismo A criança autista comporta-se de forma diferenciada das outras crianças, apresentando um distanciamento social, e não se envolve com o meio em que vive, criando assim seu próprio mundo, dando a sensação de estar interagindo com alguém imaginável. (CARNIEL, et al., 2011).
17 16 Conforme Nogueira, Rio (2011) é de grande importância que o profissional de enfermagem tenha conhecimento sobre o autismo e saiba avaliar as famílias que convivem com o autista, de forma em que a intervenção de enfermagem possa dar apoio ao cuidado prestado a criança, diminuindo assim o impacto causado pelo autismo na família, o profissional poderá criar estratégias para diminuírem o impacto na descoberta do autismo. De acordo com Possi, Holanda (2011), o enfermeiro tem como principal ação diante do autismo, o cuidar, tendo assim a atenção voltada não só para o autismo, mas também ao que ele representa para a família ou cuidador, principalmente a mãe da criança, o enfermeiro devera tentar diminuir através do contato com a família o medo do preconceito diante da sociedade e o sentimento de inferioridade perante o transtorno do filho que é visto com preconceito. Muitas vezes os pais de crianças autistas enfrentam na descoberta do transtorno o sofrimento psicológico, onde passam por sentimentos de tristeza, culpa e depressão, muitos não acreditam que isso esta á acontecer com eles, à criança tão esperada com um transtorno que ira requerer total atenção e cuidado. Sendo assim o enfermeiro deverá assistir e se conscientizar dos sentimentos enfrentados pela família, mostrando que eles não são culpados pelo transtorno, e que estão expostos a vivenciarem estresse, depressão, culpa e tristeza. Cabe ao profissional criar formas de implementação de melhor cuidado e tratamento da criança autista, encaminhando-os a uma equipe multiprofissional, conseguindo assim melhor assistência de forma humanizada e adquirindo a confiança da família e do autista. (RODRIGUES, FONSECA, SILVA, 2008). 3.7 Auxiliar a família no cuidado a criança quanto à orientação sobre o autismo e na percepção dos sinais e sintomas Conforme relata Coelho, Santo (2006) a evolução dos sinais e sintomas durante o desenvolvimento da criança ocorrem da seguinte maneira: Do nascimento até aos 15 meses: Problemas e dificuldade de alimentação e amamentação; Apáticos, não mostram desejo de feto e carinho; Choram muito, ou não choram;
18 17 Não tem interesse por pessoas e pelo ambiente; Medo incomum de estranhos; Apresentam os movimentos repetidamente como: balançam as mãos; O interesse por determinados objetos, aparelhos e jogos obsessivamente; Não gostam que se mude de ambiente físico insistindo no seu desejo; Sono prejudicado; Dos 18 meses até aos 2 anos: Dificuldade de higiene e controle de esfincters; Na alimentação tem preferências estranhas; Podem apresentar ausências da fala ou atraso; Após os 2 anos: A dificuldade de fala permanece, ocorrendo repetições de palavras; Persistem os problemas de controle dos esfíncteres e dos hábitos de higiene; Apresentam incapacidade para jogos comuns: Podem apresentar habilidades motoras e musicais; Insensibilidade à dor; Diante de tais sinais e sintomas o enfermeiro deverá elaborar um plano de assistência a criança como Carniel, Saldanha, Fensterseifer (2011) criando uma Intervenção de enfermagem precisa e de acordo com: a necessidade individual de cada criança por meio de atividades de diversão quando se perceber que o nível de ansiedade da criança aumenta; proteger a criança quando ocorrer comportamento de automutilação; proporcionar interação social relacionada às barreiras de comunicação assegurando que sejam dados calor humano, aceitação e disponibilidade para o favorecimento de uma relação de confiança; dar à criança objetos familiares, para estimulá-la a interagir com os outros ;dar reforço positivo ao contato olhos nos olhos, um alimento, por exemplo, que deve ser gradualmente substituído por reforço social contato físico, sorriso, abraço; desenvolver comunicação verbal e não verbal, onde a criança estabelecerá um meio de comunicar necessidades e desejos a outras pessoas; estimular a expressão de sentimentos desenho, brincadeira, afetividade, carinho, abraço; encorajar as atividades de auto-cuidado, como tomar banho e alimentar-se; manter a criança afastada do ambiente, enquanto estiver fazendo as modificações; reduzir as diferenças ambientais entre o novo e o velho ambiente; fazer o maior número de modificações possíveis. É de grande importância que o enfermeiro esteja atento durante a consulta de enfermagem ao crescimento e desenvolvimento da criança, pois sua percepção
19 18 como profissional auxiliará na descoberta precoce do autismo. Os atendimentos de apoio familiar devem ser feitos de forma a atender às demandas individuais das mesmas, e também a os ajudar a formar uma rede de apoio entre individuo, família e equipe de saúde. (SUDRÉ, et al., 2011). 3.8 O Papel do enfermeiro na assistência a criança autista e sua família através de métodos interativos entre a criança e seu meio social Segundo Costa, Volpato (2010) é importante ressaltar que ao cuidar de um autista deve-se também considerar a família, que é responsável principalmente na evolução com na inserção social do portador de autismo. A assistência de Enfermagem para estes indivíduos são: Desestimular a auto-agressão, desviando sua atenção para outras coisas ou objetos. Demonstrar carinho através do toque mesmo não havendo o retorno do mesmo. Observar, estimular e estar atento ao que o indivíduo disser. Ensinar e estimular o auto cuidado como higiene pessoal. Desestimular movimentos repetitivos. Colocar limites, explicando sempre o porquê dos mesmos. Estimular a socialização através de atividades em grupo. (JÚNIOR, 2007). Conforme relata Santos, Souza (2005) o enfermeiro deverá promover atividades de interação entre a família e a criança, estimulando o contato por meio de brincadeiras com objetos de preferência da criança, uso de objetos lúdicos como, bolas de sabão, piões, brinquedos com som, fantoches de animais, músicas, bolas, livros, bonecos. Dançar auxilia muito a criança podendo envolver toda a família, e outras formas interativas como: PECS - Pictures Communication System- utilizando figuras para ensinar e estimular a criança a utilizar as figuras para se comunicar. TEACCH - Treatment and Education of Autistic and related communication handicapped children? Tratamento e Educação de Crianças Autistas e com Deficiência de Comunicação - programa criado para autonomia e abordagem do autista, para sua inserção na sociedade. Equoterapia - estimular a criança através da interação com animais a trabalhar sua coordenação motora e equilíbrio.
20 19 É importante salientar que a comunicação verbal e não-verbal fortalecem o vínculo afetivo entre o profissional de enfermagem e o paciente. O papel do Enfermeiro não se restringe a executar técnicas e/ou procedimentos, mais que isso, ele deve desenvolver a habilidade de comunicação que satisfaça a necessidade do paciente, pois esta é uma ferramenta, um instrumento que garante a qualidade do processo de cuidar. É também papel do Enfermeiro, no processo de cuidar, orientar a família se comunicar com a criança no ambiente domiciliar, para estimulá-la a interagir também com aqueles que com ela convivem dentro do âmbito familiar. O desenvolvimento da capacidade comunicativa é capaz de mudar os hábitos da criança, integrá-la à sociedade e, com isso, melhorar sua qualidade de vida, permitindo que ela leve uma vida bem próxima ao normal. (CAMPOS et al., 2010).
21 20 4 METODOLOGIA 4.1 Tipo de estudo Estudo de revisão bibliográfica realizada através de busca de artigos cruzando as seguintes palavras, Autismo, Assistência de Enfermagem, Papel do Enfermeiro, Sinais e sintomas através de artigos publicados na integra no banco de dados da Reben, Scielo, Uniceub, Artigonal, Web Artigos. 4.2 Sujeito do estudo Com o objetivo de obter informações sobre Autismo infantil: Assistência de Enfermagem foi realizada a busca pelo banco de dados da Reben, Scielo, Uniceub, Artigonal, Web Artigos relacionados ao tema proposto, a partir das palavras chaves anteriores. Foram incluídos no estudo, artigos publicados entre utilizando os descritores Autismo, Assistência de Enfermagem, Papel do Enfermeiro, Sinais e sintomas. Foram incluídos artigos em português e que estão disponíveis na íntegra num total de 30 artigos onde 5 foram excluídos da busca. 4.3 Análise das informações Realizadas as buscas pelos estudos e a respectiva seleção dos mesmos será realizada uma analise de dados através da revisão bibliográfica, verificando assim a relação entre os artigos relacionados sobre Autismo infantil: Assistência de Enfermagem. Após a busca destas informações será verificado os resultados obtidos nos respectivos artigos e uma organização dos resultados para que os mesmos pudessem comprovar o que foi buscado nos objetivos do estudo. Os resultados desta pesquisa serão utilizados apenas para fins específicos
22 21 5 RESULTADOS/DISCUSSÃO O enfermeiro tem papel fundamental nos procedimentos de triagem, designado a identificar e avaliar o desenvolvimento da criança. No primeiro contato da criança com o profissional ela pode se sentir coagida, pois está acostumada com um mundo solitário e levará um tempo para se adequara um novo ambiente. O enfermeiro deve se atentar para os detalhes, facilitando assim o seu trabalho, garantindo o bem estar e segurança da criança autista. É preciso demonstrar interesse pelo paciente, adquirindo assim à confiança do mesmo e de sua família, procurando descobrir o meio mais eficaz para uma assistência de enfermagem adequada as necessidades do paciente. (SANTOS, 2008). Segundo Nogueira, Rio (2011) é fundamental que o profissional de enfermagem tenha conhecimento para avaliar os sinais e sintomas do autismo, para que haja uma intervenção satisfatória no tratamento e melhora do paciente. Sendo assim orientar a família e cuidadores dos mesmos, criando estratégias voltadas a minimizar os impactos que a doença traz ao paciente e seus familiares. Conscientizar os pais quanto as possíveis alterações em seu filho direcionando ao diagnóstico precoce. Conforme Júnior (2007) o enfermeiro deve estar atento as necessidades do paciente e intervir no tratamento estimulando no desenvolvimento do paciente. Estimular a criança à troca de carinho, através do toque. Estimular a socialização através de atividades em grupo. Envolver a família nas brincadeiras, pois é fundamental a interação dos mesmos no desenvolvimento da criança. De acordo com Campos, Oliveira, Silva (2010), nos cuidados de enfermagem a comunicação é fundamental para criar um vínculo entre o profissional de enfermagem e a criança autista. A abordagem deve ser diferenciada devido ao déficit comunicativo e a comunicação pode ser verbal ou não- verbal. Orientar a família no processo do cuidar, orientando a família a estimular a comunicação em casa. É papel do enfermeiro observar o ambiente familiar para que não haja nenhuma interferência no tratamento. O processo de cuidar é um processo interativo de desenvolvimento, crescimento e de forma contínua. Conforme relata Costa, Volpato (2010), o enfermeiro serve de mediador entre a família e outros profissionais da área da saúde minimizando o sofrimento do
23 22 paciente e orientando de forma adequada seus familiares quanto aos cuidados com a criança autista. Buscar meios alternativos de comunicação como: figuras, músicas, objetos e outros. Ter um olhar cuidadoso atentar-se para as necessidades do outro, olhar além e saber cuidar. É muito importante ter competência para saber avaliar estas famílias, de modo que a intervenção vá ao sentido de se dar apoio a família e aos cuidados, assim como apontar estratégias de forma a minimizar o impacto da perturbação autista na vida familiar. O enfermeiro tem um papel decisivo nestas intervenções. (NOGUEIRA, MARTINS, 2011). É importante o diagnóstico de enfermagem na descoberta do autismo infantil e no impacto familiar. Mas não só o enfermeiro, mas também outros profissionais como: Psicólogos, médicos, professores e fonoaudiólogos deverão receber capacitação nas áreas que avaliam a criança em diferentes situações, envolvendo a colaboração dos pais e familiares como: ensino estruturado, manejo de comportamento, desenvolvimento de comunicação espontânea, promover independência vocacional, desenvolver capacidades de lazer e recreação. (SANTOS, SOUSA, 2005).
24 23 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Levando em consideração as poucas publicações sobre o assunto e o pouco conhecimento dos profissionais de saúde em diagnosticar o autismo infantil, o objetivo deste trabalho é esclarecer sobre a importância da assistência de enfermagem no cuidado a criança autista e seus familiares. Durante uma consulta de enfermagem é importante o acompanhamento ao crescimento e desenvolvimento da criança, levando em consideração as queixas dos pais, ter um olhar clínico e saber orientar a família de forma correta e encaminhar a criança a um profissional especializado, onde possa comprovar as suspeitas da doença. Com um diagnóstico precoce e um tratamento adequado com a ajuda de uma equipe multiprofissional o paciente poderá ter uma melhor qualidade de vida e uma recuperação considerável dependendo do grau da doença. O papel do enfermeiro é fundamental neste processo e atentando aos sinais e sintomas do autismo e sabendo diferenciar das demais síndromes, proporcionando uma boa assistência de enfermagem à criança e seus pais, encorajando, transmitindo segurança e tranquilidade a todos. Dar apoio, incentivar os pais no tratamento de seus filhos e encaminhá-los a grupos de pais que estão passando ou já passaram por situações parecidas, para juntos compartilharem experiências. Criar vínculo entre o profissional e a criança é muito importante. Pois tanto o paciente quanto os pais se sentirão seguros e podem ajudar no tratamento. Promover atividades de interação entre toda a família como: brincadeiras, danças ajudará na interação social.
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