12 a 18 OUT Semana da Solidariedade

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1 12 a 18 OUT 2018 Semana da Solidariedade

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3 Apresentação Com a chamada Este pobre grita e o Senhor escuta, queremos convidar todas as pessoas para a realização da Semana da Solidariedade - Jornada Mundial dos Pobres. Estamos animando para que dos dias 12 a 18 de novembro, realizemos em nossas Igrejas, comunidades, pastorais, ruas e locais de vivência das pessoas empobrecidas, gestos concretos de solidariedade e acolhida com as pessoas em situação de vulnerabilidades extremas. Vamos expressar nossa capacidade de sermos uma só comunidade: solidária, acolhedora, amorosa e cuidadora da Criação. Desse modo, este subsídio contém: Síntese da carta do Papa Francisco; Propostas de atividades mobilizadoras; Três círculos bíblicos com os verbos propostos pelo Papa Francisco: Gritar, Responder e Lutar. Que tenhamos uma abençoada Semana da Solidariedade - Jornada Mundial dos Pobres! Cáritas Brasileira, Campanha da Fraternidade, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato e Comissão Episcopal Pastoral para Ação Social Transformadora.

4 Síntese da carta do Papa Francisco em preparação para a II Jornada Mundial dos Pobres Este pobre grita e o Senhor o escuta 1. «Este pobre grita e o Senhor o escuta» (Sl 34,7). As palavras do salmista tornam-se também as nossas no momento em que somos chamados a encontrar-nos com as diversas condições de sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e irmãs nossos que estamos habituados a designar com o termo genérico de pobres. É-nos dito, antes de mais, que o Senhor escuta os pobres que clamam por Ele e que é bom para com os que n Ele procuram refúgio, com o coração despedaçado pela tristeza, pela solidão e pela exclusão. O salmo caracteriza com três verbos a atitude do pobre e a sua relação com Deus. Antes de mais, gritar. A condição de pobreza não se esgota numa palavra, mas torna-se um grito que atravessa os céus e chega até Deus. Que exprime o grito dos pobres, que não seja o seu sofrimento e a sua solidão, a sua desilusão e esperança? Podemos perguntar-nos: como é que este grito, que sobe até à presença de Deus, não consegue chegar aos nossos ouvidos e nos deixa indiferentes e impassíveis? Num Dia como este, somos chamados a fazer um sério exame de consciência, de modo a compreender se somos verdadeiramente capazes de escutar os pobres. Um segundo verbo é responder. O Senhor, diz o salmista, não só escuta o grito do pobre, como também responde. A sua resposta, como está atestado em toda a história da salvação, é uma participação cheia de amor na condição do pobre. Foi assim, quando Abraão apresentava a Deus o seu desejo de ter uma descendência, apesar de ele e a mulher Sara, já idosos, não terem filhos (cf. Gn 15,1-6). A resposta de Deus ao pobre é sempre uma intervenção de salvação para cuidar das feridas da alma e do corpo, para repor a justiça e para ajudar a recuperar uma vida com dignidade. Um terceiro verbo é libertar. O pobre da Bíblia vive com a certeza que Deus intervém a seu favor para lhe restituir a dignidade. A pobreza não é procurada, mas é criada pelo egoísmo, pela soberba, pela avidez e pela injustiça. Males tão antigos como o homem, mas mesmo assim continuam a ser pecados que implicam tantos inocentes, conduzindo a consequências sociais dramáticas. A ação com a qual o Senhor liberta é um ato de salvação para com os que Lhe apresentaram a sua tristeza e angústia. As amarras da pobreza são quebradas pelo poder da intervenção de Deus. Infelizmente, verifica-se com frequência que, pelo contrário, as vozes que se ouvem são as da repreensão e do convite a calar-se e aguentar. São vozes desafinadas, muitas vezes determinadas por uma aversão aos pobres, considerados não apenas como pessoas indigentes, mas também como gente que traz insegurança, instabilidade, desorientação das atividades diárias e, por isso, gente que deve ser rejeitada e mantida ao longe. Há uma tendência a criar distância entre nós e eles, e não nos damos conta que, deste modo, nos tornamos distantes do Senhor Jesus que não os rejeita, mas os chama a Si e os consola.

5 Semana da Solidariedade Neste Dia Mundial somos convidados a tornar concretas as palavras do salmo: «Os pobres hão de comer e serão saciados» (Sl 22,27). Sabemos que, no templo de Jerusalém, depois do rito do sacrifício, tinha lugar o banquete. Em muitas dioceses, esta foi uma das experiências que, no ano passado, enriqueceu a celebração do primeiro Dia Mundial dos Pobres. Muitos encontraram o calor de uma casa, a alegria de uma refeição festiva e a solidariedade dos que quiseram partilhar a mesa de maneira simples e fraterna. Gostaria que, também este ano, bem como no futuro, este Dia fosse celebrado com a marca da alegria pela redescoberta capacidade de estar juntos. Rezar juntos em comunidade e partilhar a refeição no dia de domingo. Uma experiência que nos leva de volta à primeira comunidade cristã, que o evangelista Lucas descreve com toda a sua originalidade e simplicidade: «Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. [ ] Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam propriedades e bens e distribuíam o dinheiro por todos, conforme as necessidades de cada um» (At 2, ). Convido os irmãos bispos, os sacerdotes e, de modo particular, os diáconos, a quem foram impostas as mãos para o serviço aos pobres (cf. At 6,1-7), juntamente com as pessoas consagradas e tantos leigos e leigas que nas paróquias, nas associações e nos movimentos tornam palpável a resposta da Igreja ao grito dos pobres, a viver este Dia Mundial como um momento privilegiado de nova evangelização. Não deixemos cair no vazio esta oportunidade de graça. Neste dia, sintamo-nos todos devedores para com eles, para que, estendendo reciprocamente as mãos um ao outro, se realize o encontro salvífico que sustenta a fé, torna eficaz a caridade e habilita a esperança para prosseguir com firmeza pelo caminho em direção ao Senhor que vem. Vaticano, 13 de junho de Memória litúrgica de Santo António de Pádua FRANCISCO

6 orem ipsum dolor sit amet, consec Atividades Mobilizadoras orem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Mobilize sua comunidade, grupo, pastoral ou coletivo para a Semana da Solidariedade Jornada Mundial dos Pobres para que possam organizar as atividades dos dias 12 a 18 de novembro de Seguem as sugestões de atividades a serem realizadas, mas deixe a criatividade fluir e as características dos territórios orientarem a preparação das atividades. Gincanas para arrecadação de alimentos e roupas; celebrações da Palavra e Eucarísticas; estudo da carta do Papa Francisco e rodas de diálogos; círculos bíblicos; manifestações públicas para chamar a atenção dos poderes públicos locais sobre alguma situação de negação de direitos; campanhas de cidadania com atendimentos sociais; atividades lúdicas e esportivas; partilha fraterna das refeições (organize um café da manhã, almoço ou jantar com as pessoas e partilhem da mesma mesa, especialmente no Dia Mundial dos Pobres, em 18 de novembro); audiências públicas; atividades em espaços de medida sócio educativa, asilos, orfanatos, presídios, com o povo da rua, dentre outros espaços e grupos.

7 Circulos Biblicos TEMA: Este pobre grita e o Senhor o escuta (Sl 34,7). PREPARANDO O AMBIENTE Em círculo, deixemos no centro da roda: uma Bíblia e uma vela, ornamentadas com tecidos e uma planta. Junto, coloquemos os dizeres: Jornada Mundial dos Pobres Semana da Solidariedade. ACOLHIDA Com todos/as em pé, o animador/a faz uma saudação inicial acolhendo a cada um/a para este encontro, e explica que neste ano viveremos o segundo Dia Mundial dos Pobres, e que ele é celebrado a convite do Papa Francisco e quer ser um momento forte de partilha e aprendizados. Segundo o Papa, os pobres evangelizam-nos, ajudando-nos a descobrir a cada dia a beleza do Evangelho. A seguir, entoa-se repetidas vezes o canto abaixo. Num primeiro momento, somente a música, e depois, se possível, deixando com que as pessoas se acolham abraçando-se silenciosamente. Canto: Seja bendito quem chega, seja bendita quem chega trazendo a paz, trazendo a paz, trazendo a paz do Senhor (bis). SAUDAÇÃO INICIAL Animador/a: O tema da Jornada Mundial dos Pobres deste ano é: Este pobre grita e o Senhor o escuta (Sl 34,7). Neste Salmo, encontramos o salmista rezando o grito que sai da boca dos/as pobres. Somos chamados/as a termos também esta sensibilidade que é capaz de ouvir os clamores do povo, especialmente dos/as pobres, que trazem por detrás deste termo tão genérico a vida sofrida de tanta gente e em tantas situações. No mesmo salmo encontramos a proclamação da certeza de que os olhos de Javé estão por sobre os justos, seus ouvidos sobre aqueles que gritam por socorro (v. 16). Assim, saudemos a Santíssima Trindade, na certeza de sua presença carinhosa que nos irmana e nos inspira. Todos/as: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! PARTILHANDO A PALAVRA DA VIDA Leitor/a 1: Aquele/a que grita já está desesperado/a. Quando um/a pobre grita este/a já vem enfrentando uma situação difícil há muito tempo. Muitas vezes não percebemos os sinais de quem está precisando de ajuda à nossa volta, e o que é pior: muitas vezes nós fingimos não ver estas necessidades e os/as necessitados/as, e quando somos obrigados a ver, responsabilizamos aos outros e não nos perguntamos o que poderíamos fazer para transformar esta situação de forma concreta. Leitor/a 2: Tentaremos agora ecoar os gritos dos/as pobres de nossa região. Antes, vamos escutar a música Comida, do grupo Titãs. (Caso não seja possível reproduzir a música, alguém pode a declamar, inclusive tentando dramatizar). Comida (Titãs) Compositores: Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo Fromer Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que?... A gente não quer só comida / A gente quer comida Diversão e arte / A gente não quer só comida. A gente quer saída / Para qualquer parte... A gente não quer só comida / A gente quer

8 bebida. Diversão, balé / A gente não quer só comida. A gente quer a vida / Como a vida quer... Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que?... A gente não quer só comer / A gente quer comer, E quer fazer amor / A gente não quer só comer, A gente quer prazer / Prá aliviar a dor... A gente não quer / Só dinheiro, A gente quer dinheiro / E felicidade A gente não quer / Só dinheiro, A gente quer inteiro / E não pela metade... Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que? Você tem fome de que?... A gente não quer só comida / A gente quer comida, Diversão e arte / A gente não quer só comida, A gente quer saída / Para qualquer parte... A gente não quer só comida / A gente quer bebida, Diversão, balé / A gente não quer só comida, A gente quer a vida / Como a vida quer... A gente não quer só comer / A gente quer comer, E quer fazer amor / A gente não quer só comer, A gente quer prazer / Pra aliviar a dor... A gente não quer / Só dinheiro, A gente quer dinheiro / E felicidade, A gente não quer / Só dinheiro, A gente quer inteiro / E não pela metade... Diversão e arte / Para qualquer parte. Diversão, balé / Como a vida quer. Desejo, necessidade, vontade. Necessidade, desejo, eh! Necessidade, vontade, eh! Necessidade... Leitor/a 1: Agora, a partir da música faremos um cochicho com grupinhos de mais ou menos três pessoas, para responder: a) Os/As pobres têm fome de quê? b) Os/As pobres têm sede de quê? (Ao final do cochicho, deixar que cada grupinho diga resumidamente quais são as fomes e as sedes dos/as pobres de nossa região e quais são os gritos que temos escutado por a). PARTILHANDO A PALAVRA DA BÍBLIA Animador/a: A Palavra de Deus é portadora da Boa Notícia para todos/as. Não é à toa que ela nos ilumina na caminhada. Por isso, cantemos: Canto: A Palavra de Deus vai chegando A Palavra de Deus vai chegando, vai (2x). É Jesus quem hoje vem nos falar (2x). É a Palavra de Deus aos pequenos (2x). É a Palavra de libertação (2x). Como o sol a brilhar no horizonte (2x). Texto Bíblico: Mt 14, Animador/a: Vamos refletir a partir do texto que acabamos de ouvir: 1. As pessoas reconheciam em Jesus alguém que poderia lhes ajudar, e recorriam a Ele. Jesus, por sua vez, enchia-se de compaixão e agia em favor do povo. Os/As pobres de hoje reconhecem em nós, cristãos/ãs, este alguém que ajuda? Como tem sido as práticas em nossa comunidade e nossas práticas pessoais? 2. Para quem andou, passou o dia, a fome era uma realidade. A partir do texto bíblico proclamado, comente qual era a proposta dos discípulos e qual foi atitude de Jesus. Tentemos analisar se na sociedade temos mais defensores da proposta de Jesus ou não. 3. Como Jesus pôde fazer o bem a tanta gente em seu tempo? Como nós podemos hoje também multiplicar os pães e os peixes?

9 CELEBRANDO A VIDA Leitor/a 1: Jesus, referência maior de nossa fé, nos ensina a construir o Reino de Deus. Reino que é para ser vivido já, num mundo onde reine o amor. Amor este que é incondicional e que pode ser traduzido de muitas formas e que precisa ser expresso em atitudes. Cantemos a música Povo que luta, celebrando a resistência de quem grita, de quem luta e de quem procura a redenção, unindo nossas vozes à inúmeras outras, ora dispersas ora organizadas em prol de um mundo melhor. Canto: Povo que luta Autor: Pedro Caetano (adaptado) Povo que luta, cansado da mentira, cansado de sofrer, cansado de esperar; Povo que luta, cansado de esperar, proclama a redenção. Porque ele é luz, verdade, justiça, bem, perdão, paz, esperança, amor e redenção. Povo que luta por terra, onde há fartura, por paz, sem fingimento, por vida partilhada, procura a redenção. Povo que espera colheitas mais serenas, verdades mais profundas, caminhos mais fraternos, povo que luta por dias mais amenos, trabalhos mais serenos, clama por redenção. Leitor/a 02: O Papa Francisco em sua mensagem para a Jornada Mundial dos Pobres deste ano diz que (...) são inúmeras as iniciativas que, todos os dias, a comunidade cristã leva a cabo para dar um sinal de proximidade e de conforto às muitas formas de pobreza que estão diante dos nossos olhos. Leitor/a 1: O Papa ainda disse: (...) Muitas vezes, a colaboração com outras realidades, que têm como motor não a fé, mas a solidariedade humana, consegue prestar uma ajuda que, sozinhos, não poderemos realizar. Reconhecer que, no imenso mundo da pobreza, mesmo a nossa intervenção é limitada, frágil e insuficiente leva a estender as mãos aos outros, para que a colaboração recíproca possa atingir o objetivo de maneira mais eficaz. Animador/a: Assim, rezemos o Pai Nosso em sua versão ecumênica, assumindo que podemos e devemos nos irmanar com outras denominações cristãs nesta desafiante missão junto às pessoas mais necessitadas. E mais que isso, assumindo que podemos nos juntar com todo/a aquele/a que deseja fazer o bem, alicerçados pela solidariedade humana. Pai Nosso Ecumênico Pai nosso, que estás nos céus. Santificado seja o teu nome, venha o Teu Reino. Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá-nos hoje, perdoa-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, pois Teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém! BÊNCÃO FINAL Animador/a: Este foi o primeiro de três encontros que faremos em preparação a Jornada Mundial dos Pobres. São três momentos em torno da vida e da Bíblia para nos ajudar a refletir e rezar juntos com toda a Igreja. E assim como iniciamos com os Salmos, terminaremos com eles. Cantemos abraçados/as o Salmo 133, Oi que prazer que alegria. Canto: Oi que prazer que alegria Autor: Reginaldo Velozo Oi, que prazer, que alegria o nosso encontro de irmãos (2x).

10 É como um banho perfumado, gostosa é nossa união(2x). Sereno da madrugada, gostosa é nossa união (2x). Senhor, tu nos abençoas, gostosa é nossa união (2x). É vida que dura sempre, gostosa é nossa união (2x). Animador: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Todos/as: Para sempre seja louvado! 1) TEMA: Jovem, levante-se! (Lc 7, 14) PREPARANDO O AMBIENTE Organizar um ambiente com figuras de jovens e mulheres em diferentes situações de exploração e retratando superação de violência e ações de libertação. Deixar em destaque a Bíblia, uma vela e a frase Jovem, levante-se!. ACOLHIDA Preparar esse momento com carinho e cuidado, pensando numa forma bem aconchegante de receber cada pessoa, valorizando o nome de cada uma. Pensar num refrão de acolhida. Canto: Javé, o Deus dos Pobres Autor: Frei Zeca Javé o deus dos pobres e do povo sofredor aqui nos reuniu pra cantar o seu louvor, pra nos dar esperança e contar com sua mão, na construção do reino, reino novo, povo irmão. Sua mão sustenta o pobre, ninguém fica ao desabrigo. dá sustento a quem tem fome, com a fina flor do trigo. Alimenta os nossos sonhos, mesmo dentro da prisão. Ouve o grito do oprimido que lhe toca o coração. Cura os corações feridos, mostra ao povo o seu poder. Dos pequenos e defesa, deixa a vida florescer. SAUDAÇÃO INICIAL Animador/a: O nosso Deus ouve o grito do pobre e responde ao seu clamor. Essa resposta de Deus aconteceu durante toda a caminhada do povo, nos diferentes períodos de sua história. Como nos diz o Papa Francisco: A resposta de Deus ao pobre é sempre uma intervenção de salvação para cuidar das feridas da alma e do corpo, para repor a justiça e para ajudar a recuperar uma vida com dignidade. A resposta de Deus é também um apelo para que quem acredita n Ele possa proceder de igual modo, dentro das limitações do que é humano. Na certeza dessa presença atenciosa de Deus em nosso meio, cantemos: Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espírito Santo, estamos aqui... PARTILHANDO A PALAVRA DA VIDA Leitor/a 1: A Jornada Mundial dos Pobres pretende ser uma resposta importante da Igreja do mundo inteiro aos pobres de todos os tipos e de todas as terras, para que não pensem que o seu grito tenha caído no vazio. Provavelmente, é como uma gota de água no deserto da pobreza. Mas, pode ser um sinal de partilha para com os que estão em necessidade, para sentirem a presença ativa de um irmão e de uma irmã. Animador/a: Vamos fazer memória de ações que existem em nosso meio e representam uma resposta ao grito do pobre, em especial do jovem pobre e da mulher pobre. PARTILHANDO A PALAVRA DA BÍBLIA Leitor/a 2: Jesus, em sua caminhada pelas ci-

11 dades da Palestina, foi se identificando com muitos tipos de pobres. Por onde passava ele agia dando uma resposta à pessoa em situação de pobreza e provocando a sociedade a fazer o mesmo. Canto: Nova luz Autor: Zé Vicente A Palavra de Deus já chegou. Nova luz clareou para o povo. Quando a Bíblia Sagrada se abriu, todo pobre já viu mundo novo. Texto Bíblico: Lc 7, Animador/a: Vamos refletir a partir do texto que acabamos de ouvir: 1. Partilhar o que mais chamou a atenção no texto. 2. Na cena apresentada, quem está na condição de pobreza e espera uma resposta de Deus? 3. Qual foi a ação de Jesus diante daquela situação de pobreza? 4. Qual resposta podemos dar hoje, diante da situação de jovens e mulheres explorados e violentados? CELEBRANDO A VIDA Animador/a: Vamos celebrar a Vida manifestada na solidariedade entre as pessoas e inspirada Naquele que se fez Pão. Rezemos a partir das palavras do poema/oração Meu corpo é comida, do profeta dos pobres, Dom Pedro Casaldáliga: Minhas mãos, essas mãos, Tuas mãos fazemos este Gesto, partilhada a mesa e o destino, como irmãos. As vidas em Tua morte e em Tua vida. Unidos no pão os muitos grãos, iremos aprendendo a ser a unida Cidade de Deus, Cidade dos humanos. Comendo-te, saberemos ser comida. O vinho de suas veias nos provoca. O pão que eles não tem nos convoca a ser Contigo o pão de cada dia. Chamados pela luz de tua memória, marchamos ao Reino fazendo História. Fraterna e subversiva Eucaristia. Leitor/a 1: Foi o próprio Jesus quem nos ensinou a orar, assumindo o compromisso de ter pão e ser pão. No desejo de construirmos aqui e agora o Reino de Deus, rezemos a oração do Pai Nosso. BÊNCÃO FINAL Animador/a: A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar. A bênção do Filho nascido de Maria, A bênção do Espírito Santo de amor, que cuida com carinho qual mãe cuida da gente, esteja sobre todos nós. Amém! (Simei Monteiro) Importante: Para o 3º encontro levar: símbolos, bandeiras, reportagens sobre movimentos de luta por libertação. TEMA: Coragem, levanta-te que Ele te chama (Mc 10, 49). PREPARANDO O AMBIENTE Colocar na sala cartazes com palavras e frases usadas pelos movimentos sociais: Exemplo: Se o campo não planta a cidade não janta O princípo da Paz é a Justiça Se o campo não planta a cidade não janta Diretas Já!

12 orem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse orem ipsum dolor sit amet, consec cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. ACOLHIDA Dar as boas-vindas a todos e todas e convidar para que se abracem num gesto de acolhida fraterna. Enquanto isso, pode-se cantar: Canto: Procurando a liberdade. Autora: Ir. Maria Emília Guerra Ferreira Procurando a liberdade, caminheiro, procurando a liberdade também vou, procurando a liberdade que é vida, procurando a liberdade de viver. Caminhando eu vou, procurando eu vou, na esperança eu vou. Caminhando levo apenas a esperança. de algum dia a liberdade encontrar, a esperança que dá força ao caminheiro de ir seguindo pela vida a caminhar. A liberdade é a certeza na esperança, a encontra quem na vida se arriscar, e no risco posso ser crucificado, mas cantando a liberdade vou morrer.

13 SAUDAÇÃO INICIAL Animador/a: Na mensagem enviada para reflexão da Jornada Mundial dos Pobres, o Papa Francisco escreve: O pobre da Bíblia vive com a certeza de que Deus intervém em seu favor para lhe devolver dignidade. A pobreza não é procurada, mas criada pelo egoísmo, a soberba, a avidez e a injustiça. A ação libertadora do Senhor é um ato de salvação em prol de quantos Lhe manifestaram a sua aflição e angústia. As amarras da pobreza são quebradas pelo poder da intervenção de Deus. Leitor/a 1: O Papa continua dizendo que: Poder contemplar a face de Deus é sinal da sua amizade, da sua proximidade, da sua salvação. A salvação de Deus toma a forma duma mão estendida ao pobre, que oferece acolhimento, protege e permite sentir a amizade de que necessita. É a partir desta proximidade concreta e palpável que tem início um genuíno percurso de libertação. Animador/a: É esse Deus presente e atuante em nossa vida que acolhemos nesse momento, cantando: Todos/as: Em nome do Pai que nos criou, e do Filho que nos salvou e do Espírito Santo que nos une por amor. Amém, amém, amém (3x) para todo o sempre, amém! PARTILHANDO A PALAVRA DA VIDA Convidar as pessoas a passearem pela sala olhando os cartazes e depositando ao centro o material trazido. Animador/a: Vamos ouvir agora o depoimento da jovem Maria Eduarda. Leitor/a 1: Meu nome é Maria Eduarda, tenho 19 anos e sou assentada, moro no assentamento Bom Jesus I em Barra de São Miguel (PB). Meus pais nunca tiveram casa própria e muito menos terra para plantar, vivíamos morando de fazenda em fazenda, meus pais trabalhando sempre de sol a sol, muito mal pagos. E, certo dia, descobrimos que tínhamos direito à terra. Imagina só esse alvoroço de esperança que causou na minha família! Leitor/a 2: Eu lembro que eu tinha oito anos na época e eu vi a luta dos meus pais começar, e foi por meio da CPT, que é a Comissão Pastoral da Terra, que conseguimos nosso pedaço de chão. E meus pais entraram na luta, começaram a batalhar. Ao entrar na terra, fizeram um barraco, aí depois a cisterna, e depois de longos sete anos foi que conseguimos a nossa terra, e antes disso a gente passou muitos aperreios, mas meus pais nunca desistiram, eles nunca desacreditaram que iriam, um dia, conseguir a terra. Eles sempre sonharam, e eles não pensavam muito no agora, ah não vamos conseguir a terra agora! mas eles pensavam no futuro. Leitor/a 3: Um dia, eu posso até não conseguir hoje, mas um dia vocês estarão na terra!! Eu lembro do meu pai sempre dizer isso, e eles conseguiram! Do barraco até a casa, e com muita persistência. E eu acho que a palavrachave dessa época foi resistência, eles resistiram, resistiram muito, e graças a essa resistência deles, com muito orgulho conseguimos a terra e viramos assentados. Leitor/a 4: E com isso, permanecer na terra agora com esses anos de seca, e o pior, a pior parte, esse governo golpista, que tirou o nosso pouco, a nossa pouca assistência, o nosso pouco olhar que tinham pra gente, acabou totalmente e ficou abandonado. Mas, não desistimos! Não desistimos antes, porque desistir agora? Agora é o momento de fortalecer mais ainda a luta. Leitor/a 1: Por meio dessas dificuldades, eu meio que desacreditei um pouco. Há uns anos atrás, quando eu completei uns catorze, quinze anos, e vendo na televisão e ouvindo meus amigos da cidade sempre falando que o cam-

14 po é atrasado, que o campo não te leva a lugar nenhum, você não cresce no campo, você é um matuto, como a grande maioria fala, e eu comecei a desgostar do campo e ter vergonha do campo nessa época. Leitor/a 2: O preconceito que a maioria dos assentados sofre, das pessoas dizerem que somos sem terra, que tomamos a terra de alguém. Mas nós não somos sem terra! A gente tem terra, graças a Deus. Minha família hoje tem 73 hectares de terra, e nós não tomamos a terra de ninguém, a gente conseguiu a terra porque é nosso direito, e foi por meio de forma digna, por meio da Reforma Agrária, que foi importantíssima para minha família hoje. Mas, então, criei esse preconceito, queria porque queria morar na cidade, porque eu achava que eu não ia me formar se eu permanecesse no campo. Leitor/a 3: Foi aí que nesse período eu conheci a PJR, que é a Pastoral da Juventude Rural, que fez eu perceber, fez eu conhecer realmente a minha importância, a importância de eu ser assentada da Reforma Agrária, a importância de eu ser jovem camponesa. E com isso eu me fortaleci, realmente, comecei a me envolver no meu assentamento, na minha comunidade, os jovens da minha comunidade também começaram a ter essa mesma visão, e com isso eu formei minha identidade, e hoje, graças a isso, a todos esses fatores, tenho orgulho de ser assentada, tenho orgulho de fazer parte da Reforma Agrária, tenho orgulho de meus pais que permanecem na luta trabalhando na terra, de forma ecológica, de forma digna. Hoje eu milito na PJR, na pastoral, e faço o curso de Ciências Sociais da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande. E isso é um pouquinho da minha história. PARTILHA EM GRUPO: 1. Que ações concretas podemos realizar para fortalecer as lutas por libertação e reverter os retrocessos? (Escrever as ações concretas em faixas/ tiras de papel) PARTILHANDO A PALAVRA DA BÍBLIA Canto: Como a huva, Tua Palavra! Autora: Irmã Agostinha Desça como a chuva a tua Palavra, que se espalhe como orvalho, como chuvisco na relva, como aguaceiro na grama. Texto Bíblico: Mc 10, Quais as cegueiras que nos afligem como povo brasileiro? 2. Quem cala a voz dos cegos brasileiros que clamam por justiça? 3. O que pode abrir os olhos do nosso povo? O que nós como seguidores de Jesus precisamos fazer? CELEBRANDO A VIDA Animador/a: E logo viu e seguiu Jesus pelo caminho (Mc 10,52b). Com as faixas produzidas pelo grupo nas mãos, qual compromisso concreto nós assumimos? Animador/a: Louvar à divindade pela ação libertária na vida do nosso povo. Cada um é convidado/a ler a sua faixa em voz alta. Ao final de cada frase, vamos responder juntos/as: Louvado seja Deus, mãe e pai, que ilumina os olhos do povo. PAI NOSSO ECUMÊNICO Leitor/a: Como nos diz o Papa Francisco: Bartimeu é um pobre que se encontra desprovido de capacidades fundamentais, como o ver e o poder trabalhar. Também hoje não faltam percursos que levam a formas de precariedade. A falta de meios basilares de subsistência, a marginalização quando já não se está na plenitude das próprias forças laborais, as

15 diversas formas de escravidão social, apesar dos progressos realizados pela humanidade Como Bartimeu, quantos pobres há hoje à beira da estrada e procuram um significado para a sua condição! Quantos se interrogam acerca dos motivos por que chegaram ao fundo deste abismo e sobre o modo como sair dele! Esperam que alguém se aproxime deles, dizendo: Coragem, levanta-te que Ele chamate (10, 49). zemos a oração do compromisso e da fraternidade: Todos/as: Pai nosso... BÊNCÃO FINAL Animador/a: Que o Deus, pai e mãe dos pobres, ilumine os olhos do nosso povo e nos fortaleça para seguir o caminho de Jesus, na construção Animador/a: Somos nós, hoje, que precisamos de uma sociedade mais justa e mais fraterna. dar uma resposta a essa pessoa pobre, que espera à beira do caminho. Peçamos à divindade da Vida e da Justiça, a coragem para nos Todos/as: Amém! lançar nessa caminhada pela libertação. Re- orem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse orem ipsum dolor sit amet, consec cillum dolore eu fugiat nulla pariatur.

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