A Gestão do Conhecimento e a Participação Social

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1 A Gestão do Conhecimento e a Participação Social Luiza B. N. Alonso, Dra. Gestão Social do Conhecimento Universidade Católica de Brasília 17 de Junho de 2013

2 O que é Gestão do Conhecimento? Gerenciamento de atividades e processos do ciclo vital do conhecimento de modo a alcançar níveis crescentes de competitividade, propiciar o melhor uso do conhecimento disponível e fomentar a geração de novos conhecimentos e a criatividade individual e coletiva. In: Cem palavras para a GC. Ministério da Saúde, 2003

3 Por que Gestão Social do Conhecimento? Reconhecimento da existência de um extraordinário repertório de conhecimento e informações disponibilizadas para um grande número de pessoas e que possuem potencial para: Reconciliar Desenvolvimento, Sustentabilidade e Justiça Social Envolver tanto a comunidade local quanto a sociedade enquanto um todo na discussão de diferentes agendas Evitar as falsas soluções como precarização do e das relações de trabalho, desrespeito aos direitos humanos, mão de obra semiescrava, consumo intoxicante, abuso de álcool e de substâncias que promovem estados alterados de consciência. Hoje há mais respostas do que perguntas!

4 Internet e mídias digitais estão mudando e expandindo as possibilidades para os cidadãos conhecerem mais e melhor as atividades realizadas pelos governos. E-government pode ser também uma possibilidade de participação ativa dos cidadãos, que devem ser entendidos como além de clientes de serviços oferecidos pelo Estado. Cidadãos do Conhecimento precisam ter condições para aprenderem a analisar e discutir criticamente as informações existentes. Questões a serem respondidas: 1. Como assegurar um tratamento igualitário entre os participantes? 2. Como deve ser a relação entre discussão e tomada de decisões? 3. Como cidadãos serão consultados? 4. Como coordenar os debates? 5. Como cidadãos irão monitorar a efetividade das decisões tomadas pelo Estado?

5 A grande quantidade de conhecimentos disponíveis não promoveu por si só um aprimoramento da Sociedade no sentido da consolidação da civilização em oposição à barbárie. Novos estudos apontam para a necessidade de: Envolvimento dos cidadãos em debates públicos presenciais e virtuais (Jean Sallantin, 2010) A efetiva contribuição dos cientistas para a vida nas cidades (Michel Serres, 2009) Uma ação do Estado permanentemente apoiada por valores éticos de respeito à vida (Amartya Sem, 2011)

6 Uma nova relação do Cidadão do Conhecimento com a Administração Pública

7 Modelos de Administração Pública I: Tradicional [História] Inicio com o Marquês de Pombal ( ) Realizou um programa político de acordo com os princípios do Século das Luzes ou Iluminismo Modelo no Brasil: coibir sonegação e desvio dos impostos pertencentes à Coroa [= desconfiança]

8 Modelos de Administração Pública I: Tradicional [Funcionamento] Tempo: O súdito espera pelo rei Lentidão Política do sigilo / Segredos de Estado Baixa ou nula disponibilização de informações para o público Organização herdada das instituições eclesiásticas e militares Comunicação verticalizada, controlada e censurada

9 Modelos de Administração Pública I: Tradicional [Representação social] A Política enquanto moeda política Pouca ou baixa preocupação com competência técnica Alta preocupação com questões político-partidárias Desvinculação entre Competência, Comando e Cargo Lema: O serviço é para o Estado e seus representantes não para o povo

10 Modelos de Administração Pública II: New Public Management [História] Décadas de 80 e 90 do século XX Associada ao neoliberalismo Pressupostos básicos: Diminuição do tamanho do Estado, em especial o Estado do Bem-Estar Social (Welfare State) Evitar desperdício do dinheiro público e da morosidade nos processos decisórios Foco na relação custo benefício

11 Modelos de Administração Pública II: New Public Management [Funcionamento] Incrementar agilidade na arrecadação de impostos (IR) Disponibilizar serviços no espaço virtual (voto) Gestão do órgão público semelhante à das empresas privadas Gerencialismo e Competitividade Com quem o Estado compete?

12 Modelos de Administração Pública II: New Public Management [Representação social] O outro é inferior Não tem as competências, habilidades e atitudes adequadas ao novo momento

13 Modelos de Administração Pública III: Governança Responsiva [História] Conceito elaborado pela Unesco Towards Knowledge Societies. Paris: UNESCO Publishing, 2005 Resposta ao fracasso financeiro e social do New Public Management (crises, insegurança, perda de competitividade) Advertência ao encolhimento do Estado Surgimento de formas modernas de desigualdade social e concentração de riqueza nos EUA e Europa Ocidental

14 Modelos de Administração Pública III: Governança Responsiva [Funcionamento] Paradigma: o Estado a serviço do cidadão Formas inéditas de pensar e agir apoiadas nas modernas tecnologias da informação e da comunicação Processos de decisão com maior quantidade e qualidade da informação e mais transparente Participação dos cidadãos para além dos momentos de eleição

15 Modelos de Administração Pública III: Governança Responsiva [Representação social] Um novo modelo de relação entre Estado e Sociedade Reconsideração das funções históricas e sociais do Estado (intermediário entre capital e trabalho) Garantir oportunidades no ponto de origem para todos Estado enquanto fomentador do desenvolvimento social

16 Novas Necessidades Sociais Reconfiguração das formas de participação social: para além de sindicatos, partidos políticos e associações O papel das novas mídias sociais na expressão e organização dos grupos sociais: do burburinho das ruas e da web para artigos/ ensaios fundamentados postados na web. Oportunidades de controle social De quem é o direito? De quem é o dinheiro? Por que tanta demora? O que pode ser visível? O que é ser cidadão?

17 Desafios sociais Administrar coletivamente o conhecimento socialmente disponível Reconhecer, transferir e compartilhar conhecimento para a construção de benefícios coletivos Investir em uma educação de qualidade que assegure a formação de cidadãos mais participativos e comprometidos com uma vida com justiça, democracia e felicidade Criar condições para o uso inteligente da tecnologia da informação e da comunicação (TIC) Criar uma Sociedade do Conhecimento Valorizar o capital intelectual Participar ativamente no desenvolvimento de políticas que incentivam a criação de ideias Contribuir para uma cultura que incentive a colaboração e a solidariedade

18 OBRIGADO(a)! Luiza B. N. Alonso, Dra. Universidade Católica de Brasília