14/11: DIA NACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO ATIVIDADE 1: CARTAZES DE APOIO À ALFABETIZAÇÃO
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- Carla Sabala Sá
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1 ATIVIDADE 1: CARTAZES DE APOIO À ALFABETIZAÇÃO 1. PASSO-A-PASSO DA AÇÃO 1.1 PROPOSTA Divulgação na comunidade de cartazes com dicas de como apoiar a alfabetização das crianças. 1.2 CRONOGRAMA Ajuste esta tabela conforme sua necessidade e indique as datas de cada passo nas colunas das semanas. Passos 1. Apresentação e planejamento da ação Organização da ação Planejamento com professores 3. Realização da ação Confecção dos cartazes Campanha na comunidade 4. Divulgação da ação 1.3 O PAPEL DE CADA UM O voluntário: propõe, articula, organiza e executa a atividade na escola. A escola: envolve os professores. A família/comunidade: participa da distribuição dos cartazes. 1
2 1.4 OBJETIVOS DA ATIVIDADE Envolver os alunos na discussão sobre a alfabetização e disseminar na comunidade a importância do tema. 1.5 PÚBLICO RECOMENDADO Devido ao conteúdo da proposta, o ideal é que a atividade seja realizada com os estudantes do 4º e 5º ano do Ensino Fundamental I e todos os segmentos do Ensino Fundamental II, com adolescentes do Ensino Médio e alunos do EJA. 1.6 COMO IMPLEMENTAR PASSO 1: Apresentação e planejamento da ação Entre em contato com a escola e agende uma conversa para a apresentação e planejamento da proposta. Possivelmente, a articulação será encaminhada com a coordenação pedagógica, que poderá indicar as turmas mais adequadas para a atividade. No dia da primeira reunião de articulação é importante estar preparado. Para isso é fundamental: Levar a proposta por escrito para a instituição; Definir o período para as ações; Pedir autorização para filmar e/ou fotografar a atividade. Nesta atividade é recomendada a adesão dos professores, especialmente os de Língua Portuguesa. Mas por tratar-se de um tema relevante para toda a sociedade, qualquer professor interessado poderá realizar a ação junto ao voluntário. PASSO 2: Organização da ação Seleção das frases Reúna-se com todos os professores interessados e solicite que trabalhem com suas turmas o material complementar desta atividade, que aborda a importância da alfabetização para cada indivíduo e para toda a sociedade. Levante entre os participantes ideias de possíveis conteúdos para os cartazes, ou seja, as mensagens sobre a alfabetização a serem disseminadas na comunidade. Devem ser dicas para que as pessoas comuns contribuam, cada uma da forma que estiver ao seu alcance, com a alfabetização de seus filhos, filhos de amigos e outros parentes. 2
3 Recomendamos que este momento de planejamento com os professores seja feito em conjunto, pois quanto mais professores envolvidos no debate, maior o número de ideias a serem transmitidas aos alunos. Você pode sugerir frases como: Colabore para a alfabetização do seu filho, leia todo dia uma história para ele ; Ajude as crianças de seu convívio a identificar as letras do seu nome nos letreiros ou embalagens, etc. É importante que a campanha enfoque a alfabetização na idade certa (até os oito anos), para que o material esteja alinhado com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), abordado no documento Informação e Reflexão. Se for o caso, aborde também a alfabetização de Jovens e Adultos. Confecção dos cartazes Preveja pelo menos uma aula dedicada à confecção dos cartazes em cada turma. Se possível, acompanhe esta ação. Definição da distribuição dos cartazes Outro aspecto a ser planejado é a forma de distribuição dos cartazes nos arredores da escola. Os familiares dos alunos poderão, por exemplo, facilitar o acesso aos estabelecimentos onde trabalham, sejam eles públicos ou comerciais, para a colocação dos cartazes. Verifique com a coordenação a necessidade de autorização dos pais para a saída dos alunos no dia da distribuição. PASSO 3: Realização da ação Debate e confecção dos cartazes No dia da confecção dos cartazes, com ou sem sua presença, é importante que seja feito um debate com os alunos sobre a importância da alfabetização. Como referência, podem ser utilizadas as informações do documento Informação e Reflexão. Recomendamos que sejam escolhidas frases curtas que contenham as ideias centrais da campanha. As frases podem se repetir, pois o mais importante é que a discussão feita dê sentido à ação para os alunos. Realização da campanha na comunidade Combine com a coordenação da escola um dia de excursão para a campanha de alfabetização, ou seja, planeje a ida dos alunos e professores aos estabelecimentos no entorno da escola, onde os cartazes poderão ser colocados. 3
4 Dependendo da idade da turma envolvida, os professores podem preparar previamente os alunos para conversarem com as pessoas desses locais sobre a importância do esforço nacional pela alfabetização, apoiado num Pacto 1 que precisa da colaboração de todos. PASSO 4: Divulgação da atividade Posteriormente, a iniciativa poderá ser matéria no jornal interno, informativo ou blog da instituição. Não se esqueça de publicar a atividade no site do PEB, registrando inclusive os resultados da experiência. Para isso, basta criar uma Ação Voluntária dentro da Ação Mãe. 1.7 ATIVIDADE COMPLEMENTAR: RODA DE HISTÓRIAS Sugira que a escola faça, na reunião de pais, uma roda de contação de histórias com algum professor ou convidado que tenha habilidade de ler para o público. Na ocasião, poderá ser debatida a importância da alfabetização com os convidados. 1 Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), abordado no documento Informação e Reflexão. 4
5 ATIVIDADE 2: MUTIRÃO DA ALFABETIZAÇÃO 1. PASSO-A-PASSO DA AÇÃO 1.1 PROPOSTA Organizar, junto ao diretor e aos alunos dos anos finais da escola, um mutirão para fazer um levantamento das pessoas da comunidade que não são alfabetizadas. 1.2 CRONOGRAMA Ajuste esta tabela conforme sua necessidade e indique as datas de cada passo nas colunas das semanas. Passos 1. Apresentação e planejamento da ação Organização da ação 3. Realização da ação Durante o mutirão Depois do mutirão 4. Divulgação da ação 1.3 O PAPEL DE CADA UM O voluntário: propõe, articula, organiza e executa a atividade na escola. A escola: envolve os professores. A família/comunidade: apoia a coleta de dados na localidade. 1.4 OBJETIVOS DA ATIVIDADE O propósito é levantar, tabular e encaminhar dados locais de pessoas analfabetas para a Secretaria de Educação, para que possam divulgar os cursos já existentes e providenciar o atendimento à demanda. 5
6 1.5 PÚBLICO RECOMENDADO O ideal é que a atividade seja realizada com os estudantes do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental II, com adolescentes do Ensino Médio e alunos do EJA. 1.6 COMO IMPLEMENTAR PASSO 1: Apresentação e planejamento da ação Entre em contato com a escola e agende uma conversa para a apresentação e planejamento da proposta. Possivelmente, a articulação será encaminhada com a coordenação pedagógica, que poderá indicar as turmas mais adequadas para a atividade. No dia da primeira reunião de articulação é importante estar preparado. Para isso é fundamental: Levar a proposta por escrito para a instituição; Definir o período para as ações; Pedir autorização para filmar e/ou fotografar a atividade. Nesta atividade é recomendada a adesão dos professores para a preparação dos alunos que participarão do mutirão. PASSO 2: Organização da ação Sensibilização dos alunos Agende uma conversa com as turmas que vão participar do mutirão. Inicie a conversa apresentando a proposta, ressaltando a importância do levantamento em sua comunidade e do encaminhamento dos dados obtidos à Secretaria de Educação. Explique que, muitas vezes, adultos analfabetos não são identificados pelos órgãos competentes e acabam não tendo acesso à informação sobre programas e cursos que oportunizam a alfabetização. Conduza um rápido debate entre os alunos procurando antever as situações que os alunos poderão encontrar quando forem realizar a pesquisa. Mapeamento dos locais Para a realização do mutirão, professores e voluntário deverão mapear entre os alunos quais os locais da comunidade que cada um tem familiaridade. Para a segurança dos alunos e viabilidade do mutirão, é fundamental que eles atuem apenas nos locais onde as pessoas sejam conhecidas. 6
7 Preparação das duplas Em seguida, a turma deve ser dividida em duplas para cada quarteirão onde será feito o levantamento. Cada dupla deve receber cerca de dez cópias de uma ficha simples, com espaço para o preenchimento de dados básicos (nome, endereço, idade, telefone de contato e escolaridade). Peça para que, no dia, os alunos levem bonés e garrafinhas de água. Combine com o professor como será solicitada a autorização aos pais. Eles devem ser conscientizados da importância da experiência, que vai contribuir para que os alunos conheçam melhor a realidade onde vivem e possam de alguma forma colaborar para transformá-la positivamente. PASSO 3: Realização da ação Durante o mutirão No dia do mutirão, é fundamental que os professores e voluntário acompanhem os alunos no território e estejam disponíveis para qualquer ocorrência. A pesquisa não deverá durar mais do que duas horas e acontecer, como já indicado, próximo à casa dos alunos e à escola. Depois do mutirão Reúna a turma para a tabulação dos dados e para o compartilhamento dos resultados entre todos os participantes. Se a escola achar pertinente, um representante dos alunos poderá acompanhar a coordenadora ou direção na entrega dos dados a um técnico de Secretaria Municipal de Educação que venha à escola ou na própria Secretaria. Nesse caso, a escola deve viabilizar o contato. PASSO 4: Divulgação da atividade Posteriormente, a iniciativa poderá ser matéria no jornal interno, informativo ou blog da instituição. Não se esqueça de publicar a atividade no site do PEB, registrando inclusive os resultados da experiência. Para isso, basta criar uma Ação Voluntária dentro da Ação Mãe. 1.7 ATIVIDADE COMPLEMENTAR: AJUDANDO A DIVULGAR... A escola poderá levantar os endereços de cursos de EJA (Educação de Jovens e Adultos) que ofereçam alfabetização para que seja feita a divulgação em seus murais e através dos alunos. Para isso, eles poderão levar para casa algumas cópias dos endereços com a orientação de divulgarem entre os conhecidos. É importante explicar que essa divulgação deve ser feita de forma cuidadosa, reforçando a importância da disseminação da informação. 7
8 INFORMAÇÃO E REFLEXÃO 1. REFLETINDO SOBRE A ALFABETIZAÇÃO Todos concordam que a alfabetização é a condição básica e primeira para que o indivíduo exerça todos os seus direitos e faça parte de uma sociedade mais justa e igualitária. Mas você sabia que em 2010, segundo censo do IBGE, ainda tínhamos 14 milhões de analfabetos no país, considerando aqueles que não conseguem sequer ler um simples bilhete? Avaliações oficiais indicam que ainda é elevado o número de estudantes brasileiros que não leem adequadamente. De acordo com dados do Movimento Todos pela Educação, em 2009, apenas 34% dos alunos de 4ª série (5º ano) tiveram desempenho satisfatório na avaliação de Língua Portuguesa. Se tomarmos como referência os objetivos colocados pela Constituição da República Federativa do Brasil (notadamente o artigo 3º, reproduzido abaixo), concluiremos que o analfabetismo é uma das questões fundamentais mais alarmantes a ser enfrentada no nosso país. Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I construir uma sociedade livre, justa e solidária; II garantir o desenvolvimento nacional; III erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Para o enfrentamento dessa questão, precisamos garantir o acesso universal a uma educação de qualidade, o que requer um sistema educacional bem estruturado. Elencamos a seguir alguns aspectos que qualificam o processo educativo das crianças em idade escolar: garantir o acesso e a permanência dos alunos na escola; promover aprendizagens significativas do ponto de vista das exigências sociais e de desenvolvimento individual; atender às necessidades e características dos estudantes de diversos contextos sociais e culturais; assegurar a todos a igualdade de direito à educação. O censo de 2010 revela uma redução de 29% em relação ao número de analfabetos em 2000, resultado de muitos esforços e investimentos que têm sido feitos pelos governos federais, estaduais e municipais, bem como por movimentos da sociedade civil organizada. 8
9 Mas para vencermos esse desafio, é também de grande importância a mobilização de toda a sociedade cada família, escola e cidadão num esforço coletivo pela valorização da aprendizagem e a melhoria do ensino. Esse esforço coletivo pode se dar por meio da participação na escola, em reuniões e conselhos, e do cuidado e atenção dirigidos a cada criança, para que todas tenham acesso às condições necessárias para o estudo: transporte, alimentação, materiais, horário de estudo, apoio, acompanhamento especial quando necessário, proteção contra a exploração de seu trabalho e a violência. ANALFABETISMO EVIDENCIA DESIGUALDADES SOCIAIS HISTÓRICAS 2 As taxas de analfabetismo no Brasil, normalmente tratadas dentro do universo de números e metas, deveriam, segundo especialistas em educação, ser também analisadas dentro da área das políticas sociais e econômicas, já que a população considerada analfabeta é a mesma que sofre de outros problemas que afligem o país. Se você fizer o mapa do analfabetismo no Brasil, ele vai coincidir com o mapa da fome, com o do desemprego e da alienação. Não raro esse analfabeto é o que fica doente, o que passa fome, o que vive de subemprego, afirma a pedagoga Silvia Colello, pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). [...] Somos 14 milhões de analfabetos, segundo o IBGE. Desses, a maior parte se encontra na região Nordeste, em municípios com até 50 mil habitantes, na população com mais de 15 anos, entre negros e pardos e na zona rural, ou seja, encontra-se na população historicamente marginalizada. [...] Hoje, é considerada alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever um bilhete simples. Esse é um conceito muito discutível. Se utilizarmos um critério um pouco mais exigente, esses índices mudam e essa é uma das razões pelas quais o IBGE não muda esses conceitos, porque o que está em jogo é a própria imagem do país, diz Sérgio da Silva Leite, diretor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e líder do Grupo de Pesquisa ALLE Alfabetização, Leitura e Escrita. [...] Nos países de primeiro mundo, em que a difusão dos bens culturais é mais bem resolvida que no Brasil, ser alfabetizado é também ser letrado. As crianças aprendem a ler e a escrever e automaticamente já se tornam usuárias da língua, é o mesmo processo. 2 NAOE, Aline. Analfabetismo no Brasil evidencia desigualdades sociais históricas. Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, 10/02/2012. Disponível em < 9
10 Leia o artigo completo em: REFLEXÃO COMPLEMENTAR: ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA Você já ouviu falar do PNAIC - Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa? Lançado no final de 2012 pelo MEC, o PNAIC é o compromisso formal assumido pelo Governo Federal e por governos estaduais, municipais e do Distrito Federal para assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas em Língua Portuguesa e em Matemática, até o final do 3º ano do Ensino Fundamental, aos oito anos de idade. O Pacto caracteriza-se, sobretudo: pela integração de diversos materiais e ações específicos para a alfabetização; pelo compartilhamento da gestão entre Governo Federal, estados e municípios; pela garantia dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento, a serem aferidos pelas avaliações anuais. Ao aderir ao Pacto, os entes governamentais se comprometem a: alfabetizar todas as crianças em língua portuguesa e em matemática; realizar avaliações anuais universais, aplicadas pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), junto aos concluintes do 3º ano do ensino fundamental; no caso dos estados, apoiar os municípios que tenham aderido às Ações do Pacto, para sua efetiva implementação. As Ações do Pacto apoiam-se em quatro eixos de atuação: 1. Formação continuada presencial para os professores alfabetizadores e seus orientadores de estudo; 2. Materiais didáticos, obras literárias, obras de apoio pedagógico, jogos e tecnologias educacionais; 3. Avaliações sistemáticas; 4. Gestão, mobilização e controle social. Embora os resultados do Pacto ainda estejam sendo avaliados, é preciso reconhecer que já tivemos um enorme ganho ao colocar em evidência a urgência do combate ao analfabetismo no país. Também é importante destacar o esforço para que a alfabetização inicie na chamada idade certa, pois quando a criança é alfabetizada até os oito anos verifica-se que ela tem menores chances de evadir da escola e, consequentemente, de concluir os estudos na idade certa. Um dos princípios centrais do Pacto reconhece que o desenvolvimento das capacidades de leitura e de produção de textos ocorre durante todo o processo de escolarização, mas deve ser iniciado logo no início da Educação Básica, garantindo acesso precoce a gêneros discursivos de circulação social e a situações de interação em que as crianças se reconheçam como protagonistas de suas próprias histórias
11 Isso não significa que o pacto seja voltado unicamente para crianças, pois a alfabetização pode ocorrer em qualquer idade e é igualmente importante para a formação dos cidadãos brasileiros. Prova disso é o depoimento de Ana, uma senhora de 52 anos aluna de EJA (Educação de Jovens e Adultos) em uma escola no Rio Grande do Sul: Fiquei no inicio com vergonha, pois tenho cinco netos estudando aqui. Mas falei com a diretora e a vice, elas foram muito agradáveis comigo, dai comecei a estudar na 1ª etapa. Estou amando esta escola e os professores, parece mentira que com 52 anos, eu, de dia sou avó destes alunos que são meus netos e a noite sou aluna. Antes de começar a estudar eu vivia tomando remédio para dormir e antidepressivo, agora não preciso nada disso. Sou feliz e adoro dias de semana para estudar. A minha escola é o máximo. 4 PARA SABER MAIS Site do PNAIC:
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