Projeto Noronha Carbono Zero

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1 Projeto Noronha Carbono Zero

2 2 A ilha de Fernando de Noronha apresenta características que favorecem sua utilização para projetos piloto de sustentabilidade e de vitrine do governo do Estado de Pernambuco para lhes dar visibilidade e para atrair investimentos em tecnologias limpas, de baixo carbono. O objetivo desse relatório é propor uma série de ações com esse duplo objetivo culminando com um Encontro Empresarial Internacional de Tecnologias Limpas e de Baixo Carbono, Noronha 2013, na ilha, em abril de A ilha se presta a implantação de projetos que reduzem a pegada de carbono da mesma cortando de forma drástica a dependência de combustíveis fósseis para a geração de energia elétrica e para o transporte terrestre. Isso poderá ter efeitos econômicos benéficos ao reduzir a dependência em relação ao frete de importação de óleo e gasolina do continente. Isso dá ensejo a ações como: 1 Desenvolvimento de energias limpas A construção de uma usina solar fotovoltaica já em fase de desenvolvimento por parte da Concessionária. 1.2 A implantação uma rede elétrica inteligente (smart grid) que consiste basicamente da capacidade de se dotar de medidores capazes de suportar a geração distribuída de energia elétrica onde a concessionária adquire a energia fotovoltaica produzida nas edificações residenciais, comerciais ou públicas e abate das suas contas de luz. 1.3 A geração distribuída com telhados e fachadas solares com um produção descentralizada nas residências, comércio e nas edificações públicas de energia fotovoltaica. 1.4 O uso do solar térmico para o aquecimento de água que reduz a demanda de energia elétrica ao substituir os chuveiros elétricos A construção de torres de energia eólica para integrar o futuro mix energético da ilha. Nesse caso precisarão ser elevados em conta seus eventuais impactos paisagísticos e sobre a fauna.

3 Implantação de um projeto piloto de aproveitamento da energia das marés que apresenta condições boas de aplicabilidade na ilha. 2 Descarbonização dos transportes Substituição da frota automobilística da ilha por veículos elétricos. Dadas as curtas distâncias a ilha parece ser o cenário ideal para a utilização de automóveis, motos, vans e caminhões movidos a energia elétrica ou híbridos. 2.2 Implantação de uma malha cicloviaria: ciclovias, ciclo- faixas, sinalização horizontal e vertical e de bicicletarios. 3 Gestão de resíduos sólidos 3.1 Implantação da coleta seletiva e reciclagem de lixo. A insularidade complica comercialmente a reciclagem de alguns componentes que implicam em trocas comerciais com o continente e sobre os quais o custo de transportes incidiria negativamente Estudo para o eventual uso de resíduos sólidos também para geração de energia mediante incineração em altas temperaturas o que traz o desafio tecnológico de fazê- lo de maneira segura, sem emissões de dioxinas nem outros poluentes. 3.3 Implantação de biodigestores para a produção biogás e adubo a partir do lixo orgânico. 4 Gestão das águas 4.1 Padrões para o consumo e qualidade da água destinados a lhes dar maior sustentabilidade. 4.2 Tratamento de efluentes e reaproveitamento de águas servidas acabando definitivamente com despejos de esgotos in natura em praias. Uso adequado de fossas cépticas, lagoa de estabilização e wetlands.

4 4 5 - Turismo sustentável 5.1 Aperfeiçoamento do receptivo turístico com revisão da capacidade de suporte, dos mecanismos de apoio e orientação e das opções oferecidas na ilha. 5.2 Introdução gradual de novos padrões estéticos (fachadas, letreiros, placas) e construtivos que melhorem o visual da parte construída. 5 Pesca, agricultura e reflorestamento 5.1 Desenvolvimento de projetos de piscicultura em fazendas marinhas para desestimular a pesca predatória Identificação e desenvolvimento de culturas agrícolas compatíveis com as características da ilha. 5.3 Reflorestamento de áreas degradadas da ilha. 6 Inclusão digital 6.1 Tornar a ilha exemplar em termos de acesso à internet por wi fi e/ou fibra ótica. Fortalecer a capacidade técnica de transmissão e envio de imagens geradas na ilha. 6.2 Proceder a inclusão digital de toda a população 7 Calendário ambiental/cultural 7.1 Institucionalização de um Evento/feira anual de tecnologias limpas de baixo carbono 7.2 Transformação da ilha em uma vitrine da tecnologias limpas e de baixo carbono e local para a celebração de negócios nessa área. 7.3 Fortalecimento das atividades culturais/artísticas locais.

5 5 8 - Sinergia ilha/continente Ao se conseguir levar a cabo o proposto nos pontos 1 a 7, Fernando de Noronha passaria a ser um local de encontro físico e também virtual para empresários do setor que aproveitariam as condições privilegiadas de lazer para fazer ecoturismo e manter contatos para negócios que se articulassem com as prioridades do governo de Pernambuco. Assim, por exemplo, uma empresa de tecnologia limpa que participasse do mencionado evento poderia ser atraída a aproveitar condições especiais oferecidas pelo estado de Pernambuco (disponibilização de terrenos, incentivos fiscais, etc...) para instalar- se no estado gerando novos empregos. No futuro pode- se desenvolver a noção de Fernando de Noronha como a primeira área do Brasil totalmente neutra em carbono. Para tanto provavelmente não bastarão as ações de redução de emissões já listadas acima porque seria necessário ainda neutralizar as emissões provenientes dos transportes marítimos e aéreos. Para tanto seria necessário complementar essas ações com outras no continente. Ações propostas: 8.1 Elaborar, anualmente, um inventário das emissões de gases de efeito estufa (GEE) gerados na e nas viagens para a ilha, o que inclui os transportes marítimo e aéreo Detalhamento do Projeto Noronha Carbono Zero que para alcançar os objetivos deverá, além das medidas de mitigações de emissões de GEE e de reflorestamento para absorção de carbono, na ilha, ser vinculado a um grande reflorestamento de uma área no continente. O conjunto dessas ações viabilizará a pretensão de se estabelecer a ilha de Fernando de Noronha como a primeira área carbono- neutra do Brasil. 9 Adaptação: enfrentando o inevitável A ilha sofrerá fortemente os efeitos das mudanças climáticas e deve se preparar para fazer frente adaptando- se a elas. Será preciso: 9.1 Um diagnóstico das vulnerabilidades

6 6 9.2 Um plano estratégico de adaptação, preparando- se para enfrentar essas consequências O Encontro Empresarial Internacional de Tecnologias Limpas de Baixo Carbono Noronha O encontro Noronha 2013 reunirá representantes de empresas e instituições que possam fazer avançar os itens de sustentabilidade acima listados. As empresas convidadas deverão trazer ideias e propostas concretas para pilotos na ilha e, em alguns casos, de investimentos no Estado de Pernambuco. Associado ao encontro haverá uma mostra de tecnologias. O Encontro, presencial na ilha, será transmitido ao vivo pela internet e conterá para esse efeito também manifestações artísticas e culturais como o Concerto do Clima II. No encontro haverá cinco work shops: 1 Energias limpas 2 Descarbonização dos transportes 3 Gestão de resíduos sólidos 4 Inclusão digital e cultura 5 - Adaptação (inclui turismo, sustentável, agricultura, pesca e reflorestamento) Esses temas vincular- se- iam a uma exposição de produtos, serviços e projetos. O governo do estado de Pernambuco terá um espaço para apresentar suas propostas e condições para receber investimentos de tecnologias limpas e de baixo carbono. O trabalhos do Noronha 2013 serão complementados com passeios e atividades de lazer e turismo tomando partido das condições únicas da ilha.

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