MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Procuradoria da República no Município de Montes Claros/MG

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Procuradoria da República no Município de Montes Claros/MG"

Transcrição

1 Excelentíssimo Juiz Federal da 3ª Vara da Subseção Judiciária de Montes Claros/MG Ref.: IC nº / Distribuição por Dependência (Conexão) ao Processo nº O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelos Procuradores da República que ao final assinam, com fundamento no art. 129, III, da Constituição Federal, no art. 5º, I, da Lei nº 7.347/1985, art. 17 da Lei nº 8.429/92 e art. 19 da Lei nº /13, vem, à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA, tendo por objeto a responsabilização dos réus pessoas físicas às sanções da Lei nº 8.429/92, e dos réus pessoas jurídicas às reprimendas da Lei nº /13 em face de RUY ADRIANO BORGES MUNIZ, brasileiro, empresário, atual Prefeito do Município de Montes Claros, nascido em , inscrito no CPF sob o nº , portador do RG M , filho de Januária Borges, podendo ser citado na sede da Prefeitura de Montes Claros, situada na Av. Cula Mangabeira, nº 211, Centro, nesta cidade, ou no endereço residencial, à Rua Fernando Caldeira Brante (ou Rua Mirabela), 95, Ibituruna, nesta cidade; TÂNIA RAQUEL DE QUEIROZ MUNIZ, brasileira, deputada federal, nascida em , portadora do RG MG , inscrita no CPF sob o n , residente na Rua Fernando Caldeira Brante (ou Rua Mirabela), 95, Ibituruna, nesta cidade; JHONATAN RODRIGUES SILVA, brasileiro, casado, biomédico, portador do RG nº MG SSP/MG, inscrito no CPF sob o nº , residente na Rua

2 Camboatá, 49, Bairro Chácara Paraíso, Montes Claros, e/ou Rua Arthur Seixas, 485, Candeiras, Município de Vitória da Conquista/BA; AMBAR SAÚDE (HOSPITAL DAS CLÍNICAS DR. MÁRIO RIBEIRO DA SILVEIRA), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº / , sediada na Rua Plínio Ribeiro, nº 539, Bairro Jardim Brasil, Montes Claros/MG; ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA DO BRASIL SOEBRAS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº / , sendo a sede da matriz localizada na QE 11, área especial E, Guará I, Brasília/DF, CEP , e; ASSOCIAÇÃO MANTENEDORA DE ESTABELECIMENTOS ESCOLARES, PROMOÇÃO E AÇÃO SOCIAL AMAS BRASIL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº / , sediada na Rua Coronel Joaquim Costa, 507, Centro, Montes Claros/MG, podendo ser citada na pessoa do demandado Jhonatan Rodrigues Silva; aduzindo, para tanto, os seguintes fundamentos de fato e de direito: I DO OBJETO DA DEMANDA A presente ação civil pública visa a tutelar o patrimônio público e a moralidade administrativa, pretendendo o sancionamento dos demandados por variadas e graves ações ilícitas enquadradas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) e na Lei Anticorrupção Empresarial (Lei /2013), umbilicalmente inter-relacionadas, bem como o ressarcimento ao erário. No item III.2 desta petição inicial, demonstra-se como os réus, sob o comando e a coordenação de RUY ADRIANO BORGES MUNIZ, valendo-se do cargo de Prefeito de Montes Claros, e TANIA RAQUEL BORGES MUNIZ, utilizando-se da condição de primeira-dama do mesmo município e do cargo de Chefe de Gabinete do Prefeito, planejaram e executaram um es-

3 quema fraudulento que resultou na apropriação ilícita em proveito da família BORGES MU- NIZ e de seu respectivo grupo econômico (SOEBRAS/ÚNICA EDUCACIONAL) da Associação de Promoção e Ação Social (APAS), entidade filantrópica criada pelo Município de Montes Claros há mais de 03 (três) décadas, direcionada a ações sociais de cunho local, cuja administração competia, por disposição estatutária, à esposa do alcaide. Para tanto, os réus colocaram testas-de-ferro nos postos estratégicos de gestão da entidade e modificaram seu estatuto para desvinculá-la completamente da Prefeitura de Montes Claros, alterando seu nome (doravante AMAS BRASIL), objeto social (doravante, todos aqueles operados pelo grupo empresarial SOEBRAS/ÚNICA EDUCACIONAL), e criando novas dez filiais em municípios diversos (todas em endereços onde funcionavam estabelecimentos ligados ao grupo SOEBRAS). O objetivo dos réus RUY e RAQUEL consistia em: (a) apropriar-se de uma entidade preexistente, de respeito e credibilidade reconhecidos, para usá-la em seus negócios empresariais alegadamente filantrópicos; (b) assenhorar-se do valioso Certificado de Entidade Beneficente (CEBAS), concedido em 2012 pelo Governo Federal à APAS em razão de suas ações assistenciais enquanto entidade vinculada ao poder público municipal, eximindo-lhe do pagamento de tributos e contribuições sociais e previdenciárias, permitindo aos réus a sonegação de dezenas ou centenas de milhões de reais devidos ao Estado por seu grupo empresarial. Desse modo, as fraudes se consumaram, a um tempo, em prejuízo do povo e do município de Montes Claros dos quais subtraída a APAS e da União ludibriada pela apropriação e posterior utilização, para fins ilícitos, de CEBAS concedido sob pressupostos e finalidades diversas. No item III.3, descreve-se a ação dos réus RUY MUNIZ e RAQUEL MUNIZ de adquirirem pessoalmente na Alemanha, junto à empresa DRÄGER, materiais e equipamentos hospitalares para o nosocômio do casal (Hospital de Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira, ou AMBAR SAÚDE), e simularem a importação ao território nacional via AMAS BRASIL, num primeiro momento, e com falso endosso à SOEBRAS, num segundo momento, em manifesta in-

4 terposição fraudulenta de pessoas perante a Receita Federal, ocultando e dissimulando os reais interesses do grupo e a identidade dos beneficiários dos atos praticados. No item III.4, descreve-se a ação dos mesmos réus, que, valendo-se de seus altos cargos públicos (Prefeito de Montes Claros e Deputada Federal), e enquanto verdadeiros donos e gestores de fato da AMAS BRASIL e da SOEBRAS, intervieram junto ao alto escalão da Secretaria da Receita Federal em Belo Horizonte e Brasília, para tentar afastar imotivadamente o Delegado da Receita Federal Gilmar Medeiros do comando da fiscalização aduaneira então em curso, bem como intimidar e pressionar os quadros da Receita Federal a promoverem a liberação ilegal de equipamentos importados com interposição fraudulenta de pessoas, assim dificultando e intervindo ilicitamente na ação fiscalizatória dos auditores-fiscais do órgão fazendário. II PRELIMINARMENTE: Das Questões Processuais e de Ordem II.1. Da Prevenção (por Conexão) da 3ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Montes Claros. Processo nº Estabelecem os arts. 102 e 105 do Código de Processo Civil: Art Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir. (...) Art Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente. Interpretando o dispositivo, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou-se no sentido de "serem conexas duas ou mais ações quando lhes for comum o objeto (pedido) ou a causa de pedir (Art. 103 do CPC), não se exigindo perfeita identidade desses elementos, mas um liame que possibilite a decisão unificada" (AgRg no REsp /DF, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, Terceira Turma, DJ de ), e que A conexão pressupõe a existência de causas que, embora não sejam iguais, guardam entre si algum

5 vínculo, uma relação de afinidade, o que denota que o alcance da regra de conexão tem sido alargado, de modo a se interpretar o vocábulo 'comum', contido no texto legal, como uma indicação do legislador de que, para caracterizar a conexão, seria desnecessária a identidade total dos elementos da ação, bastando tão somente uma identidade parcial (REsp /RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, DJ de 25/03/2011). Buscando estabelecer critérios objetivos para identificar situações de conexidade aptas a justificar a reunião de feitos para efeito de processo e julgamento conjunto, doutrina e jurisprudência têm recorrido à teoria materialista que considera a identidade da relação jurídica subjacente às demandas. Nesse sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça: A moderna teoria materialista da conexão ultrapassa os limites estreitos da teoria tradicional e procura caracterizar o fenômeno (da conexão) pela identificação de fatos comuns, causais ou finalísticos entre diferentes ações, superando a simples identidade parcial dos elementos constitutivos das ações. 3. É possível a conexão entre um processo de conhecimento e um de execução, quando se observar entre eles uma mesma origem, ou seja, que as causas se fundamentam em fatos comuns ou nas mesmas relações jurídicas, sujeitando-as a uma análise conjunta. (REsp /RJ, Rel. Ministro Luís Felipe Salomão, Quarta Turma, DJe 14/04/2015). Também o Tribunal Regional Federal da 1ª Região tem se valido da teoria da identidade da relação jurídica, inclusive para verificação de litispendência: Segundo a teoria da identidade da relação jurídica, ocorrerá litispendência entre as ações em curso quando houver identidade da relação jurídica de direito material deduzida em ambos os processos (res in iudicium deducta), ainda que haja diferenças quanto a alguns elementos identificadores da demanda. Caso dos autos. (AMS /BA, Re. Des. Federal Maria do Carmo Cardoso, Oitava Turma, DJ 13/03/2015) No caso presente, os fatos imputados aos réus nos itens III.3 e III.4 desta petição inicial são preponderantemente coincidentes com aqueles versados nos autos do processo nº 53-

6 (ação anulatória aforada pela AMAS BRASIL em face da União), e ambos os feitos têm por base a mesma relação jurídica, travada entre a AMAS (além de seus gestores de fato e a SOEBRAS, via fraudulento endosso) e o Fisco brasileiro, no processo de importação dos equipamentos médico-hospitalares adquiridos junto à empresa alemã DRAGER MEDICAL (CTM nº DE8HAM ), e respectivas circunstâncias e desdobramentos (existência ou não de interposição fraudulenta de pessoas físicas e jurídicas para ocultação do real importador, regularidade do processo administrativo-fiscal decorrente, decretação do perdimento dos bens e sua doação pela DRFB/MOC ao hospital universitário público da Unimontes). Nesse cenário, o processo e o julgamento em separado dos feitos poderiam, inexoravelmente, conduzir a decisões contraditórias ou conflitantes, impondo-se sua reunião. A propósito, o Novo Código de Processo Civil (Lei /2015) que entrará em vigor em poucos dias e que terá aplicação imediata, inclusive aos processos em curso estabelece no seu art. 55, 3º: 3º. Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. II.2. Da adequação da via eleita: Ação Civil Pública Esta demanda busca a responsabilização dos réus: (a) pessoas físicas, pelos fatos narrados no item III.2, às sanções previstas na Lei nº 8.429/92; (b) pessoas jurídicas, pelos fatos narrados nos itens III.3 e III.4, às sanções previstas na Lei nº /13. Ambas as pretensões, conforme Lei, doutrina e jurisprudência, devem ser deduzidas em juízo pela via processual da ação civil pública, disciplinada na Lei nº 7.347/85. Há mais de uma década, a jurisprudência dos tribunais pacificou o entendimento de que a ação civil pública constitui o instrumento processual adequado a veicular qualquer pretensão substancial na defesa dos interesses metaindividuais, inclusive a aplicação das sanções aos atos de improbidade administrativa previstos na Lei 8.429/92 (v.g., STJ, REsp /RS, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, j. 15/10/2009, DJ ).

7 Esta consolidada jurisprudência, por si só, se aplicaria à nova Lei Anticorrupção Empresarial. Espancando quaisquer dúvidas, reza o art. 21 da Lei nº /2013: Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei no 7.347, de 24 de julho de Portanto, definida a aplicação do rito da ação civil pública para a pretensão de imposição das sanções da Lei 8.429/92 e da Lei /2013, não há óbice fático ou jurídico para cumulação de pedidos em uma mesma demanda sendo, ao revés, recomendável por razões de celeridade e economia processual, evitando-se ainda decisões conflitantes. Em reforço, dispõem os arts. 3º e 30, I, da Lei /2013: Art. 3º. A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito. (...) Art. 30. Ressalvada a hipótese de acordo de leniência que expressamente as inclua, a aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os processos de responsabilização e aplicação de penalidades decorrentes de: I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº 8.429, de Saliente-se que o rito previsto na Lei nº 8.429/92, que estabelece, em acréscimo às disposições da Lei nº 7.347/85, contraditório prévio ao recebimento da inicial, será aplicado em favor dos réus aos quais é imputada a prática de atos de improbidade administrativa. III DOS FATOS III.1. INTRODUÇÃO: Do modus operandi do casal RUY e RAQUEL MUNIZ e do grupo empresarial constituído sob o pálio das entidades SOEBRAS/Funorte e Única Educacional. A compreensão das fraudes que serão imputadas nos tópicos subsequentes passa pelo desvelamento do modus operandi dos verdadeiros agentes por detrás dos ilícitos o casal

8 RUY ADRIANO BORGES MUNIZ e TANIA RAQUEL DE QUEIROZ MUNIZ, fazendo-se, por isso necessária, uma breve regressão histórica. Ao longo das décadas de 80 e 90 do século passado, RUY MUNIZ e sua esposa RAQUEL MUNIZ constituíram empresas privadas de educação (escolas particulares e cursos preparatórios para educação). Em fins dos anos 90, vislumbraram oportunidade para se eximir ao cumprimento de obrigações tributárias e previdenciárias. Por meio de negociação cujos exatos contornos não são conhecidos, assumiram o comando da SOEMOC, uma associação existente em Montes Claros desde o ano de 1965, com o fito exclusivo de se apoderar do seu certificado de beneficência, que lhe conferia imunidade tributária. O Padre Adherbal Murta de Almeida, que geriu a entidade por mais de 30 anos, relatou no bojo do IPL nº 141/2006 DPF/MOC que, por desgosto, deixou a sociedade SOEMOC, por represálias veladas realizadas pelo próprio RUY MUNIZ. Em vídeo exibido durante a campanha para deputado federal em 2010 (f. 483/485, disponível em: o demandado RUY MUNIZ confirma a administração das entidades do grupo SOEMOC (hoje SOEBRAS), apesar de não figurar formalmente como gestor de qualquer delas. Extraem-se, da exposição de RUY MUNIZ, importantes informações sobre a constituição do grupo econômico, bem como sua predisposição à prática de fraudes tributárias e previdenciárias mediante a deliberada utilização de certificado de entidade beneficente para redução da carga tributária incidente sobre as empresas do grupo: (a) a primeira empresa fundada por RUY MUNIZ foi o Indyu Vestibular em 1981; (b) criou a Funorte em 1988, e outras cinco associações para expandir os negócios na área de ensino; (c) comprou um curtume em Montes Claros para construir o Campus JK da Funorte; (d) tentou transformar a Funorte em entidade filantrópica, já que considerava enfrentar alta carga tributária, mas encontrou muitas barreiras burocráticas; (e) em função disso, procurou fazer parceria com alguma entidade de Montes Claros que já contasse com o certificado garantidor da imunidade tributária. Procurou o padre que era dono do Colégio São Norberto para concretizar esta parceria. No primeiro momento, o padre rejeitou o negócio. Porém, no ano de 1997, o padre estaria se aposentando e o convidou para comprar os imóveis que estavam em seu nome. Na oportunidade, o padre transferiu para RUY MUNIZ a associação SOEMOC. Esta associação tinha o certificado

9 de entidade beneficente pretendido por RUY MUNIZ. Em seguida, o demandado alterou o nome da associação para SOEBRAS (Associação Educativa do Brasil); (f) na sequência do vídeo, destaca: peguei minhas escolas que existiam e doei para a SOEBRAS, incorporei na SOEBRAS e a SOEBRAS foi crescendo e virou um complexo hoje de várias escolas [ ] ; (i) por fim, alega que não é dono da SOEBRAS, mas mero administrador: Dono da SOEBRAS, do Promove, da Kennedy, da Funorte são os alunos, os professores [ ], a gente administra [ ]. Eu sucedi vários empreendedores, pessoas que tinham escola, [ ] Colégio Integral, Promove [ ]. O que importa na vida é ajudar as pessoas [ ]. Em uma das primeiras Representações Fiscais para Fins Penais envolvendo o grupo econômico SOEBRAS, consignaram os auditores-fiscais da Receita Federal (Anexo II): Diante da análise das referidas atas de reuniões e assembleias gerais e ainda da leitura de f. 09 a 30 da representação administrativa lavrada pelos auditores-fiscais da Previdência Social, Antônio Roberto de Souza e Hamilton Medeiros Leite, cuja cópia consta às f. 02 a 199 do ANEXO XI e das f. 2 a 106 do ANEXO XII da presente representação, restou constatado que, desde janeiro de 1998, a ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA DO BRASIL SOEBRAS vem sendo administrada pelo Sr. Ruy Adriano Borges Muniz, sua esposa Tania Raquel de Queiroz Muniz, seus irmãos, cunhados e associados. Até os dias de hoje, RUY e RAQUEL MUNIZ continuam a controlar e administrar os principais órgãos da SOEBRAS por meio de interpostas pessoas, sejam parentes ou amigos íntimos, sejam pessoas humildes e de parca instrução, que são ou foram funcionários do casal em suas empresas. São estes os membros integrantes dos órgãos de administração e fiscalização da SOEBRAS: Gestora: Cleude Rodrigues da Silva (que juntamente com RUY GABRIEL MUNIZ recebeu procuração para movimentar recursos da AMAS BRASIL); Presidente: Ivanilde Soares de Queiroz Almeida (prima de RAQUEL MUNIZ); Diretora Administrativa: Adriana Beatriz Queiroz Silveira (irmã de RAQUEL MUNIZ); Diretora de Operações: Maria Elza Oliveira Lopes (pessoa humilde, auxiliar administrativa de escola do casal MUNIZ, que 'desconhece o que é um balancete contábil' e que 'há três anos não assina nada'); Presidente do Conselho Fiscal: Cleunice Maria Dourado (pessoa humilde empregada de RAQUEL MUNIZ; Vice-Presidente do Conselho Fiscal: Loren Cordeiro Barbosa (funcionária da

10 SOEBRAS/FUNORTE); Conselheira Fiscal Titular: Edna Maria Araújo da Silva (funcionária da SOEBRAS); Conselheira Suplente do Conselho Fiscal: Elma Maria dos Santos (pessoa simples, auxiliar de secretaria da SOEBRAS); Conselheira Suplente do Conselho Fiscal: Maria Ivone Dias de Oliveira (bibliotecária da SOEBRAS, sem conhecimento/acesso a demonstrações contábeis). Veja-se, por exemplo, o que disse em recente depoimento à Receita Federal a suposta Presidente do Conselho Fiscal da SOEBRAS, Cleunice Maria Dourado (f. 480): Questionada se tem consciência que pertence ao quadro de pessoas integrantes do Conselho Fiscal da SOEBRAS, respondeu teve ciência no momento em que foi notificada do Auto de Infração constante do processo administrativo / Mas recorda que, por volta de 2013, a Deputada Federal Tania Raquel Queiroz Muniz procurou-a para que ela fosse incluída numa associação sem, contudo, dizer detalhes. A declarante disse, ainda, que indagou a Deputada Raquel Muniz se isso não traria problemas para a declarante, o que foi respondido pela Deputada que não haveria problema algum. Ressalta que, quando a declarante iniciou a leitura dos documentos que Raquel Muniz levou para ela assinar, a Deputada Raquel Muniz asseverou, de pronto, para que a declarante não lesse os documentos, pois iria demorar muito, momento em que ela recorda que assinou muitos papéis. Questionada se alguma vez a declarante já analisou/elaborou/auditou/propôs algum fato ou ação acerca das atribuições do Conselho Fiscal da SOEBRAS, respondeu que jamais teve conhecimento sobre isso, desconhecia até mesmo que era conselheira da Soebras; questionada qual era a relação dela com o casal Ruy Muniz e Raquel Muniz, respondeu que achava Raquel Muniz, juntamente com seu marido, pessoas boas, que deram emprego para a declarante, para as filhas da declarante, mas não imaginava que estava sendo usada como laranja. Questionada se conhece a Presidente da SOEBRAS, Sra. Ivanilde Queiroz Soares Almeida, corroborou desconhecer essa senhora. A propósito, Ivanilde Soares Queiroz de Almeida, que consta como Presidente da SOEBRAS (cuja sede foi estrategicamente transferida para Brasília/DF objetivando dificultar a fiscalização no local onde efetivamente é gerida), reside em casa humilde de bairro periférico no município de Montes Claros, e é parente de Raquel Muniz. Ainda assim, no papel, seria a dirigente máxima de uma entidade mantenedora de 125 estabelecimentos de ensino e saúde em todo o país, que gere centenas de milhões de reais.

11 Na realidade, a suposta Presidente Ivanilde Soares Queiroz é mais uma laranja da Família BORGES MUNIZ, e jamais administrou a SOEBRAS. Conforme diversas procurações públicas constantes nos autos (vide anexo III), ela outorgou amplos poderes de movimentação das contas bancárias da entidade a Ariadne Muniz (irmã de RUY MUNIZ), Thiago Queiroz Borges Muniz e Ruy Gabriel Queiroz Borges Muniz (filhos do Casal MUNIZ), e Setembrino Lopes Filho (coautor, em concurso com RUY MUNIZ, em crime milionário aplicado contra o Banco do Brasil S.A. em fins da década de 80 do século passado). Em depoimento esclarecedor prestado ao Ministério Público Federal, afirmou o Juiz de Direito e Juiz Eleitoral Danilo Campos (f. 79/81): QUE exerce o cargo de Juiz de Direito na Comarca de Montes Claros/MG desde 1995, tendo sido Juiz Eleitoral em diversas ocasiões; QUE, como Juiz Eleitoral, já teve contato com diversas irregularidades envolvendo as entidades filantrópicas do grupo SOEBRAS; (...); QUE na primeira campanha de RUY MUNIZ para o cargo de prefeito em Montes Claros/MG, no ano de 2008, o declarante, como Juiz Eleitoral, retirou de ofício a sua propaganda eleitoral do ar; QUE na referida propaganda RUY MUNIZ citava suas entidades filantrópicas como meio de se promover, alegando ser um empresário de sucesso, além de oferecer bolsas de estudos e atendimentos médicos; QUE RUY MUNIZ recorreu da decisão para o Tribunal Regional Eleitoral via mandado de segurança, não logrando êxito em revertê-la; QUE, assim, RUY MUNIZ foi proibido de mencionar, naquela eleição, sobre qualquer atividade relacionada ao grupo SOEBRAS; QUE RUY MUNIZ não foi eleito na campanha para prefeito em 2008; QUE em 2012 RUY MUNIZ concorreu novamente ao cargo de Prefeito, valendo-se do mesmo tipo de propaganda eleitoral envolvendo as entidades filantrópicas do grupo SOEBRAS; QUE, nesta última campanha, não houve impugnação da propaganda eleitoral pelo Ministério Público; QUE, da sua experiência como Juiz Eleitoral e cidadão de Montes Claros/MG, pode afirmar que RUY MUNIZ, COMO POLÍTICO, SEMPRE RESSALTOU SUA CONDIÇÃO DE EMPRESÁRIO PARA SE PROMOVER, AO PASSO QUE, COMO EMPRESÁRIO, SEMPRE ALEGOU QUE NÃO TINHA EMPRESA PARA SE FURTAR DE RESPONSABILIDADES PERANTE OS ÓRGÃOS FISCAIS E DE CONTROLE ; QUE é fato público e notório, em Montes Claros/MG, que RUY MUNIZ está à frente das entidades filantrópicas do grupo SOEBRAS e da ÚNICA EDUCACIONAL; QUE, formalmente, as entidades do mencionado grupo estão em nome de laranjas, figurando

12 RUY como associado ; QUE o declarante é aluno do curso de formação de pilotos do aeroclube de Montes Claros/MG, desde o início de 2015; QUE no pátio do aeroporto ficam estacionadas as aeronaves da ÚNICA EDUCACIONAL, a saber, um jato Phenon da Embraer e um avião bimotor; QUE a ÚNICA EDUCACIONAL ainda possui um helicóptero Robinson, que fica estacionado no Distrito Industrial, em uma das entidades vinculadas ao grupo; QUE as aeronaves e o helicóptero da ÚNICA EDUCACIONAL são utilizados para fins políticos, tanto por RUY MUNIZ quanto por sua mulher, RAQUEL MUNIZ; QUE no aeroporto de Montes Claros/MG foi recentemente construído um hangar em nome da ÚNICA EDUCACIONAL, conhecido popularmente como HANGAR DE RUY ; QUE o referido hangar se chama SEBASTIÃO MUNIZ, em homenagem ao pai de RUY MUNIZ; QUE o processo de inventário do exempresário WILSON CUNHA tramita na vara pela qual responde o declarante; QUE a mansão na qual residia WILSON CUNHA não faz parte do referido inventário, pois estava registrada em nome de terceiros; QUE é fato público e notório em Montes Claros/MG que a mansão na qual residia WILSON CUNHA foi adquirida por RUY MUNIZ; QUE não sabe dizer em nome de quem foi efetuado o registro da mencionada casa no Cartório de Registro de Imóveis; QUE toda a administração do grupo SOEBRAS está sediada, de fato, em Montes Claros/MG; QUE, porém, soube por terceiros que houve a transferência formal da sede da SOEBRAS para Brasília/MG; QUE, desde 1995, teve contato com diversos processos de execução movidos contra RUY MUNIZ; QUE RUY MUNIZ sempre se valeu da personalidade jurídica das entidades filantrópicas para fraudar credores, não pagando seus compromissos empresariais e tributários; QUE, como já dito, na condição de empresário RUY MUNIZ nega a propriedade das entidades filantrópicas do grupo SOEBRAS e ÚNICA EDUCACIONAL para se esquivar da responsabilização financeira por suas dívidas; QUE, NOTORIAMENTE, RUY MUNIZ É CONHECIDO NA CIDADE DE MONTES CLAROS/MG COMO UM MULTIMILIONÁRIO, EMBORA NÃO TENHA NENHUM BEM DECLARADO EM NOME DELE ; QUE em Montes Claros/MG há um hospital popularmente conhecido como HOSPITAL DO RUY ; QUE referido hospital é utilizado para promoção política de RUY MUNIZ; QUE há um conflito de interesses na gestão do referido hospital e na gestão da prefeitura de Montes Claros/MG por RUY MUNIZ. RUY e RAQUEL MUNIZ fazem questão de deixar bastante claro à sociedade e à opinião pública que são os proprietários e gestores de fato das entidades do grupo econômico SOEBRAS/ÚNICA EDUCACIONAL, embora não constem formalmente como administradores dessas entidades. Isso se explica pelo fato de que toda a promoção pessoal e política do casal passa pela utilização dos recursos (legalmente filantrópicos) daquelas entidades para

13 intensa publicidade na mídia regional, na qual são exaltados atributos pessoais, gerenciais e empresariais de RUY e RAQUEL MUNIZ 1. Confiram-se as mídias de f. 483/485, que contêm diversos vídeos institucionais ou entrevistas públicas nas quais os demandados RUY e RAQUEL MUNIZ assumem ou revelam quem de fato comanda o conglomerado empresarial. O grupo SOEBRAS, em verdade, gravita em torno de duas entidades, quais sejam a SOEBRAS e a ÚNICA EDUCACIONAL. Tais entidades são mantenedoras de um total de 169 estabelecimentos nas áreas de ensino e saúde (125 mantidos pela SOEBRAS e 44 pela ÚNICA EDUCACIONAL), dos quais 40 possuem endereço em comum. Os presidentes e os diretores informados no CNPJ das duas empresas mantenedoras são familiares dos demandados RUY e RAQUEL MUNIZ ou pessoas que gozam de sua confiança. A mantenedora SOEBRAS é a principal entidade do grupo e titular de Certificado de Entidade Beneficente - CEBAS-Educação, que lhe garante imunidade tributária. O modus operandi utilizado pelo casal RUY e RAQUEL MUNIZ para incorporar instituições de ensino e de saúde ao grupo SOEBRAS, em linhas gerais, é o seguinte: (a) no primeiro momento, há abertura de uma filial da SOEBRAS e/ou ÚNICA EDUCACIONAL no mesmo endereço da instituição de ensino existente; (b) um contrato particular de trespasse é assinado entre a SOEBRAS e a instituição de ensino que funcionava naquele local, transferindo para a SOEBRAS todo o complexo de bens organizados para exercício da atividade, compostos sob a titularidade do estabelecimento empresarial; (c) portanto, todos os direitos, incluindo ativo e passivo, bem como a propriedade de todos os seus elementos corpóreos e incorpóreos, imóveis, móveis e semoventes e afins são transferidos da instituição adquirida para a SOEBRAS; (d) a mantença da instituição de ensino também é transferida à SOEBRAS; (e) o quadro societário da instituição adquirida é alterado com a retirada dos sócios antigos e inclusão de pessoas do círculo de confiança de RUY e RAQUEL MUNIZ; (f) em seguida, a quase totalidade dos empregados são transferidos para a nova filial da SOEBRAS para usufruir da imunidade/isenção desta entidade; (g) as instituições de ensino adquiridas pela SOEBRAS mantêm suas inscrições 1 A título de exemplo: no segundo semestre de 2015, foi amplamente divulgada nas emissoras de televisão regionais (Rede Globo e outras) uma propaganda do programa tudo pela educação, da SOEBRAS/FUNORTE, do início ao fim com imagens focadas no casal demandado, sendo que RUY MUNIZ, portando-se como benfeitor da educação regional, afirma ao lado de sua esposa: então só depende de você, venha estudar no maior complexo educacional do interior de Minas, nós temos o curso dos seus sonhos, e agora com a mensalidade que cabe no seu bolso.

14 no CNPJ ativas, mas deixam de possuir capacidade operacional, já que os funcionários foram transferidos. A manutenção de CNPJ ativo das instituições adquiridas pela SOEBRAS, a despeito da transferência de todo o seu complexo de bens para a mantenedora, é mecanismo fundamental para as fraudes tributárias e previdenciárias perpetradas pelo grupo econômico. Quanto à fraude contra credores, importante se faz registrar que a SOEBRAS, RUY MUNIZ, RAQUEL MUNIZ e demais entidades integrantes do grupo são réus em dezenas de execuções fiscais e execuções por dívidas na Justiça do Trabalho e nas Justiças Estadual e Federal (é o que se extrai de consulta simples nos sítios do TRF da 1ª Região, TRT's da 3ª e da 10ª Região, TJMG e TJDFT). A existência do grupo econômico constituído em torno da SOEBRAS e as fraudes para blindagem patrimonial de RUY e RAQUEL MUNIZ foram logo reconhecidas pelo Poder Judiciário para alcançar dos bens dos verdadeiros donos e gestores (v. exemplificativamente cópias de sentenças e acórdãos no Anexo II). Ainda nos idos de 2004, o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região denegou um mandado de segurança impetrado pela SOEBRAS ratificando as informações prestadas pelo juiz a quo, no seguinte sentido:...conforme informações prestadas pelo MM Juízo impetrado (f. 101/104): a execução que se processa nos autos da ação trabalhista se refere a parcelas previdenciárias, decorrentes de sentença transitada em julgado em ; a ação foi ajuizada em face do Colégio Indyu Sociedade Educacional Irmãos Muniz Ltda.; o executado é um educandário pertencente a Ruy Adriano Borges Muniz e sua Esposa, Tânia Raquel Queiroz Muniz, os quais comandam, em Montes Claros e na região do norte de Minas, uma rede de estabelecimentos de ensino, destacando-se o Colégio Indyu; constitui fato público e notório a formação de grupo econômico nesse ramo empresarial sendo essa circunstância do conhecimento do juízo, em face das inúmeras ações que tramitaram envolvendo Ruy Adriano Borges e suas empresas -; é inverídica a assertiva da impetrante de que é pessoa jurídica distinta do reclamado; em face da existência desse grupo econômico, do cancelamento do Enunciado 205 do TST e considerando que a execução da contribuição previdenciária mostrava-se infrutífera, o juízo determinou fossem penhorados bens da impetrante, o que se efetivou pelo sistema BACEN-JUD. Em fins de 2008, diante das inúmeras ações/execuções movidas (ou redirecionadas) contra a SOEBRAS, o casal MUNIZ engendrou sofisticada engenharia societário empresarial na qual se constituíram as instituições ÚNICA EDUCACIONAL e AMBAR SAÚDE, transferindo-

15 lhe cursos, bens, funcionários, direitos e obrigações da SOEBRAS. O objetivo, uma vez mais, era fraudar Fisco, Previdência Social e credores em geral, que não lograriam reaver seus créditos junto à SOEBRAS. Semelhantes manobras, contudo, têm sido objeto de adequada e firme resposta por parte do Poder Judiciário. Confira-se, a propósito, em feito no qual figuravam como executados a SOEBRAS, RAQUEL MUNIZ e seu filho Thiago Queiroz Borges Muniz, recente acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (f. 02/13 do anexo II): No caso enfocado, do exame cuidadoso dos autos do recurso, deflui-se que a pretensão do agravante deve ser deferida, pois, a meu ver, restou provado que a sociedade empresária agravada [SOEBRAS] foi utilizada como escudo para a prática de atos ilícitos que visam prejudicar seu credor (o agravante). Isso porque, da leitura da Ata de Assembléia Geral Extraordinária, copiada às f.193/199-tj, deflui-se que, de fato, em 30/06/2003, foi transferido para a SOEBRAS, ora agravada, a mantença e as respectivas receitas de todos os cursos vinculados às Instituições Educacionais FUNORTE e ASSENE, e de acordo com o ajustado seria de responsabilidade da SOEBRAS a efetivação dessa transferência, eis que do documento constou: 'O Dr. João Luiz de Almeida Filho ressaltou ainda, que além do complexo campus FUNORTE ceder, sem ônus, o uso da marca FUNORTE para a SOEBRAS, pois já se tornou referencia no ensino superior/médio/fundamental da região conhecida, publicamente, na denominação de campus universitário em Montes Claros, no qual, foi aprovado por todos os pares da Instituição'. [ ] '...se transfere, também para a SOEBRAS a administração dos saldos existentes, valores a receber e a contratar/aditar dos contratos com o FIES firmados/aditados pelos discentes das IES e beneficiários do programa de financiamento estudantil pela CEF.' [ ] 'Os presidentes da FUNORTE e ASSENE lembraram, ainda, da necessidade de se fazer as devidas alterações de mantença e dados cadastrais das IES no MEC e em outros órgãos afins, o que ficou a cargo da própria SOEBRAS.' Além disso, pela documentação carreada aos autos, comprovou-se, ainda, que, em 30 de dezembro de 2008, a SOEBRAS, ora agravada, constituiu as Instituições, ÚNICA EDUCACIONAL e AMBAR SAÚDE, para as quais transferiu não só as mantenças de todos os seus cursos como também os imóveis, o mobiliário (como máquinas, equipamentos e acervo bibliográficos), os direitos e obrigações dos contratos de Cessão de Uso firmados com outras Instituições (inclusive com a FUNORTE), mas, também, todos os funcionários pertencentes ao corpo docente, como se acha registrado na Ata de Assembléia Geral

16 Extraordinária de f. 179/191-TJ, que foi assinada, assim como as outras, pelos mesmos associados, o que demonstra mais uma vez a vinculação entre as referidas instituições. Dessa maneira, levando em conta a documentação trazida aos autos, vê-se que resta sobejamente comprovada a confusão patrimonial entre as Instituições referenciadas, o que explicaria o fato de a SOEBRAS, ora agravada, exercer suas atividades sem possuir dinheiro depositado em suas contas bancárias (f. 147/153-TJ). Além do mais, percebe-se que há manipulação da autonomia das pessoas jurídicas para realização de fraude contra credores ou, ao menos, abuso de direito, pelo que deve ser desconsiderada a personalidade jurídica para atingir bens das Instituições e sociedades integrantes do mesmo grupo econômico. (...) Ora, os exemplos citados, a meu ver, se encaixam perfeitamente à hipótese versada, em que os agravados não só criaram como também transferiram para outras Instituições, com o mesmo objeto social, a mantença de seus cursos, seus imóveis, seu mobiliário e funcionários, abandonando, paulatinamente as atividades da SOEBRAS (executada), tornando praticamente impossível a execução das obrigações que ela foi condenada a pagar. Em assim sendo, conclui-se que essas sociedades/instituições (e talvez outras) não passam de entidades de existência meramente formal, que são utilizadas pelos agravados para exercer atividades no mundo dos negócios com limitação das responsabilidades que são suas e os patrimônios de umas são desviados em benefício das outras de forma a frustrar os credores, que não conseguem levar a bom êxito a execução porque não encontra bens para serem penhorados, que estejam registrados em nome da executada formalmente (...) Com essas considerações, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO, quanto à parte da decisão que indeferiu o pedido de justiça gratuita, pela ocorrência da preclusão lógica; DOU PROVIMENTO, em relação aos outros dois pedidos, para desconsiderar a personalidade jurídica das instituições referenciadas e determinar a inclusão da FUNORTE - FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS - (CNPJ / ), AMBAR SAÚDE (CNPJ / ) e ÚNICA EDUCACIONAL (CNPJ / ), no pólo passivo da execução, e autorizar a pesquisa e bloqueio on line, via BACENJUD, dos numerários existentes nas contas - corrente e poupança -, assim como em aplicações financeiras de qualquer natureza, até o limite do valor da execução, das citadas instituições. (TJMG, 11ª Câmara Cível, AI nº /004, relator Desembargador Marcos Lincoln, j. em 30/10/2013, Dje 04/08/2014) (destacamos) Por outro lado, apurou-se a existência de ao menos 03 (três) procedimentos fiscais

17 em face do grupo econômico, dos quais dois resultaram em suspensão de imunidade/isenção da SOEBRAS para períodos pretéritos (f. 140/143): (1) o primeiro, deflagrado em 2004, que ensejou o afastamento da imunidade tributária para os anos-calendário 2001, 2002, 2003 e 2004, lavrando-se autos de infração geraram créditos tributários inscritos em dívida ativa da ordem de R$ ,00 (quarenta e sete milhões de reais); (2) o segundo, encetado em 2012, acarretou a suspensão da imunidade de contribuições sociais para os anos 2009 e 2010, dando azo a um crédito tributário de aproximadamente R$ ,00 (cinquenta e quatro milhões de reais); (3) o terceiro, ora em curso, relativo ano-calendário Nesse contexto, os demandados RUY e RAQUEL perceberam que as entidades do grupo SOEBRAS/FUNORTE e ÚNICA EDUCACIONAL já se mostravam insuficientes para as fraudes contra credores, e, especialmente, contra o Fisco e a Previdência Social. Além disso, os certificados de entidades beneficentes (CEBAS) daquelas instituições já não eram mais garantia de imunidade tributária, pois a Receita Federal do Brasil, nas fiscalizações realizadas naquelas entidades, suspendera retroativamente referida imunidade atinente a determinados períodos. Então, quando RUY MUNIZ assumiu o comando da Prefeitura de Montes Claros em , ele e a sua esposa RAQUEL MUNIZ idealizaram e executaram uma empreitada ilícita consistente em se apropriarem para si, seus filhos e respectivo grupo econômico de entidade assistencial estritamente vinculada ao poder público municipal, existente há 03 (três) décadas, de reconhecida credibilidade, e designadamente que, em fins de 2012, em razão de seu histórico de ações assistenciais no âmbito local, fora contemplada com um valioso certificado de entidade beneficente (CEBAS) expedido pela Secretaria Nacional de Assistência Social, que lhe conferia imunidade tributária e previdenciária. III.2. Dos Atos de Improbidade Administrativa relativos à Fraudulenta Apropriação de Entidade Vinculada à Prefeitura de Montes Claros (APAS, hoje AMAS BRASIL), do Respectivo Patrimônio e do Certificado de Entidade Beneficente (concedido pela União), em prol da FAMÍLIA MUNIZ e do Grupo Econômico SOEBRAS.

18 No dia , na sala de reuniões da Secretaria de Planejamento do Município de Montes Claros, foi realizada assembleia geral para a aprovação do estatuto de criação de uma associação civil sem fins lucrativos, denominada Associação de Promoção e Ação Social APAS. Sua sede era a própria Prefeitura de Montes Claros. Seu objetivo seria o equacionamento e encaminhamento dos assuntos relacionados à ação e promoção social em Montes Claros (art. 3º). Inicialmente, tratava-se de associação composta exclusivamente por mulheres, mais especificamente esposas dos principais agentes políticos locais (Prefeito, Vice-Prefeito, Secretários Municipais e Vereadores), que ostentavam a condição de associadas natas (art. 7º). O estatuto social estabeleceu um estrito vínculo da APAS com o poder público municipal e o governo em exercício, ao dispor que o órgão máximo de gestão da entidade caberia à primeira-dama, como Diretora-Presidente, seguida da esposa do Vice-Prefeito, como Diretora Vice-Presidente (art. 13). As atividades permanentes da APAS historicamente se desenvolveram em torno dos chamados Centros de Convívio, que funcionavam em escolas de rede municipal de ensino, reforçando a natureza ancilar da entidade em relação ao poder público municipal. Já na ata de constituição da APAS, consta: Encerrada a reunião, definiu-se que haveria uma outra onde haveria a apresentação do projeto para a criação do Centro de Convívio a ser apresentado pela técnica da Secretaria Municipal de Planejamento, Srta. Mércia Maria Fagundes (f. 12 do anexo I). Ao longo dos anos, foram sendo instituídos novos Centros de Convivência: na virada do século, conforme ata de reunião datada de , já existiam 06 (seis) unidades. Ao final de 2012, eram 16 (dezesseis) unidades. As reuniões da APAS, até o ano de 2012, realizaram-se em sua (quase) totalidade na sede da Prefeitura, no gabinete do Prefeito. Diante da interseção das atividades desenvolvidas, era comum a presença dos Secretários de Educação nas reuniões da APAS, e, não raro, do próprio Prefeito Municipal (v.g., Jairo Ataíde Vieira, que governou o município de 1997 a 2004, invariavelmente abria as reuniões durante os seus mandatos). As pautas programáticas da APAS também coincidiam com o campo de atuação próprio do poder público municipal. Assim, por

19 exemplo, conforme ata de reunião de , discutia-se a questão social dos menores de rua, que então se espalhavam por Montes Claros. E eram os próprios Prefeitos eleitos que, tão logo assumiam a gestão municipal, davam posse às suas esposas enquanto Diretoras-Presidentes da APAS. Em e , a Assembleia Geral deliberou alterações pontuais no estatuto da APAS, que em nada desnaturavam as suas finalidades, apenas explicitando a forma de consecução dos objetivos socioassistenciais da entidade em Montes Claros. Na reforma estatutária de 2005, por exemplo, previam-se, dentre outras finalidades: I- proteger e amparar as famílias de baixa renda das comunidades atendidas pelos Centros de Convívio; II- executar programas de assistência sócio-assistencial e sócio-educacional às famílias de baixa renda do município de Montes Claros; III- ministrar a Educação Infantil em complementação à Secretaria Municipal de Educação; IV- buscar através de Programas e Projetos de Ação Social recursos para amenizar os problemas sociais vivenciados pelas famílias de baixa renda; (...). Na ata de reunião do dia , constam importantes informações sobre a certificação da APAS, pelo Governo Federal, como entidade de utilidade pública federal, como se vê no seguinte trecho:...a Presidente Dra. Stela Gleide Martins Leite, que apresentou a Certidão do Ministério da Justiça concedida à Entidade após a apresentação do Relatório Circunstanciado de Prestação de Contas (...) Eles informaram que a Entidade recebeu o Certificado porque a APAS prestou contas ao Ministério da Justiça de seus serviços prestados em 2009 (atividades financeiras, administrativas, sócio-assistenciais e sócio-educativas) deixando claro que o Ministério avalia minuciosamente as atividades prestadas pela Entidade, e somente após aprovação emite o Certificado de Manutenção de Utilidade Pública Federal. Quanto à reforma do Estatuto, eles informaram que houve mudanças nos serviços de Assistência Social de acordo com os serviços que oferecem nas áreas da Assistência pelos seguintes Ministérios: Ministério da Educação, Ministério da Saúde e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Motivo este, a Entidade aguarda a Certificação por parte dos Ministérios de acordo com a nova legislação para que possamos proceder às devidas alterações estatutárias.

20 Em , o Ministério do Desenvolvimento Nacional e Combate à Fome, por intermédio da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS), publicou a Portaria nº 1.081/2012 (f. 285), concedendo à APAS o Certificado de Entidade Beneficente (CEBAS) de Assistência Social pelo prazo de 03 (três) anos. Informou a Secretária Nacional de Assistência Social que o pedido da APAS fora protocolizado em e julgado de acordo com a legislação anterior à vigência da Lei /09. Conforme cópia integral do processo administrativo de requerimento e concessão do CEBAS (Processo Administrativo nº / , cópia integral na mídia de f. 519/520), a APAS apresentou relatório de mais de 02 (duas) décadas de atividades assistenciais no Município de Montes Claros, declarações de utilidade pública federal (Ministério da Justiça) e certificados diversos emitidos por órgãos públicos e conselhos assistenciais, etc. A concessão do CEBAS à APAS, pela Secretaria Nacional de Assistência Social, teve por fundamento o Parecer Técnico nº 1327/2012/CGCEB/DRSP/SNAS/MDS (f. 745/806), que se apoiou no histórico de 29 (vinte e nove) projetos assistenciais executados ao longo do funcionamento da entidade, a maior parte dos quais custeados por convênios e parcerias firmados com o Poder Público, bem como pela administração de 14 (catorze) Centros de Convivência em parceria com a Prefeitura de Montes Claros, tudo de forma gratuita aos beneficiários e usuários dos serviços. O conjunto de bens e ativos da APAS foi paulatinamente incrementado no curso do tempo, até De acordo com o relato de João Geraldo Câmara, que exerceu a função de contador da APAS até fins de 2012 (f. 546): QUE desde os mandatos do ex-prefeito Jairo Ataíde prestou, voluntariamente, assessoria contábil à Associação de Promoção e Ação Social (APAS); QUE assessorava as primeiras-damas, enquanto presidentes da associação, e tinha conhecimento de toda a movimentação financeira da entidade (origem e aplicação dos recursos), sendo que todos os pagamentos efetuados pela entidade passavam pelo seu crivo; (...); QUE o declarante esclarece que encerrou sua atuação na APAS em dezembro de 2012, quando do encerramento do mandato do ex-prefeito Luiz Tadeu Leite; QUE a esposa do ex-prefeito Luiz Tadeu Leite, Stela Greice Leite, era a presidente da entidade à época;

21 QUE o declarante, embora servidor do município, não mais atuou na APAS a partir do início do mandato do atual prefeito Ruy Adriano Borges Muniz; QUE só veio a ter notícias da entidade quando ouviu pelos meios de comunicação a notícia do seu envolvimento em importação supostamente irregular de equipamentos médico-hospitalares; QUE aí o declarante teve o conhecimento, inclusive, da alteração da razão social da entidade, sendo acometido de surpresa e tristeza, pois ao longo de todos esses anos acompanhou de perto o relevante trabalho social que a entidade realizou em prol da comunidade de Montes Claros, havendo épocas em que o número de pessoas atendidas pela entidade chegou a mais de três mil pessoas; QUE o declarante sabe dizer que a APAS, ao final da gestão do ex-prefeito Luiz Tadeu Leite, possuía patrimônio constituído de imóveis, móveis e valores em espécie mantidos em contas específicas, mas eram valores bem baixos; QUE o balanço referente ao exercício de 2012 espelha com clareza o acervo patrimonial da entidade ao final daquele exercício; QUE referido balanço deve ficar arquivado na entidade, tendo sido entregue, durante a transição ocorrida no final de 2012, à sucessora da então presidente Stela Leite, qual seja a primeira-dama Raquel Muniz. Em razão de sua atuação local de cunho assistencial, a APAS (enquanto APAS) recebeu por doação dois bens imóveis situados no Bairro Vila Oliveira, Montes Claros/MG, com áreas de 1.157,50 m2 e 496 m2 vide certidões expedidas pelo 2ª Ofício de Registro de Imóveis de Montes Claros (f. 409/411). Em um destes imóveis, também eram realizadas reuniões da entidade. À luz dos balanços patrimoniais anuais da APAS até 31/12/2012, verifica-se que a quase totalidade das receitas que constituíram o patrimônio da entidade foram oriundas de verbas públicas recebidas através de convênios firmados com o Poder Público nas esferas federal, estadual e municipal (f. 772/788). Tais recursos serviram inclusive à aquisição de considerável patrimônio em bens móveis (inclusive automóvel), da ordem de R$ ,31 (trezentos e trinta e seis mil, setecentos e sessenta e seis reais e trinta e um centavos) (f. 811/816). Em , RUY MUNIZ tomou posse como Prefeito do Município de Montes Claros, para o exercício do mandato 2013/2016. Logo nomeou RAQUEL MUNIZ para o cargo de confiança de Chefe de Gabinete do Prefeito. E, no dia , RUY MUNIZ deu posse a sua esposa no cargo de Diretora-Presidente da APAS (f. 199).

22 No dia , RAQUEL MUNIZ convocou Assembleia Geral da APAS para o dia , para eleição e posse dos membros da nova diretoria. A reunião se realizou na data assinalada, na Sala de Reuniões do Gabinete do Prefeito. Conforme consta na ata respectiva (f. 197/198), esteve presente o Prefeito RUY MUNIZ, que colocou a prefeitura à disposição para algumas parcerias com a Apas. Ainda segundo a ata, a Presidente Raquel Muniz deu início à eleição da nova diretoria e lembrou a todos que este trabalho é voluntário. Os interessados deram seus nomes e foram falados os cargos disponíveis. Os interessados foram nomeados e aclamados pela assembleia. Logo após foi dado posse a diretoria estatutária da Associação de Promoção e Ação Social Biênio 17/01/2013 a 17/01/2015 ficou assim definida. Contudo, a assembleia em referência serviu apenas para legitimar a diretoria previamente escolhida pelo Prefeito RUY MUNIZ e sua esposa (Chefe de Gabinete do Prefeito), que intervieram pessoal e diretamente, em reunião anterior, para obstar o acesso de terceiros interessados em ocupar os cargos submetidos à simulada eleição. A este respeito, disse a testemunha Diego de Macedo Froes (f. 477): QUE é neto do atual vice-prefeito de Montes Claros, José Vicente Medeiros, mas não mantém nenhum vínculo profissional com o município; QUE participou de duas reuniões relacionadas à eleição da diretoria da APAS que assumiu a entidade no início da gestão do atual prefeito de Montes Claros; QUE uma primeira reunião, não convocada por edital, foi realizada para a prévia definição dos nomes que seriam escolhidos para compor a nova diretoria; QUE essa reunião foi conduzida pelo prefeito Ruy Muniz e se realizou na sala de reuniões do gabinete do prefeito; QUE a segunda reunião, esta já com publicação de edital de convocação, aconteceu no mesmo local, mas foi presenciada por um público consideravelmente maior do que aquele presente à primeira reunião; QUE essa segunda reunião foi em verdade uma solenidade, inclusive organizada, salvo engano, pelo cerimonial da prefeitura, para que a nova diretoria tomasse posse; QUE se recorda de que nessa solenidade houve a apresentação de um artista, sendo ainda tocado o hino nacional; QUE nessa segunda reunião não houve consulta sobre o interesse dos presentes em se candidatar a algum dos cargos da diretoria, pois isso já havia sido decidido na reunião anterior; QUE, enfatiza, nessa segunda reunião ocorreu apenas a posse da diretoria anteriormente escolhida; QUE a primeira reunião foi aberta pela Sra. Tânia Raquel Muniz,

23 mas esta se ausentou em determinado momento, em razão do desempenho das funções de chefe do gabinete do prefeito, e a reunião passou a ser conduzida pelo prefeito; QUE este ia indagando aos presentes, após anunciar os cargos, quem se interessava em exercê-los, tendo o declarante manifestado a intenção de compor o Conselho Fiscal da APAS, ao que o prefeito informou não ser possível o desempenho da função pelo declarante em razão de ser parente do vice-prefeito; QUE o declarante não questionou a decisão, por se sentir constrangido, embora não tenha conhecimento de qualquer impedimento à sua participação em razão do anunciado parentesco; (...); QUE o declarante já conhecia a APAS por ter atuado na gestão anterior àquela iniciada em 2013; (...) Na referida eleição da nova Diretoria da APAS, os réus RUY e RAQUEL, que já controlavam a administração da entidade em razão da presidência ser exercida pela primeiradama, cuidaram especialmente de controlar a parte financeira da entidade por meio de pessoas de sua estrita confiança: para o cargo de 1ª Tesoureira, designaram SIMONE TORRES GUSMÃO SANTOS, funcionária da SOEBRAS desde 2007 e então ocupante do cargo de confiança de Diretora de Assistência Social da Prefeitura de Montes Claros; para o cargo de 2º Tesoureiro, o testa-de-ferro e demandado JHONATAN RODRIGUES SILVA, também funcionário da SOEBRAS e fiel cumpridor das ordens de RUY e RAQUEL. Este último relatou em depoimento prestado ao MPMG (f. 260): que tão logo a primeira dama Raquel Muniz foi assumir seu cargo de Presidente da APAS, o declarante foi convidado a comparecer à entidade pela própria primeira dama e, no local, foi por ela indicado para o cargo de tesoureiro, tendo sido eleito para o referido cargo pelas pessoas ali presentes. Aparentemente, neste primeiro momento, a Família MUNIZ tencionava se valer da APAS como válvula de escape para obter e gerir recursos públicos sem as amarras da Lei de Licitações e as restrições e os controles inerentes às atividades da administração pública. No dia , o Prefeito RUY MUNIZ encaminhou à Câmara Municipal de Montes Claros/MG o Projeto de Lei nº 70/2013 (f. 185), com efeitos retroativos a , autorizando e abrindo crédito orçamentário ao Poder Executivo municipal para repassar à APAS a importância de R$ ,40 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil quinhentos e cinquenta e quatro reais e quarenta centavos), destinada à implantação da educação em tempo

24 integral, através do oferecimento de atividades curriculares complementares aos alunos da rede pública municipal de ensino. Aos , o Presidente da Câmara Municipal de Montes Claros encaminhou ofício ao Prefeito RUY MUNIZ informando que o Projeto de Lei nº 70/2013 fora aprovado em reunião ordinária do Poder Legislativo municipal em (f. 188). Os propósitos dos demandados RUY e RAQUEL MUNIZ só não se consumaram porque, no dia , o Ministério Público de Minas Gerais expediu Recomendação a demandada RAQUEL, para que, diante do teor expresso do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal, bem como em virtude de sua condição de esposa e chefe de gabinete do senhor prefeito de Montes Claros, não aceite (e, caso tenha recebido algum, devolva imediatamente) qualquer repasse de verba pública municipal destinada à APAS, sob pena de, caso aceite (ou não devolva imediatamente) tais recursos, configuração de ato de improbidade. A norma legal mencionada pelo MPMG, qual seja o art. 100 da LOM de Montes Claros, dispõe: O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores e os servidores municipais, bem como as pessoas ligadas a quaisquer delas por matrimônio ou parentesco, afim ou consanguíneo, até o segundo grau, ou por adoção, não poderão contratar com o Município, subsistindo a proibição até seis meses após findas as respectivas funções. Diante do impasse, no dia realizou-se reunião na sede do MPMG, a pedido da Prefeitura de Montes Claros, com as presenças de três Promotores de Justiça (Felipe Caires, Paulo Vinícius Magalhães e José Aparecido Rodrigues), do Prefeito RUY MUNIZ, da Procuradora-Geral do Município (Marilda Marley), da chefe de gabinete do Prefeito e Presidente da APAS (RAQUEL MUNIZ), e da Diretora de Assistência Social da Prefeitura e Tesoureira da APAS (Simone Torres). Conforme ata desta reunião (f. 190/192), a posição jurídica firmada pelo MPMG e externada na Recomendação dizia respeito, exclusivamente, à vedação de utilização de recursos públicos e servidores públicos na APAS até seis meses após o desligamento das esposas do Prefeito e do Vice-Prefeito. Todavia, os demandados RUY e RAQUEL MUNIZ, em nome da Prefeitura de Montes Claros e da APAS, respectivamente, fizeram constar na ata (f. 191):

25 ( ) O Município de Montes Claros e a APAS Associação de Promoção e Ação Social resolvem neste ato, em atenção à recomendação do Ministério Público, realizar uma assembleia geral para promover a reforma do estatuto da APAS objetivando mudança de endereço e alteração do art. 17 1º, inc. I e II que dispõem que a Presidente e Vice-Presidente são respectivamente o cônjuge do Prefeito e do Vice-Prefeito Municipal, além de ampliar o espectro de ações da entidade buscando sua sustentabilidade no terceiro setor e eleição de nova diretoria. Em nenhum momento o MPMG fez menção ou sugestão de expandir a esfera de atuação da APAS, tampouco de alteração de toda a Diretoria, visto que, ressalvada a substituição da Presidente e da Vice-Presidente (porque esposas do Chefe do Poder Executivo e do seu vice), não havia necessidade (e sequer era recomendável) a substituição do restante dos membros da Diretoria (Conselheiros Fiscais e Tesoureiros), que tinham mandatos vigentes até Surgiam, aí, os primeiros indícios do que, ulteriormente, revelou-se como o real objetivo de RUY e RAQUEL MUNIZ: a apropriação da APAS para si, seus familiares e grupo econômico, de modo a usufruir em seus negócios privados não só da reconhecida credibilidade da entidade, mas, sobretudo, do valioso certificado de entidade beneficente (CEBAS) outorgado pela Secretaria Nacional de Assistência Social SNAS no dia , que conferia à APAS imunidade tributária e previdenciária. O Prefeito RUY MUNIZ, embora tentando negar a fraude, assumiu a autoria da engenharia estatutária empreendida para captura da APAS em prol dos interesses econômicos de sua família. Em entrevista coletiva concedida, no dia , em seu hospital AMBAR SAUDE (Hospital de Clinicas Dr. Mário Ribeiro), afirmou: nós optamos para que fosse feita a gestão do hospital da SOEBRAS pela AMAS, e quando eu virei Prefeito, nós separamos a APAS da Prefeitura (mídia de f. 817/818). Em dezembro de 2013, RUY e RAQUEL MUNIZ, diretamente ou por interpostas pessoas, produziram cartas de renúncia rigorosamente idênticas (tanto no conteúdo quanto no layout gráfico), e submeteram às assinaturas dos demais integrantes da Diretoria da APAS, cujos mandatos estavam em pleno vigor. Para tanto, ludibriaram-nos com a falsa informação de que a

26 mudança de toda a diretoria decorria da recomendação e do acordo com o Ministério Público, quando, em verdade, os membros do Parquet não haviam se pronunciado a respeito. As cartas de renúncia (f. 221/235) foram subscritas por Andrea Beatriz da Silva, Maria Cilene Maia Nobre e Maria Elane Murta Luz (suplentes do Conselho Fiscal), Maria Elza de Oliveira Lopes, Elza Pogian Dias e Maria Emília Pereira Jorge Leite (titulares do Conselho Fiscal), Alessandra Ribeiro Pereira (Diretora de Relações Públicas), Simone Domingos de Santana (suplente de Relações Públicas), Alessandra Marques de Oliveira (Diretora Social), Shyrliene Silva Soares Braga (Diretora Social), Jhonatan Rodrigues Silva e Simone Torres Gusmão Santos (Tesoureiros), Maria de Fátima Machado Guerra (2º Secretária), Marília Gonçalves dos Santos Teixeira (1ª Secretária) e Mirtes Medeiros Alves Froes (Vice-Presidente). Simone Domingos de Santana esclareceu a origem da carta de renúncia (f. 376 e 381): sim, a RAQUEL nos ligou, pediu para nos ligar, para que todos da associação, éee... fôssemos desligados, eu nunca perguntei o motivo, porque eu só recebo ordens, acato, e... tudo ok; (...) sim, uma carta de renúncia que todos nós assinamos, continha o nosso endereço, CPF, identidade e documentos formais. Dando continuidade ao projeto ilícito de apropriação da APAS em benefício da Família BORGES MUNIZ, o qual girava em torno da espúria alteração do estatuto social da entidade e da escolha de nova diretoria, aos a demandada RAQUEL MUNIZ procedeu à publicação de edital de convocação de assembleia geral extraordinária da APAS para deliberar sobre a seguinte ordem do dia (f. 212): 1. Alteração do Estatuto Social; 2. Eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal; 3. Mudança de endereço; 4. Criação de filiais; 5. Outros assuntos de interesse. Assim, no dia realizou-se a assembleia convocada. Conforme a ata (f. 213/217), a primeira parte da reunião foi conduzida por RAQUEL MUNIZ, que apresentou e leu o novo Estatuto Social, o qual foi aprovado pelos presentes. A seguir, teria sido eleita a nova Diretoria da entidade. Então, JHONATAN RODRIGUES, novo Presidente, teria assumido a condução dos trabalhos, e teria submetido à aprovação da assembleia tanto o novo endereço da

27 entidade quanto a criação 12 (doze) novas filiais, além da mudança do nome para Associação Mantenedora de Estabelecimentos Escolares, Promoção e Ação Social AMAS BRASIL. A eleição que aparentemente não existiu de fato, pairando sobre a ata que a registrou fortes suspeitas de falsidade, ante a divergência entre o seu conteúdo e o que foi relatado ao MPMG e ao MPF por pessoas que participaram da assembleia serviu para que RUY e RAQUEL MUNIZ tivessem controle total sobre todos os membros da Diretoria, nela infiltrando seus parentes, testas-de-ferro e empregados subservientes. Assim ficou definida a nova Diretoria: Jhonatan Rodrigues Silva (Presidente), Elza Gonçalves Queiroz (Vice- Presidente), Joelton Uemerson Dias (Tesoureiro), Edna Maria Araújo da Silva (Secretária), Adriana Beatriz Queiroz Silveira (Presidente do Conselho Fiscal), Maria Luíza Rodrigues Andrade (Vice-Presidente do Conselho Fiscal), Marilda Rodrigues Pereira Lima (efetiva do Conselho Fiscal), Ricardo Borges Muniz (suplente do Conselho Fiscal), Elma Patrícia dos Santos (suplente do Conselho Fiscal) e Maria Ivone Dias de Oliveira (suplente do Conselho Fiscal). Elza Gonçalves Queiroz é a mãe de RAQUEL MUNIZ, e, em seus depoimentos prestados à Receita Federal (f. 176) e ao MPMG (f. 265), demonstrou completa ignorância sobre o funcionamento da AMAS. Adriana Beatriz Queiroz é irmã de RAQUEL MUNIZ, e integra o seu grupo econômico, atuando também como Diretora Administrativa da SOEBRAS. Ricardo Borges Muniz é irmão de RUY MUNIZ e integrante do seu grupo econômico, hoje Diretor do Hospital de Clínicas Mário Ribeiro da Silveira. Jhonatan Rodrigues Silva é testa-de-ferro de RUY e RAQUEL MUNIZ, aos quais devota irrestrita obediência. Trata-se de pessoa de origem humilde, inicialmente estudante de faculdade pertencente ao grupo empresarial do casal (Funorte). Depois se tornou funcionário da SOEBRAS e, em seguida, responsável pelo campus Amazonas da Funorte. Integrou, ainda, a equipe de transição de RUY MUNIZ na Prefeitura de Montes Claros. O desconhecimento de JHONATAN RODRIGUES sobre temas e assuntos banais a envolver a AMAS BRASIL evidencia-se em toda entrevista, reunião e depoimento a que ele se faz presente ostentando a condição de presidente da entidade. À Receita Federal, declarou que

28 não sabe declarar como foi a definição de como a AMAS seria a gestora do hospital (Mário Ribeiro) (f. 166). Ao Ministério Público Estadual, disse que na reunião de 03/01/2014 houve a alteração do estatuto da AMAS para a previsão de filiais da entidade nos municípios de Feira de Santana, Itabuna, Jequié, Salvador e Vitória da Conquista, todos no Estado da Bahia, além de Belo Horizonte, Três Corações, São Gonçalo do Sapucaí, Betim e Pará de Minas, todos em Minas Gerais; que, entretanto, o declarante não sabe informar o que existe nos endereços dessas filiais que constam na Ata de Assembléia de 03/01/2014; que o declarante não participou de nenhuma negociação com os proprietários dos imóveis ou dos estabelecimentos situados nos endereços das filiais (f. 260v). Em visita realizada por auditores-fiscais da DRFB/MOC ao Hospital de Clínicas Mário Ribeiro, JHONATAN deixou-se trair: Ele (Jhonatan) ainda disse que Ruy Muniz dá oportunidade a ex-alunos da Funorte/SOEBRAS para atuarem como diretores das empresas que ele comanda; que é o caso dele e de outros ex-alunos (f. 661). Em várias reuniões entre auditores-fiscais da Receita Federal e a AMAS BRASIL, RUY MUNIZ fez-se presente e portou-se como gestor de fato daquela entidade, ao passo que JHONATAN RODRIGUES ostentava postura subalterna e era tratado por RUY como serviçal. Na visita de auditores-fiscais ao Hospital Mário Ribeiro no dia , a explanação sobre o funcionamento do hospital e a atuação da AMAS foi conduzida por RUY, que inclusive deu ordens a JHONATAN (apresentação da planta do hospital) e por vezes interrompeu a fala deste para clarear alguns pontos (f. 661). A incapacidade de JHONATAN para fazer as vezes de gestor da AMAS ficou nítida na reunião ocorrida na DRFB/MOC em , quando ele precisou outorgar autorização à mão para que RUY MUNIZ falasse em nome da entidade (f. 667). Já na reunião realizada na Superintendência da Receita Federal em Minas Gerais, no dia , para tratar de importação de equipamentos hospitalares por parte da AMAS BRASIL, JHONATAN passou despercebido ante a dominância de RUY e RAQUEL MUNIZ (f. 711/716). Como ordinariamente se verifica em casos a envolver interpostas pessoas, JHONATAN outorgou procurações públicas para que Ruy Gabriel Queiroz Borges Muniz, filho de RUY e RAQUEL, pudesse movimentar livremente as contas bancárias da AMAS BRASIL (f. 164/165).

29 Conquanto notório testa-de-ferro, JHONATAN RODRIGUES diferentemente dos demais componentes da diretoria escolhida pelos demandados RUY e RAQUEL, que apenas assinaram a ata da assembleia concorreu direta e decisivamente para a apropriação da AMAS BRASIL em prol da família BORGES MUNIZ e do grupo econômico SOEBRAS, praticando atos e celebrando negócios jurídicos em nome da entidade, por meio dos quais se perfectibilizou a apropriação da AMAS pelo casal RUY e RAQUEL. Ainda, compareceu e apresentou-se junto a órgãos públicos valendo-se da condição de presidente formal da entidade, para tratar, posto que em companhia e sob a cerrada vigilância dos demandados RUY e RAQUEL MUNIZ, de assuntos do interesse da AMAS BRASIL. Os demais membros da Diretoria eleitos em são, todos, empregados de confiança das empresas ligadas a RUY e RAQUEL MUNIZ, servindo-lhes com fidelidade. Joelton Uemerson Dias é empregado de RAQUEL MUNIZ e da mãe desta, na Papelaria Xodó, há quase duas décadas, tendo declarado que nunca atuou no controle das receitas e despesas da AMAS BRASIL, sendo que era o responsável pelas questões bancárias da instituição; (...) que o declarante nunca se reuniu com Jhonatan e com ele foi a instituições bancárias apenas para abertura de contas correntes, não tendo assinado nenhum cheque ou outros documentos para pagamento de despesas da AMAS-Brasil (f. 262v). Elma Patrícia dos Santos possui vínculos trabalhistas com a SOEBRAS desde 2004, e afirmou que nunca participou, nem mesmo como voluntária, de qualquer atividade junto à APAS; que a declarante não participou da reunião em que houve a transformação da APAS em AMAS-Brasil, não tendo sido nem mesmo convidada para a referida reunião; que apresentados à declarante os documentos de f. 15/18, reconhece suas assinaturas lançadas em seu nome, mas informa que essas assinaturas foram subscritas pela declarante em data posterior, na Secretaria do Colégio Ímpar/Integral, onde trabalhava; que um funcionário da SOEBRAS foi quem entregou o documento e pediu que a declarante assinasse (f. 263).

30 Maria Ivone Dias de Oliveira é funcionária da SOEBRAS/FUNORTE desde o ano de 1982, trabalhando como auxiliar de biblioteca, e demonstrou ausência de conhecimentos mínimos sobre suas supostas funções no Conselho Fiscal (f. 169). Edna Maria Araújo da Silva Almeida trabalha na SOEBRAS há cerca de 12 anos, e atualmente ocupa a coordenação pedagógica da Funorte. Informou que sua função na AMAS era basicamente de redação de atas de reuniões (f. 266). Marilda Rodrigues Pereira Lima é uma simplória copeira do Hospital Mário Ribeiro, que afirmou que não sabe quais são as funções do Conselho Fiscal (f. 171), e que não participou da reunião de constituição da AMAS e de nomeação de seus dirigentes; que apresentados à declarante os documentos de f. 15/18, esclareceu que os mesmos foram firmados pela declarante na sala de Jhonatan localizada no Campus da Funorte do bairro Amazonas; que a declarante não esteve presente em Assembléia Geral Extraordinária ocorrida em 03/01/2014 e nem sequer sabe se realmente houve uma assembleia nesta data (f. 267). Maria Luiza Rodrigues Andrade era funcionária da Papelaria Xodó, pertencente a RAQUEL MUNIZ e sua mãe. Disse que a declarante não participou da Assembléia em que se deu a alteração do nome e do objeto da associação; que, como foi informado, não participou da assembleia de alteração, sendo que assinou a lista de presença e o termo de posse juntados às f. 15/18 no local em que trabalhava, qual seja, Papelaria Xodó, acreditando que quem levou os documentos para serem assinados foi Jhonatan Rodrigues (f. 268). Maria Elza de Oliveira Lopes é auxiliar administrativa de uma escola do Casal MUNIZ, e laranja enquanto Diretora de Operações da SOEBRAS. Disse que não sabe o que é um balancete contábil, e que há três anos não assina nada (f. 168). Nos depoimentos que prestaram ao MPMG, JHONATAN RODRIGUES SILVA, Joelton Uemerson Dias, Maria Ivone Dias de Oliveira, Elza Gonçalves Queiroz, Edna Maria Araújo da Silva Almeida, Marilda Rodrigues Pereira Lima, Maria Luiza Rodrigues Andrade e Elza de Oliveira Lopes foram todos assistidos pela advogada Ana Carla Fagundes Capuchinho (OAB/MG nº ), que há anos presta serviços às entidades do grupo SOEBRAS/Funorte.

31 Curiosamente, não se verificam vínculos entre eles (funcionários e ex-funcionários da Papelaria Xodó, assistente de biblioteca, copeira de hospital, coordenadora pedagógica etc.) além dos laços que mantêm, individualmente, com o casal BORGES MUNIZ e suas empresas. O exercício de controle total sobre os parentes, laranjas e seus empregados que compõem a Diretoria eleita da APAS/AMAS permitiu-lhes promover uma eficiente cláusula de barreira ao ingresso de associados indesejados (não comprometidos com os interesses do grupo empresarial comandado por RUY e RAQUEL MUNIZ), haja vista que, nos termos do art. 16, XX, do estatuto alterado, compete à Diretoria, coletivamente, XX - decidir sobre admissão ou desligamento de associados. Igualmente, assim se garantia a eleição das pessoas do mesmo grupo nas eleições subsequentes. O uso de testas-de-ferro pelos réus RUY e RAQUEL MUNIZ, para ocultar sua posição de verdadeiros proprietários e gestores de fato da APAS/AMAS, inclusive para facilitar e assegurar a prática de outras figuras delitivas, configura, em tese, crime de falsidade ideológica agravada (art. 299 c/c arts. 61, II, b, e 62, I e II, do Código Penal), tendo sido objeto de representação criminal à Procuradoria-Geral da República. Outrossim, evidencia-se, em tese, outro delito de falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal) pela colheita de assinaturas, na Ata de Reunião de , de pessoas que dela não participaram (Marilda Rodrigues Pereira Lima, Elma Patrícia dos Santos e Maria Luiza Rodrigues Andrade, dentre outras), bem como pelo fato de a ata apresentar conteúdo referente a temas que, segundo pessoas efetivamente presentes à reunião, não teriam sido discutidos naquela ocasião (mudança de sede para imóvel do grupo SOEBRAS/ÚNICA EDUCACIONAL e criação de filiais). A nova sede estatutária da APAS/AMAS mudou-se precisamente para o mesmo endereço da sede histórica (hoje filial, por engenharia tributária) da SOEBRAS Rua Coronel Joaquim Costa, 507, Centro, de Montes Claros, que por acaso fica ao lado do imóvel onde residente e domiciliada a Família BORGES MUNIZ por mais de uma década (nº 539 do mesmo logradouro).

32 Conforme apurado, a APAS/AMAS possui imóvel próprio (f. 409/411), situado no bairro Vila Oliveira, onde inclusive ocorrida a reunião do dia , e para onde poderia ter sido transferida a entidade, porventura o objetivo de RUY e RAQUEL MUNIZ fosse apenas o de atender a Recomendação do MPMG para retirada da sede formal da APAS/AMAS das instalações da Prefeitura de Montes Claros, como constava no estatuto social. As 12 (doze) filiais instituídas na alteração estatutária (em Feira de Santana/BA, Itabuna/BA, Jequié/BA, Salvador/BA, Vitória da Conquista/BA, Belo Horizonte/MG, Três Corações/MG, São Gonçalo do Sapucaí/MG, Betim/MG e Pará de Minas/MG) situam-se em endereços onde funcionam estabelecimentos ligados ou pertencentes ao grupo econômico SOEBRAS/ÚNICA EDUCACIONAL. Destes, somente 03 (três) possuem registro perante a Receita Federal, onde funcionam os hospitais UNICOR (Três Corações e Belo Horizonte) e AMBAR SAÚDE (Montes Claros) (vide f. 356/366). Os novos objetivos estatutários da APAS/AMAS desbordam completamente das finalidades socioassistenciais locais para a qual fora concebida a entidade, e com base na qual fora concedido o CEBAS pela SNAS. Segundo o art. 4º do estatuto alterado, contemplam-se, dentre os novos objetivos da APAS/AMAS, precisamente as necessidades da SOEBRAS: I- oferecer educação infantil, básica e superior; (...); VI- promover outras formas de educação e ensino; (...); IX- oferecer atividades de esporte e lazer; X- oferecer serviços em saúde; XIoferecer serviços com associação de moradores, centros e associações comunitárias; XIIoferecer serviços de emprego e treinamento; XIII- promover outras formas de desenvolvimento e defesa de direitos; (...); XV- oferecer financiamento de programas, projetos e ações; XVIoferecer defesa e promoção do meio ambiente; (...); XVIII- promover segurança e cidadania; (...); XXIV- buscar maior integração com agências de fomento da pesquisa e centros geradores de ciência e tecnologia; XXV- apoiar a realização de seminários, encontros, conferências e outros eventos afins, de modo especial os que privilegiem a óptica regional.

33 Até o novo nome da entidade Associação Mantenedora de Estabelecimentos Escolares, Promoção e Ação Social teve a primeira parte alterada para se adaptar e funcionar com entidade mantenedora de entidades antes absorvidas pela SOEBRAS. Em nenhuma das atas de reunião e alterações estatutárias anteriores, constou a participação de advogado. Todavia, a ata da assembleia extraordinária de , bem como novo estatuto da APAS/AMAS, estão devidamente subscritos pelo Dr. RAMON GONÇALVES ROCHA (OAB/MG nº ). Trata-se do advogado da SOEBRAS (conforme consta no sítio das entidades do grupo, à f. 710), e é o defensor constituído de RUY e RAQUEL MUNIZ em ações de improbidade administrativa em curso (v.g., AI nº , TRF 1ª Região). Note-se que, ao contrário do que alardeado pelos demandados em notas e informes publicitários, a pessoa jurídica (APAS/AMAS) continua a ser exatamente a mesma: mesmo registro no 1º Cartório de Registro Civil de Montes Claros, mesmo patrimônio, mesmo CNPJ ( / ), e mesmo CEBAS concedido pela União (SNAS). Tanto assim que consta expressamente no art. 1º do estatuto alterado (f. 205): A ASSOCIAÇÃO MANTENEDORA DE ESTABELECIMENTOS ESCOLARES, PROMOÇÃO E AÇÃO SOCIAL AMAS BRASIL, por vezes apenas identificada como AMAS BRASIL, com sede e foro na Rua Cel. Joaquim Costa, nº 507, centro, Montes Claros/MG, é uma Associação de caráter assistencial, sem fins lucrativos e filantrópicos, definida nos termos da Lei /2002, fundada em 24 de maio de 1985, registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas sob o nº , LV. A-5, Prot. Nº , f. 289, LV. A-2, Pasta 15, em 28/05/1985, certificada como Entidade Beneficente de Assistência Social pela Secretaria Nacional de Assistência Social, por meio da Portaria de 16/10/2012, conforme publicação no Diário Oficial da União em 18/10/2012) Após a ilícita apropriação da APAS/AMAS, RUY e RAQUEL MUNIZ cuidaram de adotar mecanismos para reforçar o controle direto e desimpedido dos recursos da entidade. Em , os laranjas JHONATAN RODRIGUES e Joelton Dias, enquanto Presidente e Tesoureiro da AMAS BRASIL, outorgaram procurações públicas no Cartório do Primeiro

34 Ofício de Notas de Montes Claros a RUY GABRIEL QUEIROZ BORGES MUNIZ (filho do casal demandado) e CLEUDE RODRIGUES DA SILVA (funcionária do casal), concedendolhes poderes especiais e expressos para representar a outorgante junto a qualquer agência bancária da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil (f. 164/165 2 ). Ademais, conforme depoimento de Joelton Dias (f. 262): desde janeiro de 2015, quando a instituição outorgou poderes de representação junto às instituições bancárias a Ruy Gabriel e Cleude, nem mesmo essa função o declarante mais exerce. A APAS/AMAS tornou-se, então, um alter ego da SOEBRAS esta já envolvida em inúmeros problemas com a Justiça, o Fisco, diversos pastas dos Governos Federal e Estadual (convênios inadimplentes) e extensa gama de credores, para que RUY e RAQUEL MUNIZ pudessem utilizá-la para prática de ilícitos sob o pálio daquela entidade. O próprio casal, no afã de se defender das acusações de interposição fraudulenta na importação de bens, emitiu nota à imprensa na qual trata a AMAS BRASIL e a SOEBRAS como uma só e mesma entidade (f. 489/491): A entidade SOEBRAS/AMAS é a real importadora dos equipamentos. Na época em que vieram à tona os primeiros indícios de que a Família BORGES MUNIZ havia se apropriado da APAS/AMAS, o demandado RUY MUNIZ usou seu jornal ( O Norte ), na edição impressa de (f. 275), para tentar iludir a opinião pública, como se todas as alterações estatutárias (e dos membros da Diretoria) decorressem da Recomendação do MPMG, que tratou logo de desmenti-lo. Em ofícios expedidos à Câmara Municipal de Montes Claros, ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e à Receita Federal do Brasil, esclareceu o Promotor de Justiça Felipe Caires (f. 273): 1) O Ministério Público Estadual simplesmente recomendou, em reunião ocorrida em 09/08/2013, que o Município de Montes Claros não repassasse recursos ou cedesse funcionários à APAS (atual AMAS Brasil) enquanto houvesse na direção da mesma entidade servidores da municipalidade (como sua então chefe de gabinete) ou cônjuges dos mesmos (como as esposas do prefeito e do vice-prefeito). 2) a recomendação referida, baseada no artigo 100 da LOM, estendia-se aos seis meses seguintes ao eventual afastamento da direção da entidade de pessoas naquelas situações; 2 RUY GABRIEL QUEIROZ BORGES MUNIZ e CLEUDE RODRIGUES DA SILVA também receberam procurações dos laranjas que constam como gestores da SOEBRAS para movimentar as contas bancárias desta entidade (Anexo III).

35 3) a recomendação jamais orientou a transferência da APAS (atual AMAS Brasil) para endereço (Rua Coronel Joaquim Costa, 507) de propriedade do grupo empresarial do atual prefeito ou de seus parentes, como acabou sendo feito; 4) a recomendação jamais orientou a assunção da presidência daquela entidade por pessoas funcionárias do grupo empresarial do atual prefeito, muito menos que esta pessoa outorgasse procurações ao filho do prefeito para movimentar as contas bancárias da AMAS Brasil, como acabou sendo feito; 5) restando evidenciado, portanto e a partir de levantamentos feitos pela Receita Federal, que a AMAS Brasil (sucessora da APAS) continua sob o controle de fato do atual prefeito de Montes Claros e/ou seus parentes, o Ministério Público Estadual já expediu nova recomendação ao Município de Montes Claros para que o mesmo se abstenha de realizar repasses ou pagamentos de qualquer natureza àquela entidade. A apropriação ilícita da APAS/AMAS, por RUY MUNIZ, RAQUEL MUNIZ, filhos e grupo econômico, exteriorizou-se em múltiplos atos e procedimentos concretos. Até agora, o caso mais rumoroso, sem dúvida, foi o da interposição fraudulenta na importação de equipamentos hospitalares oriundos da Alemanha, que será versado no tópico subsequente. Mas já há evidências da atuação dos demandados, com o uso da APAS/AMAS, em outras localidades, incrementando os seus negócios privados e fazendo promoção pessoal e política sob o véu da personalidade jurídica desta entidade. Alguns vereadores do Município de Montes Claros apuraram que a APAS/AMAS estaria atuando no Município de Três Corações/MG. De fato, consta no Diário Oficial da União do dia , seção 03, p. 193 (f. 390): EXTRATO DE CONTRATO Concorrência n 00001/ Objeto: Permissão De Uso De Uma Área De ,00 M2 (Vinte E Três Mil E Noventa E Três Metros Quadrados), Situada A Avenida Sete De Setembro, S/N, Centro, Três Corações-Mg, Denominada De "Praça De Esportes". - Contrato N 00118/2015. Partes: Prefeitura Municipal De Três Corações X Associação Mantenedora De Estabelecimentos Escolares De Promoção E Ação Social - Amas Brasil - Cnpj: / , Com O 3 A possível interposição fraudulenta da APAS na Concorrência 001/2015, da Prefeitura de Três Corações/MG, será submetida à apreciação da Procuradoria da República no Município de Varginha. Neste feito, a menção ao referido certame tem o propósito de demonstrar a apropriação da APAS/AMAS pela Família MUNIZ.

36 Valor Total De R$ ,00. O Presente Contrato Terá Duração De 20 (Vinte) Anos, Com Início Na Sua Assinatura. Publicado No Quadro De Aviso Da Prefeitura De Três Corações Em 03/06/2015. Mais de R$ ,00 (um milhão de reais), valor extremamente alto para uma entidade que, em tese, não possui recursos. No sítio oficial da Prefeitura de Três Corações na internet ( consta a seguinte notícia, publicada em (f. 388): A Prefeitura convida toda a população tricordiana para um importante encontro, dia 09 de julho, às 18 horas, na Câmara Municipal, onde será apresentado, pelo prefeito Cláudio Pereira, diretores da UninCor e diretores da AMAS, o projeto de revitalização e gestão da Praça de Esportes. Conforme Concorrência Municipal nº 0001/15 de 20/05/15, a Associação Mantenedora de Estabelecimentos Escolares, Promoção e Ação Social/AMAS foi habilitada para reformar, manter e gerir a Praça de Esportes de Três Corações, pelo prazo de 20 anos. (...) Estarão presentes no evento o Presidente de Honra do Grupo Unica Educacional [grupo gestor da UninCor] - Profº Ruy Muniz; a Deputada Federal, Profª Raquel Muniz; o Diretor Geral da Unincor, Profº Leandro Rodrigues, e o Prefeito de Três Corações, Cláudio Cosme Pereira de Souza, o vice Cosme Nascimento, entre outras autoridades. No sítio do hospital UNICOR pertencente ao grupo econômico dos demandados, é a Deputada Federal e demandada RAQUEL MUNIZ quem aparece nas fotografias (e não o Presidente JHONATAN ou qualquer representante da AMAS) e recebe reconhecimento (pessoal e político) pelo novo empreendimento, concluindo (f. 389): "é sempre importante ampliar este envolvimento da universidade com a sociedade. Este projeto vai beneficiar não apenas os futuros profissionais que estudam na UninCor como também toda população tricordiana, famílias, jovens-atletas com a promoção do esporte, lazer e qualidade de vida". Ao se apropriarem fraudulentamente, valendo-se respectivamente do cargo de prefeito e da condição de primeira-dama, de entidade estritamente vinculada ao poder público municipal e ipso facto do respectivo patrimônio, o Prefeito RUY MUNIZ e a hoje Deputada Federal RAQUEL MUNIZ fizeram uso indevido e reprovável da confiança

37 recebida do povo, conspurcando o mandato eletivo ao primeiro outorgado, objetivando o locupletamento ilícito em prol dos interesses privados de sua família e do respectivo grupo econômico. As fraudes também se deram em prejuízo direto da União, haja vista que da apropriação da APAS resultou a apropriação do Certificado de Entidade Beneficente concedido pela Secretaria Nacional de Assistência Social à entidade em , com prazo de vigência de 03 (três) anos. O valioso CEBAS, garantidor de imunidade tributária à APAS/AMAS, proporcionaria à família MUNIZ e suas empresas, por meio do abuso da personalidade jurídica daquela instituição, sonegar vultosas quantias devidas em tributos e contribuições previdenciárias. Para se ter uma ideia, somente na importação fraudulenta reportada no tópico seguinte, a sonegação fiscal atingiria o montante de R$ ,16 (cinco milhões dezenove mil quinhentos e trinta e um reais e dezesseis centavos (f. 834). Sobre os pressupostos de validade do CEBAS, dispõe o Decreto nº 8.242/2014: Art. 3 o. A certificação ou sua renovação será concedida à entidade que demonstre, no exercício fiscal anterior ao do requerimento, o cumprimento do disposto nos Capítulos I a IV deste Título, isolada ou cumulativamente, conforme sua área de atuação, e que apresente os seguintes documentos: (...) 3 o. A entidade certificada deverá atender às exigências previstas nos Capítulos I a IV deste Título, conforme sua área de atuação, durante todo o período de validade da certificação, sob pena de cancelamento da certificação a qualquer tempo. A União (SNAS/MDS) foi enganada por RUY e RAQUEL MUNIZ na medida em que subverteram a APAS/AMAS, ora transformada em entidade com objeto substancialmente diverso, fraudulentamente desvinculada do poder público municipal, e voltada a fomentar os negócios da Família MUNIZ e seu grupo empresarial. Desse modo, seria caso de cancelamento imediato do CEBAS, o que só não ocorreu porque o órgão federal concedente foi iludido sob a aparência de que se tratava da mesma entidade, sendo que os réus dolosamente deixaram de informar a SNAS sobre a espúria alteração do estatuto social da APAS/AMAS em

38 Ante todo o exposto, os requeridos RUY ADRIANO BORGES MUNIZ, TANIA RAQUEL DE QUEIROZ MUNIZ e JHONATAN RODRIGUES SILVA, ao se apropriarem fraudulentamente em proveito próprio, da Família MUNIZ e do respectivo grupo econômico, de entidade estritamente vinculada ao poder público municipal (APAS), do patrimônio respectivo e do valioso CEBAS concedido pela União (SNAS/MDS), estão incursos no art. 9º, caput e incisos XI e XII, c/c art. 3º, da Lei 8.429/92, sujeitando-se, pois, às sanções cominadas no art. 12, I, da mesma Lei. III.3. Do Atentado Contra o Patrimônio Público Nacional pela Utilização de Interpostas Pessoas Físicas e Jurídicas para Ocultar e Dissimular os Reais Interesses Ilícitos dos Réus e a Identidade dos Beneficiários dos Atos Praticados Após a apropriação da APAS (ora AMAS BRASIL) e usurpação de seu CEBAS, os demandados RUY e RAQUEL MUNIZ, contando com o auxílio de seus filhos THIAGO MUNIZ e RUY GABRIEL MUNIZ, promoveram atentado contra o patrimônio nacional pela utilização de interpostas pessoas físicas (Jhonatan Rodrigues, Ivanilde Queiroz de Almeida etc.) e jurídicas (SOEBRAS e AMAS BRASIL) para fins de realização de importação fraudulenta de materiais e equipamentos hospitalares adquiridos diretamente na República Federal da Alemanha, em prejuízo do Fisco e Erário brasileiros, dissimulando seus reais interesses ilícitos e a identidade dos beneficiários dos atos praticados. Em julho de 2013, RUY e RAQUEL MUNIZ inauguraram o Hospital de Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira, ou AMBAR SAÚDE, construído com recursos da SOEBRAS. Consoante vídeo publicitário divulgado na imprensa (mídia de f. 483/485), RUY MUNIZ se apresenta como o grande benfeitor do empreendimento, dizendo: felicidade é o que eu estou sentindo agora, de realizar um sonho de poder construir um hospital maravilhoso pra entregar pra Montes Claros no aniversário da cidade, ao passo que RAQUEL MUNIZ, apresentada como então Presidente da SOEBRAS/FUNORTE, afirma: salvar vidas, esta também é a nossa grande missão. O hospital é administrado, total ou parcialmente, pelo casal. Em outro vídeo

39 institucional (mídia de f. 483/485), o próprio RUY MUNIZ afirma, apontando às logomarcas da SOEBRAS e do AMBAR SAÚDE: nossa vida é transparente, nossas empresas, as entidades que nós governamos, que nós ajudamos a administrar, tá tudo aí, venha conhecer o Hospital das Clínicas Mário Ribeiro da Silveira. Já aconteceu, inclusive, de RUY MUNIZ, agindo como Prefeito de Montes Claros perante órgão de saúde estadual, fazer propostas em nome do seu hospital e exigir pleitos de seu interesse, como o aumento dos aportes de verbas federais e estaduais de saúde em detrimento dos demais hospitais da cidade (ata de f. 705/709 4 ). Também quanto a esta pessoa jurídica (AMBAR SAÚDE), nem RUY MUNIZ nem RAQUEL MUNIZ constam como gestores ou membros de qualquer órgão interno de direção ou fiscalização. Buscando equipar o seu Hospital Mário Ribeiro da Silveira (AMBAR SAÚDE), os demandados RUY e RAQUEL MUNIZ deliberaram a compra de equipamentos hospitalares de última geração, lançando mão de recursos obtidos através das entidades por eles controladas com a utilização de interpostas pessoas físicas. O relato foi feito em vídeo institucional do grupo econômico por um dos filhos do casal: falando ao lado do pai, aduziu THIAGO MUNIZ (mídia f. 483/485): Após uma extensa pesquisa com fornecedores nacionais e internacionais, fornecedores da Alemanha, da China, dos Estados Unidos, visitamos várias unidades hospitalares, visitamos o Sírio-Libanês em São Paulo, Albert Einstein, e a ideia era trazer pra Montes Claros, para o Hospital Mário Ribeiro essa tecnologia de ponta. Verifica-se que Thiago Muniz não possui qualquer vínculo formal com a AMAS BRASIL, porém confessa que esteve à frente do negócio desde o início, demonstrando quem são os reais adquirentes dos equipamentos, e que aquela pessoa jurídica não passou de anteparo para a consecução da importação fraudulenta. Nos dias 26 e , RUY MUNIZ, de próprio punho, aprovou a proposta comercial apresentada pela empresa alemã DRÄGER MEDICAL (f. 493/499), o que comprova materialmente sua efetiva participação no negócio. 4 Tais fatos são objeto de ação de improbidade administrativa em trâmite na 2ª Vara Federal de Montes Claros (Processo nº ).

40 Em novembro de 2014, RUY e RAQUEL MUNIZ, em companhia do laranja JHONATAN RODRIGUES (formalmente Presidente da entidade AMAS BRASIL), viajaram a Dusseldorf, na Alemanha, onde efetivamente adquiriram equipamentos hospitalares junto à DRÄGER MEDICAL. Em postagem na conhecida rede social facebook, no dia , RAQUEL MUNIZ explicitou à sociedade norte-mineira os reais contornos do negócio jurídico (f. 663/664):

41

ANEXO RESOLUÇÃO SEDPAC Nº 15/2015 CRITÉRIOS PARA HABILITAÇÃO PARA ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PARA INTEGRAR O COMITRATE

ANEXO RESOLUÇÃO SEDPAC Nº 15/2015 CRITÉRIOS PARA HABILITAÇÃO PARA ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PARA INTEGRAR O COMITRATE ANEXO RESOLUÇÃO SEDPAC Nº 15/2015 CRITÉRIOS PARA HABILITAÇÃO PARA ENTIDADES E INSTITUIÇÕES PARA INTEGRAR O COMITRATE Dispõe dos critérios de habilitação e da comprovação da regularidade da personalidade

Leia mais

PREFEITURA MUNICIPAL DE BARRA DO CHOÇA ESTADO DA BAHIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE BARRA DO CHOÇA ESTADO DA BAHIA LEI Nº 272, DE 06 DE JUNHO DE 2014. Dispõe sobre a criação do Conselho Comunitário de Segurança Pública e Entidades Afins do Município de Barra do Choça e dá outras Providências. O PREFEITO MUNICIPAL DE

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº 164-03/2015

PROJETO DE LEI Nº 164-03/2015 PROJETO DE LEI Nº 164-03/2015 Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal do Idoso e do Fundo Municipal dos Direitos do Idoso. LUIS FERNANDO SCHMIDT, Prefeito Municipal de Lajeado, Estado do Rio Grande

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº CLASSE 19 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL

RESOLUÇÃO Nº CLASSE 19 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL RESOLUÇÃO Nº INSTRUÇÃO Nº CLASSE 19 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Relator: Ministro Gilmar Mendes Interessado: Tribunal Superior Eleitoral Dispõe sobre pesquisas eleitorais para as eleições de 2016. O Tribunal

Leia mais

INSTRUÇÃO Nº 402, DE 27 DE JANEIRO DE 2004

INSTRUÇÃO Nº 402, DE 27 DE JANEIRO DE 2004 Ministério da Fazenda Comissão de Valores Mobiliários INSTRUÇÃO Nº 402, DE 27 DE JANEIRO DE 2004 Estabelece normas e procedimentos para a organização e o funcionamento das corretoras de mercadorias. O

Leia mais

Lei nº 12.101 de 27 de novembro de 2009

Lei nº 12.101 de 27 de novembro de 2009 CERTIFICAÇÃO CEBAS - NA ÁREA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - MDS Lei nº 12.101 de 27 de novembro de 2009 Da Assistência Social Art. 18. A certificação ou sua renovação será concedida à entidade de assistência

Leia mais

Capítulo I das Atividades do Conselho

Capítulo I das Atividades do Conselho REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE ITARANTIM BA, DE ACORDO COM A LEI Nº 11.947/2009 E RESOLUÇÃO/CD/FNDE Nº 038/2009. Capítulo I das Atividades do Conselho

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº INSTRUÇÃO Nº 539-35.2015.6.00.0000 CLASSE 19 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL

RESOLUÇÃO Nº INSTRUÇÃO Nº 539-35.2015.6.00.0000 CLASSE 19 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL RESOLUÇÃO Nº INSTRUÇÃO Nº 539-35.2015.6.00.0000 CLASSE 19 BRASÍLIA DISTRITO FEDERAL Relator: Ministro Gilmar Mendes Interessado: Tribunal Superior Eleitoral Dispõe sobre pesquisas eleitorais para o pleito

Leia mais

FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL 2007-2011

FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL 2007-2011 FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL 2007-2011 Apucarana, dezembro de 2006 FACULDADE DO NORTE NOVO DE APUCARANA FACNOPAR PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

Leia mais

REGULAMENTO INTERNO I. DENOMINAÇÃO / SEDE

REGULAMENTO INTERNO I. DENOMINAÇÃO / SEDE I. DENOMINAÇÃO / SEDE Art.º 1.º A Instinto, Associação Protetora de Animais da Covilhã, é uma associação sem fins lucrativos, que se rege pelos Estatutos, pelo presente Regulamento Interno e demais disposições

Leia mais

PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI

PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI LEI N.º 064/2013. Dispõe sobre a Reorganização do Fundo Municipal para os Direitos da Criança e do Adolescente-FMDCA de Aracati, e dá outras providências. O PREFEITO MUNICIPAL DE ARACATI, no uso de suas

Leia mais

Faço uma síntese da legislação previdenciária e das ações que dela decorreram. 1. A LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Faço uma síntese da legislação previdenciária e das ações que dela decorreram. 1. A LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA DECISÃO: O INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSS ajuíza suspensão de segurança em face de decisão da 1ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal Cível de São Paulo que antecipou 21.416 (vinte e um

Leia mais

PREFEITURA MUNICIPAL DE JURANDA Estado do Paraná LEI Nº 558/2003

PREFEITURA MUNICIPAL DE JURANDA Estado do Paraná LEI Nº 558/2003 LEI Nº 558/2003 CRIA O CONSELHO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA DO MUNICÍPIO DE JURANDA, ESTADO DO PARANÁ, ESTABELECE ATRIBUIÇÕES E DÁ OUTRAS PROVIDENCIAS. A CÂMARA MUNICIPAL DE JURANDA, ESTADO DO PARANÁ, APROVOU

Leia mais

O PREFEITO DE GOIÂNIA, no uso de suas atribuições legais, e CAPÍTULO I DO FUNDO MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER

O PREFEITO DE GOIÂNIA, no uso de suas atribuições legais, e CAPÍTULO I DO FUNDO MUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER 1 Gabinete do Prefeito DECRETO Nº 4139, DE 11 DE SETEMBRO DE 2013. Regulamenta o Fundo Municipal de Esporte e Lazer e o Incentivo ao Esporte e Lazer e dá outras providências. O PREFEITO DE GOIÂNIA, no

Leia mais

c Designação do corpo docente, auxiliares, e dos demais profissionais que a atividade necessitar;

c Designação do corpo docente, auxiliares, e dos demais profissionais que a atividade necessitar; CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS 2015 Pelo presente instrumento particular de Contrato de Prestação de Serviços Educacionais de um lado o Centro de Ensino São José Ltda., inscrito no CNPJ:

Leia mais

MATRICULA CASOS ESPECIAIS

MATRICULA CASOS ESPECIAIS MATRICULA Atitude do registrador Constatada oficialmente a existência de uma rádio, revista ou qualquer outro meio de comunicação previsto na legislação, sem a competente matrícula no Registro Civil das

Leia mais

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA. PROJETO DE LEI No 451, DE 2011

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA. PROJETO DE LEI No 451, DE 2011 COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA PROJETO DE LEI No 451, DE 2011 Institui o Programa Nacional de Apoio à Assistência Social PRONAS e dá outras providências. Autor: Deputado THIAGO PEIXOTO Relator:

Leia mais

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO CARTILHA DO ADVOGADO

PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO CARTILHA DO ADVOGADO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO CARTILHA DO ADVOGADO ELABORAÇÃO: COMISSÃO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO Presidente Antonio Augusto Silva Pereira de Carvalho Coordenador

Leia mais

Jeep Clube de Brasília. Estatuto Social

Jeep Clube de Brasília. Estatuto Social Jeep Clube de Brasília Estatuto Social CAPÍTULO I DA ASSOCIAÇÃO NATUREZA E FINS Art. 1º O JEEP CLUBE DE BRASÍLIA, com a sigla JCB, fundado em 17 de junho de 1989, é uma sociedade civil sem fins lucrativos,

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0044606-60.2014.4.01.0000/GO (d) R E L A T Ó R I O

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO N. 0044606-60.2014.4.01.0000/GO (d) R E L A T Ó R I O 21 100 PODER JUDICIÁRIO R E L A T Ó R I O O Exmo. Sr. Desembargador Federal JIRAIR ARAM MEGUERIAN (Relator): Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Associação Aparecidense de Educação, mantenedora

Leia mais

Apresenta-se como importante ferramenta para fortalecer a gestão do SUS, promover a adequação, a expansão e a potencialização dos serviços de saúde ¹

Apresenta-se como importante ferramenta para fortalecer a gestão do SUS, promover a adequação, a expansão e a potencialização dos serviços de saúde ¹ Importância do CEBAS Apresenta-se como importante ferramenta para fortalecer a gestão do SUS, promover a adequação, a expansão e a potencialização dos serviços de saúde ¹ - Isenção das Contribuições Sociais;

Leia mais

CONTROLE PATRIMONIAL ÍNDICE

CONTROLE PATRIMONIAL ÍNDICE ÍNDICE 00 FOLHA 01 05/98 ASSUNTO FOLHA GENERALIDADES 01 01/02 NORMAS GERAIS 02 01/01 SOLICITAÇÃO DE BENS MÓVEIS 03 01/01 CADASTRAMENTO E TOMBAMENTO DE BENS MÓVEIS 04 01/02 CONTROLE DA MOVIMENTAÇÃO DE BENS

Leia mais

2) ATIVIDADES O Conselho Comunitário é um fórum de caráter consultivo e, por natureza a ele compete:

2) ATIVIDADES O Conselho Comunitário é um fórum de caráter consultivo e, por natureza a ele compete: PROTOCOLO PROTOCOLO DE CONSTITUIÇÃO DO CONSELHO COMUNITÁRIO CONSULTIVO, CELEBRADO ENTRE AS EMPRESAS DO POLO PETROQUÍMICO DO SUL, SIGNATÁRIAS DO PROGRAMA ATUAÇÃO RESPONSÁVEL, E OS MEMBROS DAS COMUNIDADES

Leia mais

2ª fase- Direito Administrativo. 02/2007 - CESPE

2ª fase- Direito Administrativo. 02/2007 - CESPE 2ª fase- Direito Administrativo. 02/2007 - CESPE Foi noticiado em jornal de grande circulação que O secretário de transportes de determinado estado, e certa empresa de transportes coletivos, pessoa jurídica

Leia mais

República Federativa do Brasil Estado do Ceará Município de Juazeiro do Norte Poder Executivo

República Federativa do Brasil Estado do Ceará Município de Juazeiro do Norte Poder Executivo LEI Nº 4311, DE 28 DE ABRIL DE 2014 Dispõe sobre a qualificação de entidades sem fins lucrativos como organizações sociais e adota outras providências O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE,. FAÇO

Leia mais

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO PROJETO DE LEI Nº 5.663, DE 2013

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO PROJETO DE LEI Nº 5.663, DE 2013 COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO URBANO PROJETO DE LEI Nº 5.663, DE 2013 Acrescenta inciso ao art. 52 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece

Leia mais

ACORDO PARA A PROMOÇÃO E A PROTEÇÃO RECÍPROCA DE INVESTIMENTOS ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO DA REPÚBLICA DA CORÉIA

ACORDO PARA A PROMOÇÃO E A PROTEÇÃO RECÍPROCA DE INVESTIMENTOS ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO DA REPÚBLICA DA CORÉIA ACORDO PARA A PROMOÇÃO E A PROTEÇÃO RECÍPROCA DE INVESTIMENTOS ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO DA REPÚBLICA DA CORÉIA O Governo da República Federativa do Brasil e o Governo

Leia mais

14/06/2013. Andréa Baêta Santos

14/06/2013. Andréa Baêta Santos Tema: DIREITO REGISTRAL IMOBILIÁRIO Questões de Registro de Imóveis 14/06/2013 1. Na certidão em relatório Oficial deve sempre se ater ao quesito requerente? formulado o pelo Não, pois sempre que houver

Leia mais

LEI Nº 15.853 DE 11 DE OUTUBRO DE 2011.

LEI Nº 15.853 DE 11 DE OUTUBRO DE 2011. LEI Nº 15.853 DE 11 DE OUTUBRO DE 2011. 1 Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Economia Solidária e o Fundo Municipal de Fomento à Economia Solidária e dá outras providências. O Prefeito Municipal

Leia mais

GUERRA FISCAL: SÃO PAULO E ESPÍRITO SANTO ICMS - IMPORTAÇÃO

GUERRA FISCAL: SÃO PAULO E ESPÍRITO SANTO ICMS - IMPORTAÇÃO GUERRA FISCAL: SÃO PAULO E ESPÍRITO SANTO ICMS - IMPORTAÇÃO Fábio Tadeu Ramos Fernandes ftramos@almeidalaw.com.br Ana Cândida Piccino Sgavioli acsgavioli@almeidalaw.com.br I INTRODUÇÃO Desde a década de

Leia mais

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ RESOLUÇÃO Nº 17/CEPE, DE 03 DE MAIO DE 2006 Aprova normas para os cursos de especialização da Universidade Federal do Ceará. O Reitor da UNIVERSIDADE

Leia mais

REGIMENTO INTERNO DO SECRETARIADO NACIONAL DA MULHER

REGIMENTO INTERNO DO SECRETARIADO NACIONAL DA MULHER REGIMENTO INTERNO DO SECRETARIADO NACIONAL DA MULHER PREÂMBULO O Estatuto do PSDB, aprovado em 1988, previu em sua Seção V, art. 73, 2º a criação do Secretariado da Mulher como parte integrante da Executiva

Leia mais

RESOLUÇÃO CONFE No 87, de 26 de dezembro de 1977.

RESOLUÇÃO CONFE No 87, de 26 de dezembro de 1977. RESOLUÇÃO CONFE No 87, de 26 de dezembro de 1977. DÁ NOVA REDAÇÃO À RESOLUÇÃO N o 18, DE 10.02.72, DO CONSELHO FEDERAL DE ESTATÍSTICA, PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL DE 27.03.72. CONSELHO FEDERAL DE ESTATÍSTICA

Leia mais

MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL - ACRE GABINETE DO PREFEITO MEDIDA PROVISÓRIA N 002/2013, DE 14 DE MARÇO DE 2013.

MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL - ACRE GABINETE DO PREFEITO MEDIDA PROVISÓRIA N 002/2013, DE 14 DE MARÇO DE 2013. Pág. 1 de 7 MEDIDA PROVISÓRIA N 002/2013, DE 14 DE MARÇO DE 2013. DO: PODER EXECUTIVO AO: PODER LEGISLATIVO DISPÕE SOBRE A POLÍTICA MUNICIPAL DE ATENDIMENTO DOS DIREITOS DO IDOSO, CRIA O FUNDO MUNICIPAL

Leia mais

LEI Nº 2.376, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2007. Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei:

LEI Nº 2.376, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2007. Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei: LEI Nº 2.376, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2007. CERTIDÃO Cerfico e dou fé que esta Lei foi publicada no placard do Município no dia- / / Institui o Projeto Família de Apoio e dá outras providências. JANE APARECIDA

Leia mais

REGULAMENTO PROJETO SERVIÇOS E CIDADANIA

REGULAMENTO PROJETO SERVIÇOS E CIDADANIA REGULAMENTO PROJETO SERVIÇOS E CIDADANIA Este documento descreve as práticas gerais de uso do PROJETO SERVIÇOS E CIDADANIA do Grupo Paranaense de Comunicação, administrado pelo Instituto GRPCOM. O PROJETO

Leia mais

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E BAIXA DE SOCIEDADE

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E BAIXA DE SOCIEDADE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA E BAIXA DE SOCIEDADE É sabido - e isso está a dispensar considerações complementares - que a pessoa jurídica tem vida distinta da dos seus sócios e administradores.

Leia mais

DELIBERAÇÃO CONSUNI Nº 041/2014

DELIBERAÇÃO CONSUNI Nº 041/2014 DELIBERAÇÃO CONSUNI Nº 041/2014 Aprova o Estatuto da Fundação Caixa Beneficente dos Servidores da Universidade de Taubaté (Funcabes). O CONSELHO UNIVERSITÁRIO, na conformidade do Processo nº FUNCABES-

Leia mais

Processo Seletivo CAp 2016 1º ano

Processo Seletivo CAp 2016 1º ano Edital de convocação A Universidade do Estado do Rio de Janeiro torna público o presente Edital, com normas, rotinas e procedimentos relativos ao processo seletivo, por meio de Sorteio Público, para ingresso

Leia mais

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO A

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO A JUIZADO ESPECIAL (PROCESSO ELETRÔNICO) Nº200870580000930/PR RELATORA : Juíza Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS RECORRIDO : DIRCÉLIA PEREIRA 200870580000930

Leia mais

Rua Tomás Gonzaga 686 4º andar sala 412 - Lourdes CEP: 30.180-140 Belo Horizonte MG Fone (31) 3290.8189 - Fax: (31) 3290.8194

Rua Tomás Gonzaga 686 4º andar sala 412 - Lourdes CEP: 30.180-140 Belo Horizonte MG Fone (31) 3290.8189 - Fax: (31) 3290.8194 CONVÊNIO Nº. 09/07 PARA CONCESSÃO DE DESCONTOS QUE ENTRE SI CELEBRAM O ESTADO DE MINAS GERAIS E A SOCIEDADE BRASILEIRA DE PROGRAMAÇÃO EDUCACIONAL - SOBRAPE LTDA MANTENEDORA DA FACULDADE METROPOLITANA DE

Leia mais

CT03.07 - Departamento de Gestão Social Fevereiro/2013 Atualizado em março/2014 CARTA TÉCNICA

CT03.07 - Departamento de Gestão Social Fevereiro/2013 Atualizado em março/2014 CARTA TÉCNICA CARTA TÉCNICA Nome do Certificado: INSCRIÇÃO NO CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ENTIDADES QUE DEVEM REALIZAR O REGISTRO: Entidades de Assistência Social ORGÃO RESPONSÁVEL PELA EMISSÃO: Conselho

Leia mais

Número: 00190.004342/2013-31 Unidade Examinada: Município de Marília/SP

Número: 00190.004342/2013-31 Unidade Examinada: Município de Marília/SP Número: 00190.004342/2013-31 Unidade Examinada: Município de Marília/SP Relatório de Demandas Externas n 00190.004342/ 2013-31 Sumário Executivo Este Relatório apresenta os resultados das ações de controle

Leia mais

Prefeitura Municipal de Valença-RJ

Prefeitura Municipal de Valença-RJ Prefeitura Municipal de Valença-RJ Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Valença-RJ EDITAL Nº 01, DE 27 DE JANEIRO DE 2015. Edital para Contratação Temporária de Bandas para apresentação no Carnaval

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº, DE 2013

PROJETO DE LEI Nº, DE 2013 PROJETO DE LEI Nº, DE 2013 (Do Sr. João Dado) Dispõe sobre a criação do Serviço Social do Servidor Público - SESP e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Serviço Público - SENASP. O Congresso Nacional

Leia mais

MINUTA DE RESOLUÇÃO. Capítulo I DO OBJETO

MINUTA DE RESOLUÇÃO. Capítulo I DO OBJETO MINUTA DE RESOLUÇÃO Dispõe sobre a atividade de corretagem de resseguros, e dá outras providências. A SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP, no uso da atribuição que lhe confere o art. 34, inciso

Leia mais

DESPACHO CFM nº 462/2012

DESPACHO CFM nº 462/2012 DESPACHO CFM nº 462/2012 (Aprovado em Reunião de Diretoria em 06/02/2013) Expediente nº 8991/2012 Assunto: Registro de empresa nos Conselhos Regionais de Medicina. I DO RELATÓRIO Trata-se de consulta encaminhada

Leia mais

LEI MUNICIPAL Nº 4.567, DE 29 DE JULHO DE 2011

LEI MUNICIPAL Nº 4.567, DE 29 DE JULHO DE 2011 - Autoriza o Poder Executivo Municipal, a Câmara Municipal, o TATUIPREV e a Fundação Manoel Guedes a celebrarem convênio com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Tatuí e Região e dá outras

Leia mais

- REGIMENTO INTERNO. Aprovado pelo Conselho de Administração da Garantisudoeste.

- REGIMENTO INTERNO. Aprovado pelo Conselho de Administração da Garantisudoeste. - REGIMENTO INTERNO Aprovado pelo Conselho de Administração da Garantisudoeste. REGIMENTO INTERNO PREMISSAS BÁSICAS: Considerando a grande responsabilidade que compreende a execução do objeto social da

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº 11, DE 04 DE NOVEMBRO DE 2015. Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo, a Norma de Capacitação de Servidores da APO.

RESOLUÇÃO Nº 11, DE 04 DE NOVEMBRO DE 2015. Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo, a Norma de Capacitação de Servidores da APO. RESOLUÇÃO Nº 11, DE 04 DE NOVEMBRO DE 2015 A DIRETORIA EXECUTIVA DA AUTORIDADE PÚBLICA OLÍMPICA APO, no uso das atribuições que lhe conferem o inciso XIV do Parágrafo Segundo da Cláusula Décima Quinta

Leia mais

Decreto Nº 13.840 de 21/09/2009

Decreto Nº 13.840 de 21/09/2009 Decreto Nº 13.840 de 21/09/2009 Dispõe sobre estágios no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta do Estado do Piauí para estudantes regularmente matriculados e com frequência efetiva, vinculados

Leia mais

REGIMENTO INTERNO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU: ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO DE CURRÍCULO NA FORMAÇÃO DOCENTE CAPÍTULO 1 DA ORGANIZAÇÃO GERAL

REGIMENTO INTERNO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU: ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO DE CURRÍCULO NA FORMAÇÃO DOCENTE CAPÍTULO 1 DA ORGANIZAÇÃO GERAL REGIMENTO INTERNO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU: ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO DE CURRÍCULO NA FORMAÇÃO DOCENTE CAPÍTULO 1 DA ORGANIZAÇÃO GERAL Art. 1 - O curso de Pós-Graduação Lato Sensu Especialização

Leia mais

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PRÓ REITORIA DE GRADUAÇÃO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO GERALDO REIS EDITAL Nº 002/ 2015

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PRÓ REITORIA DE GRADUAÇÃO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO GERALDO REIS EDITAL Nº 002/ 2015 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PRÓ REITORIA DE GRADUAÇÃO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO GERALDO REIS EDITAL Nº 002/ 2015 SORTEIO PARA ADMISSÃO DE ALUNOS AO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO GERALDO

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 9ª REGIÃO

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 9ª REGIÃO 301 1 Opoente: Opostos: SINDICATO DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE FOZ DO IGUAÇU SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE FOZ DO IGUAÇU E REGIÃO, FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE DE

Leia mais

MINUTA DA RESOLUÇÃO DA COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO DAS 30 HORAS SEMANAIS DO CEFET-MG

MINUTA DA RESOLUÇÃO DA COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO DAS 30 HORAS SEMANAIS DO CEFET-MG MINUTA DA RESOLUÇÃO DA COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO DAS 30 HORAS SEMANAIS DO CEFET-MG Regulamenta o processo de implementação e avaliação da flexibilização da jornada de trabalho dos servidores técnico-administrativos

Leia mais

TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

TOMADA DE CONTAS ESPECIAL TOMADA DE CONTAS ESPECIAL COMPARATIVO ENTRE A IN TCU Nº 13/1996 E A IN TCU Nº 56/2007 IN TCU Nº 13/1996 IN TCU Nº 56/2007 Art. 1º Diante da omissão no dever de prestar contas, da não comprovação da Aplicação

Leia mais

Coordenação-Geral de Tributação

Coordenação-Geral de Tributação Fls. 1 0 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta nº 152 - Data 17 de junho de 2015 Processo Interessado CNPJ/CPF ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.

Leia mais

O Prefeito do Município de João Pessoa, Estado da Paraíba, faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte lei:

O Prefeito do Município de João Pessoa, Estado da Paraíba, faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte lei: www.leismunicipais.com.br LEI Nº 12.211, DE 27 DE SETEMBRO DE 2011. DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DO FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA POPULAR EMPREENDEDORA E SOLIDÁRIA DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA

Leia mais

REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 1.749-C DE 2011

REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 1.749-C DE 2011 REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 1.749-C DE 2011 Autoriza o Poder Executivo a criar a empresa pública denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares EBSERH; acrescenta dispositivos ao Decreto-Lei

Leia mais

REGIMENTO INTERNO DO CENTRO DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO E LINGUAGEM (CEEL)

REGIMENTO INTERNO DO CENTRO DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO E LINGUAGEM (CEEL) REGIMENTO INTERNO DO CENTRO DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO E LINGUAGEM (CEEL) TÍTULO 1 Da Instituição e seus Fins Art. 1 0 O Centro de Estudos em Educação e Linguagem (CEEL), criado em 2004, para integrar uma

Leia mais

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA CONSELHO ACADÊMICO DE PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO Nº 01/2014

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA CONSELHO ACADÊMICO DE PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO Nº 01/2014 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA CONSELHO ACADÊMICO DE PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO Nº 01/2014 Estabelece as normas para o reconhecimento e funcionamento de

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA nteiro Teor (4842046) de 8 03/03/2016 09:31 PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO APELAÇÃO CÍVEL Nº 0009189-59.2013.4.03.6100/SP 2013.61.00.009189-0/SP RELATOR APELANTE ADVOGADO APELADO(A)

Leia mais

PREFEITURA MUNICIPAL DE CANOAS Gabinete do Prefeito

PREFEITURA MUNICIPAL DE CANOAS Gabinete do Prefeito MINUTA DE CONVÊNIO Convênio que celebram entre si o Município de Canoas e o Centro Integração Empresa Escola (CIEE/RS). O MUNICÍPIO DE CANOAS, pessoa jurídica de direito público interno, com sede na Rua

Leia mais

DECRETO Nº 713, DE 1º DE ABRIL DE 2013

DECRETO Nº 713, DE 1º DE ABRIL DE 2013 DECRETO Nº 713, DE 1º DE ABRIL DE 2013 Publicado no DOE(Pa) de 02.04.13. Institui o Programa de Parcerias Público-Privadas PPP/PA e regulamenta o Conselho Gestor de Parcerias Público- Privadas do Estado

Leia mais

DECRETO Nº 27.958, DE 16 DE MAIO DE 2007 DODF DE 17.05.2007

DECRETO Nº 27.958, DE 16 DE MAIO DE 2007 DODF DE 17.05.2007 DECRETO Nº 27.958, DE 16 DE MAIO DE 2007 DODF DE 17.05.2007 Aprova o Estatuto Social da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal e dá outras providências. O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso

Leia mais

Estatuto do curso do Centro Acadêmico de Comunicação Social

Estatuto do curso do Centro Acadêmico de Comunicação Social Estatuto do curso do Centro Acadêmico de Comunicação Social Capítulo I Da Natureza Artigo 1 O centro acadêmico de Comunicação Social-Jornalismo da Universidade Federal do Cariri, entidade livre e independente,

Leia mais

MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONVÊNIO DE COLABORAÇÃO QUE ENTRE SI CELEBRAM O MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO E O CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA-ESCOLA DO RIO GRANDE DO SUL CIEE/RS 091/2007- SEF O MUNICIPIO DE PASSO FUNDO, pessoa jurídica de

Leia mais

CONCORRÊNCIA Nº. 001/2010/SENAR-AR/RO

CONCORRÊNCIA Nº. 001/2010/SENAR-AR/RO PROCESSO nº 006/2010 CONCORRÊNCIA SOB REGISTRO DE PREÇOS n.º 001/2010 CONTRATO SOB REGISTRO DE PREÇOS PARA FORNECIMENTO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS, PRODUTOS DESCARTAVÉIS E PRODUTOS DE HIGIENE E LIMPEZA QUE

Leia mais

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 CONTEÚDO Relatório dos auditores independentes Quadro 1 - Balanço

Leia mais

Lei Ordinária Nº 5.519 de 13/12/2005 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Lei Ordinária Nº 5.519 de 13/12/2005 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Lei Ordinária Nº 5.519 de 13/12/2005 Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais, e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DO PIAUÍ, FAÇO saber que o Poder Legislativo decreta

Leia mais

REGULAMENTO PROMOÇÃO: PREVER DÁ SORTE

REGULAMENTO PROMOÇÃO: PREVER DÁ SORTE REGULAMENTO PROMOÇÃO: PREVER DÁ SORTE DADOS DA PROMOTORA DA PROMOÇÃO PREVER SERVIÇOS POSTUMOS LTDA Rua Dr. Saulo Porto Virmond, 223 Sala 01 Chácara Paulista / Maringá/PR CEP: 87005-090 CNPJ: 02.995.385/0001-08

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI AGRTE : JOSE MENDONCA BEZERRA ADV/PROC : MÁRCIO FAM GONDIM E OUTROS AGRDO : INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL REPTE : PROCURADORIA REPRESENTANTE DA ENTIDADE ORIGEM : 22ª VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO

Leia mais

Art. 1º - Fica aprovado o Regimento Interno da Central do Sistema de Controle Interno, anexo ao presente Decreto.

Art. 1º - Fica aprovado o Regimento Interno da Central do Sistema de Controle Interno, anexo ao presente Decreto. DECRETO N.º 961/08 De 01 de julho de 2008. APROVA O REGIMENTO INTERNO DA CENTRAL DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. A PREFEITA MUNICIPAL DE VALE DO SOL, no uso de suas atribuições

Leia mais

1. PETIÇÃO INICIAL RECLAMAÇÃO TRABALHISTA.

1. PETIÇÃO INICIAL RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. 1. PETIÇÃO INICIAL RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. Fundamento legal: Art. 840 CLT Subsidiariamente: 282 do CPC. Partes: Reclamante (autor), Reclamada (ré). Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ª Vara

Leia mais

LEI Nº 1550, DE 17 DE ABRIL DE 2008

LEI Nº 1550, DE 17 DE ABRIL DE 2008 Autoria: Poder Executivo LEI Nº 1550, DE 17 DE ABRIL DE 2008 Reestrutura o Conselho Municipal de Turismo COMTUR e cria o Fundo Municipal do Turismo de Lucas do Rio Verde e da outras providências. O Prefeito

Leia mais

Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Fazenda Departamento Geral de Administração e Finanças TERMO DE REFERÊNCIA

Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Fazenda Departamento Geral de Administração e Finanças TERMO DE REFERÊNCIA TERMO DE REFERÊNCIA Código de Classificação: 13.02.01.15 1 DO OBJETO: A presente licitação tem por objeto a contratação de empresa para prestação dos serviços de cobertura securitária (seguro) para assegurar

Leia mais

Quanto ao órgão controlador

Quanto ao órgão controlador Prof. Ms. Cristian Wittmann Aborda os instrumentos jurídicos de fiscalização sobre a atuação dos Agentes públicos; Órgãos públicos; Entidades integradas na Administração Pública; Tem como objetivos fundamentais

Leia mais

CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE PARNAMIRIM Casa Antônio Lustosa de Oliveira Cabral CNPJ n.º 35.446.376/0001-09

CÂMARA MUNICIPAL DE VEREADORES DE PARNAMIRIM Casa Antônio Lustosa de Oliveira Cabral CNPJ n.º 35.446.376/0001-09 LEI N.º 741/2009 EMENTA: Dispõe sobre a instituição do Sistema de Controle Interno SCI do Poder Legislativo Municipal, cria o Órgão Central do SCI e dá outras providências. A MESA DIRETORA DA CÂMARA MUNICIPAL

Leia mais

Ação Monitória. Ana Carolina Fucks Anderson Palheiro 1

Ação Monitória. Ana Carolina Fucks Anderson Palheiro 1 16 Série Aperfeiçoamento de Magistrados 10 Curso: Processo Civil - Procedimentos Especiais Ação Monitória Ana Carolina Fucks Anderson Palheiro 1 A ação monitória foi introduzida no CPC no final do título

Leia mais

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PREFEITURA MUNICIPAL DE MACAÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MACAÉ FUNEMAC SUPERINTENDÊNCIA ACADÊMICA

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PREFEITURA MUNICIPAL DE MACAÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MACAÉ FUNEMAC SUPERINTENDÊNCIA ACADÊMICA EDITAL N 06/2016 DE SELEÇÃO DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA EDITAL Nº. 06/2016 CHAMAMENTO PÚBLICO Nº. 05/2016 A FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE MACAÉ, instituição municipal de ensino superior, fundação pública,

Leia mais

<CABBCDAAADBCAADACBBCBACCBABCADCABDAAA DDABCAAD>

<CABBCDAAADBCAADACBBCBACCBABCADCABDAAA DDABCAAD> INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE ARTIGOS 3º, INCISO I, ALÍNEA E, E 10, INCISOS II E V, DA LEI COMPLEMENTAR 29/1997 ARTIGOS 1º. E 3º, INCISOS

Leia mais

3. QUEM PODE PRESTAR O SERVIÇO DE RADCOM?

3. QUEM PODE PRESTAR O SERVIÇO DE RADCOM? 1. O QUE É RADIODIFUSÃO COMUNITÁRIA? A Radiodifusão Comunitária RadCom é o serviço de radiodifusão sonora, em frequência modulada (FM), operado em baixa potência (25 watts ERP) e que tem por finalidade

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 320/XII/2.ª. Reorganização Administrativa do Território das Freguesias. Exposição de Motivos

PROJETO DE LEI N.º 320/XII/2.ª. Reorganização Administrativa do Território das Freguesias. Exposição de Motivos PROJETO DE LEI N.º 320/XII/2.ª Reorganização Administrativa do Território das Freguesias Exposição de Motivos A necessidade de reformar um mapa de freguesias que não conheceu alterações significativas

Leia mais

PROVIMENTO CONJUNTO Nº 27/2013 (Alterado pelo Provimento Conjunto nº 38/2014)

PROVIMENTO CONJUNTO Nº 27/2013 (Alterado pelo Provimento Conjunto nº 38/2014) Publicação: 21/10/13 DJE: 18/10/13 PROVIMENTO CONJUNTO Nº 27/2013 (Alterado pelo Provimento Conjunto nº 38/2014) Regulamenta o recolhimento e a destinação dos valores oriundos de prestações pecuniárias

Leia mais

RESOLUÇÃO. Santa Rosa, RS, 21 de setembro de 2009.

RESOLUÇÃO. Santa Rosa, RS, 21 de setembro de 2009. RESOLUÇÃO CAS Nº 32/2009, DE 21 DE SETEMBRO DE 2009. DISPÕE SOBRE O REGULAMENTO DO NÚCLEO DE PESQUISA PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO NPPGE DAS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS. O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Leia mais

IV - APELACAO CIVEL 2007.51.05.000235-5

IV - APELACAO CIVEL 2007.51.05.000235-5 Relatora : Desembargadora Federal SALETE MACCALÓZ APELANTE : CARMEM LUCIA LOPES TEIXEIRA Advogado : Paulo Roberto T. da Costa (RJ141878) APELADO : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF Advogado : Gerson de Carvalho

Leia mais

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008 COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL MENSAGEM N o 479, DE 2008 Submete à consideração do Congresso Nacional o texto do Tratado de Extradição entre a República Federativa do Brasil e o Governo

Leia mais

CONTRATO DE ADESÃO DOS TERMOS DO PRESENTE CONTRATO.

CONTRATO DE ADESÃO DOS TERMOS DO PRESENTE CONTRATO. CONTRATO DE ADESÃO DOS TERMOS DO PRESENTE CONTRATO. São sujeitos deste contrato: A empresa PEOPLE CLUB. PEOPLECLUB LTDA., inscrita no CNPJ/MF sob o n. 19.308.938/0001-00, com sede à Av. Perimetral esq.

Leia mais

Número: 00213.000123/2010-25 Unidade Examinada: Município de Bujaru/PA

Número: 00213.000123/2010-25 Unidade Examinada: Município de Bujaru/PA Número: 00213.000123/2010-25 Unidade Examinada: Município de Bujaru/PA Relatório de Demandas Externas n 00213.000123/2010-25 Sumário Executivo Este Relatório apresenta os resultados das ações de controle

Leia mais

FAP Faculdade de Apucarana CESUAP Centro de Ensino Superior de Apucarana CNPJ 73243164/0001-13. NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

FAP Faculdade de Apucarana CESUAP Centro de Ensino Superior de Apucarana CNPJ 73243164/0001-13. NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes DO OBJETIVO 5.1 a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo

Leia mais

LEI N 1118, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2001

LEI N 1118, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2001 LEI N 1118, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2001 AUTORIZA O EXECUTIVO MUNICIPAL A FIRMAR CONTRATOS DE COMODATO DE BENS MÓVEIS COM A COOPERATIVA DE AGRICULTORES DE CIRÍACO-RS, NOS TERMOS DA MINUTA ANEXA. ROMEU LUIZ

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 206.770 - RS (2012/0152556-0) RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES EMENTA PROCESSUAL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CITAÇÃO POR EDITAL

Leia mais

CIRCULAR Nº 3.771, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2015

CIRCULAR Nº 3.771, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2015 CIRCULAR Nº 3.771, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2015 Dispõe sobre os procedimentos a serem observados pelas cooperativas de crédito para instrução de processos referentes a pedidos de autorização e dá outras providências.

Leia mais

JUSTIÇA ELEITORAL TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO GRANDE DO SUL

JUSTIÇA ELEITORAL TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO GRANDE DO SUL PROCESSO: RP 1351-29.2014.6.21.0000 PROCEDÊNCIA: PORTO ALEGRE REPRESENTANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL REPRESENTADO: FACEBOOK SERVIÇOS ON LINE DO BRASIL LTDA JUIZ AUXILIAR: DES. FEDERAL OTÁVIO ROBERTO

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº 14/2016 DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE NEGRA CAPÍTULO I

PROJETO DE LEI Nº 14/2016 DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE NEGRA CAPÍTULO I PROJETO DE LEI Nº 14/2016 DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE NEGRA RUI VALDIR OTTO BRIZOLARA, Prefeito Municipal de Morro Redondo, Estado do Rio

Leia mais

ESTATUTO DA FUNDAÇÃO IRMÃO JOSÉ OTÃO

ESTATUTO DA FUNDAÇÃO IRMÃO JOSÉ OTÃO ESTATUTO DA FUNDAÇÃO IRMÃO JOSÉ OTÃO Capítulo I Da Denominação, Sede e Finalidades Art. 1 A Fundação Irmão José Otão (FIJO), pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, instituída pela União

Leia mais