ISSN: PROJETO BAÚ DE LEITURA : O IMPACTO DA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL NA ESCOLA PRESIDENTE DUTRA NO MUNICÍPIO DE SENADOR RUI PALMEIRA.
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1 PROJETO BAÚ DE LEITURA : O IMPACTO DA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL NA ESCOLA PRESIDENTE DUTRA NO MUNICÍPIO DE SENADOR RUI PALMEIRA. Gilmária Silva dos Santos 1 RESUMO O presente artigo foi elaborado a partir do trabalho de conclusão de curso Projeto Baú de Leitura: O impacto da educação não formal na Escola Presidente Dutra no município de Senador Rui Palmeira. O objetivo central é analisar a relevância do projeto Baú de Leitura na escola Presidente Dutra, observando os avanços significativos ao longo do processo de implantação do projeto. Paralelamente se faz uma revisão teórica da literatura disponível sobre a educação não formal, compreendendo a maneira como esta vem se inserido nos espaços formais a fim de minimizar futuramente o quadro agravante de falta de sujeitos críticos. Freire, Silva foram alguns dos teóricos estudados, uma vez que trazem em seus discursos a concepção de escola enquanto espaço flexível e estimulador, onde os sujeitos ali presentes podem e devem, construir conhecimento, se divertir, interagir e participar ativamente de todos os processos. Como resultados da investigação destacam-se: o interesse das crianças pelos livros, a nova atuação do professor em sala de aula e as mudanças ocorridas com a inserção do projeto na escola. PALAVRAS-CHAVE: Educação Formal. Educação Não Formal. Baú de Leitura. Ensino. 1 INTRODUÇÃO As dificuldades de leitura nas crianças e adolescentes vêm apontando alguns dos motivos pelos quais temos também tantos adultos não leitores, não críticos e não comprometidos social e politicamente a cerca de determinados assuntos como religião, política e cultura. Pode-se perceber que alguns projetos vêm sendo adotados com o intuito de aumentar o interesse pelos livros. A fim de buscar melhorias para esses problemas preocupantes e presentes em várias escolas, muitas destas buscam a intervenção da educação não formal, através de projetos de leitura com uma metodologia lúdica que contribuam com a aprendizagem dos alunos. A implantação de projetos na escola que tenham em seus objetivos, o estímulo a leitura, o desenvolvimento do senso crítico e a valorização cultural, deve ser vistos de maneira positiva. 1 1 Estudante graduada em Pedagogia e Pós graduada em Psicopedagogia. Universidade Estadual de Alagoas- UNEAL- gilmaria-educ@hotmail.com
2 A mensagem a ser lida é sempre palpavelmente encontrada no mundo, isto é, na cotidianidade da vida do leitor. É dessa e nessa vida que o lido ganha significado (SILVA, 2011). Essas discussões ajudam a turma a se perceber como sujeitos presentes e participantes de uma sociedade que se modifica a todo o momento e que essas modificações interferem direta ou indiretamente na vida de todos, inclusive na dela. Na medida em que há este tipo de discussão as coisas passam a ganhar mais sentido, despertando no aluno uma visão crítica que possibilitará e influenciará o mesmo expor suas ideias e, posteriormente, escrevê-las. 2 HISTÓRICO DO PROJETO BAÚ DE LEITURA A falta do hábito de ler é uma problemática que vem sendo muito discutida e trabalhada na educação brasileira. A ausência da prática da leitura nos remete a refletir também sobre a deficiência na escrita, na linguagem e na postura das pessoas frente à sociedade. Com base na concepção Freiriana, percebemos que a pessoa que ler consegue se expressar de maneira crítica e articulada, consegue fazer análises sistêmicas e fundamentada e mais ainda, consegue perceber o seu papel sócio político, não apenas conhece o seu contexto, mas também interfere nele tendo consciência dos seus direitos e responsabilidades enquanto cidadão. Preocupados com esse estado agravante de distanciamento da leitura no cotidiano das crianças e adolescentes, seja pela falta de acesso ao livro ou pela não prática da leitura em sala de aula, em 1999 o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) incentivou o Movimento de Organização Comunitária (MOC) a fazer um intercâmbio com o Centro Paulo Freire situado na cidade de Recife a fim de trocar experiências a cerca dos processos de leituras e identidade que estavam sendo desenvolvidas com indígenas. A proposta pensada e elaborada por educadores populares, e docentes na tentativa de garantir as crianças e adolescentes um contato maior com a leitura, de
3 modo que pudessem refletir a realidade na qual estavam inseridos, conhecer melhor sua cultura e desenvolver suas habilidades. As experiências iniciaram na região semiárida da Bahia, mas especificamente na região do sisal, dentro do Programa de Erradicação do Trabalho infantil (PETI) como instrumento de incentivo a leitura, em parceria com a Secretaria Estadual do Trabalho e Ação Social (SETRAS), a região carente e com um elevado índice de crianças motivou essa iniciativa, e o primeiro passo então seria oportunizar as crianças e adolescentes o contato com o livro de uma maneira prazerosa e dinâmica onde pudessem também utilizar o contexto como conteúdo para reflexão por meio das histórias contadas. Figura 1- Atividade do Baú de Leitura na sala de aula. Fonte: o autor Este projeto de incentivo a leitura para crianças e adolescentes de 05 a 17 anos busca promover o desenvolvimento sócio cultural utilizando a prática da leitura, o resgate da cultura local e o exercício das linguagens verbal, artística e matemática como elementos facilitadores do exercício da cidadania. Um de seus objetivos é despertar o prazer pelos diferentes gêneros textuais, desenvolver a criticidade, a sensibilidade e habilidades, fazendo com que os participantes consigam se perceber em seu contexto como sujeitos ativos e capazes de participar e interferir positivamente nas relações sociais vigentes. As oficinas de leitura acontecem em espaços fixos construídos por Organizações Não
4 Governamentais (ONG s), pela comunidade, ou por outras instituições interessadas, e nos espaços chamados de itinerantes, que são as escolas, estas por sua vez, também podem criar um espaço fixo para o Baú. Os educadores envolvidos participam de um processo de formação continuada para que possam, junto ao professor, no caso das escolas, desenvolver as oficinas de leitura com as crianças e adolescentes. Para que o projeto seja de fato viabilizado é necessário um período de preparação, com oficinas demonstrativas de leitura, formação de grupos de estudos e capacitação dos facilitadores, também há a seleção do acervo, que leva em consideração a faixa etária do leitor, suas habilidades e o contexto no qual está inserido. Em seguida, é feito o planejamento de trabalho, este por sua vez é monitorado sistematicamente. É, portanto, função do professor considerar, como ponto de partida para sua ação educativa, os conhecimentos que as crianças possuem, advindos das mais variadas experiências sociais, afetivas e cognitivas a que estão expostas. Detectar os conhecimentos prévios das crianças não é uma tarefa fácil. Implica que o professor estabeleça estratégias didáticas para fazê-lo. (BRASIL.Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, p. 13) Toda a metodologia do projeto objetiva o prazer de ler, a partir da leitura de mundo. É na relação desta com o texto crítico que a criança e o adolescente tornamse leitores de fato. As atividades realizadas por este projeto são centradas na produção e na socialização do saber, valorizando o imaginário infantil, o espírito lúdico, a sensibilidade, a criatividade, a formação do senso crítico a partir da leitura dos textos e o resgate cultural, fortalecendo assim a cultura brasileira e a do seu entorno através das diversas manifestações. Nesse contexto, o Projeto Baú de Leitura busca contribuir para a valorização da identidade dos sujeitos, revalorização da cultura local, cuidado e preservação ambiental e cidadania, através da leitura e análise de diversos livros de histórias infanto-juvenis (HITTI e CARNEIRO, 2007, p.02). É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica. É ficar sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia, antropologia, etc. sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula. (ABRAMOVICH, 1997, p.17)
5 A metodologia do Baú de leitura contribui para que o professor consiga criar um vínculo maior de confiança com seus alunos, possibilitando dessa maneira com que eles se sintam mais a vontade para colocar suas dificuldades e expor mais tranquilamente suas ideias. O investimento maior que a proposta sugere é o uso das estórias, sejam elas clássicas ou até mesmo criadas pelos próprios docentes porque faz aflorar mais intensamente o imaginário das crianças, fazendo-as perceber a escola como um espaço interessante, de construção e interação, onde todos têm as mesmas possibilidades de desenvolver suas capacidades. Para que isso seja possível os professores precisam estar dispostos e preparados para promover rodas de conversas que possibilitem toda essa integração entre os alunos e destes com o professor. Figura 2- Oficina com professores sobre a metodologia do projeto Fonte: arquivo do CACTUS Na medida em que a escola abre as portas para projetos como este, ela estará enfatizando que existe uma preocupação muito grande com o aprendizado de seus alunos e que o compromisso e a responsabilidade podem ultrapassar a escola, chegando até a comunidade, uma vez que os alunos começam, por meio das discussões propiciadas pelas oficinas, a discutir a realidade na qual estão inseridas, passam a compreender o seu papel enquanto sujeito social, possuidor de direitos e deveres.
6 3 EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO FORMAL X BAÚ DE LEITURA ISSN: A educação formal, modelo intitulado pelo Ministério da Educação, pode ser compreendida como aquela que dispõe de uma intencionalidade, um plano, um cronograma e definições claras de objetivos e conteúdos a serem trabalhados em sala de aula. Assim, compreendemos que as escolas são estruturas hierarquizadas, com metas a serem alcançadas, havendo aquele que ensina (professor) e o que aprende (aluno), dessa maneira o conhecimento é construído e transmitido intencionalmente e gradualmente. Por outro lado, quando pensamos em educação não formal logo nos reportamos a um tipo de educação onde não há hierarquia e uma gama de conteúdos pré-estabelecidos que devam ser trabalhados com um grupo de alunos em instituições registradas a fim de haver ou não a promoção. Por exemplo, na educação não formal os processos se dão focando principalmente os sujeitos e as relações que se estabelecem em meio a sociedade, dessa maneira o contexto se torna parte fundamental de um currículo constituído de maneira flexível e dinâmica, onde o diálogo possibilita a construção do conhecimento e posteriormente a transmissão deste a outros grupos. A intencionalidade é elemento comum entre a ação educativa formal e não formal. Em outras palavras, a educação intencional subdivide-se devido à diferença entre os níveis de sistematização e institucionalidade de suas experiências. Em ambas, há objetivos explícitos que fundamentam a organização e modos de ação. O elemento diferenciador entre as duas modalidades é o grau de estruturação e sistematização segundo o qual a experiência educacional é planejada, executada e avaliada. (PRÍNCEPE e DIAMENTE, p.04) A LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) promulgada em 1996 deixa claro que a educação vai além daquela que é ofertada nas instituições formais de ensino, em salas de aula, por trás dos muros, o seu conceito de educação reconhece e valoriza os diversos outros espaços de aprendizagem que contribuem para a formação do sujeito. A Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional de 1996 ainda coloca em seu Art. 1 que:
7 A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (LDBEN. Título I, 1996) O Baú de Leitura faz parte da educação não formal, mas também está adentrando nos espaços formais da escola, e com isso vem contribuindo muito para a prática pedagógica na aprendizagem dos alunos, no estímulo para o desenvolvimento de uma leitura consciente, crítica e dinâmica. O Baú ajuda o aluno a perceber a escola como um espaço de construção coletiva de conhecimento, um espaço que ele de fato não apenas está presente, mas faz parte, e mais ainda, provoca o aluno a se superar, a desenvolver suas habilidades. Esta parceria entre Baú e escola deve ser compreendida como um leque de possibilidades para o crescimento da educação como um todo. 4 RESULTADOS DA PESQUISA A escola estudada apesar de dispor de poucos recursos materiais desenvolve suas atividades de maneira satisfatória e assídua. Tem uma equipe quantitativamente razoável o que lhe permite desenvolver um bom trabalho, levando em consideração as dificuldades existentes no que diz respeito a falta de material como um todo. A maioria dos professores são efetivos, ingressantes por meio de concurso publico. Sendo 03 profissionais com nível superior e 1 profissional com Ensino Médio. Em entrevista 100% dos professores afirma utilizar a metodologia do Baú de Leitura em algumas aulas, isso mostra que a mesma vem sendo positiva e que seus resultados estão visíveis na escola. Com o projeto na escola os professores passaram a se preocupar mais em buscar novos instrumentos a fim de tornar as aulas mais interessantes, fazendo com que os alunos se tornem mais participativos. No gráfico 1 podemos observar estes instrumentos.
8 Gráfico 1- Recursos utilizados para motivar alunos para a leitura. 1 1 Contações de estórias, 2 jornais, revistas e livros da biblioteca 2 Livros da biblioteca, contações de estórias e jogos Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor do trabalho. Como podemos perceber os recursos utilizados pelos professores em sala de aula a fim de motivar os alunos são os mesmo utilizados nas oficinas desenvolvidas pelo Projeto Baú de Leitura. O lúdico é visto e aceito como estratégia de motivação e como caminho para desenvolver as habilidades artísticas, a aprendizagem, o conhecimento de si mesmo e do mundo, sua cultura e sua família. O Baú de Leitura vem obtendo bons resultados com as oficinas lúdicas desenvolvidas, o interesse pelo livro aumentou satisfatoriamente, os alunos estão lendo mais e consequentemente expressando melhor suas ideias, dentro e fora da sala de aula. Dos 85 alunos apenas 25 são letrados e alfabetizados, estes do 4º e 5 ano, leem e conseguem entender e discutir pequenos textos, os demais estão no processo de letramento. Dessa maneira podemos observar no gráfico 2 que 7% das crianças passaram a ler de 1 a 2 livros por mês, 22% leem de 3 a 5 livros, e 71% das crianças fazem apenas leitura de imagens, estas correspondem as 60 crianças que estão no pré escolar, 1, 2 e 3 ano. Gráfico 2- Quantidade de livros lidos pelas crianças mensalmente Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor do trabalho
9 Apenas os alunos do 4 e 5 ano leem, os demais fazem apenas leitura de imagens. Antes de o Projeto ser inserido na escola os alunos não tinham curiosidade pelos livros, à escola dispunha de um acervo que não era explorado nem pelos professores nem muito menos pelos próprios alunos, a inserção do Baú de Leitura na escola reverteu esse quadro e de uma maneira lúdica levou a leitura de mundo e das palavras para a sala de aula. Os trabalhos desenvolvidos não substituem o trabalho do professor, o objetivo é contribuir e trabalhar em parceria com a escola. Levando em consideração que a escola em questão é pequena e que oferta o ensino apenas até o 5 ano, os dados levantados em relação a quantidade de livros lidos são animadores, eles evidenciam o interesse pelo livro por parte dos alunos e consequentemente pelos professores também, uma vez que estes passaram a utiliza-lo mais nas aulas. Os livros saem das estantes e passam a ocupar o tapete exposto na sala, as mãos dos alunos e a mesa do professor. Não só as palavras são lidas, mas as figuras, o autor e o próprio mundo do aluno, com essa mudança a escola torna-se um espaço mais dinâmico e participativo. As oficinas desenvolvidas buscam sempre fazer relação com o contexto em que a criança está inserida, com seus modos, sua família e sua cultura. Na entrevista com os alunos pode-se perceber que as leituras preferidas são os gibis, lendas, poesia e clássicos como A bela e a fera, Romeu e Julieta, chapeuzinho vermelho e os três porquinhos. As crianças e adolescentes ainda colocaram algumas mudanças que perceberam em si depois que começaram a participar do projeto, dentre elas estas se destacam: Fiquei mais amigo. Passei a aprender mais rápido. Consigo trabalhar melhor em grupo. Fiquei mais calmo e não brigo mais tanto com os colegas. Agora eu nunca fico sem fazer nada, participo sempre do Baú e me sinto mais feliz. Estou mais organizado. Arrumo minhas coisas quando termino de usar.
10 Como podemos perceber as oficinas do Baú de Leitura além de incentivar gosto pela leitura também contribui para que a criança se perceba enquanto membro de um ou de vários grupos como: família, escola, igreja, amigos... Ela aprende a se relacionar melhor com o outro, a respeitar, partilhar, compreender, perceber suas necessidades sem ficar indiferente as necessidades dos demais. Com as respostas também analisamos que o projeto ainda trabalha com a autoestima e a identidade dos alunos, dessa maneira eles conseguem refletir melhor sobre seus sentimentos e discutir mais facilmente sobre questões que o incomodem no cotidiano, familiar ou na escola. Alguns resultados do Baú de Leitura ainda foram citados pelos professores em entrevista: 1. Alunos mais dedicados às atividades escolares ; 2. Alunos interessados em levar livros da biblioteca para ler em casa ; 3. Alunos mais participativos nos trabalhos em grupo ; 4. Alunos expressando melhor a linguagem oral e escrita ; 5. Professores mais dispostos a pesquisar ; 6. Participação maior dos pais na escola ; 7. Alunos mais criativos e com um relacionamento melhor com os colegas ; 8. Professores, alunos e pais compreendendo melhor seu contexto. Com base nessas respostas, percebemos que de fato, as mudanças citadas pelos alunos anteriormente confirmam-se, e que os objetivos do Projeto Baú de Leitura também vêm sendo alcançados. Os professores mostraram que essa parceria de educação formal com educação não formal teve um impacto muito positivo, e que os resultados são animadores para a escola. Outro ponto importante a ser destacado é a participação maior dos pais, uma vez que por vezes eles são convidados a contribuir com alguma atividade junto aos alunos, isso aproxima os pais da escola ao mesmo tempo em que fortalece o vínculo afetivo na relação pai e filho. No que diz respeito à leitura, os professores também apontam que os alunos estão lendo mais e consequentemente expressando melhor suas ideias, isso fica mais visível nas apresentações orais e nas produções de textos que agora são mais organizados e interessantes.
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a pesquisa pode-se perceber que o projeto vem trazendo grandes benefícios a escola e que de fato os alunos avançaram no que diz respeito ao nível de leitura, compreensão de mundo e relações interpessoais. Pode-se então comprovar que a metodologia utilizada no Projeto Baú de Leitura vem alcançando ótimos resultados, sua prática diferenciada atrai as crianças e adolescentes e as instigam desde a educação infantil a se encantarem pelos livros e a descobrir o mundo das palavras. Vemos que a educação não formal dentro dos espaços formais é uma alternativa plausível que traz muitos benefícios e faz a diferença nos processos de ensino e aprendizagem das crianças e adolescentes. Os dados apresentados ressaltam a importância que deve ser dada pelos docentes a metodologia utilizada em sala de aula, principalmente no que diz respeito ao trabalho com leitura e escrita. Eles precisam estar atentos aos processos e perceber até que ponto o aluno desenvolve, para que assim possa de fato alcançar resultados satisfatórios. Os resultados da pesquisa também apresentam a mudança na prática dos docentes ao se depararem com algumas dificuldades, podemos perceber que um dos fatores determinantes foi a flexibilidade e a sensibilidade dos profissionais da escola estudada, uma vez que estes se mostraram interessados e abertos a discutir e trabalhar com o projeto Baú de Leitura na escola, bem como a aperfeiçoarem sua prática, deixando-a mais atrativa para os alunos. REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. 4ª.ed. São Paulo: Scipione BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. LDB Lei de Diretrizes e Bases. Lei nº /96 de 20 de dezembro de CARMO, Antônio. O Papel Da Escola e do Professor na construção do saber crítico do aluno FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 26ª Ed. Cortez editora, HITTI, Sueli Maria Gonçalves e CARNEIRO, Vera Maria Oliveira. A experiência do Baú de Leitura
12 LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, MOVIMENTO DE ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA-MOC. Baú de Leitura: lendo histórias-construindo cidadania. Feira de Santana/Bahia PRÍNCEPE, Lisandra Marisa e DIAMENTE Juliana. Desmistificando a educação não formal. Revista acadêmica eletrônica Sumaré. Disponível em: Acesso em 27 fev SILVA, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler: Fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. São Paulo: Cortez, 2011
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