PROFESSOR: EQUIPE DE PORTUGUÊS

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1 PROFESSOR: EQUIPE DE PORTUGUÊS o BANCO DE QUESTÕES - PORTUGUÊS - 7º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ============================================================================================== COMUNICAÇÃO Luís Fernando Veríssimo É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome? Posso ajudá-lo, cavalheiro? Pode. Eu quero um daqueles, daqueles... Pois não? Um... como é mesmo o nome? Sim? Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima. Sim senhor. O senhor vai dar risada quando souber. Sim senhor. Olha, é pontuda, certo? O quê, cavalheiro? Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende? Infelizmente, cavalheiro... Ora, você sabe do que eu estou falando. Estou me esforçando, mas... Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo? Se o senhor diz, cavalheiro. Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero. Sim senhor. Pontudo numa ponta. Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem? Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós? Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho. Sinto muito. Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando. Eu não estou pensando nada, cavalheiro. Chame o gerente. Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feito do quê? É de, sei lá. De metal. Muito bem. De metal. Ela se move? Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim. Tem mais de uma peça? Já vem montado? É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço. Francamente... Página 1 de 9-16/07/2019-6:23

2 Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa. Ah, tem clique. É elétrico. Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar. Já sei! Ótimo! O senhor quer uma antena externa de televisão. Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo... Tentemos por outro lado. Para o que serve? Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa. Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e... Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança! Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro! É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome? 01- A palavra sulco, na frase "Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda...", pode ser substituída, sem alterar o sentido da frase por: (A) botão (C) tampa (B) fenda (D) ponta 02- Leia, com atenção, as seguintes frases: "E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. " "Lido com números. " "É que eu sou meio expansivo. " De acordo com a sequência, por qual grupo de palavras podemos substituir as palavras destacadas? Assinale uma das alternativas: (A) instrumento - trabalho - exagerado. (B) descarga elétrica - sofro - esquecido. (C) luz intensa - esforço-me - comunicativo. (D) objeto trabalho - esquecido. 03- Por que o homem que deseja comprar o objeto tem dificuldades para realizar a compra? 04- Diante da dificuldade em se lembrar da palavra, o vendedor tenta uma alternativa para conseguir transmitir sua mensagem. Indique qual é essa alternativa e como o comprador procede. Transcreva um trecho do texto que comprove sua resposta. Página 2 de 9-16/07/2019-6:23

3 05- Quais as duas razões apresentadas abaixo dificultaram a identificação, por parte do funcionário, do objeto procurado pelo freguês? (A) Imprecisão vocabular do freguês. (B) Incapacidade de imaginação dos dois homens. (C) Significado inusitado, atribuído pelo funcionário, à expressão "alfinete de segurança". (D) Incompatibilidade entre a imagem mental criada pelo vendedor e a imagem real do objeto. 06- Durante a venda, o funcionário da loja revelou: (A) superioridade e ironia. (B) experiência e vaidade. (C) ingenuidade e paciência. (D) lentidão e rispidez. 07- Ao tentar definir o objeto que realmente queria comprar, o freguês se utiliza de vários recursos. Entretanto, o único que ele não usa é: (A) Descrição verbal. (C) Representação gráfica. (B) Representação gestual. (D) Esclarecimento sobre a finalidade. 08- "É que eu sou meio expansivo." Esta é a justificativa dada pelo freguês ao(à): (A) excesso de palavras usadas em suas explicações. (B) exagero de pormenores na identificação do objeto. (C) fato de sugerir, como solução do impasse, a presença do gerente. (D) dimensão dos gestos empregados na tentativa de comunicar-se. (E) demonstração de impaciência com a incompreensão do funcionário. 09- Leia essa tira. a) A postura corporal de Hagar e Helga indica: (A) entusiasmo. (C) desânimo. (B) desespero. (D) angústia. b) Nos balões da tira, há emprego de três preposições e uma contração. Identifique-as. Página 3 de 9-16/07/2019-6:23

4 c) Como é formada a contração da tira? d) Qual é o valor semântico da contração? e) Observe o emprego da preposição por nas duas situações em que ela ocorre na tira. Que valor semântico ela apresenta em cada uma das situações: tempo, finalidade, causa, conteúdo f) Classifique gramaticalmente as palavras e as expressões abaixo: "nos mais profundo mar" "não" 10- Leia essa cantiga. "Se essa rua, se essa rua fosse minha, Eu mandava, eu mandava ladrilhar, Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes Só pra ver, só pra ver meu amor passar. Nessa rua, nessa rua tem um bosque Que se chama, que se chama Solidão Dentro dele, dentro dele mora um anjo Que roubou, que roubou meu coração. Se eu roubei, se eu roubei teu coração Tu roubaste, tu roubaste o meu também Se eu roubei teu coração É porque Só porque te quero bem" (Da tradição popular) a) O fato de cobrir a rua com pedras preciosas indica que há: (A) encantamento do eu lírico pelas ruas. (B) valorização da amada pelo eu lírico. (C) beleza na rua por onde o eu lírico passa. (D) solidão do eu lírico e ele deseja companhia. b) Releia os dois versos iniciais da cantiga: "Se essa rua, se essa rua fosse minha,/ Eu mandava, eu mandava ladrilhar," Qual das formas verbais neles indica hipótese, possibilidade? Página 4 de 9-16/07/2019-6:23

5 A forma verbal mandava está empregada coloquialmente. De acordo com a norma-padrão, qual forma verbal do verbo mandar deveria ser empregada? Se alterássemos a forma verbal fosse para for, como conjugaríamos o verbo mandar para que a frase ficasse de acordo com a nossa-padrão? c) Observe as duas estrofes finais da cantiga. Quem fala na penúltima estrofe da cantiga? E na última? Página 5 de 9-16/07/2019-6:23

6 GABARITO COMUNICAÇÃO Luís Fernando Veríssimo É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome? Posso ajudá-lo, cavalheiro? Pode. Eu quero um daqueles, daqueles... Pois não? Um... como é mesmo o nome? Sim? Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima. Sim senhor. O senhor vai dar risada quando souber. Sim senhor. Olha, é pontuda, certo? O quê, cavalheiro? Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende? Infelizmente, cavalheiro... Ora, você sabe do que eu estou falando. Estou me esforçando, mas... Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo? Se o senhor diz, cavalheiro. Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero. Sim senhor. Pontudo numa ponta. Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem? Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós? Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho. Sinto muito. Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando. Eu não estou pensando nada, cavalheiro. Chame o gerente. Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feito do quê? É de, sei lá. De metal. Muito bem. De metal. Ela se move? Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim. Tem mais de uma peça? Já vem montado? É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço. Francamente... Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa. Ah, tem clique. É elétrico. Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar. Já sei! Página 6 de 9-16/07/2019-6:23

7 Ótimo! O senhor quer uma antena externa de televisão. Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo... Tentemos por outro lado. Para o que serve? Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa. Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e... Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança! Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro! É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome? 01- A palavra sulco, na frase "Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda...", pode ser substituída, sem alterar o sentido da frase por: (A) botão (C) tampa (B) fenda (D) ponta 02- Leia, com atenção, as seguintes frases: "E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. " "Lido com números. " "É que eu sou meio expansivo. " De acordo com a sequência, por qual grupo de palavras podemos substituir as palavras destacadas? Assinale uma das alternativas: (A) instrumento - trabalho - exagerado. (B) descarga elétrica - sofro - esquecido. (C) luz intensa - esforço-me - comunicativo. (C) objeto trabalho - esquecido. 03- Por que o homem que deseja comprar o objeto tem dificuldades para realizar a compra? R.: O homem não consegue se lembrar do nome do produto que deseja comprar. 04- Diante da dificuldade em se lembrar da palavra, o vendedor tenta uma alternativa para conseguir transmitir sua mensagem. Indique qual é essa alternativa e como o comprador procede. Transcreva um trecho do texto que comprove sua resposta. R.: O vendedor pede para que o comprador desenhe o objeto, mas ele alega que não sabe desenhar: "Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?" 05- Quais as duas razões apresentadas abaixo dificultaram a identificação, por parte do funcionário, do objeto procurado pelo freguês? (A) Imprecisão vocabular do freguês. (B) Incapacidade de imaginação dos dois homens. (C) Significado inusitado, atribuído pelo funcionário, à expressão "alfinete de segurança". (D) Incompatibilidade entre a imagem mental criada pelo vendedor e a imagem real do objeto. 06- Durante a venda, o funcionário da loja revelou: (A) superioridade e ironia. (B) experiência e vaidade. (C) ingenuidade e paciência. (D) lentidão e rispidez. Página 7 de 9-16/07/2019-6:23

8 07- Ao tentar definir o objeto que realmente queria comprar, o freguês se utiliza de vários recursos. Entretanto, o único que ele não usa é: (A) Descrição verbal. (C) Representação gráfica. (B) Representação gestual. (D) Esclarecimento sobre a finalidade. 08- "É que eu sou meio expansivo." Esta é a justificativa dada pelo freguês ao(à): (A) excesso de palavras usadas em suas explicações. (B) exagero de pormenores na identificação do objeto. (C) fato de sugerir, como solução do impasse, a presença do gerente. (D) dimensão dos gestos empregados na tentativa de comunicar-se. (E) demonstração de impaciência com a incompreensão do funcionário. 09- Leia essa tira. a) A postura corporal de Hagar e Helga indica: (A) entusiasmo. (C) desânimo. (B) desespero. (D) angústia. b) Nos balões da tira, há emprego de três preposições e uma contração. Identifique-as. R.: Preposições: com, de e por (duas vezes); contração: no. c) Como é formada a contração da tira? R.: Ela é formada pela preposição "em" mais o artigo definido "o". d) Qual é o valor semântico da contração? R.: O valor é de lugar. e) Observe o emprego da preposição por nas duas situações em que ela ocorre na tira. Que valor semântico ela apresenta em cada uma das situações: tempo, finalidade, causa, conteúdo ou modo? R.: Na primeira, significa causa; na segunda, causa. f) Classifique gramaticalmente as palavras e as expressões abaixo: "nos mais profundo mar" locução adverbial de lugar. "não" advérbio de negação. Página 8 de 9-16/07/2019-6:23

9 10- Leia essa cantiga. "Se essa rua, se essa rua fosse minha, Eu mandava, eu mandava ladrilhar, Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes Só pra ver, só pra ver meu amor passar. Nessa rua, nessa rua tem um bosque Que se chama, que se chama Solidão Dentro dele, dentro dele mora um anjo Que roubou, que roubou meu coração. Se eu roubei, se eu roubei teu coração Tu roubaste, tu roubaste o meu também Se eu roubei teu coração É porque Só porque te quero bem" (Da tradição popular) a) O fato de cobrir a rua com pedras preciosas indica que há: (A) encantamento do eu lírico pelas ruas. (B) valorização da amada pelo eu lírico. (C) beleza na rua por onde o eu lírico passa. (D) solidão do eu lírico e ele deseja companhia. b) Releia os dois versos iniciais da cantiga: "Se essa rua, se essa rua fosse minha,/ Eu mandava, eu mandava ladrilhar," Qual das formas verbais neles indica hipótese, possibilidade? R.: A forma verbal fosse indica hipótese, possibilidade. A forma verbal mandava está empregada coloquialmente. De acordo com a norma-padrão, qual forma verbal do verbo mandar deveria ser empregada? R.: "Se essa rua, se essa rua fosse minha, / Eu mandaria, eu mandaria ladrilhar," Se alterássemos a forma verbal fosse para for, como conjugaríamos o verbo mandar para que a frase ficasse de acordo com a nossa-padrão? R.: "Se essa rua, se essa rua for minha, / Eu mandarei, eu mandarei ladrilhar," c) Observe as duas estrofes finais da cantiga. Quem fala na penúltima estrofe da cantiga? R.: Quem fala é o eu lírico. E na última? R.: Quem fala é a pessoa amada, que é tratada pelo eu lírico como "um anjo". Página 9 de 9-16/07/2019-6:23 MCS/1907/BANCO DE QUESTOES/PORTUGUES/2019/PORTUGUES - 7o ANO - 2a ETAPA doc