GEOGRAFIA COMENTÁRIO DA PROVA DE GEOGRAFIA
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- David Madeira Peres
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1 COMENTÁRIO DA PROVA DE GEOGRAFIA Ao observarmos, de forma rápida, a prova de Geografia da segunda fase da UFPR 2014, notamos abrangência nos assuntos abordados e o grau de dificuldade aguardado no concurso vestibular de toda instituição de renome. Apresentou mapa, gráfico, textos para análise. Foi bom o equilíbrio entre as geografias física e humana. Enaltecemos a cobrança de geografia do Paraná. As questões exigiram o preparo e a atenção dos candidatos. Uma observação mais cuidadosa, entretanto revela o que chamaremos de descuidos, situações que mancharam a tradição de boas provas da segunda fase nos últimos anos. É o caso do erro no gráfico e a subjetividade na questão 06, os descuidos da questão 10 (16 h da tarde / fusos-horários ). A questão 08 que cobrou a antiga e a nova ordem mundial (embora assunto importante, bem que o espaço poderia ter sido ocupado por algo sobre os desdobramentos da Primavera Árabe, a crise nos EUA ou Europa). Insistiu a UFPR em curvas de nível, urbanização, políticas industriais e aquecimento global, deixando de lado, por exemplo, o Pré-Sal, a crise industrial brasileira, as migrações internacionais e recursos hídricos. Professores de Geografia do Curso Positivo 1
2 GEOGRAFIA O traçado mais adequado é o A. Esse traçado é o mais adequado porque, mesmo mais longo e com curvas (sinuoso), ele atravessa áreas com menores variações altimétricas e, considerando que o percurso será utilizado por caminhões, proporcionará maior velocidade e menores gastos com combustíveis e desgaste dos veículos. Os fatores que participam da formação dos solos estão relacionados ao intemperismo (ou meteorização). São ações físicas, químicas ou biológicas que decompõem os extratos rochosos (rocha matriz). Esses fatores sofrem interferências dos climas, formas de relevo e dos tipos rochosos. Posteriormente ao intemperismo, os materiais rochosos decompostos são acrescidos de material orgânico, dando fertilidade ao solo. 2
3 Seguem as denominações (identificação) de cada unidade e respectivas características para orientação da aguardada resposta. 1. Baixada Litorânea Também denominada planície costeira ou atlântica. São terras baixas que correspondem à menor das porções em que é dividido o relevo do Paraná, representando cerca de 4% da área do Estado. A Baixada Litorânea responde pelo litoral do Paraná. Corresponde a uma planície recoberta por sedimentos recentes (cenozoicos) com baixas altitudes, entre o nível médio do mar e 20 metros. Tem pouco menos de 100 km de extensão, situada entre as terras paulistas e catarinenses, e larguras que variam entre 10 e 20 quilômetros. A Baixada Atlântica é bastante recortada, com a presença do complexo de Suparagui e das baias de Paranaguá e Guaratuba. Também são encontradas a Ilha do Mel e diversas praias, como a de Caiobá. A Baixada Atlântica é recoberta pela mata Atlântica, tendo nas baias e praias a presença de mangues e outras formações litorâneas. 2. Serra do Mar Guarda o ponto culminante do Estado, o pico do Paraná com metros. É constituído predominantemente de rochas cristalinas antigas (granitos pré-cambrianos) e alguns depósitos sedimentares de idades variadas (por exemplo: calcários paleozoicos e argilas cenozoicas). 3. Primeiro Planalto (ou de Curitiba) É a menor e mais alta porção planáltica do Paraná. O primeiro planalto apresenta duas subdivisões: a porção norte, mais acidentada e marcada pelo vale do rio Ribeira; a porção sul, com altitudes menores (entre 850 e 950 metros) e largura com até 80 km, onde predominam formas mais suaves com depósitos sedimentares da bacia do rio Iguaçu. 3
4 Quanto à paisagem vegetal, a mata Atlântica caracteriza as formações da serra do Mar, caso da serra da Graciosa. As araucárias (mata dos pinhais), originalmente, eram abundantes nas porções norte e sul. 4. Segundo Planalto (de Ponta Grossa ou dos Campos Gerais) Estende-se da chamada escarpa devoniana (uma cuesta que forma um arco de São Paulo a Santa Catarina, também denominada escarpa devoniada de São Luís do Purunã) até as escarpas da Serra Geral (ou da Esperança). É caracterizado pelas formações de Vila Velha, das Furnas, da Lagoa Dourada e do Buraco do Padre. O segundo planalto paranaense é formado por sedimentos antigos (paleozoicos), com destaque para as rochas de arenito e folhelhos. São encontrados registros fósseis, caso do mesossauro brasiliensis, e combustíveis, como o carvão e xisto. Pertence à depressão periférica, com registro de processos erosivos variados, como eólico, pluvial e até glacial. A paisagem vegetal é caracterizada pelos campos abertos (gerais). Também ocorrem cerrados e áreas de encostas e vales cobertas por florestas e matas ciliares. O segundo planalto abriga o cânion Guartelá, considerado o 6º mais extenso do globo, com aproximadamente 40 km de extensão. O Guartelá foi esculpido pelo rio Iapó que é afluente do rio Tibagi. Tem largura máxima de 1 km e paredões com até 130 metros. 5. Terceiro Planalto (ou de Guarapuava) É o maior dos planaltos paranaenses, ocupando 2/3 do Estado. Estende-se das escarpas da serra Geral às margens do rio Paraná. São terras do planalto arenito-basáltico, com rochas sedimentares paleozoicas recobertas por lavas vulcânicas do mesozoico. Destaca-se pela existência das terras roxas e pelo aquífero Guarani. A atividade vulcânica dessa área ocorreu por fendas, sem a formação do cone vulcânico. Esse derrame está entre um dos maiores do globo e é conhecido por derrame de Trapp. O terceiro planalto é o que apresenta as vegetações mais variadas, com florestas tropicais (Parque Nacional do Iguaçu), cerrados, campos e manchas de pinhais. 4
5 Segue texto do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para orientação da aguardada resposta. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) é o conjunto de unidades de conservação (UC) federais, estaduais e municipais. É composto por 12 categorias de UC, cujos objetivos específicos se diferenciam quanto à forma de proteção e usos permitidos: aquelas que precisam de maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e aquelas que podem ser utilizadas de forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo. O SNUC foi concebido de forma a potencializar o papel das UC, de modo que sejam planejadas e administradas de forma integrada com as demais UC, assegurando que amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas estejam adequadamente representadas no território nacional e nas águas jurisdicionais. Para isso, o SNUC é gerido pelas três esferas de governo (federal, estadual e municipal). Além disso, a visão estratégica que o SNUC oferece aos tomadores de decisão possibilita que as UC, além de conservar os ecossistemas e a biodiversidade, gerem renda, emprego, desenvolvimento e propiciem uma efetiva melhora na qualidade de vida das populações locais e do Brasil como um todo. O SNUC tem os seguintes objetivos: Contribuir para a conservação das variedades de espécies biológicas e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; Proteger as espécies ameaçadas de extinção; Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; Proteger as características relevantes de natureza geológica, morfológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; Proporcionar meio e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica; Favorecer condições e promover a educação e a interpretação ambiental e a recreação em contato com a natureza; e Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente. Acesso em:
6 Há uma gafe nos dados do município C. No gráfico com leitos hospitalares constam 40 mil habitantes e no de crimes 50 mil. Da análise dos dados, temos: Municípios Leitos Hospitalares Crimes A 200 hab. por leito 100 crimes por hab. B 50 hab. por leito 50 crimes por hab. C 200 hab. por leito D 200 hab. por leito 50 crimes por hab. 50 crimes por hab. (considerando 40 mil hab.) 62,5 crimes por hab. (considerando 50 mil hab.) Se considerarmos o número de habitantes por leitos hospitalares, a melhor condição é encontrada em B (50 habitantes por leito). Nos munícipios A, C e D, com 200 habitantes por leito, encontramos as piores condições. Se consideramos os crimes, a pior condição é vista em A, com 100 crimes por habitante. Em B, C e D com menos crimes por habitantes as condições são melhores. Com a gafe nos gráficos e a subjetividade dos dados (principalmente crimes que podem variar de pequenos furtos a assassinatos) fica difícil (senão impossível) pontuar o melhor e o pior município. De modo geral, concordando que a vida será melhor com mais leitos hospitalares por habitantes e menos crimes, o melhor município é o B. Com menos leitos e mais crimes, o pior município é o A. 6
7 : O modelo de produção industrial responsável pela migração das indústria dos EUA para nações em desenvolvimento foi a flexibilização da produção (Toyotismo). Fatores responsáveis foram: globalização, terceirização, redução de custos. A mudança climática global é a alteração dos padrões atuais de temperatura e precipitação, com o agravamento de ondas de frio ou calor, secas, enchentes e ciclones (furacões, tornados...). Argumentos dos catastrofistas : derretimento das geleiras, aumentos dos extremos climáticos (furacões, enchentes...), extinção de espécies, aumento do nível dos oceanos. Argumentos dos céticos : manifestações naturais, imprecisão dos dados, pequena capacidade de intervenção da sociedade. 7
8 Seguem orientações para construção da aguardada resposta. Ordem bipolar: disputas ideológicas = EUA (capitalista) x URSS (socialista). Contexto da Guerra Fria (espionagem, corrida bélica...). Ordem multipolar: disputas comerciais = principais atores EUA, Japão e União Europeia (mais recentemente a China). Força no processo de globalização. Uma resposta satisfatória para essa questão deve constar que: os processos de industrialização e mecanização do campo, sem a devida reforma agrária, favoreceram a concentração de terras e a dispensa de mão de obra rural, levando ao forte êxodo rural. Nas paisagem urbanas, as consequências da industrialização (que foi rápida) e do êxodo rural foram: favelização, desemprego, aumento da violência... 8
9 Quando os viajantes partiram de Brasília e São Paulo, em Los Angeles eram 14 h e em Berlim 23 h (do mesmo dia). Os fusos horários funcionam respeitando o movimento de rotação terrestre, ocorrendo aumento das horas para o leste e diminuição para o oeste a cada faixa de 15 o de longitude (que corresponde a 1 hora ou um 1 fuso horário). Os fusos horários, ou Tempo Universal Coordenado, tem por referência o Meridiano de Greenwich (0 o ), sendo 12 fusos para leste e 12 fusos para oeste. Obs.: Para resolver essa questão o candidato deveria saber que Brasília e São Paulo estão no segundo fuso horário do Brasil (considerado fuso da Hora Oficial), atrasado três horas (três fusos a oeste) de Greenwich. Lembrando que em setembro não há horário de verão. Então, Los Angeles no quinto fuso a oeste tem duas horas a menos que as citadas cidades do Brasil. Berlim, no quarto fuso a leste tem 7 horas a mais que as citadas cidades do Brasil. Veja o esquema abaixo: 9
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