Unidade: Comunicação e Liderança como Fator Motivacional. Unidade I:

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2 Unidade: Comunicação e Liderança como Fator Motivacional ment/enlargement.aspx?id= &caller=search Comunicação, liderança e motivação se conjugam numa relação de causa e efeito. Não há como abordar o tema motivação, sem mencionar a necessidade de zelo com as técnicas de liderança e de comunicação. As melhores estratégias motivacionais não terão êxito, se não houver práticas coerentes de comunicação ou de liderança. Comunicação, sem dúvida, é uma das competências mais importantes de um líder. Comunicação como fator motivacional Não é possível dizer qualquer coisa, de qualquer jeito, em qualquer momento, a qualquer pessoa Chanlat e Dufour ent.aspx?id= &caller=search Mintzberg (1973) aponta que a função de um líder é em sua essência a comunicação. Embora executivos utilizem os verbos planejar, dirigir, coordenar, controlar, entre outros, para descrever suas funções mais rotineiras, o verbo comunicar estará sempre presente no cotidiano destes líderes. Mas o que é comunicação afinal? No Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, do Ministério da Educação, encontra-se a seguinte definição para o termo comunicação fazer saber, tornar comum, participar. Desta definição, dois aspectos devem ser destacados. O primeiro deles é que comunicação envolve transmitir algo para alguém. A comunicação é um fator social. É necessário que haja um 1

3 emissor, mas também um receptor, pois do contrário não há comunicação. O segundo aspecto é que para que haja comunicação deve existir algo a ser transmitido. Ou seja, é necessário que haja uma mensagem. Assim, dentre os elementos importantes a comunicação estão: o emissor, o receptor e a mensagem. O emissor emite uma mensagem por meio de um código, codifica a mensagem, e o receptor a decodifica. Esta mensagem é transmitida por meio de um canal da comunicação e para que a comunicação seja fluida faz-se necessário evitar qualquer ruído ou barreira a este processo. O Diagrama Clássico da Comunicação demonstra de forma clara como se dá este processo. A ilustração de Roland, apresentada no livro Relações Humanas na família e no trabalho Pierre Weil 1, representa de forma humorada alguns dos componentes deste Diagrama. Todavia, vale ressaltar que não basta apenas haver um emissor, um receptor, um canal e uma mensagem para que a comunicação ocorra, é necessário considerar os efeitos da mensagem sobre quem a emite e, principalmente, sobre quem a recebe. 1 WEIL, Pierre Relações Humanas na família e no trabalho Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 22º ed.,

4 A frase de apresentada no início do tópico Não é possível dizer qualquer coisa, de qualquer jeito, em qualquer momento, a qualquer pessoa, de Chanlat e Dufour ilustra bem esta necessidade de considerar os efeitos da comunicação sobre o emissor e, principalmente, sobre o receptor. necessário considerar todos os elementos envolvidos na comunicação para que a mesma ocorra de forma completa e adequada. É Analisando a frase de Chanlat e Dufour, podemos destacar que: Não é possível dizer qualquer coisa de qualquer jeito. É preciso adequar o código utilizado na comunicação ao nível de nosso receptor. Também não é possível dizer qualquer coisa, de qualquer jeito, em qualquer momento. O tipo de comunicação deve-se adequar a situação específica. Não é apropriado que o diálogo entre o líder e o liderado seja idêntico em situações distintas como uma reunião de trabalho e um evento informal da empresa, por exemplo. Embora, seja sempre necessária a postura profissional, a comunicação adequada pode aproximar as pessoas. Sobre momento também é importante lembrar que nem todos os assuntos são convenientes. Há assuntos que merecem ser deixados para momentos adequados. Cabe ao receptor avaliar qual é o momento mais adequado para cada assunto. Não é possível dizer qualquer coisa, de qualquer jeito, a qualquer pessoa. Uma vez que as pessoas são diferentes a forma como estas 3

5 recebem as mensagens também é bastante particular. Uma mensagem pode despertar motivação em alguns, mas desmotivação em outros. É preciso se ater à pessoa a quem a mensagem é transmitida e quais são as intenções desta mensagem. Além de se preocupar com o que dizer, para não dizer qualquer coisa, de qualquer jeito..., é necessário também nos atentarmos às outras formas de comunicação. Quem nunca ouviu dizer quer uma imagem vale mais que mil palavras? A transmissão de uma mensagem pode se dar, além da fala, por meio de uma expressão, de um olhar, de um tom de voz, enfim, a comunicação por ser feita de várias maneiras. Um líder pode, por exemplo, transmitir uma mensagem de motivação e de incentivo por meio da fala, mas se contradizer pela mensagem emitida por meio de suas expressões faciais, seus gestos, sua postura. = &caller=search É preciso considerar que todos os estímulos são importantes na comunicação e, consequentemente, na motivação. E quando falamos todos os estímulos, nos referimos a todos mesmo, inclusive à sua vestimenta, à sua imagem como profissional, como pessoa etc., tudo o que você é ou representa interferirá em como as mensagens que você transmite serão recebida por seu receptor. Do mesmo modo que o descaso com a comunicação coloca a perder qualquer projeto, o cuidado com a mesma traz vantagens incontáveis para qualquer plano. Quando se trata de comunicação, é importante ainda oferecer escuta a quem transmite uma mensagem. É comum observarmos pessoas que simplesmente não escutam o que o outro diz. Tamanha é a spx?id=aakd001014&caller=search 4

6 necessidade de falar, que simplesmente alguns ignoram as mensagens transmitidas pelos outros. Todavia, ter empatia pelo outro, ser bom ouvinte, permite ao líder conhecer melhor seu liderado, além de fazer com que este se sinta reconhecido e valorizado nesta relação. Um outro aspecto sobre a comunicação que vale a pena se atentar é quanto ao feedback. É necessário que haja feedback tanto positivo, quanto negativo. É tão mais comum ouvirmos falar dos problemas, dos erros, das perdas, do que ouvirmos dos progressos, das conquistas, dos sucessos. Cabe ao líder se atentar para o sucesso e oferecer feedback positivo aos seus funcionários. Por tudo isto, a comunicação interfere diretamente na motivação e o líder deve estar atento às estratégias de comunicação utilizadas. Liderança como fator motivacional Para ser um líder, você tem que fazer as pessoas quererem te seguir, e ninguém quer seguir alguém que não sabe onde está indo Joe Namath nt.aspx?id= &caller=search Muito poderia ser dito sobre liderança como fator motivacional, mas aqui vamos nos ater à liderança como poder de influenciar o outro. Exercemos liderança sempre que influenciamos o outro a atingir uma meta. E para influenciar o outro, é necessário que o líder exerça poder sobre este. Todavia, existem tipos de poder. Podemos exercer poder sobre o outro, em função de uma posição que ocupamos, por exemplo. Você certamente conhece a frase: manda quem pode, obedece quem tem juízo. Quando devo obediência a alguém, em função do poder que este tem sobre mim, certamente esta pessoa me influenciará a fazer determinadas coisas. 5

7 Mas não é sobre este tipo de poder, que trataremos aqui, mas outro tipo, o poder legítimo, que não está vinculado ao cargo ou à posição, mas sim à pessoa. Quantas vezes vemos pessoas pedirem conselhos a um amigo, a um professor ou aos seus pais. Estes a quem pedimos conselhos exercem poder sobre nossas vidas, pois de certa forma influenciam nossas escolhas. Quanto maior a influencia dessas pessoas sobre nossas vidas, maior o poder que estas exercem sobre nós. spx?id= &caller=search Embora seja cada vez menos comum, existem líderes organizacionais, que exercem poder legítimo sobre seus liderados. Independente de sua posição na empresa, de seu cargo, de seu poder em promover ou demitir alguém, estes líderes influenciam seus liderados. Este poder é conquistado não pelo cargo, mas a partir de atitudes de respeito, da transmissão de confiança, de proximidade para com seus liderados. comprometimento, em motivação. E esta proximidade, confiança e respeito resultam em Quantas vezes já ouvimos de histórias em que a empresa estava passando por dificuldades financeiras, mas os funcionários permaneciam unidos, trabalhando, por vezes até sem receber salário, mas procurando reerguer a empresa? Ou, quantas vezes, ouvimos também de empresas que estavam passando por dificuldades financeiras e os funcionários torcendo para que a empresa entrasse em falência, mesmo sem se darem conta de que perderiam seus empregos? O que muda entre o primeiro e o segundo exemplo? Muitas vezes, o que muda é o estilo de liderança. O funcionário que se sente pertencente à empresa, que compreende que seu líder é comprometido para com ele, fará de tudo para ajudar a este líder, mas o contrário também é verdadeiro. funcionário que não se sente parte da empresa, não se importará que a mesma O 6

8 encerre suas atividades, tenha prejuízos, perca clientes, pois ele não faz parte da empresa. Daí a importância de uma liderança que conquiste liderados, que faça com que o funcionário se sinta parceiro da empresa. Mas, liderar assim não é tarefa fácil, exige cuidado e esforço. Exige olhar para o outro, procurar compreender suas necessidades, suas motivações. Este é um grande desafio para a liderança e, consequentemente, para o sucesso de qualquer empreendimento. O líder conquista quando sabe impor sua posição, sem ser autoritário. Preocupa-se com seus funcionários, mas sem que isto comprometa o desempenho, o desenvolvimento das atividades. Sabe o que está fazendo é transmite esta segurança aos seus liderados. Fala e age com entusiasmos sobre seus projetos. Enfim, como já dito, liderar não é tarefa fácil, exige dedicação. Liderar é como andar de bicicleta. Dizem que, quem aprende nunca mais esquece, mas existe muita diferença entre um ciclista profissional e um amador. O ciclista profissional dedica-se à prática de andar de bicicleta, enquanto o amador, não. O líder, deve se dedicar à prática de liderar, pois só com a experiência, poderá se tornar um líder que influencia verdadeiramente as pessoas. apxv?id=0= Essa postura coesa e verdadeira desenvolve na equipe não só a confiança, mas a desejo de estar junto ao líder e atingir as metas por este determinadas. Este pode ser considerado um dos segredos de se obter comprometimento do funcionário. Quando o profissional admira seu líder, bem como reconhece que pode confiar nele como profissional e como pessoa, ele não só o respeita, como também se compromete com aquilo que lhe é proposto. Claro que há variações de pessoa para pessoa, mas, de forma geral, há uma pré-disposição em se comprometer com quem se percebe como merecedor de nossa dedicação. 7

9 Vale lembrar também que para se comprometer com algo, precisamos gostar daquilo que fazemos e, isto, nem sempre está relacionado com a empresa ou com o líder, mas sim com a própria pessoa. O líder neste caso pode atuar como um orientador. Enfim, se você deseja uma equipe comprometida com o que faz, deve conquistar a confiança e a admiração da mesma e isto, não se consegue sem dedicar respeito ao outro. 8

10 Referências BRIDGES, W., Job Shift: um Mundo sem Empregos. São Paulo: MB Books, DEJOURS, Christophe. Uma visão do Sofrimento Humano nas Organizações. Em: CHANLAT, Jean-François (organizador). O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. Ofélia de Lanna Sette Torres (organizadora); tradução e adaptação Arakey Martins Rodrigues; revisão técnica Carlos O. Bertero, 3º Ed. São Paulo: Atlas, DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E. & JAYET, C. Psicodinâmica do Trabalho - Contribuições da Escola Dejouriana à análise da relação Prazer, Sofrimento e Trabalho. São Paulo: Editora Atlas S.A., LIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 7ed. São Paulo: Edgar Blucher, MILLS, Wright. A Nova Classe Média. Rio de Janeiro: Zahar Editores, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual De Procedimentos Para Serviço Da Saúde: Doenças Relacionadas ao Trabalho. Brasília, SAÚDE MENTAL EM FOCO. Em busca de novas perspectivas. Módulo de saúde mental é sucesso no Congresso Latino-Americano de Serviços de Saúde. SINDHOSP. Ano 02, Boletim nº 08, Jul/Ago/Set,

11 10 Responsável pelo Conteúdo: Professora Ms. Gisele de Lima Fernandes Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, São Paulo SP Brasil Tel: (55 11)