RELATO DA PRÁTICA INOVADORA NA ASSISTÊNCIA SOCIAL
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- Luiz Henrique da Mota Casado
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1 RELATO DA PRÁTICA INOVADORA NA ASSISTÊNCIA SOCIAL 1. NOME DA PRÁTICA OU IDÉIA INOVADORA Projeto De Volta Pra Casa - Linha de Cuidado Aplicada à Assistência Social - Fortalecendo a Convivência Familiar e Comunitária na Reintegração de Crianças e Adolescentes 2. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ANTERIOR No início de 2010, após a realização do Seminário Estadual Abrigo: Medida de Proteção ou Exclusão? Convivência Familiar e Comunitária na Perspectiva da Proteção Integral, coordenado pela equipe técnica da Coordenadoria de Proteção Social Especial (CPSE), ligada à Superintendência da Política de Assistência Social (SUPAS), da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (SETAS), a então coordenadora do referido Setor, lançou um desafio à equipe técnica para elaboração de um Projeto, cuja finalidade fosse o desenvolvimento de uma metodologia de atendimento, com base em estudos e práticas inovadoras, junto às famílias de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional. O trabalho contaria com o apoio financeiro do Governo Federal, por meio da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), articulação junto a Escola de Conselhos da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), aos Gestores Municipais de Assistência Social, segmentos governamentais e não governamentais que integram a Rede Socioassistencial de Média e Alta Complexidade e demais Políticas Públicas e o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes. Vale salientar que, no âmbito da política estadual de assistência social e de garantia de direitos já haviam sido desenvolvidas diversas ações previstas em projetos e serviços que visavam assegurar a prevenção, promoção e proteção à violência, tanto no âmbito do atendimento familiar como do fortalecimento da rede institucional e comunitária, entanto, verificava-se segundo dados nacionais e estaduais, uma prática constante de violência contra crianças e adolescentes, acarretando o seu afastamento do ambiente familiar por tempo provisório ou por longo tempo, contrariando prazo determinado pela lei nacional da adoção nº /2009, que dispõe em seu artigo 19, parágrafo 2º, que a permanência da criança e do adolescente em programa institucional não se prolongará por mais de 2 anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.
2 Os dados levantados em 2001, entre os meses de agosto e dezembro por meio do Núcleo de Orientação e Fiscalização de Entidades de Abrigo NOFE, apontam que somente no município de Campo Grande, foram acolhidas em unidades de acolhimento, 95 crianças e adolescentes; já em 2002 foram registrados um total de 157, chegando a um crescente aumento entre 2003 a 2004 para 242 acolhimentos. Nesse contexto, observa-se e pontua-se que, enquanto a criança permanece no abrigo, é imprescindível, a realização de um acolhimento adequado, que considere o momento de ruptura dos laços afetivos da criança com sua família e respeite suas singularidades. Acolher bem a criança no abrigo é fundamental, para isto é necessário, um Projeto Político Pedagógico, Técnico e Administrativo, de reordenamento dos abrigos que implemente direitos às crianças acolhidas, assumindo padrões de proteção integral, que os documentos oficiais determinam. Face ao exposto, a prática inovadora definiu como objeto de pesquisa as situações problemas especialmente quanto às ações efetivas da rede em desenvolver um trabalho intersetorial integrado e articulado, a fim de romper com práticas revitimizadoras de afastamento da criança e do adolescente do ambiente familiar por longos anos, bem como, enfrentar os problemas metodológicos desafiadores que exigem a reintegração familiar e comunitária. Desta forma a ideia de implementar as ações da assistência social envolveu uma metodologia chamada Linha de Cuidado, primando pela concepção de cuidado integral, que requer condições básicas como unificação de ações preventivas, interventivas e de tratamento no contexto social, psicológico, socioeconômico e de saúde, garantindo a intersetorialidade dos diversos segmentos, buscando promover um caminho seguro da criança, do adolescente e da família dentro da rede. 3. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA INOVADORA 3.1 Objetivos que se propõe e resultados visados: Objetivo Geral Ampliar o conhecimento teórico e prático-metodológico dos técnicos da Rede Socioassistencial que atuam nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), demais atores do Sistema de Garantia de Direitos e da Rede de Atendimento Local dos municípios do Estado de Mato Grosso do Sul, que executam os Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, nas modalidades de Abrigo Institucional e Família Acolhedora, sob medida de
3 proteção (art. 101 da Lei nº Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA), tendo como foco a construção da metodologia de intervenção junto a família de origem, extensa ou substituta, e o fortalecimento/resgate do vínculo familiar e comunitário das crianças e adolescentes privados do convívio familiar, na perspectiva da reintegração familiar Objetivos Específicos Capacitar a equipe técnica responsável pela execução e acompanhamento da prática inovadora, oportunizando estudo, reflexão e construção de metodologia para o fortalecimento da convivência familiar e comunitária no percurso de volta pra casa das crianças e adolescentes acolhidos. Construir de forma participativa, subsídios para a formulação e implementação da metodologia Linha de Cuidado Integral. Realizar diagnóstico por meio de aplicação de instrumental na rede de atendimento local dos 54 municípios que executam serviços de acolhimento institucional abrigo e familiar, no Estado de Mato Grosso do Sul. Levantar indicadores sociais para avaliar as metas do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. Implementar a execução da Política de Acolhimento Institucional às Crianças e Adolescentes, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº de 13 de julho de 1990, e a Lei da Adoção nº , de 3 de agosto de Realizar capacitações e oficinas com os municípios envolvidos, por meio de encontros subdivididos em polos regionais, para construção de indicadores, revisão do perfil de atendimento e discussão da metodologia Linha de Cuidado, visando a elaboração do manual de orientação teórico/prático para o processo de reintegração familiar e comunitária. Assessorar e Avaliar por meio eletrônico, as ações propostas aos técnicos dos municípios, de fazer o repasse da metodologia para a rede, por meio de estudo de caso e acompanhamento familiar. Construir, elaborar, confeccionar material gráfico, com posterior lançamento e distribuição a todos os municípios do Estado de Mato Grosso do Sul. Garantir a continuidade dos estudos e discussões, ampliando o conhecimento com os demais atores parceiros locais, sobre a prática metodológica.
4 Estimular a participação do controle social na política de garantia do direito à convivência familiar e comunitária. Acompanhar o processo de reordenamento dos serviços de acolhimento institucional para crianças e adolescentes. Realizar pesquisa de coorte (pesquisa aplicável, após 5 anos, para identificar os avanços ocorridos dentro de um determinado tempo) a ser reaplicado no futuro como fonte de estudo, avaliação e monitoramento da SETAS. 3.2 Público alvo da prática inovadora: Profissionais que atuam diretamente nos Serviços de Acolhimento Institucional e Familiar, na aplicação de medidas de proteção (art. 101 do ECA), Gestores Municipais de Assistência Social/Proteção Social Básica e Especial, Conselheiros de Direitos e Tutelares. 3.3 Concepção e trabalho em equipe: A ideia dessa Prática Inovadora vem de encontro a necessidade de promover o fortalecimento da atuação dos profissionais nos serviços de acolhimento do Estado, visando sua implementação. Essa demanda vem sendo levantada ao longo tempo, por diversos segmentos da política de assistência social e de garantia de direitos, no âmbito federal, estadual e municipal, considerando que no momento atual, todos os municípios que executam o serviço encontram-se em fase de reordenamento dos serviços socioassistenciais, adequando as normativas da Política Nacional de Assistência Social. Por meio das normativas vigentes, esta prática contribui ainda, para o fortalecimento e a estruturação da política de atendimento às crianças e aos adolescentes, assim como seus familiares, e auxilia no estabelecimento da exigência de constituição de equipe técnica especializada e habilitada, com base nas competências e atribuições de cada profissão, na definição de estratégias e procedimentos para o exercício da função, que deve ser prerrogativa de cada profissional em sua área de atuação. Desse modo, com essa Prática pretende-se propor sistematização de rotinas e procedimentos, mas, ao mesmo tempo, incentivar a inovação e adequação da realidade local de cada rede municipal. Assim, os profissionais devem assegurar o seu direito à autonomia no planejamento e execução de suas tarefas, dando ênfase a proatividade, criando junto com a família uma Linha de Cuidado Integral. 3.4 Ações e etapas da implementação: A partir de 2011, deu-se início a primeira etapa de implementação desta prática inovadora, que foi executada por meio de etapas e metas desenvolvidas com suas respectivas atividades, a seguir:
5 3.4.1 Meta 1 Contratação uma consultora especializada na área de Psicologia, referência de trabalho em clínica, educação em saúde pública e saúde da família PSF; com experiências e estudos metodológicos de reintegração familiar e atendimento de crianças/adolescentes acolhidos, para oferecer subsídios teórico e práticometodológico na execução de todas as atividades da prática inovadora junto à equipe técnica envolvida no Projeto. Capacitação da equipe executora para definir o objeto de pesquisa, com o resgate dos dados levantados pela SETAS (2009) junto os municípios, com a finalidade de buscar o retrato da realidade dos serviços de acolhimento no Estado. Realização de estudo dirigido conforme temas de abrangência da Linha de Cuidado e sua aplicação na assistência social, com elaboração de instrumental diagnóstico a ser aplicado junto à rede de atendimento local dos 54 municípios que executam o serviço Meta 2 Realização reuniões ampliadas nos 54 municípios que executam Serviços de Acolhimento Institucional no Estado de Mato Grosso do Sul, para sensibilização, conhecimento da realidade local e construção de fluxo/fluxograma real e apresentação da proposta inovadora, para adesão municipal ao projeto, resultando em profissionais sensibilizados, que integram a rede de atendimento. Construção do Perfil do município, levantamento dos NÓS e dificuldades do fluxograma de encaminhamento da criança/adolescente acolhidos e o trabalho com a família. Aplicação do instrumental diagnóstico nas Unidades de Acolhimento com a participação de todos os profissionais envolvidos - equipe técnica, coordenador, cuidadores e auxiliares - acompanhado por um técnico vinculado ao órgão gestor de assistência social. Categorização das unidades de acolhimento, conforme as atividades desenvolvidas, missão, reintegração familiar e comunitária. Construção de indicadores para avaliar as metas do Plano Estadual de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, a fim de propor diretrizes a serem seguidas pelo município na implementação e execução da Política de Acolhimento Institucional às Crianças e Adolescentes, em conformidade ao ECA e lei nº12.010/2009.
6 Elaboração e encaminhamento de tarefa à distância, com repasse de todo o conteúdo à rede local, estudo de caso e aplicação da metodologia repassada durante os encontros de capacitação Meta 3 Realização de capacitação dos 54 municípios envolvidos, por meio de Encontros Regionais, com palestras e oficinas de trabalho em grupo para discussão da metodologia específica Linha de Cuidado, abordagem à família e construção do material teórico/prático para o processo de reintegração familiar e comunitária. Construção de indicadores locais e propostas para elaboração do manual. Construção do fluxo/fluxograma para acompanhamento da família, da criança e do adolescente em serviço de acolhimento institucional, a partir da medida aplicada (Art. 101 ECA) Meta 4 Realização de Oficina para Elaboração do Manual de Orientações para Gestores e profissionais que integram a rede de promoção, proteção e defesa de direitos da criança e do adolescente, com a participação de trinta (30) representantes dos municípios, capacitados na meta 3, conforme os Pólos Regionais. Construção e revisão do manual de orientações para gestores e profissionais que integram a rede de atendimento Meta 5 Avaliação das ações do Projeto De Volta Pra Casa e da metodologia Linha de Cuidado Aplicada à Assistência Social, em 2013, com a participação de todos os atores envolvidos, enfocando a revisão da metodologia e construção do fluxograma de atendimento/passo a passo no processo de reintegração familiar e comunitária, avaliação das ações locais mediante a Tarefa à distância de repasse da metodologia na rede, estudo de caso e acompanhamento familiar, revisão de conceitos quanto à família de origem, extensa ou substituta que atendemos na assistência social e, construção de novos paradigmas com sugestões para o fortalecimento/investimento na rede, a fim de possibilitar a aplicabilidade da metodologia da proposta inovadora Meta 6 Realização do Encontro Estadual para lançamento do Manual de Orientação de Atendimento às Crianças, Adolescentes e Famílias na Perspectiva da Reintegração Familiar, em setembro de 2013, com a participação de Gestores de Assistência Social,
7 representantes do CMDCA, técnicos capacitados, Procuradoria de Justiça, Coordenador do Juizado da Primeira Vara da Infância, Juventude e do Idoso de Campo Grande MS, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e demais parceiros Meta 7 Assessoria por meio eletrônico aos municípios envolvidos para acompanhamento, orientação e garantia de continuidade dos estudos e discussões, ampliando o conhecimento com demais atores e parceiros locais, a fim de acompanhar o processo de reintegração familiar e comunitária, orientar a aplicabilidade da metodologia passo a passo. Monitoramento e avaliação da aplicabilidade da proposta inovadora Linha de Cuidado Aplicada â Assistência Social, com realização prevista a partir de 1 ano da aplicação da proposta metodológica. 4. RECURSOS UTILIZADOS 4.1 Descrição dos recursos humanos, financeiros, materiais, tecnológicos, entre outros: Recursos Humanos Uma coordenadora geral, integrante da Coordenadoria de Proteção Social Especial/SETAS, uma assessora contratada, dez técnicos da Coordenadoria de Proteção Social Especial/SETAS e técnicos de referência dos municípios participantes Recursos Financeiros Apoio financeiro do Governo Federal, através da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), com contrapartida do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul/SETAS Recursos Materiais e Tecnológicos Contratação empresa para produção de material gráfico. Seleção de vídeos, dentro da temática, para serem utilizados durante os encontros. Mídias tecnológicas para serem utilizadas na execução de todas as etapas do projeto. Disponibilização em PDF do Manual de Orientações para download no site da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social. Locação de espaço físico para realização de eventos pertinentes ao Projeto. 4.2 Por que considerar que houve eficiência na utilização do recurso na prática ou ideia?
8 Os recursos foram utilizados com eficiência, seguindo todas as propostas da prática, levando em consideração as normativas e protocolos que regem a modalidade aprovada pelos entes federados. Em relação aos recursos humanos, a SETAS disponibilizou 10 técnicos para atuarem na execução do Projeto em todas as metas propostas, além da equipe de apoio administrativo e profissional especializado em arte e revisão do manual. Levando em consideração os objetivos, metas e abrangência do público contemplado, constatou-se por meio de avaliação do processo, que a utilização dos recursos, atingiram as expectativas propostas. 5. CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL 5.1 Mecanismos ou métodos de monitoramento e avaliação de resultados e indicadores utilizados: Os serviços de acolhimento institucional e familiar são equipamentos vinculados a assistência social, sendo esta política responsável pela oferta padronizada, devendo estar de acordo com as diretrizes e normativas nacionais preconizadas pelo Sistema Único de Assistência Social SUAS, Resolução nº 109, 2009 CNAS, em conformidade com as Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, 2009 CONANDA e CNAS, e, com o ECA. A SETAS, por meio da CPSE, é responsável pelo acompanhamento, capacitação, monitoramento e avaliação dos serviços, sendo assim, constitui equipe técnica de assessoria aos municípios, bem como de monitoramento. Desta forma, as metas, ações e atividades da prática inovadora estão sendo acompanhadas e avaliadas continuamente. Além do monitoramento e avaliação processual e contínuo, por meio dos contatos telefônicos, e, anualmente, in loco, também, dar-se-á por meio de consulta ao Sistema de Informação e Gestão Social-SIGS/MS, que integra os serviços socioassistenciais e disponibilizado a todos os técnicos da CPSE informações quantitativas e qualitativas do serviço, a fim de analisar e acompanhar os registros permanentes alimentados pelos municípios. 5.2 Resultados quantitativos e qualitativos concretamente mensurados: Constitui-se uma ação inovadora no desenvolvimento da metodologia Linha de Cuidado Integral no âmbito da assistência social para o aperfeiçoamento e qualificação dos atendimentos às crianças e adolescentes acolhidos e suas famílias.
9 Apoio e reconhecimento nacional (SDH/PR e MDS), estadual e municipal e de diversos segmentos envolvidos, em especial, pela plena adesão dos gestores municipais na liberação dos profissionais para participaram de todas as etapas do projeto. Produção de tiragens do Manual Linha de Cuidado Aplicada a Assistência Social, e distribuídos para os 79 gestores municipais de assistência social do Estado, Sistema Judiciário e parceiros que compõem a rede de atendimento local. A prática subsidiou a execução do trabalho da equipe técnica dos CREAS, Unidades de Acolhimento e demais setores, tais como: educação, saúde, conselheiros de direitos e tutelares, e comunidade em geral. Definição de estratégias, procedimentos padronizados, rotinas e funcionamento diário de atividades que visam garantir o direito a educação, saúde, lazer, cultura, contatos afetivos com a família de origem (exceto quando não for possível) e com pessoas significativas da comunidade, trazendo um leque de possibilidades e soluções criativas para os problemas apresentados. 100% (cem por cento) dos municípios do Estado, que possuem serviço de acolhimento, estão capacitados e dispõem de uma metodologia eficaz que levará crianças e adolescentes a percorrer o caminho de volta pra casa, com foco na convivência familiar, rompendo com a cultura institucionalizadora. Diagnóstico de toda Rede Estadual dos Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes e visibilidade de indicadores sociais e pessoais, que levam a situação de acolhimento institucional. Participação direta de pessoas, entre profissionais psicólogos, assistentes sociais, educadores sociais, coordenadores de unidades de acolhimento, técnicos responsáveis pelos cuidados diários (cuidadores e auxiliares), gestores de assistência social e demais parceiros da rede de promoção, proteção e defesa de direitos de crianças e adolescentes. Maior aproximação e diálogo entre executivo e judiciário e efetiva articulação das políticas públicas para a atenção intersetorial, fortalecendo a intervenção interdisciplinar, resguardando as competências e atribuições privativas de cada profissão e o papel de cada ente da rede de serviços de forma contínua. Avanço nos processos de atendimentos, acompanhamentos e encaminhamentos ofertados às crianças, adolescentes e família.
10 6. LIÇÕES APRENDIDAS 6.1 Soluções adotadas para a superação dos principais obstáculos encontrados: Durante a realização da oficina que compreendia as metas de nº 4 e 5 houve pouco tempo para trabalhar todas as questões e itens propostos no manual de forma mais aprofundada. Mesmo assim, todas as sugestões provenientes das capacitações e da oficina de elaboração do manual foram avaliadas, integradas e reelaboradas durante o processo de revisão final do documento, cabendo à assessoria, juntamente com a equipe responsável, fundamentar e contextualizar o material produzido pelos municípios de acordo com o preconizado nas normativas legais da Política de Assistência Social. Essa dificuldade foi contornada, priorizando os eixos temáticos e metodológicos, fundamentais no conteúdo do manual, para sua aplicação na realidade encontrada nos municípios do Estado. Dentre as demais dificuldades, foi observada a lacuna de revisão do material do ponto de vista jurídico, dessa forma, buscou-se a contribuição da Juíza da Vara da Infância, Juventude e Idoso da Comarca de Campo Grande. Esta falta foi suprida, uma vez que todo o material foi enviado para leitura e complementação necessária. 6.2 Fatores críticos de sucesso: A participação e contribuição dos municípios e colaboradores, durante todo o processo de execução do projeto foram relevantes e fundamentais para a realização de todas as suas etapas, deflagrando em seu objetivo final, que foi a construção do manual de orientações, iniciado a partir da oficina realizada em dezembro 2012 até sua produção final no mês de abril de 2013, o que vem contribuindo na implantação e implementação dos serviços de acolhimento. 6.3 Por que a prática pode ser considerada uma inovação? Porque a metodologia construída, Linha de Cuidado Aplicada a Assistência Social, é uma inovação na área socioassistencial e possui uma versatilidade que possibilita visualizar, com antecedência, o ponto de partida do acompanhamento integral da criança, do adolescente e de sua família, a ser feito pela rede de assistência social e o ponto de chegada, promovendo o fortalecimento/resgate do vínculo familiar e comunitários das crianças e adolescentes privados do convívio familiar, na perspectiva da reintegração familiar. Além de contribuir no desenvolvimento de novas estratégias para a resolução de conflitos, fortalecimento das diversas políticas públicas e romper com condutas e concepções teóricas incompatíveis com a garantia do direito a convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes que se encontram em situação de acolhimento institucional.
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