Implementação do Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de Valorização de Hidrodinâmica da Ria Formosa

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1 Implementação do Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de Valorização de Hidrodinâmica da Ria Formosa Monitorização das Comunidades Biológicas Relatório Final da Área de intervenção 3 (Bloco C Armona) julho de 2016

2 ÍNDICE GERAL 1. I n t r o d u ç ã o I d e n t i f i c a ç ã o e o b j e t i v o s d a m o n i t o r i z a ç ã o  m b i t o d o R e l a t ó r i o E n q u a d r a m e n t o L e g a l A p r e s e n t a ç ã o d a e s t r u t u r a d o r e l a t ó r i o A u t o r i a t é c n i c a d o r e l a t ó r i o A n t e c e d e n t e s A n t e c e d e n t e s r e l a c i o n a d o s c o m o s p r o c e s s o s d e A I A e P ó s - A I A A n t e c e d e n t e s r e l a c i o n a d o s c o m a m o n i t o r i z a ç ã o d a s c o m u n i d a d e s D e s c r i ç ã o d o s p r o g r a m a s d e m o n i t o r i z a ç ã o Á r e a d e E s t u d o P e r í o d o d e a m o s t r a g e m M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e B e n t ó n i c a M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e P i s c í c o l a M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e d e F a n e r o g â m i c a s m a r i n h a s M o n i t o r i z a ç ã o d a P o p u l a ç ã o d e C a v a l o - m a r i n h o M o n i t o r i z a ç ã o d a C o m u n i d a d e d e A v e s A q u á t i c a s R e l a ç ã o d o s d a d o s c o m c a r a c t e r í s t i c a s d o p r o j e t o o u d o a m b i e n t e e x ó g e n o a o p r o j e t o C r i t é r i o s d e a v a l i a ç ã o d e d a d o s R e s u l t a d o s e d i s c u s s ã o C o m u n i d a d e B e n t ó n i c a C o m u n i d a d e P i s c í c o l a C o m u n i d a d e d e F a n e r o g â m i c a s m a r i n h a s P o p u l a ç õ e s d e c a v a l o - m a r i n h o C o m u n i d a d e d e A v e s A q u á t i c a s A v a l i a ç ã o d a e f i c á c i a d a s m e d i d a s a d o t a d a s p a r a p r e v e n i r o u r e d u z i r i m p a c t e s C o m p a r a ç ã o c o m o s i m p a c t e s p r e v i s t o s n o E I A C o n c l u s õ e s e r e c o m e n d a ç õ e s S í n t e s e d a a v a l i a ç ã o d o s i m p a c t e s m o n i t o r i z a d o s P r o p o s t a o u a l t e r a ç ã o d e m e d i d a s d e m i t i g a ç ã o (Bloco C Armona) 2

3 5. 3. A n á l i s e d a a d e q u a b i l i d a d e d o s p r o g r a m a s d e m o n i t o r i z a ç ã o R e f e r ê n c i a s b i b l i o g r á f i c a s A n e x o s A n e x o I D e s e n h o s A n e x o I I C a r a c t e r i z a ç ã o d o s p o n t o s d e a m o s t r a g e m d e A v e s A q u á t i c a s A n e x o I I I L i s t a d e E s p é c i e s I d e n t i f i c a d a s p a r a a Á r e a d e E s t u d o A n e x o I V R e s u l t a d o s (Bloco C Armona) 3

4 1. INTRODUÇÃO 1.1. Identificação e objetivos da monitorização O Plano de Ação para a Valorização da Hidrodinâmica da Ria Formosa e Mitigação do Risco nas Ilhas Barreira Área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) tem como objetivo principal fazer face às necessidades de reforço do cordão dunar e alargamento da Praia de Faro, com sedimentos dragados na barra da Armona, promovendo a reposição das condições de navegabilidade desta barra. As Decisões sobre a Conformidade Ambiental dos Projetos de Execução (DCAPE) resultantes do processo de Avaliação de Impacte Ambiental, iniciado em 2013, apresentam um conjunto de Planos de Monitorização para as Comunidades Biológicas. Este plano prevê a execução de três relatórios de monitorização (Relatório Inicial, Relatório Intermédio e Relatório Final), sendo o presente documento o terceiro relatório Relatório Final. O Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de Valorização de Hidrodinâmica da Ria Formosa da área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) tem como objetivo geral a avaliação da evolução das comunidades biológicas durante o período de pré-empreitada (daqui em diante designado de Fase Pré-Dragagem), fase de execução da empreitada (designado Fase Durante a Dragagem) e pós-empreitada (Fase de Pós-Dragagem), das seguintes comunidades biológicas: comunidades bentónicas, comunidades piscícolas, comunidades de fanerogâmicas marinhas, populações de cavalo-marinho e comunidade de aves aquáticas. Durante a Fase Dragagem e caso fossem detetadas alterações significativas nas comunidades, o plano previa que fosse avaliada a necessidade de sugerir a aplicação de medidas corretivas, de forma a salvaguardar as comunidades Âmbito do Relatório O presente relatório apresenta resultados preliminares das ultimas duas campanhas de monitorização das comunidades biológicas, respetivamente, as saídas realizadas na 2ª campanha durante a fase de dragagem (Saída 3) e na campanha pós-dragagem (Saída 4), durante a execução das intervenções previstas na área de intervenção 3 (Bloco C Armona). Sendo o presente documento um relatório final, apresenta igualmente uma análise sintética e comparativa de todas as campanhas de monitorização realizadas durante as 3 fases do projeto (pré-dragagem, dragagem e pós-dragagem). (Bloco C Armona) 4

5 1.3. Enquadramento Legal De acordo com o n.º 5 do artigo 12º do Decreto-Lei n.º 69/2000 de 3 de Maio, o EIA relativo ao empreendimento em causa apresenta um programa de monitorização para os descritores considerados mais sensíveis. Essa imposição legal foi formalizada na DIA emitida a 13 de Dezembro de De acordo com o previsto no n.º 2 do artigo 29º do Decreto-Lei anteriormente referido, o presente relatório deverá ser submetido à autoridade de AIA (Avaliação de Impacte Ambiental) nos prazos fixados na Declaração de Impacte Ambiental (DIA) Apresentação da estrutura do relatório O presente relatório de monitorização seguiu a estrutura definida na Portaria n.º 395/2015 de 4 de novembro. O seu conteúdo foi adaptado ao âmbito dos trabalhos efetuados, tal como previsto nesta mesma Portaria, sendo organizado em sete capítulos: Capítulo 1: Introdução descrição dos objetivos, âmbito e enquadramento legal do estudo; Capítulo 2: Antecedentes referências a documentos antecedentes (AIA e pós-aia); Capítulo 3: Descrição dos programas de monitorização descrição das metodologias de campo, análise de dados e critérios de avaliação; Capítulo 4: Resultados apresentação e discussão dos resultados obtidos; Capítulo 5: Conclusões e recomendações síntese da avaliação de impactes monitorizados e análise do plano e/ou das medidas de mitigação em curso; Capítulo 6: Referências bibliográficas; Capitulo 7 - Anexos O respetivo esquema de apresentação pode ser consultado no Índice, nas páginas 1 a Autoria técnica do relatório A equipa técnica responsável pelo presente relatório de monitorização e pelo trabalho de campo é apresentada no Quadro 1. (Bloco C Armona) 5

6 Quadro 1 Equipa técnica. Nome Formação Funções David Piló Diogo Paulo André Silva Frederico Oliveira Pedro Monteiro Luis Bentes Carlos Afonso Jorge M. S. Gonçalves Sérgio Correia João Paula Dárcio Sousa Ana Paiva Sandra Rodrigues Sónia Roxo Helena Coelho Licenciatura em Biologia Marinha Mestre em Biologia Marinha especialização em Ecologia e Conservação Marinha Licenciado em Biologia Marinha e Pescas Mestre em Biologia Marinha, Gestão e Conservação Instrutor de Mergulho Científico (SSI e PADI) Licenciado em Biologia Marinha Mergulhador científico (SSI) Licenciado em Biologia Marinha e Pescas Mestrado em Estudos Marinhos e Costeiros Mestrado em Estudos Marinhos e Costeiros Licenciado em Biologia Marinha e Pescas Doutorado em Biologia Pesqueira e Dinâmica Populacional Licenciado em Biologia Mestre em Ciências Biológicas Licenciado em Biologia Pós-graduação em Sistemas de Informação Geográfica recursos Agro- Florestais e Ambientais Licenciado em Biologia Mestre em Biologia da Conservação Licenciada em Engenharia Biofísica Licenciado em Biologia Ambiental Variante Marinha Mestre em Ecologia e Gestão Ambiental Licenciada em Geologia Aplicada e do Ambiente Mestre em Engenharia Geológica Licenciada em Biologia, Mestre em Ciências das Zonas Costeiras Doutorada em Biologia Trabalho de campo das Comunidades Bentónicas Trabalho de campo das Componentes de Fanerogâmicas e Cavalosmarinhos Trabalho de campo das Componentes de Fanerogâmicas e Cavalosmarinhos Trabalho de laboratório e elaboração de relatório das Comunidades piscícolas Trabalho de campo e laboratório e revisão do relatório das Comunidades piscícolas Trabalho de campo e laboratório e revisão do relatório das Comunidades piscícolas Trabalho de laboratório relativo às Comunidades piscícolas Coordenação da componente piscícola Trabalho de campo da componente de aves aquáticas Elaboração de Relatório da componente de aves aquáticas Elaboração de relatório das Comunidades Bentónicas Elaboração de relatório da componente da comunidade de ervas marinhas e cavalo-marinho Revisão geral de Relatório Gestora de Projeto Direção técnica (Bloco C Armona) 6

7 Relatório entregue a 20 de julho de Citação recomendada: Bioinsight Implementação do Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de Valorização de Hidrodinâmica da Ria Formosa Relatório Final da área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) (Fase Pós-dragagem). Relatório elaborado para Polis Litoral Ria Formosa. Bioinsight, Lda. Odivelas, julho de (Bloco C Armona) 7

8 2. ANTECEDENTES 2.1. Antecedentes relacionados com os processos de AIA e Pós-AIA As ações deste Plano foram objeto de um processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), iniciado em 2013 com a elaboração do Estudo de Impacte Ambiental (EIA). Em Setembro do mesmo ano foi emitida a respetiva Declaração de Impacte Ambiental (DIA). Os Projetos de Execução e respetivos Relatórios de Conformidade Ambiental dos Projetos de Execução (RECAPE) foram enviados à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), tendo sido emitidas em Julho de 2014, as Decisões sobre a Conformidade Ambiental dos Projetos de Execução (DCAPE). Uma vez que as intervenções ocorrem em áreas territoriais diferentes e são enquadradas em projetos de execução específicos, a implementação estrutura-se em três Blocos autónomos, cada um com os seus respetivos Planos e DCAPE s. Os elementos do presente relatório dizem respeito ao Bloco C: Plano de Ação para a Valorização da Hidrodinâmica da Ria Formosa e Mitigação do Risco nas Ilhas Barreira Intervenção 3 Armona Antecedentes relacionados com a monitorização das comunidades O presente relatório apresenta os dados das duas últimas campanhas correspondente à 2ª campanha da Fase Dragagem) (Saída 3), e campanha de monitorização da Fase de Pós-Dragagem (Saída 4). É também apresentado no âmbito do presente relatório, uma analise sintética e comparativa dos resultados obtidos em relatórios anteriores elaborados no âmbito desta monitorização: Relatório inicial da saída inicial (Saída 1) realizado em abril de 2015 (Bio3, 2015) e, Relatório intermédio da saída realizada durante o inicio da Fase de Dragagem (saída 2) (Bioinsight, 2015). (Bloco C Armona) 8

9 3. DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS DE MONITORIZAÇÃO 3.1. Área de Estudo O projeto Valorização da Hidrodinâmica da Ria Formosa e Mitigação do Risco nas Ilhas Barreira incide sobre o sistema lagunar e de ilhas barreira da Ria Formosa, que se estende ao longo de aproximadamente 58 km entre a praia do Garrão, a oeste, e a praia da Manta Rota, a este, e abrange os concelhos de Faro, Olhão e Tavira. A área do projeto área de intervenção 3 (Bloco C Armona) (Figura 1), encontra-se inserida no Parque Natural da Ria Formosa (PNRF). A sua importância para a conservação da natureza, nomeadamente para a avifauna selvagem, levou à sua classificação como Zona de Proteção Especial (PTZPE0017), pelo Decreto- Lei n.º 384-B/99, de 23 de setembro. A Ria Formosa insere-se também no Sítio Ria Formosa-Castro Marim (PTCON0013), pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 142/97, de 28 de agosto. Encontra-se ainda incluída na lista de Sítios Ramsar (zonas húmidas de importância internacional) desde A Ria Formosa constitui um sistema lagunar costeiro com elevado hidrodinâmismo associado e de grande valor ecológico. Área de intervenção 3 (Bloco C Armona) (Bloco C Armona) 9

10 Comunidades bentónicas Comunidades piscícolas Comunidades Fanerogâmicas marinhas Populações Cavalo-marinho Comunidades Aves aquáticas Figura 1 Áreas classificadas para a conservação na natureza nas quais a área do projeto de encontra inserido: área de intervenção 3 (Bloco C Armona) (mapa adaptado de Recurso, 2013) Período de amostragem O presente relatório refere-se aos resultados obtidos durante a 2ª campanha de amostragem efetuada durante a Fase de Dragagem (Saída 3) e campanha de amostragem realizada durante a Fase de Pós- Dragagem (Saída 4), tal como previsto na respetiva DCAPE. Assim, no âmbito da Saída 3 e da Saída 4 do plano de monitorização, foram realizadas amostragens relativas aos grupos das seguintes comunidades biológicas na área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) (Quadro 2). No Quadro 2 são também identificadas as datas em que foram realizadas as amostragens de saídas de fases anteriores do projeto: Pré-Dragagem (Saída 1) e 2ª campanha da Fase de Dragagem (Saída 2). Quadro 2 - Calendarização dos trabalhos referentes à monitorização das comunidades biológicas na área de intervenção 3 (Bloco C Armona) (Legenda: X indica a comunidade biológica monitorizada). Área de intervenção Campanha Ano Data Saída 1 (campanha da Fase de Pré- Dragagem) de abril X 18 a 22 de abril X X 29 de abril X X Saída 2 (1ª campanha da Fase de Dragagem) a 14 de setembro X 18 a 21 de setembro X X X X Armona Saída 3 (2ª campanha da Fase de Dragagem) a 29 de novembro X X X X 30 de novembro a 4 de dezembro X X 5 a 11 de abril X Saída 4 (campanha da Fase de Pós- Dragagem) a 17 abril X 17 abril X 27 e 28 de abril X X X (Bloco C Armona) 10

11 3.3. Monitorização da Comunidade Bentónica Parâmetros Avaliados Para a caracterização da comunidade bentónica foram avaliados os seguintes parâmetros: Distribuição das espécies; Abundância das espécies; Qualidade dos sedimentos, relativamente aos parâmetros granulometria e teor de matéria orgânica; Grau de perturbação das comunidades bentónicas Locais e Frequência de Amostragem Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização da Fase de Dragagem (Saída 3) e outra correspondente à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), tendo sido recolhidas amostras, em cada uma das campanhas, nos 2 locais na área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) (Anexo 7.1.1), de acordo com o indicado na respetiva DCAPE: Local próximo da área de intervenção (PBA01); Num ponto de Controle (PBA02). De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção + número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE: ex. PBA01--> Ponto Bentónicos Armona Técnicas e métodos de recolha de dados As amostragens da comunidade bentónica foram executadas em conformidade com o Protocolo de Monitorização e Processamento Laboratorial para o elemento Macroinvertebrado bentónicos na categoria Águas de Transição, documento apresentado no sítio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). A recolha de amostras das comunidades bentónicas subtidais foi realizada com recurso a dragas Van Veen, com 0,1 m 2 de área de amostragem. Os locais no campo foram identificados com o auxílio de um GPS e em cada local de amostragem foram recolhidas 3 réplicas sendo rejeitadas as que apresentem um volume inferior a 5 litros, em substrato de areia, e 10 litros em sedimentos lodosos ou, ainda, as que apresentem (Bloco C Armona) 11

12 sinais de esvaziamento da amostra ocorrido durante a subida da draga (afundamento da superfície ao centro da amostra, forma de V ) ou de mau posicionamento (ou funcionamento) da draga durante a recolha (superfície da amostra desnivelada relativamente ao topo da draga). Concomitantemente com a amostragem dos macroinvertebrados bentónicos, foi efetuada uma caracterização físico-química da coluna de água, sendo medida a temperatura da água, salinidade, oxigénio dissolvido e profundidade. As medições foram efetuadas junto ao fundo e à superfície. Para efeitos de caracterização do substrato móvel foram recolhidas amostras de sedimento para a análise da granulometria e determinação do teor de matéria orgânica. Foi retirada uma pequena porção de sedimento (cerca de 50 ml) de cada uma das dragas e posteriormente analisadas em laboratório. As réplicas foram peneiradas ainda no campo usando um crivo com malha calibrada de 500μm, com vista à remoção do excesso de finos. Depois de lavadas, foram acondicionadas individualmente em recipientes devidamente identificados, com etiquetas (em papel resistente à água) no exterior e no interior. Em laboratório, o material biológico retido no crivo de malha 1.000μm foi usado, posteriormente, no processo de classificação da amostra em questões de qualidade. A fixação das colheitas foi feita com formaldeído neutralizado (4% de concentração). A diluição do formaldeído foi feita em água com salinidade idêntica à daquela em que foram recolhidos os organismos. A posterior conservação foi feita em etanol a 70%. Os organismos são identificados à lupa ou microscópio até à espécie (sempre que possível), por réplica, e seguindo a nomenclatura internacionais de sítios da internet da especialidade (WoRMS, Marine Species Identification Portal) e em bibliografia de especialidade (Fauvel, 1923; 1927; Macedo et al., 1999; Ruffo, 1998; Teeble, 1976). O número de indivíduos de cada espécie identificada foi contabilizado, por réplica, e registado numa tabela de dados de formato apropriado (e.g. Excel). Para a determinação da granulometria dos sedimentos das zonas amostradas, pequenas porções foram submetidas a pequenos volumes de água oxigenada de modo a destruir a matéria orgânica presente na amostra. Uma vez livres de matéria orgânica, as amostras foram colocadas numa estufa a 90ºC até à obtenção de um peso seco total constante. Uma vez secas, as amostras de sedimento foram crivadas por via húmida através de um crivo com malha de 63µm de modo a obter a fração mais fina do sedimento. O restante material foi novamente colocado na estufa a 90º até à secagem completa. A fração dos finos (< 63µm) foi obtida através da diferença entre o Peso Seco Amostra Inicial e o Peso Seco depois da Crivagem, de acordo com a seguinte formula: Sedimentos finos (g) = Peso Seco Amostra Peso Seco Amostra Retida a 63µm A determinação da distribuição de tamanhos das partículas sedimentares do material > 63µm foi conseguida através da crivagem mecânica durante 15 minutos num agitador de peneiros com diferentes malhas (2.000µm, 1.000µm, 500µm, 250µm, 125µm e 63µm). As diferentes frações de sedimento foram então convertidas em percentagem em relação à amostra total. (Bloco C Armona) 12

13 Para determinação do conteúdo dos sedimentos em matéria orgânica, porções de sedimento de cada amostra previamente homogeneizadas foram colocadas numa estufa (90ºC) até à secagem completa das mesmas (Peso Seco). Depois da secagem, as amostras de sedimento seco foram incineradas (Peso calcinado) numa mufla a 450ºC durante 5 horas. A quantificação do teor de matéria orgânica foi obtido através da seguinte fórmula: Teor de matéria orgânica (g) = Peso Seco (g) Peso Calcinado (g) Os resultados são apresentados em forma de percentagem (Matéria Orgânica/Peso Seco)*100) Métodos de Tratamento de dados Relativamente às amostras de macrofauna foram calculados diversos parâmetros, nomeadamente: a) Distribuição presença/ausência de cada espécie por local; b) Abundância - consistiu no número médio de indivíduos de cada espécie presentes para cada local; c) Índice de diversidade - o índice de diversidade utilizado foi o de Shannon-Wiener (Shannon e Weaver, 1949), o qual é obtido por: Onde, S - número de taxa presentes; H' S i 1 ( p x ln pi) i pi - proporção de indivíduos do taxon i relativamente ao número total de indivíduos. A equitabilidade, proposta por Pielou (1966), é definida pela expressão: J H ' H ' max Onde, H max = ln S S - o número de taxa presentes. d) Granulometria Média da percentagem de classe de sedimentos em cada local; e) Teor de matéria orgânica média do teor de matéria orgânica por local. (Bloco C Armona) 13

14 f) Avaliação do grau de perturbação AMBI AZTI s Marine Biotic Index (Borja et al., 2000), o qual é obtido por: Onde, BC = [(0)(%GI)+(1,5)(%GII)+(3)(%GIII)+(4,5)(%GIV)+(6)(%GV)]/100 BC - Biotic Index (Índice Biótico), GI - espécies muito sensíveis ao enriquecimento orgânico e presentes em condições não poluídas; GII - espécies indiferentes ao enriquecimento, presentes sempre em densidades baixas e sem variações significativas ao longo do tempo; GIII - espécies tolerantes ao enriquecimento excessivo de matéria orgânica, podendo ocorrer em condições normais mas sendo estimuladas pelo enriquecimento orgânico; GIV - espécies oportunistas de segunda-ordem, maioritariamente poliquetas de pequenas dimensões; GV - espécies oportunistas de primeira-ordem, essencialmente detritívoros. As percentagens de cada grupo, assim como o valor final do índice, foram calculadas no Software AMBI V 5.0, desenvolvido pela AZTI-Tecnalia. Salienta-se que o índice AMBI apenas foi calculado no relatório final, uma vez que se pretendia efetuar a comparação do grau de perturbação na comunidade de macrobentos (Quadro 3) entre as saídas realizadas durante as diferentes fases do projeto. Quadro 3 Limites dos valores do AMBI e respetivo grau de perturbação (Muxika et al., 2005). Coeficiente Biótico (BC) Classificação do grau de perturbação 0 < AMBI 1,2 Não perturbado 1,2 < AMBI 3,3 Ligeiramente perturbado 3,3 < AMBI 5,0 Moderadamente perturbado 5 < AMBI 6 Fortemente perturbado 6 < AMBI 6 Extremamente perturbado 3.4. Monitorização da Comunidade Piscícola Parâmetros Avaliados Para determinar a composição da comunidade piscícola foram avaliados os seguintes parâmetros: Composição; Abundância; (Bloco C Armona) 14

15 Parâmetros incluídos no Índice Multimétrico EFAI: Riqueza específica; Espécies migradoras marinhas; Espécies residentes; Espécies piscívoras; Espécies diádromas; Espécies introduzidas; Espécies sensíveis a perturbações. Adicionalmente, foram avaliados os parâmetros abióticos: temperatura (ºC), salinidade ( ), oxigénio dissolvido (mg/l), saturação de Oxigénio (%) e profundidade (m) Locais e Frequência de Amostragem Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de Dragarem (Saída 3) e outra correspondente à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), no local na área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE: Na Barra da Armona (PPA01). De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção + número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE: ex. PPA01--> Ponto Piscícola Armona 01. O número de replicados efetuado no local de amostragem teve em conta a dimensão do mesmo, assim como o número de massas de água existentes na área. Assim, para o local PPA01 realizaram-se três replicados. Deste modo e uma vez que esta área se encontra inserida numa única massa de água (CWB-I- 6), fica assegurada também a representatividade das amostras seguindo o protocolo estabelecido para a implementação da Diretiva Quadro da Água (DQA) (Cabral et al., 2012) Técnicas e métodos de recolha de dados As amostragens da componente piscícola foram executadas em conformidade com o estabelecido pela Diretiva Quadro da Água (DQA) e de acordo com o Protocolo de Monitorização e Processamento Laboratorial para o elemento Peixes na categoria Águas de Transição, documento apresentado no sítio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Assim, as amostragens foram realizadas durante o (Bloco C Armona) 15

16 período de maré vazante e durante a noite. Embora este protocolo tenha sido elaborado apenas para a categoria de águas de transição, será considerado para monitorizar esta comunidade da zona lagunar da Ria Formosa, apesar de compreender massas de água costeiras. O método de amostragem utilizado seguiu o protocolo definido por Cabral et al. (2012) e de acordo com o documento apresentado no sítio APA. As amostras biológicas foram recolhidas com recurso a um arrasto de vara de 2 metros de largura e 50 cm de altura dos patins, com um arraçal de corrente metálica e uma malha de 5 milímetros no saco. Os arrastos foram realizados a velocidade constante (velocidade média 2 Km/h), ao longo de uma extensão de cerca de 300 metros, monitorizados por GPS. Com exceção das espécies de maior sensibilidade ou com estatuto de proteção (e.g. espécies da família Syngnathidae), que foram medidas in situ e libertadas em seguida, todos os indivíduos capturados foram colocados em sacos devidamente identificados e acondicionados em arca térmica com elementos de gelo, para transporte para laboratório. Em laboratório, as amostras foram conservadas em arca congeladora (-20 Cº) até ao seu processamento. No processamento das amostras, os indivíduos presentes foram identificados até ao nível taxonómico mais baixo possível recorrendo a guias de identificação (e.g. Whitehead et al., 1986). Todos os indivíduos foram medidos (comprimento total ao milímetro inferior), quantificados e pesados em balança analítica de precisão (0,01g). A informação recolhida foi posteriormente inserida em base de dados digital (e.g. formato Excel). Durante o período de amostragem, foram recolhidos os parâmetros abióticos (temperatura, salinidade, oxigénio dissolvido e saturação, e profundidade) no início e final de cada transeto com recurso a sonda multiparamétrica (YSI - professional plus series). As medições destes parâmetros foram efetuadas à superfície, uma vez que não existia estratificação vertical Métodos de Tratamento de dados Para determinar a composição da comunidade piscícola foram considerados os seguintes parâmetros: a) Riqueza específica - número total de espécies presente; b) Abundância (ind./100 m 2 ) - número médio de indivíduos capturados por espécie, por unidade de área; A representatividade das características estruturais e funcionais das comunidades piscícolas de zonas de transição foi avaliada utilizando o Estuarine Fish Assessment Index (EFAI). Para efeitos de cálculo do índice foram também avaliadas as métricas e respetivas sub-métricas definidas por Cabral et al. (2012): a) Riqueza específica (Métrica) - número total de espécies presente; b) Espécies migradoras marinhas (Métrica) - espécies que utilizam o sistema lagunar como viveiro e que o visitam ciclicamente; (Bloco C Armona) 16

17 i. Percentagem de indivíduos (Sub-métrica); c) Espécies residentes (Métrica) - Espécies que completam todo o seu ciclo de vida no interior do sistema lagunar; i. Percentagem de indivíduos (Sub-métrica) ii. Número de espécies (Sub-métrica) d) Espécies piscívoras (Métrica) - Espécies que na sua dieta apresentam uma componente de peixe, que podem não ser estritamente piscívoras; i. Percentagem de indivíduos (Sub-métrica) ii. Número de espécies (Sub-métrica) e) Espécies diádromas (Métrica) - Espécies de migração obrigatória entre cursos de água doce e meio marinho (ou vice-versa), sem a qual não completam o seu ciclo de vida; f) Espécies introduzidas (Métrica) - Espécies que não fazem parte da fauna autóctone; g) Espécies sensíveis a perturbações (Métrica) - Espécies indicadoras de degradação e/ou perda de habitat. De modo a determinar a Qualidade Ecológica foi utilizado o índice Ecological Quality Ratios (EQR). Este índice foi gerado posteriormente com base nos valores obtidos pelo índice anterior (Cabral et al., 2012). O tratamento da informação recolhida foi realizado com recurso a estatística descritiva. Adicionalmente e para o cálculo das métricas e sub-métricas do índice EFAI (Cabral et al., 2012), foi atribuída a cada espécie presente nas amostras o respetivo grupo ecológico, grupo trófico, origem e sensibilidade a perturbação. A atribuição das categorias seguiu a nomenclatura desenvolvida por Franco et al. (2008) e foi adaptada em função do ambiente lagunar marinho da Ria Formosa, utilizando para este efeito o estudo de referência das populações de peixes existentes neste sistema (Erzini et al., 2002). A classificação atribuída a cada métrica e sub-métrica presente no índice EFAI seguiu a tabela definida por Cabral et al. (2012) para águas consideradas polihalinas, ou seja, quando as massas de água apresentam salinidade superior a 18 (Quadro 4). Quadro 4 - Classificação e respetivos critérios de atribuição para as métricas e sub-métricas do Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) para águas polihalinas (Cabral et al., 2012). Métrica e sub-métrica Classificação atribuída Riqueza específica >15 Espécies migradoras marinhas Percentagem de indivíduos 10% 10 50% >50% Espécies residentes Percentagem de indivíduos 10% ou >90% 10 30% ou 70 90% 30 70% Número de espécies >5 Espécies piscívoras (Bloco C Armona) 17

18 Sub-métrica 1 Métrica e sub-métrica Classificação atribuída Percentagem de indivíduos 10% ou >90% 10 30% ou 70 90% 30 70% Número de espécies >5 Espécies diádromas Redução do número de espécies/ Impossibilidade de completar o ciclo de vida Redução da abundância Sem redução Espécies introduzidas Presentes e abundantes Presentes mas raras Ausentes Espécies Sensíveis a perturbação Redução do número de espécies Redução da abundância Sem redução O valor final do índice é expresso como o somatório das classificações obtidas nas várias métricas. No entanto, é necessário ter em conta os casos em que uma métrica apresenta mais do que um componente (sub-métrica), como por exemplo, as espécies residentes e espécies piscívoras (Cabral et al., 2012). Quando uma métrica é constituída por duas sub-métricas, o seu resultado final é consequência da combinação das sub-métricas, de acordo com a seguinte matriz (Quadro 5): Quadro 5 - Valor de uma métrica resultante da combinação de duas sub-métricas (1 e 2) usadas no cálculo do índice EFAI. Sub-métrica O valor EQR correspondente é determinado pelo quociente da divisão do valor EFAI obtido pelo máximo valor EFAI possível (35). A cada intervalo de valores EFAI e EQR é então atribuída uma Qualidade ecológica (Quadro 6). Quadro 6 Limites dos valores EFAI, EQR e respetiva Qualidade ecológica (Cabral et al., 2012). EFAI EQR Qualidade ecológica ,20 Má ,31 Medíocre ,42 Razoável ,60 Boa (Bloco C Armona) 18

19 EFAI EQR Qualidade ecológica ,85 Excelente 3.5. Monitorização da Comunidade de Fanerogâmicas marinhas Parâmetros Avaliados Para a caracterização da comunidade de fanerogâmicas marinhas foram avaliados os seguintes parâmetros: Área total da pradaria; Número de espécies e composição específica; Densidade e percentagem de cobertura Locais e Frequência de Amostragem Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de Dragagem (Saída 3) e outra correspondendo à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), nos 3 locais na área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE: Na Barra da Armona, nas pradarias próximas do local de intervenção (PFA01; PFA02; PFA03) De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção + número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE: ex. PFA01--> Ponto Fanerogâmicas Armona Técnicas e métodos de recolha de dados A caracterização da comunidade de fanerogâmicas marinhas baseou-se no Protocolo de Monitorização e Processamento Laboratorial para o elemento Angiospérmicas Ervas marinhas na categoria Águas de transição, documento apresentado no sítio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Embora este protocolo tenha sido elaborado apenas para a categoria de águas de transição, será considerado para monitorizar esta comunidade da zona lagunar da Ria Formosa, apesar de compreender massas de água costeiras. A metodologia descrita envolve técnicas de amostragem através de fotoquadrats de 0,2 x 0,2 m, que consiste no registo fotográfico na vertical de quadrats colocados sobre as ervas marinhas de modo a (Bloco C Armona) 19

20 estimar valores de percentagem de cobertura. Este protocolo foi adaptado de forma a evitar amostragens destrutivas, sendo que para estimativas de densidade, foram contados os meristemas das plantas dentro de cada quadrat. Para a realização destas amostragens recorreu-se a mergulho com recurso a escafandro autónomo em cada local de amostragem, identificado com o auxílio de um GPS. Foram definidos 3 transetos dispostos de forma aleatória na área da pradaria. A orientação de cada transeto foi determinada de forma aleatória, gerando uma lista de valores em Excel de 0 a 360º de forma automática e aleatória. Em cada transeto foi selecionado um valor da lista e, com auxílio de uma bussola subaquática, foi desenrolado um transeto subaquático de 30 metros com essa orientação. A cada 10 metros, foi colocado um quadrat, onde foi efetuado um registo fotográfico, identificação da(s) espécie(s) presentes, determinação de densidade(s) de cada espécie e determinação do comprimento de 5 folhas com o intuito de determinar o tamanho médio da canópia. A área da pradaria foi determinada, correspondendo à medição da sua extensão em dois eixos perpendiculares um ao outro e marcando o ponto limite com recurso a GPS. Em cada local de amostragem foram igualmente determinados fatores ambientais como, a temperatura da água, profundidade e corrente (sem corrente, fraca, média, forte) Métodos de Tratamento de dados De forma a responder aos objetivos da monitorização foram considerados os seguintes parâmetros: a) Área da pradaria - corresponde à área estimada da pradaria por local de amostragem; b) Número de espécies e composição específica foi considerada para cada local de amostragem; c) Densidade das espécies - número médio de shoots por espécie por quadrat (0,04 m 2 ) e por local de amostragem. d) Percentagem de cobertura percentagem da área de cada quadrat coberto por ervas marinhas. A estimativa dos parâmetros acima mencionados tem como objetivo verificar a afetação direta e indireta do projeto nos habitats onde ocorrem comunidades de fanerogâmicas marinhas de elevado valor ecológico. Os dados serão analisados com base em estatísticas descritivas de modo a permitir a perceção de alterações dos dados qualitativos e quantitativos Monitorização da População de Cavalo-marinho Parâmetros Avaliados Para a caracterização das populações de cavalo-marinho foram avaliados os seguintes parâmetros: (Bloco C Armona) 20

21 Área da pradaria; Presença de espécies, número de indivíduos e densidade Locais e Frequência de Amostragem Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de Dragagem (Saída 3) e outra correspondendo à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), nos 4 locais na área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE. Na barra da Armona (PCMA01; PCMA02; PCMA03); Num ponto Controle junto à população de cavalo-marinho referenciada na proximidade da barra da Armona (PCMA04). De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo com a seguinte regra: Ponto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção + número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE: ex. PCMA01--> Ponto Cavalo-Marinho Armona Técnicas e métodos de recolha de dados A monitorização da população de cavalo-marinho foi baseada no protocolo indicado por Curtis et al. (2004), recorrendo a mergulho com escafandro autónomo para a realização de transetos e censos visuais subaquáticos. Os locais de amostragem foram identificados no campo com auxílio de um GPS. Em cada local foram efetuados 3 transetos de 30 metros colocados aleatoriamente na pradaria. A orientação de cada transeto foi determinada de forma aleatória, gerando uma lista de valores em Excel de 0 a 360º de forma automática e aleatória. Em cada transeto foi selecionado um valor da lista e, com auxílio de uma bussola subaquática, foi desenrolado um transeto subaquático de 30 metros com essa orientação. Uma equipa constituída por dois mergulhadores percorreu cada transeto efetuando censos visuais de forma lenta, afastando cuidadosamente algas ou ervas que possam estar a bloquear a visão, numa área de observação até 2 metros de cada lado do transeto. O protocolo foi adaptado de forma a evitar ao máximo a perturbação dos indivíduos, pelo que para cada individuo observado, foi registado a espécie e o tamanho aproximado. De modo a caracterizar o tipo de habitat presente, a cada 10 metros foi registado a profundidade e tipo de habitat. No caso da presença de ervas marinhas, foram determinadas as espécies de ervas presentes, a altura da canópia (medição de 5 folhas aleatoriamente) e a presença de algas. A área da pradaria foi determinada, correspondendo à medição da sua extensão em dois eixos perpendiculares um ao outro e marcando o ponto limite com recurso a GPS. Uma vez que a visibilidade da água e a quantidade de luz disponível são fatores determinantes na realização de censos visuais, em cada local de amostragem foi determinada a visibilidade da água (visibilidade boa aproximadamente 0,5 metros de visibilidade; média entre 0,5 e 0,2 metros; baixa (Bloco C Armona) 21

22 menos de 0,2 metros) e cobertura do céu por nuvens (totalmente encoberto 80 a 100%; medio 30 a 80%; descoberto 0 a 30%). A visibilidade da água foi determinada pela distância aproximada em que um mergulhador deixaria de ver nitidamente outro mergulhador e a cobertura do céu foi determinada por determinação aproximada da percentagem de cobertura do céu por nuvens Métodos de Tratamento de dados De forma a responder aos objetivos da monitorização, foram considerados os seguintes parâmetros: a) Área da pradaria (se presente) - corresponde à área estimada da pradaria por local de amostragem; b) Presença da espécie indicação da presença/ausência das espécies por local de amostragem; c) Número de indivíduos - consiste no número médio de indivíduos por transeto de amostragem. A estimativa dos parâmetros acima mencionados tem como objetivo verificar o impacte das dragagens nas populações locais de cavalo-marinho (Hippocampus hippocampus e H. guttulatus). Os métodos de análise deverão envolver métodos estatísticos, que permitam a análise da variação temporal das comunidades Monitorização da Comunidade de Aves Aquáticas Parâmetros Avaliados Para a caracterização da comunidade de aves aquáticas foram avaliados os seguintes: Presença de espécies e número de indivíduos; Riqueza específica e abundância Locais e Frequência de Amostragem Foram realizadas duas campanhas de amostragem, uma correspondente à monitorização em Fase de Dragarem (Saída 3) e outra correspondente à Fase de Pós-Dragagem (Saída 4), nos 3 locais na área de intervenção 3 (Bloco C Armona) (Anexo 7.1.1), de acordo com o definido na respetiva DCAPE: Na barra da Armona (1 transeto); Na praia de Faro (2 transetos). (Bloco C Armona) 22

23 De modo a facilitar as análises, a cada local de amostragem foi atribuído um código de identificação de acordo com a seguinte regra: Transeto + iniciais da comunidade biológica + iniciais da área de bloco de intervenção + número do local de amostragem de acordo com o definido na respetiva DCAPE: ex. TAA01--> Transeto Aves Armona Técnicas e métodos de recolha de dados Em cada campanha, a metodologia consistiu na deslocação do observador até ao local previamente estabelecido (com o auxílio de um GPS), permanecendo imóvel e em silêncio durante dois minutos, de modo a permitir o regresso de aves que se tivessem afastado com a sua chegada ao local. Cada transeto foi percorrido tendo sido contadas e registadas todas as aves aquáticas até uma distância máxima de 250m. Para cada observação foi registada a espécie e o respetivo número de indivíduos observados. As condições meteorológicas em que o ponto foi realizado foram igualmente registadas. As contagens foram sempre realizadas durante a maré baixa, por serem os períodos do dia mais propícios à inventariação deste grupo. Todos os contatos realizados foram cartografados num mapa descriminando o seu comportamento no momento da observação Métodos de Tratamento de dados De forma a responder aos objetivos da monitorização serão considerados os seguintes parâmetros: a) A abundância relativa consistiu no número médio de indivíduos por transeto de amostragem. b) A riqueza específica relativa consistiu no número médio de espécies por transeto de amostragem. c) A abundância relativa por espécie consistiu no número médio de indivíduos por espécie por ponto de amostragem. A estimativa dos parâmetros acima mencionados tem como objetivo fundamental perceber se ao longo do tempo as intervenções previstas têm algum tipo de influência na comunidade de aves aquáticas local. Os dados obtidos no trabalho de campo foram inseridos num SIG, o que permitiu uma análise espacial e o mapeamento das áreas de alimentação e/ou nidificação (quando se observaram indícios) por este grupo de aves. Foi definido um raio de 50m em torno de todas as observações de aves pousadas, de forma a definir áreas potenciais de alimentação/descanso. (Bloco C Armona) 23

24 3.8. Relação dos dados com características do projeto ou do ambiente exógeno ao projeto O presente programa de monitorização segue um desenho experimental que permite acompanhar a evolução das comunidades biológicas na área a intervencionar, antes, durante e depois da ocorrência do impacto. Paralelamente, a recolha de parâmetros externos ao projeto, nomeadamente fatores ambientais e a sua variação entre locais e épocas de amostragem permite estabelecer uma relação entre eventuais alterações nos padrões de atividade ao longo do tempo e a ocorrência de outros fatores exógenos ao projeto. Os dados recolhidos serão incorporados em SIG e estudados estatisticamente, sempre que possível, com vista a aferir a significância em termos da sua influência sobre a comunidade em estudo. Caso não seja possível uma análise estatística por falta de robustez, será efetuado, contudo, uma análise qualitativa dos parâmetros com vista a identificar possíveis alterações na comunidade. Nesta temática, mais se acrescenta que se procurará ainda avaliar a relação entre outros fatores exógenos e os resultados obtidos das comunidades em estudo. Serão efetuadas análises estatísticas sempre que existir robustez de dados, ou, em ultimo caso, uma análise qualitativa de forma a evidenciar potenciais relações com fatores externos Critérios de avaliação de dados O efeito das ações causadores de impacte confirmam-se sempre que, em termos estatísticos (significância, p <0,05), as variáveis explicam relações significativas na comunidade biológica em estudo. Nos casos em que a estrutura dos dados não permita a realização de análises estatísticas robustas, serão avaliadas as tendências de forma a detetar diferenças. Uma vez que o presente relatório corresponde ao relatório final do projeto, englobando as fases de Pré- Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem, sempre que necessário, serão apresentadas análises que permitam determinar alterações relativamente à situação inicial de referência. (Bloco C Armona) 24

25 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Comunidade Bentónica Distribuição e abundância de espécies Os resultados da identificação de organismos bentónicos presentes nas amostras obtidas nos pontos de amostragem da área de intervenção 3, na saída 3, revelam elevada abundância de organismos na zona do controlo (PBA02) face à área a ser intervencionada (PBA01) (Quadro 17, do Anexo IV Resultados, e Figura 2). Isto deve-se à elevada abundância de Ophelia cf laubieri no ponto PBA02, sendo que os mesmos são uma grande percentagem dos indivíduos presentes neste local e nos dados obtidos na saída 3. Já no que toca à riqueza específica, o ponto da zona de controlo (PBA02), também é o que apresenta um valor mais elevado com 16 espécies, contra as 9 do PBA01 (Figura 2). Na saída 4, também se observam valores de abundância mais elevados na área controlo (PBA02), face ao observado na área a ser intervencionada (PBA01) (Quadro 17, do Anexo IV Resultados, e Figura 3). Isto deve-se à elevada abundância de Branchiostoma lanceolatum, de Goniadella bobrezkii, de Ophelia cf laubieri e de Ophelia neglecta no ponto PBA02, sendo que os mesmos correspondem a uma grande percentagem dos indivíduos presentes neste local e nos dados obtidos na saída 4. Relativamente à riqueza específica, o ponto da zona de controlo (PBA02), também é o que apresenta um valor mais elevado com 51 espécies, contra as 15 do PBA01 (Figura 3). (Bloco C Armona) 25

26 Abundância Riqueza específica Abundância Riqueza específica PBA01 PBA02 0 Número de indivíduos Número de espécies Figura 2 - Abundância e riqueza específica de macroinvertebrados bentónicos em cada local de amostragem, na saída 3 (2ª campanha da Fase de Dragagem) PBA01 PBA02 0 Número de indivíduos Número de espécies Figura 3 - Abundância e riqueza específica de macroinvertebrados bentónicos em cada local de amostragem, na saída 4 (Fase de Pós-Dragagem). Do conjunto de resultados da identificação de organismos bentónicos presentes nas amostras obtidas nos pontos de amostragem da área de intervenção 3 (Armona), em cada uma das fases do projeto (Fase de Pré-Dragagem, Durante a Dragagem e Pós-Dragagem), é possível observar que, de uma forma geral, os valores de abundância na área controlo aumentam ao longo das 3 fases do projeto (Figura 4). Por outro (Bloco C Armona) 26

27 Abundância Riqueza específica lado, na área de estudo observou-se um aumento do número de indivíduos e espécies da fase de Pré- Dragagem para a fase de Dragagem, tendo-se verificado uma diminuição na fase de Pós-Dragagem. De uma forma geral, os valores de abundância e riqueza específica foram inferiores na área de estudo, face ao observado na área controlo, em todas as fases do projeto. Contudo, através da análise dos resultados obtidos, não é possível avaliar se as dragagens efetuadas nesta área de intervenção possam estar a causar impactes negativos nas comunidades de invertebrados bentónicos presentes, podendo as alterações observadas serem causadas por fatores exógenos ao projeto Área de estudo Área controlo Área de estudo Área controlo Área de estudo Área controlo Pré-Dragagem Dragagem Pós-Dragagem Número de indivíduos Número de espécies Figura 4 - Abundância e riqueza específica de macroinvertebrados bentónicos em cada área de amostragem, nas três fases do Projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem) Diversidade e Equitabilidade Relativamente ao índice de diversidade de Shannon-Wiener (Figura 5 saída 3; Figura 6 saída 4) e o índice de Equitabilidade de Pielou (Figura 7 saída 3; Figura 8 saída 4) verificou-se que, de uma forma geral, os valores médios mais elevados foram obtidos na área de estudo no dados recolhidos na saída 3, contrariamente ao observado na saída 4, em que se registou valores médios ligeiramente mais elevados na área controlo. No que diz respeito à área de estudo, os valores de diversidade obtidos são algo baixos, tendo em conta que uma elevada diversidade é normalmente associada a valores de 5 (Krebs, 1999). O cálculo do índice de diversidade tem em consideração o número de espécies e a sua abundância, o que, tendo em conta os resultados obtidos levou à obtenção destes valores reduzidos. Relativamente à equitabilidade, a tendência mantém-se com os valores a serem mais elevados para a área de estudo na saída 3 e mais elevados na área controlo na saída 4. Observa-se que, em ambos os casos, os valores de riqueza específica, refletem-se na diversidade, já que para a área de controlo um maior número de (Bloco C Armona) 27

28 Indíce de Diversidade (H') Indíce de Diversidade (H') espécies refletiu-se numa maior diversidade, refletindo também a maior homogeneidade de distribuição dos indivíduos pelas diferentes espécies. 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Área de estudo Área controlo Figura 5 - Valores médios do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H ) registados por tipologia de área de afetação, na saída 3 (2ª campanha da Fase de Dragagem). 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Área de estudo Área controlo Figura 6 - Valores médios do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H ) registados por tipologia de área de afetação, na saída 4 (Fase de Pós-Dragagem). (Bloco C Armona) 28

29 Indíce de Diversidade (H') Equitabilidade (J) 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 Área de estudo Área controlo Figura 7 - Valores médios do índice de equitabilidade de Pielou (J) registados por área tipologia de área de afetação, na saída 3 (2ª campanha de Fase de Dragagem). 2 1,8 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Área de estudo Área controlo Figura 8 - Valores médios do índice de equitabilidade de Pielou (J) registados por área tipologia de área de afetação, na saída 4 (Fase de Pós-Dragagem). Para os valores obtidos nos cálculos do índice de diversidade de Shannon-Wiener (Figura 9) e índice de Equitabilidade de Pielou (Figura 10), em cada uma das fases do projeto (Fase de Pré-Dragagem, Durante a Dragagem e Pós-Dragagem), verificou-se que foi na área de estudo, durante a fase de Dragagem, que se registaram os valores mais elevados. De uma forma geral, os valores de diversidade em ambas as áreas são relativamente baixos, com exceção do verificado na área de estudo na fase de Dragagem (Krebs, 1999). Valores de diversidade e equitabilidade mais elevados, significam que as comunidades estarão distribuídas de forma mais homogénea, demonstrando que a comunidade de organismos bentónicos (Bloco C Armona) 29

30 Equitabilidade (J) Indíce de Diversidade (H') apenas na área de estudo durante a fase de Dragagem apresentou uma boa distribuição de indivíduos relativamente às espécies observadas. Contudo, este resultado não reflete o evidenciado atrás, no que se refere à abundância observada nesta área, onde se registou um número relativamente baixo de indivíduos Área de estudo Área controlo Área de estudo Área controlo Área de estudo Área controlo Pré-Dragagem Dragagem Pós-Dragagem Figura 9 - Valores médios do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H ) registados em cada área de amostragem, nas 3 Fases do Projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem). 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Área de estudo Área controlo Área de estudo Área controlo Área de estudo Área controlo Pré-Dragagem Dragagem Pós-Dragagem Figura 10 - Valores médios do índice de equitabilidade de Pielou (J) registados em cada área de amostragem, nas 3 Fases do Projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem). (Bloco C Armona) 30

31 Granulometria e matéria orgânica No que toca à granulometria (Quadro 7) observou-se que ambas as áreas são muito semelhantes e dominadas por sedimentos médios, desde areia muito grossa a areia média. Observando os valores de percentagem de matéria orgânica (Quadro 7), regista-se a mesma tendência de ambos os locais serem muito semelhantes, observando-se valores ligeiramente superiores na área controlo, em ambas as saídas. Quadro 7 Qualidade dos sedimentos relativamente a valores médios dos parâmetros granulometria e teor de matéria orgânica por tipologia de área de afetação. A negrito estão indicadas as duas categorias de sedimento dominante por área. Granulometria (%) Campanha Área Matéria orgânica (%) Cascalho > 2mm Areia muito grossa 2mm- 1mm Areia grossa 1mm- 0.5mm Areia média 500um - 250um Areia fina 250um- 125um Areia muito fina 125um- 63um Siltes e argila <63um Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Campanha da Fase Pós- Dragagem) Intervenção 0,20 14,13 31,21 33,79 19,61 1,23 0,03 0,00 Controlo 0,22 3,52 10,99 32,28 50,99 2,20 0,03 0,00 Intervenção 0,26 5,28 24,54 49,47 20,25 0,45 0,01 0,00 Controlo 0,39 39,45 13,10 18,26 22,71 6,35 0,10 0, Avaliação do grau de perturbação No que diz respeito à avaliação do grau de perturbação (Quadro 8; Figura 11), com base na aplicação do índice AMBI, observa-se que tanto o ponto realizado na área de intervenção (PBA01), como o ponto da área controlo (PBA02), apresentam um baixo grau de perturbação em todas as fases do projeto (Fase de Pré-Dragagem, Durante a Dragagem, Pós-Dragagem). Relativamente à área intervencionada, ponto PBA01, apenas há a salientar que o mesmo obteve uma pontuação do índice AMBI correspondente à classe de Não Perturbado na fase Pré-Dragagem, tendo-se verificado o aumento do grau de perturbação nas saídas seguintes que foram realizadas, passando assim a estar com um nível de perturbação de Ligeiramente perturbado. No entanto, apesar de se ter evidenciado um ligeiro aumento do nível de perturbação no ponto PBA01, que se localiza na área de intervenção, não é possível aferir se este resultado é causado pelas dragagens efetuadas, uma vez que o agravamento do grau de perturbação também se verificou no ponto realizado na área controlo (PBA02), da fase de Pré-Dragagem para a fase de Dragagem, podendo esta alteração estar associada a outros fatores exógenos ao projeto. (Bloco C Armona) 31

32 Quadro 8 Valores obtidos para o cálculo do AMBI e respetivas percentagens (%) de espécies em cada grupo, de acordo com o seu grau de sensibilidade. Estação Saída % GI % GII % GIII % GIV % GV AMBI PBA01 (Área de intervenção PBA02 (Área controlo) Saída 1 (Fase de Pré- Dragagem) Saída 2 (1ª campanha da Fase de Dragagem) Saída 3 (2ª campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Fase de Pós- Dragagem) Saída 1 (Fase de Pré- Dragagem) Saída 2 (1ª campanha da Fase de Dragagem) Saída 3 (2ª campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Fase de Pós- Dragagem) Classificação do grau de perturbação 77,4 7,3 15, ,398 Não perturbado 23,9 54,8 18,1 3,2 0 1,533 Ligeiramente perturbado 38,5 38,5 23, ,729 Ligeiramente perturbado 24,3 40,5 32,4 2,7 0 1,742 Ligeiramente perturbado 23,2 37,2 38,4 0 1,2 1,474 Ligeiramente perturbado 8,8 19,5 3,3 0 68,4 4,547 Moderadamente perturbado 63,4 25,4 9,9 1,4 0 0,687 Não perturbado 61,4 31,2 6,6 0,1 0,7 0,76 Não perturbado (Bloco C Armona) 32

33 Figura 11 Evolução do grau de perturbação antes e pós impacto (comparação da Fase Pré-Dragagem e Fase Pós-Dragagem). (Bloco C Armona) 33

34 4.2. Comunidade Piscícola Na área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) (massa de água costeira CWB-I-6), os arrastos efetuados cobriram uma distância média (± desvio padrão) de 323,3 (± 24,44) metros durante a Saída 3 e 296,8 (± 117,66) na Saída 4. A estas distâncias percorridas correspondeu uma área média amostrada por arrasto de 695,1 (± 52,55) m 2 para a Saída 3 e 638,1 (± 252,95) m 2 para a Saída 4. No total dos arrastos efetuados na Saída 3 foram capturados 30 indivíduos a que correspondeu um peso total de 578,82 g. Estes 30 indivíduos presentes nas amostras representaram 5 espécies distribuídas por 5 famílias distintas (Quadro 9). Na Saída 4, os eventos de amostragem efetuados capturaram 13 indivíduos pertencentes a 5 espécies representando 5 famílias. Os 13 organismos capturados na Saída 4 representaram 133,73 g em peso Composição da Comunidade Nesta área, em ambas as saídas analisadas, as amostras foram caracterizadas por um baixo número de organismos capturados. Este facto foi mais evidente para a última saída (Saída 4) onde apenas dois dos três replicados efetuados continham peixes (13 indivíduos no total). Nas Saídas 3 e 4, a família Gobiidae (Cabozes) foi a mais representada nas amostras recolhidas com 22 e 7 indivíduos, respetivamente. Os cabozes representaram sempre mais de metade do número total de organismos capturados independentemente da saída analisada (73% na Saída 3 e 54% na Saída 4). A família Soleidae (Linguados) foi a segunda mais abundante na Saída 3 (5 indivíduos), enquanto na Saída 4 foram as famílias Soleidae (Linguados) e Ammodytidae (Galeotas) com 2 indivíduos presentes nas amostras que ocuparam esta posição (Quadro 9). Individualmente, as restantes famílias presentes na área de intervenção 3 durante as Saídas 3 e 4 foram apenas representadas por 1 indivíduo. Em termos específicos a composição da comunidade seguiu o padrão observado na análise por famílias. Assim, o Caboz-da-areia (Pomatoschistus microps) com valores de densidade média de 1,09 (±1,08) ind/100 m 2 na Saída 3 e 0,40 (±0,35) ind/100 m 2 na Saída 4 foi a espécie mais abundante. Ao Caboz-daareia, seguiram-se o Linguado-da-areia (Pegusa lascaris) com valores de densidade de 0,24 (±0,21) ind/100 m 2 na Saída 3, e a Galeota (Ammodytes tobianus) com 0,19 (±0,33) ind/100 m 2 e o Linguado-daareia (Pegusa lascaris) com 0,08 (±0,15) ind/100 m 2 durante a Saída 4. As restantes espécies presentes contribuíram menos para a composição da comunidade (Quadro 9). Quadro 9 Valores de densidade média (± desvio padrão) para cada uma das espécies capturadas nos locais de amostragem. Família Espécie Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Fase Pós-Dragagem) PPA01 PPA01 Ammodytidae Ammodytes tobianus 0,19 (±0,33) Atherinidae Atherina presbyter 0,05 (±0,09) Callionymidae Callionymus risso 0,10 (±0,17) (Bloco C Armona) 34

35 Família Espécie Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Fase Pós-Dragagem) PPA01 PPA01 Gobiidae Pomatoschistus microps 1,09 (±1,08) 0,40 (±0,35) Scophthalmidae Scophthalmus maximus 0,05 (±0,09) Soleidae Pegusa lascaris 0,24 (±0,21) 0,08 (±0,15) Syngnathidae Hippocampus hippocampus 0,05 (±0,09) Trachinidae Echiichthys vipera 0,04 (±0,07) Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) e Ecological quality ratios (EQR) Uma vez que na área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) existe apenas um local de amostragem que se insere numa única massa de água (CWB-I-6) os valores calculados para os índices refletem a qualidade ecológica de todos. Na Saída 3 a área de intervenção 3 obteve um valor de 21 e 0,60 para os índices EFAI e EQR respetivamente (Quadro 10). Na Saída 3, os valores dos índices obtidos para esta área correspondem à classificação de "Boa" no que respeita à qualidade ecológica. Na Saída 4, os valores de EFAI e EQR diminuíram para 17 e 0,49, respetivamente, a que correspondeu uma Qualidade Ecológica "Razoável" (Quadro 10). Quadro 10 Resultados, classificação das métricas e valores obtidos para o Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) e Ecological quality ratios (EQR) da massa de água " CWB-I-6" e local de amostragem. Campanha Métricas e sub-métricas (EFAI) Resultado Classificação Valor EFAI EQR Riqueza específica Espécies migradoras marinhas 1 Percentagem de indivíduos 0,0 1 Espécies residentes 3 Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Percentagem de indivíduos 80,0 3 Número de espécies 3 3 Espécies piscívoras 1 Percentagem de indivíduos 3,33 1 Número de espécies 2 1 Espécies diádromas Espécies introduzidas Espécies Sensíveis a perturbação (Bloco C Armona) 35

36 Campanha Métricas e sub-métricas (EFAI) Resultado Classificação Valor EFAI EQR EFAI TOTAL 21 0,6 Qualidade Ecológica Boa Riqueza específica Espécies migradoras marinhas 1 Percentagem de indivíduos 0,0 1 Espécies residentes 3 Percentagem de indivíduos 69,2 5 Número de espécies 2 1 Saída 4 (Fase de Pós- Dragagem) Espécies piscívoras 1 Percentagem de indivíduos 7,69 1 Número de espécies 1 1 Espécies diádromas Espécies introduzidas Espécies Sensíveis a perturbação EFAI TOTAL 17 0,49 Qualidade Ecológica Razoável Parâmetros Ambientais Relativamente aos parâmetros ambientais, a área de intervenção 3 apresentou, nas duas Saídas, valores típicos de uma zona marinha costeira bem oxigenada. A percentagem de saturação de Oxigénio apresentou valores relativamente estáveis (100%) na Saída 3 enquanto na Saída 4 foram registados valores ligeiramente superiores (entre 103% e 109%). A concentração de Oxigénio dissolvido acompanhou a tendência dos valores de saturação, mantendo-se entre 7,7 e 8,0 mg/l na Saída 3 e na Saída 4 entre 8,4 e 8,8 mg/l. Nesta área, a profundidade nunca ultrapassou os 2,7 metros independentemente da Saída analisada (Quadro 11), embora em cada um dos replicados efetuados em cada saída se tenha verificado um aumento de 30 cm de profundidade da Saída 3 para a Saída 4. Nesta área, a salinidade foi estável ao longo das duas Saídas e apenas no terceiro replicado na Saída 4 esteve abaixo de 36. Já a temperatura da água esteve cerca de 2ºC abaixo de dezembro (saída 3) para abril (saída 4). Quadro 11 Valores médios dos parâmetros ambientais registados em cada evento de amostragem. Campanha Local de amostragem Replicado Temperatura ( C) Salinidade ( ) O2 (mg/l) O2 (%) Profundidade (m) PPA ,2 36,3 7,7 100,2 2,3 (Bloco C Armona) 36

37 Campanha Local de amostragem Replicado Temperatura ( C) Salinidade ( ) O2 (mg/l) O2 (%) Profundidade (m) Saída 3 (2ª Campanha da Fase de Dragagem) Saída 4 (Fase de Pós- Dragagem) PPA ,4 36,2 8,0 100,1 2,2 PPA ,4 36,3 7,7 99,8 2,2 PPA ,5 36,2 8,7 109,0 2,6 PPA ,3 36,2 8,8 109,4 2,5 PPA ,0 34,2 8,4 103,9 2,5 De um modo geral, a comunidade piscícola da área de intervenção 3 foi composta por espécies comuns nas zonas costeiras do Algarve. Nesta área e durante as Saídas 3 e 4, as espécies de peixes consideradas residentes na Ria Formosa foram as mais abundantes na comunidade, representando na Saída 3, 80% do total de indivíduos capturado e na Saída 4, 69%. As restantes espécies presentes são tipicamente marinhas e embora ocorram ao longo da costa Algarvia, apenas ocasionalmente visitam o interior da Ria Formosa. Dada a proximidade desta área de intervenção com o interior do sistema lagunar é natural que as espécies residentes tenham sido a componente mais importante na estrutura da comunidade. Por outro lado, a ocorrência de espécies marinhas ocasionais está relacionada com a localização geográfica da área de intervenção 3, uma vez que esta se encontra em zona de barra onde as condições são, à partida, mais similares a zonas marinhas costeiras e por isso mais propícias à ocorrência deste tipo de espécies. A localização da área em estudo pode também ter sido um fator condicionante para o reduzido número de espécies presente e a sua respetiva abundância, uma vez que a cada ciclo de maré, esta zona se encontra sujeita a um forte hidrodinamismo. Em termos específicos, o pequeno Caboz-da-areia: P. microps foi a espécie mais numerosa nas comunidades nas Saídas 3 e 4. A maior abundância desta espécie de peixe não surpreende, visto que na Ria Formosa tende a dominar as comunidades piscícolas de baixa profundidade e de substrato arenoso (Erzini et al., 2012). A maioria das espécies presentes nesta área de intervenção apresenta uma relação próxima com o fundo e estão dependentes destes habitats de substrato móvel para a sua sobrevivência (o Pregado: Scophthalmus maximus, Linguado-da-areia: P. lascaris, o Peixe-aranha: Echiichthys vipera, o Peixe-pau: Callionymus risso, o Caboz-da-areia: P. microps ou a Galeota: Ammodytes tobianus). Esta última espécie tem mesmo grande dependência deste habitat pois encontra-se frequentemente enterrada em zonas de areia grosseira. Nesta área de intervenção e apenas durante a Saída 3, foi observado um exemplar de Cavalo-marinho: Hippocampus hippocampus. Esta espécie, que no presente estudo é considerada sensível a perturbações, não é comum nestes habitats de extremo hidrodinamismo e possivelmente terá sido arrastada para esta zona pelas correntes de maré vazante. (Bloco C Armona) 37

38 Existiu uma diminuição considerável na abundância piscícola, realidade sobretudo relacionada com diminuição da abundância do caboz da areia (P. microps). Como não houve mudanças consideráveis na profundidade, nem em geral nas condições ambientais, desconhece-se a causa para tal decréscimo na abundância de cabozes na área. Acresce que na ausência de pontos de controlo, a referida diminuição na densidade piscícola não pode, em rigor, ser associada às dragagens. Em todo o caso, importa referir que esta espécie é das mais abundantes na Ria, tendo à sua disposição habitats em quantidades assinaláveis (Erzini et al., 2002; Ribeiro et al., 2006, 2008, 2012; Almeida et al., 2008). O resultado final dos índices EFAI e EQR determinaram uma "Boa" qualidade ecológica para a área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) durante a Saída 3. Por outro lado, e porque na Saída 4 não foi observado nenhum organismo considerado sensível a perturbação, o valor dos índices EFAI e EQR foi afetado e a qualidade ecológica foi considerada "Razoável". Deve ser esclarecido que esta alteração na classificação se deveu unicamente ao facto de se ter capturado um indivíduo de Hippocampus hippocampus durante a Saída 3 e que não parece ter existido uma real diminuição da qualidade ecológica nesta área de intervenção durante a Saída 4. Apesar dos índices usados (EFAI e EQR) serem apropriados para avaliar a qualidade geral e ecológica de uma massa de água de transição, deverão ser levados em consideração outros aspetos quando se trata de avaliar o impacto ou de efetuar uma monitorização resultante de uma atividade humana como as dragagens, nomeadamente: - Avaliar da existência de habitats e espécies ameaçados e/ou vulneráveis, nomeadamente aqueles que já detêm um estatuto de conservação; - Avaliar aspetos biológicos básicos como sejam as densidades e biomassas, frequências de ocorrência e épocas e áreas de reprodução. Noutros sistemas a existência de viveiros de peixes, isto é, de locais de desenvolvimento de juvenis seria de extrema importância, porque constituem habitats essenciais para peixes, mas no caso em concreto, a Ria Formosa, é uma lagoa costeira que no seu todo constitui um viveiro para inúmeras espécies piscícolas e por outro lado, a técnica de amostragem utilizada privilegia a captura de juvenis, pelo que este parâmetro foi apenas contemplado em caso de espécies ameaçadas Evolução global da qualidade ecológica As amostras recolhidas nas quatro saídas de amostragem demonstraram que as populações de peixes existentes na área de intervenção 3 foram constituídas por espécies consideradas residentes na Ria Formosa e por espécies marinhas ocasionais, embora a proporção destes grupos ecológicos nas comunidades tenha oscilado em função da saída analisada e da correspondente fase do projeto (Fase de Pré-dragagem, Durante a Dragagem e Pós-dragagem). Ao longo do estudo foi também claro que esta área foi caracterizada por comunidades compostas por relativamente poucas espécies e baixo número de organismos (Figura 12), refletindo as condições existentes em zonas adjacentes a barras. (Bloco C Armona) 38

39 Densidade de individuos (/100 m2) Número de espécies (s) 6 1, ,8 3 0,6 2 0,4 1 0,2 0 Riqueza específica 0 Figura 12 - Evolução dos valores obtidos para do número de espécies (S) e a densidade de indivíduos (ind/100m 2 ) da área de intervenção 3 (Bloco C - Armona e massa de água "CWB-I-6 ).* Os valores correspondentes à Fase de Dragagem são valores médios uma vez que esta fase inclui a informação média das Saídas 2 e 3. A riqueza específica observada nesta zona de intervenção manteve-se estável em todo o estudo e ao longo de todas as saídas estiveram sempre presentes 5 espécies, embora com algumas diferenças, dependendo da saída. Por outro lado, não obstante a reduzida abundância de organismos, foi evidente o seu decréscimo ao longo das fases do projeto de dragagem (Figura 12). Na primeira fase do projeto, antes das operações de dragagem, os valores médios de densidade eram ligeiramente superiores a 5 ind./100m 2. Ao longo da fase seguinte, com o início das dragagens (3 de Setembro de 2015), os valores médios de densidade decresceram para menos de 2 ind./100m 2, atingindo o mínimo de 0,8 na última fase (depois de terminadas as operações de dragagem) (Figura 1). A diminuição dos valores médios de (Bloco C Armona) 39

40 Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) Ecological Quality Ratios (EQR) Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) Ecological Quality Ratios (EQR) densidade não foi acompanhada por uma correspondente diminuição de qualidade ecológica ( 25 EFAI EQR 1 0,9 20 0,8 0,7 15 0,6 0,5 10 0,4 0,3 5 0,2 0,1 0 Pré-Dragagem Dragagem* Pós-Dragagem 0 Figura 13). De facto, durante as operações de dragagem, a qualidade ecológica da área de intervenção 3 melhorou de "Razoável" (Fase de Pré-Dragagem) para "Boa" (Fase Durante a Dragagem). Foi precisamente a diminuição da abundância da espécie mais numerosa na Fase de Pré-Dragagem (o Caboz-da-areia, P. microps) que equilibrou a comunidade (Figura 14) e gerou valores mais elevados do índice EFAI e correspondente EQR (Oliveira et al., 2015). 25 EFAI EQR 1 0,9 20 0,8 0,7 15 0,6 0,5 10 0,4 0,3 5 0,2 0,1 0 Pré-Dragagem Dragagem* Pós-Dragagem 0 Figura 13 - Evolução dos valores obtidos para o Estuarine Fish Assessment Index (EFAI) e Ecological quality ratios (EQR) da área de intervenção 3 (Bloco C - Armona e massa de água "CWB-I-6"; Fase do projeto: 1 antes; 2 durante e 3 depois das operações de dragagem).* Os valores correspondentes à Fase de Dragagem são valores médios uma vez que esta fase inclui a informação conjunta das Saídas 2 e 3. (Bloco C Armona) 40

41 Densidade de indivíduos (ind/100m 2 ) Outros Echiichthys vipera Pegusa lascaris Callionymus risso Ammodytes tobianus Pomatoschistus microps 1 0 Qualidade: Pré-Dragagem Razoável Dragagem* Boa Pós-Dragagem Razoável Qualidade Pré-dragagem Razoável Qualidade Durante Boa Qualidade Pós-dragagem Razoável (Fase 1) (Fase 2) (Fase 3) * Figura 14 - Evolução dos valores de densidade de indivíduos das cinco espécies mais abundantes em função da fase do projeto na área de intervenção 3 (Bloco C - Armona e massa de água "CWB-I-6").* Os valores correspondentes à Fase de Dragagem são valores médios uma vez que esta fase inclui a informação conjunta das Saídas 2 e 3. A posterior diminuição da qualidade ecológica na fase de Pós-Dragagem, quando a área de intervenção 3 voltou à categoria "Razoável", deveu-se unicamente à ocorrência ocasional na Saída 3, de um Cavalomarinho da espécie H. hippocampus e como descrito anteriormente, às limitações da métrica "Espécies sensíveis a perturbações" e não a uma real diminuição da qualidade ecológica. Deve ainda ser referido que na área de intervenção 3 (Bloco C - Armona), 92% dos indivíduos presentes nas amostras se encontravam na sua fase adulta. Os restantes 8%, maioritariamente espécies marinhas ocasionais, estavam abaixo do tamanho de primeira maturação (e.g. Scophthalmus maximus, S. rhombus, Pegusa lascaris ou Bothus podas) Comunidade de Fanerogâmicas marinhas A monitorização de fanerogâmicas marinhas realizada nas duas últimas saídas (saída 3 e saída 4) confirmou os dados determinados na saída anterior (Saída 2), ou seja, a pradaria mista localizada no ponto PFA01 perdeu alguma riqueza específica, tornando-se assim uma pradaria monoespecífica de Z. noltii. Esta pradaria já se encontrava muito fragmentada na saída 1, e o desaparecimento/regressão poderá estar provavelmente relacionado com o acentuado hidrodinamismo da ria ou com outros fatores exógenos ao projeto e não com as atividades de dragagem, uma vez que estas decorreram a mais de metros de distância deste ponto (Figura 15). (Bloco C Armona) 41

42 Figura 15 Distancia dos pontos de amostragem às áreas de dragagem e área atual das pradarias Na saída 4 verificou-se um aumento da média da densidade da pradaria de Z. noltii face às saídas anteriores para valores médios próximos dos 500 shoots/quadrat (ponto PFA01; Figura 16). Já a altura média da canópia parece ter diminuído ligeiramente nesta saída, sendo esta diminuição pouco expressiva (Figura 17). A pradaria de Z. marina localizada no ponto PFA03 aumentou a sua área entre a saída 3 e a saída 4, estimando-se atualmente cerca de m 2 bem consolidados (Figura 18). Ao longo do período de monitorização do projeto, esta pradaria foi sofrendo oscilações temporais ligeiras de densidade e área ( Figura 19 e Figura 21), típico deste tipo de organismos numa área bastante dinâmica (a Ria Formosa). No caso da variação da altura da canópia, o decréscimo verificado durante a fase de Dragagem poderá deverse ao facto da Z. marina ser uma espécie de folha caduca e perder as folhas durante o outono/inverno. De uma forma geral, é possível concluir que as ervas marinhas não sofreram efeitos diretos das dragagens, uma vez que não se verificou uma perda evidente quer de densidade, quer de área de pradaria em nenhum dos pontos, sendo que as alterações observadas serão certamente devido a alterações naturais (Bloco C Armona) 42

43 C.nodosa Z.marina Z.noltii C.nodosa Z.marina Z.noltii C.nodosa Z.marina Z.noltii Altura média da canópia (cm) C.nodosa Z.marina Z.noltii C.nodosa Z.marina Z.noltii C.nodosa Z.marina Z.noltii Densidade média (nº shoots/m2) da dinâmica da espécie quando localizada numa área com elevado hidrodinamismo e sujeita a muitas outras pressões Saida 3 Saida PFA01 PFA02 PFA03 Figura 16 Densidade média de ervas marinhas estimada na saída 3 e saída Saida 3 Saida 4 PFA01 PFA02 PFA03 Figura 17 Altura média da canópia de ervas marinhas estimada na saída 3 e saída 4. (Bloco C Armona) 43

44 Área da pradaria (m2) Saida 3 Saida 4 PFA01 PFA02 PFA03 Figura 18 Área da pradaria de ervas marinhas na saída 3 e saída 4. (Bloco C Armona) 44

45 C.nodosa Z.marina Z.noltii C.nodosa Z.marina Z.noltii C.nodosa Z.marina Z.noltii Altura média da canópia (cm) C.nodosa Z.marina Z.noltii C.nodosa Z.marina Z.noltii C.nodosa Z.marina Z.noltii Densidade média (nº shoots/m2) Pré-Dragagem (abr-2015) Dragagem (set/nov-2015) Pós-Dragagem (abr-2016) PFA01 PFA02 PFA03 Figura 19 Densidade média de ervas marinhas estimada ao longo das 3 fases de monitorização do projeto (prédragagem, durante a dragagem e pós-dragagem) (nota: no ponto PFA02 não foram observadas ervas marinhas) Pré-Dragagem (abr-2015) Dragagem (set/nov-2015) Pós-Dragagem (abr-2016) 0 PFA01 PFA02 PFA03 Figura 20 Altura média da canópia de ervas marinhas estimada ao longo das 3 fases de monitorização do projeto (pré-dragagem, durante a dragagem e pós-dragagem) (nota: no ponto PFA02 não foram observadas ervas marinhas). (Bloco C Armona) 45

46 Densidade média (nº shoots/m2) Pré-Dragagem (abr-2015) Dragagem (set/nov-2015) Pós-Dragagem (abr-2016) PFA01 PFA02 PFA03 Figura 21 Área das pradarias de ervas marinhas estimada ao longo das 3 fases de monitorização do projeto (pré-dragagem, durante a dragagem e pós-dragagem) (nota: no ponto PFA02 não foram observadas ervas marinhas) Populações de cavalo-marinho Ao longo das ultimas duas campanhas de monitorização da população de cavalo-marinho verificouse um aumento de indivíduos no ponto PCMA02 (Figura 22). Na saída 3 (2ª campanha da Fase de Dragagem) foram observados 26 indivíduos com um tamanho médio de 16,08 cm no ponto PCMA02, 4 no ponto PCMA01 (com cerca de 17,0 cm) e 1 indivíduo em cada um dos pontos PCMA03 e PCMA04 (com 10,0 cm), totalizando 32 indivíduos avistados nesta saída. Já na saída 4 (Fase Pós-dragagem), embora não se tenham observado indivíduos nos pontos PCMA01 e PCMA04, a abundância média no ponto PCMA02 aumentou consideravelmente para 39 indivíduos adultos de Hippocampus guttulatus com tamanho médio de 15,97 cm, enquanto que o ponto PCMA03 se manteve com um único indivíduo adulto com cerca de 12,0 cm. Importa referir que embora seja habitual associar-se a presença de indivíduos de cavalo-marinho às pradarias de fanerogâmicas marinhas esta situação nem sempre acontece, já que neste caso a maior população (PCMA02) surge numa área onde não existe pradaria (PFA02; ver capítulo 4.3), subsistindo neste local agarrando-se a pequenas conchas, poitas de amarração de embarcações e outros detritos. Comparando os resultados das várias fases do projeto (Pré-dragagem, Dragagem e Pós-dragagem), as observações de cavalo-marinho foram oscilantes nalguns casos (Figura 23). No entanto, é possível concluir que a comunidade de cavalo-marinho amostrada não apresenta ter sofrido impacte direto das dragagens, uma vez que não ocorreu uma diminuição da densidade nos locais amostrados durante as dragagens e um aumento na fase de pós-dragagem. (Bloco C Armona) 46

47 Abundância total (nº ind.) Abundância total (nº ind.) 40 Saida 3 Saida Hippocampus guttulatus Hippocampus hippocampus Hippocampus guttulatus Hippocampus hippocampus Hippocampus guttulatus PCMA01 PCMA02 PCMA03 Hippocampus hippocampus Figura 22 Abundância total (n.º de indivíduos) de cavalo-marinho na saída 3 e saída Pré-Dragagem Dragagem Pós-Dragagem PCMA01 PCMA02 PCMA03 Figura 23 Abundância total (n.º de indivíduos) de cavalo-marinho ao longo das 3 fases de monitorização do projeto (pré-dragagem, durante a dragagem e pós-dragagem). (Bloco C Armona) 47

48 Figura 24 Variação das populações de cavalo-marinho antes e pós impacto (comparação da Fase Pré-Dragagem e Fase Pós-Dragagem) Comunidade de Aves Aquáticas Espécies Presentes e Abundância Apresentam-se todas as espécies identificadas para a área de estudo e envolvente no Anexo Das espécies identificadas na área de estudo ao longo da monitorização destacam-se as que se encontram classificadas com estatuto desfavorável de conservação (VU Vulnerável; EN Em Perigo, CR Criticamente em Perigo): Sterna albifrons (VU). Durante a segunda campanha realizada aquando da execução das dragagens (Saída 3) foram identificadas 7 espécies, sendo a mais abundante Larus fuscus (Quadro 12). Na campanha realizada após término da dragagem (Saída 4) foram identificadas 3 espécies, sendo a mais abundante Larus cachinnans (Quadro 12). (Bloco C Armona) 48

49 Tendo em conta que as amostragens foram realizadas em diferentes alturas do ano (a Saída 3 foi realizada em novembro de 2015 e a Saída 4 em abril de 2016), as comunidades sofrem alterações no número de espécies e abundâncias pelo que não é possível fazer comparações entre todas para efeitos de análise de impactes. Neste sentido, para efeitos de comparação, serão analisadas as fases de pré-dragagem e de pós-dragagem, uma vez que se realizaram em épocas fenológicas similares. Assim, no Quadro 21 (Anexo IV Resultados) é possível verificar que após o termino da dragagem as abundâncias da grande maioria das espécies sofreu uma ligeira redução, sendo que algumas espécies observadas na pré-dragagem não foram observadas depois das intervenções realizadas, como é exemplo Charadrius alexandrinus, espécie residente e que na área se alimentava na zona de rebentação. Esta ausência de observações pode ter sido consequência das ações de requalificação dunar, em que se procedeu ao deposito de areias resultantes das dragagens na zona de praia. Considera-se que este impacte será temporário, uma vez que é muito provável que as espécies se adaptem às alterações e voltem a frequentar a área. Refere-se também que a área não era intensamente frequentada por estas espécies, tendo em conta as baixas abundâncias observadas durante a fase de pré-dragagem. Como tal, considera-se que o impacte é de muito baixa significância. A ausência de observações de Sterna albifrons durante a Fase de Pós-Dragagem (Quadro 21, Anexo IV Resultados) pode dever-se à altura em que foi realizada a amostragem, uma vez que esta é uma espécie migradora reprodutora. De facto, esta espécie também não foi observada em outras áreas monitorizadas (Blocos A e B) durante as campanhas realizadas em abril de 2016, pelo que se pode concluir que na altura das amostragens a espécie ainda não estaria presente na área de estudo. Quadro 12 Espécies de aves aquáticas detetadas na área de intervenção e abundância média relativa de cada uma. Espécie Nome Comum Abundância relativa Saída 3 (2ª campanha Fase de Dragagem) Saída 4 (campanha da Fase de Pós- Dragagem) Haematopus ostralegus Ostraceiro 2,7 0 Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 1 3,7 Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 5,7 1,3 Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 0,7 0 Larus sp. 1 2,7 Phalacrocorax carbo Corvo-marinho 0,3 0 Sterna sandvicensis Garajau 0,7 1,3 Morus bassana Alcatraz 1 0 Nos quadros seguintes (Quadro 13, Quadro 14 e Quadro 15) apresentam-se as espécies e o número de indivíduos de cada espécie observados em cada um dos transetos realizados ao longo da monitorização. Destaca-se a ausência de observações no transeto TAA03. (Bloco C Armona) 49

50 Quadro 13 Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAA01. Transeto Espécie Nome Comum TAA01 Saída 3 (2ª campanha Fase de Dragagem) Saída 4 (campanha da Fase de Pós- Dragagem Haematopus ostralegus Ostraceiro 8 0 Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 0 2 Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 5 0 Larus melanocephalus Gaivota-de-cabeça-preta 2 0 Larus sp. Larus sp. 3 0 Sterna sandvicensis Garajau 2 1 Quadro 14 Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAA02. Transeto Espécie Nome Comum TAA02 Saída 3 (2ª campanha Fase de Dragagem Saída 4 (campanha da Fase de Pós- Dragagem Larus cachinnans Gaivota-de-patas-amarelas 3 9 Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 3 4 Larus sp. Larus sp. 0 8 Sterna sandvicensis Garajau 0 3 Morus bassana Alcatraz 1 0 Quadro 15 Espécies de aves aquáticas detetadas e número de indivíduos contabilizado no transeto TAA03. Transeto Espécie Nome Comum TAA03 Saída 3 (2ª campanha fase de Dragagem) Saída 4 (campanha da fase de Pós-Dragagem Larus fuscus Gaivota-de-asa-escura 9 0 Phalacrocorax carbo Corvo-marinho 1 0 Morus bassana Alcatraz Áreas de Alimentação/Descanso Com base na cartografia das observações foi possível identificar as áreas de alimentação/descanso utilizadas pelas aves observadas ao longo da monitorização (Figura 25 e Figura 26). Verifica-se que, durante a Fase de Pós-Dragagem, se registou uma redução das áreas utilizadas para alimentação na barra da Armona (transeto TAA01) e no transeto TAA02 na praia de Faro. Refere-se mais uma vez a ausência de aves a alimentar-se/descansar no transeto TAA03, na praia de Faro, durante a Pós-Dragagem. Esta situação parece indicar que as ações de dragagem e deposição de inertes na zona de praia tiveram impacte na utilização da área por parte das aves. No entanto, refere-se que este impacte se considera de (Bloco C Armona) 50

51 baixa significância, face às baixas abundâncias registadas nestas áreas ao longo da monitorização. Também se considera que o impacte é temporário, prevendo-se uma reocupação da área por parte da maioria das espécies com o decorrer do tempo e a habituação das espécies às alterações verificadas. (Bloco C Armona) 51

52 Figura 25 Cartografia das áreas de alimentação/descanso das aves observadas na área de monitorização ao longo das 3 fases do projeto (Pré-Dragagem, Durante e Pós-Dragagem). (Bloco C Armona) 52

53 Figura 26 Cartografia das áreas de alimentação/descanso das aves observadas na área de monitorização da praia de Faro ao longo das 3 fases do projeto (Pré-Dragagem, Durante e Pós- Dragagem). (Bloco C Armona) 53

54 4.6. Avaliação da eficácia das medidas adotadas para prevenir ou reduzir impactes O presente relatório diz respeito ao relatório final da monitorização. Relativamente à comunidade de invertebrados bentónicos, piscícola fanerogâmicas e cavalos marinhos não foi possível observar a ocorrência de impactes decorrentes das ações de dragagem, pelo que se pode concluir que as medidas adotadas para a prevenção/redução de impactes parecem ter sido eficazes, para estes dois grupos. No que diz respeito às aves aquáticas foi possível detetar uma ligeira diminuição das abundâncias e ligeira redução das áreas de alimentação utilizadas. Neste sentido, pode-se dizer que as medidas adotadas para diminuir a perturbação das espécies de aves não foram totalmente eficazes. No entanto, tendo em conta que as áreas utilizadas pelas aves coincidiam com áreas a intervencionar, nomeadamente as dragagens na Barra da Armona e as deposições de inertes na Praia de Faro, era expectável que as medidas não fossem totalmente eficazes Comparação com os impactes previstos no EIA Os resultados obtidos ao longo da monitorização parecem sugerir que as comunidades de invertebrados bentónicos, piscícola e aves não sofreram os impactes previstos durante a fase de EIA, podendo as variações observadas ao longo de todas as fases do projeto estarem relacionadas com fatores externos ao projeto. Relativamente à comunidade de aves aquáticas, os resultados obtidos ao longo da monitorização permitiram verificar que as ações realizadas no Bloco C perturbaram a comunidade de aves local, traduzindo-se numa ligeira redução da abundância e do número de espécies assim como a redução das áreas utilizada para alimentação/descanso. Tendo em conta que as diferenças registadas são baixas a muito baixas e que a área é já sujeita a vários tipos de perturbação consideram-se que os impactes ocorridos foram de baixa a muito baixa significância. Relativamente às comunidades de fanerogâmicas marinhas, o EIA previa que as dragagens poderiam reduzir as áreas de sedimento e de vasa exposta, podendo causar perturbação direta das pradarias marinhas (com Zostera noltii, Z. marina e Cymodocea nodosa). No entanto, esta situação não se verificou, pois, uma das pradarias (ponto PFA01) já se encontrava bastante fragmentada antes das dragagens, pelo que o seu desaparecimento poderá estar relacionado com o acentuado hidrodinamismo da ria ou com outros fatores exógenos ao projeto e não com as atividades de dragagem que decorreram a mais de metros de distância deste ponto. Por outro lado, nos restantes pontos observou-se o aumento considerável de área ocupada e de densidade. Estes dados, parecem, assim, sugerir que as comunidades de fanerogâmicas marinhas não sofreram os impactes previstos na fase de EIA. Os resultados obtidos durante a monitorização parecem revelar que as populações de cavalo-marinho não sofreram os impactes previstos durante a fase de EIA. O EIA refere que a dieta alimentar das (Bloco C Armona) 54

55 populações de cavalo-marinho depende de invertebrados que ocorrem em habitats de elevada produtividade, como são os mantos de fanerogâmicas, e que a destruição desta levaria ao desaparecimento das populações de cavalo-marinho nestes locais. No entanto, a maior população observada nos pontos monitorizados ocorre numa área sem pradaria, levando a considerar-se que as populações de cavalo-marinho não sofreram os impactes previstos durante a fase de EIA. (Bloco C Armona) 55

56 5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 5.1. Síntese da avaliação dos impactes monitorizados Os resultados apresentados no presente relatório estabelecem uma comparação entre as várias Fases de monitorização das Comunidades: situação inicial do estado das comunidades biológicas presentes na área de estudo (Fase de Pré-dragagem; equivalente à Saída 1), amostragens da Fase de Dragagem (Saída 2 e Saída 3) e amostragem da Fase de Pós-Dragagem (Saída 4) e servem assim de indicadores de potenciais impactes previstos no EIA. O Quadro 16 apresenta um resumo dos principais resultados, da saída 3 e saída 4, e as principais conclusões das 3 fases do projeto (Fase de Pré-Dragagem, Durante a Dragagem e Pós-Dragagem) de cada uma das componentes monitorizadas: Quadro 16 - Resumo dos principais resultados e conclusões de cada comunidade biológica monitorizada. Comunidade Biológica Comunidade bentónica Principais Resultados A área de intervenção (PBA01) registou menores valores de abundância e riqueza específica do que na área controlo (PBA02), tendo-se verificado uma diminuição do número de indivíduos e de espécies da fase de Pré-Dragagem para a fase de Pós-Dragagem no ponto realizado na área de intervenção (PBA01). Valores de diversidade em ambas as áreas são relativamente baixos, com exceção na área de intervenção, durante a fase de Dragagem. De uma forma geral, ambas as áreas evidenciam um baixo grau de perturbação em todas as fases do projeto (Pré-Dragagem, Dragagem e Pós-Dragagem), o grau de perturbação variou entre Não perturbado a Moderadamente perturbado no ponto controlo e no ponto na área de intervenção variou entre Não perturbado a Ligeiramente perturbado. Principais Conclusões Os resultados obtidos aparentam indicar que não ocorreram alterações significativas na comunidade de organismos bentónicos decorrentes das intervenções: a área de intervenção passou de local não perturbado para Ligeiramente perturbado. No entanto, não é conclusivo que a perturbação se deve às dragagens, uma vez que na área controlo também ocorreu aumento da perturbação e que depois terá recuperado. Assim, na Fase Pós-Dragagem, ambas as áreas evidenciam um baixo grau de perturbação, sendo que a área de intervenção apresenta uma classificação de Ligeiramente perturbado e o ponto controlo apresenta uma classificação de Não Perturbado. Comunidade piscícola Comunidade dominada por espécies comuns nas zonas costeiras do Algarve. A espécie mais abundante foi o caboz-da-areia (P. microps), espécie da família Gobiidae. Resultado final dos índices EFAI e EQR determinaram uma qualidade ecológica considerada "Boa" na saída 3 e uma qualidade ecológica considerada Razoável na saída 4. Não foi possível identificar com clareza, efeitos negativos diretamente resultantes das atividades de dragagem sobre as comunidades de ictiofauna. Os resultados evidenciam um decréscimo na densidade de indivíduos cuja ligação com as dragagens não é passível de ser validada devido à inexistência de locais de controlo que permitiriam dissociar o efeito das dragagens de variações naturais da comunidade. Relativamente à Evolução global da Qualidade Ecológica, durante as operações de dragagem, a qualidade ecológica variou entre "Razoável" (Fase de Pré- Dragagem), "Boa" (Fase Durante a Dragagem) e Razoável" (Fase de Pós-Dragagem). Considera-se que esta variação se deveu unicamente às limitações da (Bloco C Armona) 56

57 Comunidade Biológica Comunidade de fanerogâmicas marinhas População de Cavalo-marinho Comunidade de aves aquáticas Principais Resultados Foram identificadas pradarias em apenas 2 dos 3 pontos de monitorização, à semelhança da saída anterior. A pradaria mista do ponto PFA01 perdeu riqueza específica, no entanto esta pradaria encontrava-se, inicialmente, já de certa forma fragmentada, tendo os patches 1 de Z. marina e C. nodosa desaparecido ou ficado substancialmente reduzidos. Nos restantes pontos, a densidade e a área da pradaria aumentou consideravelmente. Nas fases pré-dragagem (saída 1) e dragagem (saída 2) apenas se observaram cavalos-marinhos em 1 dos 4 pontos monitorizados (PCMA02), sendo que, ainda na fase dragagem (saída 3), as observações aumentaram. Na fase Pós-Dragagem (saída 4) apenas foram observados indivíduos nos pontos PCMA02 e PCMA03 mas aumentaram consideravelmente o numero de indivíduos observados, sendo de 39 indivíduos adultos de Hippocampus guttulatus em PCMA02 e 1 individuo em PCMA03. Foram identificadas 11 espécies de aves e delimitadas as áreas de alimentação/repouso. Das espécies identificadas ao longo da monitorização destaca-se Sterna albifrons, uma vez que se encontra classificada com estatuto desfavorável de conservação Vulnerável (VU). Foi registada uma ligeira redução do número de indivíduos e das áreas de alimentação/repouso na fase de pós-dragagem. Principais Conclusões métrica "Espécies sensíveis a perturbações" e não a uma real diminuição da qualidade ecológica. Considera-se que as alterações identificadas ao nível da pradaria do ponto PFA01 possivelmente não estão diretamente relacionados com as dragagens, uma vez que se localizam a cerca de 2.000m de distância da área dragada. A pradaria de Z. marina do ponto PFA03 aumentou bastante a sua área apresentando-se bem consolidada. É possível concluir que a dragagens não apresentam uma perturbação direta evidente nas pradarias amostradas. População de cavalo-marinho não indicia ter sofrido alterações. Não há indícios de que as ações de dragagem tenham gerado impacte sobre as populações de cavalo-marinho dos pontos monitorizados, uma vez que as observações periódicas registaram um aumento considerável do número de indivíduos. Os resultados parecem indicar a ocorrência de perturbação da comunidade de aves local, traduzindo-se numa ligeira diminuição no número de indivíduos e espécies e numa redução das áreas utilizada para alimentação/descanso. No entanto, tendo em conta que as alterações observadas foram pouco expressivas e que se considera esta perturbação temporária Proposta ou alteração de medidas de mitigação De acordo com os resultados apresentados no presente relatório verificou-se a não ocorrência de impactes substanciais sobre as comunidades piscícola e de invertebrados bentónicos, não se propondo desta forma alterações às medidas de mitigação previstas durante esta fase de monitorização. Relativamente à comunidade de aves aquáticas, apesar de se terem registado impactes na comunidade de aves, os mesmos consideram-se de baixa a muito baixa significância. Tendo em conta a significância dos impactes verificados, o elevado grau de perturbação a que a área está sujeita devido à presença 1 Patches de ervas marinhas manchas de ervas marinhas de certa forma isoladas e que não constituem uma pradaria. (Bloco C Armona) 57

58 humana e o carácter temporário do próprio impacte, não se considera necessário a proposta de medidas de mitigação ou compensação. Os resultados apresentados nas comunidades de fanerogâmicas marinhas e nas populações de cavalomarinho sugerem que as alterações ocorridas não estão relacionadas com o projeto, pelo que não se preveem aplicações de medidas de mitigação Análise da adequabilidade dos programas de monitorização Considera-se que o plano de monitorização dos invertebrados bentónicos e das aves foi adequado aos objetivos delineados. No que diz respeito à comunidade piscícola, deve ser referido que o mesmo não contemplou a amostragem de pontos controlo, pelo que se verificou mais difícil distinguir as alterações naturais ou exógenas das inerentes ao fator de impacto estudado. Um dos maiores obstáculos à análise de impactes das intervenções no meio marinho sobre populações de peixes é o facto de estes organismos serem móveis e poderem evitar perturbações no ambiente, deslocando-se por isso para áreas adjacentes (e.g. Silva-Júnior et al., 2012). Esta apreciação torna-se mais problemática quando efetuada em ambientes altamente dinâmicos, como é o caso da Ria Formosa, onde a composição da comunidade é fortemente influenciada pela sazonalidade. Por outro lado, o facto da monitorização realizada não ter considerado a existência de zonas de controlo, comprometeu a avaliação de potenciais impactes ou a distinção entre alterações naturais ou exógenas das inerentes ao fator de impacte estudado. Nesse contexto, seria importante que em futuros projetos similar fosse ponderado um programa de monitorização mais alargado, que permitisse por outros meios concluir efetivamente sobre os efeitos das campanhas de dragagens nos canais de Tavira e Cabanas. De modo a ser minimamente conclusivo seria importante que este programa fosse no mínimo de um ano, de modo a contemplar a variação sazonal e interanual na abundância das espécies piscícolas. Relativamente às comunidades de fanerogâmicas marinhas e às populações de cavalo-marinho o plano de monitorização em curso foi adequado ao objetivos delineados. O facto das campanhas da fase Pré- Dragagem e Pós-Dragagem terem sido coincidentes e realizadas durante o mês de abril, é considerado um aspeto bastante positivo neste plano permitindo a comparação direta dos resultados e diminuindo os efeitos associados à altura do ano e ao ciclo evolutivo natural das populações. (Bloco C Armona) 58

59 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Almeida, C., Coelho, R., Silva, M., Bentes, L., Monteiro, P., Ribeiro, J., Erzini, K. & Gonçalves, J.M.S Use of different intertidal habitats by faunal communities in a temperate coastal lagoon. Estuarine, Coastal and Shelf Science, 80 (3): Bibby, C.J., Burgess, N.D., Hill, D.A. & Mustoe, H. (2000) Bird Census Techniques. Academic Press, London. Bio Implementação do Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de Valorização de Hidrodinâmica da Ria Formosa Relatório Inicial da área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) (Fase Pré-empreitada). Relatório elaborado para Polis Litoral Ria Formosa. Bio3, Lda. Almada, Maio de Bioinsight Implementação do Plano de Monitorização das Comunidades Biológicas do Plano de Valorização de Hidrodinâmica da Ria Formosa Relatório Intermédio da área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) (Fase de Empreitada). Relatório elaborado para Polis Litoral Ria Formosa. Bioinsight, Lda. Odivelas, Novembro de Borja, Á., Franco, J., Pérez, V A Marine Biotic Index to Establish the Ecological Quality of Soft-Bottom Benthos Within European Estuarine and Coastal Environments. Marine Pollution Bulletin, 40: Cabral, H. N., Fonseca, V. F., Gamito, R., Gonçalves, C. I., Costa, J. L., Erzini, K., Gonçalves,J., Martins, J., Leite, L., Andrade, J.P., Ramos, S., Bordalo, A., Amorim, E., Neto, J.M., Marques, J.C., Rebelo, J.E., Silva, C., Castro, N., Almeida, P.R., Domingos, I., Gordo, L.S., Costa, M. J. (2012). Ecological quality assessment of transitional waters based on fish assemblages in Portuguese estuaries: the Estuarine Fish Assessment Index (EFAI). Ecological Indicators, 19, Coelho, R., Bentes, L., Correia, C., Gonçalves, J.M.S., Lino, P.G., Monteiro, P., Ribeiro, J., Erzini, K. (2002). Fisheries biology of the undulate ray, Raja undulata, in the Algarve (southern Portugal). NAFO Scientific Council Research Document. Curtis, J., Moreau, M.-A., Marsden, D., Bell, E., Martin-Smith, K., Samoilys, M. & Vincent, A. (2004). Underwater visual census for seahorse population assessments. Project Seahorse Technical Report No.8, Version 1.0. Project Seahorse, Fisheries Centre, University of British Columbia. 28 pp. Equipa Atlas. (2008) Atlas Das Aves Nidificantes Em Portugal ( ) (eds Instituto da Conservação da natureza e da Biodiversidade, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, and Parque Natural da Madeira e Secretaria Regional do Ambiente e do Mar). Assírio & Alvim, Lisboa. Erzini, K., Bentes, L., Coelho, R., Correia, C., Lino, P.G., Monteiro, P., Ribeiro,J., Gonçalves, J.M.S., (2002). Recruitment of Sea Breams (Sparidae) and Other Commercially Important Species in the Algarve (Southern Portugal). DG XIV/99/061 - Final Report, p Fauvel, P. (1923). Polychètes errantes. Faune de France, 5, 448pp. (Bloco C Armona) 59

60 Fauvel, P. (1927). Polychètes sédentaries. Faune de France, 16, 494pp. Franco, A., Franzoi, P., Torricelli, P. (2008). Structure and functioning of Mediterranean lagoon fish assemblages: A key for the identification of water body types. Estuarine, Coastal and Shelf Science, 79(3), IUCN (2015). International Union for Conservation of Nature - Red List of Threatened Species. Disponível em: Acedido a 19 de Maio de 2015 IUCN. (2009) The IUCN Red List of Threatened Species. Krebs, C. J. (1999). Ecological Methodology. Addison-Welsey Educational Publishers, 2ª Edition. United States of America, 620 pp. Macedo, M.C.C., Macedo, M.I.C. & Borges, J.P. (1999). Conchas Marinhas de Portugal. Verbo. pp 516. Marine Species Identification Portal (n.d.). Accessed in April, 2016 at. Muxika, I., Borja, Á., Bonne, W The suitability of the marine biotic index (AMBI) to new impact sources along European coasts. Ecological Indicators, 5: Oliveira, F., Monteiro, P., Oliveira, M., Bentes, L., Afonso, C., Gonçalves, J. M. S. (2015). Implementação do plano de monitorização das comunidades biológicas do plano de valorização de hidrodinâmica da Ria Formosa: Monitorização das comunidades piscícolas. Relatório Inicial da área de intervenção 1 (Bloco A - Tavira). Centro de Ciências do Mar, Universidade do Algarve. Faro. p.11. Rabaça, J.E. (1995) Métodos de Censo de Aves: Aspectos Gerais, Pressupostos E Princípios de Aplicação. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Lisboa. Ribeiro, J., Bentes, L., Coelho, R., Gonçalves, J. M. S., Lino, P. G., Monteiro, P., Erzini, K. (2006). Seasonal, tidal and diurnal changes in fish assemblages in the Ria Formosa lagoon (Portugal). Estuarine, Coastal and Shelf Science, 67: Ribeiro, J., Carvalho, G. M., Gonçalves, J. M. S., Erzini, K. (2012). Fish assemblages of shallow intertidal habitats of the Ria Formosa lagoon (South Portugal): influence of habitat and season. Marine Ecology Progress Series, 446: Ribeiro, J., Monteiro, C. C., Monteiro, P., Bentes, L., Coelho, R., Gonçalves, J. M. S., Lino, P.G., Erzini, K. (2008). Long-term changes in fish communities of the Ria Formosa coastal lagoon (southern Portugal) based on two studies made 20 years apart. Estuarine, Coastal and Shelf Science, 76 (1): Ruffo, S. (1998). The amphipoda of the Mediterranean. Memoires de l'institut oceanographique de Monaco p. (Bloco C Armona) 60

61 Silva-Júnior D.R., Santos S.R., Travassos M. and Vianna M. (2012) Impact on a fish assemblage of the maintenance dredging of navigation channel in a tropical coastal ecosystem. Brazilian Journal of Oceanography 60, Teeble, N (1976). British bivalve seashells. A handbook for identification. Her Majesty's Stationery Office, Edinburgh. Whitehead, P. J. P., Bauchot, M. L., Hureau, J. C., Nielsen, J., Tortonese, E. (1986). Fishes of the northeastern Atlantic and the Mediterranean, volumes 1-3. United Nations Educational Scientific and Cultural Organization. WoRMS - World Register of Marine Species (n.d.). Accessed in April, 2015 at (Bloco C Armona) 61

62 7. ANEXOS 7.1. Anexo I Desenhos Localização dos pontos de amostragem (Bloco C Armona) 62

63 Desenho 1 Localização dos pontos de amostragem de monitorização da comunidade bentónica. (Bloco C Armona) 63

64 Desenho 2 Localização dos transetos de amostragem de monitorização da comunidade piscícola. (Bloco C Armona) 64

65 Desenho 3 Localização dos pontos de amostragem de monitorização da comunidade de fanerogâmicas marinhas e população de cavalomarinho. (Bloco C Armona) 65

66 Desenho 4 Localização dos transetos de amostragem de monitorização da comunidade de aves aquáticas. (Bloco C Armona) 66

67 Desenho 5 Localização dos transetos de amostragem de monitorização da comunidade de aves aquáticas nos locais de depósito (os locais de depósito das dragagens deste bloco localizam-se na Praia de Faro). (Bloco C Armona) 67

68 Localização das pradarias de fanerogâmicas monitorizadas Desenho 6 Localização da área atual de pradaria dos pontos de monitorização (ponto PFA01). (Bloco C Armona) 68

69 Desenho 7 Localização da área atual de pradaria dos pontos de monitorização (ponto PFA03). (Bloco C Armona) 69

70 7.2. Anexo II Caracterização dos pontos de amostragem de Aves Aquáticas Área Descrição Foto TAA01 Este transeto situa-se adjacente ao Esteiro da Barra Grande, precisamente junto da Barra Grande (Barra da Armona) ao longo de uma praia de areias nuas. A parte interior do transeto no entanto, na ilha da Armona, possui vegetação psamófila dunar. TAA02 Este transeto situa-se numa praia de areias nuas com cordão dunar em estado de estabilização por vegetação psamófila. Na maior parte da extensão do transeto estas áreas dunares são constituídas apenas por uma crista dunar pisoteada que separa a praia marítima a sudoeste, do esteiro do Ancão do sistema lagunar da Ria Formosa a nordeste. Contudo, na extremidade sudeste do buffer do transeto o cordão dunar é mais extenso e consolidado com vegetação psamófila de sistemas dunares. TAA03 Este transeto é semelhante ao anterior e situa-se também na Praia de Faro. Contudo, a crista dunar litoral que separa a praia do esteiro do Ancão está neste caso ocupada pelas edificações construídas na Ilha (ou Praia) de Faro, numa zona denominada Ilha de Cima. Grande parte destas construções encontram-se nesta altura em processo de demolição. (Bloco C Armona) 70

71 7.3. Anexo III Lista de Espécies Identificadas para a Área de Estudo Comunidade de Fanerogâmicas marinhas Espécies de fanerogâmicas marinhas identificadas na área de intervenção 3 (Bloco C Armona) e respetivos pontos em que foram identificadas. Espécie Pontos de monitorização em que foi identificada Foto Zostera noltii PFA01 Zostera marina PFA Comunidade de Cavalo-marinho Espécies de cavalo-marinho identificadas na área de intervenção 3 (Bloco C Armona) e respetivos pontos em que foram identificadas. (Bloco C Armona) 71

72 Espécie Pontos de monitorização em que foi identificada Foto Hippocampus guttulatus PCMA01 Hippocampus guttulatus PCMA Comunidade Piscícola Espécies capturadas nas amostras na área de intervenção 3 (Bloco C - Armona) (Grupo ecológico (GE): ER - Espécie residente, MO - Espécie marinha ocasional, MM - Espécie migradora marinha; Origem: A Autóctone; Alimentação piscívora (AP); Sensibilidade a perturbações (SP)). Família Espécie GE AP Origem SP Ammodytidae Ammodytes tobianus ER A Atherinidae Atherina presbyter ER A Bothidae Bothus podas MO Sim A Callionymidae Callionymus risso MO A Gobiidae Pomatoschistus microps ER A Scophthalmidae Scophthalmus maximus MO Sim A Scophthalmus rhombus MO Sim A Soleidae Pegusa lascaris MO A Syngnathidae Hippocampus hippocampus ER A Sim (Bloco C Armona) 72

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