Gestão do risco jurídico e criação de valor para a empresa. Jorge Magalhães Correia

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1 Gestão do risco jurídico e criação de valor para a empresa Jorge Magalhães Correia

2 Razões do tema Porque o controlo do risco jurídico cria valor; Importância crescente confere vantagens competitivas, traduzidas em menores da gestão custos, do ganhos risco de nas eficiência empresas e resultados. A gestão do risco jurídico é uma componente essencial do sistema Porque obriga a evoluir de uma gestão reactiva e casuística para uma abordagem preventiva e que permita uma leitura global do risco jurídico da organização. Acrescenta uma nova dimensão à função jurídica na empresa Porque o jurista interno tem uma compreensão Um terreno propício ao jurista mais íntima do contexto da empresa e está melhor posicionado de empresa para actuar em articulação com outras áreas internas de gestão de risco e de compliance

3 As novas tendências na gestão do risco Uma noção ampla de Risco: Qualquer elemento que possa impedir a organização de atingir os seus objectivos

4 Tipologia dos riscos empresariais estratégico gestão mercado negócio operativo crédito financeiro riscos da empresa operacional jurídico liquidez externo sistemas político ambiental

5 Risco operacional Risco de perdas resultantes da inadequação ou falhas dos processos internos, pessoas e sistemas ou de eventos externos

6 Risco operacional risco mais severo Riscos que mais preocupam as empresas pressão nos preços mudanças legais litigation explosão dos custos quebra da procura falhas de sistemas quebras de fornecimentos irregularidades contabilísticas Fonte: B.Barodte, A. Fisher, E. Montagne, H. Pfuhistein, 2005

7 Operational risk is the risk of loss resulting from inadequate or failed internal processes, people and systems or from external event,.. including legal risk in Risk-Based Capital Requirements, Working Document, EU Commission, 1/7/2003

8 Definição de risco jurídico Risco de perdas causado por: Transacções imperfeitas Pretensões das quais possam resultar responsabilidades para a organização ou outras perdas Omissão de actos necessários à protecção dos activos da empresa Mudanças as na lei

9 Gestão do risco jurídico Compreende Mais do que a uma estratégia, mera extensão os sistemas, funcional os processos das tarefas e jurídicas práticas correntes, proactivas é vista, e preventivas pelos responsáveis de gestão do jurídicos risco jurídico das empresas, como uma oportunidade única de alteração do posicionamento tradicional dos departamentos internos. Survey The State of Legal Risk Management, Blake Dawson Waldron, 2005

10 Gestão do risco jurídico Contribui para inverter a tendência de externalização dos serviços jurídicos Advogados internos Utilizados mais intensamente em todas as actividades que requerem um conhecimento mais íntimo do contexto empresarial Advogados externos Mais utilizados em matérias que exigem expertise, ou quando importa evidenciar maior independência

11 Etapas do processo de GRJ Identificação do risco Avaliação do risco Elenco das diferentes áreas do direito (e tipos de jurisdição) aplicáveis ao negócio da empresa e quais as normas sensíveis veis ; Das potenciais responsabilidades Monitorização da empresa do em risco cada uma dessas áreas; Da cultura de litigância prevalecente em cada área Atenuação do risco

12 Identificação do risco Identificação das diferentes áreas do direito aplicáveis ao negócio e das normas sensíveis veis. Recursos da empresa Normas aplicáveis Normas sensíveis Recursos de capital Recursos financeiros Recursos humanos Normas de âmbito geral Tratados internacionais Código Trabalho e leg. S. Social Instruções administrativas Convenções colectivas Jurisprudência Disposições do C.T. relativas à duração do trabalho Recursos patrimoniais Recursos intangíveis Recursos comerciais Recursos ambientais Normas de incidência particular Usos da empresa Acordos de empresa Regulamentos internos Contratos de trabalho Decisões administrativas em relação à empresa

13 Avaliação do risco = Frequência nº acontecimentos consequência Perda Risco = Esperada = frequência x magnitude unidade de tempo x x magnitude 10 = 10 M nº 000 acontecimentos = 10 M Risco = 30 M ( 40-10) Perda Possível = frequência x magnitude = 40 M

14 Avaliação do risco Necessidade de adopção de um conceito mais vago e mais flexível, tomando em conta: A infraestrutura do sistema jurídico As fontes mais relevantes em determinadas matérias e as práticas de mercado O pior cenário em caso de decisões adversas. Se o mercado é de particulares ou de profissionais A existência de possíveis danos colaterais O historial de outras empresas

15 Avaliação do risco probabilidade baixa média alta Rejeição do risco Atenuação do risco em função de análise custo/benefício Aceitação do nível de risco baixo médio alto impacto

16 Polónia Direito comercial

17 Monitorização do risco Procedimentos de acompanhamento e controlo. Quem deve ser responsável pela sua implementação? O importante é garantir que as pessoas e departamentos envolvidos possam cumprir essa função sem distorções causadas por conflitos de interesses ou por outras inibições que possam limitar a objectividade da informação

18 Monitorização do risco Advogado de empresa: Independência? Independência! The many duties to which a lawyer is subject require his As absolute obrigações independence, decorrentes free do dever from de all independência other influence, não especially são incompatíveis such as com may o arise estatuto from de his advogado personal em interest regime or external de subordinação pressure jurídica dica. Code of Conduct for Lawyers in the European Community, Council of the Bars and Law Societies of the European Community, 1988

19 Independência vs subordinação Realidades em planos distintos Independência plano técnico Subordinação plano das condições de trabalho Autonomia técnica Responsabilidade pessoal

20 Identificação do risco Avaliação do risco Monitorização do risco Atenuação do risco

21 Observações finais O advogado envolvido na GRJ deve ter um nível n de independência acrescido O papel dos reguladores poderá ser determinante, como agentes de fertilização cruzada de ideias e de difusão das melhores experiências, podendo também m o IAE constituir-se se como facilitador da partilha de ideias e experiências. Existirá um maior investimento das empresas na área da prevenção dos riscos jurídicos, embora com intensidade e direcção variáveis. veis.

22 Observações finais Os departamentos jurídicos tenderão a concentrar-se na rapidez da resposta e em criar meios de antecipação. O incremento da GRJ revaloriza a função jurídica na empresa As empresas sós farão alterações significativas na forma como vêm as funções jurídicas numa base estritamente económica, de avaliação da relação custo/benefício cio.

23 Observações finais Os departamentos legais internos e os seus responsáveis terão o ónus de demonstrar, dentro da empresa, o ROI das actividades de prevenção jurídica. O futuro da advocacia de empresa está também m nas vossas mãos! Jorge Magalhães Correia Instituto de Advogados de Empresa Culturgest Jun07