Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba Gabinete da Desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti

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1 é7 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO N / Capital RELATOR : Dr. Carlos Martins Beltrão Filho, Juiz convocado EMBARGANTE : Banco do Nordeste do Brasil S/A ADVOGADO : Marcos Firmino de Queiroz e outros EMBARGADO : Ouro Branco Praia Hotel S/A ADVOGADO : Adail Byron Pimentel _ - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE NO DECISUM. REDISCUSSÃO DE QUESTÕES DECIDIDAS NO JULGAMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPOSSIBILIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO DE HIPÓTESE A ENSEJAR EMBARGOS DECLARATÓRIOS. REJEIÇÃO. - Os embargos de declaração, nos moldes do art. 535 do CPC, servem para suprir omissões, contradições e obscuridades que venham a ocorrer no decisum. Portanto, não verificadas tais hipóteses, devem ser rejeitados os presentes aclaratórios. - São incabíveis embargos de declaração utilizados com a indevida finalidade de rediscutir controvérsia jurídica já apreciada pelo julgador. - "Ainda que para fim de prequestionamento, devem estar presentes um dos três requisitos ensejadores dos embargos de declaração."' os membros da Egrégia Segunda Câmara Cível do, por votação unânime, em rejeitar os embargos, nos termos do voto do relator. Cuida-se de Embargos Declaratórios opostos pelo Banco do Nordeste do Brasil S/A em face do acórdão de fls. 612/615, proferido em sede de Agravo de Instrumento. ' TJPB i a Câmara Cível ED /001 Relator: Des. Manoel Soares Monteiro J: 24/8/2006. /k\j4

2 + 2 tktx Ed. n / 006 Sustenta o embargante às fls. 627/630 a existência de omissão no julgado. Alega que no recurso foram suscitadas diversas questões que deixaram de ser apreciadas no acórdão, principalmente a matéria relativa sua à defesa, concernente na falta de liquidez do título exigido; necessidade de prévia liquidação por arbitramento, bem como, não se posicionou sobre a ofensa da ordem constitucional arguida no petitório do Agravo, impedindo seu acesso aos Tribunais Superiores. Pugna, assim, pela manifestação acerca de tais omissões, inclusive, para fins de prequestionamento. Apesar de devidamente intimada para ofertar resposta, a parte adversa não se manifestou, conforme certidão de fls Eis o sucinto relatório. Depreende-se que o embargante, com o manejo dos presentes aclaratórios, visa tão somente provocar nova discussão sobre questões já decididas por ocasião do julgamento do Agravo de Instrumento. Ocorre que a força modificativa que pode ser atribuída aos embargos de declaração só é cabível nos casos de erro material ou nulidade flagrantes. Querer a parte insurreta uma nova posição deste órgão fracionário, para efeito de dar provimento à sua irresignação, é uma subversão ao direito, especificamente ao instituto dos embargos de declaração. A esse respeito, o Ministro Sálvio de Figueiredo, em julgado assemelhado, pontificou: "... o efeito infringente em tal recurso pode ocorrer, por construção doutrinário-jurisprudencial, em casos excepcionais, de erro manifesto e ausência de via adequada à sua correção, inocorre na espécie (...) os embargos, como elementarmente sabido a reexame do decidido (RT 273/282-3)." Como já se afirmou, os "embargos de declaração não constituem recurso idôneo para corrigir os fundamentos de uma decisão" (Boletim AASP, 1.536/122). A jurisprudência posiciona-se no mesmo sentido: "Nos embargos declaratórios não se modifica o julgado, nem seu alcança, nem em sua conclusão; apenas se o aclara seja desfazendo a dúvida, eliminando a contradição ou acabando com a obscuridade".2 2 Acórdão unân. Da 2 a Câm. Do TJSC - rel. Des. Ornyr Caetano da Silva.

3 3 _ Ed. no / 006 In casu, aduz o recorrente que o decisum foi omisso sobre diversos pontos suscitados no Agravo de Instrumento, principalmente sobre a matéria relativa à sua defesa, concernente na falta de liquidez do título exigido, necessidade de prévia liquidação por arbitramento, bem como, o julgado não se posicionou sobre a ofensa da ordem constitucional arguida no petitório do Agravo, impedindo seu acesso aos Tribunais Superiores. Na verdade, insatisfeito com a decisão desfavorável, entendeu o embargante de questionar pontos já decididos no aresto, alegando suposta omissão, com o propósito de obter decisão que agasalhe sua pretensão. Contudo, insubsistentes as alegações apontadas. Vislumbra-se, pois, que o acórdão se manifestou expressamente sobre os pontos tidos por omissos, fundamentando o desprovimento do recurso no fato de que as questões suscitadas pelo banco agravante são matéria de defesa de mérito a ser analisada na via desconstitutiva incidental própria, que poderá ser exercitada após a garantia do juízo, e não em sede de exceção de préexecutividade. Ademais, para que se configure omissão apta a ensejar o acolhimento dos aclaratórios, é necessário que o vício a ser sanado esteja no acórdão. Não há que se falar em omissão quando o julgado diverge de outras entendimentos. Destarte, o embargante não demonstrou a incidência de quaisquer das hipóteses previstas no art. 535 do CPC, limitando-se, apenas, a expor seu entendimento acerca da matéria decidida no aresto. Inexistindo, portanto, qualquer vício a ensejar o acolhimento dos aclaratórios. No que pertine à necessidade de prequestionamento, é cediço que a jurisprudência pátria tem admitido a utilização de embargos para prequestionar pontos que possam ser alvo de recurso perante os Tribunais Superiores. Porém, é pacífico que essa pretensão deve vir acompanhada de, ao menos, um dos requisitos contidos no mencionado art. 535, I e II, do CPC, quais sejam: omissão, obscuridade ou contradição. pronunciando: Sobre o tema, este Egrégio Tribunal de Justiça vem se "EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM EFEITOS INFRINGENTES. Rediscussão da matéria já confrontada. Meio escolhido impróprio. Prequestionamen to. Rejeição dos aclara tórios..

4 , ' ir- 4 çf.- e.4 -,;-A,,,14.`i Gabinete da Desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezerra Ca' aleanti Ed. n / Os embargos declaratórios têm a finalidade de esclarecer pontos omissos, obscuros ou contraditórios existentes na decisão, não servindo para reexame de matéria decidida. Não se admite embargos declaratários com propósito claramente modificativo, no flagrante intuito de ver reapreciada a matéria de mérito, sem, contudo, revelar a existência de qualquer omissão,. obscuridade ou contradição do decisum, capaz de mudar o julgamento. Ainda que para fim de prequestionamento, devem estar presentes um dos três requisitos ensejadores dos embargos de declaração. 3 (Grifou-se) Repita-se, todas as questões ventiladas no julgamento do Agravo de Instrumento e reiteradas nestes embargos foram fundamentadamente aferidas, em cotejo com os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais a respeito do. tema. Desta feita, não há que se falar em contradição, omissão ou obscuridade no aresto embargado. Destarte, inexistindo no acórdão omissão, obscuridade ou contradição, resta inconcebível a pretensão recursal do embargante, impondo-se a sua rejeição. Face ao exposto, rejeito os presentes embargos declaratórios. É como voto. Presidiu a sessão a Exm a. Desa. Maria das Neves do Egito de Araújo Duda Ferreira. Participaram ainda do julgamento, além do relator, eminente Dr. Carlos Martins Beltrão Filho, Juiz convocado para substituir a Exm a. Desa. Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti, o Exm. Des. Marcos Cavalcanti de Albuquerque.. Presente ao julgamento a Exin a. Dra. Lúcia de Fátima Maia Farias, Procuradora de Justiça. João Pessoa, 10 de novembro de 2009.,_ ( - r. Ca rlo artin eltrão Filho -. convoca o - Relator r.= 'TJPB l a Câmara Cível ED /001 Relator: Des. Manoel Soares Monteiro J: 24/8/2006.

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