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1 Polícia Rodoviária Federal Mais de 360 aprovados na Receita Federal em das 88 vagas no AFRF no PR/SC 150 das 190 vagas no TRF no PR/SC 150 das 190 vagas no TRF História Republicana Profº. Celso Soares Data de impressão: 02/08/2007 Conquiste sua vitória ao nosso lado Visite a loja virtual provacao.com.br MATERIAL DIDÁTICO EXCLUSIVO PARA ALUNOS DO CURSO APROVAÇÃO Visite o Portal dos Concursos Públicos MATERIAL DIDÁTICO EXCLUSIVO PARA ALUNOS DO CURSO APROVAÇÃO

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3 HISTÓRIA DO BRASIL I - República Velha O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha. Este período da História do Brasil é marcado pelo domínio político das elites agrárias paulistas (cafeicultores) e mineiras (pecuaristas), O Brasil firmou-se como um país exportador de café, enquanto a indústria nacional dava seus primeiros passos na procura de seu lugar num país predominantemente agrário. Na área social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos quatro cantos do território brasileiro. A República da Espada (1889 a 1894) - Período em que o Brasil foi governando pelo militares: Marechal Deodoro da Fonseca e, após sua renuncia, pelo vice, Marechal Floriano Peixoto. Em 15 de novembro de 1889, a monarquia brasileira foi substituída pelo sistema republicano. O povo - como sempre - não teve qualquer participação no evento, o qual foi liderado pelos produtores de café, pela classe média urbana e pelos militares. Os cafeicultores advogavam o federalismo e a defesa da economia marcadamente agroexportadora; a classe média sonhava com o desenvolvimento industrial e a modernização das cidades; os militares, sob influência das idéias positivistas, defendiam um governo forte e centralizado. Pontos tão divergentes entre as três classes geraram muitos conflitos e disputas pelo controle governamental. Entretanto, o poder econômico-financeiro da oligarquia rural falou mais alto a partir de Embora não tranqüilo, a República Velha ficou nas mãos da oligarquia agrária cafeeira, especialmente, paulista. A Constituição de 1891 (Primeira Constituição Republicana) A Constituição de 1891 foi promulgada no dia 14 de fevereiro de 1891, com forte influência norte-americana, com as seguintes características: 1. adoção do sistema federalista, onde as antigas provícias passaram a se chamar Estados, com maior autonomia administrativa; separação entre a Igreja Católica e o governo federal; 2. estabeleceu o voto universal para maiores de 21 anos, com exceção das mulheres, analfabetos, mendigos, membros de ordens religiosas e militares de baixa patente; 3. foi extinto o Poder Moderador e a vitaliciedade do Senado. Os senadores - dois por Estado - seriam eleitos diretamente para mandatos de 9 anos; 4. divisão do poder em Executivo, Legislativo e Judiciário; 5. eleição direta para presidente da República - com exceção da primeira - para um mandato de 4 anos. Bandeira provisória da República, que foi adotada por quatro dias apenas. Possuía um retângulo com 21 estrelas sobre um fundo azul. Cada estrela representava uma unidade federativa. No restante, a bandeira apresentava listras nas cores verde e amarelo. Só ficou faltando à observação: Qualquer semelhança com outra bandeira será mera coincidência. Governo do Marechal Deodoro da Fonseca (novembro de1889 a fevereiro de 1891) O principal fato ocorrido no governo provisório foi à política econômica posta em prática pelo jurista Rui Barbosa, com objetivo de estimular o desenvolvimento industrial. O governo autorizou os bancos emitirem papel moeda (dinheiro) com o objetivo de financiar projetos industriais. A medida foi um desastre, afundando o país numa profunda crise inflacionária. Tal política econômica, desprovida de qualquer lógica financeira, passou a ser conhecida como Encilhamento, numa referência ao local do hipódromo onde eram feitas as apostas e os cavalos encilhados para as corridas. Após a aprovação da Primeira Constituição Republicana, foi realizada a eleição para o novo presidente da República. Lembramos que o período entre a Proclamação da República (15/11/1889) e a promulgação da Constituição Republicana (24/2/1891), o Brasil ficou sob comando de um governo provisório, representado pelo Marechal Deodoro. Concorreram à presidência, Prudente de Morais, representando os cafeicultores, e o preferido dos militares, Deodoro da Fonseca, que só aceitava um resultado: a vitória. Caso contrário, o Congresso poderia ser fechado. Quem ganhou? O militar. Sem apoio da oligarquia agrária e irritado com a mediocridade dos seus ministros, Deodoro determinou o fechamento do Congresso, mas não agüentou as pressões para que se retirasse do governo. Acabou renunciando em 3 de novembro de 1891, após uma desastrosa administração que durou apenas nove meses. A Constituição determinava que na ausência do presidente, o vice assume, mas deveria marcar novas eleições, uma vez que a renuncia do titular tinha ocorrido antes de completar dois anos de mandato. Governo de Floriano Peixoto ( ) - o Marechal de Ferro. Inicialmente, Floriano Peixoto recebeu apoio das oligarquias agrárias e dos militares, mas logo passou a receber críticas do empresariado rural quando declarou o desejo de ficar no cargo presidencial até o término do mandato, em Como conseqüência, Floriano teve que enfrentar inúmeras revoltas, inclusive de seus próprios colegas da farda, como a da Marinha, liderada por Custódio de Melo. A situação tornou-se ainda mais grave quando, no Rio Grande do Sul, teve início o conflito denominado Revolução Federalista. A causa da revolta gaúcha foi a disputa do poder político local, envolvendo dois grupos: os pica-paus, sob comando de Júlio de Castilhos, favoráveis a um governo forte; e os maragatos, sob comando de Silveira Martins, defendendo maior autonomia aos governos locais. Na verdade, o desejo era retirar o poder político do líder dos pica-paus, Júlio de Castilhos. O conflito se alastrou palos Estados sulinos após Floriano apoiar Júlio de Castilhos. Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 1

4 Contra Floriano Peixoto, A Marinha sob comando de Custódio de Melo, tomou o Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, organizando no local um governo rebelde e de apoio aos maragatos gaúchos. Agora o objetivo a Armada e dos maragatos era derrubar Floriano Peixoto. A idéia dos rebeldes era atacar o Paraná em três frentes: Paranaguá, Tijucas e Lapa, para posterior concentração em Curitiba, local escolhido para avançar sobre São Paulo, seguindo depois para o Rio de Janeiro. No entanto, a conquista da cidade da Lapa não foi fácil. Os defensores do governo Floriano só foram derrotados após vários dias de ferozes combates nas ruas da cidade paranaense, fato que retardou o avanço dos rebeldes e permitiu a organização da grande contra-ofensiva governamental a partir de São Paulo, que liquidou com os maragatos. Floriano Peixoto consolidou a República e entregou o cargo presidencial ao vencedor das primeiras eleições diretas ao paulista Prudente de Moraes - representante da oligarquia cafeeira, em República das Oligarquias O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país. Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista. Política do Café-com-Leite A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo ou ligados a estes dois Estados. São Paulo e Minas Gerais eram as unidades mais ricas da federação e, por isso, dominavam o cenário político da república. Saídos das elites paulistas e mineiras, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). Se por um lado a política do cafécom-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados. Política dos Governadores Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte à candidatura presidencial e também durante a época do governo. O coronelismo A figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, onde o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo de violência para que os eleitores de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos" para conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência. O Convênio de Taubaté Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo republicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava. Esperava-se a alta do preço do café e então os estoques eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café. A crise da República Velha e o Golpe de 1930 Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de assumir um político mineiro do PRM. Porém, o Partido Republicano Paulista do presidente Washington Luís indicou um político paulista, Julio Prestes, a sucessão, rompendo com o café-com-leite. Descontente, o PRM junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança Liberal) para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas. Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril de 1930, deixando descontes os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais. Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução de É o fim da República Velha e início da Era Vargas. Além dos governos do Marechal Deodoro da Fonseca (1) e de Floriano Peixoto(2), a República Velha também teve como presidentes da República: 03. Prudente Moraes (15/11/1894 a 15/11/1898) Forte recessão econômica resultante do encilhamento. Pacificou o Rio Grande do Sul, ainda conturbado pela Revolução Federalista. Em fevereiro de 1895 resolvia-se com o arbitramento do Presidente dos Estados Unidos, Grover Cleveland, a questão de limites com a Argentina (a questão das Palmas). Reatou relações diplomáticas com Portugal, rompidas um ano antes, quando dois navios portugueses deram asilo político a Saldanha da Gama e a outros participantes da Revolta Armada. Sob arbitramento do governo português, solucionou-se o caso da Ilha da Trindade, ocupada desde dezembro de 1895 pelos ingleses, sob a alegação de não existirem ali marcos indicativos da posse brasileira. Guerra de Canudos foi o maior problema com que se deparou o governo de Prudente de Morais. Antônio Conselheiro, líder messiânico, pregava para uma miserável população que habitava o Sertão Nordestino. Para os caboclos, Antônio Conselheiro representava a esperança de dias melhores. Ele tinha sido enviado por Deus. Para o governo, tratava-se de um movimento político para restaurar a monarquia no país. Após várias derrotas impostas às tropas federais pelos fanáticos seguidores de Conselheiro, o governo conseguiu destruir o pequeno povoado baiano. Na verdade a guerra ocorrida em Canudos poderia ter sido evitada com um mínimo de assistência social. Mas o governo preferiu causar um longo extermínio da cidade, povoada com pessoas que em verdade desconheciam a diferença entre Monarquia e República. 2 Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

5 04. Campos Salles (15/11/1898 a 15/11/1902) Para restabelecer o crédito brasileiro no exterior, Campos Sales negociou com banqueiros de outros países um acordo denominado funding loan. Por esse acordo, o Brasil deixaria durante um determinado período de pagar juros dos empréstimos anteriores e faria um novo empréstimo. Em troca do novo empréstimo, o governo dava como garantia as rendas das alfândegas de alguns portos, da Central do Brasil e do abastecimento de água do Rio de Janeiro. O principal auxiliar do presidente foi o ministro da fazenda, Joaquim Murtinho, que tomou uma série de medidas para restaurar as abaladas finanças do país. Política dos governadores - Tal política consistia basicamente num acordo entre o presidente da República e os governadores dos Estados, visando fortalecer ambas as partes, da seguinte maneira: seriam admitidos no poder Legislativo federal apenas os deputados que representassem a situação em seus respectivos Estados. Após as eleições, a Comissão Verificadora de Poderes, controlada pelo Executivo federal, "diplomava" ou "degolava" os candidatos eleitos, conforme fossem ou não partidários do governo de seu Estado. Em troca, a Câmara dos Deputados eleita e "diplomada" daria todo o apoio às iniciativas do governo federal. Através desse sistema, as oligarquias estaduais mantiveram-se no poder durante décadas e, ao mesmo tempo, ficou assegurado o predomínio político de São Paulo e Minas Gerais, os dois Estados economicamente mais fortes e com maior representação no Congresso. 05. Rodrigues Alves (15/11/1902 a 15/11/1906) Saneamento da cidade do Rio de Janeiro, graças ao cientista Osvaldo Cruz, que conseguiu eliminar o flagelo da febre amarela e da varíola na cidade. Modernização do Rio de Janeiro na administração do prefeito Francisco Pereira Passos, que alargou as ruas e construiu a Avenida Central, atual Avenida Rio Branco. Tratado de Petrópolis - O Brasil adquiriu o atual Estado do Acre, antes pertencente à Bolívia. Convênio de Taubaté. Revolta da Vacina - A revolta militar teve como causa a obrigatoriedade de vacinação contra a varíola, decretada pelo governo federal, o que já causara revoltas e motins de rua, no Rio de Janeiro. O presidente resistiu às pressões dos militares rebeldes, que pretendiam obrigá-lo a abandonar o Palácio do Catete. Depois de alguns conflitos os revoltosos foram vencidos pelas forças do governo e todos os militares foram vacinados. 06. Affonso Penna (15/11/1906 a 14/06/1909) Não conseguiu fazer muita coisa. Sua administração foi abalada por crises política, como de costume. Conseguiu fazer melhorias na rede ferroviária, como a ligação de São Paulo a Mato Grosso e incentivou a imigração. O presidente faleceu antes de completar o mandato e foi substituído pelo vice Nilo Peçanha. 07. Nilo Peçanha (14/06/1909 a 15/11/1910) Criou o Serviço de Proteção dos Índios (SPI), substituído mais tarde (em 1967) pela Fundação Nacional do Índio (Funai). A campanha eleitoral entre os civilistas, que apoiavam Rui Barbosa, e os hermistas, partidários de Hermes da Fonseca, tumultuou a fase final do governo de Nilo Peçanha. 08. Marechal Hermes da Fonseca (15/11/1910 a 15/11/1914) Foi um dos mais tumultuados da história da República. Ele enfrentou oposição no Congresso e rebeliões nos estados. A candidatura de Hermes da Fonseca dividiu o país. Líderes paulistas e mineiros, que durante anos estiveram unidos pela política do cafécom-leite, desta vez ficaram em lados opostos. Hermes foi apoiado por Minas Gerais, pelo Rio Grande do Sul e pelos militares. O grande articulador de sua candidatura foi o gaúcho Pinheiro Machado, presidente do senado. O outro candidato, Rui Barbosa, recebeu o apoio de São Paulo e da Bahia. Na "campanha civilista", Rui Barbosa percorreu o país combatendo Hermes da Fonseca e a intromissão dos militares na política. Revolta da Chibata foi uma rebelião de marinheiros contra os castigos físicos na Marinha. A chibata (chicote) era utilizada pelos oficiais para açoitar os marinheiros que cometiam faltas consideradas graves. A revolta foi liderada pelo marinheiro João Cândido, que ficou conhecido como Almirante Negro. Política das Salvações foi a utilização de tropas federais para garantir o apoio político dos Estados ao governo federal. Os governadores da oposição eram retirados do poder e substituídos por políticos leais ao presidente. Essa intervenção nos estados ficou conhecida como "política das salvações". No Ceará, a troca do governador causou uma revolta dos fazendeiros. Liderados pelo Padre Cícero, os cearenses exigiram a volta do líder local, deposto pelo presidente. Guerra do Contestado conflito em uma vasta região ( km 2 ) disputada pelos estados do Paraná e Santa Catarina, por culpa da indecisão do governo brasileiro, que desde a criação da Província do Paraná, (1853) não estabeleceu a qual governo - catarinense ou paranaense - pertencia à área em disputa. A bomba acabou estourando nas mãos de Hermes da Fonseca. Ao longo do tempo, a região tinha sido ocupada por desempregados e trabalhadores sem terra, muitos deles liderados pelo beato José Maria, que pretendia fundar uma "monarquia celestial" na região. Em 1915, já no governo de Venceslau Braz, após vários conflitos armados, nos quais morreram cerca de vinte mil pessoas, chegou ao fim a Guerra do Contestado. Então o governo fez o que deveria ter feito há muito tempo: dividiu a região entre os dois Estados. Santa Catarina ficou com km 2 e o Paraná com km Venceslau Braz (15/11/1914 a 15/11/1918) Primeira Guerra Mundial - O novo presidente da República era político de Minas Gerais e, como quase todo político mineiro, discretamente exerceu a Vicepresidência no quadriênio anterior. Seu mandato foi marcado pela Primeira Guerra Mundial, com a opinião pública brasileira totalmente favorável aos aliados, isto é, França e Inglaterra. Não podemos esquecer que a França sempre gozou em nossas elites de grande prestígio e a monarquia brasileira imitou os modelos britânicos. A partir do momento em que forças navais da Alemanha começaram atacar embarcações brasileiras, ao longo do nosso litoral, em 26 de outubro de 1917, o Brasil declarou guerra ao Império Alemão. O País não enviou tropas à Europa, apenas participou da ajuda aos aliados como o fornecimento de gêneros alimentícios e matérias primas. Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 3

6 Industrialização - Na impossibilidade de importar produtos fabris devido o conflito mundial gerou um surto industrial significativo. Embora acidental e não planificado, o avanço industrial representou uma mudança importante em nossa estrutura tradicionalmente agrícola. Como conseqüência da industrialização, constatou-se a emergência de uma burguesia industrial e do operariado. A exploração da força de trabalho, a falta de legislação trabalhista e a difusão de ideais anarquistas deram ensejo a numerosos protestos e greves operários (Grande Greve de 1917). Pacificação do Contestado, região nos limites entre os Estados do Paraná e Santa Catarina. A 20 de outubro de 1916 foi assinado no Rio de Janeiro um tratado que encerrava definitivamente a questão. Gripe espanhola, moléstia que causou milhares de vítimas, atingiu o Brasil nos últimos meses da administração de Venceslau Braz. Só em nosso país, cerca de pessoas faleceram devido a doença, inclusive o ex-presidente Rodrigues Alves, eleito novamente para mais quatro anos de governo. 10. Governo Delfim Moreira (15/11/ /7/1919) O mineiro Delfim Moreira foi eleito vice-presidente da República para o período na chapa do paulista Rodrigues Alves. A vitória da dupla representou a consolidação da política do café-com-leite. Mas, Rodrigues Alves, eleito presidente pela segunda vez, ficou doente e não assumiu o cargo. Foi substituído por Delfim Moreira, que governou provisoriamente até se realizarem novas eleições. O presidente interino, Delfim Moreira, quase não governou por dois motivos: seu mandato era muito curto e seu estado de saúde era precário. Faleceu antes de entregar o cargo ao novo presidente, na madrugada de 1º de julho de 1919, em Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais. 11. Governo de Epitácio Pessoa (28/7/1919 a 15/11/1922) O governo de Epitácio Pessoa caracterizou-se pela instabilidade política. A tradicional elite cafeeira não podia aceitar um político escolhido por gaúchos, cariocas e nordestinos. A nomeação de civis para as Pastas militares provocou a reação de setores do Exército, exemplificada pelo movimento tenentista. A essa insatisfação logo se somariam a das oligarquias dissidentes e a dos novos setores sociais urbanos, principalmente os operários e empresários industriais. Intelectuais de distintas procedências e alinhados por correntes diversas de pensamento manifestaram-se por meio da Semana de Arte Moderna, na cidade de São Paulo Aproveitando-se da confusão, um grupo de políticos criaram o Partido Comunista. Na prática, nenhum deles tinha noção sobre qual era a proposta comunista. Revolta do Forte de Copacabana (5/7/1922) A Revolta do Forte de Copacabana, em 1922, foi o primeiro movimento militar armado, que pretendeu tirar do poder as elites tradicionais e esboçou a defesa de princípios modernizadores, refletindo o descontentamento com a organização política e econômica da época e características peculiares da formação do exército brasileiro. Havia no interior do exército forte disposição contra a posse do sucessor de Epitácio Pessoa, presidente eleito Artur Bernardes, representante das elites tradicionais, criticado pelos militares. Em 5 de julho de 1922, ocorreu a Revolta do Forte de Copacabana, contra a posse do sucessor de Epitácio Pessoa. A revolta foi prontamente sufocada pelas forças do governo, que massacraram parte dos jovens oficiais. Estes, em número dezoito, saíram do forte e avançaram de armas nas mãos, contra as tropas enviadas para combatê-los. Do episódio dos Dezoito do Forte, como ficou conhecido o levante, tiveram apenas dois sobreviventes, embora com graves ferimentos: Siqueira Campos e o tenente Eduardo Gomes, que mais tarde se tornaria uma das figuras de maior destaque nas Forças Armadas e na política brasileira. Semana de Arte Moderna de São Paulo foi o evento de grande repercussão, por contestar os padrões culturais e estéticos predominantes, defendiam o desenvolvimento de uma arte genuinamente brasileira, condenando o falso moralismo existente na sociedade da época. Denunciavam o coronelismo e o voto de cabresto, que caracterizavam a vida política brasileira. A Semana de Arte Moderna de 22, realizada entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, contou com a participação de escritores, artistas plásticos, arquitetos e músicos. A produção de uma arte brasileira, afinada com as tendências vanguardistas da Europa, sem contudo perder o caráter nacional, era uma das grandes aspirações que a Semana tinha em divulgar. Esse era o ano em que o país comemorava o primeiro centenário da Independência e os jovens modernistas pretendiam redescobrir o Brasil, libertando-o das amarras que o prendiam aos padrões estrangeiros. Seria, então, um movimento pela independência artística do Brasil. Por que a Semana de Arte Moderna foi na capital paulista? São Paulo dos anos 20 era a cidade que melhor apresentava condições para a realização de tal evento. Tratava-se de uma próspera cidade, que recebia grande número de imigrantes europeus e modernizavase rapidamente, com a implantação de indústrias e reurbanização. Era, enfim, uma cidade favorável a ser transformada num centro cultural da época, abrigando vários jovens artistas. Ao contrário, o Rio de Janeiro, outro polo artístico, se achava impregnado pelas idéias da Escola Nacional de Belas-Artes, que, por muitos anos ainda, defenderia, com unhas e dentes, o academicismo. 12. Governo de Arthur Bernardes ( ) Estado de Sítio - Seu governo transcorreu inteiramente sob "estado de sítio". Efervescência política, revoltas e perturbações da ordem foram as causas do ininterrupto estado de sítio. Revolta Paulista de Em 1923 conseguiu o ministro da Guerra, general Setembrino de Carvalho, pacificar o Rio Grande do Sul, conturbado pela revolução contra o governo Borges de Medeiros. No ano seguinte (5 de julho de 1924) rebentaria uma revolução em São Paulo sob a chefia do general reformado Isidoro Lopes. Embora contassem com a opinião pública paulista, não conseguiram as tropas revolucionárias oferecer eficiente resistência às forças do governo. A revolução paulista repercutira, entretanto, sob a forma de motins no Rio Grande do Sul, Pernambuco, Pará, Amazonas e Sergipe. Identifica-se, habitualmente, a revolta paulista com o movimento tenentista, considerando-se, destarte, o Segundo Levante Tenentista. Dela se originou a Coluna Prestes. 4 Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

7 Coluna Prestes - Com um núcleo fixo de cerca de 300 militares, mas chegando a ter em diversos momentos mais de homens, a Coluna Prestes percorreu cerca de 25 mil quilômetros pelo interior do Brasil, durante 2 anos e meio. Nesse temo, seus integrantes travaram mais de 100 combates, sem que nenhum dos lados saísse vencedor. No final, em fevereiro de 1927, a maior parte da Coluna retirou-se para a Bolívia, e, em março do mesmo ano, uma parte menor entrou no Paraguai. Em sua marcha pelo Brasil, os tenentes denunciavam a miséria da população e constataram de perto a exploração das camadas populares pelos líderes políticos locais. Assim, firmaram a convicção de que era preciso mudar a situação socioeconômica do Brasil e substituir o governo. 13. Governo de Washington Luís ( ) Governar é construir estradas" - Duas grandes preocupações destacam-se no programa administrativo do novo governo, representante da poderosa oligarquia cafeeira paulista: construção de estradas e reforma financeira. Logo são iniciadas as grandes rodovias Rio - São Paulo e Rio - Petrópolis, esta última visando posteriormente a prolongar-se até Belo Horizonte. Economia - Entretanto, a situação econômica do país não era boa. O café, nosso principal produto de exportação, estava muito acima da capacidade do mercado em consumi-lo, em virtude do crescimento contínuo dos cafezais; bastaria dizer que, sendo a produção anual média de 21 milhões de sacas, o consumo mundial atingia apenas 14 milhões delas. Crônica crise política - Politicamente também não ia bem o regime. A representação popular havia sempre sido uma farsa. As fraudulentas eleições, feitas pelos chefes políticos ou "coronéis", se por um lado mantinham no poder seus representantes, por outro provocavam um natural desejo de reformas, que encontraria eco, sobretudo, entre a oficialidade mais jovem. Gerou-se assim o "tenentismo" que admitia ser a corrupção o vício fundamental do regime. Candidatos a sucessão presidencial - A escolha dos candidatos à sucessão presidencial funcionou como um estopim para a mais importante revolução da História republicana. Apresentavam-se como prováveis candidatos Júlio Prestes (S.Paulo), Getúlio Vargas (R.G. do Sul) e Antônio Carlos de Andrada (minas Gerais). No entanto, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de o candidato ser mineiro. A confusão teve início quando os paulistas preocupados com a crise financeira resolveram indicar seu candidato, Júlio Prestes, para suceder Washington Luis. A partir desse momento, o candidato mineiro passou a apoiar a Aliança Liberal, formada pelas forças políticas gaúchas e paraibana, sob comando de Getúlio Vargas e João Pessoa. Mesmo assim, o candidato paulista venceu as eleições. A princípio a oposição aceitou a derrota, mas o assassinato de João Pessoa, em sua terra natal, transformou no estopim da Revolução de Washington Luis foi deposto e seu futuro sucessor teve que fugir para o exterior. Entenda a Crise Econômica de 1929 Em meados da década de vinte, apesar de toda euforia reinante, a economia norte-americana já apresentava sinais de que algo na estava certo. Enquanto a produção industrial e agrícola cresceu num ritmo acelerado desde o final da Primeira Guerra Mundial, o aumento dos salários foi muito lento. A conseqüência progressiva da mecanização da indústria e da agricultura foi o desemprego que aumentou de modo preocupante. Os países europeus recuperaram-se dos prejuízos de guerra, o que os levou a comprar cada vez menos dos EUA e a concorrer com eles nos mercados internacionais. Por falta de consumidores internos e externos, começaram a sobrar grandes quantidades de produtos no mercado norte-americano, configurando-se, assim, uma crise de superprodução. Diante disso, os agricultores viram-se obrigados a armazenarem cereais. Para tanto, tiveram que pedir empréstimos ao banco, oferecendo suas terras como garantia de pagamento, o que muitas vezes os levou a perdê-las. Os industriais, por sua vez, foram forçados a diminuir o ritmo da produção e, conseqüentemente, a despedir milhares de trabalhadores, aprofundando a crise. A pesar da crise galopante, os pequenos, médios e grandes investidores continuaram especulando com ações. Comercializavam esses papéis por preços que não condiziam com a real situação das empresas. Enfiam, agiam como se a economia do país estivesse saudável. Entretanto, como era de se esperar, chegou o momento em que a crise atingiu a Bolsa de Nova Iorque, um dos importantes centros do capitalismo mundial. Refletindo a real situação das empresas, os preços das ações começaram a baixar. Os acionistas correram para tentar vendê-las, mas não havia quem quisesse comprá-las. Em 29 de outubro de 1929, havia 13 milhões de ações à venda, mas faltavam compradores. O resultado foi que os preços das ações despencaram, ocorrendo o crash (quebra) da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Com isso, milhares de bancos, indústrias e empresas rurais foram à falência e pelo menos 12 milhões de norte-americanos perderam o emprego. Abalados pela crise, os EUA reduziram drasticamente a compra de produtos estrangeiros e suspenderam totalmente os empréstimos a outros países. Assim, a crise propagou-se rapidamente por todo o mundo. 14. Governo de Getúlio Vargas ( ) O logo governo de Getúlio Vargas pode ser dividido em três períodos: Governo Provisório ( ); Governo Constitucional ( ); Estado Novo ( ). Em sua primeira fase, Vargas procurou equilibrarse entre os grupos antagônicos que o apoiaram: movimento tenentista, camadas urbanas (empresários, operários, profissionais liberais) e as oligarquias agrárias que ainda possuíam grande poder. Com grande habilidade, Vargas jogou um grupo contra o outro, enfraquecendo-os, para depois reinar absoluto no poder. 15. Governo Provisório (3/11/ /7/1934) Fechou Congresso Nacional e as Assembléias Legislativas Estaduais e municipais. Interventores substituíram os presidentes (governadores) dos Estados. A Constituição de 1891 foi revogada. Vargas passou a governar por decretos. Na economia, mandou queimar todo café estocado para manter um preço melhor do produto no mercado internacional. Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 5

8 Revolução Constitucionalista de Os paulistas exigiam que o governo provisório obedecesse a Constituição ou promulgasse uma nova. Como Vargas não fez nenhuma nem outra, a população de São Paulo resolveu derrubar o governo pela força. Em 9 de julho de 1932, o Estado de São Paulo enfrentou o país inteiro, resistindo por três meses. Mesmo saindo vitorioso, Vargas procurou evitar nova reação paulista. Convocou a Assembléia Constituinte para elaborar uma nova Constituição. Constituição de 1934: foi promulgada ; criação dos tribunais eleitorais e trabalhistas; extinção do cargo de vice-presidente; os trabalhadores passaram a ter direito ao salário mínimo e à sindicalização; direito de voto extensivo às mulheres. Governo Constitucional ( ) Getúlio Vargas é eleito presidente pelo Congresso em julho de 1934 e exerce o mandato constitucional até o golpe do Estado Novo, em 10 de novembro de Os três anos de legalidade são marcados por intensa agitação política, greves e o aprofundamento da crise econômica. Nesse quadro, ganham importância movimentos como a Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Ação Integralista Brasileira (AIB) As idéias fascistas chegam ao Brasil nos anos 20, propagam-se a partir do sul do país e dão origem a pequenos núcleos de militantes. Em 1928 é fundado o Partido Fascista Brasileiro. A organização mais representativa dos fascistas, porém, é a Ação Integralista Brasileira (AIB), fundada em 1932 pelos escritores Plínio Salgado e Gustavo Barroso. O movimento é apoiado por setores direitistas das classes médias, dos latifundiários e dos industriais. Recebe a adesão de representantes do clero católico, da polícia e das Forças Armadas. Defende um Estado autoritário e nacionalista que promova a "regeneração nacional", com base no lema "Deus, Pátria e Família". Aliança Nacional Libertadora (ANL) - Foi uma frente política formada por ex-tenentes, comunistas, socialistas, líderes sindicais e liberais alijados do poder. O objetivo era instalar no país um sistema político idêntico ao dotado pela União Soviética, isto é, o comunismo. Luís Carlos Prestes, ex-chefe da Coluna Prestes e já militante do Partido Comunista, é indicado seu presidente de honra. A ANL defende a suspensão definitiva do pagamento da dívida externa, reforma agrária nos latifúndios improdutivos, nacionalização das empresas estrangeiras e instauração de um governo popular. Intentona Comunista de Tentativa comunista, sob liderança da Aliança Nacional Libertadora, em tomar o governo pela força. A rebelião, que ocorreu simultaneamente em Natal (RN), Recife e Olinda (PE) e no Rio de Janeiro, foi derrotada rapidamente pelo governo Vargas. Estado Novo ( ) No dia 10 de novembro de 1937, o presidente Getúlio Vargas anunciava o Estado Novo, em cadeia de rádio. Iniciava-se um período de ditadura na História do Brasil. Alegando a existência de um plano comunista para a tomada do poder ( Plano Cohen ) Getúlio fechou o Congresso Nacional e impôs ao país uma nova Constituição, que ficaria conhecida depois como "Polaca" por ter se inspirado na Constituição da Polônia, de tendência fascista. Os integralistas tentaram uma aproximação do governo, mas foram afastados de qualquer participação política. Constituição de 1937 Foi outorgada Todos os poderes nas mãos do Poder Executivo Estabelecimento do Estado Unitário Interventores nos Estados Instituição da pena de morte e da censura Restrição das garantias individuais O governo passou a ter poder de governar por meio de decreto-lei. Fechamento do Congresso Nacional Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) Outros acontecimentos Descoberta de petróleo em Lobato, na Bahia Após um período em que procurar obter capitais da Alemanha e dos Estados Unidos a fim de garantir o desenvolvimento industrial do Brasil, optou em apoiar o governo norte-americano após o ataque japonês em Pearl Harbor. Com apoio norte-americano, deu início a construção da grande Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda (RJ) - um marco no processo de industrialização nacional. Criou a Consolidação das Leis Trabalhistas, em Participou ativamente da Segunda Guerra Mundial, enviando tropas para auxiliar os Estados Unidos na conquista da Itália. Foi deposto no final da guerra. O Brasil passou a ser governado interinamente por José Linhares, Ministro do Supremo Tribunal Federal. Constituição de 1946 Foi promulgada Considerada a melhor e a mais liberal das constituições brasileiras Restabeleceu os direitos e garantias individuais Restabeleceu a harmonia e independência dos três poderes Concessão do direito à greve Sufrágio universal e direito de eleger o presidente e vice-presidente 16. Governo de Eurico Gaspar Dutra ( ) O governo Dutra foi marcado, internamente, pela promulgação da nova Carta Constitucional, em 18 de setembro de De caráter liberal e democrático, a Constituição de 1946 iria reger a vida do país por mais duas décadas. Empossado em janeiro de 1946, Dutra aproximou-se dos setores conservadores, incluindo aqueles representados pela UDN, através do chamado Acordo Interpartidário, o que acarretou a marginalização de Vargas e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que acabaram por romper com o presidente. Os comunistas, que haviam obtido resultados eleitorais expressivos nas eleições de 1945 e 1947, foram vítimas de uma ferrenha perseguição por parte do governo, que assim se integrava no contexto internacional da Guerra Fria, e tiveram sua atuação política legal novamente proibida. O governo Dutra foi marcado pelo rápido esgotamento das reservas cambiais acumuladas durante a guerra e por uma severa política de arrocho salarial. 6 Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

9 Plano SALTE - foi o primeiro plano de governo estabelecido no Brasil. Tinha por objetivo o desenvolvimento da saúde, alimentação, transporte e energia. 17. Governo Getúlio Vargas ( ) Agora, o retorno de Getúlio Vargas à presidência da República se deu pela esmagadora vitória nas urnas. Com Getúlio à frente da política nacional, a ideologia nacionalista, intervencionista e paternalista ganhou novo impulso. O presidente procurou restringir as importações, limitar os investimentos estrangeiros no País, bem como impedir a remessa de lucros de empresas estrangeiras aqui instaladas, para seus países de origem. Em 1952, criou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), a fim de incentivar a indústria nacional. Preocupado ainda com o desenvolvimento industrial no País, tão carente de infra-estrutura energética, aprovou, em 1953, a Lei n , que criava a Petrobrás, empresa estatal que detinha o monopólio de exploração e refino do petróleo no Brasil. A criação dessa empresa resultou da mobilização popular com base numa campanha denominada "O petróleo é nosso!". No plano trabalhista, procurou compensar os trabalhadores, grandemente afetados pelo processo inflacionário, dobrando o valor do salário mínimo, a 1 de maio de Tratava-se de mais uma outra medida populista e que não resolveria o problema dos trabalhadores. Cada aumento de salário por decreto, e não pelo aumento da produtividade, acarretava nova disparada inflacionária. As mais duras críticas ao Governo partiam do jornalista udenista Carlos Lacerda, que acusava Vargas de estar tramando um golpe que estabelecia uma República sindicalista, o que, na opinião de Lacerda, propiciaria a infiltração comunista. Em 5 de agosto de 1954, na Rua Toneleros, no Rio de Janeiro, Carlos Lacerda sofreu um atentado, no qual morreu o major da Aeronáutica Rubens Vaz. Descobriu-se, posteriormente, que amigos do presidente estavam envolvidos no caso, dando à oposição elementos para exigir sua renúncia. Consciente de sua deposição em breve, Vargas surpreendeu seus inimigos e a nação, suicidando-se, em 24 de agosto de O vice=presidente, Café Filho, assumiu o governo da República imediatamente após a morte de Getúlio Vargas. Aconselhado, afastou-se do governo por motivos de saúde, em 3 de novembro de Cinco dias após, 8 de novembro, o Brasil passou a ser governado pelo presidente da Câmara, Carlos Luz. Em 11 de novembro de 1955, em decorrência do movimento político-militar liderado pelo general Lott, ministro da Guerra, Carlos Luz foi deposto, sob a alegação de que estaria ligado a conspiradores que queriam impedir a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Refugiou-se no cruzador Tamandaré, de onde tentou organizar a resistência, mas, ainda em 11 de novembro, por decisão do Congresso Nacional, foi considerado impedido, e substituído no cargo por Nereu Ramos, presidente do Senado. 18. Governo Juscelino Kubitschek ( ) Em 31 de janeiro de 1956, Juscelino Kubitschek de Oliveira assumiu a presidência do país. Ele havia sido eleito por uma coligação entre o PTB e o PSD. Obteve 36% dos votos, contra 30% dados a Juarez Távora, 26% a Ademar de Barros e 8% a Plínio Salgado. João Goulart, vice-presidente eleito juntamente com Juscelino, obtivera mais votos que o presidente. O governo de Juscelino é lembrado como uma época de otimismo. O novo presidente introduziu uma política conhecida como desenvolvimentismo, que consistia em incentivar o progresso econômico do país estimulando a industrialização. Ao assumir o poder, Juscelino estabeleceu um plano ambicioso de realizações prometendo "cinqüenta anos de progresso em cinco de governo". A tranqüilidade política alcançada durante quase todo o qüinqüênio permitiu-lhe uma série de realizações que modificaram o panorama econômico do país. Apenas dois movimentos de contestação ao regime ocorreram durante o mandato presidencial de Juscelino: as revoltas militares de Jacareacanga e Aragarças. Ambas envolveram pequeno número de revoltosos, que foram dominados sem maiores dificuldades pelas Forças Armadas. O governo de Juscelino foi marcado por obras de grande repercussão interna e mesmo internacional. As principais foram: Plano de Metas para a economia brasileira, que estabelecia 31 objetivos a serem alcançados em seu governo, priorizando os seguintes setores: energia, transportes, alimentação, indústria de base e educação; Criação do Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA); Criação do Conselho Nacional de Energia Nuclear Construção das barragens de Furnas e Três Marias para a obtenção de energia elétrica; Criação do Grupo Executivo da Indústria de Construção Naval (Geicon); Criação do Ministério das Minas e Energia, instalado apenas no governo seguinte; Criação da Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene); Fundação de Brasília, nova capital do país, considerada a meta-síntese do governo JK. A localização da nova capital era estratégia, pois criaria um pólo dinâmico no interior do território nacional. Durante o governo de Juscelino houve um considerável avanço industrial, principalmente nos setores da indústria de base e na produção de bens de consumo duráveis e não duráveis. O governo procurou atrair o capital estrangeiro para investir no país, obtendo empréstimos e incentivando empresas internacionais a se instalarem no Brasil. A situação internacional favorecia esses investimentos, já que os países desenvolvidos, como os Estados Unidos possuíam uma boa reserva de capitais disponíveis. No entanto, o progresso econômico dessa época apresentou alguns problemas: a concentração de riquezas, cada vez maior da Região do Sudeste; o aumento da dívida externa; e a crescente desvalorização da moeda brasileira. O governo se preocupou em resolver os problemas econômicos e sociais do Nordeste através da criação da Sudene, em 1959, que foi confiada ao economista Celso Furtado. Governo Jânio Quadros (31 de janeiro de de agosto de 1961 Em 31 de janeiro de 1961, Juscelino entregou o poder ao novo presidente eleito. Desde a campanha eleitoral, Jânio demonstrava um estilo político diferente, de caráter populista e conservador. Utilizou a vassoura como símbolo de seu programa de ação; depois de eleito, adotou uma série de medidas que despertaram violenta oposição contra seu governo. Do ponto de vista da política interna, Jânio tomou algumas providências enérgicas de combate à inflação e à ineficiência da burocracia. Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 7

10 A oposição do Congresso Nacional e da imprensa ao governo federal intensificava-se à medida que Jânio promovia a aproximação com os governos de Cuba e da União Soviética. A pressão contra o governo de Jânio Quadros atingiu o apogeu quando o presidente entregou a condecoração da Ordem do Cruzeiro do Sul ao líder guerrilheiro Ernesto "Che" Guevara, que lutara ao lado de Fidel Castro na Revolução Cubana e que era ministro daquele país. Em 25 de agosto de 1961, por motivos até hoje insuficientemente esclarecidos, Jânio renunciou ao poder. Deveria assumir a Presidência da República o vice-presidente João Goulart. Como este se encontrava na República Popular da China em missão oficial, assumiu interinamente o cargo o presidente da Câmara dos Deputados, Pascoal Ranieri Mazzilli. Ao que tudo indica, a renúncia fazia parte de um plano maior do presidente, que esperava retornar ao posto com apoio do Exército e do povo para ampliar seus poderes. Nada disso aconteceu, pois não houve mobilização popular ou militar pela permanência de Jânio, e o Congresso aceitou imediatamente a renúncia. Parlamentarismo ( ) Foi o modo encontrado para evitar uma possível rebelião no país. O vicepresidente, João Goulart, foi impedido de tomar posse no cargo da presidência. No dia 14 de setembro de 1961, sob a direção do primeiro-ministro Tancredo Neves, realizou-se a primeira reunião de um gabinete parlamentarista na história republicana brasileira. A experiência do governo de gabinete durou de setembro de 1961 a janeiro de 1963, quando um referendo popular determinou o retorno ao presidencialismo. No período, o Brasil teve como primeiro-ministro: 1. Tancredo Neves 2. Brochado da Rocha 3. Hermes Lima Governo João Goulart ( ) Os que apostaram no descontrole total do governo não precisaram esperar muito para ver suas previsões se concretizarem. A falta de pulso de Jango era visível. Pressionado por todos, a todos desejava contentar, e, nessa conciliação impossível, acabou se tornando joguete das forças radicais de esquerda que pretendiam a comunização do país, e constituiu-se num prato feito para os radicais de direita que, desde o governo de Getúlio Vargas, sonhavam com o fechamento do regime. Em 31 de março de 1964, ocorreu o golpe militar para retirar Goulart do poder. Período Militar Governo Castelo Branco ( ) Uma vez vitorioso o movimento militar de 1964, com a retirada do presidente João Goulart para Porto Alegre e, depois, para o Uruguai, foi empossado em seu lugar o presidente da Câmara Federal, Ranieri Mazzili que, ao contrário da rainha da Inglaterra, nem reinava, nem governava, cabendo-lhe apenas dar uma aparência de legalidade à transição. O Supremo Comando Revolucionário, que assumiu o poder em 1964, decretou através do ato Institucional nº 1 a escolha de um novo presidente para o Congresso Nacional, que deveria governar até 31 de janeiro de O escolhido, marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, chefe do Estado-Maior do Exército, teve seu mandato prorrogado até 15 de março de O Ato Institucional nº 1 permitia também a suspensão dos direitos políticos de qualquer cidadão durante dez anos e a cassação de mandatos parlamentares. Castelo Branco pregava o respeito à Constituição de No entanto, durante o seu governo, foram criados vários instrumentos de controle, como o Serviço Nacional de Informações (SNI) -- órgão de inteligência ligado às Forças Armadas -- e uma lei de greve que, na prática, impedia a realização de greves de qualquer natureza. Outros atos institucionais estabeleceram eleições indiretas para o governo estadual, que por seu turno nomeava os prefeitos das capitais. Milhares de pessoas ligadas ao governo deposto foram punidas, centenas de sindicatos sofreram intervenções. Todos os partidos políticos existentes foram extintos; em seu lugar, o governo criou dois partidos: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que reunia os partidários do novo regime; e o Movimento Democrático Brasileiro (MBD), única oposição permitida pelos militares, que pretendiam dessa forma manter as "aparências parlamentares" do movimento de 64. Em fins de 1966 o Congresso Nacional foi fechado e, no inicio do ano seguinte, foi convocado para aprovar uma nova Constituição, promulgada em 24 de janeiro de As medidas econômicas adotadas no governo de Castelo Branco tinham por objetivo combater a inflação e favorecer a retomada dos investimentos. Nesse sentido, o novo governo: revogou a Lei de Remessa de Lucros proposta por João Goulart, beneficiando o capital estrangeiro investido no Brasil (novos empréstimos foram negociados com o FMI); estabeleceu o controle sobre os salários; instituiu a correção monetária, operação destinada a atualizar o poder aquisitivo da moeda, segundo índices determinados pelo governo; criou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em substituição ao antigo sistema de estabilidade e de indenização dos trabalhadores demitidos; fundou o Banco Nacional de Habitação (BNH) que, obtendo os recursos do FGTS, deveria financiar a construção de casas populares; criou o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária e o Estatuto da Terra. Apesar de não atingir as metas propostas, as medidas de Castelo Branco criaram condições para o crescimento econômico que ocorreu posteriormente. 8 Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

11 Governo Costa e Silva ( Os dois primeiros anos do governo Costa e Silva foram de intensa atividade política, pois crescia o movimento de oposição ao regime militar. O Partido Comunista Brasileiro, reunido em seu VI Congresso, condenou a opção pela luta armada como forma de combate ao governo, dando origem a várias dissidências na esquerda brasileira. Em 1967 foi descoberto o foco de guerrilha rural na serra de Caparaó, Minas Gerais.Políticos de diferentes tendências formaram a Frente Ampla, sob a liderança de Carlos Lacerda e com o apoio de Juscelino Kubitschek e João Goulart. De caráter oposicionista, a Frente Ampla propunha a luta pela redemocratização, anistia, eleições diretas para presidente e uma nova constituinte. O ano de 1968 foi marcado pela intensificação dos protestos e a imediata reação do governo. As manifestações estudantis, que denunciavam a falta de verbas para educação e se opunham ao projeto de privatização do ensino público, ganharam nova dimensão com a morte do estudante secundarista Edson Luís, em conflito com a Polícia Militar no Rio de Janeiro. Em resposta, houve uma greve estudantil nacional, comícios e manifestações urbanas com a participação de amplos setores da sociedade, cujo ponto alto foi a Passeata dos Cem Mil, ocorrida no Rio de Janeiro. O ambiente político tornou-se ainda mais tenso, e em abril o governo proibiu a Frente Ampla, tornando ilegal suas reuniões, manifestações e publicações. Em setembro, o deputado Márcio Moreira Alves, do MDB, discursou na Câmara dos Deputados, responsabilizando os militares pelas violências praticadas contra os estudantes. Seu pronunciamento foi considerado ofensivo às forças armadas, e resultou no pedido de cassação de seu mandato pelo governo, negado pela Câmara dos Deputados em 13 de dezembro de A derrota do governo no episódio Moreira Alves, e a intensificação das manifestações contra o regime militar levaram à promulgação, ainda em 13 de dezembro, do ato institucional nº 5 (AI-5), que ampliou os poderes presidenciais, possibilitando: o fechamento do Legislativo pelo presidente da República, a suspensão dos direitos políticos e garantias constitucionais, a intervenção federal em estados e municípios, a demissão e aposentadoria de funcionários públicos, entre outras medidas. O fechamento do Congresso foi acompanhado pela cassação de diversos parlamentares. Na área econômica, o período foi de crescimento, conciliando expansão industrial, facilidade de crédito, política salarial contencionista e controle da inflação em torno de 23% ao ano. No campo administrativo, o governo criou, em 1967, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) e transformou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) em Fundação Nacional do Índio (Funai). Foram criadas ainda a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e a Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM).Em 1969, Costa e Silva entregou o cargo por motivos de saúde. Governo Emílio Garrastazu Médici O general Emílio Garrastazu Médici governou até 15 de março de Do ponto de vista político, foram os anos mais duros do governo militar, com o silenciamento total das oposições. Qualquer manifestação contrária ao governo era considerada perigosa; muitos cidadãos foram perseguidos, presos ou banidos do país por motivos políticos. Centenas de brasileiros sofreram maus-tratos nas prisões, outros morreram ou desapareceram, em circunstâncias não explicadas, quando se encontravam sob a guarda das autoridades para responder a interrogatórios. Os grupos de esquerda, que agiam na clandestinidade, foram desbaratados. General Médici, o governo de Emílio Médici. Depois do AI-5 não havia mais qualquer possibilidade de oposição legal ao governo. Nessa época, alguns grupos de esquerda decidiram iniciar uma luta armada contra o regime militar, num movimento que ficou conhecido como guerrilha urbana. Fizeram parte desses movimentos, principalmente, estudantes, intelectuais e alguns militares. Inspirados nas revoluções socialistas ocorridas na China, em Cuba e no Vietnã, a esquerda armada esperava contar com o apoio da população para derrotar o regime militar. Organizaram-se ações espetaculares nas principais cidades do Brasil, como assaltos a bancos para conseguir recursos financeiros, seqüestros de embaixadores para serem trocados por presos políticos, atentados contra autoridades e empresários. Nos anos 70, movimentos de guerrilha ocorreram na região do rio Araguaia e no vale do rio Ribeira (Estado de São Paulo). A guerrilha do Araguaia durou muitos anos, mas a nação não tomou conhecimento de sua existência devido à censura imposta aos meios de comunicação. Os principais grupos armados que atuaram entre 1968 e meados dos anos 70 foram: Aliança Libertadora Nacional (ALN), Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares) e outros. No governo Médici, a economia brasileira teve um grande crescimento. Foram os anos do "milagre econômico", marcados pelo aumento das exportações agrícolas e pela expansão da indústria. O governo investiu em grandes projetos (construção de estradas e hidrelétricas) e estimulou a exploração econômica da Amazônia e da Região Centro-Oeste. A expansão da oferta de empregos e a prosperidade beneficiaram principalmente a classe média. Campanhas oficiais incentivavam o ufanismo utilizando slogans: Ninguém mais segura este país ou Brasil, ame-o ou deixe-o. No entanto a euforia durou pouco. A partir de 1974, o ritmo de crescimento da economia brasileira começou a diminuir, retirando uma base de apoio importante do regime militar e abrindo o caminho para a crise. Governo de Ernesto Geisel ( ) O principal fato que marcaria o governo Geisel ( a ) na área econômica ocorreu antes de sua posse. No final de 1973, o preço do petróleo quadruplicou no mercado internacional, fruto da organização dos países produtores. Dependente da importação de petróleo, o Brasil recebeu um duro golpe. A balança comercial, que registrara superávit de US$ 7 milhões em 73, fechou 74 com déficit de US$ 4,6 bilhões. A crise energética acrescentou um problema para a crise estrutural que o país vivia. O rápido crescimento no início da década levou ao limite a capacidade da infra-estrutura de acompanhar as necessidades da economia brasileira, que exigia investimentos em transportes, comunicações e indústrias de base, por exemplo. Daí são criados os programas: Pro-Álcool, Hidrelétrica de Itaipu e o Programa Nuclear, dentro do plano de substituir importações. Nascido para ser uma alternativa energética à crise do petróleo, na década de 70, o Pró- Álcool proporcionou ao país, desenvolvimento de tecnologia nacional no plantio e processamento da canade-açúcar e experiência relativa a gerenciamento de nossa matriz energética. Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 9

12 Governo João Figueiredo ( ) Figueiredo assumiu o governo em um contexto de aceleração da inflação, baixos salários e de pouca distribuição de renda. Começaram a surgir diversas greves, contrariando o que determinava os militares. As de maior destaque foram do sindicato de metalúrgicos de São Bernardo, no ABC paulista, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, que chegaram a reunir 160 mil metalúrgicos da indústria automobilística e contavam com o apoio de setores da igreja (o arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, foi um dos colaboradores). O regime realizou intervenção no sindicato, prendendo Lula e outras lideranças da entidade. Outra greve reprimida pelo governo foi dos policiais de São Paulo, que pararam por 15 dias. Além da violência, o ato foi marcado pelo saldo de 200 presos. Figueiredo promoveu uma reforma que acabou com o sistema bipartidário e, consequentemente, com o MDB e a Arena a idéia dos militares era enfraquecer o MDB. As forças progressistas foram divididas em vários partidos _PMDB, PTB, PDT, PP e PT, enquanto a Arena se concentrou no PDS. Figueiredo também decretou eleições diretas para os Estados a partir de Diretas-Já Em 1982, as eleições fizeram da oposição a grande vitoriosa. Além da maioria no Congresso, conseguiu o governo de Estados importantes. Em São Paulo, ganhou Franco Montoro (PMDB) e, no Rio de Janeiro, Leonel Brizola (PDT). Figueiredo exprimiu as dificuldades de manter o regime militar com um frase já no final de seu mandato. "Quero que me esqueçam", afirmou. Governo José Sarney ( ) Apesar de indireta, a eleição de Tancredo foi recebida com entusiasmo pela maioria dos brasileiros. Tancredo, contudo, não chegou a assumir a presidência. Na véspera da posse foi internado no Hospital de Base, em Brasília, com fortes dores abdominais, e José Sarney tomou seu lugar interinamente no dia seguinte, em 15 de março de Depois de sete cirurgias, morreu, em 21 de Abril, aos 75 anos de idade, com infecção generalizada. Em 22 de Abril, Sarney foi investido oficialmente no cargo. Governou até 1990, um ano a mais que o previsto na carta-compromisso da Aliança Democrática, pela qual chegou ao poder. Plano Cruzado I - No primeiro ano de governo, a inflação chegou 225,16%. Em 1º de março de 1986, o ministro da Fazenda, Dílson Funaro, lançou o Plano Cruzado. O plano fez uma reforma monetária: cortou três zeros do Cruzeiro e substituiu-o por uma nova moeda, o Cruzado. Congelou os preços por um ano e também os salários, pelo valor médio dos últimos seis meses acrescido de um abono de 8%. Previu, ainda, o chamado "gatilho salarial": toda vez que a inflação atingir ou ultrapassar 20%, os assalariados teriam um reajuste automático no mesmo valor, mais as diferenças negociadas nos dissídios das diferentes categorias. O Plano Cruzado extinguiu a correção monetária e criou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para corrigir a poupança e as aplicações financeiras superiores a um ano. O Plano Cruzado teve efeito imediato de conter a inflação e aumentar o poder aquisitivo da população. O país foi tomado por um clima de euforia. Milhares de pessoas passaram a vigiar os preços no comércio e a denunciar as remarcações feitas. São os "fiscais do Sarney". Cresceu o consumo em todos os extratos sociais. Quatro meses depois, o plano começou a fazer água. As mercadorias desaparecem das prateleiras dos supermercados, os fornecedores passaram a cobrar ágio, e a inflação volta a subir. O governo manteve o congelamento até as eleições, tentando extrair maiores dividendos políticos do plano. A estratégia eleitoral deu certo: o PMDB, partido do Presidente, venceu nos principais Estados do país. A economia, no entanto, ficou desorganizada, e a inflação, disparada. Logo após a eleição de 1986, 21 de novembro, o Plano Cruzado II liberou os preços de produtos, serviços, autorizou que os preços dos aluguéis fossem negociados entre inquilinos e proprietários e alterou o cálculo da inflação, que passou a ser medida com base nos gastos das famílias com renda até cinco salários mínimos. Aumentou os impostos de cigarros e bebidas. Houve grande declínio das exportações e aumento considerável de importações, esgotando as reservas cambiais. Em 20 de janeiro de 1987, foi decretada moratória (suspensão de pagamento dos serviços da dívida externa). O plano provocou um aumento generalizado dos preços: bebidas, por exemplo, subiram 100%; automóveis, 80%; combustíveis 60,16%. A inflação disparou, e a população perdeu a confiança no governo. Cinco meses após sua edição, o ministro Dílson Funaro foi substituído por Luis Carlos Bresser Pereira. Plano Bresser - Bresser assumiu o ministério da Fazenda em 29 de abril de A inflação do mês seguinte chegou a 23,26%. Esse recorde foi alimentado pelo déficit público, já que o governo gastava mais do que arrecadava. Em junho, Sarney decretou o congelamento de preços, aluguéis e salários por dois meses. Para deter o déficit público, eliminou o subsídio ao trigo e adiou as grandes obras já planejadas, como a Ferrovia Norte-Sul, o pólo-petroquímico do Rio de janeiro e o trem-bala entre Rio e São Paulo, além de aumentar tributos. Foi extinto o gatilho salarial. Retomaram-se as negociações com o FMI, suspendendo a moratória. Entretanto, não se obtiveram resultados satisfatórios. No final do ano, a inflação chegou a 366%. Em 6 de janeiro de 1988 o ministro Bresser saiu, e no seu lugar entrou Maílson da Nóbrega. Maílson da Nóbrega assumiu o Ministério da Fazenda propondo realizar uma política econômica do "Feijão com Arroz": conviver com a inflação sem adotar medidas drásticas, mas apenas ajustes localizados para evitar a hiperinflação. A inflação saiu dos 366% de 1987, para atingir 933% ao longo de Plano Verão - Em 15 de janeiro de 1989, Maílson da Nóbrega apresentou um novo plano econômico: criou o Cruzado Novo (cortam-se três zeros); impôs outro congelamento de preços; acabou com a correção monetária; propôs a privatização de diversas estatais e anunciou vários cortes nos gastos públicos, com a exoneração dos funcionários contratados nos últimos cinco anos. Os cortes não foram feitos, o plano fracassou e a inflação disparou. Só em dezembro de 1989, os preços subiram 53,55%. De fevereiro de 1989 a fevereiro de 1990, a inflação chegou a 2.751%. 10 Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

13 Constituição - Em 15 de novembro de 1986 o Congresso ganhou poderes constituintes. Sob a presidência do deputado Ulysses Guimarães, começouse a elaborar a nova Constituição em 1º de fevereiro de Foi a primeira Constituição na História do país a aceitar emendas populares que deviam ser apresentadas por pelo menos três entidades associativas e assinadas por no mínimo 3 mil eleitores. Promulgada em outubro de 1988, a Constituição tem 245 artigos e 70 disposições transitórias. Incluiu-se um dispositivo que previa sua ratificação pelo Congresso em outubro de 1993 além de transferir a decisão sobre a forma de governo (república ou monarquia constitucional) e sobre o sistema de governo (parlamentarista ou presidencialista) para um plebiscito marcado para 7 de setembro de 1993 e depois antecipado para 21 de abril de A nova carta fixou o mandato presidencial em cinco anos (posteriormente alterado por Emenda Constitucional que o baixou para quatro anos) e a independência entre os três poderes. Substituiu o antigo decreto-lei, usado nos governos militares, pela medida provisória, que perderia a validade caso não fosse aprovada pelo Congresso num prazo de 30 dias. Restringiu o poder das Forças Armadas, estabeleceu eleições diretas com dois turnos para presidência, governos estaduais e prefeituras com mais de 200 mil eleitores. Manteve o voto facultativo para os jovens entre 16 e 18 anos. A Constituição também fixou os direitos individuais e coletivos. A Constituição de 1988 limitou a jornada de trabalho para 44 horas semanais, estipulou o segurodesemprego, ampliou a licença-maternidade para 120 dias e concedeu licença-paternidade, fixada mais tarde em cinco dias. Também proibiu a ingerência do Estado nos sindicatos e assegurou aos funcionários públicos o direito de se organizar em sindicatos e utilizar a greve como instrumento de negociação, salvo nos casos dos serviços essenciais. Procurou, ainda, dificultar as demissões ao determinar o pagamento de uma multa de 40% sobre o valor total do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) nas dispensas sem justa causa. Em decorrência dos benefícios trabalhistas, culturais e sociais que a Constituição protegeu, designando-os cláusulas pétreas, além da defesa da federação e do voto direto, ficou a Constituição de 1988conhecida como "Constituição Cidadã". Governo Fernando Collor de Mello Um dia depois de assumir a Presidência, Collor anunciou uma série de medidas que visavam reorganizar a economia nacional. Elaborado pela equipe da ministra Zélia Cardoso de Mello, o Plano Brasil Novo, mais conhecido como Plano Collor determinou: a extinção do cruzado novo e a volta do cruzeiro como moeda nacional; o bloqueio, por dezoito meses, dos depósitos em contas correntes e cadernetas de poupança que ultrapassassem os cruzados novos; o congelamento de preços e salários; o fim de subsídios e incentivos fiscais; o lançamento do Programa Nacional de Desestatização; a extinção de vários órgãos do governo, entre eles: Instituto do Açúcar e do Álcool, Instituto Brasileiro do Café, Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste, Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS). Imóveis, veículos e aviões do governo foram colocados à venda. Os objetivos do plano eram: enxugar a máquina administrativa do Estado, acabar com a inflação e modernizar a economia. Sem dúvida, as medidas causaram grande impacto e afetaram a vida da população em geral, dos trabalhadores aos empresários. Porém, os resultados não foram satisfatórios. Menos de seis meses depois do lançamento do Plano Collor I, o aumento da inflação levou o governo a elaborar novo "pacote" ou "medida de impacto" econômico: o Plano Collor II. Desde o início, a medida enfrentou forte oposição popular e empresarial. E assim como o primeiro plano, este também fracassou. O primeiro ano de mandato do novo presidente terminou em meio à recessão econômica e ao agravamento dos problemas sociais no país. Os planos econômicos do governo Collor pecaram pelo autoritarismo e pelo intervencionismo exagerado que caracterizavam uma violência contra o sistema econômico brasileiro. Com eles, foi maciça a transferência de renda do setor privado para o setor público. As radicais mudanças econômicas impostas à nação - congelamentos, confiscos, bloqueios, interferência nos sistemas de contratos econômicos - não conseguiram eliminar a inflação nem dar estabilidade à economia. Somente o primeiro plano bloqueou o equivalente a 80 bilhões de dólares. Como reflexo do impacto causado à nação, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 6% nos três primeiros meses do governo. Em maio de 1991, a ministra Zélia Cardoso de Mello demitiu-se. Marcílio Marques Moreira, embaixador brasileiro em Washington, assumiu o Ministério da Economia. O novo ministro não adotou choques ou congelamentos, mas também não conseguiu acabar com a inflação. Em termos econômicos, o projeto de governo de Fernando Collor não foi um insucesso total. A iniciativa de privatizar as empresas estatais, a modernização de indústrias, a abertura da economia para novos mercados externos e as soluções tomadas para resolver o problema da dívida externa modificaram a mentalidade de muitos empresários e arejaram os meios econômicos tradicionais do país. Em julho de 1990, foram implementadas reduções nas tarifas alfandegárias, dando início à abertura internacional da economia brasileira. Em março de 1991, o Tratado de Assunção criou o Mercosul, acordo internacional que prevê tarifa 0 (zero) nas importações Brasil - Argentina em 1995 e, no ano seguinte, também com relação ao Paraguai e Uruguai. O tratado tem por objetivo integrar as relações econômicas no Cone Sul, idéia já enunciada por Juscelino Kubitschek em seu governo, quando foi criada a Aliança Latino-Americana de Livre Comércio (Alalc). Durante o governo Collor, o pagamento da dívida externa do Brasil foi escalonado, depois de sucessivos acertos junto ao FMI, ao Clube de Paris e a outros credores do país. A dívida voltaria a ser paga a partir de As reservas cambiais às vésperas da queda de Collor atingiram o índice recorde de 20,5 bilhões de dólares. Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 11

14 Iregularidades do Governo Collor As irregularidades que marcaram o governo Collor envolveram, sob a acusação de corrupção, membros de sua equipe como Antônio Rogério Magri (ministro do Trabalho e Previdência Social), Alceni Guerra (ministro da Saúde), Pedro Paulo Leoni Ramos (secretário de Assuntos Estratégicos), a própria primeira-dama Rosane Collor, além de secretárias, amigos e funcionários que agiam próximos ao presidente. Escândalos no processo de privatização da VASP, na LBA (Legião Brasileira de Assistência), no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), nos CIACs (Centro Integrados de Atendimento à Criança), na Central de Medicamentos mostraram um panorama desolador de corrupção. Depois de 84 dias de trabalho, a CPI esclareceu definitivamente o envolvimento de Collor com o esquema de tráfico de influências dirigido por Paulo César Farias. O relatório final da Comissão colocou, praticamente, um ponto final no governo de Fernando Collor de Mello. Foi entre junho e agosto de 1992 que a CPI desenvolveu seus trabalhos, cuja divulgação provocou uma série crescente e ininterrupta de manifestações populares. Milhões de brasileiros descontentes foram às ruas das grandes cidades, pedindo o impeachment do presidente. Em 29 de setembro de 1992, a Câmara de Deputados votou favoravelmente ao impedimento. Collor conseguiu apenas 38 votos em seu favor. Manifestaram-se a favor do impeachment 441 deputados, mais de 100 além do número mínimo previsto pela Constituição (Artigo 86) para suspender o presidente e permitir seu julgamento pelo Senado. Collor foi suspenso por 180 dias, até que o Senado ultimasse seu julgamento por crimes de responsabilidade. Com a suspensão de Fernando Collor, assumiu a Presidência o vice Itamar Franco. Governo Itamar Franco Ao assumir interinamente a Presidência da República, em 2 de outubro de 1992, Itamar Franco não apresentou nenhuma proposta política significativa para governar a nação. A constante troca de ministros ao longo de seu governo evidenciava as dificuldades que Itamar enfrentou para administrar o país. Nem mesmo a consagração do presidencialismo como regime político, no plebiscito realizado em setembro de 1993, conseguiu fortalecer o governo federal. A falta de harmonia entre os poderes constituídos e a corrupção revelada pelas comissões parlamentares de inquérito instaladas nesse período resultaram em sucessivas crises Depois da CPI de Paulo César Farias, que envolvera Collor de Mello e o levara ao impeachment, veio uma nova investigação. A CPI da corrupção, como ficou conhecida, revelou o envolvimento de inúmeros parlamentares em um esquema de corrupção que estarreceu a opinião pública. Economia no governo Desde sua posse, o presidente Itamar Franco procurou tranqüilizar a opinião pública e os setores da economia, afirmando que seu governo não adotaria medidas que surpreendessem a nação. A herança econômica deixada pela administração anterior foi o problema mais difícil enfrentado pelo novo governo. Entre a receita e as despesas da União, havia um rombo de vinte bilhões de dólares. O parque industrial apresentava-se 30% ocioso e ameaçado de sucateamento, o que fez aumentar o desemprego no país. A especulação desenfreada nos setores ligados à indústria e ao comércio contribuía para acelerar o processo inflacionário. Os sucessivos ministros da Fazenda de Itamar Franco tomaram medidas para reduzir os índices do déficit público e para conter a inflação, sem conseguir resultados satisfatórios. O programa de desestatização e privatização da economia, iniciado no governo anterior, prosseguiu lentamente. Esse entrave se deu principalmente à oposição de pessoas e grupos interessados em manter sob a tutela estatal as grandes empresas a que estavam ligados. A criação de uma nova moeda -- o cruzeiro real --, cuja unidade correspondia a mil cruzeiros antigos, foi uma das primeiras medidas tomadas como preparação para uma reforma econômica mais ampla. Plano Real A convocação do senador Fernando Henrique Cardoso para o Ministério da Fazenda resultou na elaboração de um novo plano econômico. O Plano FHC (letras iniciais do nome de seu criador), rebatizado posteriormente como Plano Real, criou o URV (Unidade Real de Valor), um indexador provisório da economia, que serviria como transição até que uma nova moeda -- o real -- entrasse em vigor. O real manteria paridade com o dólar e eliminaria a espiral inflacionária. O novo plano econômico não incluiu as soluções conhecidas e já provadas insuficientes, como o congelamento dos preços e de salários e confiscos. Os setores sindicais e alguns partidos políticos, entre eles o PT, opuseram-se parcialmente às determinações do Plano FHC, por entenderem que o mesmo implicava um arrocho salarial. O plano não fixou nenhuma norma para a conversão dos preços, mas os salários dos trabalhadores foram convertidos em URV com base na média dos quatro meses anteriores. Às vésperas de o novo plano entrar em vigor, verificou-se intensa especulação de preços, especialmente aqueles ligados aos setores oligopolizados da economia, o que aumentou ainda mais o processo inflacionário. O governo tentou repetir velhas medidas para desestimular a alta dos preços, como a redução das taxas de importação, o que permitiu aos produtos estrangeiros competirem no mercado interno. Tendo os preços reduzidos, esses produtos ficaram ao alcance dos consumidores. Mas essas medidas não trouxeram resultados satisfatórios. A dívida externa brasileira, cujo pagamento gradual fora em parte acertado no governo anterior, continuou a ser negociada. Sucessivas reuniões de representantes do governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e demais credores internacionais, conseguiram, pelo menos parcialmente, manter as negociações de modo a satisfazer os interesses de ambas as partes. 12 Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

15 Governo Fernando Henrique Cardoso Fernando Henrique Cardoso, nasceu no Rio de Janeiro no dia 18 de junho de É professor, sociólogo e político brasileiro formado pela USP (Universidade de São Paulo) e popularmente conhecido como FHC. Fernando Henrique Cardoso participou da criação do MDB (Movimento Democrático brasileiro) e teve participação decisiva nas diretas-já e na eleição no colégio eleitoral. Foi senador por São Paulo, Ministro das Relações Exteriores e Ministro da Fazenda no governo de Itamar Franco, além de ser o idealizador do Plano Real. Fernando Henrique Cardoso foi co-fundador do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e desde é presidente de honra do partido. Eleições e o Governo FHC Após o sucesso do plano real, Fernando Henrique Cardoso foi eleito Presidente do Brasil já no primeiro turno com larga escala de votos e tomou posse dia 1º de Janeiro de 1.995, sendo reeleito em 1.998, tendo nos dois mandatos Marco Maciel, do PFL, como vice-presidente. A política de estabilidade e da continuidade do Plano Real foi o principal apelo da campanha eleitoral de Fernando Henrique Cardoso e um dos fatores decisivos para sua reeleição em 1.998, sendo reeleito no primeiro turno. FHC conseguiu sua eleição graças ao apoio do PSDB, do PFL, do Partido Progressista brasileiro (atual PP) e de parte do PMDB, e conseguiu manter uma estabilidade política durante seus oito anos de governo. No primeiro mandato FHC conseguiu a aprovação da emenda constitucional que criou a reeleição para cargos executivos. O governo de Fernando Henrique Cardoso foi marcado pela privatização de empresas estatais, como: Embraer, Telebrás, Vale do Rio Doce e outras estatais. Além da privatização, seu governo também houve diversas denúncias de corrupção, como: a compra de parlamentares para aprovação da emenda constitucional que autorizava a reeleição e também o favorecimento de alguns grupos financeiros na aquisição de algumas estatais. No início do segundo mandato de FHC, em houve uma forte desvalorização do real, devido a crises financeiras internacionais (Rússia, México e Ásia) que levou o Brasil a maior crise financeira da história, além de aumentar os juros reais e aumentar a dívida interna brasileira. Os grandes destaques brasileiros foram a implantação do gasoduto Brasil-Bolívia, a elaboração de um Plano Diretor da Reforma do Estado, um acordo que priorizaria o investimento em carreiras estratégicas para a gestão do setor público, aprovação de emendas que facilitaram a entrada de empresas estrangeiras no Brasil e a flexibilização do monopólio de várias empresas, como a Petrobrás, Telebrás e etc. Alguns dos programas sociais criados no governo de Fernando Henrique Cardoso foram: A Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e o Vale Gás. No governo de FHC entrou em vigor a lei de responsabilidade fiscal (LRF) que se caracterizava pelo rigor exigido na execução do orçamento público, que limitava o endividamento dos estados e municípios e os gastos com o funcionalismo público. Os salários dos funcionários públicos também não tiveram reajustes significativos, uma forma de evitar a inflação e controlar os gastos públicos. O governo de Fernando Henrique Cardoso teve fim no dia 1º de Janeiro de 2003, com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. EXERCÍCIOS Julgue os itens e assinale falso (F) ou verdadeiro (V) 1. Em face como resolveu os levantes em seu governo, Floriano Peixoto passou para a história com o apelido de o Pacificador 2. O período entre a posse de Deodoro, da Fonseca (1891) ao final do governo de Floriano Peixoto (1894) é denominado como República dos Coronéis. 3. A Revolução Federalista iniciou-se no Paraná. 4. Sobre o contexto histórico responsável pela proclamação da República o alto grau de consciência e participação das massas urbanas em todo esse processo transformador. 5. Sobre a Constituição de 1891, é correto afirmar que foi presidencialista e laica. 6. Com a Proclamação da República assumiram exclusivamente os cafeicultores paulista. 7. O aparecimento de empresas fantasmas e de sociedades anônimas, vendedoras de ações duvidosas, uma inflação sempre crescente e a desvalorização da moeda caracterizam historicamente o fim do segundo período do governo de Vargas ( ) 8. A primeira Constituição republicana de 1891 instituiu: O federalismo, o presidencialismo e o regime representativo; b) a política do café-com-leite e o coronelismo; c) o funding loan e o Convênio de Taubaté; d) o direito do voto extensivo aos cidadãos do sexo masculino maiores de 21 anos; e) fim da união Igreja-Estado. 9. Com a instalação da República no Brasil, algumas mudanças fundamentais aconteceram. Entre elas, destacam-se a descentralização do poder político e um regime presidencialista forte. 10. O Governo Provisório, instituído logo após a Proclamação da República, representava as diversas forças que derrubaram o Império, a saber: os militares, as camadas médias urbanas e o empresariado do ramo industrial. 11. Sobre a República da Espada, é correto afirmar que: a) Teve seu primeiro presidente eleito indiretamente; b) Os cafeicultores pressionaram o Congresso, exigindo a eleição de Deodoro da Fonseca; c) O governo de Deodoro foi marcado por inúmeras crises que culminaram com sua renúncia. d) Floriano foi o primeiro presidente brasileiro a não respeitar a Constituição. 12. Campos Salles ( ), na República Velha, é atribuído o fato de ter consolidado a oligarquia cafeeira no poder. Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 13

16 13. Voto de cabresto, curral eleitoral, eleição a bico de pena, juiz nosso, delegado nosso, capanga e apadrinhamento são expressões que lembram em nosso país o: a) liberalismo; b) totalitarismo; c) messianismo; d) coronelismo; e) comunismo. 14. O Convênio de Taubaté (1906), firmado entre os cafeicultores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, visou a valorização do café com o aumento das exportações do produto por parte do governo federal. 15. As origens dos movimentos sociais, caracterizados como messiânicos e fanáticos, no Nordeste brasileiro, podem ser buscadas, basicamente nas condições em que se desenvolveram as relações sociais no regime da grande propriedade territorial. 16. Através da Comissão Verificadora de Poderes, que controlava os resultados das eleições, garantiu-se a representação parlamentar dos governadores alinhados com o governo federal. Desta forma, as oligarquias da República Velha se valeram da Política dos Governadores para se manter no poder e garantir o controle pelo governo federal. 17. Durante as duas primeiras décadas da República Velha, a borracha foi um produto de exportação de crescente destaque. Sua extração estava concentrada na Amazônia e propiciou um progresso rápido, porém efêmero, naquela região pois a produção foi rapidamente suplantada pelas regiões asiáticas da Malásia, Ceilão (Srilanka) e Indonésia. 18. A negociação do funding Loan por Campos Sales teve, entre outros, o objetivo de superar a ameaça iminente de bancarrota financeira do país, diante da impossibilidade de saldar em dia os compromissos com os credores internos. 19. No Governo de Rodrigues Alves, destacou-se a figura do Barão do Rio Branco na solução da Questão de Palmas. O governo argentino reclama como seu todo o oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná. A questão foi resolvida pelo pagamento de 2 milhões de libras esterlinas à Argentina e o compromisso do Brasil em construir uma estrada de ferro ligando Foz do Iguaçu e o Porto de Paranaguá. 20. O tenentismo era um movimento de esquerda com objetivo de implantar o comunismo no Brasil. 21. Epitácio Pessoa ( ) governou o país sob estado de sítio. 22. A Questão do Contestado envolveu os Estados de Santa Catarina e do Paraná contra as decisões do governo federal em transformar parte do território de ambos em uma área federal que passaria a ser chamada de Território do Iguaçu. 23. A respeito da Guerra de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro, era interpretada pela classe política da época como uma ameaça à ordem social e à estabilidade da República recém instituída. 24. Para que se dedicasse inteiramente às suas medidas financeiras, Campos Sales ( ) precisava de tranqüilidade política e apoio integral do Congresso. Como sabemos, naquela época havia muita instabilidade política em todos os cantos do país. Para solucionar tal problema, Campo Sales criou um mecanismo político conhecido como a política dos governadores, que consistia na troca de favores entre os governadores e o presidente. Cada governador solicitava aos deputados federais de seu Estado que votassem a favor de todas as medidas do presidente. Em troca, quando ocorriam eleições para deputado, o governo federal só reconhecia a vitória daqueles candidatos que, em cada Estado, pertencessem ao partido do governador. Mas, o Governo Federal tinha poder de impedir a posse de um candidato eleito? Tinha, porque quem reconhecia e diplomava os eleitos era a Comissão Verificadora de Poderes, formada por deputados federais, sob total controle do presidente da República. Daí, a fraude eleitoral era cometida pela própria Comissão, que só reconhecia como eleitos os candidatos do governador. 25. O episódio conhecido como Política das Salvações foi a base da Campanha Civilista que lançara a candidatura de Rui Barbosa para a presidência da República, em A Semana de Arte Moderna, a Revolta dos Tenentes e a Aliança Liberal foram sinais de crise da Primeira República porque: a Semana de Arte Moderna revelou o descontentamento dos jovens intelectuais com a velha cultura brasileira, essencialmente conservadora; enquanto o Tenentismo e a Aliança Liberal, mostraram o descontentamento respectivamente da classe média e das oligarquias dissidentes com a política tradicional da República Velha. 27. O movimento modernista, evidenciado na Semana de Arte Moderna em São Paulo (1922) contribuiu para a afirmação de nossa nacionalidade porque refletiu o modernismo então em voga na Europa e Estados Unidos. 28. Rompendo os princípios da política do café com leite, Washington Luís ( ) indicou como seu sucessor um candidato paulista, Júlio Prestes. Em resposta, formou-se uma frante de oposição formada pelos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, e apoiada por dissidências oligárquicas de diversos outros Estados. 29. A crise econômica que levou a burguesia a perder a hegemonia do poder político no Brasil está relacionada com a queda da Bolsa de Nova Iorque, em Após a vitória da Revolução de 1930, o movimento tenentista se desagregou, tendo diversos de seus membros sido atraídos para a órbita de Vargas e os demais aderido a movimentos de esquerda, sendo eliminados praticamente nos anos seguintes a Quatro estudantes - Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo - mortos nos protestos contra o governo Vargas, em São Paulo, tiveram suas iniciais (MMDC) usadas para designar um clube cívico para preparar a Revolução Constitucionalista de Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

17 32. Para justificar o golpe que instituiu a ditadura no Brasil (Estado Novo), em 1937, o governo Vargas utilizou-se de um documento falso, isto é, elaborado pelo próprio governo, o qual afirmava que os comunistas, com auxílio da União Soviética, tomariam o poder pela força. 33. O incentivo á industrialização e a intervenção do Estado na economia são dois elementos que definem a economia adotada pelo Estado Novo ( ). 34. A expressão Estada Novo foi empregada para identificar um fato histórico a partir do momento em que entrou em vigor a terceira Constituição Brasileira, a de Foram outorgadas as Constituições Brasileiras de 1891 e Todas as demais do período republicano foram democraticamente estabelecidas, isto é, promulgadas. 36. A derrota do nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial foi o principal fator que reduziu as condições de Getúlio Vargas manter no Brasil uma ditadura com acentuadas características fascistas. 37. Foram características da Constituição de 1946, exceto: (a) o restabelecimento das garantias individuais; (b) restauração do federalismo; (c) harmonia e independência dos três poderes; (d) concessão do direto à greve; (e) sufrágio universal aos maiores de 21 anos, comprovadamente do sexo masculino. 38. Os grupos extremistas existentes nos anos 30, na política nacional, eram representados pela Ação Integralista Brasileira (AIB), sob liderança de Plínio Salgado, e a Aliança Nacional Libertadora (ANL), sob comando de Luis Carlos Prestes. O primeiro era fascista e o segundo comunista. Como Vargas era um ditador, o Brasil não tinha opção democrática. 43. O Plano Trienal foi lançado no governo de Castelo Branco, a fim de estabilizar a economia e criar condições para implantação das reformas de base. 44. Os planos econômicos: Cruzado, Cruzado 2, Plano Bresser e o Plano Cruzado Novo foram todos lançados no governo José Sarney ( ) com o objetivo de deter o processo inflacionário brasileiro. Todos fracassaram e prejudicaram ainda mais a economia nacional. 45. O Plano Real foi lançado no primeiro mandato do governo de Fernando Henrique Cardoso. 46. Fernando Collor foi o único presidente a não apresentar nenhum plano mágico para salva a economia brasileira. Este foi a principal causa da crise política que aconteceu em seu governo. 47. Jânio Quadros teve a administração federal mais curta entre todos os presidentes eleitos pelo voto direto ao longo da toda o período republicano brasileiro. 48. A última vez que o Brasil adotou o sistema parlamentarista foi durante o Segundo Reinado 49. Após o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e a posse de Juscelino Kubitschek (1956),o Brasil foi governado por: Café Filho, Carlos Luz e Irineu Ramos. 50. Nos governos de Vargas e de Juscelino Kubitschek o processo de industrialização adotado pelo Brasil foi o de substituição das importações, exatamente o oposto do praticado pelos Tigres Asiáticos quando iniciaram, nos anos 70, seus respectivos processos de industrialização 39. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi aprovada em pleno o Estado Novo, por Getúlio Vargas. 40. Sobre os partidos políticos que se organizaram com o fim do Estado Novo é correto afirmar que: a) União Democrática Nacional (UDN) - representado a oposição liberal; b) Partido Social Democrático (PSD) - reunia a oligarquia mineira e a classe média urbana; c) Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) - liderado por Vargas, partidário de seu continuísmo; d) Partido Comunista Brasileiro (PCB) - tentou eleger Yedo Fiúza à presidência; e) Partido de Representação Popular (PRP) - remanescente do integralismo liderado por Plínio Salgado. 41. Os planos SALTE e de Metas foram lançados, respectivamente, pelos presidentes Juscelino Kubitschek e Eurico Gaspar Dutra. 42. O chamado milagre brasileiro corresponde ao período em que o PIB brasileiro cresceu próximo dos 10% ao ano. O fato ocorreu no governo Médicis. O choque do petróleo em 1973 foi a principal causa da desaceleração da economia brasileira nos anos seguintes. 10. Delfim Moreira da Costa Ribeiro (15/11/1918 a 27/07/1919) 11. Epitácio Pessoa (28/7/1919 a 15/11/1922) 12. Arthur Bernardes (15/11/1922 a 15/11/1926) 13. Washington Luiz (15/11/1926 a 24/10/1930) Atualizada 25/07/2007 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 15