DINHEIRO DÁ EM ÁRVORE SIM!
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- Elisa Maria Antonieta Back Carvalhal
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1 ESPECIAL DINHEIRO DÁ EM ÁRVORE SIM! INVESTIMENTOS EM EMPREENDIMENTOS FLORESTAIS SÃO SEGUROS E COM BOA RENTABILIDADE, MAS É PRECISO SABER O QUE ESTÁ FAZENDO 58
2 C olocar dinheiro em floresta vale a pena, seja em forma de plantio como no manejo de nativas. Essa é a opinião de quem entende do assunto. Mas apesar de rentável e principalmente seguro, não dá para apostar de olhos fechados. Os investimentos em plantios devem ser estudados com cuidado e o manejo florestal sustentável precisa ser bem dimensionado. Conversamos com especialistas que apontaram quais são as perspectivas de retorno, tendências de mercado e quais são os pontos mais importantes que devem ser observados para quem deseja lucrar ao investir em um negócio florestal. A pessoa que está interessada em investir em floresta sabe que o retorno vem em longo prazo. Esse é o tipo de investimento que, por mais que não dê um retorno muito grande, sempre vai ser bem sucedido. A ação sobe e desce, o mercado pode desmoronar de uma hora para outra, considera Fábio Brun, diretor-executivo da RMS do Brasil. Por outro lado a relação risco-retorno de um investimento florestal está entre um dos menores do mercado, ou seja, é seguro. O primeiro passo para se implantar um projeto florestal, assim como qualquer outro projeto empresarial, é analisar detalhadamente o mercado consumidor regional, incluindo a situação atual e as perspectivas dos próximos anos, englobando os aspectos de custos, preços, oferta, demanda, disponibilidade de recursos humanos, materiais e etc. Os cenários futuros são muito importantes tendo em vista a característica de longo prazo de um projeto florestal, ressalta Marcio Funchal, diretor de consultoria da Consufor. Existem fatores essenciais que devem ser observados e que têm impacto direto na relação investimento e retorno: o crescimento biológico, que é afetado pela tecnologia de plantio, material genético, fatores adversos (fogo, pragas) e pelos tratamentos silviculturais; e o mercado, que é afetado pela oferta e demanda, fatores intra e extrassetoriais e desenvolvimento tecnológico e produto. Além desses aspectos deve-se levar em consideração a escala mínima, logística para transporte, espécie, financiamento e outros elementos, completa Jefferson Dorigon Garcia, consultor sênior e gerente de projetos da Stcp Engenharia de Projetos. Foto: divulgação Dezembro de 2014 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 59
3 ESPECIAL PLANTADAS A espécie mais plantada no Brasil é o eucalipto, cerca de 5,5 milhões de ha (hectares). Cada região e caso possuem taxas de investimento e retorno diferentes. A TMA (Taxa Mínima de Atratividade) é o indicador que mostra ao investidor os ganhos financeiros. Uma das formas de se analisar um investimento é confrontar a TIR (Taxa Interna de Retorno) com a TMA do investidor. Pode parecer meio complicado o economês, mas acredite é possível entender. Considerando uma TMA de 8% a.a. (ao ano) no caso das plantações de eucalipto (como no exemplo em destaque), o VPL (Valor Presente Líquido) alcançou em média R$ e a TIR 13,5%. Nesse caso é recomendável o investimento no projeto, avalia Jefferson. Para o caso das plantações de pinus (como no box em destaque) com a mesma TMA (8% a.a.), o VPL alcançou R$ e a TIR 10,5%. Apesar de retorno menor do que o eucalipto o investimento ainda vale a pena. Esses dois exemplos significam que o fluxo de entradas de investimento é maior que o de saída, resume o consultor. Segundo Marcio, os retornos reais (acima da inflação) variam conforme a região e regime de manejo adotado. De modo geral, os retornos devem ficar entre 8% e 12% em termos reais, informou o executivo. É importante ter em mente que o valor da terra depende muito da região e de suas características. Enquanto em Tocantins o valor bruto do ha para plantio florestal está próximo de R$ 2 mil, no Rio Grande do Sul, mercado ainda com potencial de crescimento, o valor supera R$ 4 mil. Os próprios custos de silvicultura poderão variar significativamente de acordo com a região, tipo de solo, topografia e etc, elenca Marcio. Em média, nas regiões consolidadas, o custo de eucalipto para os 7 anos, englobando plantio mais manutenções, se aproxima de R$ 6 mil, já o pinus não passa de R$ 4 mil. Cabe lembrar que esses custos são desembolsados ao longo do ciclo de produção, e não apenas no ano inicial, completa o diretor da Consufor. Além do custo da terra e silvicultura não se pode esquecer do custo de gestão do plantio, que irá variar de acordo com a estrutura fixa de cada empreendimento. PINUS X EUCALIPTO Apesar das duas espécies serem exóticas e terem se adaptado muito bem no Brasil, quando se fala em investimento, as diferenças entre pinus e eucalipto existem e não são poucas. Elas já começam pelo tipo de solo e clima necessários para cada gênero florestal. O consumidor final, variável fundamental, também é bastante diferente. Enquanto o foco do pinus é ciclo longo (15 a 25 anos) para produzir madeira fina para celulose e painéis reconstituídos, madeira grossa para serraria e lâminas/ compensados, o eucalipto tem foco no ciclo curto (6 a 7 anos) para produção de madeira para celulose, carvão, energia e madeira tratada (mourões, cercas, palanques EUCALIPTO Finalidade da madeira: Uso múltiplo na região de Uberlândia (MG). Foi considerado ciclo de 12 anos, desbastes aos 5 e 8 anos com preços médios de terra R$ 8 mil/ha. Implantação (Ano 0) = R$ 4.000/ha Manutenções (Anos 1 ao 5) = R$ 3.330/ha Manutenções (Anos 6 ao 12) = R$ 1.100/ha Total = R$ 8.430/ha *Os valores incluem fornecimento de mudas e transporte até o local. Os custos consideram ainda atividades terceirizadas por empresa de alto nível tecnológico. 60
4 Foto: Rafael Macedo Esse é o tipo de investimento que, por mais que não dê um retorno muito grande, sempre vai ser bem sucedido Fábio Brun, diretor executivo da RMS do Brasil Dezembro de 2014 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 61
5 ESPECIAL e etc), compara o executivo da Consufor. Nem tudo é regra. Algumas regiões do país usam eucalipto para produtos de madeira sólida, mas ainda não é um mercado estabelecido como o pinus e o foco continua no ciclo curto. De acordo com Marcio, as regiões mais indicadas para o pinus, do ponto de vista de mercado já estabelecidos, são a região sul e sul de São Paulo. Para o eucalipto o que predomina, além da região sul, estão sudeste, Mato Grosso do Sul e Bahia. Todas essas já possuem consumo estabelecido, cada uma com condições específicas. A região chamada de nova fronteira (Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Maranhão e Piauí) tem se apresentado como uma oportunidade futura. Os plantios já estão ocorrendo, mas ainda a demanda futura dependerá da capacidade dessas regiões atrair as indústrias consumidoras necessárias, completa. RETOMADA Para Fábio da RMS do Brasil, apesar das quedas de retorno ainda vale a pena investir em floresta no Brasil. A empresa gerencia ativos florestais nos EUA (Estados Unidos da América) onde controla um milhão de ha, além de China, Nova Zelândia e Austrália. A maior parte dessas florestas é de pinus. Está atuando no Brasil desde 2008 e gerencia áreas em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A floresta no Brasil é de alta qualidade e produtividade, existe um mercado sólido, principalmente na área de pinus, opina Fábio. Para ele, isso é o que faz valer a pena investir no Brasil, apesar da falta de suporte governamental, alta tributação e burocracia exagerada. De acordo com Fábio, está em fase de recuperação. Pra se ter uma ideia, agora estamos tendo produto com o preço nominal que chegou ao patamar do que era vendido em Ele avalia que houve uma retomada nos últimos dois anos bem evidente. Boa parte disso tem a ver com o mercado externo. Começamos a exportar mais, teve uma recuperação dos EUA, apesar de fraca, mas está ajudando o Brasil, aponta o executivo da RMS. Foto: divulgação 62
6 Os melhores preços estão nos sortimentos com 25 cm (centímetros) de diâmetro, abaixo de 18 cm, que é o material para celulose e processo, a oferta está superior à demanda por isso o valor não está o ideal. O consultor da Stcp ressalta que é preciso diversificar o mercado. Não acredito que a manutenção de apenas um comprador seja uma estratégia interessante, mesmo com contratos firmados de longo prazo, considera Jefferson. A melhor forma é atuar com diferentes tipos de indústria de acordo com o manejo da floresta (fornecimento de madeira de diferentes dimensões) com preços diferenciados. A boa notícia é que a necessidade em aumentar a área plantada é crescente em todo o mundo. Os plantios são fundamentais para atender a demanda futura de madeira. Como macro tendências tem-se: aumento de área e da produtividade, concentração em poucas espécies, o aparecimento de novos investidores ganhará mais importância, novas fronteiras (regiões e países), surgimento de uma nova indústria mais competitiva, além de aumento da importância ambiental, aponta Jefferson. Segundo Marcio da Consufor, para atender a demanda mundial serão necessários 35 milhões de ha adicionais de pinus e eucalipto em escala mundial. O Brasil como um país com disponibilidade de terra, clima favorável resultando nas maiores produtividades florestais do mundo e know-how acumulado ao longo dos últimos 60 anos, certamente será responsável por boa parte dessa expansão. MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL O manejo florestal leva em conta diversos aspectos que vão além somente do fator econômico. Um dos grandes avanços nesse sentido foi a criação da concessão de florestas públicas que permitiu o uso sustentável dos recursos florestais em forma de manejo. Em primeiro lugar deve-se obter a visão do grande negócio que é implementar e desenvolver um projeto florestal em áreas de concessões florestais, pondera Arlei Fontoura, diretor executivo da FRM Brasil, sucursal da FRM internacional, sediada na França. PINUS Finalidade da madeira: Uso múltiplo na região de Tunas do Paraná (PR). Foi considerado ciclo de 21 anos, com desbastes aos 9, 12 e 18 anos. Preços de terra (médios) = R$ 5 mil/ha. Custos consideram atividades terceirizadas por empresa de alto nível tecnológico, que atuam normalmente em diferentes regiões do país. Os valores incluem fornecimento de mudas e transporte até o local. Implantação (Ano 0) = R$ 2.823/ha Manutenções (Anos 1 ao 5) = R$ 3.039/ha Manutenções (Anos 6 ao 21) = R$ 2.700/ha Total = R$ 8.562/ha *Os valores incluem fornecimento de mudas e transporte até o local. Os custos consideram ainda atividades terceirizadas por empresa de alto nível tecnológico. Dezembro de 2014 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 63
7 ESPECIAL De acordo com ele, o governo necessita reordenar suas Unidades de Conservação, para a gestão segundo os pilares de sustentabilidade, com desenvolvimento econômico, social e ambiental. De outro lado está o setor madeireiro que utiliza espécies nativas, necessita da garantia contínua da matéria-prima de origem segura, que, até então, desenvolve suas atividades com grande dificuldade para obtê-la. Entendendo a necessidade de ambas as partes, podemos compreender o interesse em promover e estabelecer uma atividade econômica sustentável nas florestas públicas, tornando-se um verdadeiro equilíbrio para a Amazônia, contextualiza Arlei. Para iniciar a elaboração de um PMF (Plano de Manejo Sustetável) é preciso compreender a proposta governamental das concessões florestais, montar cenários com a taxa de valorização dos produtos madeireiros e não madeireiros ao longo dos próximos 10 a 20 anos, além de criar parcerias para assegurar a boa gestão do ativo florestal e sua valorização. Essa é a orientação do diretor executivo da FRM Brasil. Para ele a concessão florestal é um processo irreversível a exemplo do que ocorre em outras áreas como no setor rodoviário, ferroviário, transporte, portos e aeroportos. Outra vantagem desse modelo é a redução de risco. As concessões florestais são novas somente para o Brasil, pois já existem há mais de 20 anos em outros países. Todas as atividades, sejam operacional, transformação e comercialização, são práticas existentes e consolidadas, já dispondo de modelos padrões de gestão. Como toda atividade florestal existem os custos fixos e variáveis que devem ser levados em consideração. Para tanto precisamos de uma escala mínima de superfície para estabelecer a rentablidade econômica, afirma Arlei. Os gestores públicos das concessões florestais, após longos debates técnicos e econômicos com o setor, compreenderam que concessões com porte mínimo de superfície tendem a apresentar taxas de riscos maiores, devido aos custos fixos de operacionalização e a manutenção social e ambiental exigida. Por isso, o setor público, que são os promotores das concessões, mantiveram as unidades com tamanhos pequenos, médios e grandes nos editais de licitação, Como macro tendências tem-se: aumento de área e da produtividade, concentração em poucas espécies, o aparecimento de novos investidores ganhará mais importância, novas fronteiras (regiões e países), surgimento de uma nova indústria mais competitiva, além de aumento da importância ambiental Jefferson Dorigon Garcia 64
8 Foto: divulgação Os cenários futuros são muito importantes tendo em vista a característica de longo prazo de um projeto florestal Marcio Funchal, diretor de consultoria da Consufor CBI Agora no Brasil! 484 Compacto e ainda muito produtivo Confiável e de fácil manutenção Cavacos de alta qualidade Especialista em Cavacos e Biocombustíveis CBI
9 ESPECIAL mas incrementaram a possiblidade dos candidatos de concorrer e assinar contratos de duas unidades de concessões na mesma Unidade de Conservação, permitindo dessa forma um equilíbrio em superfície para manter uma produtividade ideal. É importante ter em mente que os custos nas concessões são mais elevados. É natural e não poderia ser diferente, pois a proposta é o comprometimento máximo do conceito sustentável, portanto as questões sociais e ambientais exigem maiores investimentos, defende Arlei. Mas ele acredita que não se pode dizer que seja impactante negativamente, pois obter a garantia da matéria-prima contínua, em médio e longo prazo e promovendo a real sustentabilidade, trará maior agregação de valor aos produtos, além de ser uma resposta a preocupação do mercado com a legalidade. A boa notícia é que o mercado de madeira nativa está em alta. As exportações estão quentes e o mercado interno sempre foi comprador. Atualmente está em déficit de produto, aponta Arlei, indicando que é um bom momento tanto pela procura quanto pelo preço. O Estado do Pará está bem representado como a região de maior importância para o desenvolvimento do setor florestal madeireiro em concessões florestais. De acordo com Arlei, a tendência das concessões e por consequência do manejo florestal sustentável de se tornar um atrativo econômico está em curso, se identificando como projetos ordenados e seguros para investimentos, mas com o peso de atender demandas sociais e de sustentabilidade. Os próprios custos de silvicultura poderão variar significativamente de acordo com a região, tipo de solo, topografia e etc Fábio Brun Foto: Valterci Santos 66
10 Foto: Rafael Macedo INDISCUTIVELMENTE LÍDER EM PICADORES A PLANALTO lidera a fabricação de PICADORES FLORESTAIS NO BRASIL. Possui a mais avançada tecnologia. Os PICADORES FLORESTAIS PLANALTO são fabricados em diversos tamanhos e modelos. Por serem Máquinas que trabalham em terrenos dobrados, possuem rodados tandem, são rebocados por trator, pá carregadeira ou escavadeiras, com isso facilita o manejo dentro da floresta. São equipados com rotores de facas segmentadas ou facas inteiras, vindo ao encontro das necessidades do cliente. Rod. BR Km 346 Distrito de Macrozona de Expansão Urbana Campos Novos - SC CEP Cx. Postal: 32 Tel/Fax: (49) comercial@planaltopicadores.com.br
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