REAÇÕES E SENTIMENTOS DE FAMILIARES frente ao suicídio
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- Ruy Camelo Amaro
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1 REAÇÕES E SENTIMENTOS DE FAMILIARES frente ao suicídio TERAPIA DO LUTO Profa. Dra. Angela Maria Alves e Souza Enfermeira-Docente-UFC
2 o suicídio desencadeia o luto mais difícil de ser enfrentado e resolvido de maneira eficaz em qualquer família. Van Gogh
3 Determinantes do luto Quem era a pessoa A natureza da ligação Forma da morte - NASH Variáveis de personalidade Variáveis sociais
4 As Quatro Tarefas do Processo de Luto As quatro tarefas Tarefa 01 - Aceitar a realidade da perda. Tarefa 02 - Elaborar a dor da perda. Tarefa 03 - Ajustar-se a um ambiente onde a pessoa faleceu. Tarefa 04 - Reposicionar em termos emocionais a pessoa que faleceu e continuar a vida.
5 As reações e sentimentos mais comuns de familiares frente ao suicídio Negação Vergonha Raiva Culpa Medo Reações físicas e somatização.
6 NEGAÇÃO A descrença ou negação ocorre nas primeiras horas ou dias, quando a pessoa enlutada diz: eu não posso acreditar. Tem uma função protetora e permite que as pessoas disponha de tempo para assimilar o impacto que atingiu, e conseqüentes repercussões no seu estilo de vida.
7 NEGAÇÃO Recusa em aceitar a morte como fato consumado. Pode levar meses para aceitar a irreversibilidade da morte. No momento em que a pessoa aceita e compreende que a morte aconteceu, inicia-se o processo de luto.
8 Terapia do luto ajudar as pessoas a falarem sobre a perda. Onde a morte ocorreu? Como ocorreu? Quem lhe contou? Onde você estava quando ficou sabendo? Como estava o enterro? Algumas pessoas necessitam repetir muitas vezes o fato da morte para que se tome consciência de que o mesmo realmente ocorreu.
9 Vergonha É associada ao estigma do suicídio. É a que predomina.
10 Terapia do luto Estimular visitas ao túmulo ou no local onde foram espalhadas as cinzas pode também aproximar as pessoas da realidade da perda. Estas visitas têm suas raízes em expectativas e práticas culturais, mas este pode ser um indicativo de a pessoa estar ou não cumprindo a tarefa I; requer que sejam feitas com a escolha correta do momento, cuidado e sensibilidade.
11 RAIVA é dirigida a pessoa morta ou à instituição de saúde ou aos amigos. uma mulher de meia idade, cujo o marido se matou, caminhou dentro de sua casa por quase seis meses gritando: droga, se você não tivesse se matado, eu teria matado você pelo que você esta me fazendo passar. Ela precisava manter a raiva fora de seu sistema.
12 RAIVA Elas percebem a morte como uma rejeição: quando elas perguntam por que, por que, por quê? elas geralmente querem dizer por que ele me fez isto?.
13 Trabalhar a raiva Se a raiva não for dirigida à pessoa que faleceu nem deslocada para outra pessoa, ela pode ser retrofletida e vivida como depressão, culpa ou baixa auto-estima. O conselheiro pode ajudar o paciente a entrar em contato com isso. Muitas pessoas não irão admitir seus sentimentos de raiva se forem perguntadas diretamente sobre elas. Ou elas não têm consciência do sentimento ou aderem à censura cultural de não falar mal da pessoa que faleceu.
14 CULPA Poderiam ter prevenido o suicídio, ou por pensarem que contribuíram para o ato. Em decorrência da intensidade da culpa exacerbada,as pessoas podem sentir a necessidade de ser punidas e podem interagir com a sociedade ou desenvolvem condutas de autodestruição. Com ideação suicida, repetindo o ato da outra.
15 CULPA a culpa manifesta-se com censura. Encontrar alguém a quem censurar pode ser uma tentativa de afirmar o controle e achar um significado numa situação difícil de ser compreendida.
16 CULPA Freqüentemente assumem a responsabilidade da atitude da pessoa falecida e ficam inquietas achando que deveriam ter feito algo para evitar a morte. Especialmente difícil quando o suicídio ocorreu no momento de um conflito entre a pessoa que faleceu e a de luto.
17 Terapia do luto Ajudar as pessoas a entrar em contato com os sentimentos negativos e positivos é importante, mesmo que os últimos sejam em menor quantidade.
18 MEDO Um medo primário comum entre as pessoas de luto por suicídio é o de seus próprios impulsos destrutivos. Alguns parecem carregar consigo uma sensação de destino ou ruína, isso é especialmente comum em filhos de vitimas de suicídio.
19 Estratégias no atendimento aos familiares e amigos do suicida Estabelecer uma comunicação adequada entre os membros da família. Fazer contato logo em seguida com a pessoa enlutada antes de fazerem distorções. Ajudar os indivíduos a lidarem com os seus sentimentos de culpa.
20 Corrigir atitudes distorcidas em relação a pessoa falecida, pois os mitos familiares começam cedo. Encorajar o extravasamento do sentimento de raiva. Explorar o sentimento de abandono que pode ser sentido.
21 Facilitar o planejamento do futuro inserido na perspectiva de conviver com a ausência do ente querido. Ajudar os familiares a contemplar o futuro, inclusive os efeitos da morte em longo prazo; Não pensar que todas as famílias iram se desagregar. Algumas famílias aproximam com essa crises. Se houver pessoas suficientes com esse tipo de perda, considere iniciar um grupo de pessoa de luto na sua comunidade.
22 Momentos críticos em torno do primeiro aniversário de morte, pois, todos os tipos de pensamentos e sentimentos surgem nesta época e, com freqüência, a pessoa precisará de um apoio extra. Os conselheiros devem fazer observações na agenda sobre a data de morte e depois fazer contatos nessas épocas críticas.
23 Exemplo disto : Eu sei como você está se sentindo ; Seja um menino forte ; A vida é para os vivos ; Isto logo vai passar ; Você está enfrentando bem ; Isto terminará dentro de um ano ; Você ficará bem ; Agüente firme. As pessoas sentem-se como desamparadas e um comentário como eu não sei o que lhe dizer pode fazer com que o/a enlutado(a) se sinta compreendido em sua dor.
24 Técnicas de aconselhamento do luto Linguagem evocativa - Seu filho morreu versus Você perdeu seu filho. Falar do ente falecido no passado também pode ajudar. Usar símbolos - pedir ao enlutado para trazer fotos do falecido, cartas por ele escritas, áudios ou vídeos, jóias, ter um foco concreto para falar para o falecido e não sobre o falecido. Escrever - esta técnica é útil, pois a pessoa enlutada expressa seus sentimentos e pensamentos, e isto pode ajudá-la a cuidar do trabalho inacabado.
25 Desenhar - figuras também pode ser útil na expressão dos sentimentos e pensamentos. Encenação encenar situações em que ela sente medo ou que se sente inadequada é uma das formas de desenvolver habilidades. Os assuntos da tarefa III é bom serem trabalhados com esta técnica. Imaginação dirigida facilitar a pessoa a imaginar aquela que faleceu, tanto de olhos fechados ou visualizando sua presença numa cadeira vazia. Reestruturação cognitiva - Ao ajudar o cliente a identificar estes pensamentos e os testes de realidade da adequação ou supergeneralização. Livro de memórias uma atividade em que a família enlutada pode fazer é um livro de memórias do familiar que perdeu. Este livro pode incluir histórias sobre fatos da família, coisas dignas de serem lembradas como fotografias, poemas, desenhos feitos por vários membros da família, inclusive crianças.
26 Quando uma pessoa comete suicídio, as respostas vão com ela Nancy Rappaport psiquiatra infantil americana, Nancy Rappaport, cuja mãe se matou quando ela tinha 4, decidiu escrever um livro sobre o assunto e transformou o próprio luto em um estudo sobre o impacto desse tipo de morte na vida dos filhos de quem o comete In her wake (O despertar dela).
27 BIBLIOGRAFIA ARRIÉS, P. O Homem Diante da Morte. Vol. I e II, 2 ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves, BECKER, E. A Negação da Morte. Rio de janeiro, Record, BOWLBY, J. Apego e Perda. São Paulo,Martins Fontes, PARKES, M. Luto: Estudo sobre a perda na vida adulta. São Paulo, Summus Editorial, STEDEFORD, A. Encarando a Morte. Porto Alegre, Artes Médicas, WALSH, F. e McGOLDRICK, m. Morte na Família: Sobrevivendo as perdas.porto Alegre, Artes Médicas, Worden, J. W. Terapia do Luto, 2ed., Porto Alegre, Artes Médicas, 1998.
28 Que possamos ser PONTES enquanto pessoas e profissionais
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