ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL XXVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO SIMULADO GRATUITO

Transcrição

1 PADRÃO DE RESPOSTA - PEÇA PROFISSIONAL Maitê, professora, é uma conhecida laçadora na região de Encruzilhada do Sul/RS e possui um lindo cavalo crioulo chamado de Xiru. Victor, ao ver o cavalo de Maitê em um rodeio na cidade, decide comprá-lo, mesmo sendo avaliado em R$ ,00 (cinquenta mil reais). Maitê está de acordo com a alienação do animal, visto que não possui mais interesse na criação de cavalos em razão do tempo e cuidados que demandam. Deste modo, Maitê e Victor celebram contrato de compra e venda do animal, estipulando-se o pagamento em parcela única para o dia 20/10/2017, sexta-feira, e a entrega do animal para dia 25/10/2017, quarta-feira. Victor efetuou o pagamento do contrato de modo integral na data pactuada, conforme contrato firmado, reforçando as partes que a entrega do semovente ocorreria dia 25/10/17. Ocorre que no dia 22/10/2017, domingo, a cidade de Encruzilhada do Sul foi atingida por um forte temporal, com chuvas fortes, rajadas de vento, trovoadas e incidência de raios. No momento do temporal, o cavalo Xiru, objeto do contrato de compra e venda entre Maitê e Victor, encontrava-se na estrebaria, local com toda infraestrutura necessária para estada do animal. Contudo, foi atingido por um raio e veio a óbito, impossibilitando a entrega do animal ao comprador, Victor. Maitê, ao informar Victor do ocorrido, devolveu o valor pago antecipadamente pelo animal. Inconformado com a situação, Victor ajuíza ação indenizatória, pleiteando a compensação por danos morais em face de Maitê, ação que foi distribuída perante a 1ª Vara Cível da Comarca de Encruzilhada / RS. Em audiência de conciliação não houve acordo entre as partes, motivo pelo qual Maitê contesta a ação, pedindo a improcedência dos pedidos constantes na inicial, ou caso mantida a condenação, em valor inferior ao pleiteado pelo Autor na Inicial. Em instrução e julgamento, ficou comprovado que o temporal que atingiu o município foi extremamente violento e que o animal faleceu em decorrência do raio que o atingiu. Ao analisar o mérito, o juiz da 1ª Vara Cível julgou procedente a ação de indenização, condenando Maitê ao pagamento de danos morais no montante de R$ ,00 (cinquenta mil reais) por entender que Victor passou por grande frustração com o ocorrido. Na qualidade de advogado de Maitê, intimado da decisão judicial, elabore a peça processual cabível para defender os interesses de seu cliente, descartada a hipótese de embargos de declaração. (Valor 5,00). Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. Página 1 de 19

2 A decisão proferida tem natureza jurídica de sentença, na forma do art. 203, 1º, do art. 487, I e art. 490, todos do Código de Processo Civil. Com efeito, extinguiu-se o processo com resolução de mérito para deferir integralmente os pedidos formulados na petição inicial. Em virtude disso, o meio processual adequado à impugnação do provimento judicial, a fim de evitar que faça coisa julgada, é o RECURSO DE APELAÇÃO, segundo os art. 994, I e art do Código de Processo Civil. Deve-se buscar a tutela integral do interesse do Réu, pugnando-se ao final pela reforma da sentença. O recurso deverá ser direcionado e apresentado perante o juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de Encruzilhada do Sul / RS. Na folha de interposição, o apelante deverá requerer a intimação do apelado para oferecer contrarrazões no prazo de 15 dias, conforme previsão dos art , 1º e 1.003, 5º, ambos do Código de Processo Civil. Deverá informar o recolhimento do preparo recursal, inclusive porte de remessa e de retorno, na forma do art do Código de Processo Civil ou a concessão do benefício da gratuidade da justiça na forma dos artigos 98 e 99 do CPC e requerer a remessa dos autos ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul para sua admissão, processamento e julgamento. Finalizando a petição de interposição com o fechamento, onde deverá conter genericamente o local, data, advogado e OAB. Na folha das razões do recurso de apelação, o examinando deverá fazer o endereçamento para o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul / RS, fazendo, em seguida, a indicação da apelante Maitê e do apelado Victor, processo nº... e a Vara de origem, qual seja, 1ª Vara Cível da Comarca de Encruzilhada do Sul / RS. No cabimento do recurso deverá demonstrar que a decisão proferida tem natureza de sentença na forma do art. 203, 1º, do art. 487, I e art. 490, todos do Código de Processo Civil, motivo pelo qual o recurso adequado para atacála é a apelação, na forma dos art. 994, I e 1.009, ambos do Código de Processo Civil. Na tempestividade o examinando deverá discorrer que a interposição de seu recurso se deu de forma tempestiva, ou seja, dentro do prazo de 15 dias, na forma do art , 5º do Código de Processo Civil, sendo contabilizados em dias úteis, na forma do art. 219, caput, do Código de Processo Civil e excluindo-se o dia do início e contabilizando o dia do vencimento, na forma do art. 224, caput, do Código de Processo Civil. Destacando que o prazo para interposição do recurso conta-se da data em que os advogados são intimados da decisão, na forma do art , caput, também do Código de Processo Civil. Em seguida, uma breve síntese da demanda para resumir as informações mais importantes constantes no enunciado. Nas razões da reforma, o examinando deverá adotar a tese defensiva que a relação jurídica entabulada entre as partes tratava-se de uma obrigação de dar coisa certa. Contudo, em razão do cavalo ser atingido por raio em data anterior a sua entrega, ocasião de força maior, a coisa se perdeu sem culpa do devedor, ora apelante, motivo pelo qual a obrigação resolve-se sem aplicação de perdas e danos, na forma do art. 234, primeira parte, do Código Civil. Destacar que a apelante não cometeu nenhum ato ilícito que pudesse contribuir com o óbito do cavalo Xiru, objeto do contrato, na forma do art. 186 do Código Civil, de modo que o óbito foi decorrente de motivo de força maior, motivo pelo qual não tem o dever de reparar eventuais danos, conforme previsão do art. 927 do Código Civil. Ainda, subsidiariamente, deverá pleitear que caso o Tribunal entenda que a apelante/vendedora tem o dever de reparar eventuais danos, não há, no caso e questão, qualquer prova de dano, e a resolução contratual, por si só, não gera danos morais presumidos. Por fim, caso o tribunal entenda que o fato é capaz de gerar danos aos direitos de personalidade, que o valor seja fixado em quantia inferior ao da condenação, em conformidade com a extensão do dano em respeito ao disposto no art. 944 do CC e a fim de evitar o enriquecimento ilícito. Página 2 de 19

3 Nos pedidos, deverá requerer o recebimento e conhecimento da apelação, determinando seu processamento, pois preenchidos os requisitos de admissibilidade; O recebimento da apelação em seu duplo efeito: devolutivo e suspensivo, conforme previsão dos art e do Código de Processo Civil; O provimento do recurso com o fim de reformar a sentença de primeiro grau julgando improcedente os pedidos da petição inicial formulados pelo apelado e, subsidiariamente, caso o Tribunal entenda pela condenação que seja fixada de acordo com a extensão do dano, em valor inferior ao da condenação de primeiro grau; a inversão do ônus de sucumbência do apelado nas custas e honorários sucumbências. No fechamento da folha de razões, indicar genericamente, o local, data, advogado e OAB. ITEM PONTUAÇÃO PONTUAÇÃO DO ALUNO Endereçamento 0 0,0 O recurso deve ser interposto perante o juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de 0,00 / 0,10 Encruzilhada / RS (0,10) Indicação do número do processo 0 00,0 Indicação do número do processo de forma genérica (0,10) 0,00 / 0,10 Partes (art , I e art. 319, II do CPC/15) 0 0 Indicação e qualificação das partes Apelante: Maitê (0,10) e Apelado: Victor (0,10) 0,00 / 0,10 / 0,20 Contrarrazões 0 0 Intimação do apelado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias (0,10) na forma do art º do CPC (0,10) e art 1.003, 5º, do CPC (0,10). 0,00 / 0,10 / 0,20 / 0,30 Preparo recursal 0 0 Demonstrar o recolhimento do preparo recursal, inclusive porte de remessa e de retorno (0,20), na forma do art do Código de Processo Civil (0,10) OU pedido 0,00 / 0,20 / 0,30 de concessão do benefício da justiça gratuita (0,20), na forma do art. 98 e 99 do Código de Processo Civil (0,10) Endereçamento adequado das Razões Recursais Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul / RS (0,10) 0,00 / 0,10 Cabimento do Recurso 0 0 Demonstrar que dá sentença cabe Apelação (0,20), na forma do art e 994, I do CPC/15 (0,10) visto que o juiz julgou o mérito da ação (0,10), na forma dos art. 487, I e 490 do CPC /15 (0,10). Tempestividade Demonstrar que a apelação está sendo interposta de forma tempestiva (0,20), ou seja, dentro do prazo de 15 dias (0,10), na forma do art , 5º do Código de Processo Civil/15 (0,10). Fundamentos Jurídicos 0,00 / 0,10 / 0,20 / 0,30 / 0,40 / 0,50 0,00 / 0,20 / 0,30 / 0,40 1. Mencionar que o animal faleceu em decorrência de motivo de força maior (0,20) 0,00 / 0,20 2. Discorrer sobre a obrigação de dar coisa certa cujo o perdimento sem culpa do 0,00 / 0,60 / devedor não gera perdas e danos (0,60), na forma do art. 234 do Código Civil (0,10). 0,70 Página 3 de 19

4 3. A apelante não cometeu nenhum ato ilícito que contribuísse para o óbito do semovente (0,50), motivo pelo qual não tem o dever de indenizar (0,20), na forma do art. 927 do CC (0,10). OU Discorrer que a conduta de Maitê não tem nexo de causalidade com a morte do semovente ou que ela não agiu com culpa (0,50), motivo pelo qual não tem o dever de indenizar (0,20) na forma do art. 927 do Código Civil (0,10). 4. Subsidiariamente, discorrer que caso o Tribunal entenda pela condenação, que essa seja de acordo com a extensão do dano (0,20), em valor inferior ao da sentença de primeiro grau (0,10), na forma do art. 944 do Código Civil (0,10). Pedidos 0,00 / 0,50 / 0,60 / 0,70 / 0,80 0,00 / 0,20 / 0,30 / 0,40 1. Recebimento e conhecimento da apelação, com o devido processamento (0,10). 0,00 / 0,10 2. Recebimento da apelação no duplo efeito: devolutivo e suspensivo (0,10), na forma dos art , caput, (0,10) e 1.013, caput, do CPC/15 (0,10). 0,00 / 0,10 / 0,20 / 0,30 3. Provimento do recurso para que a sentença de primeiro grau seja reformada e julgados improcedentes os pedidos formulados na petição inicial (0,15) OU 0,00 / 0,15 / 0,30 subsidiariamente, que a condenação seja fixada em valor inferior do que previsto na sentença de primeiro grau (0,15) 4. Inversão do ônus da sucumbência (0,10) 0,00 / 0,10 Fechamento 0 0 Local..., Data..., Advogado..., OAB... (0,10). 0,00 / 0,10 TOTAL 5,00 0,00 Página 4 de 19

5 PADRÃO DE RESPOSTA QUESTÃO 1 1) Joana tem um sobrinho de nome Carlos que é muito solícito e prestativo para com ela. Como forma de retribuição, Joana faz doação de vários bens que possui, tais como: 2 imóveis, 2 carros, 1 terreno e 1 imóvel na praia. A doação foi feita por escritura pública e todos os bens forem transferidos para o nome de Carlos. No entanto, 5 anos após as doações, Joana tomou conhecimento que Carlos brigou com a filha de Joana, desferindolhe socos e pontapés. Joana o procura como advogado e faz as seguintes indagações: a) Que medida seria possível para desfazer as doações feitas para Carlos? (Valor 0,65) b) Independentemente da resposta dada no item anterior, qual seria o prazo para ajuizamento da referida medida? (Valor 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. a) De acordo com o artigo 555 do Código Civil, é possível a revogação da doação por ingratidão do donatário. O caso de cometimento de ofensa física, é caso de ingratidão, consoante art. 557, II, do Código Civil e a ofensa contra descendente, também se enquadra como ingratidão, conforme 558 do Código Civil. Assim, será possível ação de revogação de doação de Joana contra Carlos b) O prazo para ajuizamento da ação é de 1 ano, contado do conhecimento do fato e de quem foi o seu autor, conforme artigo 559 do Código Civil. ITEM a) Será possível a ação de revogação de doação (0,40), em razão das ofensas físicas praticadas em face da descendente de Joana (0,15), na forma dos art. 557, II cumulado com art. 558, ambos do Código Civil (0,10). PONTUAÇÃO 0,00/ 0,40 / 0,55 / 0,65 b) O prazo para ajuizamento da ação é de 1 ano, contado do conhecimento do fato e de quem foi o seu autor (0,50), conforme artigo 559 do Código Civil (0,10). 0,00 / 0,50 / 0,60 PONTUAÇÃO DO ALUNO TOTAL: 0,00 Página 5 de 19

6 PADRÃO DE RESPOSTA QUESTÃO 2 02) Débora ajuizou ação de responsabilidade civil contra o médico João, cirurgião plástico, alegando a existência de erro na prestação de serviços oferecidos pelo médico réu, uma vez que o resultado da cirurgia estética realizada não foi o esperado. A cirurgia foi remunerada diretamente por Débora. A autora alega que ficou demonstrado o nexo causal entre o dano e o agir do requerido, não sendo caso de necessidade de comprovar culpa, uma vez que se trata de situação que deve ser examinada sob a ótica da responsabilidade objetiva. Após a cirurgia Débora ficou com uma cicatriz visível na face. Débora pede a condenação de João na obrigação de lhe indenizar os danos materiais e estéticos e lhe compensar os danos morais. a) Assiste razão à Débora quando afirma que não há necessidade de prova de culpa? (Valor 0,65) b) A obrigação do cirurgião plástico estético é de meio ou de resultado? É possível a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral? (Valor 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. a) Não assiste razão à Débora, pois a responsabilidade civil dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa, conforme art. 14, 4º, do CDC OU art. 951 do CC. b) A obrigação do cirurgião estético é de resultado. Conforme súmula 387 do STJ, é licita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. ITEM a) Não assiste razão à Débora pois a responsabilidade civil dos profissionais liberais será apurada mediante verificação de culpa (0,50), conforme art. 14, 4º do Código de Defesa do Consumidor OU art. 951 do Código Civil (0,15). b) A obrigação do cirurgião estético é de resultado (0,20). Conforme súmula 387 do STJ (0,10) é licita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral (0,30). PONTUAÇÃO 0,00 / 0,50 / 0,65 0,00 / 0,20 / 0,30 / 0,40 / 0,50 / 0,60 PONTUAÇÃO DO ALUNO TOTAL: 0,00 Página 6 de 19

7 PADRÃO DE RESPOSTA QUESTÃO 3 03) Tício possui dívidas no valor de R$ ,00 e patrimônio no valor de ,00. Tício, na iminência de vencerem as dívidas, beneficia Caio pela doação de bem imóvel no valor de R$ ,00 e isso acaba por desfalcar seu patrimônio de forma tal que suas dívidas passam a superar os ativos. Analise esta situação e responda: a) Existe algum vício neste negócio jurídico? Qual? (Valor 0,60) b) O que os credores podem fazer com relação ao negócio celebrado? (Valor 0,65) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. a) Sim, o negócio jurídico está viciado pela fraude contra credores, na forma do art. 158 do Código Civil. Trata-se de fraude contra credores uma vez que Tício, na iminência do vencimento das dívidas, se desfaz de maneira gratuita de seus bens, visando o prejuízo dos credores. b) A configuração do vício pode levar à anulação do negócio jurídico, na forma do art. 158, caput, do Código Civil. Cabe, portanto, a propositura da ação de anulação, também chamada de ação revocatória ou ação pauliana, pelo credor, no prazo de 04 anos a contar da celebração do negócio fraudulento, na forma do art. 178, II, do Código Civil. Somente os credores que já o eram no momento da disposição fraudulenta terão legitimidade para propor a ação pauliana, na forma do art. 158, 2o, do Código Civil. No polo passivo devem figurar o devedor fraudulento e o terceiro que haja atuado de má-fé, na forma do art. 161 do Código Civil. ITEM PONTUAÇÃO a) Trata-se de fraude contra credores (0,30), na forma do art. 158 do Código Civil (0,10), uma vez que Ticio, na iminência do vencimento de suas dívidas se 0,00 / 0,20 / 0,30 / desfaz de maneira gratuita de seus bens, visando o prejuízo dos credores 0,40 / 0,50 / 0,60 (0,20). b) Os credores poderão propor a ação pauliana / ação revocatória (0,25), na forma do art. 158 do Código Civil (0,10), no prazo de 04 anos a contar da celebração do negócio fraudulento (0,20), na forma do art. 178, II, do Código Civil (0,10). 0,00 / 0,25 / 0,35 / 0,45 / 0,55 / 0,65 PONTUAÇÃO DO ALUNO TOTAL: 0,00 Página 7 de 19

8 PADRÃO DE RESPOSTA QUESTÃO 4 04) Cássio entrou com uma ação de conhecimento contra o Banco Juros Altos, instituição financeira, buscando a revisão de contrato de empréstimo firmado com tal banco (afirmou que não devia o valor cobrado pelo Banco). Deixou de indicar na inicial, todavia, qual era o valor incontroverso do débito. Diante disso, o magistrado, aplicando o art. 332, I, do Código de Processo Civil, julgou o pedido improcedente, de forma liminar determinando a extinção do processo com resolução do mérito (487, I, do Código de Processo Civil). Pergunta-se: a) Agiu certo o magistrado? Se houve equívoco, qual seria a maneira processualmente correta de agir? Explique e cite os fundamentos legais (Valor: 0,65). b) Caso a ação fosse extinta sem resolução do mérito, o autor poderia entrar de novo com a mesma ação? Sendo possível, esta inicial teria algum requisito especial? Explique e cite os fundamentos legais (Valor: 0,60). Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A simples menção ao dispositivo legal não será pontuada. a) O magistrado não agiu corretamente ao julgar improcedente de forma liminar o pedido, visto que a medida processual adequada ante a ausência da informação do valor incontroverso do debito, na forma do art. 330, 2º, do Código de Processo Civil, é o indeferimento da petição inicial, reconhecendo sua inépcia, na forma do art. 330, I, do Código de Processo Civil, tendo como consequência a extinção do processo sem resolução de mérito, na forma do art. 485, I, do Código de Processo Civil. b) A extinção do processo sem resolução de mérito não impede que o Autor ajuíze novamente a mesma ação, conforme previsão do art. 486, caput, do Código de Processo Civil. Todavia, esta nova inicial deverá estar acompanhada da prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários advocatícios da ação antes extinta, na forma do art. 486, 2o, do Código de Processo Civil. Página 8 de 19

9 ITEM a) O magistrado não agiu corretamente. Ante a ausência da informação do valor incontroverso do débito, a medida processual pertinente ao caso seria o indeferimento da petição inicial, tendo em vista sua inépcia (0,25), na forma do art. 330, I cumulado com art. 330, 2º, do Código de Processo Civil (0,10). PONTUAÇÃO 0,00 / 0,20 / 0,25 / 0,30 / 0,35 / 0,45 / 0,55 / 0,65 PONTUAÇÃO DO ALUNO A consequência processual do indeferimento da petição inicial é a extinção do processo sem resolução de mérito (0,20), conforme previsto no art. 485, I, do Código de Processo Civil (0,10). b) A extinção do processo sem resolução de mérito não impede que o Autor ajuíze novamente a mesma ação (0,20), na forma do art. 486, caput, do Código de Processo Civil (0,10). O requisito especial é que deverá estar acompanhada da prova do pagamento ou depósito das custas e honorários advocatícios da ação antes extinta (0,20), na forma do art. 486, 2º, do Código de Processo Civil (0,10) 0,00 / 0,30 / 0,40 / 0,50 / 0,60 TOTAL: 0,00 Página 9 de 19