Juizado da Infância e da Juventude da Comarca de Manaus
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- Carlos Lancastre Graça
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1 Juizado da Infância e da Juventude da Comarca de Manaus A Vara Especializada de Menores no Amazonas foi criada em 1935 e entrou em atividade no mesmo ano com o nome de Juízo Tutelar de Menores e Acidente de Trabalho, tendo como Juiz Titular, André Araújo, que foi o Primeiro Juiz de Menores do Amazonas. O trabalho de André Araújo era atuar com as famílias para diminuir o índice de violência, com objetivo de fortalecer os laços e a dignidade da família, desviando o problema do campo individual (criança e adolescente) para o campo social (família). De acordo com a Lei nº 18, de 21 de setembro de 1935: Art. 2º Compete ao JUIZ DE MENORES: I - Processar e julgar o abandono de menores de 18 anos, nos termos do Código de Menores, e crimes ou contravenções perpetrados por menores abandonados, vadios, mendigos e libertinos; II - Inquirir e examinar o estado físico, mental e moral dos menores submetidos a processo, bem como a situação social, moral, econômica dos pais, tutores e responsáveis por sua guarda; III - Ordenar as medidas concernentes ao tratamento, colocação, guarda, vigilância e educação dos menores referidos no número I deste artigo; IV - Decretar a suspensão ou perda do pátrio poder, ou a destituição da tutela e momear tutores; V - Suprir o consentimento dos pais ou tutores para o casamento de menores sujeitos a sua alçada e conceder emancipação aos mesmos, nos termos do art. 9º, paragrafo único, nº I, do Código Civil; VI - Expedir quando não se trata de casos de competência e juízes de órfãos, mandado de busca ou apreensão de menores, salvo sendo de incidente de ação de nulidade ou anulação de casamento, ou de desquite; VII - Processar e julgar as infrações das leis e regulamentos de assistência e proteção aos menores de 18 anos; VIII - Processar e julgar a ação de soldados e salários dos menores sob sua jurisdição; IX - Conceder fiança nos processos de sua competência; X - Fiscalizar o trabalho dos menores, tomando as providências necessárias à proteção deles; XI - Fiscalizar os estabelecimentos de preservação e de reforma; XII - Praticar todos os atos de jurisdição voluntária tendentes à proteção e assistência dos menores de 18 anos, embora não sejam abandonados, ressalvada a competência
2 dos juízes de órfãos; XIII - Exercer as demais atribuições dos juízes de direito e compreendidas na sua jurisdição privativa; XIV - Cumprir e fazer cumprir as disposições das leis e regulamentos de assistência e proteção a menores de 18 anos aplicando, nos casos omissos, as disposições de outras leis pertinentes às causas de sua competência; XV - Organizar e remeter à Corte de Apelação do Estado, anualmente, uma estatística e relatório documentando o movimento do Juízo; XVI - Fiscalizar os teatros, cinemas e casas de diversões públicas, quanto a frequência de menores de 18 anos, providenciando para execução das leis e regulamentos relativos de caso. André Araújo era conhecido por todos principalmente pelos infantes como Painho, e era ele quem treinava os funcionários em cada especificidade. Naquela época, em cada atendimento era feita uma triagem, onde a criança primeiramente tinha que fazer o exame biométrico, depois era feita uma entrevista para saber quais as condições em que ela vivia, ou seja, com quem residia, tipos de alimentação e como era seu convívio familiar. Ao longo do trabalho desenvolvido por André Araújo, no período de 23 de setembro de 1935 a 08 de agosto de 1944, é notório o desenvolvimento do Juizado, tendo em vista o trabalho realizado e por ter sido ele o responsável pela reestruturação do sistema de atendimento aos menores na Instituição. Juízes Titulares do Juizado da Infância e da Juventude André Vidal de Araújo Arnoldo Carpinteiro Peres Francisco da Rocha Carvalho 1949 Anésio Fortes Castelo Branco Azarias Menescal de Vasconcelos João Meirelles 1953 Adelino Costa Sady Paiva Ernesto Roessing Raimundo Nonato Coelho Paulo Mendes da Silva Walmir Boná Robert 1965 Jerônimo Câmara
3 Roberto Hermidas Aragão Manoel Neuzimar Pinheiro 1982 Francisco das chagas Auzier Ari Jorge Moutinho da Costa Francisco das Chagas de Auzier 1985 Rafael de Araújo Romano Marcos Santos Maciel Rebeca de Mendonça Lima atual Desde sua instalação em 1935, o Juizado Infantojuvenil esteve sob a gestão de diversos juízes, que respondiam privativamente ou cumulativamente no referido juízo. A partir de 1998 foi promulgada a Resolução nº 09, que dispõe sobre a separação dos Juizados da Infância e Juventude Cível e Infracional, sendo designado como juiz titular da infância cível, o Dr. Rafael de Araújo Romano e do infracional o Dr. Antônio Celso Gióia. Em 2009, assumiu o magistrado que atua até a presente data, o Dr. Bismarque Gonçalves Leite, conforme quadro abaixo: Antônio Celso Gióia (infracional) Bismarque Gonçalves Leite (infracional) Por fim, cumpre informar que a monografia Uma experiência em Liberdade Assistida, realizada pela então graduanda em Serviço Social Cláudia Maria Chã Jacob realizou o levantamento dos magistrados que atuaram até o ano de 1985 no Juizado de Menores, o restante das informações foram obtidas por entrevistas realizadas com os servidores que trabalharam no juizado da infância e juventude e consulta à ficha funcional. atual Resolução nº 09, de 25 de maio de 1998 Dispõe sobre a instalação de novas unidades Jurisdicionais e sobre a competência dos órgãos Jurisdicionais de Primeira Instância, para processar e julgar as causas referentes à Assistência Jurídica Integral e Gratuita, e dá outras disposições. O Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, no uso da competência que lhe é assegurada pelo art. 96 I a, da Constituição Federal, e pelo art.29 da Lei Complementar nº 17 de 23 de janeiro de 1997 (atual Código Judiciário Amazonense) e; CONSIDERANDO a necessidade de melhorar a prestação jurisdicional à população desta Capital; CONSIDERANDO que as varas desta Comarca se encontram assoberbadas pelo elevado e crescente número de demandas processuais; CONSIDERANDO que, diante dessa situação, torna-se de todo conveniente a instalação de novas varas, que já se encontram criadas legalmente; CONSIDERANDO outrossim, que, pelo art. 278, da Lei nº 1.503, de 30 de dezembro de 1981
4 (antiga Lei da Organização e Divisão Judiciária do Estado do Amazonas), com a redação alterada pela Lei nº 1708, e 24 de outubro de 1985, a assistência judiciária gratuita na Capital passou a ser exercida privativamente na 3º Vara de Família, Sucessões e Registros Públicos, e na 9º Vara Civil e de Acidentes de Trabalho; CONSIDERANDO que a exclusividade destas Varas vem acarretando sérios transtornos para a Administração da Justiça e para os jurisdicionados necessitados que a elas são obrigados a recorrer, inclusive acumulando número exagerado de processos em cada uma delas registrando-se, no particular, que na 3º Vara de Família, Sucessões e Registros Públicos tramitam cerca de ações; CONSIDERANDO que, pela ausência de condições de efetivo controle, muitos jurisdicionados se utilizam desse favor sem preencherem os requisitos legais; CONSIDERANDO que, com o advento da Constituição Federal de 1988, art. 5º LXXIV o Estado continua obrigado a prestar assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos ; CONSIDERANDO que lhe compete privativamente dispor sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos (art. 96. I. a da Carta Magna da República), daí resultando a desnecessidade de tomar iniciativa de lei formal para modificar este regime de exclusividade das duas Varas antes mencionadas; CONSIDERANDO que, a partir da existência da Lei nº de 5 de fevereiro de 1950 (que estabelece normas para a concessão de assistência judiciária aos necessitados) recepcionada na sua quase totalidade pela Lei Maior Federal vigente, as varas exclusivas atrás indicadas vêm concedendo o beneficio da gratuidade indiscriminadamente a pessoas de posses suficientes; CONSIDERANDO que, ao alterar este regime de Varas exclusivas da gratuidade, torna-se necessário ajustarem-se regras de distribuições na Primeira Instância, RESOLVE: Artigo 1º. INSTALAR o Juizado da Infância e Juventude Criminal, cujas atribuições são as definidas no Estatuto da Criança e do Adolescente e legislação complementar. Artigo 2º. INSTALAR a 4º Vara de Família, Sucessões e Registros Públicos e a 10º Vara Cível e de Acidentes do Trabalho, para julgamento dos feitos em matéria de sua competência. Parágrafo Único A distribuição de processos para essa Vara será disciplinada através de Provimento a ser baixado pela Corregedoria Geral de Justiça. Artigo 3º. A competência para processar e julgar as causas atinentes à assistência jurídica integral e gratuita, prevista na Constituição Federal em vigor, passa a ser de todas as Varas de Manaus. Parágrafo Único - Estas ações, daqui para a frente, de acordo com a matéria que versarem, serão distribuídas normalmente para os vários Juízos, menos para a 3º Vara da Família, Sucessões e Registro Público e para a 9º Vara Civil e de Acidentes de Trabalho. Artigo 4º. Requerida a gratuidade, incube ao Juízo para onde forem distribuídas estas ações, decidir o despacho de autuação, se concede ou não o benefício, exigindo rigorosamente a comprovação da necessidade.
5 Parágrafo Único Se não for concedido o beneficio da justiça gratuita, os autos retornarão para a baixa da distribuição. Artigo 5º. A Corregedoria-Geral de Justiça instalará imediatamente correições gerais permanentes na 3º Vara de Família, Sucessões e Registros Públicos, e na 9º Vara Cível de Acidente de Trabalho, para, por provimento, mandar redistribuir os processos nela tramitando, cujos beneficiados da justiça gratuita não sejam comprovadamente necessitados. Parágrafo Único - Ao verificar, com o tempo, que as duas Varas exclusivas acima já estão razoavelmente desafogadas da grande quantidade de processos, o Corregedor-Geral de Justiça, por Instrução de Serviço, autorizará que recomecem as distribuições de novas ações para elas. Artigo 6º. Os Juízos, para admitirem ou continuarem admitindo o benefício da justiça gratuita, deverão obedecer rigorosamente as diretrizes da Lei n.º 1.060, de 05/02/1950. Artigo 7º - Esta Resolução entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Sala das Sessões do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, aos 19 de maio de Desembargador MANUEL NEUZIMAR PINHEIRO Presidente Desembargador LAFAYETTE CARNEIRO VIEIRA Desembargador ALCEMIR PESSOA FIGLIUOLO Desembargador ROBERTO HERMIDAS DE ARAGÃO Desembargador JOSÉ BATISTA VIDAL PESSOA Desembargador DJALMA MARTINS DA COSTA Desembargador ARNOLDO CARPINTEIRO PERES Desembargador UBIRAJARA FRANCISCO DE MORAES Desembargador HOSANNAH FLORÊNCIA DE MENEZES Desembargador KID MENDES DE OLIVEIRA
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