GUIA DIGITAL ECOTURÍSTICO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: DISSEMINANDO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO ATRAVÉS DE SIG-WEB
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- Nelson Avelar Taveira
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1 VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 GUIA DIGITAL ECOTURÍSTICO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: DISSEMINANDO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO ATRAVÉS DE SIG-WEB Vivian Castilho da Costa; Vancler de Assis INSTITUIÇÃO: Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ DOS AUTORES: RESUMO As unidades de conservação de proteção integral são grandes destinos dos milhares de ecoturistas brasileiros, principalmente aquelas pertencentes à categoria Parque Estadual. Porém, o estabelecimento de atividades recreativas e de ecoturismo no interior das UCs do estado do Rio de Janeiro, apesar de ser potencializado, ainda não ocorreu com base em planejamento detalhado e eficaz, tanto no que diz respeito ao controle e mitigação dos impactos negativos, quanto na divulgação detalhada de informações científicas em linguagem acessível aos seus usuários. Uma das formas de divulgação de mapas e informações desses parques, principalmente nas regiões e pólos ecoturísticos brasileiros, tem sido a Internet. Contudo, o geoprocessamento (Sistema de Informação Geográfica - SIG), também tem-se tornado ferramenta valiosa, principalmente com o apoio do Governo Federal, a exemplo do projeto de SIG-WEB do Ministério do Meio Ambiente (MMA) chamado I3GEO ( disponibilizando mapas temáticos. O SIG-WEB, portanto, é uma ferramenta extremamente eficiente na divulgação de dados espaciais. Sua grande vantagem em relação aos SIGs tradicionais é a maior publicidade que informações georreferenciadas podem alcançar devido ao grande poder de disseminação da Web, aliado ao fato de serem mais simples de operar por leigos em softwares de SIG. Assim sendo, o presente estudo justifica-se por ser apoiado na seleção e no uso das melhores opções metodológicas de interface de Geotecnologias de SIG-WEB livre e em sua interoperabilidade, em conformidade com o preconizado pelo OGC (Open Geospatial Consortium, Inc) e pelas Diretrizes da Implementação do Software Livre no Governo Federal brasileiro. O presente estudo tem como resultado a compatibilização de bases digitais, provenientes de instituições governamentais brasileiras (IBGE, Fundação 1
2 Tema 3 - Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais CIDE, ANA, MMA e prefeituras locais - Instituto Pereira Passos IPP Secretaria Municipal de Urbanismo da Cidade do Rio de Janeiro, entre outras) para a criação de um Guia Digital das Unidades de Conservação de Uso Integral do Estado do Rio de Janeiro. O primeiro produto que foi gerado, em fase atual de complementação de informações, está disponível temporariamente no site A etapa subsequente está sendo a implementação do Guia na plataforma I3Geo/MMA (MapServer). Palavras-chave: SIG-WEB, Banco de Dados Geográfico, Ecoturismo. INTRODUÇÃO Enquanto o Turismo diminuiu 4% no ano de 2009, pelo efeito da crise mundial, um dos seus segmentos - o ecoturismo - vem crescendo mais de 20% ao ano, segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT). O ecoturismo vem aproveitando os recursos naturais das áreas ainda preservadas com vários ecossistemas, dentre eles os da Mata Atlântica da região sudeste do Brasil, em especial o Estado do Rio de Janeiro. Esta atividade vem sendo cada vez mais crescente no Brasil, principalmente praticadas no interior das unidades de conservação de uso integral (SNUC, ) e na categoria Parque. Este é o grande destino de milhares de visitantes, que buscam os ambientes naturais para lazer e prática de esportes. Infelizmente, a grande maioria dos Parques Estaduais do Rio de Janeiro, não dispõe de recursos humanos (técnicos qualificados) e materiais para o conhecimento detalhado dos aspectos físicoambientais disponíveis e passíveis de serem usados de maneira correta pelo ecoturismo. Muitas vezes os recursos naturais são utilizados de maneira pouco abrangente e prejudicial ao meio ambiente. Planos de manejo atualizados, programas de uso público, definição de capacidade de suporte à visitação, rotinas de monitoramento e, principalmente, equipes treinadas para a implementação sustentável do ecoturismo, calcada na educação ambiental, ainda são pouco comuns nas áreas legalmente protegidas, embora a relevância do tema seja evidente entre seus dirigentes e parceiros. 1 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) foi instituído, no Brasil, em 18 de julho de 2000, através da Lei Nº
3 VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 Nas unidades de conservação do município do Rio de Janeiro, o estabelecimento de atividades recreativas e de ecoturismo, baseadas nos atributos naturais existentes no seu interior, é uma das principais preocupações dos pesquisadores e administradores das unidades de conservação do Município do Rio de Janeiro. Faz-se premente a proposição e/ou implementação de atividades de uso público voltadas para o lazer e ecoturismo, considerando o potencial (ainda pouco conhecido) dessas áreas, paralelamente ao interesse crescente da população - tanto daqueles que vivem contíguos ou próximos a elas, quanto do visitante que vem de outras regiões (bairros e/ou cidades) pelo contato com a natureza. Para minimizar o impacto e ordenar a visitação, o planejamento do ecoturismo em unidades de conservação deve utilizar-se de materiais promocionais, dentre eles os mapas, que são importantes ferramentas para a elaboração de roteiros e, principalmente, para navegação dos visitantes in loco (nas trilhas). É, portanto, um produto indispensável no conjunto de equipamentos do ecoturista. No entanto, a roteirização e mapeamento sistemático dos caminhos e trilhas em unidades de conservação ainda são insuficientes ou sendo pontuados com poucas informações detalhadas de seus atrativos, muitas vezes até sem uma precisão cartográfica apurada, principalmente porque muitos gestores ainda não dispõem de conhecimentos técnicos avançados para a utilização plena de Sistemas de Informação Geográfica (SIG ou GIS - Geographic Information System). Dessa forma, algumas dessas informações se tornam inacessíveis aos visitantes ou turistas por não estarem divulgadas nos meios de comunicação ou até mesmo por não serem disponibilizadas prontamente ou atualizadas periodicamente pelos gestores das unidades de conservação. As trilhas são a principal infra-estrutura de manejo de visitantes em áreas de elevado potencial para atividades ecoturísticas. O estabelecimento de mapeamento das atividades recreativas e de ecoturismo, principalmente em trilhas no interior das unidades de conservação do município do Rio de Janeiro, ainda não ocorreu com base em um planejamento detalhado e eficaz. Uma das preocupações dos pesquisadores e administradores das principais unidades de conservação do município do Rio de Janeiro é a proposição e/ou implementação de atividades de uso público com mínimo impacto a biota, e que estejam voltadas para práticas conscientes de lazer e ecoturismo, considerando o potencial (ainda pouco 3
4 Tema 3 - Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais conhecido) dessas áreas, paralelamente ao interesse crescente da população - tanto daqueles que residem contíguos ou próximos a elas, quanto do visitante e do turista, atraídos pelo contato com a natureza. Uma forma de divulgação dessas atividades, que vem crescendo muito no Brasil, principalmente nas regiões e pólos ecoturísticos, é a Web. Neste sentido, o Sistema de Informação Geográfica, o Sensoriamento Remoto, a Cartografia Digital e o Global Positioning System GPS, têm-se tornado ferramentas valiosas nas mais diversas áreas de conhecimento. Os SIGs constituem-se em um ambiente tecnológico e organizacional que vêm recebendo cada vez mais adeptos no mundo todo e se configurando como importante recurso educacional. Entretanto, para atender as necessidades dos usuários dessas tecnologias, os diversos profissionais devem considerar que o mapa é um meio de comunicação eficaz para o turismo, principalmente quando associado a um projeto de banco de dados cartográfico que considere a localização e caracterização ambiental da área e das atividades a serem mapeadas. Hoje, vem sendo cada vez mais comum a inserção dos SIGs através do que chamamos Webmapping que é a técnica de visualização de dados geográficos na internet ou uma intranet na qual se pode visualizar dados geográficos através de um Browser, ou seja, na própria interface web (PARMA, 2006). O Webmapping não é um SIG, pois apenas facilita a distribuição de informações geográficas através de mapas pela rede mundial de computadores, que ficava fora do alcance do grande público, portanto, podendo ser chamado também de SIG-WEB ou GIS-WEB. Ele vem conseguindo alcançar o objetivo maior que é a disseminação de informação espacial para a sociedade. Mas, ainda há limitações impostas pelo Webmapping, como a velocidade de transmissão, tipos de representação (a estrutura matricial é mais lenta que a estrutura vetorial dos mapas, apesar de terem proliferado vários algoritmos de compactação e manipulação de imagens matriciais), custos de armazenamento, entre outros fatores. Os Webmapping ou GIS-WEB são ferramentas extremamente eficientes na divulgação de dados espaciais. Sua grande vantagem em relação aos SIG tradicionais é a maior publicidade que seus dados irão alcançar já que estarão disponíveis na rede e também são mais simples de se operar, o que acaba por incluir uma grande gama de usuários, antes excluída pela falta de capacidade técnica de operar os SIG tradicionais. 4
5 VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de OBJETIVO O presente projeto tem por objetivo geral dar continuidade aos estudos e pesquisas que já vêm sendo desenvolvidos no interior do Parque Estadual da Pedra Branca, localizado na zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro (Brasil) e seus mapas ecoturísticos que possam ser utilizados por usuários da Web, através de um site criado para o projeto, denominado Guia Digital do Maciço da Pedra Branca. Assim sendo, o presente estudo apóia-se na seleção (escolha) e no uso das melhores opções de interface de tecnologias livres ou GIS-WEB livres, não esquecendo a interoperabilidade, ou seja, sem deixar de pensar que diferentes sistemas proprietários ou livres podem interagir entre si, estando em conformidade com os pressupostos da OGC e de acordo com as Diretrizes da Implementação do Software Livre no Governo Federal < 2. AREA DE ESTUDO: BREVE CARACTERIZAÇÃO GERAL A área definida para o desenvolvimento da presente investigação corresponde a todo interior do Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB), localizado na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro (Figura 1). 5
6 W N S E Tema 3 - Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais Figura 1: Mapa de localização do Parque Estadual da Pedra Branca (RJ) P a q u e tá F re g u e s ia ( Ilh a d o G o v e r n a d o r) B a n g u B a í a d a G u a n a b a r a S a n t a C ru z S e p e tib a P a c iê n c ia V ila M il ita r C a m p o G ra n d e S a n tíss im o M a g a lh ã e s B a s to s M a d u re ir a R e a le n gco a m p o d o s A fo n s o s S e n a d o r C a mp ar dá r e M ig u e l V ila V a lq u e ire S e n a d o r V a s c o n c e lo s J a r d im S u la c a p P ra ç a S e c a C o s min o sh o a íb a P E P B V a rg e m G r a n d e T a n q u e J a c a re p a g u á T a q u a F ra re g u e s ia P e c h in c h a J a c a re p a g u ác id a d e d e D e u s C u r ic ic a G a r d ê n i a A z u l A n il C a m o rim A lto d a B o a v is ta B a ía d e S e p e tib a P e d r a d e G u a r a tib a G u a ra ti b a V a rg e m P e q u e n a R e c re io d o s B a n d e ira n te s B a rr a d a T i ju c a Ita n h a n g á B a rr a d e G u a r a tib a G ru m a r i R e s t in g a d a M a r a m b a ia O c e a n o A tl â n t ic o k m L e g e n d a : L im it e d o s B a ir r o s d a C id a d e d o R io d e J a n e i r o L im it e d o P a r q u e E s t a d u a l d a P e d r a B r a n c a ( C o t a A lt im é t r ic a d e m ) Fonte: COSTA, Segundo o SNUC (2000), os Parques Estaduais apresentam restrições quanto ao uso e ocupação do solo, devendo estar de acordo com o que for estabelecido no decreto de criação da unidade e em seu plano de manejo 2. É justamente em toda esta área que as atividades ecoturísticas estão se expandindo, mas ainda de forma desordenada, pois não há um planejamento participativo e muito menos discussões com o conselho consultivo do PEPB que contemplem de forma mais ampla essa temática. O maciço da Pedra Branca, como um todo, abriga a maior e a segunda mais importante unidade de conservação da cidade carioca: Parque Estadual da Pedra Branca - PEPB 3. Nele 2 Até a presente data, o PEPB não possui plano de manejo aprovado (realizado por empresa contratada), em fase de avaliação pelo seu órgão gestor (Instituto Estadual do Ambiente - INEA/RJ). 3 Esta unidade de conservação foi criada através da Lei Estadual no 2.377, de 28 de junho de 1974, correspondendo a toda a área elevada do maciço, acima da cota altimétrica de 100 m. 6
7 VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 situam-se as nascentes dos principais rios do município do Rio de Janeiro, bem como os últimos remanescentes de Mata Atlântica (COSTA, 2002), sendo hoje considerada a maior floresta urbana do mundo 4. De acordo com estudos realizados por Costa (2002) e Costa (2006), a vertente leste-sul do referido maciço apresentam aspectos geomorfológicos e ambientais de alta relevância, que merecem ser analisados com maior detalhe, não somente em função de suas fragilidades e vulnerabilidades ambientais, mas também de suas potencialidades, sendo uma delas o ecoturismo (COSTA et al, 2009). 3. MATERIAIS E MÉTODOS Para a manipulação do banco de dados (mapas digitais temáticos) e sua disponibilização via Web, o projeto contou com o auxílio de softwares de SIG Livre (OpenGIS) e de servidor de mapas. Os servidores de mapas permitem aos usuários a máxima interação com a informação espacial. O usuário ou cliente acessa a informação no formato original e assim pode realizar consultas de diferentes níveis de complexidades, já que os servidores de mapa funcionam enviando ao browser, a pedido do cliente, algumas páginas web, em formato HTML ou DHTML, que possuem a cartografia vetorial e/ou matricial associada. O objetivo é obter um SIG intuitivo ao usuário não especializado, cuja arquitetura do tipo cliente/servidor gerencia todas as petições e responde de forma ordenada as mesmas. Neste contexto, para a manipulação dos mapas temáticos constantes na base de dados geográfica, foi utilizado o software de SIG-livre Open Jump < e para a publicação dos mapas na internet, o servidor de mapas livre denominado ALOV Map < Também foram criadas formas de disponibilização digital das informações do Parque através da confecção de uma interface de home-page. Para tal, foi usada a ferramenta (software grátis) de criação de sites denominada Nvu versão 1.0 < (Linspire Inc.). Foram utilizados GPS, altímetro e trena de roda para levantamento de informações e aferição de trilhas e seus atrativos no interior do PEPB. 4 O INEA-RJ considera a floresta do PEPB, nessa condição, já que todo o maciço e seu entorno próximo encontram-se, atualmente, em área considerada urbana. 7
8 Tema 3 - Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais Metodologicamente, o projeto iniciou a partir de três principais etapas de trabalho, a seguir detalhadas em seus resultados. 4. RESULTADOS OBTIDOS O primeiro produto resultante do projeto foi a criação de uma home-page que recebeu o título de Projeto Mapa Virtual do Parque Estadual da Pedra Branca < e está na Web (Figura 2), através do portal da internet que discute temáticas sobre trilhas e ecoturismo denominado Infotrilhas < A home-page ainda está em aperfeiçoamento. O objetivo de realizar a home-page foi o de facilitar a divulgação do produto (mapas virtuais do PEPB a serem visualizados no Alov Map), além de facilitar a disseminação do conhecimento sobre o PEPB, o uso de SIG e SIG-WEB ao público-alvo: visitantes, (eco)turistas e pesquisadores interessados nas informações geográficas e ambientais do maciço. Figura 2: Página inicial (à esquerda), os links de explicação da home-page sobre o Projeto Mapa Virtual com mapas estáticos em PDF (ao centro) e o link para os mapas interativos em Alov Map Java (à direita). Fonte: (COSTA, 2010). 8
9 VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 Os resultados, das três etapas do projeto, foram: Etapa 1 Cartografia Digital do Guia e Criação do Banco de Dados Geográfico (BDG) O Guia conta com um estudo prévio sobre a semiótica, ou seja, a melhor forma de representação cartográfica e de uso de simbologias turísticas (EMBRATUR/DENATRAN/IPHAN, 2001), associadas aos atrativos ecoturísticos presentes em duas bacias hidrográficas do PEPB Rio Grande e Camorim, por estas serem as áreas mais visitadas por ecoturistas no Parque, já que conta com infra-estrutura e entrada oficial de sede e subsede, onde são fornecidas informações e agendadas caminhadas em suas trilhas. Nessa etapa, foram iniciados os mapeamentos temáticos básicos (mapa do município do Rio de Janeiro, limite do PEPB, curvas de níveis do PEPB, vertentes do PEPB, bacias hidrográficas do PEPB e informações sobre os pontos notáveis paradas e mirantes, além dos acessos secundários do PEPB, tais como trilhas, caminhos, bifurcações, travessias e circuitos). A confecção do banco de dados foi realizada utilizando o software de SIG livre Open JUMP. O ALOV Map possibilitou os primeiros testes de viabilização do guia digital via cliente-servidor na Internet. Todas as informações geradas, não somente durante os mapeamentos realizados, mas também na caracterização dos atrativos e limitações à visitação, fazem parte de um banco de dados que é disponibilizado sob a forma do guia digital no servidor de mapas, SIG-WEB (MIRANDA E SOUZA, 2002 E 2003 e SCHIMIGUEL et al., 2005) Alov Map inserido na homepage do projeto. Tomando-se como base teórico-conceitual algumas experiências sobre a manipulação de dados cartográficos e modelagem de banco de dados utilizados em softwares de SIG- WEB e Open GIS, de acordo com as Diretrizes da Implementação do Software Livre no Governo Federal < foram aplicadas na pesquisa o uso de softwares livres de SIG e a criação de mapas via web para a maior disseminação dessas ferramentas através da home-page inicialmente criada (a partir do início de 2008) para o projeto do Guia Digital do Maciço da Pedra Branca. 9
10 Tema 3 - Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais A base metodológica da pesquisa foi empregar a construção de mapas virtuais através de SIG-WEB em plataforma de Open GIS (softwares de SIG livre), disponibilizando via internet, o Guia Digital, como um Atlas dinâmico e interativo 5 (Figura 3) dos mapas temáticos da área de estudo. Figura 3: Página na internet, demonstrando o banco de dados (mapas temáticos) com informações vetoriais e a localização da área de estudo - maciço da Pedra Branca no município do Rio de Janeiro. É possível visualizar planos de informação vetoriais e matriciais (raster), tais como imagens de satélite (ao fundo). Fonte: (COSTA, 2010) 5 Mapa dinâmico interativo é a integração de informações do modelo gráfico (mapa) e o modelo não gráfico (tabelas de atributos) de um banco de dados geográfico, que através de um clique do mouse, possibilitam a obtenção detalhada desses elementos relacionais como se estivesse manipulando um SIG. Permitem também: adicionar e subtrair temas na forma de camadas para serem visualizados; localizar objetos geográficos através de seus atributos; e executar operações de zoom, através de menus interativos sobre o mapa (KRAAK, 2001 e MEDEIROS et al, 2005). 10
11 VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 Etapa 2 Trabalhos de campo para aferição do banco de dados sobre os atrativos ecoturísticos no Alov Map Os trabalhos de campo, realizados, respectivamente em dezembro de 2008 até julho de 2009, possibilitou realizar a aferição da base de dados das trilhas do PEPB, além dos pontos de atrativos presentes ao longo das trilhas do Rio Grande (Figura 4) e Camorim (principais bacias hidrográficas, com visitação oficial agendada pelo Parque). Figura 4: Visão geral da bacia do Rio Grande (sede do PEPB). Observam-se, em verde, a trilha do Rio Grande, com janela de atributos (Java Applet do Alov Map), contendo a sua extensão (comprimento em metros) Fonte: (COSTA, 2010) 11
12 Tema 3 - Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais Para que se tornasse mais eficiente o trabalho de criação das informações básicas - correção da BDG (ajustes nos mapas temáticos) - realizado em gabinete, foi preciso utilizar GPS, altímetro e trena de roda para um levantamento mais preciso dos pontos de atrativos nas trilhas mapeadas em campo. Na sede e subsede foram realizadas anotações e coleta de pontos notáveis para iniciar a confecção do mapa de atrativos culturais, históricos, físico/bióticos do PEPB que compõe o BDG no Alov Map (Figura 5). Figura 5: Visão geral da bacia hidrográfica do Rio Camorim (subsede do PEPB), na cor verde. Observa-se a trilha do Camorim e seus atrativos ecoturísticos (símbolos ou pictogramas) que podem ter seus atributos consultados (informações como características de fauna e flora, além de tipos de atividades como observação de pássaros, etc.) Fonte: (COSTA, 2010) 12
13 VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 Etapa 3 Pesquisa de novas plataformas de servidor de mapas (Map Server e I3Geo) Como o Alov Map não realiza consultas analíticas mais sofisticadas, está sendo estudada a importação da base de dados do PEPB no I3Geo. O I3Geo ( é um aplicativo desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para o acesso e a análise de dados geográficos e é totalmente baseado em softwares livres ( principalmente o Mapserver (< Como o I3Geo tem o objetivo de difundir o uso do geoprocessamento como instrumento técnico-científico e implementar uma interface genérica para acesso aos dados geográficos existentes em instituições públicas, privadas ou não governamentais, sendo licenciado sob GPL e podendo ser utilizado e incorporado por qualquer instituição interessada sem custos, se torna ferramenta fundamental a ser utilizada para o desenvolvimento da interoperabilidade e facilidade de acesso remoto aos dados do PEPB (Figura 6). 13
14 Tema 3 - Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais Figura 6: Base de dados de pontos de atrativos ecoturísticos sendo importada no I3Geo. Fonte: COSTA, 2010 Operações que normalmente são encontradas em programas de SIG para computadores pessoais, que operam em instalações locais, estão agora disponíveis no I3Geo, tais como geração de gráficos, análise de dados tabulares, operações espaciais, entre outras. Assim, a presente pesquisa poderá subsidiar novos rumos para a criação de um Guia Ecoturístico para qualquer unidade de conservação pertencente ao Estado do Rio de Janeiro, permitindo o estabelecimento de redes cooperativas entre o seu órgão gestor e a comunidade de usuários interessados nas práticas do turismo na natureza. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A idéia principal do Guia Ecoturístico do PEPB é disseminar o geoprocessamento e reunir em um só endereço informações científicas ou não que se tornem públicas e que tenham conectividade com outras fontes oficiais, como Ministérios e outros Órgãos Federais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outros. 14
15 VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 A perspectiva futura do Guia do PEPB será a de possibilitar a qualquer pessoa montar seu próprio mapa, sobrepor camadas de dados que lhe interessar e permitir novos cruzamentos de dados, pesquisas, consultas, análises e impressão, a qualquer hora e em qualquer lugar que um internauta precisar. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, N. M. C. da. 2002, Análise ambiental do Parque Estadual da Pedra Branca, por geoprocessamento: uma contribuição ao seu plano de manejo. Tese de doutorado. Progama de Pós graduação em Geografia. UFRJ. RJ. 317 p. COSTA, N. M. C. da; COSTA, V. C; CONCEIÇÃO, R. S da; RIBEIRO, J. V. M. 2009, Fragilidade ecoturística em áreas de atrativos no Parque Estadual da Pedra Branca (RJ). Revista GEOUERJ de Geografia. Ano 11, n. 19, v. 2. [On line]. < [18 de março de 2010, 14:31]. COSTA, V. C. da. 2006, Propostas de Manejo e Planejamento Ambiental de Trilhas Ecoturísticas: Um estudo no Maciço da Pedra Branca - Município do Rio de Janeiro (RJ). Tese de Doutorado, Programa de Pós Graduação em Geografia - PPGG, Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Rio de Janeiro. 325 p., v. 1 e 2. EMBRATUR/IPHAN/DENATRAN. 2001, Guia Brasileiro de Sinalização Turística. Ministério do Turismo. [On line]. Disponível em: < [21 de março de 2010, 22:31]. KRAAK, Menno-Jan. 2001, Setting and needs for web cartography in M. J. Kraak & A. Brown (eds.), Web cartography: Developments and prospectus, pp. 1-7, Taylor & Francis, London. [On line]. < [15 de julho de 2008, 21:23]. MEDEIROS, L. C.; OLIVEIRA, L. C. S. de & SILVA, M. M. da. 2008, Sistema de disponibilização de informações geográficas do Estado de Goiás na Internet (SIG 15
16 Tema 3 - Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais OnLine). Trabalho de conclusão do curso de Tecnologia em Geoprocessamento. CEFET: Goiás p. [On line.]. < downloads/sig_online.pdf>. [17 de janeiro de 2008, 21:20]. MIRANDA, J. I. & SOUZA, K. X. S. de. 2003, Como publicar mapas na Web. Anais do XI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto (XI SBSR), INPE: Belo Horizonte. p [On line]. Disponível em: [17 de janeiro de 2008, 19:50]. ISBN: X. PARMA, G. C. 2006, Mapas Cadastrais na Internet: Servidores de Mapas. Anais Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário. (COBRAC 2006). UFSC: Florianópolis, out.,. [On line]. Disponível em: [20 de março de 2010, 18:40]. SCHIMIGUEL, Juliano; BARANAUSKAS, M. Cecília C. & MEDEIROS, C. Bauzer. 2005, Usabilidade de Aplicações SIG Web na Perspectiva do Usuário: um Estudo de Caso. Anais Simpósio Brasileiro de Geoinformática, 7., Campos do Jordão: INPE, p [On line.]. < [17 de janeiro de 2008, 21:20]. 16
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