1ª FASE - EXTENSIVO MATUTINO Disciplina: Direito Civil Prof.: Brunno Giancoli Data: 07/10/2008 Aula: 8/13
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- Aurélio Camarinho Benke
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1 TEMAS TRATADOS EM SALA Contrato de Compra e Venda - bilateral; - oneroso; - comutativo; - consensual; Elementos - preço, não pode ser fixado a livre arbítrio de uma das partes. - mercadoria. Restrições da Compra e Venda 1ª ascendentes e descendentes: possível desde que exista a anuência dos demais descendentes e também do cônjuge. A falta de anuência gera a anulação. Esta anuência evita a simulação. 2ª a compra e venda entre cônjuges é permitida desde que o bem esteja excluído da comunhão 3ª restrições das nulidade elencadas no artigo 497 caput, incisos e único CC. Transferência Bem móvel tradição Bem imóvel registro (matrícula) Clausulas especiais da Compra e Venda pactos adjetivos Necessariamente expressas, não podendo ser presumido. ***OAB*** distinção entre retrovenda e preferência!!!!! a) Retrovenda é clausula exclusiva para compra e venda de imóvel. Possibilidade de recompra da coisa (Art.505 CC) no prazo decadencial de três anos. O direito que a retrovenda cria é o direito de resgate. Esse direito é transmissível cessível. (O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias) b) Preferência (Art. 513 CC) a preferência garante ao vendedor uma prioridade na oferta de futura venda. O exercício da preferência chama-se prelação. Aplica-se tanto aos bens móveis como aos imóveis. Não autoriza a transmissão e nem autoriza aos herdeiros. (A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto). (Art. 520 CC) O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros. c) Venda a contento ou sujeita a prova ao gosto de. Esta venda é aquela submetida ao gosto do comprador e para tanto tem natureza condicional (condição suspensiva). Observação: A venda sujeita a prova, também tem natureza condicional e a avaliação feita pelo comprador toma como base critérios objetivos. (Art.509 CC) A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. d) Venda com reserva de domínio se aplica exclusivamente aos contratos de bens móveis de execução continuada onde se transfere apenas a posse e não a titularidade que ocorrerá apenas no término do pagamento. (Art.521 CC) Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. (Art.522 CC). A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros. Não há reserva de domínio de bens móveis. - 1
2 e) Venda sob documentos ocorre quando o comprador ao invés de ter o acesso ao bem vendido avalia documentos que comprovam a existência da coisa. Típica venda Internacional Warrant. Doação ocorre com a transferência inter vivos de bens ou vantagens do patrimônio do doador para o donatário. Aspectos pertinentes: aceitação do donatário e sempre exigível, sendo requisito para formar o contrato. A aceitação esta dispensada apenas para o absolutamente incapaz desde que a doação seja pura. (Art.543 CC) Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura. Nascituro, a aceitação é obrigatória, em razão da teoria natalista. (Art.542 CC) A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. Hipóteses específicas de doação 1ª Doação universal Conceito: Recai sobre todo o patrimônio. Esta doação é nula, pois atinge o sustento do doador. 2ª Doação inoficiosa Conceito: Cede à legítima dos herdeiros. Esta doação é nula na parte que atingir/ exceder o valor da legítima. 3ª Doação a descendentes e cônjuges Conceito: Trata-se de adiantamento da legítima dos herdeiros necessários. 4ª Doação a cônjuge adúltero ou ao cúmplice (amante) Conceito: Pode requerer a nulidade tanto pelo cônjuge quanto pelos herdeiros Clausula de Reversão A clausula de reversão é uma hipótese contratual que gera a extinção do contrato caso o donatário venha a falecer antes do doador. (Art.547 CC) O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. Revogação da doação - extinguir a doação (Art.555 CC) A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. - Não cumprimento do cargo; - Ingratidão. Postura do donatário incompatível com a doação. Via de regra ocorre por uma conduta que lesa o doador. (Art.557º CC) Hipóteses: I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; homicídio culposo não é admitido. II - se cometeu contra ele ofensa física; lesão corporal III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; injúria e difamação IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. Comodato transferência da posse. Deve o comodatário zelar pelo bem sob pena de responder sob perdas e danos. (Art.582 CC) Se o comodatário for constituído em mora é possí8vel a cobrança de aluguel. Prazo determinado e indeterminado (Art.581 CC) Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso - 2
3 concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado. Mútuo empréstimo de coisa fungível que pode ser gratuito como oneroso. Forma de cobrança quando oneroso são os juros; juros remuneratórios. Quando o mútuo autoriza cobrança de juros tem-se o mútuo feneratício (mútuo bancário). (Art. 586 CC) O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Contrato de depósito quando uma pessoa entrega a outrem bem móvel para sua guarda até que o depositante o reclame. (Art.627 CC) Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame. Como regra este contrato é gratuito (art.628 CC). Depósito necessário/miserável decorre da lei Depósito de hospedaria feito pelo hospedeiro, guarda dos bens e das bagagens. (Art.649 CC). Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem. Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos. Contrato de mandato o instrumento que é a procuração pode ser escrito ou verbal. A aceitação do mandatário pode ser expressa ou tácita. Mandatário pode ser menor de 18 com o mínimo de 16. O mandato se presume gratuito. O reconhecimento de firma reconhecida ara validade do mandato será necessário se o 3º exigir. LEGISLAÇÃO SOBRE O TEMA Código Civil Art Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública: I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração; II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade; IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados. Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito. Art O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. Art A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. Art A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. - 3
4 Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. Art O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros. Art Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. Art A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros. Art Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé. Art Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura. Art A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. Art O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. Art A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. Art Podem ser revogadas por ingratidão as doações: I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; II - se cometeu contra ele ofensa física; III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. Art Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado. Art O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante. Art O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Art Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame. Art O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão. Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário não constar de lei, nem resultar de ajuste, será determinada pelos usos do lugar, e, na falta destes, por arbitramento. Art Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem. Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, assim como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou admitidas nos seus estabelecimentos. - 4
5 QUESTÕES SOBRE O TEMA (OAB/CESPE ) Acerca dos contratos regidos pelo Código Civil, assinale a opção correta. A O contrato de compra e venda deve conter cláusula que estipule o preço do bem ou o modo de determiná-lo. Esse preço pode ser fixado de acordo com o tabelamento oficial, estipulado por terceiro ou por qualquer um dos contratantes. B O objeto do contrato de fiança é uma obrigação assumida em outro contrato do qual é acessório, servindo-lhe, ainda, de garantia. Por isso, a responsabilidade do fiador deve corresponder ao valor da dívida garantida, não podendo ser em valor superior, inferior ou com mais ônus do que aqueles estabelecidos na obrigação principal. C No contrato bilateral com cláusula resolutiva expressa, no qual os contratantes assumam que as obrigações autônomas devem ser cumpridas sucessivamente, se uma das partes não cumprir espontaneamente a sua prestação, o contratante prejudicado poderá considerar o contrato resolvido, alegando a exceção do contrato não cumprido. D No contrato de seguro de coisa, a indenização securitária deve ser feita em dinheiro, salvo se convencionada pelos contratantes a recomposição ou a substituição da coisa. (OAB/CESPE SP) A retrovenda, a preempção e a venda com reserva de domínio constituem modalidades de A cláusulas obrigatórias. B pactos adjetos. C termos genéricos. D penalidades contratuais. (OAB/CESPE PR) A respeito dos contratos, assinale a opção correta. A O contrato preliminar não tem força obrigatória, podendo qualquer das partes dá-lo por desfeito por resilição unilateral. B Nos contratos onerosos com cláusula de exclusão completa da garantia contra a evicção, por força do que seja livremente convencionado entre as partes, o alienante é exonerado de qualquer responsabilidade. C O contrato de abertura de crédito rotativo firmado com instituição financeira, garantido por nota promissória e acompanhado do demonstrativo do débito, traduz título representativo de dívida líquida, certa e exigível, e constitui título executivo extrajudicial. D O prazo prescricional para a rescisão do contrato de compra e venda de imóvel com base em vício redibitório é contado a partir da data em que o adquirente tomou conhecimento do vício. GABARITO 1.D ; 2.B ; 3. D - 5
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