PARECER nº 08/11 repisa orientação quanto ao recolhimento de contribuição social sobre remuneração de dirigentes e outros contribuintes individuais
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1 urpa0811contme(parecer) Da Assessoria Jurídica Para UNIMED RS FEDERAÇÃO A. C. Dr. Gerson Reis c/c para federadas Assunto: contribuintes individuais e contribuição previdenciária PARECER nº 08/11 repisa orientação quanto ao recolhimento de contribuição social sobre remuneração de dirigentes e outros contribuintes individuais I. ASSUNTO 1. Constitui objeto do presente análise da contribuição previdenciária, incidente sobre remuneração de diretores eleitos para cargos de direção em Cooperativas e outros contribuintes, em razão de atividades desempenhadas no exercício de atividades previstas em órgãos estatutários, ou mesmo decorrentes de atividades específicas não previstas no citado documento. II. COMPREENSÃO LEGISLATIVA 2. No atual regime constitucional, a contribuição da empresa sobre valores pagos a contribuintes sem vínculo empregatício nasceu no País com a edição da Lei nº 7.787, de 1989.
2 3. O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a referida contribuição 1, porquanto a mesma não encontrava autorização constitucional na então redação do art. 195, I, da Constituição Federal de 1988 (CF/88). 4. A redação primitiva da Constituição 2 somente previa autorização para, por meio de lei ordinária, ser instituída contribuição sobre uma espécie de trabalhador, qual seja o empregado, na medida em que previa sua incidência sobre o salário. 5. Em razão disto, foi editada a Lei Complementar nº 84/96 (LC nº 84/96) 3, que estabeleceu forma de contribuição sobre contribuintes individuais 4, sem vínculo empregatício, desta feita respeitando a determinação constitucional de veiculação desta contribuição por meio de lei complementar (art. 154, I, CF/88). 6. Em 1998 foi alterada a CF/88, por meio da Emenda Constitucional nº 20, que conferiu nova redação ao art. 195, I, merecendo transcrição o citado dispositivo: 1 quando do julgamento do Recurso Extraordinário (RE) nº , em 15/9/1994, cuja ementa é a que segue: Contribuição social. Argüição de inconstitucionalidade, no inciso I do artigo 3. da Lei 7.787/89, da expressão "avulsos, autonômos e administradores". Procedência. - O Plenário desta Corte, ao julgar o RE , declarou a inconstitucionalidade do inciso I do artigo 3. da Lei 7.787/89, quanto aos termos "autônomos e administradores", porque não estavam em causa os avulsos. A estes, porem, se aplica a mesma fundamentação que levou a essa declaração de inconstitucionalidade, uma vez que a relação jurídica mantida entre a empresa e eles não resulta de contrato de trabalho, não sendo aquela, portanto, sua empregadora, o que afasta o seu enquadramento no inciso I do artigo 195 da Constituição Federal, e, consequentemente, impõe, para a criação de contribuição social a essa categoria, a observância do disposto no par. 4. desse dispositivo, ou seja, que ela se faça por lei complementar e não - como ocorreu - por lei ordinária. Recurso extraordinário conhecido e provido, declarando-se a inconstitucionalidade dos termos "avulsos, autônomos e administradores" contidos no inciso I do artigo 3. da Lei 7.787/89. 2 Art A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salários...; 3 Art. 1º Para a manutenção da Seguridade Social, ficam instituídas as seguintes contribuições sociais: I - a cargo das empresas e pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, no valor de quinze por cento do total das remunerações ou retribuições por elas pagas ou creditadas no decorrer do mês, pelos serviços que lhes prestem, sem vínculo empregatício, os segurados empresários, trabalhadores autônomos, avulsos e demais pessoas físicas; e II - a cargo das cooperativas de trabalho, no valor de quinze por cento do total das importâncias pagas, distribuídas ou creditadas a seus cooperados, a título de remuneração ou retribuição pelos serviços que prestem a pessoas jurídicas por intermédio delas. 4 estamos utilizando a expressão contribuintes individuais porquanto essa denominação é que hoje prevalece. Antes eram chamados de autônomos... 2
3 Art A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 7. Com a autorização constitucional, surgiu a Lei Ordinária nº 9.876, de 26 de novembro de 1999, que introduziu alterações na Lei de Custeio Previdenciário (LCP), a Lei nº 8.212, de 1991, ao tempo em que revogou, por completo, a LC nº 84/ Dentre as inovações, interessa-nos a que previu a seguinte redação na LCP: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: 6 III - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços; 9. A definição de contribuinte individual, como segurado obrigatório, está contida no art. 12, LCP, também com a redação dada pela Lei nº 9.876: Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: V - como contribuinte individual: 3
4 f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). 10. Assim, a prestação de serviço (remunerada, evidentemente), por parte do contribuinte individual, na forma descrita acima, nas letras f e g, a empresas, faz nascer o dever contributivo previsto no art. 22 da LCP, de responsabilidade das últimas. III. A PREVIDÊNCIA E A COOPERATIVA 11. Desnecessário dizer que a Cooperativa é equiparada à empresa para fins previdenciários, na forma do parágrafo único do art. 15, LCP Assim, em princípio, quando um contribuinte individual prestar serviço à Cooperativa, na forma prevista na LCP, haveria o dever contributivo da empresa. 5 Art. 15. Considera-se: I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional; II - empregador doméstico - a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. Parágrafo único. Equipara-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). 4
5 13. No entanto, a gênese do cooperativismo prega justamente o contrário. A cooperativa presta serviços aos sócios, na dicção do art. 4º, Lei nº de , a Lei das Sociedades Cooperativas (LSC). 14. Daí que a regra geral é justamente não haver dever contributivo da Cooperativa, em razão da prestação de serviços de seus sócios, quando os mesmos exercem suas atividades (no caso da Cooperativa médica, a prestação de serviço do médico aos beneficiários de tais atendimentos). 15. Isto justifica as duas regras a seguir transcritas, extraídas diretamente do Regulamento da Previdência Social (RPS), Decreto nº 3.048, de 1999: Art A contribuição a cargo da empresa, destinada à seguridade social, é de: 19. A cooperativa de trabalho não está sujeita à contribuição de que trata o inciso II do caput, em relação às importâncias por ela pagas, distribuídas ou creditadas aos respectivos cooperados, a título de remuneração ou retribuição pelos serviços que, por seu intermédio, tenham prestado a empresas. (Redação dada pelo Decreto nº 3.452, de 2000)) Art A arrecadação e o recolhimento das contribuições e de outras importâncias devidas à seguridade social, observado o que a respeito dispuserem o Instituto Nacional do Seguro Social e a Secretaria da Receita Federal, obedecem às seguintes normas gerais: 31. A cooperativa de trabalho é obrigada a descontar onze por cento do valor da quota distribuída ao cooperado por serviços por ele prestados, por seu intermédio, a empresas e vinte por cento em relação aos serviços prestados a pessoas físicas e recolher o produto dessa arrecadação no dia vinte do mês seguinte ao da competência a que se referir, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior quando não houver expediente bancário no dia vinte. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 6 Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados... 5
6 16. A situação delineada na legislação acima citada não enseja maiores problemas de interpretação e nem constitui o objeto do presente parecer. 17. Radica-se eventual confusão quando o sócio percebe valores que lhe são repassados pela Cooperativa sem que o primeiro esteja diante de uma das duas situações previstas no RPS, ou seja, prestando serviços para pessoas físicas ou jurídicas que mantenham contrato com a sociedade. IV. PROBLEMAS E INTERPRETAÇÕES 18. Segurados obrigatórios são, conforme a LCP: Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: V - como contribuinte individual: f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). 6
7 19. Não há dúvidas que o cooperado eleito para cargo de direção em cooperativa é segurado obrigatório, logo, é devida a contribuição sobre sua remuneração. 20. No entanto, outras atividades, estatutárias ou não, podem ser previstas com a participação de cooperados que não sejam eleitos para cargo de direção em cooperativa. 21. Exemplos disto: a) membros de conselho de administração e fiscal, na hipótese de haver diretoria executiva no Estatuto; b) auditores médicos; c) assessores de diretores; d) membros de comissões disciplinares (CTD); e) membros de outras comissões com finalidades específicas, estatutárias ou não; f) plantonistas e g) coordenadores médicos. 22. Podem os serviços ser de natureza administrativa, ou mesmo privativos da atividade médica, como são os coordenadores médicos, plantonistas, auditores, coordenadores de serviços próprios, dentre outros. 23. Quanto a estes, em sendo habitual a prestação, advogamos que não incide a contribuição, posto que o serviço por eles realizados constitui atividade médica, inerente à sua qualificação profissional, em atendimento ao objeto social da cooperativa que pertença. 24. No entanto, poder-se-ia dizer que estes mesmos profissionais, médicos, desempenhando atividades inerentes à sua formação, destinassem serviços à própria cooperativa, ao arrepio da LSC, art. 4º e na exata interpretação do 19, art. 201, RPS, quando coordenassem serviços próprios, realizassem auditorias ou mesmo plantões, com remuneração fixa, independente de atendimento por partes deles aos clientes. 7
8 25. Mesmo assim, seguiríamos sustentando a não incidência, agora afastando o dever contributivo também com base no raciocínio abaixo alinhavado. 26. No campo do Direito Tributário vige o princípio da legalidade, insculpido no art. 150, I, CF de 1988: Art Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 27. Não há, a nosso ver, lei que estabeleça a incidência da contribuição social sobre serviço habitual prestado por contribuinte individual a empresas. 28. Na vigência da LC 84/96 cabia a contribuição, posto que a simples prestação de serviço por parte do contribuinte individual à empresa já fazia nascer o dever contributivo, independente de ser habitual ou eventual. Eis a regra: Art. 1º Para a manutenção da Seguridade Social, ficam instituídas as seguintes contribuições sociais: I - a cargo das empresas e pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, no valor de quinze por cento do total das remunerações ou retribuições por elas pagas ou creditadas no decorrer do mês, pelos serviços que lhes prestem, sem vínculo empregatício, os segurados empresários, trabalhadores autônomos, avulsos e demais pessoas físicas; 29. De se notar, ainda, que, com a alteração da CF de 1988, pela EC nº 20/98, sobreveio a Lei nº 9.876, de 1999, como já dissemos, a qual traçou regra na LCP, em relação ao ponto, para prever o dever contributivo quando houvesse prestação de serviço de natureza eventual: Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: V - como contribuinte individual: 8
9 g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). (grifo nosso) 30. A revogada LC não fazia essa distinção! 31. Distinção que na hermenêutica jurídica faz toda a diferença. Eventual é o oposto de habitual 7, sendo a última expressão pressuposto da caracterização do vínculo empregatício, cuja decretação chama a regra da contribuição previdenciária sobre salário (art. 22, I, LCP 8 ). 32. Por isto afastamos de pronto qualquer vinculação entre o presente parecer com os arestos prolatados pelo Superior Tribunal de Justiça, no caso dos corretores e das seguradoras, aduzindo ser devida a contribuição, pelas últimas, quando do pagamento da comissão aos primeiros, em razão da venda de seguros, em face da mesma contemplar lei já revogada, de texto distinto: TRIBUTÁRIO. SEGURIDADE SOCIAL. LEI 8.212/91. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. LEI COMPLEMENTAR Nº 84/96. INCIDÊNCIA SOBRE AS COMISSÕES PAGAS AOS CORRETORES DE SEGURO. II - Por outro lado, a obrigatoriedade da intermediação do corretor na comercialização de seguros, imposta pela Lei n /94, não desfigura a natureza da comissão que lhe é paga pela seguradora em contraprestação pecuniária pelos serviços prestados. Tal remuneração, portanto, configura a prestação de serviço autônomo, fato gerador da hipótese de incidência prevista no art. 1º da Lei Complementar n. 84/96" (MC nº 9.233/RJ, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 07/03/2005, p. 139). 9 7 Aurélio Buarque de Holanda Ferreira define: eventual: que depende de acontecimento incerto, casual, fortuito, acidental. habitual: que de faz, ou que sucede, por hábito. Usual. Dicionário Aurélio, editora Positivo, 7ª edição, janeiro de Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). 9 REsp PR, relator o Ministro Francisco Falcão, julgado em 14 de novemro de
10 2. Cabe às empresas de seguro privado o pagamento da Contribuição Previdenciária incidente sobre o valor da comissão que a seguradora repassa aos corretores por prestarem serviços de intermediação no contrato de seguro. 3. É irrelevante a ausência de contrato de trabalho vinculando o corretor à seguradora, tendo em vista que a Lei Complementar 84/96 exige o recolhimento da referida exação sobre a remuneração dos trabalhadores autônomos. 4. A obrigatoriedade da intermediação de corretores de seguros entre as seguradoras e seus segurados não desfigura o caráter de prestação de serviços da atividade que se ajusta à previsão do art. 1º, I, da Lei Complementar 84/96. Precedentes do STJ. 5. Recurso Especial não provido Logo, remanesce incólume nosso entendimento, acerca da não incidência da contribuição sobre o que não configura serviço eventual prestado pelos contribuintes individuais. 34. Importa referir, em caso que patrocinamos, fundamento da decisão proferida em sede administrativa, que acolheu, já na primeira instância, a tese de que os membros do conselho de administração não são segurados obrigatórios da Previdência Social, por não estarem incluídos no inciso V, art. 12, LCP: c) Dos membros do Conselho de Administração Os membros do Conselho de Administração, não eleitos para o cargo de direção na cooperativa, não são segurados obrigatórios do RGPS - Regime Geral de Previdência Social, posto que não se enquadram na categoria de contribuintes individuais descritos no inciso V, do art. 12 da Lei nº 8.212/91 e porque a atividade desempenhada não tem o caráter eventual exigido pela alínea g do referido inciso V. Excluo deste lançamento os valores relativos ao Conselho de Administração. 11 (o grifo é nosso) 10 REsp RJ, relator o Ministro Herman Benjamin, julgado em 9 de abril de a citação da fonte aqui fica restrita ao nº do processo administrativo: / , decisão de 30/7/
11 35. Atente-se que os julgadores aduziram a ausência de eventualidade na prestação de serviço, o que afasta, por si só, a hipótese de incidência da contribuição social. 36. Também salientamos outro processo administrativo envolvendo Singular de nosso Estado 12, onde, em sede recursal, foi afastada a incidência da contribuição sobre os pagamentos realizados aos auditores médicos. 37. O julgamento ocorreu no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), em Brasília, sinalizando importante passo na adoção da tese defendida no presente documento. O acórdão não foi publicado ainda. V. CONCLUSÃO COM ORIENTAÇÕES 38. Atento às premissas acima, podemos concluir que: I - São Segurados Obrigatórios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), sendo devida a contribuição pela Cooperativa e também na forma retida do beneficiário, respeitado o limite máximo: a) os membros eleitos para cargo de direção em Cooperativa, cuja previsão estatutária destaque a Diretoria Executiva do Conselho de Administração, como sendo o órgão que dirige a entidade, percebendo, em decorrência, remuneração e b) contribuintes individuais que prestem serviços eventuais à Cooperativa e percebam remuneração. II - Não são Segurados Obrigatórios do RGPS, sendo indevida a contribuição da Cooperativa e do beneficiário, na forma retida: 12 aqui também citaremos apenas o nº do processo administrativo, / , cuja decisão foi prolatada em
12 a) os membros do Conselho de Administração da Cooperativa; b) os membros do Conselho Fiscal; c) os cooperados que exerçam atividade inerente à sua profissão de médico, como auditores médicos, em face do precedente citado neste parecer, prolatado pelo CARF; d) os cooperados que atuem como coordenadores de serviços próprios e outros cujo exercício do cargo seja inerente à medicina, bem como cumpram a finalidade prevista no Estatuto da entidade e e) demais pessoas físicas que prestem serviços à Cooperativa, de forma habitual, sem vínculo empregatício. 39. Evidentemente que o caráter polêmico desta orientação, principalmente em relação à qualificação dos segurados, ou, no caso, sua não qualificação, poderá ensejar discussões com o Fisco. 40. Em face disto, a eventual adoção da tese por nós defendida poderá ser acautelada com provisão, querendo, a entidade, em especial dos profissionais descritos nas letras d e e do item II, acima. É o parecer. Porto Alegre, 24 de maio de
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