A mídia como difusora do conhecimento científico
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- Martim Galvão Castro
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1 A mídia como difusora do conhecimento científico André MUNZLINGER (1); Daniela Aparecida de ALBUQUERQUE (2); Richard Perassi Luiz de SOUSA (3) (1)Jornalista e Coordenador de Comunicação do Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Rio do Sul. Rio do Sul, SC, Estrada do Redentor, n 5665, Bairro Canta Galo, Rio do Sul, SC, CEP , andre.muzza@gmail.com; (2) Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC, Campus Reitor João David Ferreira Lima, Bairro Trindade, Florianópolis, SC, CEP , dnie-la@hotmail.com; (3) Doutor em comunicação e semiótica pela PUC-SP. Professor do Programa de Pós-Graduação em Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, SC, Campus Reitor João David Ferreira Lima, Bairro Trindade, Florianópolis, SC, CEP , perassi@uol.com.br RESUMO:A comunicação de massa foi utilizada como entretenimento desde o surgimento dos veículos de comunicação, com o desenvolvimento da ciência, esses mesmos veículos passam a ser um diferencial na transmissão do conhecimento científico, que além de disseminarem as novas informações e pesquisas, passam a ser um motivador aos pesquisadores. No Instituto Federal Catarinense Câmpus Rio do Sul isso pode ser percebido na realização e cobertura da mídia na Feira do Conhecimento Tecnológico e Científico. Nos últimos dois anos, há uma percepção clara do aumento do interesse dos veículos de comunicação em difundir as novidades e pesquisas realizadas na instituição, com isso, analisando dentro de um aspecto de importância, não se pode deixar de considerar os efeitos da mídia quando se objetiva a transmissão do conhecimento, indiferente da área do conhecimento. Nesse contexto, essa pesquisa quantitativa vem avaliar o interesse da mídia na disseminação científica e demonstrar que os espaços disponíveis, após a análise das inserções, estão em ascensão. Palavras Chave: comunicação de massa, disseminação da tecnologia, veículos de comunicação; INTRODUÇÃO A mídia é um formato que amplia o processo de ensino/aprendizagem porque tem como principal atrativo a imagem, o som e o movimento. Os meios de comunicações possuem elementos como o som, a luz, o roteiro, a edição e o trabalho em grupo, gerando uma mensagem, que é um instrumento imediato de informação, tornando possível a veiculação de uma infinita variável de informações.essas ferramentas de divulgação do conhecimento, nesse caso o jornal, internet, televisão e rádio, além de proporcionar uma integração da instituição, possibilitamà comunidade regional conheçer o que está se pesquisando e as soluções que estão se encontrando para problemas simples de interesse da comunidade. Neste contexto, e principalmente, fazendo uma análise da atual estrutura de pesquisa do Instituto Federal Catarinense de Rio do Sul, é que realizamos a análise quantitativa da importância da mídia na disseminação do conhecimento científico produzido e avaliar seu interesse em difundir tais projetos de pesquisa, como forma de disseminar os resultados das pesquisas realizadas no IFC. O que importa na comunicação de massa não está na quantidade de indivíduos que recebe os produtos, 1
2 mas no fato de que estes produtos estão disponíveis em princípio para uma grande pluralidade de destinatários (THOMPSON, 2009). Dessa forma, buscamos identificar o espaço disponibilizado pela mídia na divulgação científica, tomando como exemplo a Feira do Conhecimento Científoco e Tecnológico Fetec, que é realizada anualmente em Rio do Sul e seleciona trabalhos para várias outras feiras regionais, nacionais (Figura 1) e internacionais, como a Mostratec (Figura 2). MATERIAIS E MÉTODOS Para a referida análise da importância da mídia como difusora do conhecimento científico é necessária uma análise das matérias jornalísticas produzidas à época da Feira do Conhecimento Tecnológico e Científico (Fetec). Além disso, com a disseminação dessas pesquisas e as premiações recebidas, há uma motivação aos alunos pesquisadores a participarem de novos eventos científicos. Para esse artigo será realizada uma pesquisa bibliográfica e quantitativa nos acervos da Fetec 2012 e nos arquivos de mídia disponibilizados pelos veículos de comunicação do município de Rio do Sul. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com a cobertura da mídia durante a realização da Fetec, os alunos do ensino médio/técnico em conjunto com os acadêmicos da graduação, tiveram a oportunidade de difundir suas pesquisas à comunidade regional. Ao total, de acordo com relatório de mídia, mais de 40 minutos de exposição em televisão e rádio foram disponibilizados ao Instituto Federal Catarinense Câmpus Rio do Sul para divulgar as pesquisas expostas no evento.(figura 1) Com a produção dos conteúdos jornalísticos e de cunho científico, a disseminação desse conhecimento deixa de ser restrita à sala de aula ou a uma disciplinaespecífica, e passa a circular em todo o ambiente midiático. Um exemplo disso é o trabalho desenvolvido pelas alunas Janayna Panoch e Kamyla Teixeira Ferreira, sob a orientação da professora Morgana Scheller. (Figura 2) As jovens realizaram um trabalho, através da modelagem matemática, onde a curva de lactação das vacas holandesas foi estudada para entender a produção de leite. Esse projeto obteve o maior número de exposição midiática, aparecendo na televisão regional (Rede Bela Aliança de Televisão) e estadual (Rede RIC Record e RBS-TV), além dos jornais de Rio do Sul (Folha do Alto Vale e A Vitrine). Esse trabalho foi classificado para a Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia em Novo Hamburgo (RS), para a Feira Brasileira de Ciência e Engenharia da Universidade de São Paulo (Febrace), Acampamento de Jovens Cientistas da Argentina e a Conferência Internacional de Jovens Cientistas na Indonésia. Com o trabalho realizado através da mídia, agropecuaristas se interessaram em obter o software produzido pelas alunas, empresas e fundações se mobilizaram para auxiliar financeiramente a pesquisa, possibilitando a participação do trabalho no evento internacional. Isso demonstra que é assertivo integrar os conceitos científicos disciplinares a estes conteúdos de carater jornalístico, pois pode alavancar a própria pesquisa. (Figura 3) Além desse projeto exemplificado, outros 12 trabalhos, desde 2010, tiveram destaques semelhantes na quantidade de espaço e importância dada pela mídia. Assim é possível destacar, já com perceptível acréscimo nos últimos dois anos, que há interesse dos veículos de comunicação, neste caso específico dos jornais e televisões locais e 2
3 regionais, em difundir a pesquisa realizada na Iniciação Científica e expostas na Fetec de Rio do Sul. Nós só podemos julgar melhor onde nos levam os meios de comunicação da escola quando a produção pedagógica da Comunicação é prática social conhecida e transparente (MARTIN-BARBERO, 1995, p. 40). Conforme salientado, estamos em um momento em que a inclusão das mídias no contexto educacional não é mais escolha, visto que estas se fazem cada vez mais presentes em sala de aula. Produzir novos conteúdos e disseminar essas informações para ampliar o conhecimento é o desafio que momento nos impõe. Assim, sugere-se incentivar o uso dos veículos de comunicação, em parceria com as escolas e instituições de ensino, no sentido de viabilizar ainda mais a troca de conhecimento entre o pesquisador e a comunidade. O professor e pesquisador Eduardo Meditsch faz referência em como o jornalismo pode ser utilizado como gerador de conhecimento. Não somente como reprodutor de notícias, mas importante no processo da disseminação. O Jornalismo não apenas reproduz o conhecimento que ele próprio produz, reproduz também o conhecimento produzido por outras instituições sociais. A hipótese de que ocorra uma reprodução do conhecimento, mais complexa do que a sua simples transmissão, ajuda a entender melhor o papel do Jornalismo. (MEDITSCH, 1997, p. 03). Muitas pesquisas nesta área de comunicação possibilitam entender como a percepção dos alunos aumenta após receber estímulos feitos por outras fontes de conhecimento que hoje já mudam as estruturas pedagógicas dos cursos de formação dos professores. Assim, se os processos educativos são comunicativos, é preciso apoiar o professor para que ele deixe de ser um emissor e se constitua como um pesquisador das mídias construindo com os alunos o conhecimento num processo de recepção que é ativo e não passivo. (MARTIN-BARBERO, 1995, p. 40). Isso demonstra que esse momento é importante para discutir a inserção da mídia no contexto educacional e que a disseminação do conhecimento deve sair da sala de aula e tomar outros aspectos. Incentivar a produção de novos conhecimentos e disseminar à sociedade é o desafio. CONCLUSÕES Após fazer uma análise do espaço disponibilizado na mídia voltado a contribuir na difusão do conhecimento científico e tecnológico, podemos concluir que há interesse dos meios em fazer essa divulgação, conforme exemplificado nafigura 1. Os mesmos meios acabam por motivar novos pesquisadores, valorizando os trabalhos e dando-lhes importância, deste modo, os mesmos passam a ser conhecidos não somente no espaço acadêmico, mas na sociedade, que pode aproveitar dessas pesquisas para solucionar os problemas. Para Almeida, (1996)a difusão do conhecimento científico realiza-se por intermédio de vários meios, mastomam uma dimensão de ampliação massiva, outros meios as reproduzem de uma forma mais abrangente como a mídia: jornais, revistas, televisão. Dessa forma, ao finalizar os questionamentos iniciais que geraram o referido trabalho, concluímos que a mídia não só deve ser considerada importante, mashoje, torna-se essencial quando realizado um evento que tem como principal ação a disseminação do conhecimento científico. Thompson(2009)reflete da mesma forma, salientando que os produtos da mídia são disponíveis, em princípio, a uma pluralidade de destinatários. Eles são produzidos em múltiplas cópias ou transmitidos para uma multiplicidade de receptores, e permanecem disponíveis.assim, é possível estabelecer uma atividade de aprendizagem 3
4 ainda mais qualificada, dinâmica, lúdica e produtiva, agregada pelo poder de persuasão dessa nova linguagem. Essas são algumas das potencialidades que surgem através do trabalho de disseminação do conhecimento através damídia e deverão ser apoiados em todos os aspectos, pois os resultados apontados são produtivos e agregam mais valor ao evento científico, além de possibilitar que a comunidade tenha acesso a esses novos conteúdos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense, BRASIL, Antônio Cláudio. Telejornalismo imaginário. Florianópolis: Insular, EMERIN, Cárlida. ORG. Pesquisa em telejornalismo. Novo Hamburgo: Feevale, FUSARI, M. F. R. E. Comunicação, meios de comunicação e formação de professores: questões de pesquisa. In: PORTO, T. M. E. (Org.). Saberes e linguagens de educação e comunicação. Pelotas: UFPel, GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 6ª edição,1999. MARTIN-BARBERO, J. América Latina e os anos recentes: os estudos da recepção em comunicação social. In: SOUSA, M. W. (Org.). Sujeito, o lado oculto do receptor. São Paulo: Brasiliense, 1995, p MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 6ª edição, MEDITSCH, Eduardo. O jornalismo é uma forma de conhecimento?, in: Acesso em 07/01/2013. PAS DE ALMEIDA, Jozimar. Horizonte Transversal: A difusão do conhecimento científico sobre meio ambiente nos livros didáticos de História, em: Acessado em23/02/2013. SILVA, Alexandre Rocha, ROSSINI, Mirian de. Et al. Do Audiovisual às audiovisualidades, convergência e dispersão nas mídias. Porto Alegre: Asterisco THOMPSON, John B. A mídia e a modernidade. Petrópolis: Vozes, ANEXOS 4
5 INSERÇÕES ANO Figura 1 Número de inserções na mídia local de Rio do Sul que fazem referência aos projetos científicos durante o período de Figura 2 Alunas Kamyla Teixeira Ferreira e Janayna Panoch durante a apresentação na Mostratec. Fonte: Figura 3 Jornal da cidade de Timbó salientando a representação do projeto desenvolvido no Instituto Federal Catarinense Câmpus Rio do Sul no evento internacional. 5
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