A classificação das crises epilépticas e das epilepsias

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A classificação das crises epilépticas e das epilepsias"

Transcrição

1 1 A classificação das crises epilépticas e das epilepsias por Paula Breia e Rosalvo Almeida 1. Introdução Ao longo dos tempos, muitos têm sido os termos usados para descrever crises e epilepsia. A proliferação de palavras descritivas conduziu a alguma confusão desnecessária quer entre os doentes quer entre os próprios técnicos de saúde. Neste capítulo revê-se a terminologia e a classificação das crises e dos síndromos epilépticos. A palavra crise é frequentemente usada de modo vago para descrever um acontecimento súbito, catastrófico, especialmente se a sua origem precisa é desconhecida. Outros termos são usados com o mesmo significado como desmaio ou ataque. Neste livro, a crise epiléptica é definida como uma ocorrência de sinais e/ou sintomas, limitada no tempo, resultante de actividade neuronal cerebral anómala e excessiva ou síncrona 1. A maioria das crises não é epiléptica, isto é, não tem uma origem primariamente cerebral. As crises não epilépticas podem ser orgânicas ou psicogénicas. As crises não epilépticas orgânicas traduzem uma resposta do sistema nervoso a um distúrbio externo, como por exemplo a hipoxia, a febre, a hipoglicemia ou a acção de tóxicos. As crises não epilépticas psicogénicas são frequentemente uma reacção ao stress psíquico. Um dos mais importantes desenvolvimentos da epileptologia foi a adopção das Classificações Internacionais das Crises (1981) 2 e dos Síndromos Epilépticos (1989) 3 pela Liga Internacional contra a Epilepsia. O esquema central da classificação das crises é o reconhecimento de duas categorias principais: as que se iniciam numa região específica do cérebro (parciais ou focais) e as que afectam globalmente todo o cérebro desde o início (generalizadas). Adicionalmente às características clínicas, o electroencefalograma (EEG) é complementar na classificação das crises: as parciais têm descargas focais, enquanto as generalizadas apresentam apenas descargas generalizadas. As crises epilépticas surgem portanto de áreas cerebrais distintas e são causadas por uma disfunção global dos mecanismos bioquímicos. As crises epilépticas distinguem-se das não epilépticas fundamentalmente por serem estereotipadas e repetitivas, faltando-lhes a modulação típica do comportamento voluntário. Por exemplo, uma crise tónica envolve contracção máxima muscular, seguida de relaxamento,

2 2 repetindo-se o mesmo ciclo várias vezes por segundo. Trata-se de um padrão de movimento muito primitivo que não cumpre nenhuma função útil, em contraste com a actividade habitualmente complexa e modulada que o mesmo grupo muscular é capaz de desempenhar. As crises tónico-clónicas generalizadas podem sê-lo desde o início ou evoluírem de crises focais que entretanto se propagaram aos dois hemisférios cerebrais. Esta distinção é importante porque acarreta decisões terapêuticas e prognósticos diferentes. Mais frequentes do que as crises tónico-clónicas generalizadas são as crises focais ou parciais. Estas podem ser simples ou complexas, consoante esteja conservada ou alterada a corrente de consciência do doente. O primeiro tipo pode evoluir para o segundo e ambos para crises tónico-clónicas secundariamente generalizadas. 2. Classificação das Crises Epilépticas Crises focais (auto-limitadas) Crises neonatais não especificadas de outro modo Crises focais sensoriais - com sintomas sensoriais elementares (exº crises do lobo occipital ou parietal) - com sintomas sensoriais vivenciais (exº crises da junção temporo-parieto-occipital) Crises focais motoras - com sinais motores clónicos elementares - com crises motoras tónicas assimétricas (exº crises da área motora suplementar) - com automatismos (lobo temporal) típicos (exº crises do lobo mesial temporal) - com automatismos hipercinéticos - com mioclonus negativo focal - com crises motoras inibitórias Crises gelásticas (riso) Crises hemiclónicas Crises secundariamente generalizadas Crises reflexas em síndromos epilépticos focais 2.1. Crises Focais ou Parciais As crises focais podem apresentar-se de modos diferentes: com sinais motores e/ou sintomas somatossensitivos, sensoriais, autonómicos ou psíquicos. A pessoa mantém-se consciente enquanto o fenómeno ocorre; movimentos clónicos rápidos de um membro ou da hemiface ou versivos da cabeça ou do tronco (crise motora); sensação táctil, parestesias, flashes ou distorções visuais, sintomas auditivos, olfactivos, gustativos ou vertiginoso (crise somatossensorial); sensação epigástrica, sudorese, flushing, piloerecção, midríase (crise autonómica); os sintomas psíquicos incluem medo, raiva, estados crepusculares e sensações de déjà vu ou de déjà vécue (crise psíquica). Estes episódios são por vezes difíceis de distinguir de fenómenos psiquiátricos. No entanto, as crises epilépticas ocorrem geralmente sem aviso prévio, sem precipitantes conhecidos, duram menos de uma minuto e geralmente em doentes sem patologia psiquiátrica prévia (embora possam coexistir).

3 3 Um indivíduo com crises parciais pode ter um comportamento aparentemente adequado, interagir até com o meio circundante, mas pode estar também desajustado da realidade, não entendendo o que se passa consigo nem ao seu redor e não memorizando o acontecimento. Por vezes é difícil saber até que ponto há perturbação da consciência e quando ocorrem manifestações complexas (daí o ainda usado termo de crises parciais complexas), isso deve-se a alteração do funcionamento dos lobos temporais mesiais, dos lobos orbitofrontais ou em áreas mais generalizadas do cérebro. As crises parciais complexas eram chamadas, no passado, crises psicomotoras e equivalentes epilépticos, termos vagos e imprecisos que foram abandonados. Também foram designadas por crises do lobo temporal, mas podem ter outras origens, como vimos. Pela sua duração, geralmente breve, confundem-se por vezes com as ausências e chegaram a ser designadas por ausências do lobo temporal. Por conseguinte, todos estes termos imprecisos ou errados devem ser abandonados do nosso léxico quando nos queremos referir a uma crise parcial complicada de automatismos ou sintomas vivenciais. Estas crises duram geralmente de alguns segundos a poucos minutos, seguidos de um período de confusão mental e, quase sempre, de amnésia para os acontecimentos ocorridos durante a crise. Os automatismos que por vezes acompanham estas crises movimentos simples repetitivos ou incluindo comportamentos estranhos raramente têm um seguro valor localizador da origem do foco epiléptico Crises tónico-clónicas secundariamente generalizadas Qualquer tipo de crise focal pode evoluir para uma crise generalizada tónicoclónica. As pessoas que sofrem de crises focais apresentam-se frequentemente ao clínico após terem sofrido uma crise tónico-clónica generalizada secundária. Este será o caso da maioria das crises ocorridas em adultos. Não deve, portanto, ser logo assumido que uma crise é sempre primariamente Crises Generalizadas (auto-limitadas) Crises tónico-clónicas (inclui variantes iniciandose por fase tónica ou mioclónica) Crises clónicas - sem componentes tónicos - com componentes tónicos Crises de ausências típicas Crises de ausência atípicas Crises de ausências mioclónicas Crises tónicas Espasmos Crises mioclónicas Mioclonias palpebrais - sem ausências - com ausências Crises atónico-mioclónicas Mioclonus negativo Crises atónicas Crises reflexas em síndromos epilépticos generalizados generalizada. A história clínica preferencialmente com ajuda de testemunhas, se o doente não se recordar da crise e o exame neurológico fornecem pistas valiosas.

4 Crises primariamente generalizadas As crises primariamente generalizadas podem ser convulsivas ou não convulsivas. As ausências são mais frequentes na infância e adolescência e manifestam-se por interrupção breve da consciência, pestanejo, olhar parado e outros movimentos faciais minor. Duram geralmente segundos a um minuto. No entanto, como podem ocorrer várias vezes ao dia, em sucessão rápida, interrompendo a continuidade das actividades em curso, acarretam frequentemente significativo compromisso cognitivo. Apresentam um padrão electroencefalográfico típico de ponta-onda a 3 Hz. As crises mioclónicas caracterizam-se por movimentos musculares bruscos e rápidos unilaterais ou bilaterais. A consciência nem sempre está alterada. Fazem geralmente parte de síndromos epilépticos específicos. A actividade mioclónica pode no entanto ocorrer associada a outras doenças neurológicas (doença de Creutzfeldt-Jakob, anoxia). As crises tónicas consistem em espasmos tónicos da musculatura axial e facial associada a flexão das extremidades superiores e a extensão dos membros inferiores. Podem surgir em qualquer idade, mas são mais frequentes nas crianças e resultam geralmente em queda. As crises clónicas, também mais frequentes em crianças, assemelham-se a mioclonias, mas associam-se sempre a perda de vigília e o padrão de repetição do movimento é mais lento que nas mioclonias. Crises contínuas Estado de mal generalizado Estado de mal tónico-clónico generalizado Estado de mal clónico Estado de mal de ausências Estado de mal tónico Estado de mal mioclónico Estado de mal focal Epilepsia partialis continua de Kojevnikov Aura contínua Estado de mal límbico (status psicomotor) Estado de mal hemiconvulsivo com hemiparesia As crises tónico-clónicas generalizadas são de todas as mais dramáticas. Iniciam-se subitamente, sem aviso prévio. (se o doente refere um aviso ou aura mal estar epigástrico, alteração visual, auditiva, etc. é mais provável que se trate de uma crise focal com generalização secundária). Tipicamente o doente grita no início da crise, consequência da expiração forçada que deriva da contracção tónica dos músculos do tronco. A fase tónica generalizada é interrompida por períodos breves de relaxamento, seguida de contracções tónicas. Os períodos de relaxamento tornam-se mais frequentes e inicia-se a fase clónica. A crise dura 1 a 2 minutos e acompanha-se de taquicardia e

5 5 hipertensão arterial. Após o fim da crise, pode ocorrer incontinência dos esfíncteres, devido ao seu relaxamento. O indivíduo demora geralmente vários minutos até recuperar a consciência. A fadiga e período confusional pós-crítico podem durar de horas a dias. As crises atónicas são caracterizadas por perda súbita do tónus dos músculos posturais, resultando invariavelmente em queda, sem qualquer aviso prévio. Geralmente duram segundos e associam-se geralmente a perda da consciência. São frequentes sobretudo em crianças com síndromo de Lennox-Gastaut. Por vezes é difícil a distinção entre crises tónicas e atónicas. 3. Classificação dos Síndromos Epilépticos Até agora abordámos a classificação das crises epilépticas que são afinal um sintoma inespecífico de várias doenças do sistema nervoso central, cujo diagnóstico deve ser aprofundado. O clínico deve assim tentar determinar qual o síndromo epiléptico subjacente, o que tem implicações directas no tratamento e no prognóstico. A Liga Internacional contra a Epilepsia (LICE) desenvolveu (2001) 4 uma nova proposta de classificação das epilepsias e dos síndromos epilépticos na tentativa de melhor orientar o diagnóstico da situação patológica subjacente. Muitos destes síndromos têm uma idade própria de início e características clínicas e electroencefalográficas específicas. Sendo embora muito usada a classificação de 1989, esta manifestou-se no entanto insuficiente ao longo dos anos quer porque alguns síndromos não encontravam lugar na classificação, quer porque a evolução do conhecimento genético e neurofisiológico deu origem a novos síndromos não facilmente classificáveis. Surgiu então uma proposta de nova classificação que é aqui abordada. Epilepsia, neste livro, define-se como um distúrbio do cérebro caracterizado por uma predisposição para a ocorrência persistente de crises epilépticas e pelas consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais associadas 1. O primeiro passo na identificação de um síndromo epiléptico é a identificação correcta do tipo de crise que a pessoa apresenta. Um síndromo epiléptico pode ser caracterizado por um só tipo de crise (ex: epilepsia de ausências juvenil apenas com ausências) ou mais de que um (ex.: epilepsia mioclónica juvenil incluindo mioclonias, ausências e crises tónico-clónicas generalizadas). Na nova classificação da LICE, a primeira distinção é baseada no tipo de crise, focal ou generalizada. Os síndromos focais são frequentemente causados por lesões identificáveis, enquanto os generalizados são idiopáticos ou primários, isto é de causa desconhecida, muitos deles genéticos.

6 6 Muitas das causas da epilepsia são identificáveis e permitindo classificá-las como secundárias ou sintomáticas. O termo criptogénico (não consensual na nova proposta de classificação) é usado quando se desconhece a etiologia, admitindo-se contudo uma causa subjacente ainda não identificada. Para além do(s) tipo(s) de crise(s) e da etiologia outros factores são determinantes na identificação de um síndromo epiléptico: a história familiar, o EEG ictal e interictal, os exames de imagem, em especial a Ressonância Magnética (RM) encefálica, a resposta à terapêutica e a história natural da doença Síndromos Epilépticos Focais Os síndromos focais são descritos como idiopáticos ou sintomáticos. Na categoria idiopática (possivelmente genética), foram identificados apenas alguns síndromos específicos com aparecimento na infância e características clínicas e EEG próprias. Vários síndromos sintomáticos foram identificados Idiopáticos Epilepsia benigna da infância com pontas centro-temporais (antiga epilepsia rolândica) é um síndromo frequente, correspondendo a 25% das epilepsias em idade escolar. Inicia-se entre os 3 e os 13 anos. As crises têm um início focal simples, geralmente motor ou sensitivo com início numa hemiface. Ocorrem geralmente ao adormecer e generalizam frequentemente para crise tónico-clónica generalizada. A criança tem exame neurológico normal e não apresenta doenças associadas. O EEG é típico e revela pontas e ondas abruptas de grande amplitude na região central ou centro-temporal, sobretudo durante a sonolência. A clínica e o EEG são tão característicos e diagnósticos que os exames de imagem são habitualmente dispensados. A etiologia é genética, autossómica dominante para o traço electroencefalográfico, embora menos de 25% das pessoas com as alterações eléctricas venham a ter crises. O prognóstico é excelente, mesmo sem tratamento e a maioria dos jovens não apresenta crises depois dos 15 anos. Epilepsia da infância com pontas occipitais é muito mais rara, embora subidentificada. É caracterizada por crises diurnas de experiências visuais, seguidas de crises parciais comple-

7 7 xas. Após a crise o doente tem frequentemente uma cefaleia. O EEG mostra descargas bilaterais de ponta-onda de grande amplitude na região occipital. A evolução é favorável Sintomáticos As epilepsias sintomáticas focais são as mais frequentes nos adultos e têm múltiplas causas identificáveis (vasculares, infecciosas, tumorais, degenerativas, congénitas, traumáticas e criptogénicas). Apesar das causas diversas, as crises são geralmente focais e, se não tratadas, progridem para crises tónico-clónicas secundariamente generalizadas. Portanto, a fenomenologia da crise dirige a atenção do clínico para uma patologia identificável e potencialmente tratável, mas nada acrescenta quanto a essa etiologia, que deve ser investigada pelos meios complementares de diagnóstico disponíveis. Nos últimos anos a RM de alta resolução permitiu caracterizar melhor alguns quadros como a esclerose mesial temporal e revelar a etiologia de síndromos que eram classificados como criptogénicos, identificando por exemplo heterotopias e displasias corticais Epilepsias e Síndromos Epilépticos Generalizados As epilepsias generalizadas são mais comuns em idade pediátrica. Alguns síndromos idiopáticos (genéticos) têm vindo a ser identificados recentemente e mapeados geneticamente, cimentando o conceito de síndromos identificáveis específicos Idiopáticos com início relacionado com a idade Convulsões benignas neonatais familiares constituem um síndromo raro caracterizado por crises generalizadas que ocorrem durante a primeira semana de vida. Deve ser diferenciado de uma longa lista de crises neonatais sintomáticas graves. Existe uma história familiar inequívoca e as crises remitem espontaneamente após alguns dias. Foi identificada uma delecção no cromossoma 20q13.3 e o X dessa região codifica um canal de potássio, evidenciando assim uma relação clara entre o produto do gene e o síndromo clínico. Epilepsia mioclónica benigna da infância é também um síndromo pouco frequente e é diferenciado por um EEG com surtos de ponta-onda generalizados sobrepostos numa actividade eléctrica basal normal. A evolução é benigna, sem compromisso neurológico.

8 8 Epilepsia de ausências da infância (antigo Pequeno-mal ) corresponde a 2 a 4% das crianças com epilepsia. As suas características foram já descritas e o diagnóstico diferencial é feito com crises parciais complexas breves. O EEG é típico e são geralmente desnecessários estudos estruturais. Existe uma predisposição genética forte e suspeita-se de um locus genético específico. Epilepsia mioclónica juvenil tem o seu início na adolescência e é caracterizada por uma tríade de crises (mioclónicas, ausências e tónico-clónicas generalizadas). As crises mioclónicas são habitualmente matinais e envolvem as extremidades superiores. A queixa mais comum é a falta de jeito matinal com quedas de objectos durante a higiene ou o pequeno-almoço que deve ser inquirida, pois é geralmente desvalorizada pelo próprio e familiares e exacerbada pelo stress. O diagnóstico é frequentemente feito apenas quando ocorre uma crise tónico-clónica generalizada matinal. As crises de ausências são por vezes difíceis de detectar e a pessoa pode não ter todos os tipos de crises. A SÍNDROMOS EPILÉPTICOS Crises neonatais benignas familiares Encefalopatia mioclónica precoce Síndromo de Ohtahara Síndromo de West Epilepsia mioclónica benigna da infância Crises familiares benignas infantis Crises benignas infantis (não-familiares) Síndromo de Dravet Síndromo HHE (hemiconvulsão-hemiplegiaepilepsia) Epilepsia benigna da criança com pontas centrotemporais Epilepsia occipital benigna da criança com início precoce (tipo Panayiotopoulos) Epilepsia occipital da criança com início tardio (tipo Gastaut) Epilepsia com ausências mioclónicas Epilepsia com crises mioclónico-astáticas Síndromo de Lennox-Gastaut Síndromo de Landau-Kleffner Epilepsia com ponta-onda contínua no sono de ondas lentas (não inclui S. Landau-Kleffner) Epilepsia de ausências da infância Epilepsias mioclónicas progressivas Epilepsias generalizadas idiopáticas com fenótipos variáveis Epilepsia de ausências juvenil Epilepsia mioclónica juvenil Epilepsia apenas com crises tónicoclónicas generalizadas Epilepsias reflexas Epilepsia do lobo occipital fotossensível idiopática Outras epilepsias sensitivas visuais Epilepsia primária da leitura Epilepsia do susto (surpresa) Epilepsia nocturna do lobo frontal, autossómica dominante Epilepsias do lobo temporal familiares Epilepsia focais sintomáticas (ou provavelmente sintomáticas) - Epilepsias límbicas Epilepsia do lobo temporal mesial com esclerose do hipocampo Epilepsia do lobo temporal mesial definida por etiologias específicas Outros tipos definidos pela localização e etiologia - Epilepsia neocorticais Síndromo de Rasmussen Outros tipos definidos pela localização e etiologia história clínica típica e o EEG são diagnósticos. O síndromo deve ser diferenciado de outros com origem focal porque a terapêutica a instituir é diferente.

9 Sintomático e/ou Idiopático Este grupo de epilepsias generalizadas consiste numa diversidade grande de síndromos clínicos, unidos por manifestações clínicas semelhantes. Algumas crianças destes grupos têm causas identificáveis, sintomáticas, enquanto noutras a etiologia é idiopática ou criptogénica. Ao contrário do grupo anterior, no qual as crises ocorrem num contexto de inteligência normal, neste o atraso mental é comum. Síndromo de West ou Espasmos Infantis inicia-se entre os 4 e os 12 meses. É caracterizado por um espasmo que tipicamente consiste na flexão da cabeça, bacia e membros, com abdução ou adução dos membros superiores. São rápidos (cerca de um segundo) e ocorrem em salvas, por vezes dezenas por dia. As crianças têm um desenvolvimento psicomotor normal até ao início dos espasmos, começando então a regredir ou a não progredir. Cerca de 2/3 apresentam um padrão de hipsarritmia no EEG desorganização da actividade de base e sobreposição de pontas e de ondas lentas difusas. O prognóstico depende da doença subjacente e da resposta à terapêutica. O síndromo idiopático que responde rapidamente à terapêutica tem o melhor prognóstico. Os que têm uma encefalopatia grave subjacente têm pior evolução. A mortalidade é de 20% antes dos 5 anos de idade e 75% a 93% dos sobreviventes têm atraso mental; 50% têm epilepsia mais tarde e metade destes evolui para um Síndromo de Lennox- Gastaut. Síndromo de Lennox-Gastaut compreende uma combinação de crises tónicas axiais, tónicoclónicas, ausências atípicas e atónicas associadas a atraso mental e a EEG de ponta e onda lenta (<2,5 Hz). O início ocorre entre os 1 e 8 anos de idade. É frequentemente refractário à terapêutica médica Epilepsias indeterminadas quanto à origem focal ou generalizada Este grupo incluiu vários síndromos pediátricos cuja natureza clínica não foi completamente elucidada e que envolvem padrões clínicos e EEG com componentes mistos de crises focais ou generalizadas. Compreende várias epilepsias mioclónicas com atraso mental.

10 Síndromos Especiais Este grupo compreende situações em que as crises não ocorrem espontaneamente, mas são SITUAÇÕES DE CRISES EPILÉPTICAS que não obrigam ao diagnóstico de EPILEPSIA Crises neonatais benignas Crises febris Crises reflexas Crises por privação do álcool Crises induzidas por fármacos e outros químicos Crises pós-traumáticas imediatas ou precoces Crises isoladas ou grupos isolados de crises Crises raramente repetidas (oligo-epilepsia) desencadeadas por estímulos específicos. Ao contrário dos outros síndromos descritos, o tratamento para estas situações consiste em evitar ou estímulo e/ou tratar na fase de provocação. Neste grupo incluem-se também pessoas que têm crises isoladas e que apresentam simplesmente um baixo limiar epileptogénico. Crises relacionadas com algumas situações Convulsões febris ocorrem dos 3 meses aos 5 anos em crianças que têm febre sem evidência de outras causas. Há frequentemente uma história familiar de crises (8 % a 22% dos pais e 9% a 17% dos irmãos). Uma mutação na subunidade β1 do canal de sódio no cromossoma 19q13.1 é a responsável pelo quadro em algumas famílias, embora outros genes tenham sido já identificados. Os estudos de base populacionais prospectivos indicam que as convulsões febris são relativamente benignas. Não se associam a risco aumentado de atraso mental ou a compromisso neurológico. Cerca de 3% das crianças podem vir a ter epilepsia pelos 7 anos e aproximadamente 7% poderá ter crises pelos 25 anos. O risco de recorrência de convulsões febris é de 34%, sendo maior nas crianças mais pequenas. O tratamento é, no entanto controverso. Muitos neuropediatras não recomendam o tratamento crónico convulsões febris simples, mas apenas o diazepam rectal como preventivo na subida da temperatura. 4. Esquema diagnóstico Este trabalho pretende apresentar da forma mais simples possível uma realidade difícil e complexa. Na verdade, sob a palavra Epilepsia estão numerosas epilepsias muito diferentes entre si. A divisão dicotómica dos conceitos em chavetas ou o arrumo dos casos em gavetas é uma tarefa sempre dificultada pela existência de múltiplos factores. Daí que tenhamos usado ainda muitos conceitos e termos das classificações antigas e tenhamos colocado em quadro as

11 11 propostas da nova classificação de Engel 4. Salientemos agora o principal contributo que a LICE apresenta o conceito de esquema diagnóstico. Mais do que classificar cada caso, mais do que impor terminologias rígidas, embora necessárias, defende-se que o diagnóstico individual assenta ou deve assentar em cinco eixos: Eixo 1 refere-se à semiologia ictal, descrevendo claramente o início e evolução do fenómeno crítico com terminologia padronizada. Eixo 2 é o tipo (ou tipos) de crise epiléptica vivido pelo doente. Eixo 3 é o diagnóstico sindromático e deriva da lista de síndromos epilépticos embora seja admitido que nem sempre é possível estabelecer. Eixo 4 serve para especificar a etiologia quando conhecida. Eixo 5 é uma designação opcional do grau de deficiência causada pela situação. 1 Fisher RS, van Emde Boas W, Blume W, Elger C, Genton P, Lee P, Engel J Jr. Epileptic seizures and epilepsy: definitions proposed by International League Against Epilepsy (ILAE) and the International Bureau for Epilepsy (IBE). Epilepsia Apr;46(4): Commission on Classification and Terminology of the International League against Epilepsy. Proposal for revised clinical and electroencephalographic classification of epileptic seizures. Epilepsia 22: , Commission on Classification and Terminology of the International League against Epilepsy. Proposal for revised classification of epilepsies and epileptic syndromes. Epilepsia 30: , Engel J Jr, International League Against Epilepsy (ILAE). A proposed diagnostic scheme for people with epileptic seizures and with epilepsy: report of the ILAE Task Force on Classification and Terminology. Epilepsia Jun;42(6):

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE CIENCIAS MÉDICAS E FARMACÊUTICAS LIGA ACADÊMICA DE PEDIATRIA EPILEPSIA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE CIENCIAS MÉDICAS E FARMACÊUTICAS LIGA ACADÊMICA DE PEDIATRIA EPILEPSIA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE CIENCIAS MÉDICAS E FARMACÊUTICAS LIGA ACADÊMICA DE PEDIATRIA EPILEPSIA Ac IVO ANTONIO SASSO JÚNIOR 1º ANO- MEDICINA CASCAVEL-PR JANEIRO/2016 CONCEITOS

Leia mais

EPILEPSIA ALGUMAS PERGUNTAS ALGUMAS RESPOSTAS. EPILEPSIA: o que é?

EPILEPSIA ALGUMAS PERGUNTAS ALGUMAS RESPOSTAS. EPILEPSIA: o que é? EPILEPSIA ALGUMAS PERGUNTAS ALGUMAS RESPOSTAS EPILEPSIA: o que é? Não é uma doença a mental Uma das doenças neurológicas mais comuns Afecta 0,5-1% da população Tem múltiplas m causas, nem sempre conhecidas

Leia mais

Epilepsia a abordagem clínica

Epilepsia a abordagem clínica Epilepsia a abordagem clínica JOSÉ M. LOPES LIMA* RESUMO As epilepsias, pela sua frequência e multifacetadas apresentações, são um verdadeiro desafio à capacidade dos médicos em chegar a diagnósticos com

Leia mais

Epilepsias Focais Não-Idiopáticas

Epilepsias Focais Não-Idiopáticas Epilepsias Focais Dr. Marcelo Heitor F. Mendes Serviço de Neurologia Hospital Universitário Pedro Ernesto Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ Epilepsias Focais Não-Idiopáticas Epilepsia de

Leia mais

Epilepsia Pedro Schestatsky MD, PhD

Epilepsia Pedro Schestatsky MD, PhD Epilepsia Pedro Schestatsky MD, PhD DEFINIÇÃO Grupo de condições crônicas cuja principal manifestação é a convulsão ataque súbito e involuntário de movimentos bruscos com ou sem alteração de consciência.

Leia mais

Epilepsia e atividades físicas

Epilepsia e atividades físicas Epilepsia e atividades físicas Profa. Claudia Forjaz adaptado de Prof.ª Carolina K. Moriyama EPILEPSIA Diferentes formas de definição, diagnóstico e tratamento ao longo da história Dificuldade de aceitação

Leia mais

Genes e Epilepsia: Epilepsia e Alterações Genéticas

Genes e Epilepsia: Epilepsia e Alterações Genéticas Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto Genes e Epilepsia: Epilepsia e Alterações Genéticas Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo Rodrigo Nunes Cal Introdução Epilepsia

Leia mais

Epilepsia.! Causas prováveis:! infarto cerebral! tumor! infecção! trauma! doença degenerativa

Epilepsia.! Causas prováveis:! infarto cerebral! tumor! infecção! trauma! doença degenerativa Anticonvulsivantes Epilepsia! Transtorno neurológico crônico que atinge 0,5 1% da população.! Caracterizada por crises súbitas e espontâneas associadas à descarga anormal, excessiva e transitória de células

Leia mais

EPILEPSIA PÓS- TRAUMÁTICA

EPILEPSIA PÓS- TRAUMÁTICA EPILEPSIA PÓS- TRAUMÁTICA 4º CONGRESSO NACIONAL DE MEDICINA LEGAL Marcos Barbosa Serviço de Neurocirurgia Hospitais da Universidade de Coimbra Coimbra, Portugal Covilhã, Novembro 2005 Epilepsia é uma perturbação

Leia mais

Residente de Neurologia: Rafael de Souza Andrade

Residente de Neurologia: Rafael de Souza Andrade Residente de Neurologia: Rafael de Souza Andrade QUANDO COMEÇAR? Caso clínico: Enfermeira, 39 anos, canhota, apresenta-se ao clínico geral após episódio de perda da consciência quando dirigia em rodovia.

Leia mais

The 2017 ILAE Classification of Seizures

The 2017 ILAE Classification of Seizures The 2017 ILAE Classification of Seizures Robert S. Fisher, MD, PhD Maslah Saul MD Professor of Neurology Director, Stanford Epilepsy Center In 2017, the ILAE released a new classification of seizure types,

Leia mais

Rudimar Riesgo MD, PhD Neuropediatra, Eletrencefalografista Pediátrico Professor de Medicina - UFRGS

Rudimar Riesgo MD, PhD Neuropediatra, Eletrencefalografista Pediátrico Professor de Medicina - UFRGS Rudimar Riesgo MD, PhD Neuropediatra, Eletrencefalografista Pediátrico Professor de Medicina - UFRGS TUDO COMEÇOU... MCH - 1997/1998 DESAFIOS CLÍNICOS InTechOpen 10 million visits 27 thousand chapters

Leia mais

TG D Fon o t n e t : e : CID 10 1

TG D Fon o t n e t : e : CID 10 1 TG D Fonte: CID 10 TG D /TID Desde 1993, com a CID-10 (OMS) o autismo infantil passa a ser classificado entre os transtornos invasivos do desenvolvimento juntamente com outros cinco transtornos que apresentam

Leia mais

Febre e convulsões em lactentes

Febre e convulsões em lactentes Febre e convulsões em lactentes Prof. Leonardo C. M. Savassi Universidade Federal de Ouro Preto Faculdade de Medicina Setor de Saúde Coletiva e Medicina de Família e Comunidade Objetivos de Hoje Algumas

Leia mais

Tratamento Com freqüência, é possível se prevenir ou controlar as cefaléias tensionais evitando, compreendendo e ajustando o estresse que as ocasiona.

Tratamento Com freqüência, é possível se prevenir ou controlar as cefaléias tensionais evitando, compreendendo e ajustando o estresse que as ocasiona. CEFALÉIAS As cefaléias (dores de cabeça) encontram-se entre os problemas médicos mais comuns. Alguns indivíduos apresentam cefaléias freqüentes, enquanto outros raramente as apresentam. As cefaléias podem

Leia mais

RECTAL PAROXYSTICAL PAIN

RECTAL PAROXYSTICAL PAIN RECTAL PAROXYSTICAL PAIN RUTE GONÇALVES SERVIÇO DE PEDIATRIA HOSPITAL DR. NÉLIO MENDONÇA DOR RECTAL Obstipação Fissuras e Abcessos perianais Causas Funcionais D. Hemorroidária Proctite Infecciosa Proctite

Leia mais

Síndrome Periódica Associada à Criopirina (CAPS)

Síndrome Periódica Associada à Criopirina (CAPS) www.printo.it/pediatric-rheumatology/pt/intro Síndrome Periódica Associada à Criopirina (CAPS) Versão de 2016 1. O QUE É A CAPS 1.1 O que é? A Síndrome Periódica Associada à Criopirina (CAPS) compreende

Leia mais

Assistência Farmacêutica em Epilepsia

Assistência Farmacêutica em Epilepsia Introdução Assistência Farmacêutica em Epilepsia As epilepsias são uma série de desordens cerebrais com incidência relativamente elevada na população Cerca de 40 formas distintas de epilepsia já foram

Leia mais

HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE EDITAL Nº 08/2006 DE PROCESSOS SELETIVOS GABARITO APÓS RECURSOS

HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE EDITAL Nº 08/2006 DE PROCESSOS SELETIVOS GABARITO APÓS RECURSOS 1 HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE EDITAL Nº 08/2006 DE PROCESSOS SELETIVOS GABARITO APÓS RECURSOS PROCESSO SELETIVO 65 MÉDICO (Neuro - Epilepsia) 01. A 11. E 21. D 02. D 12. B 22. C 03. E 13. C 23.

Leia mais

Imagem 1 Corpos de Lafora em biópsia axilar corados com Hematoxilina e Eosina (esquerda) e PAS (direita). Fonte: Gökdemir et al, 2012.

Imagem 1 Corpos de Lafora em biópsia axilar corados com Hematoxilina e Eosina (esquerda) e PAS (direita). Fonte: Gökdemir et al, 2012. Introdução A doença de Lafora (DL) é a forma mais comum de epilepsia mioclônica progressiva na adolescência. Trata-se de uma doença autossômica recessiva, causada por mutações em genes do metabolismo do

Leia mais

AULA 7 BENZODIAZEPÍNICOS E HIPNÓTICOS FARMACOTERAPIA DOS DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS. Prof. Márcio Batista

AULA 7 BENZODIAZEPÍNICOS E HIPNÓTICOS FARMACOTERAPIA DOS DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS. Prof. Márcio Batista AULA 7 FARMACOTERAPIA DOS DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS BENZODIAZEPÍNICOS E HIPNÓTICOS Prof. Márcio Batista INTRODUÇÃO USO RACIONAL: Brasil é o 9º país do mundo em consumo per capita de medicamentos. Brasil

Leia mais

Expressão clínica da excitação e sincronização excessiva e anormal de uma população de neurônios corticais

Expressão clínica da excitação e sincronização excessiva e anormal de uma população de neurônios corticais Epilepsia Clínica Crise Epiléptica Expressão clínica da excitação e sincronização excessiva e anormal de uma população de neurônios corticais Crise Epiléptica Risco de um indivíduo apresentar uma crise

Leia mais

Epilepsia na atenção primária: 10 passos fundamentais

Epilepsia na atenção primária: 10 passos fundamentais Epilepsia na atenção primária: 10 passos fundamentais Katia Lin, MD, PhD Profa. Adjunta de Neurologia Hospital Universitário UFSC www.neurologiahu.ufsc.br PASSO 1 Reconhecer sua importância 1-2% brasileiros

Leia mais

LINEU CORRÊA FONSECA*, GLÓRIA M.A.S. TEDRUS**

LINEU CORRÊA FONSECA*, GLÓRIA M.A.S. TEDRUS** ATIVIDADE EPILEPTIFORMS OCCIPITAL COM ESTUDO COMPARATIVO CLÍNICO-ELETRENCEFALOGRÁFICO LINEU CORRÊA FONSECA*, GLÓRIA M.A.S. TEDRUS** RESUMO - Atividade epileptiforme occipital bloqueada pela abertura dos

Leia mais

Material e Métodos Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, 14 anos, internada para investigação de doença reumatológica

Material e Métodos Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, 14 anos, internada para investigação de doença reumatológica Introdução A síndrome da encefalopatia (PRES) caracteriza-se clinicamente por cefaleia, alterações sensoriais e convulsões. Os achados clássicos na tomografia computadorizada são de hipodensidades córtico-subcorticais

Leia mais

PROJECTO DE LEI N.º 84/XI. Altera o Decreto-Lei n.º 173/2003, de 1 de Agosto, isentando do pagamento das taxas moderadoras os portadores de Epilepsia

PROJECTO DE LEI N.º 84/XI. Altera o Decreto-Lei n.º 173/2003, de 1 de Agosto, isentando do pagamento das taxas moderadoras os portadores de Epilepsia Grupo Parlamentar PROJECTO DE LEI N.º 84/XI Altera o Decreto-Lei n.º 173/2003, de 1 de Agosto, isentando do pagamento das taxas moderadoras os portadores de Epilepsia Exposição de Motivos A epilepsia,

Leia mais

Epilepsia Psicopatologia Geral e Especial Carlos Mota Cardoso

Epilepsia Psicopatologia Geral e Especial Carlos Mota Cardoso 1 As epilepsias Não existe a enfermidade epilepsia,, mas sim um grupo de transtornos da função cerebral que, de acordo com a causa, localização, ou outras circunstâncias (idade, ambiência interna e externa

Leia mais

Síndrome Periódica Associada à Criopirina (CAPS)

Síndrome Periódica Associada à Criopirina (CAPS) www.printo.it/pediatric-rheumatology/br/intro Síndrome Periódica Associada à Criopirina (CAPS) Versão de 2016 1. O QUE É A CAPS 1.1 O que é? A Síndrome Periódica Associada à Criopirina (CAPS) compreende

Leia mais

Endereço da Liga Portuguesa Contra a Epilepsia e da EPI-APFAPE Epicentro Porto (Sede) Av. da Boavista, n.º 1015-6º, sala 601 4100-128 Porto Telf./Fax: 226 054 959 epi-apfape@sapo.pt Epicentro Coimbra Av.

Leia mais

Processos Psicológicos Básicos II. Prof.ª Melissa Fernanda Fontana Aula 2

Processos Psicológicos Básicos II. Prof.ª Melissa Fernanda Fontana Aula 2 Processos Psicológicos Básicos II Prof.ª Melissa Fernanda Fontana Aula 2 Estado que permite a expressão de todos os processos mentais (atenção, memória, pensamento e respostas aprendidas a estímulos sensoriais).

Leia mais

VIVER COM. Narcolepsia. Sintomas Diagnóstico Tratamento ISTEL

VIVER COM. Narcolepsia. Sintomas Diagnóstico Tratamento ISTEL VIVER COM Narcolepsia Sintomas Diagnóstico Tratamento O que é a Narcolepsia? É uma perturbação intrínseca do sono, crónica, de origem neurológica e em que existem alterações na ciclicidade e estabilidade

Leia mais

Universidade Estadual de Feira de Santana Departamento de Saúde. Antiepilépticos. Manoelito Coelho dos Santos Junior.

Universidade Estadual de Feira de Santana Departamento de Saúde. Antiepilépticos. Manoelito Coelho dos Santos Junior. Universidade Estadual de Feira de Santana Departamento de Saúde Antiepilépticos Manoelito Coelho dos Santos Junior Feira de Santana Conceitos Básicos q Convulsão: alteração transitória do comportamento

Leia mais

Imagem 1 Corpos de Lafora em biópsia axilar corados com Hematoxilina e Eosina (esquerda) e PAS (direita). Fonte: Gökdemir et al, 2012.

Imagem 1 Corpos de Lafora em biópsia axilar corados com Hematoxilina e Eosina (esquerda) e PAS (direita). Fonte: Gökdemir et al, 2012. Introdução A doença de Lafora (DL) é a forma mais comum de epilepsia mioclônica progressiva na adolescência. Trata-se de uma doença autossômica recessiva, causada por mutações em genes do metabolismo do

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA COMITÊ DE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE - CIA EPILEPSIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA COMITÊ DE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE - CIA EPILEPSIA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA COMITÊ DE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE - CIA EPILEPSIA 2016 DEFINIÇÃO Epilepsia é um distúrbio geral caracterizado pela predisposição persistente em gerar crises epilépticas

Leia mais

Patologia do Sono no Idoso: o que fazer? Prof. Doutor Mário Simões

Patologia do Sono no Idoso: o que fazer? Prof. Doutor Mário Simões Patologia do Sono no Idoso: o que fazer? Prof. Doutor Mário Simões O sono Definição O Sono é um fenómeno cíclico, caracterizado por uma alteração reversível do estado de consciência e da reactividade a

Leia mais

Aspectos Anatômicos: CÉREBRO E TDAH

Aspectos Anatômicos: CÉREBRO E TDAH Entendendo o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) Parte I Aspectos Anatômicos: CÉREBRO E TDAH Ft. Alline Camargo Fisioterapeuta graduada pela Universidade de Sorocaba (UNISO) (CREFITO-3/228939-F)

Leia mais

Elza Márcia Targas Yacubian. Silvia Kochen. Crises epilépticas

Elza Márcia Targas Yacubian. Silvia Kochen. Crises epilépticas Elza Márcia Targas Yacubian Silvia Kochen Crises epilépticas Crises epilépticas Elza Márcia Targas Yacubian Silvia Kochen Crises epilépticas Copyright 2014 Elza Márcia Targas Yacubian e Silvia Kochen Proibida

Leia mais

Doenças do Sistema Nervoso

Doenças do Sistema Nervoso SISTEMA NERVOSO Doenças do Sistema Nervoso Alzheimer degenerativa, isto é, que produz atrofia, progressiva, com início mais frequente após os 65 anos, que produz a perda das habilidades de pensar, raciocinar,

Leia mais

Sobre a Esclerose Tuberosa e o Tumor Cerebral SEGA

Sobre a Esclerose Tuberosa e o Tumor Cerebral SEGA Sobre a Esclerose Tuberosa e o Tumor Cerebral SEGA A Esclerose Tuberosa, também conhecida como Complexo da Esclerose Tuberosa, é uma desordem genética que atinge entre 1 e 2 milhões de pessoas no mundo

Leia mais

16/09/2010 CÓRTEX CEREBRAL

16/09/2010 CÓRTEX CEREBRAL CÓRTEX CEREBRAL CÓRTEX CEREBRAL córtex = casca composto por substância cinzenta (2 a 4mm) e substância branca adjacente (que une diferentes áreas) uma das mais importantes áreas do SN é a mais recente

Leia mais

Envelhecimento e Doenças Reumáticas

Envelhecimento e Doenças Reumáticas Envelhecimento e Doenças Reumáticas Armando Malcata CHUC XVII Forum de Apoio ao Doente Reumático Envelhecimento e Doenças Reumáticas Variações demográficas e sociais. Impacto crescente; multidimensional.

Leia mais

Vigília e Sono. Geanne Matos de Andrade. Depto de Fisiologia e Farmacologia. Os ritmos da vida. Ritmos biológicos

Vigília e Sono. Geanne Matos de Andrade. Depto de Fisiologia e Farmacologia. Os ritmos da vida. Ritmos biológicos Vigília e Sono Ritmos Biológicos Geanne Matos de Andrade Depto de Fisiologia e Farmacologia Os ritmos da vida Ritmos biológicos infradiano circadiano ultradiano Sistema temporizador circadiano- marca-passo

Leia mais

b) Cite 04 (quatro) outras síndromes epilépticas que cursam com regressão do desenvolvimento na infância. (4,0 pontos)

b) Cite 04 (quatro) outras síndromes epilépticas que cursam com regressão do desenvolvimento na infância. (4,0 pontos) 01 Concurso Menino de 10 meses, desenvolvimento normal até o início do quadro atual, quando aos oito meses apresentou crise convulsiva febril com duração de 25 minutos e apenas interrompida com benzodiazepínicos

Leia mais

Artigo de Revisão Bibliográfica Mestrado Integrado em Medicina

Artigo de Revisão Bibliográfica Mestrado Integrado em Medicina Artigo de Revisão Bibliográfica Mestrado Integrado em Medicina Sinais e sintomas clínicos de localização e lateralização de uma área epiletogénia numa perspectiva de orientação cirúrgica Juvenal José Ferreira

Leia mais

PADRÕES DE SIGNIFICADO INCERTO

PADRÕES DE SIGNIFICADO INCERTO PADRÕES DE SIGNIFICADO INCERTO LUÍS OTÁVIO CABOCLO Unidade de Pesquisa e Tratamento das Epilepsias Hospital São Paulo UNIFESP Departamento de Neurofisiologia Clínica Hospital Israelita Albert Einstein

Leia mais

EPILEPSIA INTRODUÇÃO

EPILEPSIA INTRODUÇÃO EPILEPSIA INTRODUÇÃO A Epilepsia é um distúrbio do sistema nervoso central caracterizado pela ocorrência de crises epilépticas ao longo do tempo, que recorrem espontaneamente, ou, por vezes, favorecidas

Leia mais

Ampliando o espectro de indicação de cirurgia de epilepsia na infância: aspectos clínicos e de EEG

Ampliando o espectro de indicação de cirurgia de epilepsia na infância: aspectos clínicos e de EEG Ampliando o espectro de indicação de cirurgia de epilepsia na infância: aspectos clínicos e de EEG Ana Carolina Coan Profa. Neurologia Infan2l Departamento de Neurologia FCM - UNICAMP AGENDA Ø Cirurgia

Leia mais

INTERFACE DOS DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS COM A NEUROLOGIA

INTERFACE DOS DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS COM A NEUROLOGIA INTERFACE DOS DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS COM A NEUROLOGIA MARINA DALLA BARBA LONDERO MÉDICA FORMADA PELA UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO PSIQUIATRA PELO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE DOUTORANDA PELA UNIVERSIDADE

Leia mais

Distúrbios do Sono e Influência na Saúde da Criança

Distúrbios do Sono e Influência na Saúde da Criança Distúrbios do Sono e Influência na Saúde da Criança Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/laneur/article/piis1474-4422(16)30204-6 A importância de uma boa qualidade e quantidade de sono para

Leia mais

Emergências Clínicas

Emergências Clínicas 1 Emergências Clínicas 2 OBJETIVOS: -Descrever as Emergências clínicas mais comuns no ambiente préhospitalar. -Orientar as condutas frente às emergências clinicas discutidas; 3 Emergências Clinicas Estado

Leia mais

RESULTADO DA REVISÃO DA LITERATURA

RESULTADO DA REVISÃO DA LITERATURA Nota Técnica 23/2013 Data: 08/03/2013 Solicitante: Des. Vanessa Verdolim Hudson Andrade 1ª Câmara Cível - TJMG Número do processo: 1.0188.12.008285-7/001 Medicamento Material Procedimento Cobertura x TEMA:

Leia mais

Projeto de Acessibilidade Virtual RENAPI/NAPNE. Junho de 2010

Projeto de Acessibilidade Virtual RENAPI/NAPNE. Junho de 2010 Projeto de Acessibilidade Virtual RENAPI/NAPNE Junho de 2010 EPILEPSIA É uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos.

Leia mais

PAROXISMOS OCCIPITAIS APÓS O FECHAMENTO DOS OLHOS

PAROXISMOS OCCIPITAIS APÓS O FECHAMENTO DOS OLHOS PAROXISMOS OCCIPITAIS APÓS O FECHAMENTO DOS OLHOS CORRELAÇÕES CLÍNICO-ELETRENCEFALOGRÁFICAS EM 24 CASOS LINEU CORRÊA FONSECA*, GLÓRIA MA TEDRUS** RESUMO - Paroxismos occipitais aparecendo com o fechamento

Leia mais

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO. Prof.ª Leticia Pedroso

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO. Prof.ª Leticia Pedroso TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO Prof.ª Leticia Pedroso Anatomia: Crânio e Cérebro Órgãos nobre, de extrema importância na vida do ser humano!! TCE - Principal causa de morte, especialmente em jovem. Brasil

Leia mais

ENFERMAGEM SAÚDE DO IDOSO. Aula 8. Profª. Tatiane da Silva Campos

ENFERMAGEM SAÚDE DO IDOSO. Aula 8. Profª. Tatiane da Silva Campos ENFERMAGEM Aula 8 Profª. Tatiane da Silva Campos DELÍRIO enfermeiras = reconhecer sintomas agudos do delírio e relatá-los de imediato = é emergência. Quando não é tratada = pode suceder a lesão cerebral

Leia mais

URI: DOI:

URI:  DOI: Fenómenos paroxísticos, crises epiléticas e epilepsias Autor(es): Publicado por: URL persistente: DOI: Pereira, Cristina; Robalo, Conceição Imprensa da Universidade de Coimbra URI:http://hdl.handle.net/10316.2/43141

Leia mais

Abordagem da Criança com Cefaléia. Leticia Nabuco de O. Madeira Maio / 2013

Abordagem da Criança com Cefaléia. Leticia Nabuco de O. Madeira Maio / 2013 Abordagem da Criança com Cefaléia Leticia Nabuco de O. Madeira Maio / 2013 Introdução Epidemiologia: Queixa comum em crianças e adolescentes Elevação da frequência com o aumento da idade Até 12 anos prevalência

Leia mais

Centro Universitário Maurício de Nassau Curso de Psicologia Disciplina de Neurofisiologia

Centro Universitário Maurício de Nassau Curso de Psicologia Disciplina de Neurofisiologia Centro Universitário Maurício de Nassau Curso de Psicologia Disciplina de Neurofisiologia Bases neurofisiológicas da atenção Profª Maria da Soledade Recife - 2015 Introdução Cérebro humano é confrontado

Leia mais

AVC EM IDADE PEDIÁTRICA. Fernando Alves Silva

AVC EM IDADE PEDIÁTRICA. Fernando Alves Silva AVC EM IDADE PEDIÁTRICA Fernando Alves Silva EPIDEMIOLOGIA - DEFINIÇÕES AVC neonatal 28 dias de vida aos 16 18 anos 20 semanas de gestação e os 28 dias de vida AVC em idade pediátrica 29 dias de vida aos

Leia mais

Memória & Atenção. Profa. Norma M.Salgado Franco

Memória & Atenção. Profa. Norma M.Salgado Franco Memória & Atenção Profa. Norma M.Salgado Franco Definição: É a capacidade de acumular e adquirir informações. Localização: Córtex cerebral Hipocampo cerebelo Estágios: Codificação Armazenagem Recuperação

Leia mais

CAPÍTULO ASPECTOS SÓCIO-CULTURAIS DA EPILEPSIA

CAPÍTULO ASPECTOS SÓCIO-CULTURAIS DA EPILEPSIA CAPÍTULO I ASPECTOS SÓCIO-CULTURAIS DA EPILEPSIA 1 1.1 - Prognóstico A gravidade das epilepsias está relacionada ou a uma doença subjacente de base, responsável pelo mau prognóstico (doenças degenerativas

Leia mais

EPILEPSIA BENIGNA DA INFÂNCIA COM PONTAS CENTROTEMPORAIS

EPILEPSIA BENIGNA DA INFÂNCIA COM PONTAS CENTROTEMPORAIS Universidade da Beira Interior Faculdade de Ciências da Saúde EPILEPSIA BENIGNA DA INFÂNCIA COM PONTAS CENTROTEMPORAIS - Dissertação para obtenção do grau de mestre em Medicina - Maria Joana Marques Pires

Leia mais

RESPOSTA RÁPIDA 44/2014 Informações sobre carbamazepina, Gardenal,Rivotril e Risperidona

RESPOSTA RÁPIDA 44/2014 Informações sobre carbamazepina, Gardenal,Rivotril e Risperidona RESPOSTA RÁPIDA 44/2014 Informações sobre carbamazepina, Gardenal,Rivotril e Risperidona SOLICITANTE Drª Sabrina da Cunha Peixoto Ladeira Juíza de Direito do Juizado Especial -Pirapora NÚMERO DO PROCESSO

Leia mais

DÉFICE DO TRANSPORTADOR CEREBRAL DA GLICOSE

DÉFICE DO TRANSPORTADOR CEREBRAL DA GLICOSE DÉFICE DO TRANSPORTADOR CEREBRAL DA GLICOSE Mónica Vasconcelos XI Curso Básico de Doenças Hereditárias do Metabolismo Coimbra 23 a 25 Setembro 2013 Hospital Pediátrico Carmona da Mota CHUC-EPE Glicose

Leia mais

Deficiência Intelectual. RCG441 Genética Médica 2016

Deficiência Intelectual. RCG441 Genética Médica 2016 Deficiência Intelectual RCG441 Genética Médica 2016 Epidemiologia do ADNPM/DI 2 a 3% da população nos países desenvolvidos IBGE 2000: 1,2% da população brasileira 60 a 70% da clientela de serviços de genética

Leia mais

Transtornos Dissociativos e Conversivos. Alexandre de Araújo Pereira

Transtornos Dissociativos e Conversivos. Alexandre de Araújo Pereira Transtornos Dissociativos e Conversivos Alexandre de Araújo Pereira Conceitos básicos Dissociação: refere-se a uma quebra da unidade psíquica de forma parcial ou completa que se manifesta pela desintegração

Leia mais

COMO IDENTIFICAR UMA CEFALÉIA SECUNDÁRIA NA EMERGÊNCIA

COMO IDENTIFICAR UMA CEFALÉIA SECUNDÁRIA NA EMERGÊNCIA COMO IDENTIFICAR UMA CEFALÉIA SECUNDÁRIA NA EMERGÊNCIA UNITERMOS Bernardo Chaves D`Ávila Portal Stefano Boemler Busato William Alves Martins Luiz Carlos Marrone CEFALÉIA SECUNDÁRIA; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL;

Leia mais

Dr. Jesus Gomez-Placencia, MD, PhD

Dr. Jesus Gomez-Placencia, MD, PhD Epilepsia na Infância Dr. Jesus Gomez-Placencia, MD, PhD A epilepsia é definida pela Organização Mundial de Saúde como uma "afecção crônica de etiologia diversa, caracterizada por crises repetidas, devidas

Leia mais

Instituto Superior de Ciências da Saúde - Norte. 1-Introdução

Instituto Superior de Ciências da Saúde - Norte. 1-Introdução 1-Introdução Epilepsia é uma doença cerebral muito comum, atingindo todas as idades, raças, camadas sociais e nacionalidades. Pode ser definida como uma condição crónica, ou um grupo de doenças que têm

Leia mais

ESTADO DE MAL EPILÉPTICO

ESTADO DE MAL EPILÉPTICO Dr. Carlos R. Caron - Neurofepar 1 ESTADO DE MAL EPILÉPTICO INTRODUÇÃO: O estado de mal epiléptico (EME) foi reconhecido como uma entidade distinta dentre as epilepsias na metade do século XIX. Entretanto,

Leia mais

A esquizofrenia é uma perturbação psiquiátrica caracterizada pela presença de comportamento psicótico ou amplamente desorganizado;

A esquizofrenia é uma perturbação psiquiátrica caracterizada pela presença de comportamento psicótico ou amplamente desorganizado; A esquizofrenia é uma perturbação psiquiátrica caracterizada pela presença de comportamento psicótico ou amplamente desorganizado; Afeta homens e mulheres na mesma proporção; Eugen Bleuler, importante

Leia mais

Síndromes Psíquicas. Prof: Enfermeiro Diogo Jacintho

Síndromes Psíquicas. Prof: Enfermeiro Diogo Jacintho Síndromes Psíquicas Prof: Enfermeiro Diogo Jacintho Síndromes Psíquicas Transtornos de Ansiedade Síndrome Depressiva Ansiedade: normal x patológica ADAPTATIVA - permite o desenvolvimento pessoal, profissional,

Leia mais

DÉFICE DO TRANSPORTADOR CEREBRAL DA GLICOSE

DÉFICE DO TRANSPORTADOR CEREBRAL DA GLICOSE DÉFICE DO TRANSPORTADOR CEREBRAL DA GLICOSE XIII Curso Básico de Doenças Hereditárias do Metabolismo Coimbra 21 a 23 Setembro 2015 Mónica Vasconcelos Glicose substrato preferencial das células cerebrais

Leia mais

TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS)

TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS) UNIDADE: 16 VERTIGENS, DESMAIOS E CONVENÇÕES. TREINAMENTO TEÓRICO CURSO: PRIMEIROS SOCORROS - BÁSICO (40 HORAS) MODALIDADE: ONLINE 16.0 INTRODUÇÃO A sensação de um mal-estar e a impressão de tudo girar

Leia mais

Pseudo-demência / défice cognitivo ligeiro

Pseudo-demência / défice cognitivo ligeiro Pseudo-demência / défice cognitivo ligeiro Kiloh LG. Pseudo-dementia. Acta Psychiatrica Scandinavia 1961; 37; 336-51. Winblad et als. Miild Cognitive Impairment beyound controversies, towards a consensus:

Leia mais

SEMIOLOGIA NEUROLÓGICA Funções Corticais Parte 6

SEMIOLOGIA NEUROLÓGICA Funções Corticais Parte 6 SEMIOLOGIA NEUROLÓGICA Funções Corticais Parte 6 Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP FUNÇÕES COGNITIVAS ou INTELECTUAIS Memória, Linguagem

Leia mais

Vertigens, desmaios e crises convulsivas. Prof. Sabrina Cunha da Fonseca Site:

Vertigens, desmaios e crises convulsivas. Prof. Sabrina Cunha da Fonseca   Site: Vertigens, desmaios e crises convulsivas Prof. Sabrina Cunha da Fonseca E-mail: sabrina.cfonseca@hotmail.com Site: www.profsabrina.comunidades.net Vertigens: Vertigem refere-se a diminuição da força, visão

Leia mais

A esclerose múltipla é uma das doenças mais comuns do SNC (sistema nervoso central: cérebro e medula espinhal) em adultos jovens.

A esclerose múltipla é uma das doenças mais comuns do SNC (sistema nervoso central: cérebro e medula espinhal) em adultos jovens. CLAUDIA WITZEL A esclerose múltipla é uma das doenças mais comuns do SNC (sistema nervoso central: cérebro e medula espinhal) em adultos jovens. De causa ainda desconhecida, foi descrita inicialmente em

Leia mais

EPILEPSIA COM PONTAS CENTROTEMPORAIS E COM PONTAS PARIETAIS

EPILEPSIA COM PONTAS CENTROTEMPORAIS E COM PONTAS PARIETAIS EPILEPSIA COM PONTAS CENTROTEMPORAIS E COM PONTAS PARIETAIS ESTUDO COMPARATIVO LINEU CORRÊA FONSECA*, GLORIA M.A. TEDRUS** RESUMO - Há controvérsias sobre a existência de uma epilepsia parcial benigna

Leia mais

Febre recorrente relacionada com NLRP12

Febre recorrente relacionada com NLRP12 www.printo.it/pediatric-rheumatology/pt/intro Febre recorrente relacionada com NLRP12 Versão de 2016 1. O QUE É A FEBRE RECORRENTE RELACIONADA COM NLRP12 1.1 O que é? A febre recorrente relacionada com

Leia mais

Como atender um paciente com crises epilépticas ou epilepsia Prof Dr Vitor Tumas

Como atender um paciente com crises epilépticas ou epilepsia Prof Dr Vitor Tumas Como atender um paciente com crises epilépticas ou epilepsia Prof Dr Vitor Tumas Prof Dra Regina M F Fernandes Epilepsia é um problema mundial de saúde pública, com uma prevalência estimada em cerca de

Leia mais

DISTÚRBIOS, TRANSTORNOS, DIFICULDADES E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM

DISTÚRBIOS, TRANSTORNOS, DIFICULDADES E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM DISTÚRBIOS, TRANSTORNOS, DIFICULDADES E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM Os termos distúrbios, transtornos, dificuldades e problemas de aprendizagem tem sido utilizados de forma aleatória, tanto na literatura

Leia mais

Síncope na emergência

Síncope na emergência Síncope na emergência Autores e Afiliação: Larissa de Oliveira Souza. Ex-residente de clínica médica do Departamento de Clínica Médica da FMRP - USP; Henrique Turin Moreira, Ana Marta Antunes Salgado.

Leia mais

Epilepsias. Neurologia FEPAR Roberto Caron

Epilepsias. Neurologia FEPAR Roberto Caron Epilepsias Neurologia FEPAR Roberto Caron Definições (ILAE 2014) Epilepsia: 1. Pelo menos duas crises epilépticas espontâneas (i.e. não provocadas) ocorrendo com mais de 24 horas de intervalo. 2. Uma crise

Leia mais

Objetivo: Conceituar e identificar o grau, a duração e os tipos de transe.

Objetivo: Conceituar e identificar o grau, a duração e os tipos de transe. Objetivo: Conceituar e identificar o grau, a duração e os tipos de transe. 1 Psiquismo Humano CONCEITO Psiqu(e)-+ismo O conjunto dos fenômenos ou dos processos mentais conscientes ou inconscientes dum

Leia mais

Palavras-chave: classificação, crises epilépticas, focais, generalizadas, epilepsia (taxonomia)

Palavras-chave: classificação, crises epilépticas, focais, generalizadas, epilepsia (taxonomia) 1 Classificação Operacional dos Tipos de Crises Epilépticas pela International League Against Epilepsy: documento da posição da Comissão da ILAE de Classificação e Terminologia Robert S. Fisher, J. Helen

Leia mais

ASSOCIAÇÃO NACIONAL CONTRA A FIBROMIALGIA E SÍNDROME DEFADIGACRÓNICA (MYOS) APIFARMA / ASSOCIAÇÕES DE DOENTES NOTAS DE UMA PARCERIA

ASSOCIAÇÃO NACIONAL CONTRA A FIBROMIALGIA E SÍNDROME DEFADIGACRÓNICA (MYOS) APIFARMA / ASSOCIAÇÕES DE DOENTES NOTAS DE UMA PARCERIA ASSOCIAÇÃO NACIONAL CONTRA A FIBROMIALGIA E SÍNDROME DEFADIGACRÓNICA (MYOS) APIFARMA / ASSOCIAÇÕES DE DOENTES V 4 APIFARMA / ASSOCIAÇÕES DE DOENTES b) Âmbito da Associação A Myos Associação Nacional

Leia mais

Aprendizado & Memória

Aprendizado & Memória Aprendizado & Memória Por que esta aula é importante para o curso de Medicina? Comum após concussão, alcoolismo crônico, encefalite, tumor cerebral e AVC. Demências: Doença de Alzheimer's Doença de Parkinson

Leia mais

DEFICIENCIA INTELECTUAL

DEFICIENCIA INTELECTUAL DEFICIENCIA INTELECTUAL IMPORTÂNCIA DA CAUSA GENÉTICA NA INVESTIGAÇÃO VICTOR E. FARIA FERRAZ DEPARTAMENTO DE GENÉTICA estado de redução notável do funcionamento intelectual, significativamente abaixo

Leia mais

3.8 Tristeza e depressão na criança e no adolescente

3.8 Tristeza e depressão na criança e no adolescente Páginas para pais: Problemas na criança e no adolescente 3.8 Tristeza e depressão na criança e no adolescente Introdução Os sentimentos de tristeza, desapontamento, desvalorização e culpa, surgem pontualmente

Leia mais

Status Epilepticus. Neurologia - FEPAR. Neurofepar Dr. Roberto Caron

Status Epilepticus. Neurologia - FEPAR. Neurofepar Dr. Roberto Caron Status Epilepticus Neurologia - FEPAR Neurofepar Dr. Roberto Caron Estado de Mal Epiléptico Classificação das Epilepsias Definição Status Epilepticus: Crise epiléptica com duração de pelo menos 5 minutos.

Leia mais

Quantificação da banda gama no EEG de alta densidade na Epilepsia Benigna Infantil com Pontas Centro-Temporais

Quantificação da banda gama no EEG de alta densidade na Epilepsia Benigna Infantil com Pontas Centro-Temporais UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Faculdade de Ciências da Saúde Quantificação da banda gama no EEG de alta densidade na Epilepsia Benigna Infantil com Andreia Marisa Batista Monteiro Dissertação para obtenção

Leia mais

EPILEPSIAS IDIOPÁTICAS FOCAIS OCCIPITAIS DA INFÂNCIA. Estudo de 63 casos. Gloria M.A.S. Tedrus 1, Lineu Corrêa Fonseca 1

EPILEPSIAS IDIOPÁTICAS FOCAIS OCCIPITAIS DA INFÂNCIA. Estudo de 63 casos. Gloria M.A.S. Tedrus 1, Lineu Corrêa Fonseca 1 Arq Neuropsiquiatr 2005;63(1):61-67 EPILEPSIAS IDIOPÁTICAS FOCAIS OCCIPITAIS DA INFÂNCIA Estudo de 63 casos Gloria M.A.S. Tedrus 1, Lineu Corrêa Fonseca 1 RESUMO - Foram estudadas as características clínico-eletrencefalográficas

Leia mais

3.15 As psicoses na criança e no adolescente

3.15 As psicoses na criança e no adolescente Páginas para pais: Problemas na criança e no adolescente 3.15 As psicoses na criança e no adolescente Introdução As psicoses são doenças mentais raras que, geralmente, se iniciam no fim da adolescência

Leia mais

CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS II - NÚCLEOS DA BASE -

CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS II - NÚCLEOS DA BASE - CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOLOGIA HUMANA TURMA 10-2013 CONTROLE MOTOR: DA ATIVIDADE REFLEXA AOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS II - NÚCLEOS DA BASE - PROFª DRª VILMA G. O CEREBELO E OS GÂNGLIOS BASAIS AUXILIAM

Leia mais

Efeitos Adversos da Electroconvulsivoterapia

Efeitos Adversos da Electroconvulsivoterapia Efeitos Adversos da Electroconvulsivoterapia Ricardo Coentre Assistente Hospitalar de Psiquiatria Curso Teórico-Prático de Electroconvulsivoterapia Hospital Beatriz Ângelo, Loures, Portugal 10 de Julho

Leia mais

Médico Neurologista/ Eletroencefalografia

Médico Neurologista/ Eletroencefalografia Médico Neurologista/ Eletroencefalografia Caderno de Questões Prova Objetiva 2015 01 Artefatos produzidos por potenciais cardíacos, respiratórios, musculares e oculares são conhecidos como: a) bioelétricos

Leia mais

Fármacos anticonvulsivantes. Prof. Dr. Gildomar Lima Valasques Junior Farmacêutico Clínico-Industrial Doutor em Biotecnologia

Fármacos anticonvulsivantes. Prof. Dr. Gildomar Lima Valasques Junior Farmacêutico Clínico-Industrial Doutor em Biotecnologia Prof. Dr. Gildomar Lima Valasques Junior Farmacêutico Clínico-Industrial Doutor em Biotecnologia Jequié 2015 Epilepsia: O segundo mais freqüente distúrbio neurológico depois do AVE Terapia padrão é capaz

Leia mais